Na publicação "O meio ambiente da Grande Natal", geógrafo Elias Nunes chama a atenção para os males que atingem a Região Metropolitana.
Alguns problemas ambientais na Região Metropolitana de Natal parecem crônicos. Alagamentos, contaminação de solo e águas por lixões e cemitérios irregulares são alguns dos exemplos listados pelo geógrafo ambientalista Elias Nunes em seu livro “O Meio Ambiente da Grande Natal”, lançado esta semana.
O mais grave, entretanto, pode ser a ausência de saneamento básico. De acordo com o especialista, somente 30% da capital potiguar é saneada e alguns municípios da região chegam a ter 0%. Parnamirim, que “tem avançado”, conta com apenas 15%.
“Estamos ainda muito aquém do desejado. Trata-se de um problema que não era mais pra existir. Estamos há dez anos no século 21 tratando de um assunto resolvido há 50 anos”.
No livro, Elias aborda também a proliferação do uso das fossas, ainda muito presente no Estado. Além disso, as enchentes periódicas nas áreas urbanas recebem destaque, com foco na drenagem de rios que compõem a região metropolitana, principalmente Potengi e Pitimbu. O rio Jundiaí também é citado como uns dos pontos que sofre com alagamentos durante as chuvas mais torrenciais.
Outra questão a ser discutida na região é a produção de resíduos sólidos: o lixo doméstico e o lixo industrial.
“Lamentavelmente nem todos os municípios que compõem a região metropolitana utilizam o aterro sanitário metropolitano localizado em Ceará-Mirim gerando desperdício de material que poderia ser reciclado. Temos municípios que jogam o lixo em lixões. Ao mesmo tempo, os materiais que são reciclados são pouco utilizados”, aponta.
Os sepultamentos são feitos direto no solo, ao invés de túmulos de concreto, entumação. “Existe uma lei que disciplina o sistema de sepultamento, mas não é levado em consideração. Só os privados – Parnamirim, Extremoz e Macaíba – é que obedecem. Os públicos, em geral, realizam o sepultamento comum, direto no solo”, disse, lembrando que seu trabalho fala de forma abrangente das características físicas; geologia, solo, relevo, águas subterrâneas para então entrar nos problemas ambientais, incluindo ainda a legislação ambiental e o Plano Diretor de Natal.
“O livro contém um mapa, uma carta geoambiental da Grande Natal, destacando as áreas mais vulneráveis a riscos ambientais e menos vulneráveis. Mostra uma evolução dos problemas ambientais e que muita coisa ainda tem que ser feito, sugerindo medidas correção pra se ter um ambiente mais sustentável”, resume sobre a leitura indicada principalmente para profissionais das áreas de Geografia, Geologia, Engenharia Sanitária, Biologia, Direito, Química, Sociologia e demais ciências preocupadas com a temática ambiental.
Sobre o autor – Professor do curso de Graduação e Pós-Graduação em Geografia da UFRN, Elias Nunes também é presidente da Agencia Reguladora de Serviços de Saneamento Básico do Município de Natal (Arsban). Além do título “O Meio Ambiente da Grande Natal”, também é autor do livro "Geografia Física do Rio grande do Norte".
Serviço:
O Meio Ambiente da Grande Natal190 páginas
R$ 35
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