Com o actual ritmo de consumo dos recursos naturais do nosso planeta, segundo o relatório Planeta Vivo de há dois anos - responsabilidade da organização WWF, Sociedade Zoológica de Londres e da Global Footprint Network - precisaríamos de um segundo planeta por volta do ano 2050. Recentemente, re-avaliadas as diversas condicionantes desse estudo, iremos ter essa necessidade 20 anos antes, ou seja, em 2030. Acabamos de hipotecar o futuro dos nossos filhos, que por essa altura estarão a entrar para o marcado de trabalho, com um planeta completamente hipotecado caso não se faça algo muito urgentemente.
Mathis Wackernagel, director-executivo da Global Footprint Network, refere que satisfazer o actual nível de consumo da humanidade será "impossível" causando alterações graves no ecossistema global e ameaçando as bases económicas da actual sociedade global. A dificuldade em produzir recursos básicos irá fazer disparar o preço dos alimentos e da energia, causando uma crise à escala mundial.
Com base no relatório, estima-se que a humanidade tem uma pegada ecológica de cerca de 17.5 mil milhões de hectares globais, correspondendo a cerca de 2.1 hectares por pessoa, na prática, mais 31% do que a capacidade do planeta para reproduzir recursos naturais. Em termos simples, o planeta esta a demorar cerca de 1 ano e 3 meses para repor aquilo que a população global consome num único ano. Por este andar, temos mais 22 anos até ao colapso do ecossistema global.
Em 2005, os Estados Unidos e a China eram os países com maior pegada ecológica, cada um usando 21 por cento da biocapacidade do planeta. Nos Estados Unidos, por exemplo, uma pessoa precisa de 9,4 hectares, em média. Os Emirados Árabes Unidos é o país com a maior pegada ecológica per capita, com 9,5 hectares; a média na União Europeia é de 4,7 hectares.
Abaixo podemos ver a pegada ecológica do Brasil, onde os recursos naturais consumidos estão abaixo da capacidade de reposição. Simplificando, a linha laranja deve estar abaixo da linha azul, indicando um consumo abaixo da capacidade de produção.
Portugal, por seu turno, claramente acima no consumo face à sua capacidade de reposição, de resto uma tendência de toda a Europa.
A título de curiosidade, o mesmo gráfico para os Estados Unidos.
É urgente divulgar esta mensagem. É urgente sensibilizar tudo e todos para que se criem políticas ambientais credíveis que façam a diferença. Não será de um dia para o outro que a mudança irá ocorrer, mas a questão preocupante que fica é: começaremos a tempo de salvar o destino da humanidade?
fontes: GlobalFootprint, Publico.
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