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20 de mai. de 2011

Exame em múmia egípcia de 3,5 mil anos revela doença cardíaca



Um grupo de pesquisadores dos Estados Unidos e do Egito anunciou que uma princesa do tempo dos faraós, que viveu há 3,5 mil anos, se tornou a mais antiga pessoa já diagnosticada com uma doença no coração.
Os cientistas, das Universidades da Califórnia e de Al-Azhar, do Cairo, realizaram no Egito exames de tomografia computadorizada em 52 múmias para descobrir mais sobre a saúde delas antes de morrer.
Uma das conclusões foi que, se a princesa Ahmose-Meryet-Amon estivesse viva, precisaria passar por uma cirurgia no coração. Os estudiosos encontraram indícios de aterosclerose (acúmulo de placas com gordura nas paredes internas) em artérias coronárias da múmia.
No total, em quase metade das múmias, os cientistas encontraram sinais da doença.
Segundo os pesquisadores, a descoberta de uma múmia tão antiga como a de Ahmose-Meryet-Amon com o problema indica que os males do coração, tão comuns na atualidade, antecedem em muitos séculos o estilo de vida moderno, a quem especialistas associam a proliferação da aterosclerose.
Nobreza

Os cientistas examinaram os vasos sanguíneos de 52 múmias
A princesa Ahmose-Meryet-Amon era de uma família nobre do Egito antigo. Ela viveu em Tebas, onde atualmente é a cidade de Luxor (sul do Egito), a partir de 1580 a.C. e morreu quando tinha cerca de 40 anos.
"Não havia eletricidade ou gás naquela época, então, presumimos que ela teve um estilo de vida mais ativo", disse Gregory Thomas, da Universidade da Califórnia.
"A dieta dela era significativamente mais saudável do que a nossa. Ela teria se alimentado de frutas e vegetais e os peixes eram abundantes no Nilo naquela época."
"A comida seria orgânica, e não havia gordura trans ou cigarro disponíveis naquela época", acrescentou.
"Mesmo assim, ela tinha estes bloqueios (nas artérias). Isto sugere que existe um fator de risco para doenças cardíacas que não foi detectado, algo que causa (estas doenças), mas ainda não sabemos o bastante a respeito", afirmou Thomas.
Sem patrocínio
Os pesquisadores afirmam que as descobertas não devem desacreditar as dietas e estilo de vida mais saudáveis.
"Algumas pessoas sugeriram que uma rede de lanchonetes está patrocinando nossas expedições ao Egito. Isto não é verdade", afirmou Gregory Thomas.
"Estamos apenas dizendo que nossa princesa egípcia de 3,5 mil anos atrás mostra que doenças cardíacas podem ser parte do que é ser humano."
"Devemos fazer tudo o que pudermos para evitar problemas, mas não há razão para se culpar se você precisa de cirurgia cardíaca."
O trabalho da equipe de pesquisadores está paralisado agora, devido aos confrontos e instabilidade política no Egito. Mas eles esperam fazer mais expedições ao país se o novo governo autorizar.

Retrovirais reduzem em 96% risco de transmissão de HIV, aponta estudo



Uma pesquisa concluiu que é possível reduzir em 96% o risco de um HIV-positivo transmitir o vírus que causa a Aids para uma pessoa não infectada.
Divulgado nesta quinta-feira, o estudo mostrou que há uma queda drástica na transmissão se o parceiro não infectado estiver tomando retrovirais.

BBC
Os pesquisadores, do Instituto Nacional de Saúde dos Estados Unidos, recrutaram em 2005 mais de 17 mil casais na África, na Ásia, na América Latina e nos EUA para participar do teste. Em todos os casos, apenas uma das pessoas do casal estava contaminada.
Os participantes do experimento foram divididos em dois grupos. No primeiro, os parceiros infectados receberam imediatamente um coquetel de retrovirais.
O segundo grupo recebeu o tratamento apenas quando a contagem de glóbulos brancos (leucócitos) caísse. Todos receberam camisinhas e podiam fazer testes de HIV gratuitamente.
Entre os pacientes do primeiro grupo, houve apenas um caso de transmissão entre parceiros. No segundo, foram 27 casos.
Retrovirais
O estudo foi finalizado quatro anos antes do previsto devido aos resultado animadores. Para a Organização Mundial da Saúde (OMS), o resultado foi um “avanço crucial” na luta contra a Aids.
Para o diretor do programa de Aids na ONU (Unaids), Michel Sidibe, as pessoas que vivem com o HIV agora têm uma nova maneira de proteger seus parceiros contra a infecção.
“Essa descoberta vai virar o jogo e acelerar a revolução pela prevenção”, disse Sidibe.
As conclusões do Instituto Nacional de Saúde dos EUA foram publicadas no mesmo dia em que foi divulgada a descoberta de uma nova vacina capaz de proteger macacos contra o equivalente em símios ao vírus HIV, indicando um novo caminho na busca por uma vacina para humanos.
Clique Leia mais na BBC Brasil : Vacina contra HIV do macaco pode indicar caminho para humanos
Impacto
De acordo com a OMS, a transmissão sexual representa 80% de todas as novas infecções pelo HIV.
O papel dos retrovirais em evitar a transmissão vinha sendo cogitado há algum tempo, após alguns estudos preliminares.
No entanto, os pesquisadores afirmam que essa é a primeira vez em que os estudos foram comprovados por testes clínicos.
“Com esse estudo, não se pode mais ignorar a evidência de que o tratamento do HIV é uma forma poderosa de se prevenir a transmissão do vírus e pode ter um grande impacto nas epidemias da doença nos países mais afetados”, disse Keith Alcorn, da organização assistencial britânica NAN.

11 de mai. de 2011

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