ALGUNS DOS PRINCIPAIS MÉTODOS CONCEPCIONAISO Brasil e uma nação em desenvolvimento que ainda não sente diretamente o problema da superpopulação e que não possui um programa oficial de controle de natalidade, como ocorre em alguns paises (China, por exemplo). O que existe em nosso país e uma grande pobreza e uma péssima distribuição da renda. Vários são os fatores que interferem nessa realidade, e não vamos resolvê-lo só com o controle de natalidade. Mas um planejamento familiar adequado pode ajudar.Isso pode ser conseguido oferecendo-se melhores condições de educação, pois, quanto mais esclarecidos formos, mais teremos condições de julgar e optar. Cada casal pode ter a liberdade de decidir quantos filhos que ter, mas nessa decisão deve pensar que qualidade de vida poderá dar aos filhos. Deve pesar também a sua responsabilidade frente ao problema da superpopulação mundial. Ter filhos deve ser uma decisão responsável.Vamos ver alguns dos principais métodos anticoncepcionais.Existem métodos reversíveis e métodos irreversíveis para se evitar a concepção. Reversível é o método que só evita a gestação enquanto estiver sendo utilizado, mas que permite o retorno a fecundidade quando se deixa de utiliza-lo; irreversível e aquele que, uma vez utilizado, faz cessar definitivamente a capacidade reprodutora.O texto a seguir foi escrito pela Professora Doutora Ceci Mendes Carvalho Lopes, ginecologista do Hospital das Clinicas da Universidade de São Paulo.
Métodos reversíveis1. Coito interrompidoSe o homem souber controlar o momento da ejaculação, pode remover o pênis da vagina pouco antes de ejacular. Com esse procedimento, evita que os espermatozóides penetrem no corpo feminino. Porem, há dois riscos: primeiro, pode ser que o homem não consiga faze-1o a tempo; segundo, antes da ejaculação pode ocorrer liberação de pequenas quan¬tidades de fluido seminal e há indícios de que essas pequenas quantidades já contem espermatozóides. Portanto, pode não ser um método muito eficiente. 2. Abstinência periódica ou método do ritmoA mulher pode identificar a época de sua ovulação e, assim, adotar métodos para evitar a gravidez.Há várias maneiras para isso. Uma delas e fazer a chamada "tabelinha".Os ciclos menstruais duram em geral 28 dias, e a ovulação ocorre por volta do 14° dia. Considerando que o ovócito e o espermatozóide permanecem viáveis por certo período de tempo, as relações sexuais devem ser evitadas cerca de 3 dias antes e 3 dias depois da data prevista para a ovulação. No caso, o período fértil poderia ser considerado do 11° ao 17° dia do ciclo.O problema e que os ciclos variam de mulher para mulher, e poderá variar ate na mesma mulher, por inúmeras razões, até mesmo por fatores de ordem emocional. Assim, a data da ovulação pode não ser o 14º dia.Uma maneira de fazer a "tabelinha" é a mulher anotar por vários meses a duração de seus ciclos menstruais, cada um deles contado do primeiro dia de um ciclo ao primeiro dia do ciclo seguinte.Para fazer a "tabelinha", deve-se considerar a duração do ciclo mais curto e a do ciclo mais longo. A ovulação geralmente ocorre cerca de 14 dias antes da próxima data prevista para a menstruação.Supondo que o ciclo mais curto tenha sido de 26 dias e o mais longo, de 30 dias, o calculo e feito da seguinte maneira:
subtraem-se 14 dias do tempo de duração do ciclo mais curto: no exemplo teríamos 26 -14 = 12; portanto a ovulação ocorreria no 12º dia do ciclo mais curto;
subtraem-se 14 dias do tempo de duração do ciclo mais longo: no exemplo teríamos 30 - 14 = 16; portanto a ovulação ocorreria no 16° dia do ciclo mais longo;subtraem-se pelo menos 3 dias da data de ovulação do ciclo mais curto e somam-se 3 dias a data da ovulação prevista no ciclo mais longo. O período que correspondera à fase provavelmente fértil no exemplo dado será do 9° ao 19° dia de qualquer ciclo menstrual. Os dias restantes serão os dias não-férteis. O grande inconveniente do método de controle da fertilidade pela abstinência sexual nos dias férteis e haver grande risco de erro de calculo, podendo ocorrer uma gravidez não-planejada. Quanto menos regular for o ciclo menstrual da mulher, maior será a possibilidade de o erro acontecer. 3. Camisinha ou condomA camisinha atua como uma "luva" que se veste sobre o pênis ereto e que serve para reter a ejaculação. Ela deve ser colocada antes da penetração do pênis, recobrindo-o totalmente. E importante deixar uma pequena folga sem ar no fun¬do da camisinha. Apos a ejaculação, o pênis deve ser retirado do corpo feminino enquanto ainda estiver ereto. Bem empregado, pode ser um bom método anticoncepcional, alem de diminuir o risco de contágio de algumas doenças sexualmente transmissíveis, como AIDS, sífilis e outras. A camisinha tem de ser de boa qualidade, e uma vez utilizada deve ser descartada e nunca reaproveitada.
4. Camisinha feminina ou femidomTrata-se de um dispositivo feito de polipropileno (menos alergênico do que o látex dos condoms) que parece um pequeno saco, com um aro na borda e outro aro solto no fundo. Esse dispositivo deve ser introduzido na vagina, deixando o aro da borda para fora; o aro do fundo serve como "lastro", ou seja, mantém o preservativo no lugar.O pênis deve penetrar no dispositivo. Ao término do ato sexual, gira-se o aro externo, prendendo o conteúdo dentro do preservativo, que então pode ser retirado e jogado fora. A camisinha feminina também protege contra doenças sexualmente transmissíveis, pois impede o contato das secreções dos parceiros 5. Diafragma vaginalO diafragma e uma cúpula de látex ou de silicone, com um aro elástico na borda, que se coloca dentro da vagina, formando uma barreira que bloqueia a passagem dos espermatozóides. E aplicado pela mulher, antes da relação sexual, e deve ser retirado algumas horas depois. Geralmente, e utilizada também uma geléia espermicida, da qual falaremos em seguida. 0 diafragma, desde que utilizado corretamente, na medida adequada e estando em boas condições, tem boa eficiência. 6. EspermicidasVarias substâncias químicas podem agir bloqueando a atividade dos espermatozóides, por isso são chamadas espermicidas. Eles podem ser utilizados na forma de geléias, comprimidos ou espumas que se aplicam na vagina antes da relação sexual. Existem camisinhas que já são vendidas com lubrificante espermicida, o que aumenta sua eficiência. Os espermicidas não são muito eficientes se forem utilizados como único método anticoncepcional, mas têm a vantagem de serem também anti-sépticos, diminuindo o risco de infecções transmitidas sexualmente. 7. Dispositivo intra-uterino (DIU)O DIU e um dispositivo de plástico ou metal, aplicado pelo medico dentro do útero. Esse dispositi¬vo parece provocar uma hostilidade no interior do útero, o que impede a fecundação e a implantação do óvulo, caso este seja fecundado. A eficiência do DIU e bastante alta. O inconveniente e que ele pode fazer a menstruação ficar mais abundante e pode causar cólicas menstruais.
8. Anticoncepcionais hormonaisOs hormônios femininos, em doses adequadas, podem agir impedindo a ovulação. Por isso, são os mais eficientes métodos anticoncepcionais reversíveis que existem ate hoje, e sua indicação deve ser feita a critério medico. O tipo mais conhecido e o que se apresenta sob a forma de comprimido: a pílula anticoncepcional ou simplesmente pílula.Outro tipo de contraceptivo hormonal e o injetável. Existem varias formulações, tanto para use mensal (uma injeção ao mês) como para uso trimestral (uma injeção a cada 3 meses). Seu efeito e muito semelhante ao da pílula.Existe ainda um contraceptivo hormonal de longa duração implantado sob a pele. Tem de ser aplicado e retirado por um medico, por meio de um pequeno procedimento cirúrgico normalmente realizado no próprio consultório. E sugerido principalmente para mulheres que já tenham tido os filhos desejados, pois se trata de um método para use prolongado.
Métodos ireversíveisMuitas vezes, as pessoas procuram um método que as torne definitivamente estéreis. Isso também pode ser indicado em certas doenças, como as cardíacas, em que há risco para a saúde da mulher se ela ficar grávida. Há muitos métodos que normalmente exigem algum tipo de cirurgia. Os mais comuns são a laqueadura tubária e a vasectomia, que devem ser considerados métodos definitivos. Porem, em determinados casos pode haver a possibilidade de se fazer outra cirurgia para reverter o estado de esterilidade, nem sempre se obtendo bons resultados. 1. Laqueadura tubáriaLaqueadura ou ligadura tubária e um procedimento cirúrgico em que se interrompe a permeabilidade das tubas uterinas (há varias maneiras de fazê-lo). Com essa interrupção, não há mais a passagem do ovócito, não mais ocorrendo o encontro dele corn os espermatozóides. Por isso não há fecundação e o ovócito e reabsorvido, embora continue sendo produzido normalmente.
2. VasectomiaÉ uma cirurgia em que se secciona o duto deferente, interrompendo o caminho que é normalmente percorrido pelos espermatozóides. De fácil realização, essa cirurgia pode ser feita ate em consultório com anestesia local. A produção hormonal e todos os de¬mais detalhes do funcionamento do sistema genital masculino permanecem inalterados.
Um pouco sobre a eficiência dos métodos anticoncepcionais Os métodos mais eficientes de todos são os irreversíveis, mas eles devem ser utilizados apenas em algumas situações especiais. Dentre os reversíveis, os mais eficazes são os hormonais, depois o DIU, seguido dos métodos de barreira (condom, camisinha feminina é diafragma), e, por ultimo, os comportamentais ("tabelinha" e coito interrompido).Esse texto foi extraído do livro Bio: volume único – p. 138-141 - 1ª ed. - Sonia Lopes da editora Saraiva 2004 – São Paulo.
Métodos reversíveis1. Coito interrompidoSe o homem souber controlar o momento da ejaculação, pode remover o pênis da vagina pouco antes de ejacular. Com esse procedimento, evita que os espermatozóides penetrem no corpo feminino. Porem, há dois riscos: primeiro, pode ser que o homem não consiga faze-1o a tempo; segundo, antes da ejaculação pode ocorrer liberação de pequenas quan¬tidades de fluido seminal e há indícios de que essas pequenas quantidades já contem espermatozóides. Portanto, pode não ser um método muito eficiente. 2. Abstinência periódica ou método do ritmoA mulher pode identificar a época de sua ovulação e, assim, adotar métodos para evitar a gravidez.Há várias maneiras para isso. Uma delas e fazer a chamada "tabelinha".Os ciclos menstruais duram em geral 28 dias, e a ovulação ocorre por volta do 14° dia. Considerando que o ovócito e o espermatozóide permanecem viáveis por certo período de tempo, as relações sexuais devem ser evitadas cerca de 3 dias antes e 3 dias depois da data prevista para a ovulação. No caso, o período fértil poderia ser considerado do 11° ao 17° dia do ciclo.O problema e que os ciclos variam de mulher para mulher, e poderá variar ate na mesma mulher, por inúmeras razões, até mesmo por fatores de ordem emocional. Assim, a data da ovulação pode não ser o 14º dia.Uma maneira de fazer a "tabelinha" é a mulher anotar por vários meses a duração de seus ciclos menstruais, cada um deles contado do primeiro dia de um ciclo ao primeiro dia do ciclo seguinte.Para fazer a "tabelinha", deve-se considerar a duração do ciclo mais curto e a do ciclo mais longo. A ovulação geralmente ocorre cerca de 14 dias antes da próxima data prevista para a menstruação.Supondo que o ciclo mais curto tenha sido de 26 dias e o mais longo, de 30 dias, o calculo e feito da seguinte maneira:
subtraem-se 14 dias do tempo de duração do ciclo mais curto: no exemplo teríamos 26 -14 = 12; portanto a ovulação ocorreria no 12º dia do ciclo mais curto;
subtraem-se 14 dias do tempo de duração do ciclo mais longo: no exemplo teríamos 30 - 14 = 16; portanto a ovulação ocorreria no 16° dia do ciclo mais longo;subtraem-se pelo menos 3 dias da data de ovulação do ciclo mais curto e somam-se 3 dias a data da ovulação prevista no ciclo mais longo. O período que correspondera à fase provavelmente fértil no exemplo dado será do 9° ao 19° dia de qualquer ciclo menstrual. Os dias restantes serão os dias não-férteis. O grande inconveniente do método de controle da fertilidade pela abstinência sexual nos dias férteis e haver grande risco de erro de calculo, podendo ocorrer uma gravidez não-planejada. Quanto menos regular for o ciclo menstrual da mulher, maior será a possibilidade de o erro acontecer. 3. Camisinha ou condomA camisinha atua como uma "luva" que se veste sobre o pênis ereto e que serve para reter a ejaculação. Ela deve ser colocada antes da penetração do pênis, recobrindo-o totalmente. E importante deixar uma pequena folga sem ar no fun¬do da camisinha. Apos a ejaculação, o pênis deve ser retirado do corpo feminino enquanto ainda estiver ereto. Bem empregado, pode ser um bom método anticoncepcional, alem de diminuir o risco de contágio de algumas doenças sexualmente transmissíveis, como AIDS, sífilis e outras. A camisinha tem de ser de boa qualidade, e uma vez utilizada deve ser descartada e nunca reaproveitada.
4. Camisinha feminina ou femidomTrata-se de um dispositivo feito de polipropileno (menos alergênico do que o látex dos condoms) que parece um pequeno saco, com um aro na borda e outro aro solto no fundo. Esse dispositivo deve ser introduzido na vagina, deixando o aro da borda para fora; o aro do fundo serve como "lastro", ou seja, mantém o preservativo no lugar.O pênis deve penetrar no dispositivo. Ao término do ato sexual, gira-se o aro externo, prendendo o conteúdo dentro do preservativo, que então pode ser retirado e jogado fora. A camisinha feminina também protege contra doenças sexualmente transmissíveis, pois impede o contato das secreções dos parceiros 5. Diafragma vaginalO diafragma e uma cúpula de látex ou de silicone, com um aro elástico na borda, que se coloca dentro da vagina, formando uma barreira que bloqueia a passagem dos espermatozóides. E aplicado pela mulher, antes da relação sexual, e deve ser retirado algumas horas depois. Geralmente, e utilizada também uma geléia espermicida, da qual falaremos em seguida. 0 diafragma, desde que utilizado corretamente, na medida adequada e estando em boas condições, tem boa eficiência. 6. EspermicidasVarias substâncias químicas podem agir bloqueando a atividade dos espermatozóides, por isso são chamadas espermicidas. Eles podem ser utilizados na forma de geléias, comprimidos ou espumas que se aplicam na vagina antes da relação sexual. Existem camisinhas que já são vendidas com lubrificante espermicida, o que aumenta sua eficiência. Os espermicidas não são muito eficientes se forem utilizados como único método anticoncepcional, mas têm a vantagem de serem também anti-sépticos, diminuindo o risco de infecções transmitidas sexualmente. 7. Dispositivo intra-uterino (DIU)O DIU e um dispositivo de plástico ou metal, aplicado pelo medico dentro do útero. Esse dispositi¬vo parece provocar uma hostilidade no interior do útero, o que impede a fecundação e a implantação do óvulo, caso este seja fecundado. A eficiência do DIU e bastante alta. O inconveniente e que ele pode fazer a menstruação ficar mais abundante e pode causar cólicas menstruais.
8. Anticoncepcionais hormonaisOs hormônios femininos, em doses adequadas, podem agir impedindo a ovulação. Por isso, são os mais eficientes métodos anticoncepcionais reversíveis que existem ate hoje, e sua indicação deve ser feita a critério medico. O tipo mais conhecido e o que se apresenta sob a forma de comprimido: a pílula anticoncepcional ou simplesmente pílula.Outro tipo de contraceptivo hormonal e o injetável. Existem varias formulações, tanto para use mensal (uma injeção ao mês) como para uso trimestral (uma injeção a cada 3 meses). Seu efeito e muito semelhante ao da pílula.Existe ainda um contraceptivo hormonal de longa duração implantado sob a pele. Tem de ser aplicado e retirado por um medico, por meio de um pequeno procedimento cirúrgico normalmente realizado no próprio consultório. E sugerido principalmente para mulheres que já tenham tido os filhos desejados, pois se trata de um método para use prolongado.
Métodos ireversíveisMuitas vezes, as pessoas procuram um método que as torne definitivamente estéreis. Isso também pode ser indicado em certas doenças, como as cardíacas, em que há risco para a saúde da mulher se ela ficar grávida. Há muitos métodos que normalmente exigem algum tipo de cirurgia. Os mais comuns são a laqueadura tubária e a vasectomia, que devem ser considerados métodos definitivos. Porem, em determinados casos pode haver a possibilidade de se fazer outra cirurgia para reverter o estado de esterilidade, nem sempre se obtendo bons resultados. 1. Laqueadura tubáriaLaqueadura ou ligadura tubária e um procedimento cirúrgico em que se interrompe a permeabilidade das tubas uterinas (há varias maneiras de fazê-lo). Com essa interrupção, não há mais a passagem do ovócito, não mais ocorrendo o encontro dele corn os espermatozóides. Por isso não há fecundação e o ovócito e reabsorvido, embora continue sendo produzido normalmente.
2. VasectomiaÉ uma cirurgia em que se secciona o duto deferente, interrompendo o caminho que é normalmente percorrido pelos espermatozóides. De fácil realização, essa cirurgia pode ser feita ate em consultório com anestesia local. A produção hormonal e todos os de¬mais detalhes do funcionamento do sistema genital masculino permanecem inalterados.
Um pouco sobre a eficiência dos métodos anticoncepcionais Os métodos mais eficientes de todos são os irreversíveis, mas eles devem ser utilizados apenas em algumas situações especiais. Dentre os reversíveis, os mais eficazes são os hormonais, depois o DIU, seguido dos métodos de barreira (condom, camisinha feminina é diafragma), e, por ultimo, os comportamentais ("tabelinha" e coito interrompido).Esse texto foi extraído do livro Bio: volume único – p. 138-141 - 1ª ed. - Sonia Lopes da editora Saraiva 2004 – São Paulo.
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