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13 de dez. de 2010

Espécies invasoras ameaçam ecossistema no Havaí

Restauração das florestas tropicais para estado histórico nativo não é financeira ou fisicamente viável
por John Platt
Wikipedia
A hele hau ma o (Hibiscus brackenridgei), flor em perigo extinção
As isoladas ilhas havaianas têm grande abundância de biodiversidade. Entretanto, muitas de suas espécies únicas estão desaparecendo. O rápido crescimento das espécies invasoras prejudica as nativas e infelizmente muitas delas são endêmicas. Centenas de espécies de plantas havaianas, junto com dezenas de mamíferos, insetos e outras de animais, já aparecem na lista de espécies ameaçadas dos EUA.

Grande parte da paisagem do Havaí - especialmente as terras baixas próximas à agricultura e às cidades - já foi alterada pela antropização e as espécies nativas estão cada vez mais difíceis de serem observadas.

"Espécies invasoras são predominantes e parece que estamos lutando uma batalha perdida", lamenta Susan Cordell, ecóloga do Serviço Florestal dos Estados Unidos. "A restauração dessas florestas tropicais para um estado histórico nativo não é financeira ou fisicamente viável", acrescenta a pesquisadora.

As invasoras são espécies não-nativas que se dispersam muito rapidamente e entram em competição com as nativas. Nem todas não-nativas são invasoras, mas existem algumas que representam sérias ameaças para todos os tipos de plantas, insetos e animais.

Como o Havaí pode preservar a sua biodiversidade com um inimigo sempre em expansão? Uma nova ideia é tentar desenvolver "ecossistemas híbridos" - espécies nativas e não-nativas misturadas de uma forma biodiversidade nativa não seja prejudicada.

No ano passado, o Havaí lançou um programa com duração de 20 anos para pagar aos agricultores para plantar espécies nativas. Com custo de US$ 67 milhões, esse projeto irá ajudar espécies vegetais, aves, insetos, corais e outros animais.

Diminuição da biodiversidade afeta diretamente os humanos


por John Platt
Wikipedia
Vírus do Nilo Ocidental aumenta sua propagação na ausência de aves
Muitas vezes as pessoas perguntam: "Por que deveria me importar se uma espécie se extingue? Não é essencial para minha vida diária, não é?"

Bem, de acordo com nova pesquisa publicada em 2 de dezembro na revista Nature, a resposta é “SIM”, a biodiversidade saudável é essencial para o bem-estar humano. Quando espécies desaparecem, doenças infecciosas surgem em seres humanos e em todo o reino animal; assim, extinções afetam diretamente nossa saúde e chances de sobrevivência como espécie.

"A perda da biodiversidade aumenta a transmissão de patógenos através de uma ampla gama de sistemas de doenças infecciosas", explica a ecóloga Felicia Keesing do Bard College.

O aumento das doenças e outros patógenos parece ocorrer quando as chamadas “espécies-tampão” desaparecem. O coautor Richard Ostfeld do Instituto Cary de Estudos do Ecossistema aponta para o crescente número de casos da doença de Lyme nos seres humanos como um exemplo de como isso ocorre. Os gambás nos Estados Unidos estão em baixa por causa da fragmentação de hábitats florestais. Os marsupiais são hospedeiros do patógeno que causa a doença de Lyme e também podem se defender melhor dos carrapatos de patas negras que carregam a a doença aos seres humanos. Eliminado o hospedeiro natural, os carrapatos procuram novos, tais como os seres humanos.

Pesquisadores que estudam esse tipo de degradação ambiental descobriram que doenças se tornaram mais prevalentes durante o tempo em que diminuiu a biodiversidade local. Um dos casos por eles estudados revelou que o aumento do vírus do Nilo Ocidental nos Estados Unidos corresponde à diminuição da densidade das populações de aves.

Os pesquisadores também concluíram que os seres humanos e a vida selvagem realmente não devem interagir. O contato direto com animais selvagens, digamos, sob a forma do comércio ilegal da carne ou como “pets”, pode causar doenças desconhecidas em humanos.

"Preservar grandes áreas intactas e minimizar o contato com animais selvagens seria um grande passo do caminho para reduzir novas contaminações", conclui Keesing.

Pílulas Robóticasma viagem pelo corpo humano


por Paolo Dario e Arianna Menciassi
O filme VIAGEM FANTÁSTICA, a história de uma equipe de médicos miniaturizados percorrendo vasos sanguíneos para fazer operações salvadoras no cérebro de seus pacientes, era pura ficção científica quando foi lançado em 1966. Quando Hollywood o refilmou em 1985, como a comédia Viagem insólita, engenheiros do mundo real já haviam começado a construção de protótipos de robôs do tamanho de pílulas para viajar pelo trato gastrointestinal de um paciente em substituição do exame médico tradicional. As primeiras câmaras em cápsulas começaram a ser usadas em 2000, e desde então os médicos as têm utilizado para obter imagens de locais como as dobras internas do intestino delgado, difíceis de alcançar sem cirurgia.

Um aspecto importante de Viagem fantástica que se manteve como fantasia é a noção de que essas pílulas pudessem manobrar sozinhas, nadando em direção a um tumor para fazer uma biópsia, verificando uma inflamação intestinal ou mesmo administrando tratamento para uma úlcera. Nos últimos anos, no entanto, os pesquisadores fizeram progressos no sentido de converter os elementos básicos de uma câmara encapsulada passiva em um robô ativo em miniatura. Protótipos avançados, hoje testados em animais, têm pernas, propulsores, lentes sofisticadas e sistemas de controle sem fio. Em breve, esses pequenos robôs poderão estar prontos para os testes clínicos. Neste momento, avaliam-se os limites da robótica miniaturizada.

O trato digestivo é a fronteira inicial. A primeira câmara em pílula sem fio, a M2A, lançada em 1999 pela companhia israelense Given Imaging, e modelos subsequentes demonstraram a utilidade do exame do sistema gastrointestinal com um aparelho sem fi o. Essa prática, conhecida como cápsula endoscópica, é agora de forma rotineira usada na medicina. Infelizmente, a falta de controle humano dessas câmaras leva a uma alta taxa de falsos negativos – elas não captam áreas problemáticas, o que é inaceitável para uma ferramenta de diagnóstico. Se o propósito de observar o interior do corpo é procurar doenças ou analisar mais de perto uma suspeita de problema, um médico quer acima de tudo parar a câmara e manobrá-la para inspecionar uma região que lhe interesse.

Transformar uma cápsula passiva em um aparelho mais confiável para um exame gastrointestinal requer a adição de apêndices móveis, ou atuadores, para impulsioná-la pelo corpo ou atuar como ferramentas para manipular os tecidos. A operação dessas partes móveis exige uma transmissão veloz e sem fi o de imagens e instruções. As pílulas devem se tornar pequenos robôs capazes de responder rapidamente às ordens do técnico. Todos esses componentes precisam de energia suficiente para completar suas tarefas durante uma jornada que pode levar até 12 horas. E tudo isso deve caber em um recipiente de 2 cm3 que um paciente possa engolir.

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