Vários processos ocorrentes na célula vegetal
são semelhantes aos que ocorrem na célula animal. Porém,
algumas características são peculiares à célula
vegetal, principalmente referentes à parede celular, a qual envolve
o protoplasto (conteúdo celular).
Estruturas características da célula vegetal:
vacúolo, plastos e substâncias esgásticas. Evidentemente,
estão presentes nas células vegetais muitas organelas também
encontradas nas células animais, como mitocôndrias, dictiossomos
(pilhas de membranas lisas, que constituem o Aparelho de Golgi), núcleo,
micortúbulos, ribossomos, etc.
1- Parede celular
Restringe a distensão do protoplasto, configurando à célula
adulta, tamanho e formas fixos.
1.1- Componentes
A) CELULOSE (C6 h60 O5)n
Constituída por moléculas lineares de glicose. A celulose é
formada por microfibrilas, que se reúnem em feixes maiores (fibrilas).
As microfibrilas são sintetizadas por enzimas que se encontram na membrana
plasmática. A celulose está associada a outros polissacarídeos,
principalmente hemiceluloses (xiloglicanos e xilanos) e compostos pécticos
(galacturonanos).
B) SUBSTÂNCIAS DE ORIGEM ORGÂNICA
a- natureza proteíca
b- natureza lipídica (cutina, suberina, lignina - esta última
confere maior rigidez à parede e sua presença comprova a existência
de parede secundária; sua formação pode ocorrer dentro
dos dictiossomos, um sistema de membranas que forma o Complexo de Golgi.
Formação
As primeiras camadas de microfibrilas a se formarem, constituem a parede
primária. Essas microfibrilas apresentam uma disposição
intercarlar. Em muitas células, camadas adicionais são depositadas
internamente à parede primária, formando a parede secundária;
essas camadas são denominadas S1, S2 e S3, respectivamente, sendo que
a última pode estar ausente. Na parede secundária, o arranjo
das microfibrilas se dá de diversas maneiras diferentes. Lamela média:
é a linha de união entre as paredes primárias de duas
células contíguas e possui natureza péctica.
A formação da parede celular ocorre no final da telófase,
com o surgimento da placa celular, que dará origem à lamela
média e parte da membrana plasmática das duas células-filhas,
por ela separadas; durante a formação da parede primária
e da lamela média, elementos do retículo endoplasmático
ficam retidos entre as vesículas em formação, originando
os plasmodesmas, continuidades protoplasmáticas entre uma célula
e outra, que geralmente se localizam em pequenas depressões denominadas
pontoações da parede primária originadas por uma menor
deposição de microfibrilas de celulose. Posteriormente, durante
a formação da parede secundária, não há
deposição de material sobre essas áreas, originando diversos
tipos de pontoações.
Pontoações
As pontoações mais comuns são:
a-) Pontoação simples
Interrupção na parede primária, com formação
de uma cavidade de pontoação (espaço onde a parede primária
não é recoberta pela secundária). Quando as pontoações
simples de duas células contíguas se encontram, temos uma membrana
de pontoação, formada pelas paredes primárias de ambas
as células, mais a lamela média entre elas.
b-) pontoação areolada
Saliência de contorno e abertura central circulares (em vista frontal,
forma uma aréola). Trata-se de uma interrupção da parede
secundária. Quando a parede secundária e a primária estão
bem separadas, delimita-se uma câmara de pontoação. Além
disso, quando a parede secundária se espessa, percebe-se a formação
de um canal de pontoação, entre a abertura interna e a externa
da pontoação areolada. Esse tipo de pontoação
é encontrado em células do xilema, isto é, nos elementos
de vaso e traqueídes. Nas traqueídes das coníferas ocorre,
na pontoação areolada, um espessamento especial denominado toro.
Uma mesma célula pode apresentar mais de um tipo de pontoação.
Por exemplo, um elemento de vaso que esteja contíguo a outro elemento
de vaso, apresenta um par de pontoações areoladas; no entanto,
se ele estiver contíguo a uma célula de parênquima, apresentará
um par de pontoações semi areoladas.
2- Conteúdo celular
Principais organelas
Vacúolo, plastos, substâncias ergásticas.
Vacúolo
Delimitado por uma membrana denominada tonoplasto. Contém água,
açúcares, proteínas; pode-se encontrar ainda compostos
fenólicos, pigmentos, como betalaínas antocianinas cristais
de oxalato de cálcio (drusas, estilóides, prismáticos,
ráfides, etc.). Muitas das substâncias estão dissolvidas,
constituindo o suco celular, cujo PH é geralmente ácido, pela
atividade de uma bomba de próton no tonoplasto. Em células especializadas
pode ocorrer um único vacúolo, originado a partir da união
de pequenos vacúolos de uma antiga célula meristemática.
(ex.: em células parenquimáticas o vacúolo chega a ocupar
90% do espaço celular).
Funções
Ativo em processos metabólicos, como: - armazenamento de substâncias
( vacúolos pequenos - acúmulo de proteínas, íons
e outros metabólitos). Um exemplo são os microvacúolos
do endosperma da semente de mamona (Ricinus communis), que contém grãos
de aleurona - processo lisossômico (através de enzimas digestivas,
existentes principalmente nos vacúolos centrais e bem desenvolvidos,
cujo tonoplasto sofre invaginações para englobar material citoplasmático
contendo organelas (a autofagia ocorre em células jovens ou durante
a senescência).
Origem
Se originam a partir do sistema de membranas do complexo golgiense. Seu tamanho
aumenta à medida que o tonoplasto incorpora vesículas derivadas
do aparelho de Golgi.
Plastos
Organelas que possuem um envelope, formado por duas membranas unitárias
contendo internamente uma matriz ou estroma, onde se situa um sistema de membranas
saculiformes achatadas, os tilacóides. O plastídio contém
DNA e ribossomos. São divididos em três grandes grupos: cloroplasto,
cromoplasto e leucoplasto. Originam-se de estruturas muito pequenas, os proplastídios
(que normalmente já ocorrem na oosfera, no saco embrionário
e nos sistemas meristemáticos). Quando os proplastídios se desenvolvem
na ausência de luz, apresentam um sistema especial, derivado da membrana
interna, originando tubos que se fundem e formam o corpo prolamelar. Esses
plastos são chamados estioplastos.
Cloroplastos
Possuem seu próprio DNA e seu genoma codifica algumas proteínas
específicas dessas organelas; contêm clorofila e estão
associados à fase luminosa da fotossíntese, sendo mais diferenciados
nas folhas. Seu sistema de tilacóides é formado por pilhas de
tilacóides em forma de discos, chamado de granos; é nesse sistema
que se encontra a clorofila. Na matriz ocorrem as reações de
fixação de gás carbônico para a produção
de carbohidratos, além de aminoácidos, ácidos graxos
e orgânicos. Pode haver formação de amido e lipídios,
estes últimos em forma de glóbulos (plastoglóbulos).
Cromoplastos
Portam pigmentos carotenóides (amarelos, vermelhos,alaranjados, etc);
são encontrados em estruturas coloridas, como pétalas, frutos
e algumas raízes. Surgem a partir dos cloroplastos.
Leucoplastos
Sem pigmentos
Podem armazenar várias substâncias:
Àmiloplastos
Armazenam amido.
Exemplo.: em tubérculos de batatinha inglesa (Solanum
tuberosum).
Proteinoplastos
Armazenam proteínas.
Elaioplastos
Armazenam lipídios.
Exemplo.: abacate (Persea americana).
Substâncias ergásticas
Produtos do metabolismo celular. Podem ser material de reserva ou produtos
descartados pelo metabolismo da célula. Encontradas na parede celular
e nos vacúolos, além de outros componentes protoplasmáticos.
As mais conhecidas são: amido, celulose, corpos de proteína,
lipídios, cristais de oxalato de cálcio (drusas, ráfides,
etc.), cristais de carbonato de cálcio (cistólitos) e de sílica
(estruturas retangulares, cônicas, etc.). Também são esgásticas
as substâncias fenólicas, resinas, gomas, borracha e alcalóides.
Muitas vezes as células que contêm essas substâncias são
diferentes morfo e fisiologicamente das demais, sendo denominadas idioblastos.
Fonte: www.unisanta.br
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