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30 de jul. de 2018

BIOTECNOLOGIA - EXERCÍCIOS

01. (FPS) Vacinas de DNA são definidas como preparações purificadas de plasmídeos, contendo uma ou mais sequências de DNA, capazes de induzir resposta imune contra patógenos. Tal imunidade é conferida porque ocorre:
a) transcrição de genes de interesse no interior das células dos microrganismos alvo.
b) produção de anticorpos pelo hospedeiro capazes de reconhecer genes de microrganismos.
c) síntese de proteínas microbianas pelas células do hospedeiro, estas atacadas pelo sistema imune.
d) reconhecimento pelo sistema imune de proteínas nos microrganismos alvo.
e) reconhecimento de microrganismos por anticorpos no interior das células do hospedeiro.
02. (UCS) “As mulheres nascem com um determinado número de óvulos”. Essa máxima perdurou por muito tempo implicando em um período restrito de fertilidade em função do envelhecimento dessas células e, consequentemente, acarretando problemas na gravidez e no feto. A ciência, em 2004, descobriu as células-tronco ovarianas (CTOs), o que significa uma nova revolução reprodutiva. Sobre o enunciado acima, é correto afirmar que:
a) as mulheres nascem com um número determinado de células, pois todas suas ovogônias iniciam sua meiose no período embrionário, formando ovócitos II.
b) a identificação de CTOs impossibilita a mulher desenvolver células jovens para a reprodução que podem ser retiradas em qualquer fase do ciclo reprodutivo.
c) uma das implicações associadas à idade dos óvulos são as doenças e síndromes, que não seriam evitadas, pois a mulher já possui a predisposição.
d) a síndrome de Down apresenta uma relação de 1 caso para 700 nascimentos; como é uma doença genética, as CTOs não ajudariam neste caso.
e) a técnica mais recomendada atualmente para evitar gravidez de risco é a retirada de óvulos de mulheres em idade fértil, para posterior fecundação.
03. (UDESC) “Um número crescente de clínicas, muitas vezes em países como a Rússia ou a China, mas também na Europa e outros continentes, afirmam em seus sites que podem tratar e até curar doenças como distrofia muscular, Alzheimer, Parkinson e lesão na coluna vertebral, assim como infartos, injetando nos pacientes células-tronco que, em teoria, podem se transformar em um nervo, um músculo ou outras células e reparar danos causados por uma doença ou lesão. Relatos de atletas sobre resultados aparentemente miraculosos contribuem para um interesse crescente. Estima-se que dezenas de milhares de pacientes ao redor do mundo tenham recorrido a tais tratamentos e que o setor movimente centenas de milhões de dólares”.
Disponível em: http://nytiw.folha.uol.com.br/?url=/folha/content/view/full/44567, acessado em agosto/2016.
Analise as proposições em relação às células tronco, e assinale (V) para verdadeira e (F) para falsa.
(  ) O uso das células tronco em terapias baseia-se no princípio de que elas podem gerar qualquer tipo de célula.
(  ) Os mecanismos genéticos, que promovem a diferenciação celular, já são suficientemente conhecidos para assegurar a correta transformação das células tronco naquelas que o paciente necessita.
(  ) Não existe o risco destas células se transformarem em tumores.
(  ) Todas as células, independentemente do seu grau de diferenciação, podem ser transformadas em células tronco.
Assinale a alternativa que indica a sequência correta, de cima para baixo.
a) V – F – V – V.
b) F – V – F – F.
c) V – F – F – F.
d) F – V – V – V.
e) F – F – F – V.
04. (UPE) Leia o texto a seguir:
Atualmente, o gene considerado como o mais confiável para discriminar se um atleta tem mais força ou resistência é o ACTN3, apelidado gene da velocidade. Localizado no cromossomo 11, o ACTN3 é responsável pela produção da proteína alfa actinina 3, ativada exclusivamente em fibras musculares de contração rápida. Uma alteração em uma única base nitrogenada faz que esse gene possa apresentar duas formas na população humana: a versão “normal”, funcional, denominada R, que produz alfa actinina 3; e a variante alterada, chamada X, em que a tal proteína não é sintetizada. O gene ACTN3 assim como a eritropoietina (EPO), hormônio do crescimento humano (hGH), inibidor de genes da miostatina, endorfina, encefalina, leptina, dentre outros, são possíveis alvos primários do doping genético em humanos, por meio de terapia gênica in vivo, na qual o processo de transgenia ocorre dentro do indivíduo, ou ex vivo, no qual parte do engenheiramento genético ocorre fora do corpo, e parte, dentro.
Fontes: disponível em: <http://revistapesquisa.fapesp.br/wp-content/uploads/2016/06/014-019_CAPA_esportes_244-1.pdf?c01c25&gt; e BAIRROS, A. V.; PREVEDELLO, A. A.; MORAES, L. L. S. Doping genético e possíveis metodologias de detecção. Rev. Bras. Ciênc. Esporte, Florianópolis, v.33, n.4, p.1055-1069, out./dez. 2011. Disponível em:< http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S0101-32892011000400017&gt;
Sobre ele, é correto afirmar que:
a) corredores de longa distância tendem a possuir, ao menos, uma cópia da variante R, a forma funcional, do gene ACTN3. A menor quantidade da proteína melhoraria o desempenho dos atletas em tarefas que dependem da ação das fibras rápidas.
b) corredores velocistas precisam ser resistentes ao cansaço e tendem a ser XX quanto ao gene ACTN3. A ausência parcial da proteína levaria o organismo a se adaptar melhor a exercícios de longa duração que retiram energia do consumo de oxigênio.
c) o doping genético é considerado o uso terapêutico de células, genes e elementos gênicos que venham a aumentar o desempenho físico do atleta por meio de substâncias químicas e fármacos.
d) o doping genético ex vivo envolve a transferência de genes para células em meio de cultura e reintrodução para o tecido-alvo do atleta, o que aumentaria a expressão de hormônios e outras substâncias bioquímicas, trazendo melhoria ao seu desempenho físico.
e) o princípio da terapia gênica in vivo consiste na transferência de proteínas e lipídeos para células-alvo por meio de pílulas, com o objetivo de suprir os produtos de um gene estruturalmente anormal no genoma do atleta.
05. (UEG) A pele, os epitélios intestinais e especialmente o sangue são estruturas presentes no organismo humano adulto que possuem a capacidade de regeneração por meio de um processo complexo e finamente regulado, visto que suas células são destruídas e renovadas constantemente. Esse processo de renovação se dá de forma geral conforme apresentado no esquema a seguir:
05
Com base nessas informações, verifica-se que
a) a hematopoiese resulta da diferenciação e proliferação simultânea das células-tronco que, à medida que se diferenciam, vão reduzindo sua potencialidade.
b) as diferentes linhagens hematopoiéticas geradas no sistema preservam altas taxas de proliferação e diferenciação.
c) existe um aumento gradual da capacidade de autorrenovação das células progenitoras durante esse processo.
d) células-tronco hematopoiéticas apresentam potencial para diferenciar-se em qualquer célula do corpo humano, todavia não geram outras células-tronco.
e) as células precursoras e maduras já diferenciadas são utilizadas em procedimentos de utilização de células-tronco no tratamento de alguma doença.
06. (UFMS) Pesquisadores brasileiros identificaram no café um gene com respostas adaptativas à escassez de água. Para confirmar a capacidade do gene, de proteção a seca, os pesquisadores clonaram o gene e o transferiram para outra espécie, Arabidopsis thaliana, que é utilizada como modelo em estudos genéticos. Com base nessas informações, considere as afirmativas a seguir.
I. Os pesquisadores usaram cruzamentos naturais para a transferência do gene de resistência à seca do café para Arabidopsis thaliana.
II. Os pesquisadores usaram a transgenia para a transferência do gene de resistência à seca do café para Arabidopsis thaliana.
III. As plantas de Arabidopsis thaliana que receberam o gene de resistência a seca, oriundo de plantas de café, são plantas transgênicas.
Está(ão) correta(s):
a) Apenas I.
b) Apenas II.
c) Apenas III.
d) Apenas II e III.
e) I, II e III.
07. (UERJ) A enzima EPSP-sintase, presente em praticamente todos os vegetais, é modificada na soja transgênica, tornando-a resistente à inibição pelo herbicida glifosato. Assim, o tratamento com esse herbicida não prejudica o desenvolvimento de culturas de soja transgênica, mas evita o crescimento de outros vegetais indesejáveis. Num estudo para a identificação da variedade transgênica de soja, foi medida, nas mesmas condições experimentais, a atividade da EPSP-sintase em extratos de folhas de diferentes tipos desse vegetal, em presença ou ausência de glifosato. As atividades da enzima nesses extratos, na ausência do inibidor, apresentaram o mesmo valor. Observe o gráfico abaixo.
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A curva que corresponde à razão entre as atividades de uma enzima da variedade transgênica e as atividades dessa mesma enzima da soja comum é a indicada pela seguinte letra:
a) W.
b) X.
c) Y.
d) Z.
08. (UEM) A terapia gênica consiste na inserção de genes normais humanos em células humanas. Alguns atletas se utilizam desta técnica para inserir em suas células genes que codificam fenótipos atléticos, gerando vantagens esportivas. Essa técnica é considerada doping e denominada doping genético. Com base nestas informações e em assuntos correlatos, assinale o que for correto.
01. Para se atingir o fenótipo atlético desejado, além da inserção do gene, é necessário o envolvimento de fatores adequados, tais como treinos físicos e nutrição.
02. Para se atingir o fenótipo atlético desejado, além da inserção do gene, é necessário que ocorra a expressão dos genes inseridos.
04. Para se atingir o fenótipo atlético desejado, é necessário inserir no genoma do atleta sequências de DNA que codifiquem RNA. Estes serão sintetizados pela enzima RNA polimerase e traduzidos pelos ribossomos.
08. O doping genético altera tanto o genótipo como o fenótipo do atleta dopado.
16. O processo descrito no comando da questão também pode ser definido como transgênese.
Soma das alternativas corretas:
09. (UNESPAR) “No Brasil, foram plantados 40,3 milhões hectares com sementes de soja, milho e algodão transgênicos em 2013, com um crescimento de 10% em relação ao ano anterior. Esse desempenho levou o Brasil a consolidar a posição conquistada em 2009, o de segundo lugar no ranking de área plantada com transgênicos no mundo, ficando atrás apenas dos Estados Unidos”.
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Sobre o assunto, assinale o que for correto.
a) A característica de interesse retirada de outro organismo de espécie diferente será manifestada em decorrência da transcrição do RNA transportador sintetizado a partir do DNA recombinante.
b) As enzimas de restrição empregadas na tecnologia de DNA recombinante são fundamentais porque permitem modificar sequências de bases nitrogenadas do DNA.
c) Diferentes variedades de milho podem ser obtidas com a utilização de outros genes, por meio da técnica denominada clonagem.
d) As sementes de soja, milho e algodão transgênicos são produzidas pela técnica do melhoramento genético vegetal convencional.
e) Através da tecnologia do DNA recombinante foi possível produzir plantas geneticamente modificadas com genes bacterianos que conferem resistência a pragas da lavoura.
10. (UPE) A era da biotecnologia, tal qual a revolução industrial, a revolução verde e a era da informação, promete grandes vantagens e benefícios à humanidade. Também tem gerado polêmicas e questionamentos acerca dos impactos que possam vir a causar ao homem e aos ecossistemas naturais. Com relação às características das técnicas utilizadas, ao papel desempenhado e aos processos que envolvem a biotecnologia, analise as afirmativas e conclua.
I  II
0  0 – A terapia gênica e a clonagem são técnicas desenvolvidas pela engenharia genética. Na terapia gênica, genes alterados, cujas deficiências originam diversas doenças humanas, são substituídos por genes normais.
1  1 – Com a utilização de células-tronco, temos a possibilidade da cura de várias doenças humanas. Sua maior aplicação é na prevenção da eritroblastose fetal.
2  2 – O teste de paternidade é uma metodologia da biotecnologia segura, incluindo a análise do DNA ou o exame bioquímico de identificação dos grupos sanguíneos. Através de qualquer dos métodos, é possível provar que um homem é, de fato, pai de uma criança.
3 3 – Organismos transgênicos contêm genes de outras espécies, inseridos através de técnicas de Engenharia Genética. As mulas, híbridos resultantes do cruzamento entre o jumento Equuos asinos e a égua Equuos caballus, são exemplos de transgênicos.
4 4 – DNA fingerprint corresponde à “impressão digital” genética de um indivíduo. Cada ser humano possui uma composição genômica exclusiva.
11. (FACTO) A insulina é um hormônio muito importante para o metabolismo humano, pois atua na regulação dos níveis de glicose no sangue. Pessoas que não produzem ou o fazem em quantidade insuficiente necessitam receber doses de insulina em concentrações adequadas. Uma forma de se produzir insulina é através da engenharia genética, onde por meio da técnica de DNA recombinante é possível produzir insulina utilizando microrganismos modificados. Na figura abaixo são representados os estágios na produção de uma substância como a insulina, através da engenharia genética.
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Nas alternativas abaixo, marque a resposta que identifique respectivamente as letras S e T representadas na figura.
a) Cromossomo e plasmídeo.
b) Gene e bactéria.
c) Plasmídeo e gene.
d) Gene e plasmídeo.
e) Plasmídeo e cromossomo.
12. (UFLA) Organismos nos quais se tenham introduzido DNA de outra espécie ou DNA modificado da mesma espécie são chamados organismos geneticamente modificados ou transgênicos. Com base nisso, analise as proposições abaixo:
I. Entre os animais transgênicos, há aqueles com genes humanos para a produção de determinadas substâncias, tais como fatores para coagulação do sangue.
II. Uma das aplicações dos transgênicos é desenvolver animais em risco de extinção, com o animal se desenvolvendo no útero de outra espécie
III. Animais transgênicos transplantados com genes do hormônio do crescimento são utilizados para produzir carne menos gordurosa
IV. Com a transgenia é possível gerar um indivíduo inteiro a partir de um único animal que tenha alguma característica de interesse econômico.
É correto afirmar que são aplicações dos animais transgênicos:
a) Somente as proposições III e IV.
b) Somente as proposições II e IV.
c) Somente as proposições I e III.
d) Somente as proposições I e II.
13. (UFAM) Por meio da utilização de ferramentas de Biologia Molecular, é possível investigar comparativamente, perfis genéticos de amostras biológicas, visando à obtenção de informações valiosas sobre as diferenças entre essas amostras, em nível molecular. Para a investigação de paternidade, por exemplo, é realizada a extração de DNA das amostras coletadas, seguida da amplificação de regiões repetitivas (ex.: VNTRs) que, clivadas com enzimas de restrição, geram padrões únicos de polimorfismo para cada indivíduo. O gel de eletroforese permite a separação dos fragmentos de restrição conforme seu peso molecular, fornecendo o perfil eletroforético dos indivíduos que se deseja comparar. A figura a seguir ilustra os perfis eletroforéticos de 5 indivíduos envolvidos em um caso de investigação de paternidade: o filho (F), a mãe (M) e os prováveis pais: P1, P2 e P3:
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Com base no enunciado da questão e no perfil eletroforético, assinale a alternativa incorreta:
a) A amplificação é optativa, porque as células da mucosa da boca fornecem DNA preservado, sendo possível obter perfis eletroforéticos confiáveis utilizando diretamente o DNA extraído em laboratório. De fato, os laboratórios de análise de DNA utilizam essa via rápida para reduzir despesa e tempo.
b) Amostras biológicas utilizadas para a realização dos testes de paternidade podem ser: células da mucosa da boca, sangue e cabelo. Esse último, desde que apresente o bulbo, que corresponde à região do folículo piloso que contém células viáveis.
c) O resultado do perfil eletroforético no enunciado mostra claramente que, mesmo sem considerar o perfil materno, o confronto do perfil do filho com os prováveis pais indicaria que apenas um deles teria chance de ser apontado como possível pai.
d) O resultado do perfil eletroforético mostra que, de todos os possíveis pais, P2 é aquele que apresenta maior divergência genética comparado a F.
e) Analisando as informações da questão, pode-se concluir que os testes de criminalística podem ser realizados utilizando a mesma ferramenta. No entanto, seria necessário confrontar o material biológico dos possíveis suspeitos com os vestígios de material biológico colhidos na cena do crime.
14. (FPS) A exposição do DNA humano a enzimas de restrição produz fragmentos que podem ser visualizados por meio de uma técnica denominada eletroforese, como ilustrado abaixo.
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Neste caso, a identificação forense, por meio do DNA, é possível porque são produzidos fragmentos com padrões distinguíveis:
a) Entre os animais e a espécie humana.
b) Entre humanos, mesmo em irmãos univitelinos.
c) Em função do número de nucleotídeos.
d) De acordo com as sequências de nucleotídeos.
e) Em função dos tipos de nucleotídeos.
15. (UEA) A fotomicrografia mostra a introdução de um núcleo somático em um ovócito II, que se encontra preso por sucção a uma pipeta. O material genético está sendo introduzido no ovócito II por uma microinjeção intracitoplasmática.
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O processo indicado na fotomicrografia permite a:
a) Produção de microrganismos transgênicos.
b) Clonagem de mamíferos.
c) Terapia gênica.
d) Obtenção de vacinas gênicas.
16. (UEA) Dois grupos de camundongos transgênicos foram submetidos à dosagem de glicose no sangue cerca de trinta minutos após as refeições. Os resultados foram comparados aos apresentados por um grupo controle de camundongos normais.
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O gráfico permite concluir corretamente que:
a) Os camundongos dos grupos 1 e 2 têm uma cópia extra do gene responsável pela síntese da insulina.
b) Apenas os camundongos do grupo 1 têm uma cópia extra do gene responsável pela síntese do glucagon.
c) Os camundongos dos grupos 1 e 2 têm uma cópia extra do gene responsável pela síntese do glucagon.
d) Apenas os camundongos do grupo 1 têm uma cópia extra do gene responsável pela síntese da insulina.
e) Apenas os camundongos do grupo 2 têm uma cópia extra do gene responsável pela síntese da insulina.
17. (UNCISAL) As vacinas são classificadas em três grandes grupos (ou gerações) em razão das estratégias ou dos conceitos utilizados na preparação do princípio ativo […]. Nas vacinas de primeira geração o agente patogênico é inativado ou atenuado. Nesse grupo, destacam-se vacinas de prevenção da coqueluche, contra varíola, poliomielite, sarampo, rubéola, adenovírus […]. Na segunda geração, a indução de anticorpos é voltada para um único alvo, uma toxina, ou açúcares de superfície, que permite ao sistema imune neutralizar o agente infeccioso. Nesse grupo, destacam-se vacinas acelulares que empregam toxoides (toxinas purificadas e inativadas por tratamento químico), proteínas e polissacarídeos purificados, como as antitetânica, antidiftérica, hepatite B e as vacinas para o controle da meningite meningocócica e da pneumonia.
[…] Na terceira geração, o conceito vacinal surgiu da observação de células em que o DNA injetado conseguiu penetrar as membranas citoplasmática e nuclear e utilizar o maquinário enzimático necessário à transcrição e tradução, produzindo o antígeno que desencadeará uma série de respostas imunológicas. Embora as perspectivas depositadas nas vacinas de DNA tenham sido frustradas pela baixa imunogenicidade de diversas vacinas submetidas a testes clínicos, os resultados indicam que essas vacinas podem ser instrumentos excelentes para a ativação de respostas imunológicas citotóxicas e, consequentemente, controle de patógenos de replicação intracelular como vírus, algumas bactérias e certos tipos de câncer.
DINIZ, M.O. & FERREIRA, L.C.S. Biotecnologia aplicada ao desenvolvimento de vacinas. Estudos Avançados, v. 24, n. 70, 2010 (adaptado).
Dadas as afirmativas sobre a tecnologia do DNA recombinante na produção de vacinas:
I. As estratégias de clonagem e de introdução de mutações em genes específicos têm permitido a produção de vírus e bactérias inativos de forma mais precisa e segura do que os métodos convencionais das vacinas de primeira geração.
II. O aprimoramento das técnicas de produção de proteínas recombinantes, através de sistemas de expressão heterólogos, permite que bactérias, leveduras, células de mamíferos e insetos sejam utilizados para a produção de antígenos.
III. A tecnologia do DNA recombinante na produção de vacinas de DNA tem representado uma forma alternativa de desenvolver imunoterapias – vacinas com propriedades terapêuticas.
Verifica-se que está(ão) correta(s):
a) I, II e III.
b) I e III, apenas.
c) I e II, apenas.
d) III, apenas.
e) II, apenas.
18. (UEM) Uma nova estratégia para perder peso, baseada nas informações contidas no material genético de cada um, está ganhando espaço no Brasil e no mundo. Batizada de “dieta do DNA”, o método propõe ajudar decisivamente no emagrecimento por meio de análises das variações genéticas relacionadas à capacidade do corpo de reagir aos alimentos e ao treino físico. Ele fornece respostas a respeito da sensibilidade ao carboidrato e à gordura saturada e se há intolerância ao glúten e à lactose (Revista Isto É, 17/06/2015).
Sobre o assunto e com base nas aplicações do conhecimento genético, assinale a(s) alternativa(s) correta(s).
01. A dieta do DNA consiste em um método de transgenia.
02. Os resultados do Projeto Genoma Humano não oferecem nenhum avanço na identificação dos genes associados à obesidade.
04. A dieta do DNA é aceitável, pois as pessoas diferem entre si quanto ao material genético que possuem.
08. A análise do DNA, conhecida como fingerprint do DNA (impressão digital do DNA), é realizada cortando o DNA com enzimas de restrição e analisando por eletroforese.
16. A existência de diferenças genéticas entre os indivíduos de uma população é chamada de recombinação genética.
Soma das alternativas corretas:
19. (UPE) Leia o texto a seguir:
Um dos recursos existentes para o combate ao mosquito é o uso de inseticidas. O problema é que, por ser a estratégia mais utilizada, o Aedes aegypti desenvolveu resistência aos inseticidas mais comuns, à base de piretroides, e não se espanta com a maior parte dos repelentes. A ideia é encontrar estratégias para o controle de duas ou três gerações do inseto ao mesmo tempo e quebrar a sua dinâmica reprodutiva. Numa fábrica localizada em Juazeiro, na Bahia, Margareth Capurro, do ICB-USP, trabalhou com a Moscamed Brasil para implementar a produção de uma linhagem desenvolvida pela empresa britânica Oxford Insect Technologies (Oxitec). Esses mosquitos geneticamente alterados acumulam uma proteína, que faz as células das larvas entrarem em colapso, de maneira que não chegam à fase adulta. Apenas os machos são liberados na natureza para cruzar com as fêmeas selvagens, produzindo a descendência modificada.
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Disponível em: http://revistapesquisa.fapesp.br/2015/06/14/um-vilao-de-muitas-caras/ (Texto e figura – Adaptados) Acesso em: julho 2015.
Sobre isso, assinale a alternativa correta.
a) A transgenia fornece uma única estratégia de controle para todas as regiões do país, pois os machos se adaptam a todas as variantes de fêmeas.
b) As larvas transgênicas sugarão o sangue, mas suas picadas não transmitirão a doença para os seres humanos.
c) Os indivíduos picados pelos mosquitos transgênicos herdarão os genes modificados e diminuirão a propensão para desenvolver a dengue.
d) Os machos irão transmitir o gene alterado para as fêmeas que, também, expressarão a proteína em excesso, fazendo as células larvais entrarem em colapso.
e) Os machos não picam nem carregam o vírus, por isso foram escolhidos para serem modificados geneticamente com essa estratégia.
20. (UEPA) Leia o Texto abaixo para responder esta questão.
Por meio da técnica da CLONAGEM, foi feito o sequenciamento do gene da enzima catalase em ostra do mangue (Crassostrea rhizophorae), com o objetivo de contribuir para o desenvolvimento de indicadores de saneamento ambiental e saúde pública que possam ser utilizados para informar a comunidade e avaliar a qualidade de vida a partir de intervenções voltadas à proteção e recuperação de mananciais.
   Adaptado de: http://labcai.paginas.ufsc.br/projetos-em-andamento-2/ acessado em 10/09/2015
Sobre a técnica em destaque no Texto, afirma-se que:
a) Um óvulo é extraído de uma fêmea adulta de outra espécie conservando o seu núcleo.
b) Na ovelha Dolly, foram utilizadas células somáticas mamárias retiradas de um animal adulto.
c) O núcleo da célula mamária foi inserido no óvulo nucleado de outra fêmea que assim se tornou diploide.
d) O núcleo do óvulo de uma fêmea é inserido nas células da glândula mamária de outra fêmea.
e) Na ovelha Dolly, o núcleo do óvulo foi inserido na célula da glândula mamária, originando um clone do indivíduo que doou o núcleo.
gab

16 de jul. de 2018

A MULHER IMORTAL : Henrietta Lacks



Em setembro de 1951, Henrietta Lacks estava morrendo. Há alguns meses, a americana de 30 anos havia sido diagnosticada com um câncer no colo do útero que a minava por dentro. Negra, pobre e mãe de 5, Henrietta morava em Baltimore, no sul dos EUA, durante o período de segregação racial. Estava internada no único hospital do estado que atendia negros e não respondia mais aos tratamentos – pedaços de rádio inseridos em seu útero. O câncer de Henriettta, do tipo que normalmente dá aos pacientes uma sobrevida de 5 anos, se espalhara rápido demais. Os médicos não conseguiam entender como os tumores haviam tomado os rins, a bexiga, e boa parte dos intestinos em tão pouco tempo. No dia 4 de outubro, em meio a berros de dor, Henrietta morreu. Mas, por mais triste que seja, não foi a vida de Henrietta Lacks que fez ela estar aqui – foi sua morte que entrou para a história. Um pedaço de Henrietta sobreviveu – está vivo até hoje, aliás -, virou assunto de um livro que será lançado este mês e revolucionou a ciência do século 20.
Descendente de escravos e filha de agricultores de tabaco, Henrietta passou boa parte da infância nas plantações de fumo. Casou-se com seu amor de adolescência e sonhava em ter dezenas de filhos. No começo de 1951, no entanto, ela começou a sentir umas pontadas estranhas na barriga. Às vezes, quando ia ao banheiro, a urina estava vermelha de sangue. Henrietta já havia sido diagnosticada com sífilis, herdada dos muitos casos extraconjugais do marido, mas se recusava a fazer tratamento. Quando a dor no útero finalmente se tornou insuportável, ela aceitou ir ao hospital Johns Hopkins, em Baltimore, para ser examinada. Bastou uma olhada para que o médico encontrasse a causa dos desconfortos: um tumor no colo do útero do tamanho de uma moeda, com uma coloração arroxeada e um brilho estranho. Como era de costume, sem explicar para a paciente o que estava acontecendo, o médico retirou uma amostra do tumor para analisá-lo. O que ele não sabia, no entanto, é o que esse procedimento significaria para a história da ciência.
No mesmo hospital, mas em outra ala, funcionava o laboratório de George Gey, um médico fisiologista. Gey era um pesquisador obsessivo e tinha um grande objetivo de vida: encontrar células que sobrevivessem fora do corpo humano e pudessem ser cultivadas em laboratório. Sim, até 1951, ninguém havia conseguido isolar células. O grande desafio da medicina da época era encontrar um meio onde as células pudessem sobreviver fora do corpo. Para isso, Gey misturava os mais improváveis ingredientes: plasma de galinha, fetos de boi ou cordões umbilicais humanos. Assim, quando o médico de Henrietta apareceu com um pedaço do tumor para ser doado para o laboratório (sem o consentimento da paciente), Gey fez o que andava fazendo com todos os tecidos humanos que chegavam a seu alcance: colocou a amostra na mistura e torceu para que ela sobrevivesse. Foi aí que o inesperado aconteceu: as células começaram a se multiplicar. O tumor de uma mulher pobre e doente se transformou nas primeiras células humanas a se multiplicarem em laboratório. E mais: elas não pararam de aumentar de número até hoje – e viraram imortais.
Até o espaço sideral
Apenas 3 semanas depois da descoberta, enquanto Henrietta começava a se tratar do câncer, George Gey foi a um programa de televisão exibir as células imortais. “Aqui está uma criação de células cancerígenas. É com elas que vamos encontrar um fim para o câncer”, disse ele, chacoalhando um tubo de ensaio aparentemente vazio. Rapidamente, o tumor de Henrietta (cujas células acabaram apelidadas de HeLa, graças às iniciais da paciente) se tornou o fetiche da comunidade científica de todo o mundo. Gey enviou amostras para a Índia, para Nova York, para Amsterdã – e as criações de HeLa se multiplicaram. Elas começaram a ser irradiadas, cortadas e infectadas, tudo para os cientistas entenderem como o câncer funcionava. “Na época, os médicos acreditavam que o câncer poderia ser causado por um vírus e que as HeLa poderiam ajudar a identificar que vírus era esse”, diz John Masters, urologista da University College London, que estudou o legado dessas células. Os cientistas não encontraram imediatamente esse “vírus do câncer” (embora em alguns casos, como no HPV, ele de fato exista), mas as pesquisas com as células renderiam muitos outros resultados surpreendentes.
A primeira conquista das HeLa foi um dos mais importantes avanços da medicina do século 20: a vacina contra a poliomielite. A poliomielite ainda deixava milhões de crianças paralíticas na década de 1950, e foram os testes feitos com as HeLa que levaram à vacina que é usada ainda hoje. Mas não ficou por aí. As células começaram a ser usadas para desenvolver remédios contra o diabetes, a leucemia e o mal de Parkinson. Além disso, bem no meio da Guerra Fria, em plena corrida espacial, ainda não se sabia ao certo os efeitos que as radiações cósmicas teriam sobre o corpo humano. Os soviéticos não tiveram dúvida: empacotaram um lote de HeLa em um satélite e o enviou ao espaço. Os americanos, por sua vez, expunham as células à radiação de bombas atômicas para destruí-las e depois reverter os efeitos (sem sucesso).
Mas havia uma leva muito mais perigosa de estudos sendo feitos com as HeLa. Em 1955, um virologista chamado Chester Southam, do Instituto de Pesquisas para o Câncer Sloan-Kettering, ficou intrigado com a possibilidade de as células imortais transmitirem câncer para os milhares de cientistas que estavam trabalhando com elas. Para resolver esse mistério, ele resolveu injetar culturas de HeLa em cobaias – humanas. Escolheu alguns de seus pacientes de câncer e esperou as células se espalharem. Quase todos conseguiram eliminar as HeLa, menos uma mulher, que morreu de metástase. Não contente com esses resultados, Southam começou a injetar as células em prisioneiros: assassinos e ladrões que deveriam “pagar” sua dívida com a sociedade sacrificando-se pela medicina. Para a sorte do médico (e a dos prisioneiros, principalmente), todos sobreviveram. A opinião pública, que primeiro apoiou os estudos macabros de Southam, acabou horrorizada.
Outra trapalhada abalou a credibilidade das pesquisas com a HeLa. Sua maior vantagem, a facilidade de ser replicada em laboratório (cada geração de células demora apenas 24 horas para se multiplicar), acabou se transformando num tiro no pé. As HeLa estavam tão “férteis” que começaram a contaminar as outras linhagens de células que, já na década 1960, estavam sendo desenvolvidas. Bastava uma seringa mal lavada ou um jaleco usado para a contaminação acontecer. De fato, em 1966, já não se sabia mais se as descobertas feitas em culturas de células de pele, por exemplo, não estavam na verdade sendo feitas em material de HeLa. Será que todo o trabalho com células dos últimos anos teria sido em vão? Ninguém soube responder – e não sabe até hoje, aliás.
Sim, as células imortais ainda são usadas nas pesquisas atuais. Não houve grande descoberta da medicina no século 20, da clonagem ao sequenciamento genético, em que elas não estiveram ao menos com um pezinho envolvido. Estima-se que, caso se colocassem todas as HeLa que existem no mundo lado a lado, como um cobertor, elas envolveriam o planeta inteiro três vezes. Considerando que cada lote de células pode custar entre US$ 10 e US$ 10 mil, o tumor de Henrietta virou um negócio farmacêutico multi-bilionário. Nem um centavo desse lucro, no entanto, foi parar para os filhos de Henrietta. Durante quase 30 anos, eles sequer souberam que um pedaço de sua mãe estava vivo e sendo usado para pesquisas médicas. A família dela, que carrega boa parte do DNA da célula mais estudada, dissecada e observada do mundo, acabou na miséria. Vive nela até hoje, sem sequer ter plano de saúde – apesar de ter contribuído tanto para o bem da medicina.
1951
Henrietta Lacks é diagnosticada, tratada e morta por um câncer de colo de útero fulminante. Um pedaço de seu tumor é levado para análise e se torna a primeira linhagem de células a sobreviver e se multiplicar em laboratório.
1952
Uma epidemia de poliomielite ataca os EUA e uma vacina contra a doença se torna prioridade médica nacional. Para desenvolver a imunização, era necessário ter uma enorme quantidade de células para serem infectadas – e curadas. As HeLa eram as únicas disponíveis.

1953
Graças à trapalhada de um cientista do Texas, que misturou um líquido errado a um bolo de HeLa, o núcleo das células inchou e tornou possível ver pela primeira vez o que havia lá dentro: os cromossomos.

1954
Nada de ovelha Dolly. O primeiro ser vivo (ou melhor, pedaço de ser vivo) clonado da história foram as células de Henrietta. Com elas, se tornou possível aperfeiçoar a técnica de reprodução perfeita das células.

1960
Durante a Guerra Fria, as HeLa viraram a cobaia favorita em ambos os lados do Muro de Berlim. Soviéticos as mandaram para o espaço. Americanos as bombardearam com radiação atômica e as rodaram em centrífugas para simular a gravidade.

1965
As células de Henrietta são fundidas com células animais, como ratos e galinhas, e se tornam os primeiros híbridos entre humanos e animais. Essa técnica, que é usada até hoje, permite que os cientistas entendam as funções e o funcionamento de cada gene.

1984
Um médico alemão descobre a existência do vírus HPV, que causa câncer de colo do útero, graças às pesquisas com HeLa. O tipo de HPV que gerou o tumor de Henrietta era um dos mais perigosos – o que talvez explique a agressividade do câncer e a fertilidade das células. A descoberta rendeu o prêmio Nobel.

2011
Depois de 5 décadas pesquisando com as HeLa, as células já foram usadas em quase todos os campos da medicina: vacinas, quimioterapia, clonagem, mapeamento de genes, fertilização in vitro, longevidade humana, DSTs, digestão de lactose, mal de Parkinson etc. etc.

Como assim, imortais?
O segredo da imortalidade das células de Henrietta permaneceu desconhecido até o final da década de 1990. Todo câncer é uma forma de mutação do DNA da célula. No caso da HeLa, a célula sofreu uma mutação que produz uma enzima chamada telomerase, que controla a renovação dos cromossomos cada vez que a célula se divide. Ao contrário das células normais, que vão se desgastando a cada divisão, o tumor de Henrietta não sofre danos quando se multiplica – e, assim, se torna imortal.


FONTE:https://super.abril.com.br/ciencia/helas-as-celulas-que-dominaram-o-mundo/

A história da mulher com células imortais que salvam vidas há 60 anos

Células de Henrietta LacksDireito de imagemGETTY IMAGES
O ano de 1951 marcou o início de um grande avanço para a biotecnologia. Tudo começou com a chegada de uma mulher de origem humilde a um hospital nos Estados Unidos. As células dela revolucionariam a ciência médica.
Henrietta Lacks teve câncer no colo do útero pouco antes de morrer, e um médico retirou um pedaço de tecido para uma biópsia, sem pedir autorização, já que na época ainda não havia legislação específica sobre o assunto.
Desde então, as células removidas do corpo dela vêm crescendo e se multiplicando. Há bilhões delas em laboratórios do mundo todo sendo usadas por cientistas, que as batizaram de linha celular HeLa, uma referência ao nome de Henrietta.
"Não dá para saber quantas células de Henrietta ainda circulam. Um pesquisador estima que, juntas, pesariam 50 milhões de toneladas, algo inconcebível, porque cada uma pesa quase nada", disse Rebecca Skloot, autora do livro A Vida Imortal de Henrietta Lacks.
Como a retirada foi feita sem autorização, os familiares dela - ainda vivos - precisaram lutar por muitos anos por seus direitos e chegaram a acionar a Justiça por uma compensação financeira, já que são cobrados altos valores pelas células de Henrietta.
No mês passado, o filho mais velho, Lawrence, afirmou que os parentes devem ainda neste ano tentar novamente processar o Centro John Hopkins, onde o procedimento foi feito.
Henrietta LacksDireito de imagemSCIENCE PHOTO LIBRARY
Image captionHenrietta teve cinco filhos e morreu de câncer no colo do útero

História

Em 1860, o proprietário de uma plantação na Virgínia chamado Benjamin Lacks se casou com uma das mulheres que trabalhavam na fazenda. Eles tiveram dois filhos.
Em 1942, Henrietta Lacks decidiu se mudar para a cidade, por isso, seu marido - bisneto de Benjamin - a levou para Baltimore: em tempos de guerra, o trabalho era escasso.
A 10 km de onde morava Henrietta, ficava o laboratório do Dr. George Gey, cuja ambição era livrar o mundo do câncer. Ele estava convencido de que encontraria a chave para a cura da doença nas próprias células humanas.
Por 30 anos, ele vinha tentando cultivar células cancerosas em laboratório. Para isso, misturava tecidos doentes com sangue de corações de galinhas vivas, esperando que estas células doentes se reproduzissem para que ele pudesse estudá-las. Mas elas sempre morriam.
Até que, em 1º de fevereiro de 1951, Henrietta Lacks foi levada ao Hospital John Hopkins. "Eu nunca vi nada assim, nem nunca voltei a ver", disse o ginecologista que a examinou, Howard Jones, à BBC em 1997.
George Gey
Image captionO doutor Gey queria encontrar a cura do câncer
"Era algo muito diferente e especial, que se revelou um tipo de tumor. A história era simples: ela sangrava entre as menstruações, tinha dores abdominais, o que não é necessariamente um sinal de câncer", diz o médico.
"Quando examinei o colo do útero, fiquei surpreso, porque não era um tumor normal. Era roxo e sangrava facilmente quando tocado."
O tumor não respondeu bem ao tratamento, e Henrietta Lacks morreu de câncer cervical em outubro de 1951, quando tinha apenas 31 anos.Sua família a enterrou perto das ruínas da casa onde ele nasceu. E a ciência a esqueceu.

Células imortais

As células do tumor que foram retiradas do corpo de Henrietta foram mantidas na unidade hospitalar de câncer do hospital, porque Gey havia descoberto que elas podiam ser cultivadas indefinidamente no laboratório.
Era o que ele tinha procurado por tantos anos e até batizou a sequência celular de HeLa, pelas duas primeiras letras do nome e do sobrenome de Henrietta Lacks.
"Em poucas horas, a HeLa pode ser multiplicada prolificamente", diz John Burn, professor de Genética na Universidade de Newcastle, Reino Unido.
De fato, uma leva inteira de células de Henrietta pode ser reproduzida em 24 horas. Foram as primeiras células humanas imortais cultivadas em laboratório e já vivem há mais tempo fora do que dentro do corpo de Henrietta.

Por que são tão importantes?

Tumor sangrando
Image captionHenrietta tinha um tumor que sangrava muito
"Há muitas situações em que precisamos estudar tecidos ou patógenos no laboratório", diz Burn.
"O exemplo clássico é a vacina contra a poliomielite. Para desenvolvê-la, era necessário que o vírus crescesse em células de laboratório, e, para isso, eram necessárias células humanas".
As células HeLa acabaram sendo perfeitas para esse experimento, e as vacinas salvaram milhões de pessoas, fazendo com que essa linha celular ficasse mundialmente conhecida.
Elas não somente permitiram o desenvolvimento de uma vacina contra a poliomielite e inúmeros tratamentos médicos, mas foram levadas nas primeiras missões espaciais e ajudaram cientistas a prever o que aconteceria com o tecido humano em situações de gravidade zero.
Célula HeLaDireito de imagemGETTY IMAGES
Image captionAs células Hela já foram usadas em centenas de experimentos
Além disso, os militares dos EUA colocavam grandes garrafas com células HeLa em lugares que em que eram realizados experimentos atômicos.
Elas também foram as primeiras a serem compradas, vendidas, embaladas e enviadas para milhões de laboratórios em todo o mundo - alguns deles dedicados a experiências com cosméticos, para avaliar os eventuais efeitos colaterais indesejados dos produtos.
Resumindo, além da contribuição científica, faturou-se bilhões de dólares em produtos testados em células HeLa. E tudo foi feito sem o conhecimento e consentimento da família de Henrietta Lacks.
"Nos anos 1940 e 1950, os tumores e tecidos retirados em um procedimento médico eram considerados como "abandonados", e, por isso, não estava claro que seria necessário pedir permissão para usá-los em investigações que iriam além do tratamento do paciente.

Família

Foi somente em 1973 que a família de Lacks soube pela primeira vez que as células de Henrietta ainda estavam vivas. Uma equipe de geneticistas procurou os familiares para fazer um exame DNA após a suspeita de uma teoria de que a cura do câncer poderia estar na manipulação dos genes.
Eles encontraram o marido de Henrietta e seus quatro filhos, que ainda viviam em Baltimore. Foi um verdadeiro "choque de culturas", como classificou e descreveu Rebecca Skloot quando publicou no livro sobre a história de Henrietta.
"Um dia, um pesquisador de pós-doutorado chamou o marido de Henrietta, que não tinha terminado a escola e não sabia o que era uma célula e disse a ele: sua esposa viva em um laboratório e a utilizamos na pesquisa científica há 25 anos. Agora, quero examinar seus filhos para ver se eles têm câncer", resumiu ela.
"Eles tiraram amostras de sangue de todos os filhos de minha mãe e disseram que queriam verificar se o que ela tinha era hereditário", disse David Lacks Jr. à BBC em 1997.
Bobbette Lacks, filha de Henrietta, ficou chocada: "Eu disse, 'estão trabalhando com células da minha mãe?". E ele respondeu: 'sim, as células ainda estão vivas'. Fiquei chocada, e ele me disse que já trabalhava com elas há anos". Enquanto isso, as células HeLa eram vendidas em grande volume e por milhões de dólares.
Quando a família Lacks percebeu o que eles estavam fazendo com as células de Henrietta, dediciram consultar advogados para ver se eles tinham direito a receber dinheiro da indústria de biotecnologia.
"Pesquisei e descobri que as células tinham sido vendidas para todos os lugares e queria saber quem havia enriquecido com as células da minha mãe. Estava enojado", disse David Lacks Jnr.

Contribuição

Células HeLa congeladasDireito de imagemSCIENCE PHOTO LIBRARY
Image captionA células HeLa se proliferaram em laboratórios pelo mundo
Além da questão financeira, a família de Henrietta lutou pelo reconhecimento da contribuição dela para a ciência e lançou uma campanha. "Apesar de ter sido uma contribuição involuntária, foi muito significativa", disse John Burn.
"As células dela têm sido a base de dezenas de milhares de estudos médicos em todo o mundo e em diversos tamos da ciência biológica. Foi um elemento crucial para o desenvolvimento no século 20", diz o geneticista.
Como resultado da campanha de sua família, Henrietta Lacks tornou-se uma heroína científica. Mas a família não teve sorte até agora no que diz respeito à compensação.
Em agosto de 2013, a família Lacks conquistou o controle parcial sobre o acesso de cientistas ao código de DNA das células de Henrietta.
Seu filho mais velho, Lawrence, de 82 anos, afirmou que a família ainda não está satisfeita e quer uma indenização, além do reconhecimento sobre a contribuição dela para a ciência.
Em fevereiro, a família anunciou que deve continuar a batalha na Justiça contra o Centro Médico John Hopkins para receber compensações pelas vendas das células. O centro nega que tenha lucrado com a venda e distribuição da linha celular HeLa.
Fonte:https://www.bbc.com/portuguese/internacional-39248764

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