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18 de fev. de 2012

As Armadilhas do Pensamento Positivo


por Alla Katsnelson
Ilustração de Thomas Fuchs

De superatletas a devotos de autoajuda e a defensores do pensamento positivo: todos acreditam que imaginar-se bem-sucedido em algo que se deseja que aconteça será um método certeiro para atingir esse objetivo. Estudos anteriores também corroboram essa ideia, mas agora os pesquisadores estão refinando os dados. Se pintar a sua fantasia em tons róseos demais, você pode estar prejudicando suas chances de sucesso. 

Uma explicação plausível é que o pensamento idealizado pode prejudicar a motivação, conforme descrito em estudo publicado no início deste ano noJournal of Experimental Social Psychology. Cientistas pediram a voluntários universitários para pensar numa versão fantasiosa de uma experiência (sentir-se o máximo de sapatos de salto alto, vencer um concurso de redação, ou obter nota 10 em um teste) e depois avaliaram o efeito da fantasia sobre os sujeitos e como as coisas ocorreram na realidade. 

Quando os participantes imaginaram o resultado mais positivo, seus níveis de energia, medidos pela pressão arterial, caíram e eles relataram ter tido pior experiência com o acontecimento verdadeiro que os que evocaram visões mais realistas ou mesmo negativas. Para avaliar as experiências de vida real dos voluntários, os pesquisadores compararam as listas de metas que as pessoas estabeleceram para si em comparação com o que realmente tinham realizado e também contaram com relatos próprios. “Quando se fantasia, especialmente quando se fantasia algo muito positivo, é quase como se estivesse realmente vivenciando tudo”, segundo Heather Barry Kappes da New York University, uma das coautoras do estudo. Isso leva a mente a pensar que a meta foi alcançada, drenando o incentivo para “energizar e ir à luta”, explica ela. As pessoas podem se sair melhor imaginando como superar os obstáculos em vez de ignorá-los.

sciam

Álcool mata mais que obesidade e tabagismo


ecomendações da Organização Mundial de Saúde sobre anúncios, preços e leis podem servir de modelo
por Christopher Wanjek e LiveScience Bad Science Columnist
Flickr/pamlane

Se pensarmos nos piores assassinos do mundo, pode ser que não nos lembremos do álcool. Ainda assim, ele mata mais de 2,5 milhões de pessoas por ano, mais que Aids, malária ou tuberculose.

Para pessoas com renda média, que constituem metade da população mundial, o álcool é o maior fator de risco para a saúde: pior que a obesidade, a inatividade e o tabagismo.

A Organização Mundial de Saúde (OMS) documentou com detalhes a extensão do abuso de álcool nos últimos anos e já publicou recomendações consistentes sobre como reduzir mortes relacionadas à substância, mas isso não é suficiente, segundo Devi Sridhar, especialista em políticas de saúde na University of Cambridge.

Em um comentário feito na Nature, Devi argumenta que a OMS deve regular o álcool a nível mundial, impondo regulamentos como idade mínima para beber, tolerância zero para embriaguez ao volante e proibição de bebidas especiais ilimitadas. Respeitar os regulamentos seria obrigatório para os 194 Estados membros da OMS.

Longe de proibir, a regulamentação da OMS forçaria as nações a fortalecer leis fracas sobre bebidas e aplicar melhor as leis já em vigor, aponta Devi.

Quase uma garrafa por dia
O consumo de álcool é medido em termos de álcool etílico puro para compensar as diferenças de teor na cerveja, vinho e destilados. Uma garrafa de vinho de um litro com 10% de álcool, por exemplo, representaria apenas 0,1 litro de álcool puro. Segundo a OMS, cada americano toma, em média, 9,4 litros de álcool etílico por ano, que equivalem a 94 garrafas do vinho citado acima.

Embora possa parecer muito, os americanos nem chegam perto dos 50 maiores consumidores mundiais. A Europa, especialmente a Europa Oriental, domina a cena. A Moldávia encabeça a lista, com 18,4 litros de álcool per capita por ano. Isso equivale a 184 garrafas de vinho de um litro ou quase quatro garrafas semanais por pessoa. A idade legal para beber na Moldávia é 16 anos e há poucas restrições sobre quando ou onde o álcool pode ser vendido.
O preço do abuso de álcool é a morte prematura. Um em cada cinco homens da Federação Russa e de países europeus vizinhos morre em consequência do álcool, segundo dados da OMS. O abuso de álcool está associado a doenças cardiovasculares, cirrose do fígado, cânceres diversos, violência e acidentes de veículos. Adultos alcoólatras têm ainda dificuldade de trabalhar e sustentar suas famílias.

Recomendações sensatas
Devi argumenta que a OMS é a única entre as organizações de saúde que pode criar convenções juridicamente vinculadoras. A OMS fez isso apenas duas vezes em sua história de 64 anos: o Regulamento Sanitário Internacional, que exige que países reportem certos surtos de doenças e eventos de saúde pública, e a Convenção-Quadro para Controle do Tabaco, que obriga os governos a modificar leis para reduzir a demanda e a oferta de tabaco.

Nenhuma outra entidade pode atacar o problema mundial do abuso de álcool, disse ela. Quando se trata de álcool, no entanto, a OMS estabelece meras recomendações, como as descritas em 2010 na Estratégia Global da OMS para reduzir o uso nocivo do álcool.

“Os países estão cientes do problema, mas vários não se comprometeram realmente com a implementação das recomendações”, lamentou Devi à LiveScience. “O problema não é com os ministérios da saúde, mas com os das finanças e do comércio, por exemplo, que priorizam outros interesses.”

Em seu comentário na Nature, Devi avaliou que as atuais recomendações da OMS poderiam servir como base para uma nova convenção internacional sobre a regulamentação do álcool. Os Estados Unidos lutam para cumprir várias das dez áreas-alvo recomendadas, que incluem restrições à publicidade, elevações de preços e leis mais duras contra a embriaguez na condução de veículos.

“Com a sustentação da OMS, os ministérios da saúde teriam uma posição mais forte de negociação doméstica para priorizar a regulação do álcool acima de interesses econômicos”, defende Devi.

Nova Ajuda para Fumantes


Uma vacina contra a nicotina se aproxima da aprovação reguladora
por Jeneen Interlandi
Martin Diebel. Getty Images

Como qualquer fumante pode dizer, parar de fumar é relativamente fácil. O difícil é evitar a recaída – a ânsia de fumar semanas ou mesmo meses após ter supostamente abandonado o hábito. O adesivo, o chiclete e todos os outros truques que fumantes usam para atravessar os primeiros meses, em geral, são inúteis diante dessa compulsão.

É por isso que uma vacina contra a nicotina, que passa por testes clínicos, deixou os funcionários da saúde pública tão animados. Como todas as vacinas a NicVAX, feita pela NABI Biopharmaceuticals, funciona estimulando o sistema imunológico do organismo a produzir anticorpos contra certo alvo: neste caso, a nicotina. Como as respostas imunológicas costumam durar a vida inteira, os fabricantes da vacina argumentam que ela pode servir como um auxílio contra o fumo a longo prazo.

Normalmente, as moléculas de nicotina são tão pequenas que conseguem evitar a detecção pelo sistema imune. São reduzidas o bastante até para passar pela barreira hematoencefálica e se prendem a receptores em células cerebrais, onde deflagram uma cascata química que leva à compulsão. A NicVAX inunda o organismo com moléculas de nicotina que foram ligadas quimicamente a grandes proteínas transportadoras, forçando o sistema imunológico a reconhecer e a organizar anticorpos contra o com­ponente do cigarro. Assim, quando as moléculas comuns de nicotina entram no sistema, esses anticorpos se prendem a elas, tornando-as grandes demais para atravessar a barreira hematoencefálica.

A vacina não funciona para todos. Um experimento anterior mostrou que 16% dos fumantes inveterados vacinados que tiveram altos níveis de anticorpos permaneceram sem fumar um ano após pararem, comparados aos 6% do grupo de placebo. Os que produziram muitos anticorpos, mas não pararam de fumar, cortaram o cigarro pela metade, passando de cerca de 20 unidades por dia para 10. 

Na “fase III” das pesquisas, cientistas recrutaram mil fumantes que consomem pelo menos 10 cigarros por dia. Os voluntários receberam 5-6 injeções no período aproximado de um mês e pediu-se que parassem de fumar após 14 semanas, quando cerca de 80% deles apresentaram altos níveis de anticorpos. (Não está claro por que 20% dos voluntários não produziram resposta alta de anticorpos à vacina.) “A ideia é garantir que quando pedirmos que parem de fumar, eles tenham as ferramentas, os anticorpos, para ajudá-los”, considera Raafat E. F. Fahim, CEO da NABI. Ele e sua equipe ainda têm de determinar por quanto tempo os pacientes devem receber as injeções.

Se os resultados da fase III de testes forem tão bons quanto o esperado, a vacina poderá chegar às prateleiras das farmácias em seguida. Enquanto isso, pesquisadores já estão trabalhando em outras vacinas contra compulsões, inclusive uma contra cocaína, que usa a mesma estratégia da NicVAX.

BBC

Especialistas mantêm moratória à divulgação de estudos da gripe aviária


Especialistas em saúde pública reunidos em Genebra não chegaram a um acordo quanto a se polêmicas pesquisas sobre o vírus H5N1 (da gripe aviária) devem ser publicadas.
Uma reunião da Organização Mundial da Saúde (OMS) decidiu nesta sexta-feira que mais discussões são necessárias e ordenou uma moratória de prazo indefinido sobre as pesquisas, alegando que sua publicação nos periódicos Science e Nature poderia dar ensinamentos a bioterroristas que queiram causar uma pandemia global.

Os estudos despertaram o alerta do NSABB (Conselho Científico para a Biossegurança Nacional dos EUA), que pediu aos periódicos, em novembro passado, que omitissem partes dos artigos científicos, alegando que os detalhes poderiam ser usados por extremistas para desenvolver vírus poderosos.A polêmica está centrada em dois estudos, que mostram que o H5N1 pode facilmente sofrer uma mutação e se espalhar rapidamente pela população humana.

A censura causou protestos entre cientistas que alegam que a medida fere a liberdade acadêmica.
Alguns alegam até que os detalhes dos estudos já eram amplamente conhecidos no meio científico e que sua censura teria pouco efeito prático.
Desde então, os pesquisadores envolvidos nos estudos e os periódicos científicos vêm debatendo a questão.

Vacinas e mutação

Os detalhes sobre o vírus são importantes para cientistas que desenvolvem vacinas e que monitoram a mutação do H5N1 e sua possível transmissão a humanos.
Mas esses esforços estão paralisados há meses, enquanto especialistas tentam decidir como lidar com a informação sensível.
O encontro em Genebra, com 22 especialistas, concordou que a publicação parcial dos estudos seria inútil. Decidiu, assim, estender a moratória temporária na divulgação das pesquisas, ao mesmo tempo em que reconheceu que as investigaçõess sobre o H5N1 "devem continuar".
"Dada a alta taxa de mortalidade associada ao vírus - 60% dos humanos infectados morreram -, todos os participantes do encontro ressaltaram o alto grau de preocupação com este vírus de gripe e a necessidade de mais estudos", disse Keji Fukada, diretor-geral assistente de segurança sanitária da OMS.
Segundo ele, "há uma preferência, do ponto de vista da saúde pública, de total divulgação dos dois estudos. No entanto, existem preocupações significativas quanto à pesquisa" e seu possível uso para bioterrorismo.
Espera-se uma nova reunião sobre o assunto dentro de alguns meses.
BBC

Agências britânicas proíbem modelos de fazer bronzeamento artificial


Agências de modelos britânicas deram início a uma política de "bronzeamento artificial zero", proibindo o uso de camas de bronzeamento entre suas funcionárias.
A iniciativa faz parte de uma campanha da organização britânica de pesquisa e combate ao câncer Cancer Research UK, que pretende elevar a conscientização sobre o câncer de pele.Nesta sexta-feira, quando os primeiros desfiles abrem a London Fashion Week, a medida está sendo adotada por agências como Next, Storm, Elite, Premier Model Management, Oxygen e Union, entre outras.
"Apoiar essa campanha faz todo sentido, porque o bem-estar das nossas modelos é de fundamental importância, e levamos a saúde muito a sério", disse a diretora-gerente da agência Storm, Sarah Doukas.
"Recomendamos que elas escolham opções mais saudáveis se quiserem se bronzear – sprays de bronzeamento, por exemplo, são fáceis de aplicar e duram uma semana."
Indivíduos com menos de 35 anos de idade que usam camas de bronzeamento artificial têm 75% mais chances de desenvolver melanoma – um tipo grave de câncer de pele.
Nos últimos 30 anos, os casos de melanoma quadruplicaram na Grã-Bretanha, tornando-se o segundo tipo mais comum de câncer entre as pessoas entre 15 e 34 anos de idade.
No ano passado, a Inglaterra e o País de Gales proibiram o uso de camas de bronzeamento por menores de 18 anos.
"Camas de bronzeamento artificial podem deixar a pele enrugada, grosseira e parecida com um couro", disse o porta-doz da Cancer Research UK, Chris Lunn. "Se quiser ficar bronzeado, é mais seguro fingir."

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