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Publicidade - Os direitos dos animais.
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Image captionGene tem muitas variantes – uma delas é frequentemente achada em pessoas claras e ruivas
Cientistas holandeses afirmam ter identificado pela primeira vez um gene que tem, em parte, o papel em fazer as pessoas parecerem mais jovens do que realmente são.
Pesquisadores do Centro Médico da Universidade de Erasmus, na Holanda, em trabalho conjunto com cientistas da companhia Unilever, sugerem que as pessoas que têm uma variante em particular do gene MC1R aparentavam ser dois anos mais jovens, independente da idade cronológica, sexo e quantidade de rugas.
O MC1R tem instruções para a produção de um receptor chamado melanocortina 1. Esse receptor tem um papel na determinação da cor da pele, cabelo e olhos.
Este gene tem muitas formas diferentes, ou variantes. Uma certa variante do gene é frequentemente encontrada em pessoas com pele clara, cabelo ruivo e sardas, daí o apelido "gene ruivo".
A redução na função do gene MC1R está associada à alta sensibilidade ao sol e a alguns tipos de câncer de pele.
Também já se sabe que ele tem vários outros papéis, incluindo respostas a inflamações e reparo de DNA danificado. Essa pode ser a chave para compreender como essa variante do gene parece manter as pessoas com uma aparência mais jovem.
David Gunn, cientista da Unilever que participou da pesquisa, afirmou que a aparência de envelhecimento é algo que todos observam.
"Você encontra duas pessoas que você não viu durante dez anos. Aí você nota que uma parece que não envelheceu um dia sequer e, ao olhar para a outra pessoa, pensa: 'Uau, o que aconteceu com ela?'", disse Gunn à BBC.
A descoberta foi divulgada na revista especializada Current Biology.
Image captionEstudo envolveu percepções sobre fotos de voluntários
O teste
Cientistas mostraram a pessoas fotos de 2.693 voluntários que não usavam maquiagem – as imagens também não tinham nenhum tipo de melhoramento (ou seja, zero Photoshop).
Elas tinham de adivinhar qual era a idade dos voluntários nas fotos, e os cientistas então comparavam o que essas pessoas disseram com a idade real de cada um.
O passo seguinte da pesquisa foi coletar o DNA das 2.693 pessoas das fotos para descobrir se havia diferenças ou mutações mais comuns entre aqueles que pareciam mais jovens do que realmente eram.
O resultado: todas as provas encontradas pelos pesquisadores apontavam para o MC1R.
O estudo sugeriu que algumas das variantes do gene levam as pessoas a parecerem, em média, dois anos mais jovens do que as pessoas que trazem em seu DNA outras formas do MC1R.
"A parte animadora é que nós encontramos o gene. E o fato de que fomos os primeiros a descobrir significa que poderemos saber muito mais", disse à BBC Manfred Kayser, professor da Universidade de Erasmus.
"E é animador, pois é um fenômeno conhecido que, até agora, não tinha explicação – por que algumas pessoas parecem tão mais jovens?"
Image captionOutros pesquisadores alertam, porém, que essa não é a descoberta da "fonte da juventude"
Os cientistas não conseguiram, porém, esclarecer por que o MC1R tem este efeito. Eles tentaram testar a ideia de que as diferentes variantes do gene poderiam alterar o dano que o sol causa na pele, mas esse não parece ser o caso.
Como o estudo é relativamente pequeno, os autores esperam aumentar o número de pessoas testadas em pesquisas futuras para tentar revelar os efeitos da variante do gene em populações mais jovens e nas não europeias.
Sem fonte da juventude
O professor Ian Jackson, da Unidade de Genética Humana do Conselho de Pesquisa Médica da Grã-Bretanha, disse que a pesquisa holandesa é interessante, mas alerta que não é a descoberta da "fonte da juventude".
"O MC1R é o grande gene envolvido (em características) como cabelo vermelho e pele clara, e o que eles estão tentando dizer é que ele tem uma influência para fazer você parecer um pouco mais jovem. E isso não tem a ver com a pele clara, mas não tenho tanta certeza", afirmou.
David Gunn, cientista da Unilever, espera que as descobertas levem à criação de um produto que faça as pessoas parecerem mais jovens.
"Esse é o primeiro estudo genético a respeito da aparência da idade. Idealmente vamos querer algo que melhore (o funcionamento deste) gene para todo mundo", disse.
Mas ainda não está claro se, a partir desta descoberta, será possível diminuir a aparência de idade de uma pessoa.
"Essa descoberta é interessante e mostra como a genética pode influenciar o processo de envelhecimento independentemente do desenvolvimento de doenças", disse Tim Frayling, da Universidade de Exeter, no Reino Unido, ao comentar a pesquisa.
"Mas, mesmo sendo interessante, os autores admitem que precisam encontrar mais variações genéticas para ter alguma chance de prever a aparência de alguém a partir apenas do DNA dessa pessoa", afirmou.
Image captionPesquisas apontam que a microcefalia é apenas um dos danos causados pelo vírus da Zika
Transmitido pelo mosquito Aedes aegypti, o Zika vírus pode ser mais perigoso do que o pensado anteriormente, afirmam cientistas brasileiros.
Segundo especialistas ouvidos pela BBC, o vírus pode estar por trás de ainda mais danos às funções neurológicas e afetar os bebês de até um quinto das mulheres infectadas.
Apesar de as taxas de avanço do contágio terem diminuído em algumas partes do país, graças a mais informações sobre prevenção, a busca por uma vacina está ainda no estágio inicial. Além disso, o Zika continua a se espalhar pelo continente.
A maioria dos médicos e pesquisadores (bem como o Ministério da Saúde brasileiro e a agência de prevenção a doenças dos EUA) concorda que há uma ligação entre o vírus e a microcefalia, condição que prejudica o desenvolvimento do cérebro e faz com que bebês nasçam com a cabeça menor que o normal
Embora estimativas (obtidas a partir de um estudo na Polinésia Francesa) apontem que 1% das mulheres infectadas durante a gravidez terão bebês com microcefalia, alguns dos principais cientistas envolvidos nas investigações sobre a doença no Brasil estimaram à BBC que até 20% das gestações afetadas podem resultar em vários dos outros tipos de danos ao cérebro.
Um estudo separado, publicado pelo periódico científico New England Journal of Medicine, aponta que “29% dos exames mostraram anormalidades em bebês no útero, incluindo restrições ao crescimento, em mulheres infectadas pelo Zika”.
“Nossas descobertas são preocupantes, pois 29% dos ultrassons mostraram anormalidades, incluindo restrições ao crescimento intrauterino e morte do feto, em mulheres com resultados positivos para infecção pelo Zika”, diz a pesquisa.
Image captionO obstetra Renato Sá lista uma série de problemas observados em bebês
Um dos problemas é que muitos dos males que médicos brasileiros têm notado em bebês de mães que tiveram Zika não são tão óbvios quanto a microcefalia. São más-formações que até podem não ter o mesmo impacto no desenvolvimento da criança, mas que estão ocorrendo com uma frequência alarmante.
“Há calcificações no cérebro, um aumento no número das dilatações nos ventrículos cerebrais e a destruição ou má-formação da parte posterior do cérebro”, afirma Renato Sá, obstetra que trabalha em hospitais públicos e privados do Rio de Janeiro.
Ele lista uma série de problemas que vem encontrando com uma crescente regularidade: ventriculomegalia (aumento dos ventrículos cerebrais), danos à fossa posterior do crânio, craniossinostose (fechamento prematuro das suturas craniais, fazendo com que a cabeça se desenvolva da maneira errada) e calcificação cerebral.
O médico inclui uma preocupação adicional: geralmente não há um vestígio óbvio ou sintoma do dano neurológico até as checagens mais tardias do desenvolvimento do bebê, apenas “talvez convulsões ou outros sinais indicadores”
Image captionPatricia Garcez diz estar impressionada com a "rapidez" com a qual o vírus mata células
'Atônitos'
Há uma necessidade urgente de se entender mais sobre a Zika e desenvolver uma vacina.
Os laboratórios do Instituto D'Or, no Rio, estão usando células-tronco para criar tecidos que se desenvolvem como o cérebro humano. Chamados de “minicérebros”, esses tecidos são depois infectados com Zika.
“O que nós observamos é que o Zika vírus é capaz de matar células e de afetar o crescimento delas”, diz o neurocientista Stevens Rehen, um dos responsáveis pela unidade.
O especialista também observou, assim como outros pesquisadores, que há algo particularmente violento na cepa do vírus que chegou ao Brasil e está se espalhando pelo continente.
“Há algo no Zika que o torna mais inclinado a matar células cerebrais em desenvolvimento. Agora nós precisamos pesquisar e entender o que faz esse vírus ser mais agressivo para o cérebro em desenvolvimento.”
Image captionCientistas do Instituto D'Or observam ataques do vírus a "minicérebros"
A equipe está espantada com o que já descobriu: uma grande redução do crescimento do córtex, a camada externa do cérebro.
“Os efeitos são muito impressionantes”, afirma a pesquisadora Patricia Garcez. “Estamos todos atônitos com a rapidez. Vimos células morrerem em três dias, um número grande delas. Em seis dias, as neuroesferas (conjunto de células-tronco cerebrais) haviam morrido completamente.”
Realidades
Diferentemente de meses atrás, as áreas com maior infecção pelo Zika estão agora mais ao sul do país, principalmente no Rio de Janeiro.
Entre alguns setores da sociedade, campanhas públicas sobre a necessidade de usar repelentes e tomar outras precauções aparentemente estão tendo um impacto positivo.
Segundo o obstetra Renato Sá, do Rio de Janeiro, o número de casos de Zika entre grávidas de classe média caiu bruscamente, assim como os de microcefalia e outras condições similares.
Exemplo de uma outra realidade, Fabiane Lopes, mãe de quatro filhos, conversou com a BBC em Duque de Caxias, na Baixada Fluminense. Seu parceiro a abandonou quando ela descobriu que a mais nova nasceria com microcefalia.
Image captionMãe de Valentina, que tem microcefalia, Fabiane Lopes diz não ter visto campanhas sobre a Zika
Embora enfrente uma situação difícil – ela vive em uma casa de um quarto e depende de benefícios do governo –, Lopes demonstra calma. E ela precisa estar assim: hoje com quatro meses de idade, Valentina demanda muito amor, atenção e terapia.
“Nós não vimos campanhas contra o Zika por aqui”, conta, mostrando como as mensagens do governo sobre a doença não estão chegando a todos. Ela relata nunca ter usado repelentes e que não tomou outras precauções durante a gestação.
É uma mãe que claramente ama seu bebê; seus outros filhos a ajudam com as tarefas que caberiam ao pai ausente.
Sua casa é o retrato de uma família e de um país que ainda estão aprendendo o quão devastadores são o Zika vírus e suas consequências.
Um estudo da Universidade de Cambridge, na Grã-Bretanha, sugere que os benefícios para saúde de atividades ao ar livre, como andar de bicicleta ou caminhar, são maiores do que os danos causados pela eventual exposição à poluição durante o exercício.
Mais de 5,5 milhões de pessoas morrem de forma prematura no mundo todo ano como resultado da poluição do ar, segundo levantamento de uma outra pesquisa. Os dados foram reunidos como parte do projeto chamado Global Burden of Disease ("Peso Global das Doenças", em tradução livre).
Por outro lado, a prática regular de exercícios reduz o risco de doenças como diabetes, problemas cardíacos e vários tipos de câncer.
O estudo britânico mostrou que mesmo em cidades com altos níveis de poluição, o benefício dos exercícios ainda supera os riscos de se respirar o ar poluído.
Os pesquisadores usaram simulações em computador para comparar dados sobre tipos diferentes de atividades físicas e níveis diferentes de poluição do ar em lugares espalhados pelo mundo.
Eles descobriram que, pra a média de concentração de poluição em áreas urbanas, o ponto de virada - quando os riscos dos exercícios começam a superar os benefícios - acontece depois de 7 horas de ciclismo ou 16 horas de caminhada por dia.
Uma forma de as pessoas incorporarem a atividade física em seu dia a dia é por meio de "viagens ativas": caminhar ou andar de bicicleta ao transitar pela cidade.
Essas práticas também podem ajudar a reduzir as emissões causadas por carros e outros meios de transporte - principais fontes de poluição nas cidades.
O problema é que muitos dos "viajantes ativos" temem inalar poluentes durante a prática de exercício e prejudicar sua saúde - e é justamente isso o que é estudado pela pesquisa de Cambridge.
Já se sabia que as vantagens superam os malefícios em áreas de baixa poluição do ar, mas o cenário ainda é mais relativo em cidades extremamente poluídas.
"Nosso modelo indica que, em Londres, os benefícios para saúde da viagem ativa sempre superam os riscos da poluição. Mesmo em Nova Déli (na Índia), uma das cidades mais poluídas do mundo - com níveis de poluição dez vezes maiores que os de Londres -, as pessoas precisariam andar de bicicleta mais de cinco horas por semana antes de os riscos da poluição superarem dos benefícios para saúde", disse Marko Tanio, da Unidade de Epidemiologia da Universidade de Cambridge.
"Mas devemos lembrar que uma pequena minoria de trabalhadores nas cidades mais poluídas, como entregadores que usam bicicletas, podem estar expostos a níveis de poluição do ar altos o bastante para anular os benefícios à saúde da atividade física", acrescentou.
Image copyrightAPImage captionCientista afirma que mesmo em cidades poluídas da Índia, as pessoas precisariam andar de bicicleta por mais de cinco horas para os riscos à saúde serem maiores do que os benefícios
Método
Os pesquisadores pertencem ao CEDAR, uma parceria entre as Universidades de Cambridge e East Anglia, ambas na Grã-Bretanha, e o Conselho de Pesquisa Médica britânico. Eles usaram simulações de computador para comparar os riscos e benefícios para diferentes níveis de intensidade e duração da viagem ativa e de poluição do ar em lugares diferentes no mundo todo, compilando estudos epidemiológicos e meta-análises.
A partir desses dados, os pesquisadores calcularam que, em termos práticos, os riscos representados pela poluição do ar não vão anular os benefícios para saúde de quem pratica viagens ativas na grande maioria das áreas urbanas do mundo todo.
Apenas 1% das cidades que estão no banco de dados da Organização Mundial de Saúde (OMS) sobre poluição atmosférica tinham níveis de poluição altos o bastante para começar a anular os benefícios das atividades físicas depois de meia hora de bicicleta por dia, todo dia.
Combate à poluição
Image copyrightReutersImage captionCientistas afirmam que a pesquisa não deve ser uma desculpa para não combater a poluiçao do ar
A média do nível de poluição para cidades no mundo inteiro é de 22 microgramas por metro cúbico, de acordo com a OMS.
"Ainda que esta pesquisa demonstre os benefícios da atividade física apesar da qualidade do ar, isso não pode justificar a inação no combate à poluição", ressaltou James Woodcock, membro do CEDAR e participante da pesquisa.
Para ele, a pesquisa reforça a necessidade de "investimento em infraestrutura para tirar as pessoas de dentro de seus carros e colocá-las para caminhar ou andar de bicicleta - o que já pode reduzir os níveis de poluição e, ao mesmo tempo, dar apoio à atividade física".
Como escrever um artigo científico é uma dúvida muito comum entre estudantes de graduação e de pós-graduação. Afinal, a publicação de artigos faz parte do cotidiano de quem trabalha com Ciência, e tem sido motivo de muita pressão para estudantes e pesquisadores.
Mas antes de começar a discussão sobre como escrever um artigo científico, faz-se necessário dois avisos:
1. A estrutura de artigo científico adotada neste texto é mais adequada às pesquisas experimentais. As Ciências Sociais e as Ciências Humanas, por exemplo, podem adotar estruturas e estilos de redação diferentes.
2. Não existem regras rígidas ou receitas prontas para escrever um artigo científico. Utilize essa discussão apenas como ponto de partida e de reflexão sobre a elaboração de trabalhos acadêmicos.
Para escrever um artigo científico de qualidade é preciso ter primeiro um bom conhecimento sobre o método científico. Ao estudar determinado tema, você encontrou um problema interessante. Fez uma revisão bibliográfica e não encontrou a solução para este problema. Assim, você decidiu encontrar uma resposta. Elaborou um projeto de pesquisa, realizou a pesquisa e acredita ter encontrado uma solução adequada. Por fim, é preciso divulgar sua descoberta à comunidade acadêmica, para ser discutida e avaliada por outros cientistas (Barros e Lehfeld, 2007).
Esta última etapa é realizada por meio da publicação de artigos científicos, e constitui o principal motivo para escrever um artigo científico.
É importante ressaltar que o “enriquecimento” do seu currículo na Plataforma Lattes, a melhor classificação do seu Programa de Pós-Graduação na Avaliação da Capes e uma eventual progressão funcional, só para citar alguns exemplos, são apenas consequências naturais da prática da Ciência de alto nível. Estes não são, portanto, bons motivos para escrever um artigo científico.
Agora que você já sabe os motivos para escrever um artigo científico, vamos às dicas.
Escolha o periódico antes de começar a escrever um artigo científico
Escolher a revista científica adequada para a publicação do seu artigo antes de começar a escrevê-lo irá lhe poupar muito tempo em adequações às normas e ao estilo da revista, pois o artigo já será escrito, desde o início, de acordo com estes critérios (Perovano, 2014).
Além da economia de tempo, escrever o artigo de acordo com as características e orientações do periódico científico desejado pode aumentar consideravelmente as chances do artigo ser aceito para publicação.
Para escolher a revista científica mais adequada para a submissão do seu artigo, verifique entre as revistas que são referência na sua área, quais publicam artigos com o mesmo enfoque da sua pesquisa. Informe-se sobre a abrangência, considere as áreas de trabalho dos membros do comitê editorial e conheça o público-alvo da revista. Assegure-se que o problema e o tipo de pesquisa do seu trabalho estão de acordo com o escopo da revista.
Procure o Fator de Impacto da revista para ter uma noção do grau de novidade esperado para o artigo. O Fator de Impacto pode ser consultado no Journal Citation Reports (com o acesso via proxy ao Portal de Periódicos da Capes ou de um computador de uma instituição conveniada, clique em “establish a new session“). Verifique também a classificação do periódico no Qualis da Capes.
Faça uma média do intervalo de tempo decorrido entre a submissão e a publicação dos artigos publicados nos últimos números da revisa. Por fim, observe se existe a cobrança de taxa de submissão, e se será possível arcar com as despesas de submissão e, eventualmente, de tradução do artigo.
Após escolher o periódico científico, leia atentamente os últimos artigos publicados, repare na forma de apresentação das informações, gráficos e tabelas; leia também a página “instruções aos autores“, verifique o formato das citações e das referências bibliográficas, as normas editoriais e os critérios de avaliação dos artigos (Santos, 2015).
A sequência da redação não precisa ser a mesma das seções do artigo
Embora a maioria dos artigos obedeçam a uma sequência padrão (Introdução, Material e Métodos, Resultados, Discussão, Conclusões e Referências Bibliográficas), a redação do artigo não precisa necessariamente seguir essa mesma ordem.
Alguns autores sugerem que você comece a escrever um artigo científico pelos objetivos e pelas conclusões do trabalho, de acordo com a análise crítica dos resultados encontrados. Desta forma, é possível ter uma visão clara da pergunta que você gostaria de responder com a sua pesquisa (objetivos) e quais respostas você encontrou (conclusões). As conclusões são o ponto forte do seu estudo e o guia para a estruturação do texto. Com as conclusões em mente, será mais fácil identificar e discutir os resultados que sustentam essas conclusões (Medeiros e Tomasi, 2008).
Já outros autores acreditam que seja melhor começar a escrever um artigo científico pelo seu resumo. Com isso, você não iniciaria a redação de um artigo científico antes de ter uma noção clara do que pretende escrever (Aquino, 2012).
Mas a forma mais produtiva de escrever um artigo científico é começar pelas partes com as quais você se sente mais confortável. E você pode escrever outras partes do artigo à medida em que pensa nelas.
Em algum momento, você estará escrevendo em várias sessões. Desta maneira, você baseia sua construção naqueles aspectos do seu estudo que lhe parecem mais interessantes. Ou seja, pense naquilo que interessa a você, comece escrevendo sobre isso e então prossiga construindo a partir daí.
Para não perder a sequência lógica entre os assuntos de uma seção do artigo, faça em uma folha à parte um roteiro prévio, elencando as informações e discussões que aquela seção deverá conter, e a ondem em que elas aparecerão no texto.
A redação do artigo científico
1. Introdução
A introdução, como o próprio nome sugere, serve para introduzir o leitor ao tema da pesquisa, ao problema estudado, aos principais conceitos envolvidos e aos trabalhos já realizados até o momento. É aquela seção em você “vende o seu peixe“, esclarece a importância da pesquisa e a relevância para a área. Faça uma descrição sucinta de pesquisas anteriores. No último parágrafo, comece por ressaltar o ineditismo da pesquisa e descreva claramente o objetivo proposto para a pesquisa (Santos, 2015).
Embora esteja disposta nas páginas iniciais de um artigo científico, a introdução é mais facilmente elaborada quando a discussão e as conclusões já tiverem sido redigidas, ou seja, quando já se tem uma visão do conjunto do trabalho. O texto de introdução, além de bem escrito, deverá se constituir em um convite atrativo para a continuidade da leitura do artigo. Alguns poucos parágrafos serão suficientes (Matias, 2012).
Uma maneira prática de saber se a introdução de um artigo científico ficou bem redigida é apagar a parte dos objetivos da pesquisa e entregar o texto de introdução para outra pessoa que também seja da área ler. Se ao ler apenas a introdução, a pessoa conseguir acertar qual problema de pesquisa foi estudado, parabéns! Você fez um excelente trabalho!
Estrutura básica:
– Antecedentes do problema.
– Descrição do problema.
– Trabalhos já realizados.
– Aplicabilidade e originalidade da pesquisa.
– Objetivo (problema de pesquisa).
Erros comuns:
– Orientação mais empírica que teórica.
– Introdução muito longa, incluindo trechos que poderiam ser melhor utilizados na discussão.
– Detalhes excessivos na descrição de estudos prévios.
– “Reinvenção da roda”, especialmente na primeira sentença ou parágrafo.
– Omissão de estudos diretamente relevantes.
– Terminologia confusa.
– Citações incorretas.
2. Material e métodos
Se você preparou um projeto de pesquisa detalhado, agora será recompensado! Pegue o projeto e comece a conferir a seção “material e métodos”. Troque o tempo do verbo, do futuro para o passado, e então faça as inclusões ou mudanças de maneira que essa seção reflita verdadeiramente aquilo que você realizou em sua pesquisa.
A seção “material e métodos” deve possibilitar ao leitor avaliar o delineamento da pesquisa, o tamanho da amostra e como ela foi determinada, os materiais e procedimentos utilizados, as variáveis analisadas e as análises estatísticas realizadas. Questões éticas ou de consentimento, quando necessárias, também devem ser informadas. As informações dessa seção são fundamentais para compreender os resultados encontrados, pois revelam a forma como eles foram obtidos, e possibilitam a replicabilidade da pesquisa (Lakatos e Marconi, 2010).
Estrutura básica:
– Local e condições experimentais.
– Delineamento e tratamentos.
– Controle das condições experimentais.
– Variáveis (avaliações).
– Análise estatística.
Erros comuns:
– Informação inadequada para avaliação ou replicação.
– Descrições detalhadas de métodos padronizados e publicados.
– Deixar de explicar análises estatísticas não usuais.
– Participantes muito heterogêneos.
– Medidas não validadas; de confiabilidade fraca ou desconhecida.
3. Resultados
Na apresentação dos resultados, gráficos e figuras geralmente facilitam a observação dos efeitos, se comparados com as tabelas. Entretanto, as tabelas levam vantagem quando valores numéricos específicos são importantes. Nestes casos, artigos com tabelas irão obter um maior número de citações, porque outros pesquisadores podem usar seus dados como base de comparação (Vianna, 2001).
Procure promover descrições claras e organizadas dos resultados, sem repetir no texto os dados já expostos em gráficos e tabelas. Ao escrever um artigo científico, inclua na redação final apenas os resultados que são necessários para a corroboração de suas conclusões (Andrade, 2014).
Estrutura básica:
– Resultados da análise estatística.
– Estatísticas descritivas (médias, desvio padrão e correlações)
– Estatísticas inferenciais
– Relatar a significância e a amplitude dos dados.
– Análises adicionais (usualmente post hoc).
Erros comuns:
– Tabelas e figuras complexas, incompreensíveis.
– Repetição dos dados no texto, nas tabelas e nas figuras.
– Não utilizar o mesmo estilo de redação da introdução e do material e métodos.
– Não apresentar os dados prometidos na seção material e métodos.
– Análise estatística inadequada ou inapropriada.
4. Discussão
A discussão é a parte mais complexa e mais difícil de escrever em um artigo científico. Deve ser redigida com a finalidade de apresentar e interpretar conclusões, enfatizar os resultados mais importantes e comparar os resultados obtidos na sua pesquisa com os resultados obtidos por outros pesquisadores (Medeiros e Tomasi, 2008).
Estrutura básica:
– Relacionar os resultados com as hipóteses.
– Interpretações: esperadas versus alternativas.
– Implicações teóricas, para a pesquisa e para a prática.
– Limitações do estudo: aproximação com o estudo ideal.
– Confiança estimada das conclusões.
– Explicitação de possíveis restrições para as conclusões.
– Identificação de procedimentos metodológicos pertinentes aos resultados.
– Recomendações para pesquisas futuras.
Erros comuns:
– Repetição da introdução.
– Repetição dos resultados.
– Discussão não baseada nos propósitos do estudo.
– Não esclarecer as implicações teóricas e práticas dos resultados.
– Discussão não baseada nos resultados.
– Hipóteses não discutidas explicitamente.
– Apresentação de novos dados.
– Repetição da revisão da literatura.
– Especulações não fundamentadas.
– Recomendações não baseadas nos resultados.
5. Conclusões
Ao escrever as conclusões da sua pesquisa, certifique-se de apresentar realmente apenas conclusões. Pode parecer um pouco óbvio, mas essa seção muitas vezes é utilizada, de maneira equivocada, para meramente reafirmar os resultados da pesquisa. Não faça o leitor perder tempo: ele já leu os resultados e a discussão. Agora, nas conclusões, quer entender de forma clara a solução do seu problema de pesquisa.
Após elaborar as conclusões, critique-as e procure derrubá-las. As conclusões que você não conseguir derrubar serão a base de seu artigo. Limite-se às conclusões que têm embasamento nos resultados que você obteve e que respondem às questões da pesquisa, ou seja, que estão de acordo com os objetivos (Vianna, 2001).
Não se pode esquecer que as conclusões, como produto final de uma pesquisa, devem ser consideradas provisórias e aproximativas. Por mais brilhantes que sejam, em se tratando de Ciência, as conclusões podem superar o conhecimento prévio e, por sua vez, também podem ser superadas com o avanço do conhecimento (Aquino, 2012).
Últimas sugestões
– Faça um título curto, que chame a atenção e que, além de tudo, reflita o tema principal do artigo. Lembre–se que muitos artigos não são lidos porque os leitores não se interessaram pelo título.
– Procure utilizar a fórmula “sujeito + verbo + predicado” (SVP) para construir suas frases. Utilizar esta fórmula simples para escrever um artigo científico torna o texto mais claro, encurta as sentenças e diminui a possibilidade de cometer erros de concordância, entre outras vantagens.
– Mantenha suas sentenças curtas. Para isso, a solução é simples: abuse dos pontos finais, pois eles são gratuitos, não estão ameaçados de extinção e organizam seu texto. Sentenças longas exigem o uso excessivo de recursos como vírgulas, dois pontos, pontos e virgulas, travessões e parênteses, além de tornar a leitura cansativa.
– Ao escrever um artigo científico, cada palavra deve traduzir exatamente o pensamento que se deseja transmitir, ou seja, não deve haver margem para interpretações. Evite utilizar linguagem muito rebuscada ou termos desnecessários.
– Um bom artigo científico deve ter quantas páginas? Apenas as necessárias! Prefira qualidade ao invés de quantidade. De maneira geral, os editores de revistas científicas preferem artigos inovadores e concisos.
– Ao terminar de escrever um artigo científico, espere alguns dias antes de submetê-lo ao periódico selecionado. Depois de alguns dias sem pensar no assunto, faça uma revisão do artigo.
Biologia + leis, dicas de estudo, perícia criminal, meio ambiente e gestão de políticas públicas.
Um pouco sobre a autora
Sou Katia Queiroz: Esp. em Sustentabilidade Ambiental(UFRN) , Esp. em Perícia Criminal/judicial(GRAN), Esp. em EAD(IFRN), Especializanda em Direito Ambiental/Direito Penal e Processual Penal, Bióloga(UFRN), Curso nono período de Direito(UNINASSAU) e segundo período de Gestão de políticas públicas(UFRN). UFAAA... gosto muito de estudar!!!
Tento me aprofundar sobre: Ciências Forenses, meio ambiente, plantas, leis, psicologia, medicina legal, design e moda.
Amo compartilhar o que aprendo! Para mim Conhecimento é poder!
Obrigada por estar aqui.