INFLUENZA AVIÁRIA
Introdução
A gripe aviária é uma doença viral, causada pelo vírus Influenza do tipo A, que acomete os tratos respiratórios, digestivo e sistema nervoso de várias espécies de aves. A doença pode ocorrer em muitas espécies de aves domésticas e silvestres.
Até recentemente não se considerava possível a transmissão direta do vírus totalmente aviário ao homem. Sua primeira associação ocorreu em Hong Kong em 1997, durante uma epidemia em aves domésticas causada pelo subtipo viral H5N1. Nesta epidemia 18 trabalhadores de mercado de aves adoeceram e 6 deles evoluíram para óbito. Após este ocorrido verificou-se que o H5N1 havia ultrapassado a barreira entre as espécies sem que fosse necessária a recombinação genética com o vírus humano.
Em 2003 foi notificado uma epidemia pelo Influenza A (H5N1), que atingiu a Coréia do Sul, ocorrendo o óbito de 19.000 galinhas, tendo rápida disseminação para os demais países asiáticos. Em 2004 no Vietnã, foram descritos os primeiros casos de doença humana, e estudos confirmaram tratar-se de uma cepa de H5N1 diferente da identificada em 1997 e 2003. Confirmou-se assim a emergência de uma nova cepa e consequentemente o risco potencial para o surgimento de uma pandemia.
Taxonomia
Família: Orthomyxoviridae.
Ordem: Orthomyxiovirus.
Gênero: Influenzavirus.
Tipo A: acomete humanos, eqüinos, suínos e aves.
Tipo B: somente humanos.
Tipo C: somente humanos.
O nome de estirpes do vírus da Influenza Aviária (IA) deve incluir: tipo do vírus (A, B ou C), o hospedeiro, origem geográfica, número de registro, ano de isolamento e descrição antigênica entre parênteses.
Exemplo: A/turkey/1/68 (H8N4).
Etiologia
Os vírus influenza são RNA vírus de cadeia simples. O RNA está contido em oito segmentos individuais que codificam dez proteínas diferentes. Os vírus são geralmente esféricos podendo atingir 200nm. As partículas virais possuem envelopes de onde saem glicoproteínas, hemaglutinina (HÁ) e neuroaminidase (NA) que determinam os subtipos e são responsáveis pela antigenicidade e virulência do vírus. Os tipos A, B e C são determinados pela proteína de membrana M e pela proteína do núcleo PN.
Até o momento foram registrados 16 diferentes proteínas HÁ e 9 diferentes proteínas NA. A HÁ é a responsável pela ligação do vírus ao receptor da célula do hospedeiro pela penetração do vírus na membrana citoplasmática e também pela capacidade hemaglutinante do vírus. A NA é a responsável pela liberação de novos vírus das células do hospedeiro por meio de sua ação sobre o ácido neuramínico na célula.
A HÁ do vírus aviário liga-se aos receptores a-2,3 ácido siálico. Já o vírus humano liga-se a receptores a-2,6 ácido siálico das células epiteliais do trato respiratório.
O vírus Influenza pode acumular mutações pontuais, chamadas de antigenic drift. Profundas alterações genéticas ocorrem quando há recombinação genética entre cepas virais diferentes chamadas de antigenic shif. Para que ocorra esta recombinação genética é necessária a existência de um hospedeiro intermediário que permita a infecção de cepas virais diferentes numa mesma célula. Até agora, acredita-se que o porco deva ser o principal hospedeiro para o surgimento dessas recombinações, já que, apresentam ambos receptores.
Resistência
As cepas virais supracitadas apresentam as seguintes resistências:
• Temperatura: Inativado a 56ºC por 3 horas, ou 60ºC por 30 minutos
• pH: Inativado em pH ácido
• Químicos: Inativado por agentes oxidantes, dodecil sulfato sódico, solventes lipídicos e ß-propiolactona
• Desinfetantes: Inativado por compostos à base de formol e iodo.
• Sobrevivência: Permanece viável por longos períodos em tecidos, fezes e na água; também viável por longos períodos a temperatura de refrigeração, e o congelamento conserva o vírion por período inderteminado.
Hospedeiros
Os vírus da IA estão presentes em muitas áreas de criação avícola, infectando diversas espécies de aves, entre elas: galinhas domésticas, perus, patos, codornas, avestruzes e emas. Aves silvestres e, sobretudo, aves aquáticas migratórias são consideradas importantes reservatórios dos vírus da IA, sendo na maior parte dos casos responsáveis pelo início dos surtos da doença em todo o mundo.
Transmissão
A transmissão, de ave para ave, ocorre pelo contato com as secreções das aves infectadas (fezes e oronasais) ou fômites contaminados. Os ovos quebrados que estiverem contaminados podem infectar os pintos no incubatório. As aves aquáticas e marinhas contaminadas podem infectar outras aves suscetíveis mesmo sem apresentar sinais clínicos.
Os mecanismos de transmissão direta do vírus aviário ao homem são pouco conhecidos. O contato com aves e superfícies contaminadas com suas secreções parece ser a principal via de infecção. Porém poderá ocorrer também por via respiratória através da inalação de aerossóis.
Patogenia
A patogenia da IA ainda não está completamente elucidada, mas a doença humana com infecções fatais pelo H5 é provavelmente resultante do desequilíbrio das citocinas, com produção excessiva de citocinas pró-inflamatórias (principalmente IL-6, G-CSF, MIP-1 e MIP-2). O TGF-ß é um potente imunomodulador que está relacionado a apoptose das células infectadas pelo vírus Influenza.
Ao penetrar no hospedeiro, geralmente por via respiratória, o vírus é adsorvido pela superfície das células que contém os receptores de sialoglicoproteínas (a-2,3 ácido siálico, a-2,6 ácido siálico) e sofre endocitose. O capsídeo migra para o núcleo da célula infectada, onde haverá replicação do RNA viral.
Apresentação Clínica
O período de incubação é curto, em média de 2 a 4 dias, com alta concentração de vírus nas secreções respiraórias durante a fase inicial da doença.
Na maior parte dos casos a clínica da IA é semelhante aos outros subtipos de Influenza. Pode apresentar-se como: forma subclínica, resfriado comum, faringites, traqueobronquites, bronquiolites (em crianças).
As formas graves caracterizam-se por quadro de vias aéreas superiores e pneumonite hemorrágica com infiltração mononuclear.
Na epidemia de 2004 os primeiros relatos dos casos humanos evidenciavam febre, dispnéia e tosse, associados à diarréia em 70% dos casos. Todos foram hospitalizados nos primeiros seis dias após o aparecimento dos sintomas, com evolução para óbito em 80% após nove dias do início dos sintomas.
Diagnóstico
O diagnóstico é baseado na apresentação clínica e epidemiológica, sobretudo em casos de epidemias. Outras doenças respiratórias como por RSV, adenovírus, parainfluenza e hantavírus constituem importantes diagnósticos diferenciais. Indivíduos com sintomas respiratórios, febre e história de viagens recentes às regiões de transmissão devem ser investigados.
O isolamento viral ou detecção do antígeno viral por meio de microscopia eletrônica ou cultura celular são importantes não só para o diagnóstico como também para a caracterização genética do vírus, determinação de seu perfil de sensibilidade e produção de vacinas específicas.
O vírus Influenza é detectado mais facilmente através de aspirado nasofaríngeo obtido nos três primeiros dias do início dos sintomas (swab nosofaríngeo também pode ser utilizado).
Os métodos de detecção rápida incluem:
Detecção direta por meio de técnica de imunofluorecência
Detecção direta através de PCR
Exames sorológicos de fixação de complemento ou hemoglutinação apresentam limitações na sua aplicabilidade clínica, contudo podem ser valiosos nas investigações epidemiológicas.
Tratamento
O tratamento não específico compõe-se da utilização de AINES, paracetamol como antipirético, antitussígenos e ventilação assistida nos casos graves.
O tratamento específico incluem antivirais inibidores de HA (Rimantadina e Amantadina) e inibidores de NA (Zanamivir e Oseltamavir).
O vírus Influenza H5N1 da epidemia de 2004 apresenta resistência natural aos inibidores da HA, sendo por isso utilizado somente os inibidores da NA.
Os inibidores da NA são também indicados como profilaxia se instituídos nas primeiras 48 horas após o contato. Estudos recomendam a quimioprofilaxia para profissionais de saúde, em contato com os doentes, pessoas vivendo em instituições e profissionais de granjas e avícolas.
É importante ressaltar que os antivirais são úteis na redução da severidade dos casos e na disseminação da infecção, mas não há dados clínicos que determine sua real eficácia no tratamento.
Prevenção
No âmbito hospitalar as medidas de controle são semelhantes às indicadas para patógenos de transmissão respiratórias: máscara N95, luvas, gorro, avental, óculos e proteção de sapatos. A lavagem das mãos também constitui uma importante e eficaz medida de controle da doença.
Na infecção entre os animais deve ser realizada rápida eliminação de aves infectadas ou expostas, descarte apropriado das carcaças, quarentena, desinfecção das fazendas bem como restrição do mercado avicultor.
Vacinação
Não existe ainda vacinação eficaz para a IA em seres humanos, contudo recomenda-se a utilização da vacinação de Influenza disponível para indivíduos expostos ao vírus aviário durante epidemias. O objetivo é reduzir o risco de co-infecção do vírus humano e aviário e favorecer o aparecimento de novas cepas virais.
Vacinas preparadas com a amostra H5N1 para aves domésticas são de alto custo pelo número de animais que se deve imunizar e a dificuldade logística de se realizar a operação. As vacinas contra influenza são preparadas em ovos embrionados (inativadas), os quais devem ser livres de agentes patogênicos; a par disso, o processo de preparação da vacina apresenta relativo baixo rendimento, o que encarece o produto final e limita muito as quantidades disponíveis, bem abaixo das demandas necessárias a uma vacinação em larga escala, em caso de epidemias e epizootias.
As vacinas disponíveis para as aves são:
Vacinas inativadas
Vacina viva recombinante
Vacina de DNA.
Estudos estão sendo feitos para suprir a necessidade da vacinação humana, porém teme-se que na vigência de uma pandemia não haja tempo hábil para a produção da mesma.
Karina Koppe
Bárbara Pontini
Beatriz Ávila
Graziela Pelegrino
Juliana Almeida
Kenio Magalhães
BIBLIOGRAFIA
Saúde Aviária e Doenças/ Andreatti Filho, Raphael Lúcio/ 1ª Edição – 2007/ Editora Roca
Doenças das Aves/ Berchieri Júnior, Ângelo/ 2000/ Editora Facta
Tratado de Infectologia/ Veronesi, Ricardo; Focaccia, Roberto/ 3ª Edição – 2005/ Editora Atheneu
www.fiocruz.br
Fonte: MEDICINA – UNIGRANRIO
Introdução
A gripe aviária é uma doença viral, causada pelo vírus Influenza do tipo A, que acomete os tratos respiratórios, digestivo e sistema nervoso de várias espécies de aves. A doença pode ocorrer em muitas espécies de aves domésticas e silvestres.
Até recentemente não se considerava possível a transmissão direta do vírus totalmente aviário ao homem. Sua primeira associação ocorreu em Hong Kong em 1997, durante uma epidemia em aves domésticas causada pelo subtipo viral H5N1. Nesta epidemia 18 trabalhadores de mercado de aves adoeceram e 6 deles evoluíram para óbito. Após este ocorrido verificou-se que o H5N1 havia ultrapassado a barreira entre as espécies sem que fosse necessária a recombinação genética com o vírus humano.
Em 2003 foi notificado uma epidemia pelo Influenza A (H5N1), que atingiu a Coréia do Sul, ocorrendo o óbito de 19.000 galinhas, tendo rápida disseminação para os demais países asiáticos. Em 2004 no Vietnã, foram descritos os primeiros casos de doença humana, e estudos confirmaram tratar-se de uma cepa de H5N1 diferente da identificada em 1997 e 2003. Confirmou-se assim a emergência de uma nova cepa e consequentemente o risco potencial para o surgimento de uma pandemia.
Taxonomia
Família: Orthomyxoviridae.
Ordem: Orthomyxiovirus.
Gênero: Influenzavirus.
Tipo A: acomete humanos, eqüinos, suínos e aves.
Tipo B: somente humanos.
Tipo C: somente humanos.
O nome de estirpes do vírus da Influenza Aviária (IA) deve incluir: tipo do vírus (A, B ou C), o hospedeiro, origem geográfica, número de registro, ano de isolamento e descrição antigênica entre parênteses.
Exemplo: A/turkey/1/68 (H8N4).
Etiologia
Os vírus influenza são RNA vírus de cadeia simples. O RNA está contido em oito segmentos individuais que codificam dez proteínas diferentes. Os vírus são geralmente esféricos podendo atingir 200nm. As partículas virais possuem envelopes de onde saem glicoproteínas, hemaglutinina (HÁ) e neuroaminidase (NA) que determinam os subtipos e são responsáveis pela antigenicidade e virulência do vírus. Os tipos A, B e C são determinados pela proteína de membrana M e pela proteína do núcleo PN.
Até o momento foram registrados 16 diferentes proteínas HÁ e 9 diferentes proteínas NA. A HÁ é a responsável pela ligação do vírus ao receptor da célula do hospedeiro pela penetração do vírus na membrana citoplasmática e também pela capacidade hemaglutinante do vírus. A NA é a responsável pela liberação de novos vírus das células do hospedeiro por meio de sua ação sobre o ácido neuramínico na célula.
A HÁ do vírus aviário liga-se aos receptores a-2,3 ácido siálico. Já o vírus humano liga-se a receptores a-2,6 ácido siálico das células epiteliais do trato respiratório.
O vírus Influenza pode acumular mutações pontuais, chamadas de antigenic drift. Profundas alterações genéticas ocorrem quando há recombinação genética entre cepas virais diferentes chamadas de antigenic shif. Para que ocorra esta recombinação genética é necessária a existência de um hospedeiro intermediário que permita a infecção de cepas virais diferentes numa mesma célula. Até agora, acredita-se que o porco deva ser o principal hospedeiro para o surgimento dessas recombinações, já que, apresentam ambos receptores.
Resistência
As cepas virais supracitadas apresentam as seguintes resistências:
• Temperatura: Inativado a 56ºC por 3 horas, ou 60ºC por 30 minutos
• pH: Inativado em pH ácido
• Químicos: Inativado por agentes oxidantes, dodecil sulfato sódico, solventes lipídicos e ß-propiolactona
• Desinfetantes: Inativado por compostos à base de formol e iodo.
• Sobrevivência: Permanece viável por longos períodos em tecidos, fezes e na água; também viável por longos períodos a temperatura de refrigeração, e o congelamento conserva o vírion por período inderteminado.
Hospedeiros
Os vírus da IA estão presentes em muitas áreas de criação avícola, infectando diversas espécies de aves, entre elas: galinhas domésticas, perus, patos, codornas, avestruzes e emas. Aves silvestres e, sobretudo, aves aquáticas migratórias são consideradas importantes reservatórios dos vírus da IA, sendo na maior parte dos casos responsáveis pelo início dos surtos da doença em todo o mundo.
Transmissão
A transmissão, de ave para ave, ocorre pelo contato com as secreções das aves infectadas (fezes e oronasais) ou fômites contaminados. Os ovos quebrados que estiverem contaminados podem infectar os pintos no incubatório. As aves aquáticas e marinhas contaminadas podem infectar outras aves suscetíveis mesmo sem apresentar sinais clínicos.
Os mecanismos de transmissão direta do vírus aviário ao homem são pouco conhecidos. O contato com aves e superfícies contaminadas com suas secreções parece ser a principal via de infecção. Porém poderá ocorrer também por via respiratória através da inalação de aerossóis.
Patogenia
A patogenia da IA ainda não está completamente elucidada, mas a doença humana com infecções fatais pelo H5 é provavelmente resultante do desequilíbrio das citocinas, com produção excessiva de citocinas pró-inflamatórias (principalmente IL-6, G-CSF, MIP-1 e MIP-2). O TGF-ß é um potente imunomodulador que está relacionado a apoptose das células infectadas pelo vírus Influenza.
Ao penetrar no hospedeiro, geralmente por via respiratória, o vírus é adsorvido pela superfície das células que contém os receptores de sialoglicoproteínas (a-2,3 ácido siálico, a-2,6 ácido siálico) e sofre endocitose. O capsídeo migra para o núcleo da célula infectada, onde haverá replicação do RNA viral.
Apresentação Clínica
O período de incubação é curto, em média de 2 a 4 dias, com alta concentração de vírus nas secreções respiraórias durante a fase inicial da doença.
Na maior parte dos casos a clínica da IA é semelhante aos outros subtipos de Influenza. Pode apresentar-se como: forma subclínica, resfriado comum, faringites, traqueobronquites, bronquiolites (em crianças).
As formas graves caracterizam-se por quadro de vias aéreas superiores e pneumonite hemorrágica com infiltração mononuclear.
Na epidemia de 2004 os primeiros relatos dos casos humanos evidenciavam febre, dispnéia e tosse, associados à diarréia em 70% dos casos. Todos foram hospitalizados nos primeiros seis dias após o aparecimento dos sintomas, com evolução para óbito em 80% após nove dias do início dos sintomas.
Diagnóstico
O diagnóstico é baseado na apresentação clínica e epidemiológica, sobretudo em casos de epidemias. Outras doenças respiratórias como por RSV, adenovírus, parainfluenza e hantavírus constituem importantes diagnósticos diferenciais. Indivíduos com sintomas respiratórios, febre e história de viagens recentes às regiões de transmissão devem ser investigados.
O isolamento viral ou detecção do antígeno viral por meio de microscopia eletrônica ou cultura celular são importantes não só para o diagnóstico como também para a caracterização genética do vírus, determinação de seu perfil de sensibilidade e produção de vacinas específicas.
O vírus Influenza é detectado mais facilmente através de aspirado nasofaríngeo obtido nos três primeiros dias do início dos sintomas (swab nosofaríngeo também pode ser utilizado).
Os métodos de detecção rápida incluem:
Detecção direta por meio de técnica de imunofluorecência
Detecção direta através de PCR
Exames sorológicos de fixação de complemento ou hemoglutinação apresentam limitações na sua aplicabilidade clínica, contudo podem ser valiosos nas investigações epidemiológicas.
Tratamento
O tratamento não específico compõe-se da utilização de AINES, paracetamol como antipirético, antitussígenos e ventilação assistida nos casos graves.
O tratamento específico incluem antivirais inibidores de HA (Rimantadina e Amantadina) e inibidores de NA (Zanamivir e Oseltamavir).
O vírus Influenza H5N1 da epidemia de 2004 apresenta resistência natural aos inibidores da HA, sendo por isso utilizado somente os inibidores da NA.
Os inibidores da NA são também indicados como profilaxia se instituídos nas primeiras 48 horas após o contato. Estudos recomendam a quimioprofilaxia para profissionais de saúde, em contato com os doentes, pessoas vivendo em instituições e profissionais de granjas e avícolas.
É importante ressaltar que os antivirais são úteis na redução da severidade dos casos e na disseminação da infecção, mas não há dados clínicos que determine sua real eficácia no tratamento.
Prevenção
No âmbito hospitalar as medidas de controle são semelhantes às indicadas para patógenos de transmissão respiratórias: máscara N95, luvas, gorro, avental, óculos e proteção de sapatos. A lavagem das mãos também constitui uma importante e eficaz medida de controle da doença.
Na infecção entre os animais deve ser realizada rápida eliminação de aves infectadas ou expostas, descarte apropriado das carcaças, quarentena, desinfecção das fazendas bem como restrição do mercado avicultor.
Vacinação
Não existe ainda vacinação eficaz para a IA em seres humanos, contudo recomenda-se a utilização da vacinação de Influenza disponível para indivíduos expostos ao vírus aviário durante epidemias. O objetivo é reduzir o risco de co-infecção do vírus humano e aviário e favorecer o aparecimento de novas cepas virais.
Vacinas preparadas com a amostra H5N1 para aves domésticas são de alto custo pelo número de animais que se deve imunizar e a dificuldade logística de se realizar a operação. As vacinas contra influenza são preparadas em ovos embrionados (inativadas), os quais devem ser livres de agentes patogênicos; a par disso, o processo de preparação da vacina apresenta relativo baixo rendimento, o que encarece o produto final e limita muito as quantidades disponíveis, bem abaixo das demandas necessárias a uma vacinação em larga escala, em caso de epidemias e epizootias.
As vacinas disponíveis para as aves são:
Vacinas inativadas
Vacina viva recombinante
Vacina de DNA.
Estudos estão sendo feitos para suprir a necessidade da vacinação humana, porém teme-se que na vigência de uma pandemia não haja tempo hábil para a produção da mesma.
Karina Koppe
Bárbara Pontini
Beatriz Ávila
Graziela Pelegrino
Juliana Almeida
Kenio Magalhães
BIBLIOGRAFIA
Saúde Aviária e Doenças/ Andreatti Filho, Raphael Lúcio/ 1ª Edição – 2007/ Editora Roca
Doenças das Aves/ Berchieri Júnior, Ângelo/ 2000/ Editora Facta
Tratado de Infectologia/ Veronesi, Ricardo; Focaccia, Roberto/ 3ª Edição – 2005/ Editora Atheneu
www.fiocruz.br
Fonte: MEDICINA – UNIGRANRIO
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