A primeira teoria sobre a evolução das espécies é elaborada
pelo naturalista francês Lamarck em 1809 (ano em que nasce Charles Darwin).
A capacidade dos seres vivos de mudar e evoluir já havia sido observada e
registrada por muitos estudiosos, mas é apenas com Lamarck que surge a primeira
hipótese sistematizada.
Adaptação ao meio
Lamarck diz que os seres vivos evoluem "sem saltos ou cataclismos"
de forma "lenta e segura". Para se adaptar melhor ao meio, os seres
vivos se modificam a cada geração. A girafa, por exemplo, teria desenvolvido
um pescoço comprido para se alimentar das folhas de árvores muito altas. Os
órgãos que são menos usados atrofiam, de geração em geração, e desaparecem.
CARACTERES ADQUIRIDOS
Para Lamarck, as características que um animal adquire durante sua vida podem
ser transmitidas hereditariamente. Um animal que perde parte de sua cauda,
por exemplo, pode ter filhos com a cauda curta.
LAMARCK (1744-1829) – Jean Baptiste Pierre Antoine
de Monet, cavaleiro de Lamarck, aos 24 anos abandona a carreira militar para
se dedicar à medicina e à botânica. Em 1778, publica Flora francesa, que faz
grande sucesso. Exerce grande influência na fundação do Museu Nacional de
História Natural, em Paris. É o fundador da biologia como ramo específico
da ciência, em 1802. Em 1809, publica o livro Fisiologia zoológica, expondo
pela primeira vez sua teoria da evolução. A obra encontra oposição nos meios
conservadores, e Lamarck cai no ostracismo. Viúvo por quatro vezes, morre
cego e na miséria.
Seleção natural
Teoria descrita pelo naturalista Charles Darwin para explicar como as espécies
animais e vegetais evoluem. Diz que o meio ambiente seleciona os seres mais
aptos. Em geral, só estes conseguem se reproduzir e os menos dotados são eliminados.
Assim, só as diferenças que facilitam a sobrevivência são transmitidas à geração
seguinte. Ao longo das gerações, essas características firmam-se e geram uma
nova espécie.
Darwin não consegue distinguir as variações hereditárias das não hereditárias.
Alguns anos depois, Mendel desvenda os fenômenos hereditários e os compatibiliza
com o princípio da seleção natural. O modelo da origem das espécies de Darwin
mantém-se válido em suas linhas gerais, porém o caráter diferenciador decisivo
cabe às mutações das células reprodutivas e não das somáticas (que constituem
o corpo).
CHARLES ROBERT DARWIN (1809-1882) - nasce em Shrewsbury,
Inglaterra. Aos 16 anos entra na faculdade de medicina e interessa-se, particularmente,
por história natural. Logo abandona os estudos e é mandado pelo pai para Cambridge,
onde estuda teologia. Sua amizade com cientistas conceituados o leva a ser
convidado a participar, como naturalista, de uma volta ao mundo no navio Beagle,
promovida em 1831 pela marinha inglesa. A expedição tinha o objetivo de aperfeiçoar
e completar dados cartográficos. Esta peregrinação de cerca de cinco anos
contribui para fundamentar sua teoria da evolução. Em 1859 publica A origem
das espécies. Em 1871 publica A descendência do homem. Os livros abrem polêmica
principalmente com a Igreja, pois a evolução orgânica nega a história da criação
descrita no livro do Gênesis. Darwin também enfrenta o protesto de conservadores
que recusavam admitir que a espécie humana tivesse ascendentes animais.
Mendelismo
Conjunto de estudos sobre a transmissão de características hereditárias proposto
pelo monge Johann Gregor Mendel em 1864 e que compõe a base da genética.
Mendel estuda por mais de dez anos como as características são transmitidas
de geração a geração. Muitos cientistas e agricultores já haviam realizado
cruzamento entre espécies. Mas é Mendel quem faz a experimentação mais sistemática.
Pesquisa a reprodução de 22 variedades de ervilha. Descobre que certas características
dominam e outras ficam "ocultas" (recessivas). Constrói o primeiro
modelo matemático-estatísco da transmissão de caracteres hereditários.
MENDEL (1822-1884), Johann Gregor Mendel, austríaco de origem tcheca ingressa
cedo em um monastério agostiniano e é ordenado padre em 1847.
Afasta-se da vida monástica para estudar física e ciências naturais em Viena.
Em 1856, volta ao convento, desta vez para lecionar. Até 1866 utiliza os jardins
da instituição para fazer suas experiências sobre os fenômenos da hereditariedade.
Seu trabalho, apresentado em 1865, obtém pouca repercussão. O pouco caso faz
Mendel encerrar sua atividade científica ao ser nomeado abade do convento.
Só em 1900 os trabalhos de Mendel são recuperados e passam a ser considerados
uma etapa decisiva no estudo da hereditariedade.
CÉLULA
É a menor unidade estrutural básica do ser vivo. É descoberta em 1667 pelo
inglês Robert Hooke, que observa uma célula de cortiça (tecido vegetal morto)
usando o microscópio. A partir daí, as técnicas de observação microscópicas
avançam em função de novas técnicas e aparelhos mais possantes. O uso de corantes,
por exemplo, permite a identificação do núcleo celular e dos cromossomos,
suportes materiais do gene (unidade genética que determina as características
de um indivíduo). Pouco depois, comprova-se que todas as células de um mesmo
organismo têm o mesmo número de cromossomos. Este número é característico
de cada espécie animal ou vegetal e responsável pela transmissão dos caracteres
hereditários. O corpo humano tem cerca de 100 trilhões de células.
DNA
O ácido desoxirribonucléico (DNA) é originalmente estudado apenas do ponto
de vista bioquímico. A grande conquista do século acontece em 1953, quando
o americano James Watson e o inglês Francis Crick descobrem a estrutura da
molécula de DNA, onde se situa o gene, o patrimônio genético. Seu formato
é descrito como uma estrutura em dupla hélice, como uma escada em caracol,
onde os degraus correspondem às bases nitrogenadas, moléculas que apresentam
uma estrutura com átomos de carbono e nitrogênio. As bases (adenina, timina,
guanina e citosina) podem ser combinadas entre si, em grupos de três. Cada
uma dessas combinações determina o código para um aminoácido. Os aminoácidos
irão se juntar e formar as proteínas dos seres vivos.
IDENTIFICAÇÃO GENÉTICA
Na década de 60 cientistas iniciam a tradução do código genético, com o objetivo
de determinar a seqüência linear das quatro diferentes bases nitrogenadas
que constituem o DNA e as combinações que sintetizam as proteínas. Assim,
é possível sistematizar uma identificação genética tendo como base amostras
de sangue, cabelo, saliva, pele ou sêmen. Hoje, estudos mostram que o DNA
é mais particular que as impressões digitais. Esse tipo de identificação é
aceito pela Justiça como prova de paternidade e identidade.
Referências Bibliográficas
HULL, David L. Filosofia da ciência biológica. Rio de Janeiro:
Zahar, 1975, c1974.
HOLLIDAY,Robin. A ciência do progresso humano. Belo Horizonte: USP, 1983.
MAYR, Ernst. O desenvolvimento do pensamento biológico: diversidade, evolução e herança. Brasília, D.F: Ed. da UnB, 1998.
HOLLIDAY,Robin. A ciência do progresso humano. Belo Horizonte: USP, 1983.
MAYR, Ernst. O desenvolvimento do pensamento biológico: diversidade, evolução e herança. Brasília, D.F: Ed. da UnB, 1998.
Fonte: www.portameioambiente.org
Evolução das Espécies
Ação Oculta na Evolução das Espécies
O modelo científico mais aceito atualmente pelos cientistas continua sendo
a "Teoria de Evolução das Espécies" de Charles Darwin. Contudo,
novas investigações têm constituído um grande embaraço para os defensores
dessa teoria.
Segundo este paradigma, as espécies que mais se adaptam às condições do meio
ambiente, sobrevivem e transmitem seus caracteres aos seus descendentes. Este
processo acaba por produzir alterações lentas e graduais que permitem a extinção
das espécies inadaptadas e o surgimento de novos e variados grupos de seres
vivos.
Pela análise dos fósseis, observa-se que a história mostra períodos de grande
estagnação alternados com períodos de intensa atividade no que diz respeito
ao surgimento de novas espécies (Teoria do Equilíbrio Pontuado de Stephen
Jay Gould).
Sabe-se que a Terra surgiu há cerca de 4,5 bilhões de anos. Nesta época a
solidificação da crosta terrestre e a disposição da atmosfera primitiva permitiram
os arranjos necessários ao surgimento da vida biológica.
De acordo com a hipótese do bioquímico soviético Aleksandr I. Oparim (1894-1980)
e do geneticista inglês John B. S. Haldane (1892-1924), a crosta possuía intensa
atividade vulcânica a qual pode ser observada devido a sua própria composição,
que em sua maior parte é formada por rochas magmáticas, ou seja, resultantes
do resfriamento de lava.
Além disso, apresentando a mesma origem que o Sol é natural que a
Terra mostrasse riqueza de gases tais como: metano (Ch2), amônia
(Nh2) e Hidrogênio (H2) _ dados estes comprovados por estudos astronômicos
do mesmo Sol, de Júpiter, de Saturno e de Netuno. O vapor de água (H2O), que
também estaria presente, seria fruto da intensa atividade vulcânica dos tempos
primeiros.
As elevadas temperaturas possibilitavam grande evaporação, que por sua vez,
resultava em grandes tempestades (chuvas) e abundantes descargas elétricas.
A esse imenso caldeirão soma-se o grande bombardeio de raios cósmicos e ultravioleta,
já que a camada de ozônio (O3)provavelmente não existia pela indisponibilidade
de oxigênio livre.
Com o passar de milhões de anos, o ciclo evaporação-condensação-preciptação
foi carregando as moléculas da atmosfera para os oceanos ferventes que se
formavam sobre a superfície do planeta. Sujeitas à desidratação, pelo contato
com as quentes rochas magmáticas, às descargas elétricas decorrentes dos relâmpagos
das tempestades, e às radiações solar e cósmicas, essas moléculas teriam reagido
entre si e estabelecido ligações peptídicas, pelas quais surgiram os aminoácidos.
Em 1953, o americano Stanley Miller reproduziu em laboratório as condições
acima descritas, com exceção às radiações, e ainda assim obteve aminoácidos
como produto de seu experimento.
Através da combinação dos aminoácidos surgiriam as primeiras proteínas. Da
união destas últimas formaram-se agregados protéicos chamados coacervados.
Nota-se que em 1957, Sidney Fox aqueceu a seco aminoácidos e observou a formação
de moléculas orgânicas complexas semelhantes a proteínas.
Estava pronta a base orgânica para o início da vida na Terra. O protoplasma
torna-se o embrião de todas as organizações do globo. Em seguida surgem as
organizações procarióticas (bactérias sem núcleo, vírus, micoplasmas e algas
azuis) e organizações eucarióticas (com núcleo). Os seres unicelulares, antes
isolados e livres, passam a constituir colônias e dão origem aos seres multicelulares.
De qualquer forma, é importante salientar que, não se explicou como um agregado
protéico ganhou vida, movimento e capacidade de interação com o meio ambiente.
O que faz uma ameba ser diferente de um pedacinho de queijo bovino, já que
ambos são um agregado de proteínas, açúcares e gorduras? Somente a existência
de uma força ou princípio vital que anima a primeira e se ausenta no segundo,
pode explicar essa diferença.
A evolução dos organismos pluricelulares através dos milênios, em incontáveis
mutações e recombinações genéticas, que os cientistas ortodoxos atribuem ao
acaso, assim como as etapas anteriores que nos possibilitaram chegar até aqui,
culminaram com o aparecimento de todos os seres invertebrados e vertebrados,
incluindo o homem.
Explica-se como uma célula se dividiu em duas pelo processo de mitose, que
ocorre em razão do maior aumento de volume em comparação com a superfície.
Seria mais vantajoso do ponto de vista nutricional, ela se dividir e manter-se
viva, mas como ela sabe disso? Tem ela cérebro por acaso? Caso se responda
a essa interrogação, por que algumas se separaram e outras permaneceram unidas?
Em um outro campo de análise, verifica-se que as peças desse quebra-cabeça
teimam por não se encaixarem. Os chamados "elos perdidos" continuam
sendo motivo de incontáveis discussões.
O paleontólogo belga Louis Dollo foi o criador de uma lei ( Lei de Dollo
) avalizada pelos anatomistas, que diz que um órgão que perdeu certos elementos
com o passar do tempo não pode voltar atrás e recuperá-los. Os cientistas
atuais não conseguem explicar porque à análise dos fósseis, algumas espécies
não se enquadram nesta lei.
Embora não sejam reconhecidas pela ortodoxia científica, apresentamos
as considerações do espírito Emmanuel, por psicografia de Francisco C. Xavier,
contidas no livro A Caminho da Luz: "A prova da intervenção
das forças espirituais nesse campo de operações é que, enquanto o escorpião,
gêmeo dos crustáceos marinhos, conserva até hoje, de modo geral, a forma primitiva,
os animais monstruosos das épocas remotas, que lhe foram posteriores, desapareceram
para sempre da fauna terrestre, guardando os museus do mundo as interessantes
reminiscências de suas formas atormentadas.
(...) As pesquisas recentes da Ciência sobre o tipo de Neanderthal, reconhecendo
nele uma espécie de homem bestializado (o que representaria uma involução
quando comparado a seus antecessores), e outras descobertas interessantes
da Paleontologia, quanto ao homem fóssil (a comprovação de que não houve crescimento
linear do neurocrânio conforme antes se pensava), são um atestado dos experimentos
biológicos a que realizaram os laboradores de Jesus, até fixarem no primata
os característicos aproximados do homem do futuro ( nós )". Os acréscimos
entre parênteses são nossos.
Mais adiante, explicaremos as bases científicas que dão sustentação à possibilidade
da intervenção de entidades extra-físicas ( espíritos) no processo da Criação.
Disse um dos maiores nomes da Física Moderna, Niels Bohr, que não existem
teorias bonitas e teorias feias, mas teorias verdadeiras e teorias falsas.
As descobertas da Ciência glorificam Deus, em lugar de o rebaixar; elas não
destroem senão o que os homens edificaram sobre idéias falsas que eles fizeram
de Deus. (A Gênese, de Allan Kardec, cap. I, item 55) Somente quando incorporarmos
ao nosso cabedal de conhecimentos a noção de um elemento extrafísico, organizador
e regente da matéria é que conseguiremos dissipar essas dúvidas que tão cruelmente
nos perseguem. Felizmente, tem sido esse o caminho tomado por renomados cientistas,
em especial, os dos campos da Física Quântica e Bioquímica.
Vejamos o que diz o Ph. D., físico e professor da Universidade de
Oregon, Amit Goswami: "Depois de quase um século de aplicação
da Física Quântica na investigação dos segredos da matéria, ficou claro que
a Física Quântica não é completa em si mesma; è necessário que haja um observador
consciente para completá-la. Abre-se assim, a janela visionária, introduzindo
na Ciência a idéia de consciência como fundamento de todo o ser e a base metafísica
de um novo paradigma".
A Teoria Evolucionista de Darwin foi recentemente colocada em dúvida e tida
como incapaz de explicar à luz da ciência do século XXI, o fenômeno do aparecimento
da vida na Terra. O Ph.D. em Bioquímica pela Universidade da Pensilvânia,
Michael Behe desenvolveu um trabalho científico no qual questiona a validade
de se utilizar somente parâmetros anatômicos (pelo estudo dos fósseis) para
descrever o surgimento de processos bioquímicos de espantosa complexidade.
Nesse contexto, como poderemos decidir se a Teoria de Darwin pode explicar
essa complexidade? O próprio Darwin estabeleceu o critério.
Segundo o mesmo: "Se pudesse ser demonstrada a existência
de qualquer órgão complexo que não pudesse em absoluto ter sido formado por
modificações numerosas, sucessivas e ligeiras, minha teoria cairia por completo.
Mas que tipo de sistema biológico poderia não ter sido formado por modificações
numerosas sucessivas e ligeiras?" [Darwin, C. (1872), Origin of Species,
6a.ed. (1988), New York University Press, New York, pag. 154.].
Resposta de Behe: um sistema que seja irredutivelmente complexo.
Complexidade irredutível é, segundo o próprio autor, uma frase pomposa para
se referir a um sistema composto de diversas partes que interagem entre si,
e no qual a retirada de qualquer uma das partes faria com que o sistema deixasse
de funcionar.
Um exemplo comum de complexidade irredutível é uma simples ratoeira.
Ela é formada por: 1. uma base, 2. um martelo (ou precursor)
de metal ( para esmagar o rato), 3. uma mola e 4. uma trava sensível à pressão
(gatilho). Não é possível capturar uns poucos ratos apenas com uma base, ou
ir capturando mais ao lhe acrescentar uma mola; e mais ainda ao lhe acrescentar
uma trava. Todas as peças devem estar em seu devido lugar para podermos capturar
qualquer rato.
Em seguida, Michael Behe descreve em seu trabalho, com uma minunsciosidade
incrível, mas ainda longe de expressar a totalidade, o mecanismo de funcionamento
de um cílio. Os cílios são estruturas microscópicas semelhantes a cabelos,
situados na superfície de muitas células de animais e vegetais. No homem,
há cerca de duzentos por cada célula, sendo que milhões dessas reveste o trato
respiratório. É pelo batimento sincrônico dos cílios que o muco é empurrado
até nossa garganta, para ser posteriormente expelido.
Um cílio é formado por um feixe de fibras denominadas axonema. Um axonema
contém nove pares de microtúbulos dispostos em círculo ao redor de um par
central de microtúbulos. Cada dupla externa consiste, por sua vez, de um anel
de treze filamentos (subfibra A) fundidos a um conjunto de dez filamentos.
Estes últimos compõem-se de duas proteínas chamadas tubulinas alfa e beta.
Os onze microtúbulos que formam um axonema se mantém unidos por três
tipos de conectores: as subfibras A se unem aos microtúbulos centrais
por meio de raios radiais; as duplas externas de microtúbulos adjacentes se
unem por meio dos enlaces de uma proteína sumamente elástica chamada nexina;
e os microtúbulos centrais estão unidos por uma ponte de enlace. Finalmente,
cada subfibra A leva dois braços, um interior, outro exterior, ambos contendo
uma proteína chamada dineína.
Mas como um cílio trabalha? Por meio de experimentos, têm-se mostrado que
o movimento ciliar é resultado da andadura quimicamente induzida dos braços
de dineína sobre um microtúbulo da subfibra B de um segundo microtúbulo, de
maneira que os dois microtúbulos se deslizem respectivamente. Os enlaces cruzados
de proteína entre os microtúbulos em um cílio intacto impedem que os microtúbulos
colidantes se deslizem um sobre o outro, mas com uma certa distância.
Assim, esses enlaces cruzados convertem o movimento de deslizamento induzido
pela dineína em um movimento de todo axonema.
Toda essa meticulosa descrição nos permite alguns questionamentos. Que componentes
são necessários para o funcionamento de um cílio? Microtúbulos são indispensáveis
pois, caso contrário, não haveria filamentos para deslizar. Também se precisa
de um motor (seria este o par central de microtúbulos?). Além disso, não poderiam
faltar as engrenagens (enlaces e proteínas de ligação) para converter o movimento
de deslizamento em curvatura e ainda impedir que a estrutura desmorone.
Assim como a ratoeira não funciona na ausência de qualquer um de seus componentes,
também o movimento ciliar não acontece na falta de qualquer um dos seus. Do
mesmo modo, o flagelo bacteriano, o transporte de elétrons, telômeros, fotossíntese,
regulação da transcrição e muitos outros que podem ser encontrados em praticamente
qualquer página de um livro de bioquímica, são exemplos de complexidade irredutível
nas células. A ausência de quaisquer um de seus componentes acarreta na ausência
de função.
Uma vez que a seleção natural somente pode escolher sistemas que já estejam
em funcionamento, então, se um sistema biológico não pode ser produzido gradualmente,
ele terá que surgir como uma unidade integrada, de uma só vez, para que a
seleção natural tenha algo para afetar.
É bem verdade que não se poderia excluir totalmente a possibilidade de um
sistema de complexidade irredutível seguir uma rota indireta e tortuosa. Mas
onde estão as variantes inférteis dessas rotas alternativas? Caso escapem
à seleção natural deveriam estar impressos na biologia celular, no entanto,
o estudo da célula revela um encadeamento perfeito de eventos. Não existem
sobras de "martelos" ou "molas", nem travas avulsas sem
os demais componentes.
Se essas coisas não podem ser explicadas pela Evolução Darwiniana, como a
comunidade científica tem considerado estes fenômenos dos últimos quarenta
anos? Um bom lugar para se pesquisar seria o Journal of Molecular Evolution
(JME). Em número recente do JME, todos os artigos tratavam apenas de comparação
de proteínas ou seqüências de DNA. Embora seja interessante essa comparação
para se determinar possíveis linhas de descendência, as mesmas não demonstram
como é que um complexo sistema bioquímico veio a funcionar, questão esta que
estamos nos ocupando. Segundo Behe, não se encontra nenhum artigo discutindo
modelos detalhados de intermediários no desenvolvimento de complexas estruturas
biomoleculares, seja na Nature, Science, Journal of Molecular Biology ou Proceedings
of National Academy of Sciece.
"Publique ou pereça" é um provérbio que os membros da comunidade
científica levam a sério. O provérbio também se aplica às teorias. Se uma
teoria é dita como explicação de algum fenômeno, mas não proporciona nem mesmo
uma tentativa de demonstração, ela deve ser banida. Nas palavras desse mesmo
autor, a Teoria da Evolução Molecular Darwiniana não foi publicada e, portanto,
deve perecer.
Antes de prosseguirmos em nosso exercício de pensar, é importante quebrarmos
o mito de que uma possibilidade transformar-se-á obrigatoriamente em realidade
desde que se dê tempo ao tempo. Será bastante o tempo de 4,5 bilhões de anos
para a materialização aleatória de probabilidades da ordem de quinhentos a
mil algarismos cada uma, que se multiplicam exponencialmente umas com as outras,
na sucessão dos acontecimentos? "Um pensador igualmente eminente, L.
von Berthalanffy, dizia que o jogo de forças naturais inorgânicas não poderia
ter realizado a formação de uma célula, e que o nascimento fortuito de um
carro em uma mina de ferro seria coisa pequena se comparado com a formação
espontânea de uma célula".( Oscar Kuhn, Biologie Allemande Contemporaine,
La Pensée Catholique nº. 31).
No desfecho de seu pensamento, Michael Behe nos leva a um exercício de imaginação.
Imaginemos uma sala onde um corpo jaz esmagado, plano como uma panqueca. Uma
dúzia de detetives engatinha-se ao redor, procurando com lupas alguma pista
que os leve à identidade do criminoso. No meio da sala, próximo ao corpo,
está um imenso elefante cinza. Enquanto engatinham, os detetives cuidadosamente
evitam esbarrar nas patas do paquiderme, e jamais erguem seus olhares para
cima. Tempos depois, os detetives se frustram com a ausência de progresso,
mas insistem, e ainda mais cuidadosamente examinam o chão. Ora, os livros
dizem que eles devem encontrar 'o seu homem', e por isso jamais pensam em
elefantes.
Existe um grande elefante na sala cheia de cientistas que buscam explicar
a vida. Este elefante chama-se "Planejamento Inteligente".
Não se está negando a existência de fatores como: chuvas, explosões nucleares,
ação vulcânica, radiações, ascendência comum, seleção natural, deriva gênica
(mutações neutras), fluxo gênico ( troca de genes entre populações diferentes
), transposição ( transferência de genes entre espécies diferentes por meios
não-sexuais ), impulso meiótico (seleção preferencial de genes em cel. sexuais
), etc... Mas há uma verificação óbvia de que muitos sistemas bioquímicos
são irredutíveis e expressam em si um planejamento inteligente.
Escutemos as palavras de um dos maiores cientistas do século XX,
Albert Einstein: "Quanto mais eu observo o universo mais ele
se parece a um grande pensamento do que a uma grande máquina".
Infelizmente, sofremos uma intensa mistificação no edifício cultural moderno,
pela pretensão e arrogância de alguns homens, que se reflete na atual ausência
de valores éticos apregoados por muitas das sociedades terrestres. E esse
desmoronamento ocorre tanto por parte de reacionários e conservadores religiosos,
quando não, cegos pelo fanatismo, quanto por preconceituosos e vaidosos cientistas.
Partindo das bases galileanas de que as teorias deveriam ser testadas e repetidas
para serem consideradas verdadeiras - princípio fundamental e verdadeiro da
Ciência - afirmaram que se Deus não pode ser comprovado pela Física ou pela
Matemática é que Ele não existe. Como se a Ciência tivesse colocado ponto
final em todas as dúvidas e questionamentos humanos a cerca do Universo. Se
não se tem a "Teoria de Deus" é que somos filhos do acaso! Por acaso
alguém já viu um elétron? Será que por não poder ser visto, ele deixa de existir?
Diriam que ele existe porque percebemos a sua ação e influência. Também podemos
perceber Deus pela sua ação e influência.
Senão vejamos: "Toda ação produz uma reação de mesma
direção, mesmo sentido e mesma intensidade (3a Lei de Newton"). Uma reação
muitíssima inteligente só pode ser obra de uma ação de mesma proporção.
Eis que Allan Kardec, compilando as várias mensagens recebidas dos
Espíritos com semelhante teor, sob a revisão de vários médiuns, descreve-nos
em O Livro dos Espíritos: "Que é Deus?" Resposta: "Deus
é a inteligência suprema, causa primeira de todas as coisas".
Mas como chegar a Deus exclusivamente através de princípios de análise material
se Ele é imaterial? (Caso Deus fosse material estaria sujeito às transformações
do Universo, e este estaria sujeito ao caos e desordenamento - o que claramente
não acontece). Como entender a criação se só a enxergamos em parte, mais especificamente
em sua porção material, e negamos ou desprezamos sua face imaterial? A Ciência
Ortodoxa nos fornece a verdade dos fatos, porém, uma verdade incompleta.
Todavia, Emmanuel, pela psicografia de Francisco Cândido Xavier, relatada
no livro "A Caminho da Luz", traz novas luzes ao nosso conhecimento.
Nos diz este que: "Sob a orientação misericordiosa
e sábia do Cristo, laboravam na Terra numerosas assembléias de operários espirituais
Como a engenharia moderna, que constrói um edifício prevendo os menores requisitos
de sua finalidade, os artistas da espiritualidade edificavam o mundo das células
iniciando, nos dias primevos, a construção das formas organizadas e inteligentes
dos séculos porvindouros.
(...) A máquina celular foi aperfeiçoada, no limite do possível, em face
das leis físicas do globo. Os tipos adequados à Terra foram consumados em
todos os reinos da Natureza , eliminando-se os frutos teratológicos e estranhos
do laboratório de suas perseverantes experiências".
Se por um lado temos cientistas irredutíveis que se apegam unicamente a valores
objetivos e absolutos, temos também, religiosos antiquados que se amarram
inapelavelmente aos "Textos Sagrados". Tanto evolucionistas quanto
criacionistas estão equivocados, pois o alcance da verdade de ambos está limitada
pelos seus preconceitos.
Ao contrário do que muitos pensam, Ciência e Religião (talvez fosse melhor
dizer Religiosidade, de "religare" ou "contato com o divino")
não são incompatíveis e excludentes.
Reproduzindo as palavras do genial Albert Einstein: "A
Religião sem a Ciência é cega. A Ciência sem a Religião é manca". Da
união de ambas é que alcançaremos o conhecimento e a verdade a cerca das duas
realidades, material e espiritual, que compõe o Universo.
Voltemos nossos olhos para aqueles que já começaram este trabalho, como William
Crookes, Alexandre Aksakof, Camille Flamarion, Ernesto Bozzano, Ian Stevenson,
Joseph Blanks Rhine, Brian L. Weiss, Charles Richet, H. N. Banerjee, Sérgio
Felipe de Oliveira, Andrew Newberg, Ernani Guimarães, Amit Goswami, Michael
Behe, além, é claro, de Hippolyte Léon Denizard Rivail e muitos outros.
André Maximiano Serpa
Referências Bibliográficas
Sérgio de Vasconcellos e Fernando Gewandsznajder, Biologia
Celular, Editora Ática, São Paulo, 1980.
Stephen Jay Gould, La Flecha del Tiempo, Aliança Editorial, Madrid, 1992.
Revista Superinteressante, Darwin estava errado? Editora Abril, agosto de 2001.
Allan Kardec, A Gênese. 20a edição, Ed. LAKE, São Paulo, 2001.
Allan Kardec, O Livro dos Espíritos. 114a edição, Inst. de Difusão Espírita, Araras - SP, 1998.
Francisco C. Xavier, A Caminho da Luz. 24a edição, FEB, Brasília - DF, 1999.
Michael Behe, Evidence for Intelligent Design from Biochemistry (Evidência de Planejamento Inteligente), Palestra proferida no Discovery Institute, 1996.
Michael Behe, A Caixa Preta de Darwin, Jorge Zahar Editor, trad. bras. de Rui Jungmann, Rio de Janeiro, 1997.
Stephen Jay Gould, La Flecha del Tiempo, Aliança Editorial, Madrid, 1992.
Revista Superinteressante, Darwin estava errado? Editora Abril, agosto de 2001.
Allan Kardec, A Gênese. 20a edição, Ed. LAKE, São Paulo, 2001.
Allan Kardec, O Livro dos Espíritos. 114a edição, Inst. de Difusão Espírita, Araras - SP, 1998.
Francisco C. Xavier, A Caminho da Luz. 24a edição, FEB, Brasília - DF, 1999.
Michael Behe, Evidence for Intelligent Design from Biochemistry (Evidência de Planejamento Inteligente), Palestra proferida no Discovery Institute, 1996.
Michael Behe, A Caixa Preta de Darwin, Jorge Zahar Editor, trad. bras. de Rui Jungmann, Rio de Janeiro, 1997.
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