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24 de jun. de 2010

Estudo vê ligação entre câncer e uso de remédio para o coração

Um estudo feito nos Estados Unidos sugere que os usuários de um tipo de remédio comumente usado para tratar problemas cardíacos e pressão alta têm uma maior possibilidade um pouco maior a desenvolver câncer.

No levantamento, divulgado na última edição da publicação científica The Lancet Oncology, os cientistas do University Hospitals Case Medical Center, na cidade de Cleveland, fizeram um cruzamento de informações de estudos sobre casos de câncer de pulmão, próstata e mama de 68 mil pacientes. Também analisaram informações sobre novos diagnósticos de câncer em 61 mil pessoas e registros de mortes por câncer de outros 93 mil.

Eles concluíram que, entre os pacientes que tomavam uma classe de medicamentos conhecida como bloqueadores dos receptores de angiotensina, a probabilidade de desenvolver câncer chegou a 7,2%, enquanto que em pacientes que não tomaram esses remédios, a possibilidade foi calculada em 6%.

Quando investigaram mais a fundo que tipos específicos de tumores estariam associados ao medicamento, verificaram uma predominância maior de casos de câncer de pulmão.

Câncer

Os bloqueadores dos receptores de angiotensina são recomendados principalmente para condições como pressão alta e insuficiência cardíaca.

Em 2003, testes com um remédio desse tipo revelaram um aumento nos riscos de morte por câncer, mas não ficou claro no período se o resultado era significativo ou não.

Não está claro por que bloqueadores dos receptores de angiotensina aumentariam os riscos de câncer, mas alguns estudos com animais indicam que talvez haja uma associação entre a droga e o crescimento de vasos sanguíneos em tumores.

Embora o aumento constatado seja modesto, o cientista responsável pelo estudo, Ilke Sipahi, disse que, como as drogas são usadas em grande escala, existe um potencial de muitos casos adicionais de câncer.

Com base nos resultados, os cientistas responsáveis pelo estudo pedem aos órgãos responsáveis pela regulamentação do uso de remédios que realizem novas investigações para analisar a relação entre o medicamento e o câncer.

Eles recomendam, porém, que os pacientes não deixem de tomar a droga. Em caso de preocupação, devem procurar um médico.

Tim Chico, vice-diretor da NIHR Cardiovascular Biomedical Research Unit da University of Sheffield, no Reino Unido, disse que o estudo não provou a existência de um vínculo definitivo entre o câncer e a droga.

Ele enfatizou que medicamentos que baixam a pressão salvam vidas

Nova técnica prevê apenas uma dose de radioterapia para pacientes de câncer de mama

O câncer de mama é o que mais mata mulheres no Brasil
Uma única dose de radioterapia durante a cirurgia para a retirada do câncer de mama se mostrou tão eficiente quanto a série de 15 a 35 sessões normalmente recomendadas após a operação, segundo um estudo britânico publicado na revista médica The Lancet.

Os médicos testaram a técnica em mais de 2.000 pacientes, acompanhadas ao longo de quatro anos.

Se sua eficácia for comprovada, a técnica significaria a redução de filas, economia nos custos dos tratamentos e as pacientes sofreriam menos com os efeitos colaterais.

Segundo a fundação Cancer Research UK, o estudo pode ter um “grande impacto” para as pacientes.

Precisão

O câncer de mama é o que mais causa morte entre as mulheres no Brasil, segundo o INCA, e nos países ocidentais é uma das principais causas da morte de mulheres.

A retirada do tumor é, normalmente, o primeiro passo no tratamento de câncer de mama, seguida pelas sessões de radioterapia para matar qualquer célula cancerígena remanescente.

Com a nova técnica, os médicos usam um aparelho de radioterapia móvel que pode ser inserido no seio durante a cirurgia e atingir um alvo específico, de onde foi retirado o tumor.

A pesquisa, liderada por médicos britânicos, mas realizada em nove países, mostrou que a reincidência do câncer em mulheres com mais de 45 anos de idade foi a mesma, independente da técnica utilizada – dose única ou múltipla de radioterapia.

Entre as mulheres que receberam apenas uma dose, houve seis reincidências. Entre as que receberam tratamento de radioterapia prolongado, cinco apresentaram reincidência.

Mas a dose única evita danos potenciais a órgãos como o coração, pulmão e esôfago, que podem ocorrer quando a radiação é direcionada a todo o seio, afirmam os pesquisadores.

A freqüência de qualquer complicação ou grandes efeitos tóxicos foi semelhante nos dois grupos.

Trauma

O oncologista Jeffrey Thobias, do University College London Hospitals (UCLH), que apresentou a primeira paciente a ser submetida à nova técnica com o oncologista Jayant Vaidya, disse: “Acredito que a razão pela qual ela funciona tão bem é a precisão do tratamento. Ele erradica as células em uma área de altíssimo risco – a parte do seio de onde foi retirado o tumor”.

Vaidya, que também é oncologista do UCLH, afirmou que com o novo tratamento muitas mulheres não precisariam retirar seu seio.

Josephine Ford, de 80 anos de idade, foi diagnosticada com câncer de mama em fevereiro de 2008 e tratada com a nova técnica três meses depois.

A operação foi um sucesso e ela afirma que a dose única “simplificou tudo e tornou o processo menos traumático”.

Apesar dos resultados otimistas, os médicos afirmam que a técnica só se aplica a pacientes com câncer de mama semelhantes aos tratados durante o estudo.

Os médicos também afirmam que serão necessários vários anos até que a eficácia seja totalmente provada e o tratamento seja adotado em vários hospitais.

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