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5 de set. de 2019

DISTROFIA MUSCULAR DE DUCHENNE

Distrofia de Duchenne

Distrofias musculares | Entrevista
A distrofia de Duchenne é uma doença genética degenerativa e incapacitante que acomete apenas meninos. Sua principal característica é a degeneração progressiva do músculo, em decorrência da ausência de uma proteína. 

Distrofia de Duchenne é uma doença genética de caráter recessivo, ligada ao cromossomo X, degenerativa e incapacitante. O gene defeituoso é transmitido simultaneamente pelo pai e pela mãe, que é assintomática. No entanto, cerca de 1/3 dos casos ocorre por mutação genética nova.

Veja também: Distrofias musculares

Só os meninos desenvolvem essa enfermidade, que se caracteriza pela ausência de uma proteína essencial para a integridade do músculo, que vai degenerando progressivamente.

SINTOMAS


A criança nasce normal, mas demora um pouco para andar. Entre dois e quatro anos, cai muito. Por volta dos sete anos deixa de correr, de subir escadas. Aos 12 anos aproximadamente, perde a capacidade de andar. Ao longo de todo esse período, ocorrem contraturas nas articulações.
O quadro de distrofia de Duchenne vai se agravando até o comprometimento atingir toda a musculatura esquelética e surgirem problemas cardíacos e respiratórios, estes últimos em virtude das alterações ocorridas no músculo diafragma e não porque os pulmões estejam afetados.

DIAGNÓSTICO


Níveis elevados de CPK (creatinofosfoquinase) podem ser detectados prematuramente nos primeiros meses de vida. O exame de sangue para análise do DNA permite o diagnóstico definitivo em 60%, 70% dos casos. Nos 30% restantes, é necessário fazer biópsia do músculo para identificar a proteína ausente.

TRATAMENTO


A grande esperança de tratamento para os portadores da distrofia de Duchenne está no potencial das células-tronco embrionárias para formar os tecidos necessários para substituir o músculo que está se degenerando.
Enquanto isso não é possível, pode-se recorrer:
  • Ao tratamento precoce com corticoides que ajudam a diminuir os processo inflamatório do músculo;
  • À fisioterapia e à hidroterapia, recursos importantes para controlar a progressão da doença;
  • Ao uso de aparelhos BiPAP de ventilação assistida para proporcionar maior conforto para esses pacientes.

RECOMENDAÇÕES


  • O Programa de Assistência Ventilatória Não Invasiva a Pacientes Portadores de Distrofia Muscular Progressiva do Ministério da Saúde liberou o acesso a aparelhos BiPAP para os pacientes com a doença, que devem procurar por eles na secretaria de saúde de seu estado;
  • O ABDIM (Associação Brasileira de Distrofia Muscular) é uma entidade especializada no atendimento de crianças carentes com distrofia muscular, onde elas recebem os cuidados necessários para controlar a evolução da doença;
  • Fisioterapia e hidroterapia, assim como aulas de arte, música e computação, por exemplo, são atividades que ajudam a melhorar a qualidade de vida dos pacientes;
  • Apesar dos entraves políticos e religiosos, espera-se que, antes do tempo previsto, as pesquisas com células-tronco embrionárias mostrem como é possível fabricar músculos para substituir aqueles que estão se degenerando nos portadores da distrofia de Duchenne. Não desanimem.
RELACIONADOS


D

ALCAPTONÚRIA

 

Alcaptonúria: indícios na infância, eclosão na idade adulta

Simon Laxon & familySimon Laxon tinha seis semanas quando lhe foi diagnosticada a Alcaptonúria. Os médicos não sabiam muito sobre a Alcaptonúria e disseram aos meus pais que era uma doença genética inofensiva que não causava quaisquer problemas até à idade adulta, mas que mais tarde iria fazer com que a cartilagem das minhas orelhas e do nariz se tornasse azul. Não causou grande impacto quando eu era mais novo, em que praticamente não tive sintomas», refere Simon.

«Só em 1997, quando desfaleci no trabalho com fortes dores lombares, é que tive consciência do quanto esta doença iria virar o meu mundo do avesso.» Como os registos hospitalares anteriores de Simon tinham sido destruídos num incêndio, as dores lombares foram inicialmente diagnosticadas como artrite. Foram precisos 4 anos para que os médicos percebessem que a Alcaptonúria era a raiz do problema de Simon.

A Alcaptonúria, cuja incidência é de 1 a 9 num milhão, pode ser difícil de diagnosticar. Trata-se de uma doença genética que afecta todos os sistemas do corpo. A artropatia – doença nas articulações, caracterizada por inchaço e por aumento do tamanho dos ossos – e a descoloração da pele são o que causa a maior incapacidade.

Muitas das pessoas afectadas são assintomáticas e não têm consciência da doença até à idade adulta. Por vezes, manchas negras nas fraldas podem ser um indicador da doença nos bebés, mas normalmente os sintomas aparecem muito mais tarde.

Anne KerriganNo caso de Anne Kerrigan, a manifestação da doença seguiu este caminho mais comum. Tal como Simon, Anne era uma criança que adorava praticar desporto mas, ao contrário dele, a Alcaptonúria só lhe foi diagnosticada quando tinha 50 anos, apesar de os sintomas se terem manifestado em 1992, quando tinha 33 anos. Anne começou a sentir fortes dores lombares e foi-lhe diagnosticada osteoartrite.

«Acho que as minhas orelhas ficaram azuis por volta de 2003, foi um amigo que reparou. Os meus olhos começaram a ficar com marcas de pigmentação por volta de 2004. Há anos que eu me ressentia dos joelhos, às vezes iam-se abaixo sem razão aparente mas, em 2005, ambos os joelhos ficaram bastante inchados e doridos depois de uma noite a jogar bowling com uns amigos. Fui tratada com tudo e mais alguma coisa – analgésicos, injecções de esteróides, cirurgia laparoscópica – ao meu joelho esquerdo. Disseram-me que o interior do meu joelho estava negro e tinha sangue seco!» explica Anne. Passou seis meses em consultas de hematologia. Não encontraram nada de errado no sangue dela e a 7 de Outubro de 2007 foi submetida a uma operação de substituição total do joelho. Disseram-lhe que tinha uma doença rara chamada Sinovite Vilonodular Pigmentada. «Nunca mais deixei de ter dores no joelho, que ficava inchado depois de alguma actividade, daí que tivesse de ser novamente substituído em Fevereiro de 2009. Continuo a ter dores nesse joelho e o direito também precisa de ser substituído.»

Em Dezembro de 2009, foi-lhe diagnosticada Alcaptonúria. «Fiquei em choque, mas ao mesmo tempo satisfeita por saber o que é que estava mal comigo e ter um nome para lhe dar», conta Anne. «O maior problema é o sentimento de isolamento e o facto de as pessoas não perceberem o que é a Alcaptonúria.»

Para Simon, o maior problema é não ser capaz de levar uma vida «normal». «Não tenho conseguido ajudar a minha família financeiramente e o fardo está agora nos ombros da minha mulher. Não posso praticar actividades físicas com os meus filhos. Com 44 anos, por fora pareço razoavelmente saudável, mas por dentro sinto-me como se tivesse 100 anos.»

Para Simon e para Anne, o apoio da família e dos amigos é extremamente importante mas, como Anne explica, «quero mesmo conhecer outras pessoas com Alcaptonúria que entendam o que eu sinto». Para ficar a saber mais sobre a doença e atenuar o seu sentimento de isolamento, tanto um como o outro entraram em contacto com a AKU Society (Sociedade de Alcaptonúria). Anne só recentemente conheceu a AKU Society, mas Simon tem uma ligação mais longa com a instituição, que foi fundada em 2003. Simon tornou-se amigo de Robert Gregory, fundador da instituição e ele próprio afectado pela doença há mais de 12 anos.

AKU Society tem 78 membros no Reino Unido e cerca de 500 membros no resto do mundo. Bev Hebden, gestor de projecto da instituição, explica que os objectivos desta são a sensibilização para a doença, a identificação das pessoas que têm a doença e a prestação de apoio e de informação. A instituição tem ligações a outros grupos de Alcaptonúria, como a Alcap, em França, e recentemente tornou-se membro da EURORDIS. A sua intenção é participar em pelo menos 3 conferências por ano. Em Outubro de 2010, a AKU Society estará presente numa conferência sobre reumatologia para médicos de família, em Harrogate, no Reino Unido. Em Setembro, vai levar a cabo um encontro de doentes em Liverpool, no Reino Unido.

Para Simon e para Anne, a AKU Society é um recurso valioso, tanto em termos do que recebem como daquilo que dão. Conforme Simon explica: «Tenho esperança de ainda estar vivo quando for descoberta uma cura para esta doença destrutiva. Estou disposto a ajudar naquilo que possa, quer seja na divulgação, quer a participar em ensaios clínicos, se isso vier a ajudar nem que seja uma única pessoa no futuro.»

FIBROSE CÍSTICA

O que é Fibrose cística?

fibrose cística, também conhecida como mucoviscidose, é uma doença genética, hereditária, autossômica e recessiva, ou seja, passa de pai/mãe para filho(a). Sua principal característica é o acúmulo de secreções mais densas e pegajosas nos pulmões, no trato digestivo e em outras áreas do corpo.
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Sinônimos

Mucoviscidose.

Causas

A fibrose cística é causada por um gene defeituoso que faz com que o corpo produza um líquido anormalmente denso e pegajoso, conhecido popularmente como muco, que se acumula nas passagens respiratórias dos pulmões e também no pâncreas.
Esse amontoado de muco resulta em infecções pulmonares que podem colocar a vida do paciente em risco, e podem levar a problemas digestivos graves também. A doença ainda pode afetar as glândulas sudoríparas e o sistema reprodutivo masculino.
A maioria das crianças com fibrose cística é diagnosticada até os dois anos de idade. Um número menor, no entanto, só é diagnosticado com 18 anos ou mais. Esses pacientes geralmente têm uma forma mais branda da doença.
Ncística, já que a doença é hereditária. Ela também é mais comum em pessoas caucasianas, principalmente descendentes deeuropeus.

Sintomas

Sintomas de Fibrose cística

Os sinais e sintomas de fibrose cística variam de acordo com a idade do paciente. Em recém-nascidos, é possível observar:
Com o passar dos anos, o paciente pode apresentar:

Diagnóstico e Exames

Buscando ajuda médica

Procure um médico se uma pessoa com fibrose cística desenvolver sintomas novos ou se os sintomas piorarem, especialmente se houver dificuldade respiratória grave ou expectoração de sangue.
Busque assistência especializada se você ou seu filho tiverem:

Na consulta médica

Especialistas que podem diagnosticar fibrose cística são:
  • Clínico geral
  • Genética médica
  • Gastroenterologia
  • Pneumologia

Estar preparado para a consulta pode facilitar o diagnóstico e otimizar o tempo. Dessa forma, você já pode chegar à consulta com algumas informações:
  • Uma lista com todos os sintomas e há quanto tempo eles apareceram
  • Histórico médico, incluindo outras condições que o paciente tenha e medicamentos ou suplementos que ele tome com regularidade
  • Se possível, peça para uma pessoa te acompanhar.
O médico provavelmente fará uma série de perguntas, tais como:
  • Quando os sintomas surgiram?
  • Qual a intensidade dos sintomas?
  • Os sintomas são ocasionais ou frequentes?
  • Você ou seu filho teve febre, fadiga, perda de apetite, dores ou outros sintomas que possam estar associados à pneumonia?
Não hesite em fazer perguntas, caso elas ocorram no momento da consulta.

Diagnóstico de Fibrose cística

Para fazer o diagnóstico, o médico poderá pedir a realização de alguns exames específicos, dependendo da idade do paciente:
  • Teste do suor
  • Teste do pezinho, feito rotineiramente nas maternidades para identificar três doenças congênitas
  • Teste genético, que identifica apenas os tipos mais frequentes da doença, mas que, mesmo assim, costuma ajudar a diagnosticar a grande maioria dos casos de fibrose cística
Outros testes que identificam problemas que podem estar relacionados à fibrose cística incluem:
  • Raio-X ou tomografia computadorizada do tórax
  • Teste de gordura nas fezes
  • Teste de funcionamento dos pulmões
  • Medição da função pancreática
  • Teste de estimulação da secretina
  • Tripsina e quimotripsina nas fezes
  • Série do trato gastrointestinal superior (GI) e do intestino delgado
Quanto mais cedo se descobrir a fibrose cística, melhor a qualidade de vida e mais tempo o paciente viverá – já que não há cura para a doença.

FENILCETONÚRIA


Fenilcetonúria (PKU)



estrutura de DNA



estrutura de DNA
Os portadores de fenilcetonúria não conseguem metabolizar a fenilalanina, portanto o excesso dessas moléculas no sangue se transforma num ácido fenilpirúvico, que exerce ação tóxica em vários órgãos, especialmente no cérebro.

Fenilcetonúria (PKU, na sigla em inglês) é uma doença decorrente de um erro inato do metabolismo de aminoácidos, que ocorre por herança autossômica recessiva. Isso significa que a criança precisa receber um gene alterado da mãe e outro do pai para desenvolver o distúrbio.
A mutação nesse gene provoca um defeito na codificação de uma enzima, a fenilalanina hidroxilase (PAH), necessária para transformar o aminoácido essencial fenilalanina – que o organismo não produz, mas retira dos alimentos proteicos – em tirosina, outro aminoácido importante para a estrutura das proteínas.
Como os portadores de fenilcetonúria não conseguem metabolizar a fenilalanina, o excesso dessas moléculas no sangue se transforma num ácido fenilpirúvico, que exerce ação tóxica em vários órgãos, especialmente no cérebro.

SINTOMAS


Recém-nascidos portadores do distúrbio são assintomáticos. Sem tratamento, porém, logo nos primeiros meses de vida, começam a surgir os seguintes sinais da doença, que podem variar de intensidade conforme o caso:
  • Atraso no desenvolvimento neuropsicomotor;
  • Retardo mental;
  • tremores;
  • Movimentos descoordenados de pernas e braços;
  •  Hiperatividade;
  •  Cabeça pequena (microcefalia);
  •  Convulsões;
  • Lesões cutâneas semelhantes ao eczema;
  • Odor no suor e na urina parecido com o do bolor ou da urina de rato;
  • Pele, cabelos e olhos claros, porque a fenilalanina não se converte  em tirosina, aminoácido envolvido na síntese de melanina, o pigmento que dá cor à pele.

CLASSIFICAÇÃO


De acordo com o erro metabólico envolvido, que se reflete sobre a atividade maior ou menor da enzima fenilalanina hidroxilase (PAH), e os níveis plasmáticos de fenilalanina (FAL), a doença admite a seguinte classificação:
  • Fenilcetonúria clássica – enzima quase ausente e níveis plasmáticos de FAL elevados – é a forma mais grave da doença; sem tratamento, o portador desenvolve lesões cerebrais irreversíveis;
  • Fenilcetonúria leve – índices moderados de um e outro componente – os pacientes dependem do tratamento para controlar a evolução da doença;
  • Hiperfenilalninemia transitória ou permanente – atividade superior de PAH e inferior de FAL – quadro benigno sem manifestações clínicas.

LEUCODISTROFIA

Leucodistrofias

Genética da doença: 
As leucodistrofias são doenças progressivas, geneticamente determinadas, que afetam o sistema nervoso em decorrência de alterações na bainha de mielina (estrutura que reveste as células nervosas).
Muitos são os genes que atuam nos diferentes passos do processo de mielinização dos neurônios. Em virtude da heterogeneidade genética, o grupo das leucodistrofias comporta vários padrões de herança, como a herança autossômica recessiva e dominante, além da herança ligada ao cromossomo X. Cada um destes padrões de herança corresponde a riscos de recorrência da doença muito diferentes, o que reforça a importância do aconselhamento genético para o paciente e seus familiares.
Na maioria dos casos, a leucodistrofia é herdada, mas há relatos de mutação de novo. Nesta situação, o risco de recorrência na irmandade de um afetado é desprezível.

Quadro Clínico: 
As leucodistrofias constituem um grupo heterogêneo de doenças, com grande variabilidade clínica. Esta variabilidade reflete diferenças na etiologia genética, que levam ao comprometimento de regiões do sistema nervoso específicas para cada leucodistrofia.
Em geral, os sinais clínicos se manifestam após um período de vida livre de qualquer sintoma. Nos estágios iniciais, os sinais clínicos são pouco reconhecidos. As manifestações ocorrem de maneira gradual, sendo paulatinamente notadas como: mudança no tônus corporal e nos movimentos, alterações de marcha, fala, visão, audição, comportamento, memória e processos mentais.
O diagnóstico específico depende de exames de imagem, como a ressonância magnética e a tomografia computadorizada, e da realização de análises bioquímicas. Entre estas, podem ser indicadas, por exemplo, a dosagem de ácidos graxos de cadeia muito longa (cujos níveis encontram-se elevados na leucodistrofia chamada de adrenoleucodistrofia ligada ao cromossomo X) e a determinação da atividade de algumas enzimas lisossomais (como a arilsulfatase A, que apresenta níveis anormais na leucodistrofia metacromática, e a galactocerebrosidase, alterada na Doença de Krabbe).
Exemplos de leucodistrofias:
Adrenoleucodistrofia
Adrenoleucodistrofia ligada ao X
Doença de Alexander
Doença de Canavan
Doença de Krabbe
Doença de Pelizaeus Merzbacher (paraplegia espástica ligada ao X)
Doença de Refsum
Leucodistrofia metacromática
Síndrome 18q com deficiência de proteína básica mielina
Síndrome de Aicardi-Goutieres
Síndrome de Zellweger


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