Tecnologia do Blogger.

5 de jul. de 2010

terapia gênica

Com a tentativa de mapeamento do Código Genético dos Cromossomos humanos (Projeto Genoma), foram-se esclarecendo vários mistérios contido nas células, e em conseqüência disto, foram surgindo inúmeras respostas para solucionar os defeitos genéticos. Uma das coisas que surgiu com o desenvolver do Projeto Genoma, foi a Terapia Genética.
A Terapia Genética é a esperança de tratamento para um grande número de doenças até hoje consideradas incuráveis por métodos convencionais, das hereditárias e degenerativas às diversas formas de câncer e doenças infeccionais.

O QUE É TERAPIA GENÉTICA ?
Terapia Genética é o tratamento de doenças baseado na transferência de material genético. Em sua forma mais simples, a terapia genética consiste na inserção de genes defeituosos, para substituir ou complementar esses genes causadores de doenças.
A maioria das tentativas clínicas de terapia genética atualmente em curso são para o tratamento de doenças adquiridas, como AIDS, neoplasias malignas e doenças cardiovasculares, mais do que para doenças hereditárias.
Em alguns protocolos, a tecnologia de transferência gênica vem sendo usada para alterar fenotipicamnete uma célula de tal modo a torná-la anti-gênica e assim desencadear uma resposta imunitária.
De maneira análoga, um gen estranho pode ser inserido em uma célula para servir como um marcador genotípico ou fenotípico, que pode ser usado tanto em protocolos de marcação gênica quanto na própria terapia genética. O panorama atual indica que a terapia genética não se limita às possibilidades de substituir ou corrigir genes defeituosos, ou eliminar seletivamente células marcadas.
Um espectro terapêutico muito mais amplo se apresenta à medida em que novos sistemas são desenvolvidos para permitir a liberação de proteínas terapêuticas, tais como, hormônios, citocininas, anticorpos, antígenos ou novas proteínas recombinantes.
VETORES PARA TERAPIA GENÉTICA

A tecnologia básica envolvida em qualquer aplicação de terapia genética é a transferência gênica. A maneira mais simples de transferir genes para a célula e tecidos é por meio do inoculação de DNA puro, com técnicas de microinjeçào; eletroporação e o método biobalístico. Métodos mais elaborados e mais eficientes incluem a administração de DNA encapsulado (e.g., lipossomos); ou através de vetores virais, que podem ser fragmentados de DNA de vírus contendo o DNA a ser transferido; ou mesmo a partícula viral formada por proteínas virais empacotando um DNA viral modificado de maneira a tornar o vetor menos tóxico, menos patogênico ou não patogênico.
Diversos tipos de vetores são utilizados com o objetivo de levar o DNA terapêutico ao núcleo das células-alvo. Outra forma de transferência de mensagem genética envolve a entrega de RNA diretamente ao citoplasma das células, mas o RNA é mais instável que o DNA, o que limita a aplicação dessa modalidade de transferência gênica. O uso de mitocôndrias ou DNA mitocondrial (mtDNA) como vetores gênicos citoplasmáticos tem aplicação potencial na reposição do mtDNA a células com deficiência no metabolismo energético da fosforilação oxidativa causada por mutações no mtDNA. Afora o núcleo, a mitocôndria é a única organela que possui seu próprio DNA.
Uma questão-chave da terapia genética é a escolha do vetor adequado a cada situação. Até a presente data, quatro sistema de transferência gênica (DNA plasmidial complexado, vetores adenovirais e vetores baseados no vírus adeno-associado) foram os mais usados em tentativas de terapia genética em humanos, totalizando uma experiência clínica de cerca de três mil pacientes em todo o mundo.
DNA Plasmidial Complexado
Um vetor plasmidial é uma molécula de DNA circular purificada, construída por meio de técnicas do DNA recombinante para conter, além do gen terapêutico de interesse, seqüências regulatórias tipo promotores e intensificadores, para facilitar e controlar a expressão do gen.
Aumento da eficiência de transfecção do DNA plasmidial purificado pode ser obtido com a formação de algum tipo de complexo: lipídico, protéico, ou misto. Após a aplicação desse complexo nas células em cultura ou in vivo, uma porção substancial das células endocita o DNA e é capaz de transportar pelo menos parte dele para o núcleo, onde o DNA é expresso transitoriamente por alguns dias.
A idéia de que se pode mudar genes para curar doenças tornou-se o grande alvo da pesquisa científica. Mas apesar de um começo promissor, ainda não houve curas rápidas ou completas.
" Criou-se uma expectativa irreal em relação à terapia genética", diz o médico Bonnie Ramsey, diretor do Centro de Fibrose Cística (doença genética descrita com detalhes mais adiante, considerada importante por ter uma freqüência relativamente alta) do Hoapital Infantil e do Centro Regional de Seattle, nos Estados Unidos. "as pessoas pensaram que bastava introduzir um vetor (é o meio de transporte de fragmentos de DNA específicos para dentro da célula, geralmente vírus, plasmídeos ou lipossomas), com um novo gene para se conseguir a cura, mas o processo revelou-se bem mais complicado".
Um grupo de cientistas de Seattle descobriu uma maneira de introduzir novos genes nas células em número bem maior, reparando algumas principais falhas nas abordagens anteriores. Pacientes estão sendo submetidos a processos de terapias experimentais que, se bem sucedidas, se tornarão comuns.
A Primeira fase
Os primeiros tratamentos com terapia genética foram realizados em 1990 em dois pacientes com um tipo de doença autoimune, chamada deficiência dedeaminase adenosina, também conhecida como o mal "do menino na bolha". Pacientes com essa doença apresentam um defeito genético que bloqueia seus sistemas imunológicos. Pesquisadores conseguiram inserir uma nova cópia de um gene corretivo num número significativo de células em pacientes e causar melhora terapêutica em um deles. Mas não foram produzidas enzimas o suficiente para efetuar a cura. a terapia genética produziu muitos começos falsos, mas não conseguiu curas. Mas o trabalho da equipe de Hutchinson, usando um vírus desarmado como um tipo de cavalo de Tróia para levar genes mais saudáveis às células, poderá dar o impulso que a terapia genética precisa para tornar-se realidade. Outra pesquisa interessante que está sendo desenvolvida no Hutchinson é coordenada pelo médico Hans-Peter Kiem. Ao aprimorar o processo de infectar células com um dos vetores criados por Miller para transportar os novos genes, pesquisadores estão conseguindo transportar genes em 10% a 20% das células. "Essa média é suficiente para corrigir muitas doenças", disse Kiem, professor de medicina da Universidade de Washington. No passado, taxas de transferência de genes ficavam a menos de 0,1%. A técnica oferece a possibilidade de um retrovírus de inserir seu próprio DNA no genoma de uma célula hospedeira. Outros avanços poderão superar brevemente as frustrações registradas até aqui com a terapia genética. Essas decepções fazem parte da história da medicina. Demorou décadas para que o transplante de medula óssea fosse aperfeiçoado. Hoje é um dos mais poderosos tratamentos contra o câncer.
A segunda fase
Nos próximos cinco anos, surgirão testes capazes de avaliar, com mais precisão e razoável antecedência, o risco do surgimento de doenças como diabetes e certos tipos de câncer. Essa geração de exames será o fruto imediato do Projeto Genoma Humano, o seqüenciamento dos genes. A nova missão dos cientistas é descobrir como o DNA ordena a produção de proteínas defeituosas, que emperram o funcionamento de órgãos vitais ou produzem tumores. Com o seqüenciamento genético, já é possível saber se a propensão hereditária existe. Mas isso não é tudo. Uma das conquistas esperadas para o futuro próximo é a catalogação das proteínas fabricadas pelos genes anômalos. Quem tiver a marca dessas proteínas terá a chance de prevenir-se, "mas demorará um bom tempo para chegarmos à corrigir genes defeituosos e curar as doenças que eles provocam mas os exames de diagnóstico terão impacto na prevenção e no tratamento precoce dos males".
É possível que surjam os primeiros avanços nas chamadas terapias genéticas, tratamentos experimentais que buscam corrigir deficiências nos genes. Em abril, um grupo de pesquisadores franceses anunciou ter obtido sucesso no tratamento de duas crianças portadoras de uma moléstia rara conhecida como doença do Garoto da Bolha. Pessoas que sofrem dessa doença vivem isoladas em ambientes esterilizados porque não têm defesas. Seu sistema imunológico é emperrado por um defeito genético. Um vírus carregado com um gene sadio foi inoculado nas crianças e a anomalia foi corrigida. O sucesso da técnica francesa contrapõe-se a uma coleção de fracassos em experiências semelhantes. Um relatório do governo americano revelou que mais de 600 "reações adversas" foram registradas nas cobaias humanas submetidas à terapia genética. Os cientistas dizem que ainda é cedo para colher resultados. Avalia-se que a terapia genética poderá atingir resultados animadores, até o ano 2010, contra a hemofilia e alguns tipos de câncer. "Os conhecimentos acumulados ajudarão a encontrar meios eficazes de transportar os genes sãos para as células" Depois do genoma humano (já concluído), será mapeado o código de todos os animais usados em experiências de laboratório, como o camundongo, o macaco e o peixe-zebra. Conhecer o código da vida desses bichos é fundamental para mensurar até que ponto suas reações orgânicas assemelham-se às dos homens. Isso terá enorme importância no desenvolvimento de drogas e no tratamento de males genéticos.
O Genoma do rato está em andamento
Os pesquisadores acreditam que desvendar todo o DNA do rato poderá ajudá-los a entender melhor o organismo do homem e as doenças que o vitimam. Cientistas da empresa Celera Genomics prometeram decifrar o código genético do animal – o mais usado em experiências de laboratório – até o final deste ano. Em junho, a Celera, junto o grupo do Projeto Genoma Humano, divulgou o primeiro rascunho do mapa genético do homem, abrindo caminho para pesquisas revolucionárias, que podem levar a novos tratamentos contra doenças como o câncer e o mal de Alzheimer. O rascunho, porém, não permite ainda que os cientistas "leiam" o genoma humano de forma seqüenciada. Por enquanto, os genes identificados são como uma espécie de sopa de letrinhas, cuja leitura ainda não é possível. O mapeamento do DNA do rato pode ajudar justamente nisso: levar os pesquisadores a entender melhor o conjunto de genes do homem. Como mamífero, o rato tem o código genético muito semelhante ao do homem. Por isso, é o animal predileto para a realização de estudos em laboratório. "Basicamente, tudo que descobrimos no genoma humano tem uma contra-parte no rato", disse Craig Venter, Presidente da Celera.
Sabe-se com certeza que cerca de 1200 doenças têm causa predominantemente genética. Uma nova categoria de médicos começa a surgir. São os conselheiros genéticos, profissionais preparados para recomendar exames de DNA e avaliar os seus resultados, por exemplo, as mulheres que querem diagnosticar o cancro da mama. Uma vez detectada a existência da probabilidade genética, é possível avançar para terapias preventivas radicais, como as cirurgias ou o uso de drogas recentes como o tamoxifeno, que se tem mostrado eficaz como medicamento preventivo. Nos Estados Unidos, 20% das mulheres que descobrem a mutação nos genes BRCA1 e BRCA2, relacionados com esse tipo de cancro, decidem-se pela cirurgia de extirpação total dos seios. No entanto, os médicos esclarecem que a cirurgia não significa que o tumor não aparecerá. E alertam que nem sempre uma paciente que tenha uma alteração em apenas um dos genes vai desenvolver a doença. «Menos de 10% dos casos de cancro da mama estão ligados a esses genes», diz o oncologista Arthur Katz, do Hospital Albert Einstein, em São Paulo.
Terapia Gênica divide-se em dois tipos
Terapia gênica somática: só é utilizada para tratar doenças genéticas recessivas em células de diferentes tecidos não relacionados a produção de gametas. A sua característica básica é a de provocar uma alteração no DNA do portador da patologia, através da utilização de um vetor, que pode ser um retrovírus (Retrovírus ou RNAvírus, quando utilizados como vetores na terapia gênica somática, alteram de forma permanente a célula hospedeira, integrando-se ao genoma. São utilizados especialmente em células dos músculos liso e esquelético, da medula óssea, fibroblastos e hepatócitos)ou um adenovírus(ou DNAvírus, são utilizados como vetores para procedimentos de terapia gênica somática, especialmente em células do epitélio respiratório, não se integrando ao genoma da célula hospedeira. ).Os problemas operacionais desta técnica são: o tempo de vida da célula hospedeira; a baixa expressão do gene; o controle da expressão gênica; a dificuldade de atingir o tecido-alvo e o seu potencial oncogênico.
Terapia gênica germinativa: baseia-se na alteração de células reprodutivas (óvulos, espermatozóides ou células precursoras). Além das questões éticas, esta terapia apresenta inúmeros problemas operacionais: alta taxa de mortalidade; desenvolvimento de tumores e malformações; alteração de embriões potencialmente normais e a irreversibilidade das ações.
10 terapias que o futuro nos trará
2002 Angiogénese para revasculizar o coração. Uma injecção de genes que fazem crescer veias e artérias é aplicada no músculo do ventrículo esquerdo do coração. Novos vasos sanguíneos crescem na região, aumentando a circulação.
2003 Correcção cirúrgica de todos os problemas oculares. Em breve, crianças portadoras de catarata congénita poderão receber implantes de lentes nos olhos, logo após o nascimento.
2004 Exames holográficos de imagens tridimensionais. Combinação de imagens obtidas por tomografia computorizada e exames de ressonância magnética, que serão processados em três dimensões. As imagens oferecerão uma representação realista dos tecidos e ossos humanos.Terapia genética contra o cancro. Pesquisadores usam genes especiais para aplicar drogas no local exacto do tumor. Uma técnica parecida despacha para a região do tumor genes capazes de inibir o seu crescimento.
2005 Pílula 100% eficaz para tirar o apetite. Pesquisadores dos Estados Unidos ainda estudam o desenvolvimento de medicamentos à base de leptina, substância descoberta em 1995 capaz de controlar os mecanismos neurológicos ligados à fome e à saciedade. Também estão a estudar outra substância, esta produzida no cérebro, conhecida como neuropeptídeo Y, que regula o apetite. Cirurgia feita por robots. O cirurgião usa uma luva digital para transferir o movimento das suas mãos a pinças de robots de alta precisão. Estes operarão o paciente a milhares de quilômetros de distância do cirurgião.
2010 Medicamentos para aumentar a inteligência. Medicamentos capazes de estimular neurorreceptores ligados à memória e à aprendizagem, baseados em engenharia genética. Importantes para os pacientes da doença de Alzheimer.
2015 Terapia genética com vírus. Os médicos usam vírus para corrigir as mutações que provocam doenças congénitas. Os microrganismos entram no núcleo da célula com o novo DNA e substituem o original.
2020 Vacina contra a sida. Hoje 36 tipos de vacina contra o HIV estão a ser testados no mundo. Os especialistas acreditam que, apesar da dificuldade de controlar as mutações do vírus, a cura será atingida.
Animais dadores de órgãos. Uma iniciativa combinada entre estudos de biotecnologia com o desenvolvimento de potentes medicamentos anti-rejeição. Empresas americanas estão a criar porcos com órgãos capazes de produzir proteínas humanas e diversos centros de estudos e indústrias farmacêuticas pesquisam novos medicamentos para serem usados após os transplantes.
Terapia Genética - Considerações
Engenharia Genética é a modificação de seres vivos pela manipulação direta do DNA, através da inserção ou deleção de fragmentos específicos. Sua aplicação pode ser na produção de vacinas, proteínas por microorganismos, alimentos, transplantes, terapia gênica, animais transgênicos.
As possibilidades da Engenharia Genética podem ser assustadoras e, muitas vezes, desconfortáveis. Ela recobre-se de tantas implicações éticas e profissionais que, a certa altura, é difícil separar preconceitos arraigados e outras concepções morais contemporâneas das finalidades e potenciais de cura desta ciência emergente. O deslumbramento possui perigos intrínsecos e terríveis, mas não se pode deixar que o assombro ante o desconhecido contamine a imensa janela para o futuro aberta pela manipulação genética.Companhias de biotecnologia competem pela comercialização de testes diagnósticos que detectem erros genéticos específicos e estudos são levados à cabo queimando-se etapas importantes com baixo investimento em pesquisas básicas. Muitas experiências que não obtiveram sucesso chegam ao conhecimento público, gerando percepção geral de que a terapia genética está repleta de promessas que não pode cumprir. Boa parte destes testes foram realizados antes que a tecnologia necessária estivesse completamente desenvolvida, possivelmente devido ao desejo das empresas em lançar tais produtos no mercado - e fazer muito dinheiro com isso.
Inicialmente, acreditava-se que a Terapia Genética deveria substituir um gene defeituoso por um gene que funcionasse adequadamente. Contudo, no momento, a Recombinação Homóloga, a única técnica que se aproxima deste objetivo, é pouco eficaz - seu índice de sucesso é de 1 a cada 10.000. Os cientistas passaram, então, a adicionar genes. Hoje a Adição Genética (AG) é a técnica mais utilizada. O grande desafio é como fazer para que o gene terapêutico se manifeste, com segurança, em níveis clinicamente benéficos.
Adição Genética
Modificou-se o retrovírus para inocular genes específicos em células de mamíferos, adicionando-os aos cromossomos do hospedeiro. Atualmente, diversos agentes são utilizados como vetores para o material a ser inoculado - adenovírus, herpes vírus e até mesmo o HIV. Estes agentes têm sua perigosa carga genética original subtraída, tornando-os inofensivos. Um dos vetores mais promissores é o Vírus Adeno-Associado (Adeno-associated vírus, ou simplesmente AAV), capaz de infectar vários tipos celulares, incluindo células pulmonares e musculares e células que não estejam em divisão, integrando seus genes ao do hospedeiro sem provocar uma resposta imune.O problema-chave da adição genética é como certificar que os genes serão adicionados ao segmento específico do cromossomo, incorporando-se a ele e provocando as manifestações desejadas. Os vírus não são adequados para "ligar" os genes inseridos, pois levam a manifestações sub-terapêuticas. Os vetores mais recentes contêm porções do gatilho específico para o gene inoculado, permitindo que sua expressão ocorra da maneira mais natural possível. Cientistas exploram a possibilidade do gatilho ser controlado externamente, como por exemplo: alguns genes possuem gatilhos que são sensíveis a certos antibióticos, como tetraciclinas, e podem ser ativados na presença da droga. ainda que eficaz, por quanto tempo o gene adicionado fará efeito?
Mesmo os adenovírus devem ser administrados repetidamente para manter uma dose terapêutica aceitável. E o AAV, a estrela da nova geração de vetores virais, é capaz de carrear apenas uma pequena quantidade de genes, limitando sua utilidade.
Uma vez que a integração parece ocorrer ao acaso, a carga genética inoculada pode inserir-se em outro gene importante, interrompendo ou alterando sua expressão, quem sabe até mesmo promovendo um crescimento celular exagerado, um câncer. Apesar destas possibilidades serem um tanto remotas, elas devem ser consideradas ameaças reais.
Outro sistema de inoculação é o que utiliza drogas carreadas por lipossomos, pequenas vesículas criadas artificialmente a partir de lipídios semelhantes àqueles que constituem as membranas celulares. Devido à sua constituição, os lipossomos podem aderir à superfície das células e inserir nelas o seu conteúdo - medicamentos ou genes corretivos. Parte do DNA carreado pelos lipossomos de fato chega ao núcleo celular.
Vacinas Genéticas
A idéia de que genes poderiam servir como vacinas surgiu por volta dos anos 50, quando cientistas observaram que a inoculação de material genético em uma célula animal desencadeava uma resposta imune - até mesmo com produção de anticorpos. Nas Universidades da Pensilvânia e Massachussetts corroboraram os resultados: vacinas de DNA estimulavam o sistema imune em primatas e roedores, produzindo linfócitos B, T-killer e T-helper contra diferentes patógenos e mesmo contra certos cânceres. O primeiro teste teve início em 1995, quando plasmídeos - pequenos anéis de uma dupla fita de DNA do patógeno, incapazes de produzir infecção - contendo genes do HIV foram inoculados em pacientes já infectados. Em 1996, iniciaram-se as pesquisas em pacientes sorologicamente negativos. Vacinas genéticas são bastante diferentes estruturalmente das vacinas tradicionais. Os plasmídeos utilizados para imunização são alterados para carrear genes especificando uma ou mais proteínas antigênicas normalmente produzidas pelo patógeno selecionado. São excluídos os genes que capacitam o patógeno a reconstruir-se, causando doença. As vacinas geralmente são administradas como injeções intramusculares. Uma vez dentro das células, os plasmídeos recombinantes alcançam o núcleo e instruem a célula a produzir as proteínas antigênicas codificadas. Alguns cientistas estão investigando vacinas compostas de RNA. O RNA leva prontamente à síntese de proteínas codificadas. Contudo, é menos estável que o DNA, dificultando sua manufatura e distribuição. Mas, com sempre, existem problemas. A duração da maioria das vacinas de DNA é limitada, então, quanto tempo exatamente dura a imunidade? Em quanto variam as respostas individualmente? Qual a dose e o esquema mais eficaz? E quais genes, entre os milhares e milhares em um determinado patógeno, deve ser escolhido para maximizar a potência da vacina? É preciso descobrir quais as substâncias imunologicamente mais ativas, especificando ainda mais o foco de ação da vacina e intensificando a captação celular dos plasmídeos.
A idéia de substituir completamente um gene defeituoso pode estar muito além da capacidade da Engenharia Genética atual. As doenças com estudos genéticos mais avançados são: Talassemia, Fibrose Cística(descrita com detalhes mais adiante), Hemofilia, Neurofibromatose, Hemocromatose, AIDS e Câncer. Existem ainda estudos clínicos bastante avançados no desenvolvimento de testes para detecção de várias malformações congênitas.
O desafio
Os desafios, como o da obtenção de vetores seguros ou seja, de veículos seguros de transferência e de transporte do material genético para dentro do corpo humano necessitam ter vários atributos: atuar diretamente no interior da célula a ser modificada, atingir o alvo, ter grande ação em pequenas quantidades de material, poder ser industrializado a baixo custo, e principalmente não causar efeitos maléficos. Este desafio e a forma de como a batalha está se desenrolando, está magnificamente descrita em artigo do fascículo de fevereiro do Brazilian Journal of Medical and Biological Research. Nele descreve-se que os primeiros mini-cromossomos artificiais já foram sintetizados em Cleveland, Estados Unidos, e com isto, muitos dos genes humanos , mesmo os mais complexos, poderão ser repetidos e duplicados de forma infinita, abrindo-se com esta pesquisa a perspectiva de se criar grandes quantidades de material genético copiado de humanos.
Terapia Genética Pode Recuperar Fígado Fanificado
Células da medula óssea podem ajudar a regenerar o fígado de pessoas doentes, disseram pesquisadores do Imperial Cancer Research Fund. Eles usaram células-tronco da medula para criarem outros tecidos em laboratório. Células-tronco são um tipo específico de células. Como elas ainda não se especializaram, podem se transformar em qualquer tecido, dando origem a todos os órgãos do corpo. A experiência poderá dar origem a uma terapia genética que recupere fígados danificados. Os resultados do estudo foram publicados pela revista britânica Nature.
O problema é que as fontes de células-tronco são muito escassas. Elas podem ser encontradas, por exemplo, em embriões abortados ou não utilizados em tratamentos de fertilização artificial. Esse procedimento, porém, gera polêmica, devido às suas implicações éticas. Outra fonte de células-tronco é justamente a medula óssea.
Segundo o pesquisador Nick Wright, a descoberta permitirá que se estimule a regeneração do fígado usando células da medula óssea do próprio paciente. "Isso será particularmente útil para pacientes cujo fígado tem sido agredido pelos efeitos colaterais de remédios e para aqueles que removeram parte do órgão por causa de um câncer", disse ele.
No futuro, essa alternativa pode se revelar mais eficaz do que o transplante de fígado. No caso do transplante, o risco de rejeição do órgão é sempre muito grande e, para evitá-lo, o paciente tem que tomar drogas imunosupressoras, cujos efeitos colaterais são muito fortes, durante toda a vida.
Terapia genética pode ser a cura para careca
Chicago -- Pesquisadores do Centro Médico Howard Hughes da Universidade de Chicago descobriram uma nova maneira de tratar a careca através da terapia genética. Os cientistas conseguiram transformar células da pele em folículos de cabelo em ratos de laboratório através da introdução da chamada molécula mensageira contendo a proteína beta catenina. "Sempre ouvimos dizer que se nasce com um número fixo de folículos capilares e que nunca se pode fazê-los crescer novamente na vida adulta," disse Angela Christiano, da Universidade de Columbia. "Este estudo sugere que agora podemos fazê-lo."
Experiências semelhantes em seres humanos, contudo, não são prováveis em um futuro próximo. Os cientistas criaram alguns ratos cabeludos, mas ainda não entenderam como conter o processo de crescimento do folículo do cabelo. "Pode-se ir longe demais e provocar um crescimento demasiado das células," disse a pesquisadora da Universidade de Chicago Elaine Fuchs. Advertiu que o crescimento descontrolado da célula pode levar ao desenvolvimento de tumores." Ainda precisamos compreender como esta molécula é regulada dentro da célula do folículo em desenvolvimento para realmente poder levar ao nível da aplicação clínica," acrescentou. Cerca de 50 por cento dos homens sofrem de algum tipo de careca, embora tipos diferentes de queda de cabelo também possam afetar mulheres e crianças.
Terapia Genética Usada Contra o Vírus da Sida
Pela primeira vez, uma terapia genética foi utilizada, com algum sucesso em macacos, na luta contra a infecção pelo vírus da sida - anunciou ontem uma equipa de investigadores em São Francisco, Califórnia (Estados Unidos), na Conferência Anual sobre Retrovírus e Infecções Oportunistas. A experiência consistiu em fazer uma colheita no sangue de linfócitos T, as células do sistema imunitário que são o alvo primordial do HIV, e depois substituir-lhes o núcleo por ADN geneticamente modificado, de forma a produzir uma proteína que mata o vírus da sida. Estas células geneticamente manipuladas também emitem uma mensagem que estimula outras células imunitárias a eliminarem o vírus, onde quer que ele se encontre. Em culturas em laboratório, os investigadores do Instituto de Investigação para a Terapia Humana e Genética, em Washington (EUA), observaram "uma resposta muito vigorosa". Nos macacos foi, apesar de tudo, um pouco diferente: "Nos animais, a forte resposta das células encarregadas de atacar o vírus manteve-se por um período importante (até três meses) sem efeitos secundários tóxicos. Isto significa que o corpo manteve uma resposta imunitária contra o HIV durante um período significativo", informou Julianna Lisziewicz, responsável pelo estudo. "A resposta positiva fornecida por esta abordagem genética de imunização, tanto 'in vitro' como 'in vivo', é uma contribuição muito interessante para a luta contra o HIV e talvez mostre a via para novas abordagens no tratamento dos doentes", continua a investigadora. Esta experiência representa "uma nova via para tentar desenvolver uma vacina", resume ainda Julianna Lisziewicz, acrescentando que "os ensaios clínicos no homem deverão começar este ano".
As terapias genéticas poderão, um dia, ser particularmente interessantes para os doentes que fazem tratamentos ofensivos - terapias múltiplas, que baixam a carga viral no sangue para níveis indetectáveis, mas que também diminuem a capacidade de defesa das células do sistema imunitário. As terapias genéticas, se funcionarem no homem, poderão dar-lhes algum vigor.
Terapia Genética Contra a Doença de Alzheimer
A perda de memória é uma dos sintomas mais assustadores da doença de Alzheimer, que afecta sobretudo as pessoas idosas. Ligações cruciais entre neurónios, que nos permitem recordar um rosto ou um acontecimento, perdem-se com esta doença neurodegenerativa. Mas cientistas norte-americanos apresentaram, no congresso anual da Academia Americana de Neurologia, um estudo feito com macacos em que uma terapia genética foi usada para restabelecer essas ligações entre neurónios.
Os cientistas da Universidade da Califórnia em San Diego chegaram à conclusão que o processo normal de envelhecimento provoca uma diminuição em 28 por cento na densidade de algumas redes de células cerebrais - normalmente as ligações de neurónios colinérgicos, que se situam nas camadas mais interiores do cérebro. Pensa-se que estas células desempenham um papel determinante na memória e em outros processos mentais, que se degradam lentamente com o envelhecimento, mas de forma muito mais rápida quando surge a doença de Alzheimer - que está aliás associada a uma degradação especialmente notória deste tipo de neurónios.
Como todas as células cerebrais, estes neurónios comunicam entre si através de longas fibras, chamadas axónios, que servem de redes de transporte de impulsos nervosos. O que a equipe fez foi tentar repor a densidade das ligações dos neurónios colinérgicos com outras células das camadas superiores do cérebro dos macacos envelhecidos, transplantando células cerebrais geneticamente manipuladas de forma a produzirem uma proteína que promove o desenvolvimento dos axónios. "Mostrámos que conseguimos reverter as perdas de ligações neuronais relacionadas com a idade através com este fator de crescimento", disse Mark Tuszynski, investigador no Centro de Reparação Neuronal da Universidade da Califórnia e principal autor da comunicação, citado num comunicado da Academia Americana de Neurologia. "Não seria correto dizer que podemos tratar os efeitos do envelhecimento normal. Mas não seremos muito atrevidos se dissermos que esta técnica poderá ser útil para o tratamento da doença de Alzheimer", afirmou o investigador.
O próximo passo, disse, será determinar se as funções mentais dos macacos foram também restabelecidas, ao serem repostas as redes neuronais. Se os resultados forem positivos, o objectivo é avançar para a fase de ensaios clínicos, para determinar se esta terapia pode ajudar a combater a doença de Alzheimer nos seres humanos, adiantou Tuszynski.
A doença de Alzheimer caracteriza-se por perda de memória, desorientação, depressão e deterioração de funções corporais em geral. Não existe cura para esta doença, que afecta cerca de dez por cento das pessoas com mais de 65 anos e metade dos indivíduos com mais de 85 e causa cerca de 100.000 mortes por ano. O tempo médio que decorre entre o diagnóstico e a morte é de oito a dez anos.
O sinal biológico mais evidente da doença de Alzheimer é a presença de placas de proteínas nas regiões do cérebro que controlam a memória e a aprendizagem - que não se sabe se serão causa ou conseqüência da doença, embora a primeira hipótese seja a que os cientistas consideram mais viável.
Pesquisa utiliza terapia genética para recuperação de Medula
WASHINGTON (AP) - Em nova pesquisa, ratos com medula severamente lesadas recuperaram parcialmente sua habilidade p/ caminhar, o que repete os resultados de pesquisas recentes e sustenta um pouco mais a esperança humana. Terapia genética foi usada p/ estimular o crescimento de células nervosas da medula severamente lesada de ratos, relataram os pesquisadores da University of Califórnia San Diego School of Medicine.No novo experimento descrito na edição de julho do The Journal of Neuroscience, amostras de células normais obtidas através de biópsia, foram modificadas p/ produzir uma proteína de crescimento, a nerotrophin-3, que encoraja a sobrevivência e o crescimento das células nervosas.As células foram então enxertadas no local lesado da medula dos animais. Lá, as células modificadas liberaram continuamente a proteína do crescimento por muitos meses, promovendo um aumento da regeneração das células nervosas lesadas. O objetivo dos pesquisadores da lesão medular é promover o crescimento dos axônios cortados ou lesados ou partes específicas das células nervosas, disse Dr. Mark Tuszynski, professor de neurosciências da UCSD School of Medicine e autor do estudo. Estes resultados indicam que a liberação celular da proteína de crescimento dos neurônios, através da terapia genética, pode restaurar funções.Em estudos prévios reportados no último verão, pesquisadores do Instituto Karolinska da Suécia removeram, com sucesso, os bloqueios que impediam que se mantivessem saudáveis as células nervosas de ratos de laboratório transplantadas para a medula lesada, onde elas cresceram novas conexões através da lesão medular O experimento porém, o qual também restaurou alguma sensibilidade e movimento dos membros posteriores paralisados dos animais, provou somente que o crescimento é possível e não necessariamente indica a melhor técnica, disse o cientista. Dr. Wise Young, um pesquisador do sistema nervoso na New York University Medical Center em New York, disse que a técnica da ponte usada no estudo sueco, pode provavelmente nunca ser usado em humanos. Isto porque a nova terapia genética pode eventualmente promover maior eficácia caso possa ser aplicada em humanos. Embora os cientistas da Califórnia tenham dito que essa nova pesquisa é encorajadora, eles disseram também que anos de pesquisa serão necessários antes que esse tratamento possa estar disponível para humanos.
Vacina contra câncer tem resultados alentadores na próstata
WASHINGTON - Os pesquisadores que têm trabalhado em uma vacina de terapia genética contra o câncer anunciaram na quarta-feira que conseguiram a melhor reação até agora, desta vez contra o câncer de próstata.
A vacina "personalizada", feita a partir de células cancerígenas de cada paciente, ativou todo o sistema imunológico no combate ao câncer, apesar de não ter curado nenhum de seus pacientes. "Ficamos surpresos ao descobrir que todas as partes do sistema imunológico estavam alertas e ligadas," disse dr. Jonathan Simons, professor de oncologia e urologia da Universidade Johns Hopkins, em Baltimore.
"Usando terapia genética, nós reeducamos o sistema imunológico para reconhecer as células de câncer de próstata como uma infecção e ataque potencial," disseram os cientistas na publicação Cancer Research. A equipe do Johns Hopkins disse que recolheram células cancerígenas da próstata dos próprios pacientes e a cultivaram em laboratório, inserindo-lhes o gene da GM-CSF, uma proteína que ativa o sistema imunológico a reconhecer tumores. Usaram o retrovírus para levar o gene até as células. Em seguida, aplicaram raio-x às células para ter certeza de que elas próprias não causariam mais câncer e, então, injetaram no paciente. Quatro semanas depois, os pesquisadores descobriram que as células conhecidas como célula B estavam circulando e produzindo anticorpos contra as células cancerígenas da próstata.
Outro tipo de célula imunológica, células T, estavam atacando diretamente o tumor. Dr. William Nelson, da equipe autora do estudo, disse que matar as células com raio-x não só tornou a vacina mais segura como também fez que funcionasse melhor. As células do câncer que estavam morrendo atraíram células do sistema imunológico, chamadas células dendríticas, que "comeram" as agonizantes. Estas células dendríticas, então, processaram os componentes das células de câncer e puderam informar às células T e B o que deveriam procurar.
As terapias de radiação e cirurgia são geralmente usadas na maioria dos casos de câncer. Mas algumas vezes um pequeno número de células escapa, enganando o sistema imunológico, e começam a desenvolver novos tumores em outra parte do corpo.
A idéia atrás da terapia genética é pegar estas células que escapam. Os pesquisadores disseram que agora o método, se funcionar, poderá ser usado juntamente com a quimioterapia e radiação. Nos Estados Unidos, são diagnosticados anualmente 330.000 novos casos de câncer de próstata e 40.000 morrem da doença.
Cardiologistas relatam bons resultados com terapia genética
Vários cardiologistas que participam no seminário da Associação Norte-americana de Coração AHA, que está a ser realizado em Atlanta esta semana, relataram o êxito de terapias experimentais genéticas para ajudar pacientes a desobstruir artérias.Um dos pesquisadores defendeu num recente artigo na imprensa, que as causas das duas mortes apontadas nos meios de comunicação como relacionadas a terapias genéticas não foram comprovadas.
A terapia genética para tratar pacientes com doenças de coração tem sido largamente apoiada pelos médicos. Os cardiologistas acreditam que essa pode ser uma boa saída para os 500 mil pacientes norte-americanos que, depois de terem suas artérias desobstruídas, voltaram a apresentar problemas vasculares.
Um dos mais promissores estudos apresentados no seminário da Associação Norte-americana de Coração testou a terapia genética em 40 pacientes em cirurgias de desvio de artérias. Antes da operação, o paciente, Arnald Schutzberg, não podia andar sem dor. "Eu vivia naquelas condições, tendo que parar o tempo todo até o meu sangue voltar a circular e só então continuar com a minha caminhada", disse o Schutzberg. Durante as cirurgias, as veias usadas para desviar o sangue são mergulhadas numa solução com genes alterados, que tem o objetivo de prevenir as artérias de voltar a se obstruir. Os médico acompanham os seus pacientes durante um ano e garantem que a terapia realmente funciona. "Vimos que o índice de insucesso com o grupo de pacientes que tinha um grande risco de voltar a apresentar as veias obstruídas caiu para mais da metade num período de 12 meses", disse o Dr. Michael Mann, de um hospital de Boston. Os estudos do doutor Mann com a solução genética serão aplicados agora em cirurgias coronarianas. O médico Jeffrey Isner, um dos maiores entusiastas da terapia genética, estudou 72 pacientes e disse que duas mortes não podem significar o fim das pesquisas de um novo tratamento .O médico disse que os dois casos foram relatados detalhadamente ao FDA, o ministério da saúde norte-americano, afirmou Isner. "Em ambos os casos o FDA concordou que eles não estavam relacionados com a terapia genética e ressaltou que não havia motivos para suspender as pesquisas", concluiu. "Considerando que o nova técnica tem sido usada em pacientes com doenças coronarianos muito graves, a estatística de óbitos é bem baixa", esclareceu Isner.
Coração de cordeiro -Noutro estudo chamado de engenharia de tecidos, pesquisadores relataram a criação de novas válvulas coronarianas para ovelhas em laboratório e o sucesso do transplante da novidade em seis animais. As ovelhas conseguiram viver por sete meses. Os estudiosos começaram suas pesquisas com células de cordeiros e esperam que em muito pouco tempo possam transportar a tecnologia para seres humanos. Por serem feitas da própria célula dos pacientes, as válvulas têm pelo menos duas vantagens sobre as artificiais ou as de suínos usadas normalmente: elas crescem em seus próprios receptores e não precisam de drogas anti-rejeição.
Conclusão
Muito já foi feito, mas ainda não se conseguiu uma cura definitiva para nenhuma doença genética. Espera-se que em breve todo sofrimento humano possa ser minimizado, o que provavelmente acontecerá, desde que interesses financeiros não sobreponham-se sobre o principal objetivo da ciência, que é a procura de respostas para uma vida melhor....para todos.
Fonte: www.ufv.br
Poderá também gostar de:

Pesquisa com células-tronco torna ratos resistentes ao HIV

Pesquisadores americanos encontraram uma nova opção para o tratamento da aids: tornar o sistema imunológico resistente ao vírus HIV introduzindo células-tronco modificadas no organismo, anunciaram na revista Nature Biotechnology publicada nesta sexta-feira.

O vírus da aids ataca células do sistema imunológico humano prendendo-se em proteínas específicas, em particular uma molécula chamada CCR5. Certas pessoas, portadoras de uma mutação que impede a aparição desta molécula, são resistentes às principais cepas do HIV.

Eliminando o gene correspondente à proteína CCR5 da célula, pode-se, então, protegê-la contra o vírus e, por fim, proteger as pessoas contra o HIV, ou ao menos limitar bastante seus efeitos em pessoas infectadas.

A equipe de Paula Cannon, da Universidade da Califórnia do Sul, utilizou os "dedos de zinco", uma técnica recente que permite encontrar precisamente a parte do genoma a ser "cortada".

Os pesquisadores eliminaram esse gene de células-tronco hematopoéticas (células originadas dos glóbulos brancos, mas também dos glóbulos vermelhos e das plaquetas). Quando se dividirem, as células vão assim produzir outras células imunológicas que não terão a proteína CCR5.

Em seguida, os pesquisadores introduziram essas células modificadas em ratos de laboratório, substituindo assim seu sistema imunológico por células humanas, antes de infectá-los com o HIV.

Depois de 12 semanas, o sistema imunológico já havia retomado sua força inicial, enquanto que as taxas de células do sistema imunológico dos ratos que receberam células-tronco não modificadas tiveram uma brusca queda. Além disso, nos ratos do grupo testado, a presença do HIV era bastante limitada.

O próximo passo consistirá em tentar aplicar essa técnica em seres humanos. Um estudo similar já está sendo testado em homens na Universidade da Pensilvânia, mas nele são modificadas as células do sistema imunológico e não células-tronco.

Esta descoberta foi divulgada a poucas semanas da grande conferência de Viena sobre a aids, que acontecerá no dia 18 de julho.

Por que humanos e baleias vivem muito após a época reprodutiva?

Acasalamento entre diferentes grupos pode ser uma das explicações
por Katherine Harmon
iStockphoto/Lazareva



A maioria dos mamíferos não vive muito tempo após seus anos férteis: depois de servir aos fins reprodutivos, geralmente morrem. Apenas três espécies de mamíferos são conhecidas por quebrar esse padrão. As orcas (Orcinus orca), as baleias-piloto (Globicephala macrorhynchus) e humanos (e possivelmente alguns outros grandes macacos) – todos têm fêmeas que geralmente vivem por décadas depois de seu período fértil. Então o que podemos ter em comum com esses cetáceos?

Um novo estudo publicado on-line no dia 30 de junho na Proceedings of The Royal Society B: Biological Sciences descreve uma forte ligação com determinados padrões sociais, que podem fazer com que as fêmeas vivam além da época de reprodução.

Nas espécies em que os machos saem do grupo à procura de fêmeas para reprodução, estas ficam cercadas por um número crescente deles. Esse modelo aumenta as opções para conhecer novos companheiros, diminuindo as chances de se acasalar com um parente, dizem os pesquisadores Rufus Johnstone, do Departamento de Zoologia da University of Cambridge, e Michael Cant, do Centro de Ecologia e Conservação da University of Exeter, em seu estudo.

Embora as sociedades humanas modernas realizem todo o tipo de acasalamento (homossexual, etc.), os pesquisadores apontam que, em sociedades mais antigas ou tradicionais, o casamento de uma mulher com homem de outro grupo social sempre foi mais comum. A análise genética comprova essa longa história humana de acasalamento com indivíduos de outros grupos. “Nas duas espécies de baleias, os pesquisadores notaram que ambas acasalam fora de seus grupos locais.”

Johnstone e Cant explicam que os padrões de acasalamento não são provavelmente o único fator que contribui para uma longa vida pós-reprodutiva nas três espécies. “Aprender mais sobre a circulação de fêmeas para outros grupos sociais ajuda a revelar a semelhança básica entre primatas e baleias, e de sua estrutura social”.

Doença de Alzheimer: como prevenir a escuridão

Intervenções antes do aparecimento dos sintomas talvez sejam a chave para retardar ou deter a causa principal da demência
por Gary Stix
Em sua obra-prima do realismo mágico Cem anos de solidão, o escritor colombiano Gabriel García Márquez leva o leitor até uma mítica cidade na selva, Macondo, onde, em uma cena frequentemente recontada, os moradores sofrem de uma doença que os faz perder a memória. A moléstia apaga “o nome e a noção das coisas e finalmente a identidade das pessoas”. Os sintomas persistem até que um cigano que passa por lá aparece com uma bebida “de cor suave” que restabelece a saúde dos desmemoriados.

Em um paralelo do século 21 com os habitantes de Macondo, algumas centenas de residentes de Medellín, Colômbia, e de áreas cafeicultoras vizinhas terão a oportunidade de ajudar na busca de algo parecido com uma versão real do milagroso coquetel do cigano. Medellín e suas cercanias abrigam o maior contingente mundial de indivíduos com uma forma hereditária da doença de Alzheimer. Integrantes de 25 grandes famílias, que totalizam 5 mil pessoas, desenvolvem manifestações iniciais da doença, geralmente com 50 anos, se forem portadores de uma versão anômala de determinado gene.

A doença de Alzheimer precoce, transmitida como característica genética por apenas um dos genitores, é responsável por menos de 1% dos 27 milhões de casos documentados da doença em todo o mundo em 2006, mas as lesões cerebrais inconfundíveis que provoca parecem idênticas às encontradas na forma mais comum, de Alzheimer tardio, cujos sintomas não se manifestam até que a pessoa tenha mais de 65 anos.

A previsibilidade do aparecimento da moléstia nas famílias de Medellín atraiu a atenção de um grupo de cientistas e empresas farmacêuticas que estudam nova abordagem de pesquisa que testará drogas em pacientes antes de aparecerem os primeiros sinais de demência.

Desde o início do século 21, drogas “candidatas” a tratar acessos brandos ou moderados de Alzheimer falharam, persuadindo os pesquisadores de que boa parte da patologia da enfermidade – acréscimos de proteínas aberrantes e perdas de células ou circuitos cerebrais – se inicia bem antes de a perda da memória se tornar aparente. Essa percepção crescente, confirmada por novas tecnologias capazes de rastrear a doença anos antes do primeiro sintoma, sugere que para obter o máximo de êxito o tratamento precisa começar durante os muitos anos em que o insidioso processo já está em marcha, mesmo se a memória do paciente permanecer intacta.

Consequentemente, uma tendência muito importante da maior parte das pesquisas sobre Alzheimer está mudando de direção e se concentrando em conter a doença antes que os sintomas se manifestem – não só com drogas, mas também com medidas de estilo de vida mais seguras e menos dispendiosas que preencher sistematicamente uma receita de droga durante 10 ou 20 anos

Abusar nas compras pode deixar o homem barrigudo e impotente

Querida, a culpa é toda sua…

Meu pai já bem dizia que homem não combina com shopping, o que sempre deixou minha mãe naturalmente irritada. Mas ó, não é que ele estava certo? Pesquisadores estão dizendo que um componente químico – Bisphenol A (BPA) – encontrado em alguns recibos de compras pode causar o desequilíbrio hormonal masculino. Quem atesta é o urologista alemão Frank Sommer, que falou ao Daily Telegraph: “Substâncias como o BPA podem mudar o balanço dos hormônios sexuais nos homens, privilegiando o estrógeno. Em longo prazo, isso diminui o apetite sexual, faz a barriga crescer e tem efeitos negativos sobre a ereção e a potência”. Ou seja: comprar demais deixa o cara, além de pobre, barrigudo e impotente. Sex appeal lá em cima, né? O tal BPA (que serve para tornar a tinta visível em papéis termossensíveis) é absorvido quando o homem manuseia muitas notinhas e depois leva as mãos à boca ou mexe com comida (aparentemente, não tem efeitos negativos sobre a mulher). E a coisa é tão séria que a substância já foi banida no Canadá e em três estados dos EUA. Para a sorte dos casais de lá.

1 de jul. de 2010

VESTIBULAR 2011-UFRN

PROGRAMAS VESTIBULAR 2011
EIXOS COGNITIVOS (comuns a todas as áreas de conhecimento)
I. Dominar linguagens (DL): dominar a norma culta da Língua Portuguesa e fazer uso das linguagens matemática, artística e científica e das línguas espanhola e inglesa.
II. Compreender fenômenos (CF): construir e aplicar conceitos das várias áreas do conhecimento para a compreensão de fenômenos naturais, de processos histórico-geográficos, da produção tecnológica e das manifestações artísticas.
III. Enfrentar situações-problema (SP): selecionar, organizar, relacionar, interpretar dados e informações representados de diferentes formas, para tomar decisões e enfrentar situações-problema.
IV. Construir argumentação (CA): relacionar informações, representadas em diferentes formas, e conhecimentos disponíveis em situações concretas, para construir argumentação consistente.
V. Elaborar propostas (EP): recorrer aos conhecimentos desenvolvidos na escola para elaboração de propostas de intervenção solidária na realidade, respeitando os valores humanos e considerando a diversidade sociocultural.

BIOLOGIA

Moléculas, células e tecidos - Estrutura e fisiologia celular: membrana, citoplasma e núcleo. Divisão celular. Aspectos bioquímicos das estruturas celulares. Aspectos gerais do metabolismo celular. Metabolismo energético: fotossíntese e respiração. Codificação da informação genética.
Síntese protéica. Diferenciação celular. Principais tecidos animais e vegetais. Origem e evolução das células. Noções sobre células-tronco, clonagem e tecnologia do DNA recombinante. Aplicações de biotecnologia na produção de alimentos, fármacos e componentes biológicos.
Aplicações de tecnologias relacionadas ao DNA a investigações científicas, determinação da paternidade, investigação criminal e dentificação de indivíduos. Aspectos éticos relacionados ao desenvolvimento biotecnológico. Biotecnologia e sustentabilidade.
• Hereditariedade e diversidade da vida - Princípios básicos que regem a transmissão de características hereditárias. Concepções prémendelianas sobre a hereditariedade. Aspectos genéticos do funcionamento do corpo humano. Antígenos e anticorpos. Grupos sanguíneos,
transplantes e doenças autoimunes. Neoplasias e a influência de fatores ambientais. Mutações gênicas e cromossômicas. Aconselhamento genético. Fundamentos genéticos da evolução. Aspectos genéticos da formação e manutenção da diversidade biológica.
• Identidade dos seres vivos - Níveis de organização dos seres vivos. Vírus, procariontes e eucariontes. Autótrofos e heterótrofos. Seres unicelulares e pluricelulares. Sistemática e as grandes linhas da evolução dos seres vivos. Tipos de ciclo de vida. Evolução e padrões
anatômicos e fisiológicos observados nos seres vivos. Funções vitais dos seres vivos e sua relação com a adaptação desses organismos a diferentes ambientes. Embriologia, anatomia e fisiologia humana. Evolução humana. Biotecnologia e sistemática.
• Ecologia e ciências ambientais - Ecossistemas. Fatores bióticos e abióticos. Habitat e nicho ecológico. A comunidade biológica: teia alimentar, sucessão e comunidade clímax. Dinâmica de populações. Interações entre os seres vivos. Ciclos biogeoquímicos. Fluxo de energia no
ecossistema. Biogeografia. Biomas brasileiros. Exploração e uso de recursos naturais. Problemas ambientais: mudanças climáticas, efeito estufa; desmatamento; erosão; poluição da água, do solo e do ar. Conservação e recuperação de ecossistemas. Conservação da biodiversidade. Tecnologias ambientais. Noções de saneamento básico. Noções de legislação ambiental: água, florestas, unidades de conservação; biodiversidade.
• Origem e evolução da vida - A biologia como ciência: história, métodos, técnicas e experimentação. Hipóteses sobre a origem do Universo, da Terra e dos seres vivos. Teorias de evolução. Explicações pré-darwinistas para a modificação das espécies. A teoria evolutiva de Charles Darwin. Teoria sintética da evolução. Seleção artificial e seu impacto sobre ambientes naturais e sobre populações humanas.
• Qualidade de vida das populações humanas - Aspectos biológicos da pobreza e do desenvolvimento humano. Indicadores sociais, ambientais e econômicos. Índice de desenvolvimento humano. Principais doenças que afetam a população brasileira: caracterização, prevenção e profilaxia. Noções de primeiros socorros. Doenças sexualmente transmissíveis. Aspectos sociais da biologia: uso indevido de drogas; gravidez na adolescência; obesidade. Violência e segurança pública. Exercícios físicos e vida saudável. Aspectos biológicos do
desenvolvimento sustentável. Legislação e cidadania.

Médicos testam sistema que alerta epilético antes de ataques


Médicos australianos estão testando um sistema com sensores elétricos dentro do crânio para alertar pacientes epiléticos antes que eles tenham ataques.

Os sensores enviam mensagens a um dispositivo implantado no peito do paciente, que por sua vez manda sinais a um pager que alerta o paciente sobre o ataque iminente.

Segundo Mark Cook, um dos integrantes da equipe do Melbourne St Vincent Hospital, em Melbourne, se funcionar, o sistema representará um “avanço impressionante”.

"Nunca imaginamos que seríamos capazes de prever ataques epiléticos dessa maneira", disse.

"Se funcionar como esperamos, (o sistema) vai transformar a vida de muitas pessoas."

Eletricidade

A epilepsia é um distúrbio neurológico crônico que pode provocar convulsões repentinas, perda de consciência e outros sintomas.

Os eletrodos instalados dentro do crânio do paciente comunicam quaisquer mudanças na atividade elétrica do cérebro ao dispositivo no peito.

A ideia é que o aviso do pager dê ao paciente tempo suficiente para tomar remédios ou alertar amigos e a família.

A primeira pessoa a testar a nova técnica é Jason Dent, de 26 anos, que mora na cidade de Hobart, na Austrália.

Dent sofre de uma forma grave de epilepsia que não pode ser controlada com remédios ou procedimentos cirúrgicos.

Sua mãe, Helen Crossin, está esperançosa.

"Se soubesse que ele estava seguro, eu poderia relaxar um pouco mais", ela disse.

Crossin acrescentou que seria maravilhoso, para o filho, poder ter algum controle sobre a condição que o aflige a vida toda.

A companhia americana que está desenvolvendo o novo sistema disse esperar que ele esteja disponível no mercado dentro de cinco anos.

30 de jun. de 2010

Vestibular 2011 da UFRN vai ofercer mais de seis mil vagas23/06/2010 16:13
Mais 6.139 vagas serão oferecidas pela UFRN através do Vestibular 2011 (sistema seletivo tradicional), que será realizado, simultaneamente, nos municípios de Natal, Mossoró, Caicó, Currais Novos e Santa Cruz, nos dias 28, 29 e 30 de novembro. As inscrições serão realizadas exclusivamente via internet, no período de 26 de julho a 29 de agosto. O Vestibular e o ENEM são abertos a portadores de certificado de conclusão do ensino médio ou curso equivalente, ou aos que estiverem cursando, no ano letivo de 2010, o último ano do ensino médio ou curso equivalente.Os alunos oriundos da Rede Pública de Ensino poderão ser beneficiados com o Argumento de Inclusão, cuja inscrição ocorrerá no período de 24 de setembro a 15 de outubro. Os interessados deverão apresentar comprovante de inscrição no Vestibular e os documentos que certifiquem os requisitos estabelecidos na resolução, especialmente ter cursado, com aprovação, os últimos três anos do Ensino Fundamental e todo o Ensino Médio na Rede Pública de Ensino.

24 de jun. de 2010

Estudo vê ligação entre câncer e uso de remédio para o coração

Um estudo feito nos Estados Unidos sugere que os usuários de um tipo de remédio comumente usado para tratar problemas cardíacos e pressão alta têm uma maior possibilidade um pouco maior a desenvolver câncer.

No levantamento, divulgado na última edição da publicação científica The Lancet Oncology, os cientistas do University Hospitals Case Medical Center, na cidade de Cleveland, fizeram um cruzamento de informações de estudos sobre casos de câncer de pulmão, próstata e mama de 68 mil pacientes. Também analisaram informações sobre novos diagnósticos de câncer em 61 mil pessoas e registros de mortes por câncer de outros 93 mil.

Eles concluíram que, entre os pacientes que tomavam uma classe de medicamentos conhecida como bloqueadores dos receptores de angiotensina, a probabilidade de desenvolver câncer chegou a 7,2%, enquanto que em pacientes que não tomaram esses remédios, a possibilidade foi calculada em 6%.

Quando investigaram mais a fundo que tipos específicos de tumores estariam associados ao medicamento, verificaram uma predominância maior de casos de câncer de pulmão.

Câncer

Os bloqueadores dos receptores de angiotensina são recomendados principalmente para condições como pressão alta e insuficiência cardíaca.

Em 2003, testes com um remédio desse tipo revelaram um aumento nos riscos de morte por câncer, mas não ficou claro no período se o resultado era significativo ou não.

Não está claro por que bloqueadores dos receptores de angiotensina aumentariam os riscos de câncer, mas alguns estudos com animais indicam que talvez haja uma associação entre a droga e o crescimento de vasos sanguíneos em tumores.

Embora o aumento constatado seja modesto, o cientista responsável pelo estudo, Ilke Sipahi, disse que, como as drogas são usadas em grande escala, existe um potencial de muitos casos adicionais de câncer.

Com base nos resultados, os cientistas responsáveis pelo estudo pedem aos órgãos responsáveis pela regulamentação do uso de remédios que realizem novas investigações para analisar a relação entre o medicamento e o câncer.

Eles recomendam, porém, que os pacientes não deixem de tomar a droga. Em caso de preocupação, devem procurar um médico.

Tim Chico, vice-diretor da NIHR Cardiovascular Biomedical Research Unit da University of Sheffield, no Reino Unido, disse que o estudo não provou a existência de um vínculo definitivo entre o câncer e a droga.

Ele enfatizou que medicamentos que baixam a pressão salvam vidas

Nova técnica prevê apenas uma dose de radioterapia para pacientes de câncer de mama

O câncer de mama é o que mais mata mulheres no Brasil
Uma única dose de radioterapia durante a cirurgia para a retirada do câncer de mama se mostrou tão eficiente quanto a série de 15 a 35 sessões normalmente recomendadas após a operação, segundo um estudo britânico publicado na revista médica The Lancet.

Os médicos testaram a técnica em mais de 2.000 pacientes, acompanhadas ao longo de quatro anos.

Se sua eficácia for comprovada, a técnica significaria a redução de filas, economia nos custos dos tratamentos e as pacientes sofreriam menos com os efeitos colaterais.

Segundo a fundação Cancer Research UK, o estudo pode ter um “grande impacto” para as pacientes.

Precisão

O câncer de mama é o que mais causa morte entre as mulheres no Brasil, segundo o INCA, e nos países ocidentais é uma das principais causas da morte de mulheres.

A retirada do tumor é, normalmente, o primeiro passo no tratamento de câncer de mama, seguida pelas sessões de radioterapia para matar qualquer célula cancerígena remanescente.

Com a nova técnica, os médicos usam um aparelho de radioterapia móvel que pode ser inserido no seio durante a cirurgia e atingir um alvo específico, de onde foi retirado o tumor.

A pesquisa, liderada por médicos britânicos, mas realizada em nove países, mostrou que a reincidência do câncer em mulheres com mais de 45 anos de idade foi a mesma, independente da técnica utilizada – dose única ou múltipla de radioterapia.

Entre as mulheres que receberam apenas uma dose, houve seis reincidências. Entre as que receberam tratamento de radioterapia prolongado, cinco apresentaram reincidência.

Mas a dose única evita danos potenciais a órgãos como o coração, pulmão e esôfago, que podem ocorrer quando a radiação é direcionada a todo o seio, afirmam os pesquisadores.

A freqüência de qualquer complicação ou grandes efeitos tóxicos foi semelhante nos dois grupos.

Trauma

O oncologista Jeffrey Thobias, do University College London Hospitals (UCLH), que apresentou a primeira paciente a ser submetida à nova técnica com o oncologista Jayant Vaidya, disse: “Acredito que a razão pela qual ela funciona tão bem é a precisão do tratamento. Ele erradica as células em uma área de altíssimo risco – a parte do seio de onde foi retirado o tumor”.

Vaidya, que também é oncologista do UCLH, afirmou que com o novo tratamento muitas mulheres não precisariam retirar seu seio.

Josephine Ford, de 80 anos de idade, foi diagnosticada com câncer de mama em fevereiro de 2008 e tratada com a nova técnica três meses depois.

A operação foi um sucesso e ela afirma que a dose única “simplificou tudo e tornou o processo menos traumático”.

Apesar dos resultados otimistas, os médicos afirmam que a técnica só se aplica a pacientes com câncer de mama semelhantes aos tratados durante o estudo.

Os médicos também afirmam que serão necessários vários anos até que a eficácia seja totalmente provada e o tratamento seja adotado em vários hospitais.

16 de jun. de 2010

Diferenças entre mono e dicotiledôneas


As monocotiledôneas e dicotiledôneas são duas classes de vegetais que pertencem às plantas angiospermas (plantas com sementes contidas no interior dos frutos) e também fanerógamas (plantas com flores), atualmente classificadas como magnoliófitas, reunindo aproximadamente 230 mil espécies.

Monocotiledôneas
Grupo de vegetais cuja principal característica é a manifestação de apenas um cotilédone compondo a semente.

Dicotiledôneas
Grupo de vegetais contendo dois cotilédones envolvidos pela semente.

Cotilédone → Substância de reserva energética transferida ao desenvolvimento do embrião durante a germinação.

Outras diferenças distinguíveis entre os grupos:

CARACTERÍSTICA

Monocotiledônea

Dicotiledônea

Inserção foliar

InvaginantePeciolada

Nervuras foliares

Paralelas (paralelinérvea)Reticuladas (peninérvea)

Caule

Vasos condutores de seiva irregularmente espalhados pelo caule (difusos)Vasos condutores de seiva dispostos ordenadamente na periferia do caule ao redor do cilindro central

Raízes

Fasciculada ou cabeleira
(não possui raiz com eixo principal)
Axial ou pivotante
(possui raiz com eixo principal)

Flores

Trímeras
(formadas por 3 pétalas ou seus múltiplos)
Tetrâmeras ou pentâmeras
(formadas por 4 ou 5 pétalas, ou seus múltiplos)

Frutos

Subdivididos em 3 carpelos (lojas / repartições)Subdivididos em 2 ou 5 carpelos

Exemplos

Milho, bambu, cana-de-açúcar, alho, arroz, palmeiras, grama, cebola, etc.Feijão, amendoim, café, girassol, laranja, mamão, abacate, seringueira, etc.

SUGESTÃO PRÁTICA

Procedimento: o professor deverá reunir exemplares botânicos conforme as características mencionadas acima, expondo o conteúdo teórico juntamente ao material biológico referente. Esse tipo de dinâmica, permitindo aproximação do aluno com o objeto mencionado, contribui com a fixação do aprendizado.

Dependendo da disponibilidade do professor, programação da escola e autorização dos pais (caso o aluno seja menor de idade) é possível organizar um momento extra-sala, possibilitando aos alunos passeio educativo.

Nessa ocasião, o professor em visita anterior a um bosque (próximo a escola), deverá observar a vegetação in loco, montando uma trajetória (trilha) conveniente ao assunto explicado, ou seja, durante a escolha do percurso, alguns vegetais identificados deverão servir de exemplo para análise dos aspectos que diferenciam as monocotilédones das dicotiledôneas.

Aves


Aves

As aves (l. avis) são animais facilmente reconhecíveis, pois são animais comuns e diurnos. A sua coloração e canto chamam a atenção humana e muitas fazem parte da nossa alimentação regular.

Em consequência da sua adaptação ao voo, as aves são muito mais parecidas entre si que os animais das restantes classes tetrápodes. A forma geral do corpo é fusiforme, oferecendo uma resistência mínima ao ar.

O seu revestimento corporal de penas é único e característico, isolando o corpo e permitindo não só o voo mas também a regulação de temperatura. O voo, por sua vez, permitiu ás aves ocuparem nichos ecológicos negados a outros animais, como as regiões árcticas.

A ciência que estuda as aves é a ornitologia (gr. ornis = ave). As aves parecem ter evoluído de répteis do tipo dinossáurio arborícola, que se alimentava de insectos. Pensa-se que deverá ter sido esta a causa para o surgimento de muitas das características consideradas típicas das aves, nomeadamente os olhos grandes, patas com boa aderência e longo focinho (mais tarde modificado para bico). Talvez tenha mesmo sido essa a origem da endotermia, pois permitia tirar partido de zonas frias em que os insectos (seu principal alimento) se tornavam lentos e inactivos.

O fóssil de ave mais antigo data de há cerca de 150 M.a. durante o período Jurássico. Este animal do tamanho de um corvo ficou conhecido por Archeopteryx lithographica e apresentava características combinadas de réptil e de ave (asas, penas, focinho com maxilares com dentes, etc.). Não é claro se voava ou planava pois não possuía o esterno em forma de quilha, necessário à inserção dos músculos das asas.

Durante o Cretácico as aves diversificaram-se e evoluíram, tornando o voo mais eficaz. Foi neste período que surgiram os antepassados das aves actuais. Outro mistério da evolução das aves é o motivo porque sobreviveram á grande extinção do final deste período, embora a endotermia talvez possa ser um factor a ter em conta.

Aves
Caracterização

As suas características principais são:
Corpo

Fundamental para uma boa adaptação ao voo, o corpo da ave é, de modo geral, relativamente pequeno, forte e compacto, com músculos poderosos.
Pele

A pele é mole e flexível está frouxamente ligada aos músculos subjacentes e não apresenta glândulas (excepto a glândula uropigial, acima da cauda, que secreta um óleo que impermeabiliza as penas e evita que o bico se torne quebradiço).

As penas formam um revestimento leve e flexível, resistente e com inúmeros espaços aéreos úteis como isolantes. As penas das asas e cauda formam, ainda, importantes superfícies de sustentação da ave no voo. Por esse motivo, devido ao intenso desgaste que sofrem, as aves são muito cuidadosas na sua manutenção.

As penas crescem a partir de folículos, tal como as escamas dos répteis ou os pêlos dos mamíferos, e são exclusivamente epidérmicas. São formadas exclusivamente por queratina. A origem filogenética das penas não é clara, existindo teorias alternativas. Uma delas considera que as penas terão evoluído como revestimento isolante e não relacionadas com o voo.

Com excepção das avestruzes, pinguins e algumas outras aves completamente cobertas de penas, estas só crescem em certas partes do corpo, entre os quais existem espaços vazios. Existem 4 tipos de penas nas aves actuais: rémiges (penas de voo das asas, com contorno assimétrico, mais largas na parte interna, a favor do vento), rectrizes (penas de voo da cauda, simétricas), tetrizes (penas de cobertura, que proporcionam um contorno aerodinâmico) e plumas (penas muito delicadas, que formam a penugem que reveste todo o corpo).

A cor das penas é obtida por duas formas: presença de pigmentos na pena ou por reflexão da luz nas barbas da pena. Os pigmentos são variados, nomeadamente melanina (castanho a preto) e carotenóides (amarelo, laranja e vermelho). A reflexão total da luz produz plumagem branca, enquanto a reflexão parcial origina as brilhantes plumagens azuis e a maioria dos verdes. Se à reflexão se adicionar melanina obtém-se o verde azeitona, se se adicionar carotenóides um verde-alface vivo.

Pena de Ave

As penas sofrem mudas regulares, num processo gradual e ordenado, de modo a que nunca se formam áreas nuas. A mudança de penas nunca se realiza em épocas críticas (de elevado investimento metabólico), como quando se reproduzem, migram ou durante condições adversas (escassez de alimentos ou secas, por exemplo).
Esqueleto

Totalmente ossificado, o esqueleto das aves é simultaneamente delicado e forte, pois muitos ossos estão fundidos (o que diminui a necessidade de grandes músculos e tendões para os unir) e muitos outros são ocos.

O facto de não conterem medula no seu interior torná-los-ia frágeis, pelo que são suportados internamente por uma rede de trabéculas ósseas. Muitos destes ossos ocos contêm sacos aéreos no seu interior, associados ao sistema respiratório.

O esqueleto das aves é modificado de modo a que se adapte ao voo, à locomoção bípede e à postura de grandes ovos de casca dura. O crânio tem um côndilo occipital e o pescoço é tipicamente longo e flexível, permitindo a alimentação e o tratamento das penas.

O esterno é grande e com quilha, onde se apoiam os poderosos músculos das asas, o que impede a sua expansão durante a respiração. A cintura pélvica é largamente aberta ventralmente, permitindo a passagem fácil dos ovos nas fêmeas. As vértebras caudais são pouco numerosas e comprimidas.
Patas

As patas anteriores transformadas em asas para voar, que embora tenham o padrão tetrápode típico, estão bastante modificadas: o número de dedos está reduzido e muitos ossos estão fundidos. Além disso, todas as articulações da asa, com excepção da do "ombro" não são flexíveis no plano vertical. Assim, quando a ave voa as asas formam uma superfície quase plana, com batimentos apenas ao nível da ligação ao corpo, o que poupa energia.

As patas posteriores têm geralmente 4 dedos (3 virados para a frente e um para trás, o sistema ideal para se empoleirar) com garras córneas e revestidas por escamas epidérmicas, adaptadas a andar ou nadar (neste caso com membranas interdigitais). No entanto, existem aves com apenas 2 dedos no total (avestruzes, por exemplo) ou com 2 dedos virados para a frente e dois para trás (pica-paus, por exemplo).

As patas posteriores são muito fortes e resistentes, permitindo ao animal lançar-se para o ar e amortecer a aterragem.
Sistemas viscerais

O sistema nervoso e órgãos dos sentidos são bem desenvolvidos. A visão é um sentido primário nas aves, tendo os olhos grandes uma elevada acuidade visual e uma rápida acomodação. A retina contém maior número de receptores por unidade de área que os restantes vertebrados (em algumas espécies 8 vezes mais). Os olhos estão rodeados por pálpebras e membrana nictitante.

Os ouvidos abrem atrás dos olhos, protegidos por penas especiais, e são igualmente eficientes. As narinas abrem no maxilar superior, mas a quimiorrecepção (olfacto e gustação) é muito pobre, devido ao estilo de vida destes animais.

Sistema digestivo com boca rodeada por um bico pontiagudo, leve e flexível e com revestimento córneo (queratina) que cresce continuamente, para substituir possíveis desgastes. Quando aberto, tanto o maxilar inferior como o superior se deslocam, obtendo-se uma ampla abertura. A forma do bico revela os hábitos alimentares da ave, pois a sua forma está a eles adaptada.

O papo que humedece e armazena os alimentos e a moela musculosa, onde, com a ajuda de pequenas pedras, o alimento é triturado são característicos da aves. O ânus abre na cloaca.

O seu pequeno peso e elevado metabolismo levam a que as aves necessitem permanentemente de grande quantidade de alimentos de alto teor calórico. Os níveis de açúcar no sangue de uma ave são cerca de duas vezes superiores aos de um mamífero.

O sistema respiratório tem pulmões compactos estão presos ás costelas e ligados a sacos aéreos de paredes finas, que se estendem entre os órgãos viscerais. Este facto resulta da fraca possibilidade de expansão da caixa torácica, muito rígida para melhor sustentar os músculos do voo.

Os sacos aéreos ajudam ao processo respiratório e dissipam o calor gerado pelo elevado metabolismo. A caixa vocal, ou siringe, localiza-se na base da traqueia, útil para a comunicação a longas distâncias.

O sistema circulatório apresenta um coração com 4 câmaras, glóbulos vermelhos biconvexos e nucleados.

O sistema excretor é composto por rins metanéfricos, associados a sistema porta-hemal. Não têm bexiga pois não produzem urina aquosa, o que reduz o peso total do animal.

São animais endotérmicos ou homeotérmicos, o que lhes permite permanecer activas durante todo o ano e à noite. O surgimento desta característica nas aves parece ter sido independentemente dos mamíferos, dadas as elevadas necessidades energéticas do voo. A temperatura interna das aves ronda os 40 - 42ºC.
Reprodução

A grande maioria das aves é monogâmica (pelo menos aparentemente), formando casais reprodutores. Os machos defendem um território e realizam complexos rituais de acasalamento, exibindo-se ou cantando para atrair as fêmeas.

Ninho de Ave
As aves, como este ganso do Canadá, fazem ninhos para colocar os seus ovos e para alojar as crias. Os ninhos podem ser no solo ou em árvores, desde os mais simples montes de terra e gravetos a elaboradas construções


As crias de ave, como esta de catatua rosada, nascem de olhos fechados e sem penas mas os cuidados paternais permitem um crescimento rápido

Todas as aves são ovíparas e produzem ovos amnióticos com muito vitelo e casca calcária. Os ovos são sempre depositados externamente (geralmente num ninho) para incubação. O ninho fornece segurança, calor e um local isolado e longe de predadores para cuidar das crias. Os materiais de construção de ninhos dependem da disponibilidade local, podendo ser usados galhos, penas, pêlos, teias de aranha e até pele de réptil ou artefactos humanos.

Nas fêmeas, apenas um dos ovários embrionários se torna funcional no adulto, num esforço para reduzir o peso da ave durante o voo. Um ovário maduro tem o aspecto de um cacho de uvas, podendo conter até 4000 óvulos, que podem potencialmente desenvolver-se em gemas. Cada um está ligado ao ovário através de uma fina membrana - folículo - coberta por uma rede de vasos sanguíneos. A gema é formada por deposição de camadas sucessivas de vitelo, permanecendo o blastodisco à sua superfície.

Após a ovulação, a gema é mantida íntegra pela membrana vitelina e é recolhido da cavidade abdominal pela extremidade em forma de funil do oviducto, designada funículo ou infundíbulo. nesta zona do oviducto ocorre a fecundação, se os espermatozóides a tiverem alcançado.

As restantes zonas do oviducto formam os componentes do ovo: no magnum a clara é acrescentada, estando a forma do ovo definida; no istmo, uma zona mais estreita do canal, formam-se as membranas da casca; no útero ou glândula da casca forma-se a casca, a etapa mais demorada da formação do ovo, e diferencia-se a calaza; na vagina o ovo recebe uma fina película anti-bacteriana e anti-partículas designada cutícula, impedindo-as de penetrar através da casca porosa. Também na vagina o ovo é virado, pois deverá ser posto com a extremidade arredondada primeiro.

Os ovos são geralmente pigmentados, devendo-se a sua cor à mistura em percentagens variáveis de apenas dois tipos de pigmento, um derivado da hemoglobina e outra da bílis. O pigmento é adicionado à casca durante a passagem deste pelo oviducto da fêmea. Os ovos esbranquiçados pertencem geralmente a espécies que os colocam em cavidades, como os pica-paus, permitindo-lhes identificar facilmente o ovo no escuro. Pelo contrário, ovos pigmentados são geralmente colocados em ninhos abertos, permitindo-lhes passar despercebidos aos predadores.

Ao pôr o ovo, a fêmea everte parcialmente a cloaca, como se virasse uma luva ao contrário, impedindo, assim, que o ovo entre em contacto com o ânus e seja contaminado por fezes. Os restantes sistemas são também bloqueados, impedindo descargas acidentais durante o esforço de postura do ovo.

O sistema reprodutor masculino mantêm no adulto os dois testículos embrionários, ligados a um par de epidídimos e canais deferentes, que conduzem à cloaca os espermatozóides e as secreções espermáticas.

A fecundação é sempre interna, com a cópula resultando apenas do encosto das aberturas das cloacas masculina e feminina - "beijo" cloacal. No entanto, existem aves (algumas espécies de patos e gansos, cisnes, avestruzes ou búfagos, por exemplo) que apresentam órgãos fálicos, embora sem vasos sanguíneos no seu interior. É comum que apresentem um sulco espiralado ao longo da sua superfície, por onde o esperma escorre para o interior da cloaca e oviducto da fêmea.

As crias, pouco desenvolvidas ao nascer, são alimentadas e vigiadas pelos pais, após a eclosão. Na maioria das espécies, os pintos nascem cegos, sem penas e sem capacidade reguladora de temperatura corporal. Algumas espécies (principalmente aves aquáticas), no entanto, têm pintos um pouco mais desenvolvidos, com penas e capazes de procurar alimento poucas horas após o nascimento.
Migrações

As aves realizam frequentemente migrações sazonais. A maioria das aves migradoras reproduz-se na Primavera e Verão em latitudes elevadas, aproveitando os dias longos e soalheiros, mas parte para latitudes mais baixas com a aproximação do Inverno.

Nem todas as aves migram pois este é um processo muito caro do ponto de vista metabólico, mas tal depende das condições ambientais permitirem ou não a permanência no local de reprodução. As aves tropicais são as mais frequentemente sedentárias.

A necessidade de migrar depende de uma série de factores, entre os quais os níveis hormonais da ave e alterações da duração do fotoperíodo. Quando a época da migração se aproxima as aves tornam-se inquietas e armazenam grandes quantidades de gordura, necessária para a longa viagem.

Algumas migrações são particularmente impressionantes, percorrendo milhares de quilómetros e atingindo locais muito específicos, como o caso da migração das andorinhas (da Europa ocidental à África do Sul).

Aves

15 de jun. de 2010

AMO MEUS ALUNOS





11 de jun. de 2010

Darwin psicólogo, o lado desconhecido do gênio


Charles Darwin é famoso pela prolífica obra sobre biologia. Além de publicar sua teoria da evolução, escreveu livros sobre recifes de coral, minhocas e plantas carnívoras. Mas o eminente naturalista fez importantes contribuições além das ciências da vida: também foi um psicólogo experimental.

Darwin conduziu um dos primeiros estudos sobre como as pessoas reconhecem a emoção nos rostos, de acordo com pesquisa de Peter Snyder, neurocientista da Brown University. Snyder se baseou em documentos biográficos inéditos, agora divulgados na edição de maio do Journal of the History of the Neurosciences.

Lendo cartas de Darwin na University of Cambridge, na Inglaterra, Snyder observou várias referências a uma pequena experiência sobre emoções que o cientista realizara em sua casa. Com a ajuda de bibliotecários, Snyder descobriu notas com caligrafia ilegível das mãos idosas de Darwin e com a letra de sua esposa, Emma. Embora o fascínio de Darwin com a expressão emocional seja bem documentado, ninguém tinha reunido os detalhes de sua experiência caseira. Agora, surge uma narrativa completa.

“Darwin aplicou um método experimental que, na época, era muito raro na Inglaterra vitoriana", disse Snyder. "Ele avançou nas fronteiras de todos os tipos de ciências biológicas, mas suas contribuições para a psicologia são pouco conhecidas."

Em 1872, Darwin publicou o texto "A expressão das emoções no homem e nos animais”, no qual argumentava que todos os seres humanos e até mesmo outros animais expressavam emoções por meio de comportamentos notavelmente similares. Para Darwin, a emoção tinha uma história evolutiva que poderia ser rastreada através de culturas e espécies. Hoje, muitos psicólogos concordam que certas emoções são universais para todos os seres humanos, independentemente da cultura: raiva, medo, surpresa, nojo, alegria e tristeza.

Ao escrever o livro, Darwin correspondeu-se com vários pesquisadores, incluindo o médico francês Guillaume-Benjamin-Amand Duchenne, para quem os rostos humanos poderiam expressar pelo menos 60 emoções distintas, dependendo do grupo específico de músculos faciais. Em contraste, Darwin acreditava que as musculaturas faciais trabalhavam juntas para criar um conjunto de apenas algumas emoções.

Duchenne estudou a emoção através da aplicação de uma corrente elétrica nos rostos. Ao estimular a combinação correta de músculos faciais, Duchenne imitou expressões emocionais genuínas. Ele produziu mais de 60 fotos de suas cobaias humanas, demonstrando o que acreditava ser emoções distintas.


Mas Darwin discordou. "Comecei a olhar para o álbum dos fotogramas que Darwin tinha recebido de Duchenne", disse Snyder. "E Darwin escreveu essas notas críticas nele, dizendo: ‘Eu não acredito nisso. Isso não é verdade’".

Segundo Darwin, apenas alguns slides de Duchenne representariam emoções humanas universais. Para testar essa ideia, ele realizou um estudo duplo-cego em sua casa no condado de Kent, Inglaterra. Darwin escolheu 11 de slides de Duchenne, colocou-os em uma ordem aleatória e apresentou-os um de cada vez para mais de 20 dos seus convidados, sem quaisquer sugestões ou questões de liderança. Então pediu aos amigos que adivinhassem qual emoção cada slide representava. “Esse tipo de controle experimental seria considerado rudimentar atualmente, mas foi avançado no tempo de Darwin”, ressalta Snyder.

De acordo com as notas nos manuscritos e nas tabelas de dados estudados por Snyder, os convidados de Darwin concordaram quase unanimemente sobre a felicidade, tristeza, medo e surpresa, mas discordaram sobre outras emoções. Para Darwin, apenas os slides fotográficos de emoções básicas eram relevantes.

Darwin utilizou os resultados de seu experimento do século 19 para melhorar a própria compreensão da emoção e da expressão. Mas seus métodos pioneiros continuam a ser relevantes para psicólogos atuais.

"Hoje usamos quase a mesma técnica, e até mesmo os estímulos, para avaliar o reconhecimento emocional de uma variedade de doenças psiquiátricas, como o autismo e a esquizofrenia", disse Snyder. "Os métodos de abordagem de Darwin não estão presos no tempo.”

Quem não escova os dentes duas vezes por dia tem mais risco de doença cardíaca



por Katherine Harmon
iStockphoto/Diego Cervo



Nunca minta para o seu dentista. E seu cardiologista pode pedir que você escove os dentes com mais frequência.

Segundo um novo estudo com base populacional, escovar os dentes menos de duas vezes por dia pode levar a um aumento de 70% do risco de uma doença cardiovascular.

Os pesquisadores examinaram relato de hábitos de higiene oral e de doenças coronárias em 11.869 adultos com idade entre 35 e 50 anos, baseados no Scottish Health Survey. A equipe liderada por César de Oliveira, pesquisador de epidemiologia e saúde pública da University College London, acompanhou indivíduos após uma média de oito anos para ver se sofreriam ataques cardíacos ou doenças coronarianas.

E descobriram que quem não escovava os dentes pelo menos de duas vezes por dia tinha maior probabilidade de ser do sexo masculino, idoso, fumante e com outros problemas de saúde (como diabetes, hipertensão e obesidade).

Muitos estudos precedentes encontraram relação semelhante, embora outros dados mostrem aumento mais modesto no risco. Um estudo de 2000, no entanto, não conseguiu estabelecer uma relação convincente entre periodontite e doença coronariana crônica em um estudo com mais de 8 mil pessoas durante 20 anos. Porém, os autores do novo estudo observaram que a doença periodontal aumenta o risco de contrair um problema cardiovascular em 19% (esse número salta para 44% para as pessoas com doença periodontal antes dos 65 anos). “Esse nível de risco pode aumentar e tem um profundo impacto na saúde pública", observaram os autores.

Embora o estudo não seja uma prova de nexo de causalidade, os pesquisadores destacam a inflamação como um possível mecanismo por trás da relação entre a doença periodontal e a cardíaca.

A inflamação crônica e a resposta do organismo podem ser a um fator importante para a doença cardíaca e, como observaram os autores, a doença periodontal é uma das infecções crônicas mais comuns e está associada a uma resposta inflamatória sistêmica moderada.

Como parte do estudo, Oliveira e seus colegas testaram amostras de sangue de 4.830 indivíduos do estudo por dois principais marcadores inflamatórios (proteína C reativa e fibrinogênio). Encontraram forte associação entre maus hábitos de higiene oral e os níveis elevados desses marcadores, sugerindo a inflamação como uma possível ligação entre a saúde oral e a do coração. A possibilidade deve ser suficiente, segundo os autores, para os médicos ficarem alertas sobre uma possível fonte oral de um aumento de cargas inflamatórias. E isso poderia ser apenas mais um motivo para as pessoas a escovarem com mais frequência

Total de visualizações de página

 
Desenvolvido por Othon Fagundes