Tecnologia do Blogger.

6 de ago. de 2010

aves




Características
Têm o corpo cobertos de penas
A função das penas é proteger o corpo da ave contra perdas de água e de calor e auxiliar o vôo. As penas são formadas de: Cálamo - é a ponta oca que fica enterrada na pele da ave; Raque - é a parte central, o "eixo" da pena; Barbas - são os "raminhos" das penas, que estão presos à raque; Bárbulas - são as pequeninas ramificações das barbas.

Possuem bico
O tamanho e o formato do bico variam de uma ave para outra. No papagaio, a parte de cima do bico é maior que a de baixo; no azulão, as duas partes são do mesmo tamanho; etc.

Têm dois pares de membros
Com os membros anteriores (as asas), as aves podem voar. Os membros posteriores (as pernas) permitem-lhes andar, correr, trepar em árvores ou nadar.

As aves são animais homeotérmicos, isto é, a temperatura do corpo praticamente não varia com as mudanças de temperatura do meio ambiente. Quando um pato entra na água fria, por exemplo, a temperatura de seu corpo permanece praticamente constante.

Você sabia que alguns ossos das aves são cheiros de ar? Esses ossos, ocos, chamam-se ossos pneumáticos. Por serem muito leves, facilitam o vôo.

Em algumas aves o ossos esterno é pontudo, em forma de quilha, prendendo os poderosos músculos peitorais, que determinam as batidas das asas. Graças a essa forma, o esterno favorece o "corte" do ar, facilitando o vôo. Nas aves que não voam, como os avestruzes, o esterno é achatado.

As aves respiram por pulmões. Além dos pulmões, o sistema respiratório das aves compõe-se de órgãos especiais (siringe e sacos aéreos), que não são encontrados nos outros vertebrados. A siringe é a porção inferior da traquéia, adaptada ao canto. Os sacos aéreos são bolsas que funcionam como reservatório de ar. Através deles o ar dos pulmões é conduzido aos ossos pneumáticos. Quando as aves estão em pleno vôo, os sacos aéreos também fornecem ar para sua respiração. Além disso, facilitam o canto e diminuem o peso específico do animal, contribuindo para o vôo.

Estrutura de um ovo
Veja a seguir as partes de um ovo:

Casca: parte externa que protege o ovo. A casca é resistente, porosa (permite entrada e saída de ar) e rica em sais de cálcio.

Membrana da casca: membrana existente entre a casca e a clara.

Clara: parte incolor, que fica branca quando o ovo é cozido ou frito. A clara é uma fonte de proteínas e de água para o embrião.

Calaza: membrana encontrada na clara que liga a gema aos pólos do ovo.

Disco germinativo: estrutura que dará origem ao embrião, se houver fecundação.

Gema: parte amarela, que contém o vitelo, um material rico em substâncias nutritivas diversas (proteínas, gorduras, etc.) que alimentam o embrião.

Câmara de ar: câmara situada entre a casca e a membrana da casca, na extremidade mais larga do ovo, que contém reserva de ar para o embrião respirar.

Classificação das aves
As aves são classificadas em oito grupos principais:

Columbiformes: pombo, juriti, rolinha, etc;
Galiformes: pavão, galo, peru, codorna, etc;
Ciconiformes: garça, siriema, socó, cegonha, etc;
Reiformes: ema, etc;
Anseriformes: pato, cisne, marreco, etc;
Passeriformes: canário, azulão, curió, pardal, sabiá, etc;
Falconiformes: gavião, urubu, águia, etc;
Psitaciformes: papagaio, periquito, arara, etc.

Fonte: leandrobrito.br.tripod.com

Classe Aves
Animal emplumado, ou seja, de corpo coberto de penas. As aves vivem em todas as partes do mundo. Têm asas, mas algumas, como o avestruz, não podem voar.

São muitos os modos de vida das aves. Os andorinhões passam a maior parte do tempo voando. O pingüim anda gingando no gelo e nada no oceano, mas não pode voar. Muitas aves migram (viajam por longas distâncias) em certas estações.

Inventores estudaram as aves durante séculos antes que os homens conseguissem voar em aviões e planadores.

Toda ave nasce da eclosão (abertura) de um ovo, tem duas pernas e um bico. As aves têm integrado no corpo um sistema de refrigeração: alguns ossos são ocos e dispõem de bolsas de ar ou sacos aéreos. Os pulmões bombeiam ar frio para essas cavidades. Os ossos ocos também tornam as aves mais leves, de modo que possam voar facilmente.

Muitas aves servem de alimento para o homem. Galinhas e outras espécies de criação dão carne e ovos. Algumas espécies alimentam-se de insetos e, assim, limitam o crescimento das populações desses animais que atacam as plantações.

TIPOS DE AVES
Existem no mundo cerca de 9 mil espécies de aves. Elas podem ser agrupadas de muitas maneiras: as terrestres e aquáticas; segundo a parte do mundo em que vivem; conforme o que comem ou o lugar em que pousam.

As Aves Terrestres são em número maior que as aquáticas porque a terra oferece mais variedade de condições de vida.

As Aves Aquáticas vivem na água ou perto dela. Algumas, como o albatroz, têm grande resistência e podem manter-se durante alguns dias voando sem pousar.

Aves Tropicais: a maioria das espécies de aves vive em regiões tropicais ou de terras quentes.

As Aves de Rapina têm pés e garras fortes, e duros bicos para matar suas presas e dilacerá-las enquanto as comem. Águias e falcões caçam durante o dia. No período noturno, as corujas são os principais caçadores.

As Aves de Poleiro pousam em lugares como árvores e fios telefônicos.

Aves de Caça são as que os caçadores abatem em certas estações do ano, seja para servirem na alimentação, seja como esporte.

Aves Que Não Voam. Entre elas estão o avestruz, o pingüim e a ema. Têm asas extremamente pequenas e, portanto, insuficientes para sustentar seu corpo no ar.

O QUE COMEM AS AVES
As aves comem mais, em relação a seu tamanho, do que muitos de nós. Quanto menor a ave, mais ela come, em proporção a seu peso. Alguns filhotes comem, em um dia, o equivalente a seu peso. A quantidade diária de alimento ingerida por um pombo, por exemplo, seria o equivalente a um homem adulto comer 4 kg de comida por dia. As aves se alimentam de sementes, frutos, insetos, peixes, ratos, cobras e até de lixo.


Revoada de gansos selvagens, que migram para regiões mais quentes no inverno.

IMPORTÂNCIA DAS AVES
Aves de Estimação têm sido apreciadas desde a Antiguidade por seu canto e beleza da plumagem. Os canários são criados por seus gorjeios e por suas cores vistosas. Periquitos e papagaios são as mais populares aves falantes, mas os corvos e mainás também podem ser treinados para imitar nossa voz. No Brasil, é proibida a criação de aves selvagens em cativeiro, exceto com a autorização do Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama).

Como as Aves Ajudam o Homem. Elas comem as sementes das ervas daninhas, ajudando a manter limpas as plantações. Algumas maiores, como os gaviões e as corujas, matam os ratos e camundongos que comem os cereais. Podem comer em um ano mais de 3 mil sementes de ervas daninhas por metro quadrado de plantação. As aves comem também mariposas, lagartas, besouros, pulgões e outros insetos que constituem uma praga para a agricultura.

Carne e Ovos. Aves como galinhas, patos, perus e gansos são criadas para o consumo de sua carne. O Brasil é um dos principais exportadores de frango do mundo.

Aves Nocivas ao Homem. As aves também podem ser transmissoras de doenças. Por exemplo, os bandos de graúnas e estorninhos podem espalhar, em suas fezes, um fungo esporulado (que tem esporos), chamado Histoplasma capsulatum. Quando inalado por seres humanos, seus esporos podem causar uma doença infecciosa, a histoplasmose.


Beija-flor dá comida aos filhotes no ninho. Essa espécie se alimenta do néctar das flores.

A LINGUAGEM DAS AVES
O Canto das Aves
Muitos pensam que elas cantam docemente para atrair um companheiro. Na maioria das vezes, é provável que cantem para manter afastadas aves de outra espécie. Cada espécie de ave canora tem seu próprio canto. Os pardais podem emitir até 20 variações do mesmo canto.

Chamados das Aves
Elas emitem, às vezes, outras vozes além do canto. Servem de advertência ao bando, quando se aproxima um inimigo, e depois elas emitem um grito de reunião. Os conhecedores de aves acreditam que é assim que o bando torna a se juntar.

VIDA DOMÉSTICA DAS AVES
Territórios das Aves
Elas, em geral, têm em torno de seu ninho uma área que consideram seu território privado. Os machos escolhem aquele em que desejam viver, antes de escolher suas companheiras. Os territórios das águias freqüentemente cobrem vários quilômetros quadrados.

Como as Aves Namoram
Os machos fazem a corte às fêmeas exibindo suas penas coloridas, cantando ou fazendo ruídos, e dançando. Os rituais de corte servem para que as aves se identifiquem como membros de uma mesma espécie. Além disso, eles estabelecem união entre os parceiros. Durante esse período, o casal inicia a construção do ninho.

Construção do Ninho
As aves, em sua maioria, constroem ninhos para pôr os ovos e abrigar os filhotes. As aves usam diversos materiais, de gravetos a lama, na construção do ninho.

Ovos
Todas as aves nascem da eclosão de ovos. Algumas só põem um ovo por ano; outras podem chegar a 350 ovos por ano ou mais.

Os ovos são geralmente chocados pelo calor do corpo das aves adultas. Para chocar, eles têm de ser mantidos a uma temperatura de 37,5°C. Em algumas espécies, só os machos chocam os ovos.

O Aprendizado do Vôo
Um filhote torna-se irrequieto quando chega o tempo de abandonar o ninho. Contorce-se e debate-se, esticando o pescoço e sacudindo as asas. Esses exercícios ajudam a desenvolver os músculos do vôo. Quando os filhotes se preparam para deixar o ninho, algumas mães se mantêm a pequena distância, segurando no bico um pedaço de alimento para incentivá-los a buscá-lo. Finalmente, os filhotes saltam sobre a borda do ninho.

O CORPO DAS AVES
Esqueleto e Ossos
O esqueleto de uma ave é especialmente adequado ao vôo. Cada osso é fino e pequeno, mas bastante forte para poder sustentar o corpo. Os ossos longos são ocos e leves.

Os Músculos
Constituem mais da metade do peso de uma ave. Os maiores e mais fortes são os do peito. Eles movem as asas e representam de 25 a 30% do peso das aves.

Penas
A espessa camada de penas torna aerodinâmico o corpo e ajuda a ave a deslizar suavemente no ar; ajuda também a manter quente seu corpo.

O número de penas das aves varia bastante. Em um pato selvagem foram contadas 11.903 penas. Aves de pequeno porte, como pardais e canários, têm de 1.300 a 2.600 penas.

Digestão
O sistema digestivo é composto de goela, extremidade inferior do esôfago e de um espaço chamado papo. Armazenam nesse espaço o alimento não digerido, que é amaciado pela absorção de água. O alimento é misturado a enzimas digestivas na primeira parte do estômago, chamado proventrículo. As aves não possuem dentes. Para ajudar o processo de moagem, elas engolem areia com o alimento.

Temperatura do Corpo
As aves são animais de sangue quente, ou seja, podem conservar seu corpo à mesma temperatura, independentemente do calor ou do frio. As aves não suam. Dependem de seu sistema de refrigeração para esfriar o corpo. Usam a energia dos alimentos com tanta rapidez que seu coração sempre bate depressa e, em geral, é maior que o dos animais do mesmo tamanho.

Sentidos
As aves têm visão e audição aguçadas. Possuem uma membrana do tímpano, uma orelha média e uma orelha interna. Podem distinguir cores, mas o olfato e o paladar não são bem desenvolvidos. Podem focalizar a vista num instante, graças aos músculos que modificam a forma do cristalino de seus olhos.

MIGRAÇÃO DAS AVES
Muitas espécies de aves viajam longas distâncias quando mudam as estações do ano. Voam para regiões de clima quente, quando chega o frio do inverno, e regressam aos seus lugares de origem quando a temperatura torna a subir. Essas jornadas, feitas a intervalos regulares, entre dois lugares definidos, são chamadas migrações. Nem todas as espécies de aves migram.

Como as Aves Encontram seu Caminho
A linha costeira e as cadeias de montanhas podem servir de orientação para as aves que migram durante o dia. Acredita-se que muitas espécies tenham um grande senso de direção. Algumas aves migradoras podem determinar a direção por meio do Sol, outras usam a posição das estrelas para se guiar.

HISTÓRIA DAS AVES
Os Antepassados das Aves
Os cientistas acreditam que os antepassados das aves foram répteis. Eles remontaram a história das aves até um animal, cujo nome científico é Archaeopteryx lithographica e que viveu, provavelmente, há 140 milhões de anos.

Aves Extintas
Algumas aves se extinguiram em conseqüência das atividades predatórias do homem. Entre elas, incluem-se a grande alca, o pombo-passageiro, o pato-do-labrador e o periquito-da-carolina. Muitas espécies escaparam da extinção, por esforços governamentais e individuais. Entre essas aves estão a garça-branca-grande, o cisne-trombeteiro, o grou-cantor, o condor-da-califórnia, o caracará-de-audubon (águia mexicana) e o milhafre-real.

Fonte: www.klick.com.br

Classe Aves
AVES
Características Gerais
As aves são vertebrados que descendem dos répteis e após passarem por um período evolutivo complicado, atualmente possuem as seguintes características:

são vertebrados amniotas, alantoidianos e homeotérmicos;

são bípedes, pela transformação dos membros anteriores em asas, o que lhes permite (na maioria das vezes) voar;

o corpo é coberto de penas que contribuem para o voo e para a manutenção da temperatura corpórea;

os maxilares foram transformados em bicos e atualmente são desprovidos de dentes;

existência de um só côndilo ocipital e escamas nas pernas e nos pés (heranças deixadas pelos répteis);

adaptações que facilitam o vôo como os sacos aéreos nos pulmões, que se enchem de ar e se comunicam com os óssos pneumáticos;

sistema digestivo completo (com pâncreas, fígado e vesícula biliar) e circulação dupla e completa;

olhos bem desenvolvidos, com percepção de cores e em alguns casos é composto por duas fovea centralis, o que lhes confere maior campo de visão. Além das pálpebras, há a membrana nictiante que corre cobrindo o olho no sentido horizontal;

os sexos são separados com certo dimorfismo sexual.

Como evoluíram as aves
Desde o Século XIX, a anatomia comparada pôs em evidência numerosas afinidades estruturais entre os répteis (Dinossauros) e as aves. Achados importantes para a Paleontologia conseguiram explicar esta evolução:

Archaeopteryx: possuíram o tamanho de um pombo, esqueleto e dentes semelhantes aos Dinossauros, penas e asas como as aves. Eram animais bípedes com uma coluna vertebral alongada terminando em uma longa cauda. Os membros anteriores, são bem desenvolvidos, tem mãos com dedos alongados providos de garras. Além disso, possuem uma soldadura da clavículas da cintura escapular. Foram encontrados espécimes nos calcários de Solhofen (150 m.a);

Deinonychus: possuiram mais ou menos 4 metros de comprimento, todas as características dos tetrápodos e era muito parecido com o Archaeopteryx, mas sem sinal de de penas e asas. Seus fósseis datam de 100 milhões de anos atrás;

Mononychus: descoberto recentemente no Deserto de Gobi (Mongólia). Tinha o tamanho de um peru, mandíbula dotada de afiados dentes (indicando ser um potente predador) e uma longa cauda. Com essas características se pareceria muito com os tetrápodes, mas possuia muitas feições que o assemelhavam as aves modernas, como o esterno em quilha, onde se prende a musculatura do vôo. Os ossos do carpo no Mononychus são fundidos, o que significa uma adaptação para o vôo, sugerindo para este gênero, que eles devem ter evoluído de animais voadores, como os avestruzes e as emas modernas. Assim fica difícil distinguir se Mononychus era uma ave primitiva ou um Dinossauro e na falta de uma real distinção, ele talvez fosse ambas as coisas.

Para explicar a origem do vôo das aves, cientistas propuseram inúmeras hipóteses, mas todas levam a duas grandes categorias: a evolução das árvores para o chão e a evolução do chão para as árvores.

Esta hipótese admite que a colonização do meio arboríola teria sido feita em primeiro lugar pelos antepassados reptilianos bípedes das aves. No decorrer das etapas sucessivas (salto, vôo em pára-quedas e vôo planado), as penas tem-se-iam desenvolvido como órgãos aerodinâmicos.

Paleoecologia
No Cretáceo Superior já conhecem-se algumas aves, como os Ichthyornis e os Hesperornis, ainda com maxilas nos dentes.

No princípio do Terciário certas áreas abandonadas devido à extinção dos Dinossauros são temporariamente ocupadas por aves não voadoras de grande porte que não parecem ter sobrevivido durante muito tempo (exceto na América do Sul) em virtude da concorrência dos mamíferos, que começam a dominar todos os habitats. Apareceram então grandes grupos de aves voadoras modernas, carenadas, que tem uma diferenciação do externo e a quilha que favoreceria o vôo.

Atualmente as aves agrupam 10.000 espécies vivas.

Fonte: geocities.yahoo.com.br

Classe Aves
AVES


A origem das aves
A origem das aves ainda é um tema polêmico. A maioria dos biólogos acredita que as aves evoluíram dos dinossauros predatórios de duas pernas, uma teoria que é sustentada por diversas descobertas de fósseis nos últimos 150 anos. A descoberta do Archaeopteryx, em particular, convenceu muita gente de que os dinossauros são a origem das aves modernas.

Encontrado na Alemanha em 1860, o Archaeopteryx é uma das descobertas de fósseis mais importantes e comentadas. Os espécimes encontrados até agora parecem ser do período Jurássico, de cerca de 150 milhões de anos atrás, e forneceram a primeira prova de uma criatura que apresentava características comuns a dinossauros e aves. Dentadura completa, uma cauda longa e ossuda e três garras em cada asas demonstram sua relação com os antigos lagartões. Também têm penas e um esterno parecido com a fúrcula (o osso da sorte) dos pássaros modernos.

A compreensão sobre a evolução das aves está sempre mudando com aparecimento de mais fósseis. Outros animais semelhantes às aves, do mesmo período, foram encontrados na China, e fósseis de aves de outras linhagens foram encontrados na Ásia, Europa, América do Norte e do Sul.

Nem todo mundo concorda com a teoria dos dinossauros. Alguns biólogos acreditam que as aves evoluíram muito antes do Archaeopteryx na mesma época dos primeiros dinossauros, provavelmente ancestrais répteis de quatro patas. De acordo com esta teoria, muitas espécies de aves surgiram e então se tornaram extintas junto com os dinossauros. Entretanto, elas evoluíram, se transformando em um dos grupos de animais mais variados do planeta. Atualmente há mais de 9.700 espécies de aves conhecidas, ocupando todo nicho ecológico e habitat possível.

Fonte: www.animalplanetbrasil.com

REPRODUÇÃO DOS RÉPTEIS


Os répteis se reproduzem sexualmente da mesma forma que outros vertebrados. Antes de procriar, muitas espécies de répteis entram em rituais de acasalamento que podem levar horas ou até dias. O comportamento entre eles durante o acasalamento é amplo e varia entre as diferentes ordens. Os lagartos machos podem mudar de cor ou esvoaçar a pele localizada ao redor da garganta; algumas cobras entram em processos complexos de entrelaçamento e perseguição; as tartarugas e jabutis podem golpear seus prováveis companheiros com as suas patas e os crocodilos e jacarés costumam a berrar ou rosnar, indicando que estão prontos para o acasalamento. Em muitas espécies, as demonstrações de acasalamento dos machos estão feitas para intimidar outros machos e atrair as fêmeas. O ato de acasalamento pode ser incômodo e muito perigoso, principalmente entre as grandes tartarugas e crocodilos, pois estão menos preparados para movimentos ágeis na terra. As tartarugas marinhas costumam a acasalar na água, pois o meio ajuda a suportar seus corpos pesados.

A maioria dos répteis coloca ovos. As fêmeas defendem seus ovos com violência até os filhotes nascerem.

A maioria dos répteis é ovíparo, isto significa que colocam ovos. A desova pode ser feita de muitas maneiras no mundo dos répteis. Algumas espécies podem colocar grandes quantidades de ovos, que se desenvolvem sozinhos, muitas vezes em ninhos escondidos e bem protegidos, embaixo da terra ou na areia. Tartarugas marinhas como as tartarugas-verdes, por exemplo, chegam na praia para desovar na areia, onde os ovos são deixados para se desenvolverem sozinhos. Em outras espécies como as dos crocodilos ou pítons, as fêmeas defendem o ninho com agressividade, passando longos períodos ao redor do local e afastando qualquer predador.

A maioria das espécies de répteis é ovovivípara, o que significa que os embriões se desenvolvem em ovos de casca fina dentro do corpo da mãe. Os ovos chocam antes de serem colocados para fora do corpo, por isso pode parecer que as espécies ovovivíparas geram os filhotes vivos. A Ovoviviparidade pode ser encontrada em várias espécies de lagartos e cobras.

Fonte: animalplanetbrasil.com

EVOLUÇÃO DOS RÉPTEIS

Os répteis estão entre os mais antigos grupos de animais terrestres do mundo. Os primeiros répteis, como são conhecidos hoje em dia, evoluíram dos anfíbios há 250 ou 300 milhões de anos atrás e proliferaram com rapidez até se transformarem numa criatura terrestre. Provavelmente, os primeiros répteis eram fisicamente parecidos com os que existem hoje em dia. Suas peles grossas e impermeáveis os ajudaram a manter a umidade e os ovos em conchas permitiram-lhes se desenvolver em ambientes secos. Estas adaptações os ajudaram a completar seus ciclos de vida na terra. Dessa forma, eles foram capazes de colonizar quase todo o ambiente terrestre muito rapidamente.

Os répteis que conhecemos hoje em dia representam um pequeno exemplo daquelas primeiras criaturas, a maioria evoluiu rapidamente em outras direções. Registros de fósseis mostram que os dinossauros e seus parentes, por exemplo, foram descendentes dos primeiros répteis, e não ao contrário. Com o tempo, vários grupos de répteis se diversificaram. Nos registros comparativos de fósseis, aparecem répteis parecidos aos mamíferos. A descoberta do famoso fóssil do Archaeopteryx , em 1861, demonstrou que os pássaros também evoluíram destes primeiros reptilianos.

Fonte: animalplanetbrasil.com

Classe Amphibia




A Classe Amphibia inclui as cecílias (Ordem Gymnophiona), as salamandras (Ordem Caudata) e os sapos, rãs e pererecas (Ordem Anura). Embora existam variações na forma do corpo e nos órgãos de locomoção, pode-se dizer que a maioria dos anfíbios atuais tem uma pequena variabilidade no padrão geral de organização do corpo. O nome anfíbio indica apropriadamente que a maioria das espécies vive parcialmente na água, parcialmente na terra, constituindo-se no primeiro grupo de cordados a viver fora da água. Entre as adaptações que permitiram a vida terrestre incluem pulmões, pernas e órgãos dos sentidos que podem funcionar tanto na água como no ar. Dos animais adaptados ao meio terrestre, os anfíbios são os mais dependentes da água. Foram os primeiros a apresentar esqueleto forte e musculatura capaz de sustentá-los fora d'água.

Sua pele é bastante fina e para evitar o ressecamento provocado pela exposição ao sol, possui muitas glândulas mucosas. Estas liberam um muco que mantém a superfície do corpo úmida e lisa, diminuindo o atrito entre a água e o corpo durante o mergulho.

A epiderme também possui pouca quantidade de queratina, uma proteína básica para a formação de escamas, placas córneas, unhas e garras. A ausência destas estruturas os torna frágeis em relação à perda de água e também quanto à sua defesa de predadores. Por isso, alguns anfíbios desenvolveram glândulas que expelem veneno quando comprimidas.

A respiração dos anfíbios pode ocorrer através de brânquias e da pele (na fase larval e aquática) e da pele e de pulmões quando adultos e terrestres.

São ectotérmicos, ou seja, a temperatura do corpo varia de acordo com a temperatura do ambiente. Por isso, em épocas frias ou muito secas, muitas espécies enterram-se sob o solo aí permanecendo até a época mais quente e chuvosa. Este comportamento, em muitos locais do Brasil, deu origem à lenda de que os sapos caem do céu, pois, com a umidade provocada pelas chuvas, os anfíbios saltam das covas onde estavam em estado de dormência, para a atividade.

Também dependem da água para se reproduzirem: a fecundação ocorre fora do corpo da fêmea e o gameta masculino necessita do meio aquoso para se locomover até o óvulo da fêmea. Esta dependência ocorre também porque os ovos não possuem proteção contra a radiação solar e choques mecânicos. O desenvolvimento da larva é indireto, ou seja, a larva após a eclosão do ovo, passa por várias transformações até atingir a forma adulta, como acontece com o girino.

A maioria das espécies de anfíbios apresenta hábitos alimentares insetívoros, sendo, portanto, vertebrados controladores de pragas. Muitas espécies, sensíveis a alterações ambientais (desmatamento, aumento de temperatura ou poluição) são consideradas excelentes bioindicadores. A diminuição de certas populações tem sido atribuída a alterações globais de clima e para certos biomas do Brasil, como a Mata Atlântica, os declínios populacionais ou mesmo extinção de anfíbios têm sido atribuídos ao desmatamento.

Algumas espécies, como a perereca-da-folhagem (Phyllomedusa bicolor) e o sapinho pingo-de-ouro (Brachycephalus ephipium) têm sido alvo de estudos bioquímicos e farmacológicos, para isolamento de substâncias com possíveis usos medicinais. Estes são apenas dois exemplos de uso potencial de anfíbios, que têm despertado interesse científico e comercial internacional e gerado problemas de "pirataria biológica" devido a falta de uma política clara sobre o uso da biodiversidade do Brasil.

Fonte: www.vivaterra.org.br

Classe Amphibia
QUE TIPO DE ANIMAL É UM ANFÍBIO?
Os anfíbios foram os primeiros vertebrados a conquistar o ambiente terrestre. Do ponto de vista evolutivo constituem um grupo situado entre os peixes e os répteis. Apesar de muitas espécies poderem viver fora do ambiente aquático, os anfíbios sempre apresentam grande dependência da água, pelo menos durante a fase reprodutiva. Seus ovos, desprovidos de casca, necessitam de umidade constante. Os filhotes, ao nascerem, vivem na água, onde respiram através de brânquias e, com seu desenvolvimento, passam para a terra, onde respiram por pulmões. Daí o nome anfíbio que significa, em grego, duas vidas, referindo-se às fases aquática e terrestre.

A temperatura do corpo desses animais não é constante, variando conforme a temperatura do ambiente. Sua pele é quase sempre úmida, o que causa a sensação de serem "gelados" e "pegajosos". Essa umidade é importante para que eles possam realizar respiração cutânea, além da pulmonar. Diferentemente dos outros vertebrados, a pele dos anfíbios é nua, não possuindo escamas, pêlos ou penas. Assim, eles são muito suscetíveis à perda de água. Para contornar esse problema, uma das estratégias que utilizam é a de serem, na grande maioria das espécies, animais noturnos.

Embora seus antepassados pré-históricos tenham atingido tamanhos muito grandes, a maioria dos anfíbios atuais não passa de 20 cm de comprimento, os menores podendo chegar a menos de 1 cm.

Por todas essas características, os anfíbios tendem a habitar as regiões próximas ao Equador, sendo mais concentrados na região tropical. Apesar disso, algumas espécies podem desenvolver adaptações que lhes permitem viver em regiões frias, em grandes altitudes e até em desertos. Dessa maneira, existem cerca de 4.500 espécies descritas de anfíbios que se distribuem por todos os continentes, exceto a Antártida.

COMO SÃO CLASSIFICADOS?
A classe Amphibia é dividida em 3 ordens:

1.Anura
2. Caudata
3. Gymnophiona

ORDEM ANURA - sapos, rãs e pererecas
Os Anuros são assim chamados por não apresentarem cauda na fase adulta. Possuem dois pares de patas. Há no mundo cerca de 3.800 espécies e sua distribuição é predominantemente tropical. A fauna brasileira é a mais rica em anfíbios anuros, contando com aproximadamente 600 espécies conhecidas.

ORDEM CAUDATA OU URODELA - Salamantras e Tritões
Como o nome diz, possuem cauda e, em geral, 2 pares de patas na fase adulta, embora estas possam ser reduzidas dependendo do hábito de vida do animal. Contém cerca de 500 espécies de distribuição predominantemente temperada e setentrional. No Brasil conhecemos, até o momento, somente uma espécie de salamandra que vive na região Amazônica.

ORDEM GYMNOPHIONA OU ÁPODA- Cecílias ou cobras-cegas.
Apresentam o corpo vermiforme, são cegos e não possuem patas. Possuem um par de tentáculos entre os olhos e as narinas, órgãos sensoriais típicos desses animais. Por viverem quase sempre no ambiente subterrâneo, são raras as oportunidades de nos deparararmos com as cecílias. que são, dessa forma, bastante desconhecidas. Há cerca de 170 espécies nessa ordem, com distribuição tropical e meridional. No Brasil existem mais ou menos 20 espécies.

SAPOS, RÃS E PERERECAS


Dentre os anfíbios anuros podemos distinguir 3 categorias de animais, baseadas no seu aspecto externo:

Sapos (imagem 4) Englobam as várias espécies de animais de hábitos mais terrestres. Geralmente apresentam a pele rugosa e mais seca em relação às rãs e pererecas. Possuem um par de protuberâncias glandulares, uma atrás de cada olho, conhecidas como parotóides, e locomoção lenta, quase sempre a pequenos saltos.

Rãs (imagem 5), são animais essencialmente aquáticos, com pele muito lisa e úmida, dedos de ponta afilada, e locomoção rápida com saltos de grande extensão.

Pererecas (imagem 6), Uma característica das pererecas é serem dotadas de discos adesivos nas pontas dos dedos, o que lhes confere a capacidade de subir na vegetação ou em paredes. Possuem pele lisa e úmida e locomovem-se rapidamente através de saltos, como o seu próprio nome em tupi indica (pere’reg = ir aos saltos). Aliás, é daí também que vem o nome do Saci Pererê!

PORQUE OS ANUROS CANTAM?


Se estivermos perto de um brejo, de uma lagoa, ou de um riacho, numa noite quente, e prestarmos bastante atenção, poderemos distinguir variados sons, alguns parecidos com assobios, outros com o toque de buzina, latidos de cão, pingos d´água caindo, ferro batendo, etc. Todos esses sons provêm dos machos de sapos, rãs e pererecas que cantam à noite chamando as fêmeas para o acasalamento.

Cada espécie tem seu canto bem característico. Para produzí-lo, o macho possui um (ou dois) sacos vocais que se enchem de ar e funcionam como uma caixa amplificadora do som que pode, assim, ser ouvido a grandes distâncias.

COMO OS ANUROS SE REPRODUZEM?


Quando uma fêmea, atraída pelo canto, encontra um macho da mesma espécie, é por ele agarrada pelas costas, num abraço nupcial.

A seguir, os ovos são postos em um local úmido, podendo ser dentro d´água, debaixo de pedras, no interior de uma toca no chão, sobre uma folha, na axila de uma bromélia, etc.

À medida que a fêmea, estimulada pelo abraço nupcial, põe os ovos, estes vão sendo fertilizados pelo sêmen expelido pelo macho. Já nas cecílias, existe no macho um órgão copulador. Em certas salamandras ocorre, ainda, uma outra forma de fecundação onde o macho deposita no chão bolsas contendo os espermatozóides, os espermatóforos, que são então recolhidos pela fêmea através da cloaca.

Tanto o aspecto dos ovos como o arranjo que eles apresentam após a postura variam muito, dependendo da espécie considerada. Os ovos podem formar um cordão gelatinoso, podem aderir-se a plantas, pedras, ou folhas enroladas, ou podem ficar protegidos dentro de um ninho de espuma. Com a eclosão dos ovos, nascem os girinos, que representam a primeira fase da vida dos anuros, conhecida como fase larval. Os girinos vivem na água e se assemelham a peixes, geralmente de cor escura. São providos de cauda, não têm patas e respiram por meio de brânquias. Para que atinjam a forma adulta eles passam por uma transformação total do organismo conhecida como metamorfose. Durante essa transformação os animais adquirem patas, perdem a cauda (se forem anuros), deixam gradualmente o ambiente aquático e passam a respirar através dos pulmões e da pele.

Em algumas espécies não existe fase larval visível e todas as transformações do embrião ocorrem dentro do ovo. Nesse caso, os animais já nascem com a forma dos adultos.

PROTEÇÃO DA PROLE


Diversos grupos de anfíbios desenvolveram meios de proteger seus filhotes. Algumas espécies podem guardar temporariamente os filhotes na boca, no estômago, ou em pregas da pele semelhantes às bolsas dos marsupiais. No sapo-aru (também conhecido como pipa), os ovos, após fecundados, são conduzidos pelo macho ao dorso da fêmea, onde ficam protegidos dentro da pele até o nascimento dos filhotes.

A nossa rã mais comum, a rã-pimenta, monta guarda permanente desde a postura dos ovos até a metamorfose dos girinos, tornando-se muito agressiva com os eventuais predadores.

As cecílias terrestres cuidam de seus ovos enrodilhando-se em torno deles e assim permanecendo por um longo tempo, mesmo após o nascimento dos filhotes. Estes, durante vários meses, permanecem junto à mãe.

OS ANFÍBIOS SÃO VENENOSOS?
Apesar de serem inofensivos aos seres humanos, todos os anfíbios, incluindo as cecílias e as salamandras, possuem glândulas espalhadas por toda a pele que podem produzir secreções tóxicas. Em muitos casos existem regiões especiais da pele que possuem acúmulos dessas glândulas, tais como as parotóides dos sapos. As secreções cutâneas dos anfíbios podem ser constituídas por inúmeras substâncias que, na sua maioria, possuem propriedades e composição química ainda muito mal conhecidas.

A finalidade dessas substâncias é a proteção dos anfíbios contra o ataque de predadores e a defesa da pele contra infecções por bactérias e fungos. No entanto, os anfíbios, diferentemente das cobras, não dispõem de meios para injetar os venenos que produzem.

Praticamente não existem registros de envenenamento por anfíbios em seres humanos. Já em cães podem ocorrer acidentes se molestarem ou morderem sapos. Nesse caso, a pressão da mordida sobre as parotóides faz com que essas glândulas espirrem o veneno esbranquiçado e pastoso que, entrando em contato com a mucosa dos olhos, nariz ou boca, pode causar danos ao organismo ou até mesmo levá-lo à morte.

É muito comum ouvirmos falar que a urina dos anuros é venenosa e pode cegar. Isso não é verdade. O líquido que esses animais soltam ao se sentirem molestados, nada mais é do que uma solução aquosa, muito diluída, armazenada na bexiga. Essa "urina", quando liberada, pode ser esguichada a grande distância, sendo, no entanto, completamente inofensiva.

Algumas espécies de sapos coloridos da Amazônia, os dendrobatídeos, possuem uma secreção cutânea muito venenosa que é utilizada pelos índios para envenenar suas flechas (ou zarabatanas) para a caça.

O PAPEL DOS ANFÍBIOS NO EQUILÍBRIO ECOLÓGICO
Os anfíbios, assim como todos os outros seres vivos, são parte integrante da natureza, sendo importantes elos na grande teia alimentar de nossos ecossistemas. Seus ovos e girinos servem de alimento a peixes, aves e a uma infinidade de outros seres aquáticos. Os jovens e adultos entram na composição da dieta de muitas cobras, lagartos, aves, mamíferos, peixes e outros anfíbios.

A maioria dos girinos é vegetariana, alimentando-se principalmente de algas. Já a alimentação dos adultos é exclusivamente carnívora. As espécies menores se alimentam de insetos e outros invertebrados enquanto que espécies de grande porte, como o sapo cururu podem ingerir pequenos vertebrados como cobras, lagartos, ratos, pássaros, e até mesmo outros anfíbios.

POR QUE OS ANFÍBIOS ESTÃO DESAPARECENDO?
Nas últimas décadas tem sido observada uma diminuição ou o desaparecimento de algumas populações de anfíbios, tanto anuros como salamandras, em vários locais do mundo. Ainda não se sabe ao certo o motivo desse fenômeno, embora existam muitas suposições. Para os anfíbios, animais extremamente sensíveis às mudanças ambientais, qualquer pequena modificação, tanto de ocorrência natural como pela ação do homem, pode ser crucial para a sua sobrevivência.

Assim, a devastação de florestas, a introdução de áreas para pastagem de gado, a agro-indústria, o garimpo e outras atividades humanas podem estar contribuindo diretamente para a sua diminuição. Ainda, a poluição do ar e das águas por agentes químicos e a redução da camada de ozônio com o conseqüente aumento da intensidade dos raios ultravioleta do sol podem ter uma influência muito negativa sobre esses animais.

RANICULTURA
Em muitos lugares do mundo a carne tenra de certas espécies de rãs é apreciada como alimento. Aqui no Brasil, a criação de rãs em cativeiro, particularmente da espécie americana Rana catesbeiana, tem aumentado bastante nas últimas décadas, mostrando-se um negócio lucrativo.

OBTENÇÃO DE NOVOS FÁRMACOS
O estudo das secreções cutâneas dos anfíbios tem demonstrado a existência de uma infinidade de novas substâncias, muitas delas com efeitos farmacológicos muito interessantes que poderiam ser utilizados pelos seres humanos. Por este ponto de vista, os anfíbios representam uma enorme riqueza dentro da biodiversidade de nosso planeta, que temos a obrigação de preservar.

OS ANFÍBIOS E OS SERES HUMANOS
Os anfíbios, em toda a história da humanidade, sempre estiveram ligados a manifestações culturais de muitos povos. O Brasil é muito rico em lendas e tradições envolvendo anfíbios que, infelizmente, nem sempre se referem a esses animais de modo positivo. Para muita gente, persiste até os dias atuais a idéia de que eles são "feios, inúteis e repugnantes". É exatamente essa idéia que justificou o tratamento brutal ao qual eles, muitas vezes, foram (e ainda são) submetidos. Entretanto, com o atual avanço dos conceitos ecológicos, felizmente os anfíbios estão sendo cada vez mais respeitados.

Para a garantia de sua sobrevivência, além dos esforços de preservação de cada um de nós, esses animais, assim como todos os integrantes da nossa fauna e flora, estão atualmente protegidos por lei.

OS ANFÍBIOS NO INSTITUTO BUTANTAN
Nas últimas duas décadas um grupo de pesquisadores do Laboratório de Biologia Celular do Instituto Butantan vem se dedicando ao estudo dos anfíbios. Além de realizarem trabalhos sobre a história natural de várias espécies, eles estudam características morfológicas e fisiológicas, principalmente da pele desses animais, que lhes permite adaptar-se aos diversos ambientes em que vivem.

Ainda, oferecem todos os anos cursos básicos e de extensão cultural sobre esses animais, de modo que podendo conhecê-los melhor, todos possam respeitá-los e apreciá-los como parte da riqueza que compõe a nossa fauna.

Fonte: www.butantan.gov.br

Vertebrados

Características Gerais
Vertebrados que conquistaram efetivamente o meio terrestre, pois são de fecundação interna, ovíparos (ovos com casca) na maioria, vivíparos (sucuri) ou ovovivíparos (cascavel). Possuem anexos embrionários: saco vitelino, córion, âmnion, alantóide. Excretam ácido úrico. Não sofrem metamorfose e a pele é seca e impermeável, protegida por escamas ou placas de queratina (proteína). A respiração é sempre pulmonar, desde o nascimento, inclusive nos aquáticos.

São cordados, vertebrados, deuterostômios, tetrápodes, celomados, amniotas, alantoidianos, pecilotérmicos. O esqueleto é predominantemente ósseo.

Estão adaptados para viverem na água (tartaruga, jacarés) ou na terra (cobras, lagartos, lagartixas), mas todos respiram por pulmões.

O padrão circulatório dos répteis é semelhante ao dos anfíbios. Seu coração tem três câmaras (dois átrios e um ventrículo), e são os mesmos dois circuitos: circulação pulmonar e circulação sistêmica. Entretanto, o ventrículo único dos répteis é parcialmente dividido pelo septo de Sabatier, o que torna a mistura de sangue arterial e venoso apenas parcial. O sangue que flui pela circulação sistêmica para os tecidos do corpo é mais saturado em oxigênio que aquele recebido pelos tecidos dos anfíbios.

Apesar dessa diferença anatômica e funcional, a circulação dos répteis também é dupla e incompleta, pelos mesmos motivos expostos anteriormente para a circulação dos anfíbios.

A exceção é a circulação dos répteis crocodilianos, como os crocodilos e os jacarés. O ventrículo desses animais é completamente dividido, e o coração perfaz quatro câmaras: doi átrios e dois ventrículos. Entretanto, na emergência das artérias pulmonar e aorta, há uma comunicação, o forame de Panizza, pelo qual ainda ocorre mistura de sangue arterial e venoso.

A articulação do crânio com a 1a vértebra é feita por um côndilo ocipital, o que permite movimentos da cabeça mais amplos, quando comparados com os anfíbios.

Possuem boca com dentes, exceto as tartarugas que possuem bico. O tubo digestivo é completo e termina na cloaca, juntamente com os aparelhos reprodutor e excretor.

Enquanto peixes e anfíbios apresentam rins mesonefros (torácicos), de répteis em diante os rins serão metanefros (abdominais), melhorando muito a capacidade filtradora do sangue.

Ovo com estruturas que protejam o embrião contra a perda excessiva de água. Esse tipo de ovo, citado nesse último item, é chamado genericamente de ovo terrestre. Possui uma casca protetora, resistente e porosa, e um sistema de membranas e de bolsas internas, os anexos embrionários:

Cório: protege contra abalos mecânicos e contra a penetração de microorganismos;

Âmnio: evita a evaporação;

Saco vitelínico: contém o vitelo, que alimenta o embrião durante o seu desenvolvimento;

Alantóide: permite o armazenamento de resíduos metabólicos, na forma de uma pasta semi-sólida, e realiza trocas gasosas com o ar que penetra através da casca porosa. Na realidade, as trocas gasosas acontecem na região de fusão do alantóide com o cório.

Sistema Nervoso dos Repteis



No sistema nervoso dos répteis ocorre uma mudança do centro de atividade encefálica que nos anfíbios estava situado no mesencéfalo e nos répteis muda para os hemisférios cerebrais (cérebro). Tal mudança resulta da invasão do palio por muitas células nervosas (camada cinzenta) para começar a formar o neopalio. O cerebelo dos répteis é mais desenvolvido do que dos anfíbios porém não se compara ao das aves e mamíferos.

O encéfalo apresenta dois longos lobos olfativos ligados aos grandes hemisférios cerebrais; atrás destes ficam dois lobos ópticos ovais. Depois vem o cerebelo mediano, com forma de pêra, maior que nos anfíbios. O mielencéfalo expande-se lateralmente por baixo do cerebelo, depois estreita-se formando a medula espinal. Ventralmente, entre as bases dos hemisférios cerebrais estão os tratos ópticos e nervos ópticos, seguidos pelo infundíbulo e pela hipófise. Há 12 pares de nervos cranianos e nervos espinais pares para cada somito do corpo. Há botões gustativos na língua e órgãos olfativos a cavidade nasal. Os olhos têm glândulas lacrimais para manter a córnea úmida fora da água. Os ouvidos são do tipo característico de vertebrados terrestres.

Células Nervosas dos Répteis


As células tem origem de ramificações ventrais não cruzadas, que tem uma posição similar à das células homóloga nos anfíbios, constituindo grupos que são um pouco diferente arranjadas no canal central e bordas mais ou menos próximas à substância branca. Determinados dendritos agem através dessa substância branca e formam ramificações (rede) nervosas que não se apresentam tão grandes como em anfíbios, estando mais concentradas às partes laterais e ventrais da coluna.

As células que contribuem para essa formação ou um início de rede nervosa apresentam-se de vários tipos: células de projeção ventral, células funiculares, células de junção ventral ou anterior, células de von Lenhossék na medula cervical e possivelmente alguns outros neurônios. O arranjo das projeções dos nervos ventrais, variam de animal para animal e, em um nível consideravelmente grande.

Existe a possibilidade das ramificações ventrais não serem limitadas por somente um miótomo (célula muscular em desenvolvimento embrionário), porém, pode conter algumas fibras miotomais adjacentes. Na medula torácica das tartarugas, as células originadas de fibras somáticas eferentes estão ausentes devido à falta de musculatura rígida. A maioria dos grupos de células, consistem em corpos celulares de neurônios no pescoço, e musculatura dorsal com grupos de células mais laterais particularmente bem desenvolvidas na sua forma, que estão presentes na medula cervical e lombar concentrando-se na região de enervação motora dos membros.

Nas serpentes a substância cinza tem arranjo regular, as projeções laterais mostram alguma similaridade com os tubarões. Essas células motoras são provavelmente comparáveis a grupos médios de tartarugas e crocodilos.

Nos crocodilos a enervação da musculatura rígida se apresenta pelo prolongamento da medula, assim como em serpentes, onde grupos laterais aparecem na região lombar, e um alongamento cervical como em tartarugas. A medula espinhal de crocodilos apresenta algumas peculiaridades. Em primeiro a posição frontal diferente do canal central. Figura 91B, onde a substância cinza aparece na projeção ventral, bem abaixo do canal. Segundo, o aparecimento de núcleos na periferia das células.

Os neurônios que constituem o grupo de células periféricas afiladas, formam feixes funiculares laterais.

Fonte: www.pucrs.br

Filo Artrópodes

Características Gerais dos Artrópodes
O filo Arthropoda é o mais extenso do reino Animal, existindo ainda muitas espécies por identificar. Este grupo inclui as aranhas, os crustáceos, as centopeias e os insectos, entre muitos outros seres vivos. Desde o final do Pré-Câmbrico, há cerca de 570 milhões de anos, que são encontrados artrópodes no registo fóssil (Hickman et al., 1997).

Estes seres vivos têm órgãos sensoriais bem desenvolvidos e um exosqueleto com quitina. A sua estrutura primitiva consiste numa série linear de segmentos, cada um com um par de apêndices constituídos por diferentes artículos. No entanto, verificou-se a tendência para os segmentos se fundirem entre si, originando grupos funcionais, e os apêndices estão frequentemente diferenciados, de modo a existir uma divisão do trabalho. Poucos são os artrópodes que apresentam dimensões superiores a 60 cm de comprimento: o maior é um caranguejo japonês, com aproximadamente 4m de largura, e o mais pequeno é um ácaro com menos de 0,1 mm (Hickman et al., 1997).

Os artrópodes são geralmente animais activos e energéticos. A maioria destes seres vivos são herbívoros, mas existem também artrópodes carnívoros e omnívoros. Tendo em conta a sua enorme abundância, vasta distribuição ecológica e elevado número de espécies, a sua diversidade não é ultrapassada por nenhum outro grupo de animais. São encontrados em todos os tipos de ambiente, desde zonas oceânicas profundas até regiões de elevada altitude, bem como desde o equador, até aos pólos. Muitas espécies estão adaptadas à vida no ar, em meio terrestre, em água doce, salobra ou salgada. Outras vivem ainda sobre ou no interior de plantas ou de outros animais (Hickman et al., 1997).

Apesar dos artrópodes competirem com o Homem por alimento e provocarem doenças, são essenciais para a polinização de muitas plantas e são também utilizados como alimento e para a produção de produtos como a seda, o mel e a cera (Hickman et al., 1997).

1. Principais Características
Encontram-se seguidamente enumeradas algumas das características deste grupo de seres vivos:

1. A simetria é bilateral e o corpo é segmentado, estando os segmentos geralmente agrupados em duas ou três regiões distintas: cabeça e tronco; cabeça, tórax e abdómen; ou cefalotórax e abdómen (Hickman et al., 1997; Triplehorn & Johnson, 2005).

2. Existem apêndices constituídos por um conjunto de artículos. Tipicamente cada segmento apresenta um par de apêndices, mas esta organização surge frequentemente modificada, com segmentos e apêndices adaptados a funções especializadas: natação, manipulação do alimento, reprodução, entre outras (Hickman et al., 1997).

3. Existe um exosqueleto com proteínas, quitina, lípidos e, muitas vezes, carbonato de cálcio. Trata-se de um esqueleto externo, segregado pela epiderme, que possibilita uma grande protecção. Para além disso, evita a desidratação, permite a fixação dos músculos e confere protecção contra as radiações solares. Um dos principais constituintes do exosqueleto é a quitina, um polissacarídeo resistente e insolúvel em água, existindo igualmente nos crustáceos impregnações de carbonato de cálcio. Devido à existência de zonas do exosqueleto que não são expansíveis, os artrópodes para crescerem têm que libertar esta cobertura após determinados intervalos de tempo, produzindo um novo exosqueleto, de maiores dimensões. Este processo denomina-se por mudas. Até atingirem a idade adulta, os artrópodes podem passar por quatro a sete mudas, podendo continuar a sofrer mudas durante a idade adulta (nesse caso, podem chegar a passar por 50 mudas). Como o exosqueleto é relativamente pesado, este é um dos factores que condiciona as dimensões destes seres vivos (Hickman et al., 1997; Mader, 2001).

4. O sistema muscular é complexo e utiliza o exosqueleto como suporte para os músculos, adaptados a movimentos rápidos (Hickman et al., 1997).

5. O sistema circulatório é aberto, correspondendo a maior parte da cavidade do corpo ao hemocélio, que está repleto de hemolinfa (Hickman et al., 1997; Triplehorn & Johnson, 2005).

6. O sistema digestivo é completo, com peças bucais resultantes da modificação de apêndices e adaptadas a diferentes tipos de alimentação (Hickman et al.,1997).

7. A respiração ocorre através da superfície do corpo, de brânquias, de traqueias ou de pulmões laminares. A maioria dos artrópodes terrestres tem um sistema de traqueias altamente eficiente, que entrega o oxigénio directamente aos tecidos, permitindo uma elevada taxa metabólica. Este sistema limita igualmente o tamanho destes seres vivos. Os artrópodes aquáticos respiram principalmente por um sistema de brânquias, igualmente eficiente (Hickman et al., 1997).

8. Os órgãos sensoriais estão bem desenvolvidos, existindo uma grande variedade de estruturas: para o tacto, audição, olfacto, equilíbrio e visão. Em relação aos órgãos visuais, podem existir olhos compostos e/ou olhos simples (ocelos). Os olhos compostos são constituídos por unidades (omatídios) que variam em número (entre 1 e cerca de 10.000) e que operam individualmente, permitindo que o ser vivo veja simultaneamente em quase todas as direcções. Quando o número de omatídios é muito elevado, obtém-se a conhecida imagem em “mosaico” dos insectos. A visão inicia-se na gama dos ultravioleta, estendendose apenas até ao laranja (Hickman et al., 1997).

9. Os sexos são geralmente separados, sendo a fecundação maioritariamente interna. Podem ser ovíparos ou ovovivíparos (Hickman et al., 1997).

10. Durante o desenvolvimento, podem ocorrer metamorfoses, existindo por vezes uma fase larvar muito diferente da forma adulta. Nesta situação, as duas formas têm geralmente exigências alimentares e ecológicas diferentes, diminuindo assim a competição intraespecífica (Hickman et al., 1997).

O filo Arthropoda inclui quatro subfilos: Trilobita (extinto); Chelicerata, com três classes (Arachnida, Merostomata e Pycnogonida); Crustacea, com dez classes; e Atelocerata, com cinco classes (Diplopoda, Chilopoda, Pauropoda, Symphyla e Insecta) (Triplehorn & Johnson, 2005). Seguidamente encontra-se uma breve descrição de algumas classes deste filo (Arachnida, Chilopoda, Diplopoda e Insecta), bem como de algumas ordens (Acari, Araneae, Collembola, Diptera, Hemiptera e Hymenoptera).

2. Características de Algumas Classes
2.1. Classe Arachnida
Esta classe inclui as aranhas, os escorpiões, os pseudoescorpiões e os ácaros, entre outros (Figura 1). Estão descritas cerca de 65.000 espécies, organizadas em onze ordens, tais como: Scorpiones (escorpiões), Opiliones (opiliões), Araneae (aranhas), Acari (ácaros e carraças) e Pseudoscorpiones (pseudoescorpiões). Estes seres vivos são mais comuns em regiões quentes e secas, do que em qualquer outro local. O corpo encontra-se dividido em cefalotórax e abdómen, apresentando o cefalotórax um par de quelíceras, um par de pedipalpos e quatro pares de patas locomotoras. Assim, não existem mandíbulas nem antenas. A maioria dos aracnídeos são predadores, podendo existir pedipalpos modificados em forma de pinças, como nos escorpiões. As presas são capturadas e mortas pelas quelíceras e pedipalpos, sendo ingeridos posteriormente os fluidos e tecidos moles. O seu sistema respiratório é constituído por traqueias e/ou pulmões laminares (Borror & DeLong, 1988; Ruppert & Barnes, 1994; Hickman et al., 1997; Triplehorn & Johnson, 2005).

Os aracnídeos foram os primeiros artrópodes a ocupar o meio terrestre e, em geral, são inofensivos para o Homem, alimentando-se de insectos prejudiciais. No entanto, existem aracnídeos que podem provocar picadas dolorosas ou mesmo mortais, e alguns podem transmitir doenças ou danificar culturas (Hickman et al., 1997).



2.2. Classe Chilopoda
Este grupo corresponde aos centípedes (do Grego, chilo = lábio e poda = pé/apêndice), artrópodes terrestres com o corpo achatado dorsoventralmente, que podem apresentar até 177 segmentos. Estão descritas 2.500 espécies, organizadas em quatro ordens (Ruppert & Barnes, 1994; Hickman et al., 1997; Triplehorn & Johnson, 2005).

Cada segmento, excepto o primeiro e os últimos dois, apresenta um par de apêndices locomotores (Figura 2). Os apêndices do primeiro segmento estão modificados para formar um par de garras venenosas. Na cabeça existe um par de antenas (com 14 ou mais artículos), um par de mandíbulas e dois pares de maxilas. Os olhos, quando presentes, correspondem geralmente a um conjunto de ocelos. A respiração ocorre através de traqueias, existindo normalmente um par de espiráculos em cada segmento. Contudo, o padrão de distribuição dos espiráculos varia nos diferentes grupos. Em relação à reprodução, estes seres vivos são ovíparos, podendo os indivíduos jovens apresentar ou não o número total de segmentos dos indíviduos adultos (Ross et al., 1982; Borror & DeLong, 1988; Ruppert & Barnes, 1994; Hickman et al., 1997; Mader, 2001; Triplehorn & Johnson, 2005).

As centopeias preferem locais húmidos e são carnívoras, alimentando-se fundamentalmente de outros insectos. A maioria tem hábitos nocturnos, escondendo-se durante o dia e alimentando-se de noite. As presas são mortas com as suas garras venenosas e posteriormente são trituradas com as mandíbulas (Ross et al., 1982; Borror & DeLong, 1988; Ruppert & Barnes, 1994; Hickman et al., 1997; Mader, 2001; Triplehorn & Johnson, 2005).

2.3. Classe Diplopoda
Os seres vivos pertencentes a esta classe são designados muitas vezes por milípedes, existindo cerca de 10.000 espécies, organizadas em dez ordens. O seu corpo cilíndrico ou ligeiramente achatado, é constituído por 25 a 100 segmentos, existindo na maior parte deles dois pares de patas (do Grego, diplo = dois/duplo e poda = pé/apêndice), uma vez que resultam da fusão de dois segmentos (Figura 3). Na cabeça encontra-se um par de antenas curtas (com sete artículos), um par de mandíbulas, um par de maxilas e geralmente dois conjuntos de ocelos. Os milípedes são ovíparos e são menos activos do que os centípedes. Deslocam-se lentamente, sem o movimento ondulatório das centopeias, e, em geral, são saprófagos, alimentando-se maioritariamente de detritos vegetais. Contudo, também se podem alimentar de plantas vivas e alguns são predadores. Estes seres vivos preferem normalmente locais húmidos e escuros (Borror & DeLong, 1988; Ruppert & Barnes, 1994; Hickman et al., 1997; Mader, 2001; Triplehorn & Johnson, 2005).


Figura 3 – Esquema de um exemplar da classe Diplopoda, retirado de Ruppert & Barnes (1994).

2.4. Classe Insecta
Os insectos são o grupo mais abundante e diversificado de todos os artrópodes, existindo cerca de 900.000 espécies descritas. Assim, existem mais espécies de insectos do que de todos os restantes animais em conjunto. Os indivíduos deste grupo caracterizam-se por apresentarem o corpo dividido em três regiões: cabeça, tórax e abdómen. No tórax encontram-se três pares de patas, podendo existir ainda um ou dois pares de asas, enquanto que no abdómen encontra-se a maior parte dos órgãos internos. O seu tamanho varia entre 1 mm e 20 cm de comprimento, tendo a maioria menos de 2,5 cm (Hickman et al., 1997; Mader, 2001). Estes artrópodes encontram-se em praticamente todos os habitats. São comuns em águas doces e salobras, bem como na areia das praias, mas poucos são marinhos. São igualmente abundantes no solo e nas florestas (especialmente na copa das árvores das florestas tropicais), sendo também comuns nos desertos e no topo das montanhas. Muitos são parasitas na superfície ou no interior de plantas e animais. A sua vasta distribuição deve-se, entre outras características, à sua capacidade de voo e enorme adaptabilidade. Além disso, os seus ovos podem sobreviver a condições adversas e ser transportados a longas distâncias (Hickman et al., 1997).

O seu corpo apresenta um exosqueleto rígido, devido à presença de determinadas proteínas. Na cabeça existe geralmente um par de olhos compostos, um par de antenas e um máximo de três ocelos. As antenas podem funcionar como órgãos olfactivos, tácteis ou mesmo auditivos. As peças bucais incluem em geral um lábio superior (labrum), um par de mandíbulas, um par de maxilas, um lábio inferior (labium), um canal alimentar (hipofaringe) e um canal salivar (epifaringe). A sua alimentação determinou o tipo de peças bucais existentes. O tórax é constituído por três segmentos, apresentando cada um deles um par de patas. Na maioria dos insectos os dois últimos segmentos torácicos apresentam igualmente um par de asas. As patas são constituídas pelos seguintes segmentos: coxa, trocânter, fémur, tíbia e tarsos (pequenos artículos que podem variar em número, geralmente entre dois e cinco). O último artículo tarsal apresenta o pré-tarso, em geral, com um par de garras. As patas dos insectos podem apresentar modificações para funções específicas, como por exemplo: para o salto, para fixação, para se enterrarem, para a colecta de pólen ou para a natação. O abdómen é constituído embrionariamente por 11 segmentos. Nos adultos, em geral, visualizam-se de 6 a 8. Nas formas larvares podem existir apêndices no abdómen, que desaparecem no estado adulto. Nos últimos segmentos abdominais encontram-se as estruturas relacionadas com a reprodução e também podem existir estruturas de natureza sensorial (Ross et al., 1982; Borror & DeLong, 1988; Hickman et al., 1997; Triplehorn & Johnson, 2005).

As asas correspondem a expansões do exosqueleto, podendo ser exclusivamente membranosas, coriáceas ou córneas. As nervuras existentes são específicas de cada espécie e servem para conferir maior rigidez. As asas podem estar cobertas de pequenas escamas, como nas borboletas, ou apresentar muitos pêlos, como nos tisanópteros. O seu movimento é controlado por um complexo conjunto de músculos do tórax, que originam alterações na forma deste último. As asas dos insectos variam em número, tamanho, forma, textura, nervação e posição de repouso. Alguns insectos, como grilos e gafanhotos machos, conseguem produzir um som característico com as asas (a estridulação), friccionando as duas asas anteriores entre si ou as asas anteriores com as patas posteriores (Ross et al., 1982; Borror & DeLong, 1988; Hickman et al., 1997; Triplehorn & Johnson, 2005).

Dada a sua enorme diversidade, os insectos podem tirar partido de praticamente todos os recursos alimentares e abrigos. A maioria dos insectos alimenta-se de seiva elaborada e de tecidos vegetais, podendo alimentar-se de plantas específicas ou ser mais generalistas. Contudo, alguns alimentam-se de animais mortos e existem também insectos predadores, que se alimentam de outros insectos ou de outros animais. Vários insectos e larvas são parasitas, alimentando-se do sangue de outros animais ou vivendo no interior do seu corpo. Para cada tipo de alimentação, as peças bucais estão adaptadas de uma forma específica (Figura 4). Numa armadura bucal picadora-sugadora, existem peças bucais que permitem perfurar os tecidos de plantas e animais, sendo geralmente alongadas e em forma de estilete. É o que acontece no caso dos mosquitos e cigarras. Nas borboletas não existem mandíbulas e uma das partes constituintes das maxilas (as gáleas), encontram-se fundidas formando uma longa probóscis, que em repouso é mantida enrolada – armadura sugadora pura. Numa armadura bucal libadora-sugadora, como nas moscas, existe no ápice do labium um par de lóbulos (labelos) constituídos por canais semelhantes a traqueias (pseudotraqueias), que permitem absorver o alimento sob a forma líquida. Finalmente, numa armadura bucal mastigadora ou trituradora, como nos gafanhotos, as mandíbulas são fortes e apresentam pequenos dentes para a trituração do alimento (Matthes, 1959; Hickman et al., 1997).


Figura 4 – Esquema de diferentes tipos de armaduras bucais: A – mastigadora, adaptado de Matthes (1959); B – sugadora pura, adaptado de Matthes (1959); e C – picadora-sugadora (em repouso), adaptado de Hickman et al. (1997).
( Clique para Ampliar )

Os insectos terrestres respiram por um sistema de traqueias, as quais se ramificam no interior do seu corpo e abrem para o exterior através de aberturas respiratórias pares (os espiráculos ou estigmas), existindo geralmente dois no tórax e sete ou oito no abdómen (um par por cada segmento). No caso dos insectos aquáticos existe um sistema de brânquias especializado (Hickman et al., 1997).

Os sexos são separados e a fecundação é maioritariamente interna, sendo produzido em geral um elevado número de ovos. A maioria dos insectos sofre metamorfose durante o seu desenvolvimento, isto é, alterações na sua forma. No caso de uma metamorfose holometabólica ou completa, as larvas vivem num nicho ecológico totalmente diferente das formas adultas, tendo também uma alimentação distinta. Após uma série de mudas, as larvas formam um casulo, no interior do qual sofrem um conjunto de alterações morfológicas, sem se alimentarem – pupa ou crisálida. Da pupa emerge o indivíduo adulto, que não sofre mudas. É o caso das borboletas, escaravelhos e moscas. Neste ciclo de vida, as asas desenvolvem-se internamente. Na metamorfose hemimetabólica ou incompleta, as fases juvenis denominam-se por ninfas e as suas asas desenvolvem-se externamente, aumentando de tamanho à medida que ocorrem as mudas sucessivas, até ser atingido o estado adulto. Ao longo das mudas ocorre também o aumento do tamanho das ninfas e o desenvolvimento dos órgãos reprodutores, designados por genitália. Nestes casos, as fases juvenis têm uma alimentação semelhante e encontram-se nos mesmos habitats que os indivíduos adultos. Exemplos deste tipo de desenvolvimento são as baratas e os gafanhotos. Alguns insectos têm um desenvolvimento directo, em que formas juvenis são morfologicamente idênticas aos adultos, excepto no que diz respeito ao tamanho e maturação sexual. Os insectos reproduzem-se geralmente apenas uma vez durante o seu tempo de vida. Assim, as populações são normalmente constituídas por indivíduos da mesma idade, existindo pouca ou nenhuma sobreposição de gerações sucessivas (Ross et al., 1982; Borror & DeLong, 1988; Hickman et al., 1997; Triplehorn & Johnson, 2005).


Muitos insectos passam por um período de dormência no seu ciclo de vida anual. Nas zonas temperadas pode existir um período de dormência no Inverno (hibernação) e/ou um período de dormência no Verão (estivação). Muitos insectos entram em dormência quando um determinado factor ambiental, como a temperatura, se torna desfavorável. Contudo, outros apresentam essa fase no seu ciclo de vida, independentemente das condições ambientais. Neste caso, este tempo de dormência designa-se por diapausa e é geneticamente determinado, podendo ser activado, por exemplo, pela diminuição do número de horas de luz. O estádio hibernante pode ser o ovo, a ninfa, a larva ou o indivíduo adulto. Em geral, os insectos que vivem nos trópicos têm um desenvolvimento contínuo, sem existir um período de dormência. Muitos insectos têm mais do que uma geração por ano, podendo o número de gerações variar consoante as condições ambientais sejam mais ou menos favoráveis (Borror & DeLong, 1988; Hickman et al., 1997; Triplehorn & Johnson, 2005).

Os insectos comunicam entre si através de sinais visuais, auditivos, químicos e tácteis. Muitos insectos estão organizados em comunidades, comunicando entre si essencialmente por sinais químicos e tácteis. Algumas comunidades são temporárias e pouco organizadas, mas outras são permanentes (como nas abelhas, formigas e térmitas), existindo uma divisão do trabalho e diferentes castas (Hickman et al., 1997).

Os insectos desempenham importantes funções: são necessários para a polinização de muitas culturas e produzem materiais como o mel, a seda e a cera. Durante a evolução, insectos e plantas desenvolveram adaptações mútuas. Os insectos exploram as flores para se alimentarem e as flores utilizam os insectos para a polinização. A estrutura das flores está totalmente adaptada às características dos insectos que as polinizam. Para além do mais, muitos insectos predadores alimentam-se de insectos prejudiciais às culturas. Em termos ecológicos, os insectos são igualmente o recurso alimentar de muitas aves, peixes e outros animais. Contudo, existem também insectos transmissores de doenças (como malária, febre amarela, peste, tifo exantemático, doença das chagas e doença do sono). Além disso, muitos insectos, como as formigas, baratas e térmitas, podem causar a destruição de alimentos, de roupa e de outros materiais (Hickman et al., 1997).

3. Características de Algumas Ordens
3.1. Ordem Acari (Classe Arachnida)

Do conjunto de artrópodes do solo, esta é a ordem com um maior número de espécies e, frequentemente, com a maior abundância (Eisenbers & Wichard, 1984). Apesar de só terem sido descritas 30.000 espécies, deverão existir mais de 500.000, sendo esta a ordem de aracnídeos com uma maior riqueza específica. Nestes seres vivos o cefalotórax pode estar completamente fundido com o abdómen, sem existirem sinais externos de segmentação (Figura 5). Existem formas terrestres e aquáticas, de água doce ou salgada. As formas livres podem ser predadoras, herbívoras ou saprófagas, mas muitas espécies são parasitas, pelo menos durante parte do seu ciclo de vida. Deste grupo fazem parte os ácaros e as carraças. As carraças são um dos principais agentes transportadores de doenças provocadas por bactérias, vírus, protozoários e fungos (Borror & DeLong, 1988; Hickman et al., 1997; Triplehorn & Johnson, 2005).


Figura 5 – Esquema de um exemplar da ordem Acari, retirado de Triplehorn & Johnson (2005).

3.2. Ordem Araneae (Classe Arachnida)
As aranhas formam um vasto grupo de artrópodes, correspondendo a mais de 38.000 espécies, distribuídas por todo o mundo. Encontram-se em geral com uma elevada riqueza específica em zonas naturais e agrícolas (Marc et al., 1999), sendo por vezes muito abundantes. O seu corpo está dividido em duas regiões (o cefalotórax e o abdómen) não segmentadas e ligadas entre si por uma região delgada (Figura 6). Todas as aranhas são predadoras, alimentando-se de insectos. As quelíceras, o seu primeiro par de apêndices, apresentam um aguilhão terminal ligado a glândulas de veneno, tendo este último a capacidade de liquefazer os tecidos das presas. O fluido resultante é posteriormente absorvido. Para além das quelíceras, existe também um par de pedipalpos, que intervem geralmente na manipulação do alimento, e quatro pares de patas locomotoras (Borror & DeLong, 1988; Hickman et al., 1997; Triplehorn & Johnson, 2005).


Figura 6 – Esquema de uma aranha, adaptado
de Triplehorn & Johnson (2005).

Estes artrópodes apresentam geralmente muitos pêlos sensoriais, através dos quais recebem algumas informações sobre o meio exterior, como a existência de correntes de ar. Quando existem olhos simples, o seu número (de 1 a 8) e distribuição são características importantes na classificação dos diferentes grupos. Quanto ao sistema respiratório, as aranhas respiram por traqueias e/ou pulmões laminares. Estes últimos são exclusivos deste grupo, sendo constituídos por várias cavidades de ar paralelas. Em relação à reprodução, as aranhas são ovíparas e sofrem várias mudas até atingirem a idade adulta. Quando eclodem têm uma aparência muito próxima à dos adultos, sendo a metamorfose muito pequena durante o seu desenvolvimento (Borror & DeLong, 1988; Hickman et al., 1997; Triplehorn & Johnson, 2005).

Muitas aranhas elaboram teias, sendo a seda constituída por proteínas e produzida por glândulas existentes no abdómen. Existem diferentes tipos de teias, que variam de espécie para espécie: em forma de funil, irregulares, orbiculares, entre outras (Borror & DeLong, 1988; Hickman et al., 1997; Triplehorn & Johnson, 2005).

Os seus hábitos predadores permitem limitar o crescimento de outros animais, em geral, insectos, pelo que este grupo desempenha um importante papel nos ecossistemas (Borror & DeLong, 1988; Triplehorn & Johnson, 2005). A sua abundância e riqueza específica pode reflectir inclusivamente a abundância das suas presas (Miyashita et al., 1998)

3.3. Ordem Collembola (Classe Insecta)
Os colêmbolos (do Grego, coll = cola; embola = cunha) são um dos grupos mais abundantes da mesofauna do solo, atingindo por vezes elevadas densidades populacionais (até 100.000/m3). Este grupo engloba cerca de 2.000 espécies, correspondendo a insectos de reduzidas dimensões, raramente excedendo os 5mm, com peças bucais picadoras ou mastigadoras. A maioria apresenta uma estrutura terminal bifurcada, a fúrcula, que é utilizada para o salto e que se encontra sob o abdómen quando em repouso. No lado ventral existe no primeiro segmento abdominal uma estrutura em forma de tubo bilobado, o colóforo, com funções de absorção de água e de excreção, tendo também substâncias que permitem a adesão ao substrato (Figura 7). Em relação a estruturas sensoriais, pode ser encontrado na cabeça um número variável de ocelos, existindo também um par de antenas curtas, com quatro artículos. Este insectos apresentam metamorfose incompleta e podem ser saprófagos ou fitófagos, alimentando-se geralmente de matéria vegetal em decomposição e fungos. Algumas espécies podem danificar jardins, estufas e culturas de cogumelos (Borror & DeLong, 1988; Richards & Davies, 1988; Chinery, 1993; Triplehorn & Johnson, 2005).


Figura 7 – Esquema de um colêmbolo, adaptado de Cunha e colaboradores (1964).

A variação da densidade das populações de colêmbolos está, em geral, relacionada com factores ecológicos que alteram a actividade destes artrópodes. A humidade e a temperatura são os parâmetros mais importantes, dependendo deles também a migração vertical destes animais no solo. Em relação ao primeiro factor, vários autores verificaram que a temperatura tem um forte efeito sobre os colêmbolos, afectando, por exemplo, o número de ovos colocados. Quanto à humidade, os colêmbolos estão dependentes de um fornecimento constante de água, existindo deslocamentos verticais no solo e migrações horizontais para encontrarem as condições mais adequadas (Eisenbers & Wichard, 1984; Wolters, 1998). A sensibilidade que estes artrópodes apresentam em relação à modificação das suas condições ambientais já levou alguns autores a defender inclusivamente a sua utilização para o estudo da influência de factores físico-químicos e microbiológicos na fauna do solo (Pflug & Wolters, 2002).

A vegetação também influencia este grupo, tendo Berbiers et al. (1989) verificado que as zonas com um estrato herbáceo mais desenvolvido apresentam tendencialmente uma maior densidade de indivíduos, pois o ar encontra-se mais saturado e existem mais refúgios. No entanto, o tipo de solo também afecta as comunidades de colêmbolos (Pflug & Wolters, 2002). Além disso, verificou-se igualmente que o pisoteio das áreas em estudo intensifica a actividade destes artrópodes, originando amostras de maiores dimensões (Adis, in Borges, 1991).

3.4. Ordem Diptera (Classe Insecta)

Esta ordem compreende mais de 90.000 espécies, pertencendo a este grupo as moscas e os mosquitos. A maioria dos dípteros (do Grego, di = duas; ptera = asas) distingue-se dos outros insectos por apresentar apenas um par de asas, as anteriores, estando as asas posteriores transformadas num par de órgãos de equilíbrio, de pequenas dimensões, os halteres ou balanceiros (Figura 8). As peças bucais são fundamentalmente do tipo libador-sugador, mas existe uma grande variabilidade no interior desta ordem. A maioria dos indivíduos adultos alimenta-se de fluidos animais ou vegetais, em geral de néctar, mas também de seiva ou sangue. Na cabeça existe um par de olhos compostos relativamente grandes e, geralmente, três ocelos. Em relação ao seu desenvolvimento, estes artrópodes passam por metamorfose completa, sendo as larvas vermiformes e ápodas. Muitas delas são aquáticas, existindo larvas herbívoras, predadoras e saprófagas (Borror & DeLong, 1988; Richards & Davies, 1988; Chinery, 1993; Triplehorn & Johnson, 2005).


Figura 8 - Esquema de um díptero, adaptado de Dierl & Ring (1992).

Algumas espécies de dípteros podem tornar-se pragas para o Homem, para outros animais e para plantas cultivadas. Para além disso, podem igualmente transportar doenças, como a malária, a febre amarela, a doença do sono e o tifo exantemático. No entanto, muitos dípteros são úteis como saprófagos, predadores ou parasitas de outros insectos prejudiciais, e realizam a polinização de plantas importantes para o Homem (Borror & DeLong, 1988; Chinery, 1993; Triplehorn & Johnson, 2005).

3.5. Ordem Hemiptera (Classe Insecta)

Deste grupo fazem parte, por exemplo, as cigarras, os pulgões, as cochonilhas e os percevejos, correspondendo a cerca de 70.000 espécies. Trata-se de uma ordem diversificada, existindo variações consideráveis na forma do corpo, asas, antenas, ciclo de vida e hábitos alimentares. A característica comum a todos estes insectos é a armadura bucal, do tipo picadora-sugadora. Alguns apresentam um rostro segmentado, com origem na parte anterior da cabeça e que se estende ao longo do lado ventral do corpo, muitas vezes até à base das patas posteriores (Figura 9). Outros apresentam um rostro de dimensões mais reduzidas, com origem na parte posterior da cabeça. Em geral, alimentam-se da seiva das plantas, mas alguns alimentam-se de sangue (Borror & DeLong, 1988; Chinery, 1993; Hickman et al., 1997; Triplehorn & Johnson, 2005).


Figura 9 – Esquema de um hemíptero, adaptado de Borror & DeLong (1988).

Os hemípteros apresentam geralmente dois pares de asas, existindo, no entanto, espécies ápteras. Alguns têm a parte basal das asas anteriores espessada, sendo a zona apical membranosa (Figura 9). Contudo, outros apresentam as asas anteriores com uma textura uniforme. Em repouso, as asas dos primeiros encontram-se horizontalmente sobre o abdómen, com as extremidades membranosas sobrepostas (do Grego, hemi = meio; ptera = asas). Nos segundos, as asas são colocadas em telhado sobre o corpo, sobrepondo-se ligeiramente no ápice. Em ambos os casos, as asas posteriores são totalmente membranosas (Borror & DeLong, 1988; Chinery, 1993; Hickman et al., 1997; Triplehorn & Johnson, 2005).

As antenas podem ser curtas ou longas, mas apresentam, em geral, quatro ou cinco artículos. Os olhos compostos estão na maioria dos casos bem desenvolvidos, podendo também existir ocelos, no máximo, três. Durante o seu ciclo de vida os hemípteros sofrem geralmente metamorfose incompleta, tendo alguns um ciclo de vida bastante complexo (Borror & DeLong, 1988; Chinery, 1993; Hickman et al., 1997; Triplehorn & Johnson, 2005).

A maioria das espécies é terrestre, mas existem muitas aquáticas. Algumas espécies podem ser uma praga para diferentes culturas, mas outras são predadoras, desempenhando um papel útil ao Homem. Os que se alimentam de sangue podem ser transmissoras de doenças (Borror & DeLong, 1988; Triplehorn & Johnson, 2005).

3.6. A Ordem Hymenoptera (Classe Insecta)

Esta ordem engloba nomeadamente as vespas, as abelhas e as formigas. Corresponde a cerca de 120.000 espécies, que apresentam geralmente dois pares de asas membranosas (do Grego, hymeno = membrana; ptera = asas), sendo as posteriores menores do que as anteriores (Figura 10). Estes dois pares de asas encontram-se ligados entre si por um conjunto de estruturas que variam em termos morfológicos. As asas apresentam poucas nervuras, sendo estas quase inexistentes nos himenópteros mais pequenos. Contudo, existem elementos desta ordem que não têm asas na maior parte do seu ciclo de vida, como é o caso das formigas (Figura 10). As peças bucais são do tipo mastigador ou mastigador-sugador. Na cabeça existe um par de antenas, geralmente com dez ou mais segmentos e, muitas vezes, em cotovelo. Existe igualmente um par de olhos compostos e, geralmente, três ocelos. No seu ciclo de vida ocorre metamorfose completa, sendo as larvas vermiformes. As pupas podem formar-se no interior de um casulo ou num hospedeiro, no caso de espécies parasitas. Esta ordem inclui muitos insectos parasitas ou predadores de insectos prejudiciais ao Homem e, também, os agentes polinizadores mais importantes: as abelhas (Borror & DeLong, 1988; Chinery, 1993; Triplehorn & Johnson, 2005).


Figura 10 – Esquema de um espécimen alado (A) e de um espécimen áptero (B) da ordem Hymenoptera, retirados de Chinery ( 1993 )

EQUINODERMOS - perte 1



O filo Echinodermata é constituído por cerca de 7.000 espécies distribuídas em seis classes: Crinoidea, Asteroidea, Ophiuroidea, Echinoidea, Holothuroidea e Concentricycloidea (Chia & Harrisson, 1994). O nome do grupo é derivado de duas palavras gregas: echinos, que significa ouriço, e derma, que significa pele, e se refere às projeções em forma de espinhos ou tubérculos presentes na superfície do corpo.

Trata-se de um grupo muito antigo, filogeneticamente relacionado aos Chordata (Hendler et al., 1995). Há indícios de um longo histórico pré-cambriano, pois parecem ter sido comuns em alguns habitats já no início do Cambriano, há cerca de 600 milhões de anos (Smith, 1992; Hendler et al., 1995). É deste período que datam os primeiros registros fósseis do filo, baseados nos restos de um animal pequeno, bentônico, bilateralmente simétrico e que provavelmente se alimentava de material em suspensão na água do mar (Chia & Harrisson, 1994). Deste ancestral primitivo teriam se originado dois outros grupos, hoje extintos: os carpóides e os helicoplacóides, estes últimos, precursores das formas atuais (Chia & Harrisson, 1994).

As classes de Echinodermata divergiram evolutivamente ainda no Pré-Cambriano (Ubaghs, 1967), sendo que as atuais surgiram no início do Paleozóico, há cerca de 550-450 milhões de anos (Smith, 1992). O registro fóssil do grupo conta atualmente com cerca de 16 classes e mais de 13.000 espécies extintas (Hendler et al., 1995).

Todos os representantes do filo são de vida livre, sendo raras as espécies comensais.

Em geral, os sexos são separados, sem dimorfismo sexual externo, com exceção dos Concentricycloidea, que apresentam, inclusive, órgão copulatório. Algumas espécies passam por um estádio larval planctônico, enquanto outras são vivíparas. Apesar de raro entre os Echinodermata, o hermafroditismo tem sido relatado em algumas espécies.

O alto poder de regeneração dos integrantes deste filo confere a algumas espécies a capacidade de se reproduzir assexuadamente por fissão, um processo de divisão do corpo que resulta em novos indivíduos completos e funcionais.

Embora a grande maioria das espécies seja marinha, algumas toleram a água salobra. Podem ser encontrados em todos os oceanos, latitudes e profundidades, da zona entremarés às regiões abissais, sendo mais abundantes na região tropical do que nas águas polares.

São predominantemente bentônicos, ocupando diversos tipos de substrato. Umas poucas espécies de holotúrias, porém, são pelágicas. Tendem a apresentar distribuição agregada, sendo encontradas em altas densidades. Em locais onde as condições são favoráveis, o substrato pode ficar totalmente coberto por ouriços-do-mar, ofiuróides ou estrelas-do-mar. Constituem o grupo mais abundante de animais dos fundos marinhos, chegando a compor 90% da biomassa total nas regiões abissais.

Muitos são adaptados para se fixar a substratos rochosos, enquanto outros vivem em substratos lodosos, arenosos, em madeira submersa ou em epibiose.

Organização Estrutural
A estrutura corporal dos equinodermas baseia-se na existência do sistema ambulacrário. Tomando como exemplo a estrela-do-mar, a face do corpo voltada para o solo ou outro substrato é a face oral; a oposta é a face aboral, onde está o ânus e a placa madrepórica. Essa placa é perfurada e permite a entrada de água do mar, que preenche todo o sistema. Pelo canal madrepórico, a água alcança o canal circular, onde existem dilatações chamadas vesículas de Poli. Dessas vesículas, saem cinco canais radiais, que se dirigem para os braços. Ao longo desses canais radiais, há centenas de pequenas bolsas, chamadas ampolas, de onde partem os pés ambulacrários.

As contrações da ampola forçam a água para dentro do pé ambulacrário, que então se distende e projeta-se para fora do corpo através de pequenos orifícios do esqueleto. Quando a ampola relaxa, o pé correspondente contrai e expulsa a água do seu interior, retraindo-se.

A contração e a retração contínuas e coordenadas dos pés ambulacrários permitem que a estrela-do-mar se locomova e use os pés com pequenas ventosas, podendo capturar alimentos, fixar-se a um substrato, abrir conchas de moluscos, etc.

Sistema digestivo
É completo. Os ouriços-do-mar possuem, na boca, uma estrutura raspadora chamada lanterna-de-Aristóteles. As estrelas-do-mar são capazes de everter o seu estômato, introduzindo-o no interior de conchas de moluscos, digeridos ainda vivos.



Sistema circulatório
Ausente ou é rudimentar, e a distribuição de materiais faz-se através da cavidade celomática. A excreção é feita diretamente através da água que ocupa o sistema ambulacrário, não havendo nenhuma outra estrutura excretora especializada.

O sistema nervoso
Formado por nervo anelar ao redor da faringe e nervos radiais,é rudimentar e não apresenta cefalização. Há células táteis e olfativas em toda a superfície do corpo. As estrelas-do-mar possuem células fotorreceptoras nas extremidades dos braços.

Sistema respiratório
Ocorre por difusão, entre a água do mar e a que ocupa o sistema ambulacrário. Nos pepinos-do-mar, há uma série de filamentos ao redor da boca, pelos quais passa o líquido celomático, que funcionam como brânquias. Não há pigmentos transportadores de oxigênio. Os ouriços-do-mar possuem brânquias dérmicas, análogas às brânquias periorais dos pepinos-do-mar e também ocupadas por líquido celomático. Entre as brânquias dérmicas e os numerosos espinhos, os ouriços-do-mar possuem apêndices chamados pedicelárias, dotados de pinças nas extremidades e empregados na limpeza de detritos que se depositam no corpo. Em algumas espécies, essas pedicelárias inoculam veneno.

Sistema esquelético
O endoesqueleto é constituído por placas calcárias, distribuídas em cinco zonas ambulacrais alternadas com cinco zonas interambulacrais. As zonas ambulacrais possuem numerosos orifícios, por onde se projetam os pés ambulacrais, estruturas relacionadas com a locomoção. Na face dorsal do esqueleto há uma placa central ou disco (onde se abre o ânus), rodeada por cinco placas, cada uma com um orifício genital. Uma dessas placas exibe, além do orifício genital, numerosos poros ligados ao sistema ambulacral: trata-se da placa madrepórica. Assentados sobre as placas estão os espinhos, dotados de mobilidade graças aos músculos presentes em sua base. Entre os espinhos, pequenas estruturas com a extremidade em forma de pinça, as pedicelárias, constituídas por dois ou três artículos, com funções de defesa e limpeza da superfície corporal.



O esqueleto é interno (endoesqueleto mesodermal), recoberto pela epiderme. O esqueleto é formado por placas calcárias fixas ou articuladas (móveis). As placas podem ter espinhos (daí o nome do filo) que se movem por meio de músculos e ainda pedicelárias que fazem a limpeza e defesa do corpo.


Esqueletos: vista dorsal à esquerda, vista ventral à direita.

Reprodução
Na reprodução sexuada os animais são dióicos e de fecundação externa. Nos ouriços-do-mar a larva é equinoplúteus, enquanto nas estrelas-do-mar as larvas são bipinária e braquiolária. São animais muito usados para estudos do desenvolvimento embrionário e partenogênese.

Desenvolvimento embrionário de uma estrela-do-mar.

Moluscos


Classe Cephalopoda ("pés na cabeça")
Moluscos sem concha externa, que apresentam uma estrutura interna e uma morfologia bastante diferentes dos demais. São o polvo, a lula, o náutilo e o calamar, animais exclusivamente marinhos. O pé dos cefalópodes é dividido em tentáculos.

Posição Sistemática
Reino: Animalia
Sub reino: Metazoa

Filo Mollusca
Classe Caudofoveata
Classe Solenogastres
Classe Polyplacophora
Classe Monoplacophora
Classe Gastropoda
Classe Cephalopoda
Classe Scaphopoda
Classe Bivalvia
Número de espécies
No mundo: 100.000
No Brasil: 1.600

Latim: molluscus = mole

Nomes populares: marisco, caramujo, mexilhão, caracol, polvo etc

Fonte: www.biomania.com.br

SISTEMA NERVOSO
O sistema nervoso dos moluscos é ganglionar, com três partes de gânglios nervosos de onde partem nervos para as diversas partes do corpo. Os cefalópodos possuem um grande gânglio cerebróide, semelhante ao encéfalo dos vertebrados.

O sistema nervoso possui dois pares de cordões que partem por detrás dos gânglios, ventralmente os cordões pedálicos, lateralmente os cordões pleuroviscerais. Nos primeiros constitui-se um par de gânglios (reunião de células nervosas) e nos segundos constituem-se três, os gânglios pleurais, parientais e viscerais. Todos os gânglios podem reunir-se à volta da faringe, num volumoso órgão central. Nos gastrópodes os gânglios são centralizados num anel nervoso.

Possuem órgãos sensoriais de tacto, olfacto, paladar, equilíbrio e em alguns, de visão, tendo assim olhos, estatocistos, e outros especiais, do sentido químico, os osfrádios. Têm também receptores tácteis e quimioreceptores ou olhos nos tentáculos.

CÉLULAS NERVOSAS
Sua visualização já possível logo que removida e dissecada da superfície do gânglio. Elas são ovais ou redondas nos cortes e variadas em seu tamanho, variando de 7 a 200 um. A presença de neurônios enormes nos moluscos pulmonados contrasta com todos os outros grupos de animais. Todos, com exceção dos menores neurônios, são poliplóides, e existem evidências de que diferentes replicações de DNA. Muito provavelmente, isso está ligado com o tamanho e a proporção de DNA que o neurônio possui, o que reflete na área total da célula. Quanto maior a área, mais porteínas são necessárias.

Os neurônios no Sistema Nervoso Central são, geralmente, monopolares. Uma característica importante das células nervosas dos moluscos é que eles podem mandar múltiplos estímulos no mesmo nervo, conectivo ou periférico. Uma explicação para este fato, e a que mais é aceita, é que este arranjo poderia aumentar a eficiência da liberação das moléculas mensageiras do neurônio para a fenda nervosa, e daí para a circulação sangüínea.

As sinapses entre os neurônios ocorrem com uma ultraestrutura semelhante as sinapses do sistema nervoso central dos vertebrados, exceto pela escassez de uma alta densidade pós-sináptica.

Fonte: www.pucrs.br

Filo Mollusca

Moluscos

Os moluscos representam um dos maiores e mais diversos filos de todo o reino animal. Junto aos artrópodes (insetos), estes possuem o maior número de animais descritos de todo o reino animal (Hickman, 1961). Tanto os moluscos extintos como os vivos compreendem cerca de 11% de todas as espécies animais que já existiram em todo o curso da história da terra.

O nome Mollusca é derivado da palavra em latin Molluscus, que significa mole. Uma das características mais distintas é um corpo interno mole que contrasta com uma concha exterior dura.

Moluscos são um diverso grupo de organismos que divergem de um ancestral comum chamado 'Arquimolusco'. Sua morfologia era composta de uma concha do tipo prato (apenas uma capa), um pé macio por onde se arrastava, um simples canal alimentar e um manto. Diferente dos moluscos modernos este organismo era segmentado.

Por todo o filo a estrutura do corpo é similar. Todos os organismos das diversas classes possuem uma cabeça para alimentação, um pé ventral e muscular usado para movimentação e víceras que compõem o resto do corpo acima do pé. As víceras também contêm orgãos internos que acomodam a cavidade do manto de onde todo o lixo é escretado.

Os moluscos são divididos em 8 (oito) classes, mas apenas 3 (três) possuem importância geológica. Estes são os bivalves, os cefalópodes e os gastrópodes.

Classes
A única classe extinta amplamente aceita é chamada de rostroconcha. Caracterizados por uma única concha pseudo-bivalve que encapsulava o manto e um pé para locomoção. Viveram entre o cambriano e o permiano. São considerados os ancestrais dos bivalves e dos escafópodes.

Os moluscos são encontrados em todos os ambientes. Existem moluscos vivendo em rios e lagos, no mar e em terra. Alguns vivem pressos a algum substrato, outros caminham ou nadam livremente e outros vivem interrados. Estes ainda podem ser carnívoros, parasitas, herbívoras e necrófagos.

Classe Monoplacófora
Em latin monoplacophora significa 'que possue apenas uma placa'.

Acreditavasse que estivessem extintos a pelo menos 400 millhões de anos, quando foram encontrados animais vivos em 1952 de Neopilina galatheae Lemche, 1957 - na costa do méxico a mais de 3500 metros de profundidade. Foi como encontrar um elo perdido entre os moluscos e os anelídios. Existem apenas 6 (seis) espécie conhecidas ainda viventes. São uma importante fonte de estudos evolucionários já que possuem um corpo que é base para a evolução de todos as outras classes de moluscos.

Embora tenham sido muito comuns no período Paleozóico em águas rasas, hoje não podem mais ser encontrados nestas áreas. O descobrimento de espécies de animais considerados extintos, nos leva a rever estas considerações. As águas rasas são fisicamente mais variáveis do que as águas profundas onde salinidades, pressão e temperatura são mais estáveis.

Ecologia
Considerados nada comuns em coleções particulares, devido as profundidades onde vivem, algumas espécies vivem em profundidades relativamente rasas. Na costa da Itália, espécimens de Veleropilina podem ser encontradas em profundidades de 180 metros. Mas a grande maioria ainda vive em profundidades abissais.

Estas profundidades não permitem que animais vivos sejam observados, então pouco se sobre a sua ecologia.

Observando-se a concha, baixa, que produz pouca resistência e o formato do pé, pode-se concluir que são animais adaptados para viver em águas rasas e de forte movimento. Talves este seja um legado dos tempos em que estes animais viviam em águas costeiras. Várias espécies têm sido encontradas em áreas com nódulos de ferro e mangânes, cascalho de coral, basalto e fundos lodosos ou rochosos.

Estrutura
São animais pequenos, que variam de 3 até 35 mm. Sua concha em forma de colher é composta de 3 camadas: perióstraco, uma camada prismática e uma nacarada.

Alimentação
Acredita-se que os Monoplacóforos alimentem-se de espólios. Há informações de vários tipos de alimentos como: protozoários, diatomácias, foraminíferos e esponjas.

Fonte: www.conchasbrasil.org.br

Filo Mollusca
Os moluscos são o segundo maior grupo de animais em número de espécies (cerca de 100.000 espécies), sendo suplantado apenas pelos artrópodes. Apresentam uma disparidade morfológica sem comparação dentre os demais filos de animais, reunindo os familiares caracóis (reptantes), ostras e mariscos (sésseis) e lulas e polvos (livre-natantes), assim como formas pouco conhecidas, como os quítons, conchas dente-de-elefante (Scaphopoda) e espécies vermiformes (Caudofoveata e Solenogastres).

Os moluscos invadiram quase todos os ambientes; costuma-se dizer que só não há moluscos voando. Ocorrem das fossas abissais até as mais altas montanhas; das geleiras da Antártica até desertos tórridos. Vários grupos de bivalves e gastrópodes saíram do mar e invadiram a água doce e, no caso dos gastrópodes, o ambiente terrestre. Existem moluscos predadores (até mesmo de vertebrados), herbívoros, ecto e endoparasitas, filtradores, comensais, sésseis, vágeis, pelágicos, neustônicos etc. Em certos ambientes representam grande biomassa e podem ser importantes na reciclagem de nutrientes.

Provas do contato do homem com os moluscos remontam a épocas pré-históricas. Conchas de moluscos fazem parte de jazigos arqueológicos, incluindo, aqui no Brasil, os "sambaquis". Os moluscos serviam de alimento e suas conchas eram utilizadas como ornamento e para a confecção de utensílios de corte, abrasão etc. Há relatos de muitas culturas em que conchas eram usadas como moedas ou mesmo ostentação de poder e sabedoria. Ainda hoje os moluscos são extremamente importantes na economia de muitos países, como fonte de alimento rico em proteínas, sendo coletados diretamente da natureza ou mesmo cultivados. Em muitos países, possibilitam até a existência de uma indústria de pérolas e de adornos de madrepérola. Apresentam interesse médico-sanitário, pois muitas espécies são vetores de doenças, enquanto outras, aparentemente, podem ser usadas no controle destas.

Morfologia
Os moluscos são animais triblásticos, celomados e protostômios. Apresentam o corpo mole, não segmentado, e com simetria bilateral. A cabeça ocupa posição anterior, onde abre-se a boca, entrada do tubo digestivo. Muitas estruturas sensoriais também localizam-se na cabeça, como os olhos. Sensores químicos também estão presentes nos moluscos e permitem pressentir a aproximação de inimigos naturais, quando o molusco rapidamente fecha sua concha, colocando-se protegido.

O pé é a estrutura muscular mais desenvolvida dos moluscos. Com ele, podem se deslocar, cavar, nadar ou capturar suas presas. O restante dos órgãos está na massa visceral. Nela, estão os sistemas digestivo, excretor, nervoso e reprodutor. Ao redor da massa visceral, está o manto, responsável pela produção da concha. Entre a massa visceral e o manto, há uma câmara chamada cavidade do manto. Nos moluscos aquáticos, essa cavidade é ocupada pela água que banha as brânquias; nos terrestres, é cheia de ar e ricamente vascularizada, funcionando como órgão de trocas gasosas, análoga a um pulmão.

Uma característica marcante da maioria dos moluscos é a presença da concha. Trata-se de uma carapaça calcária, que garante boa proteção ao animal. Nas lesmas e nos polvos, ela está ausente; nas lulas, é pequena e interna.

Organização Básica
Os moluscos são enterozoários (que têm cavidade digestiva) completos. Muitos deles possuem uma estrutura raladora chamada rádula. Com ela, podem raspar pedaços de alimentos, fragmentando-os em pequenas porções. A digestão dos alimentos se processa quase totalmente no interior do tubo digestivo (digestão extracelular). Algumas macromoléculas só completam a sua fragmentação no interior das células de revestimento do intestino (digestão intracelular).

A maioria dos moluscos apresentam sistema circulatório aberto ou lacunar, no qual o sangue é impulsionado pelo coração, passa pelo interior de alguns vasos e depois alcança lacunas dispostas entre os vários tecidos, nas quais circula lentamente, sob baixa pressão, deixando nutrientes e oxigênio, e recolhendo gás carbônico e outros resíduos metabólicos. Essas lacunas são as hemoceles. Os cefalópodos constituem uma exceção, pois têm sistema circulatório fechado.

Na cavidade celomática abrem-se os nefrídios, as estruturas excretoras. Pela abertura interna dos nefrídios (o nefróstoma), penetram substâncias presentes no sangue e no líquido celomático. Em alguns moluscos, como nos cefalópodos, os nefrídios encontram-se bastante agrupados, formando um "rim" primitivo.

Em quase todos os moluscos, a membrana do manto é vascularizada e permite a ocorrência de trocas gasosas entre o sangue e a água. Nos moluscos terrestres, como o caramujo-de-jardim (Helix sp.), a cavidade do manto é cheia de ar e comporta-se como um pulmão. Trata-se, portanto, de uma forma particular de respiração pulmonar. Nos moluscos aquáticos, existem lâminas ricamente irrigadas por vasos sangüíneos, no manto, e que formam as brânquias desses animais. Portanto, entre os moluscos podemos encontrar respiração pulmonar e respiração branquial.

O sistema nervoso dos moluscos é ganglionar, com três partes de gânglios nervosos de onde partem nervos para as diversas partes do corpo. Os cefalópodos possuem um grande gânglio cerebróide, semelhante ao encéfalo dos vertebrados o que permite a execução de atividades altamente elaboradas.

A locomoção da maioria dos representantes é lenta devida ao pé musculoso. Os que são rápidos, como as lulas e os polvos, locomovem-se graças à expulsão de jatos de água que saem através de um sifão. Muitos, porém, são fixos ao substrato, como as ostras e os mariscos na fase adulta.

Reprodução
A reprodução dos moluscos é sexuada e, na maioria dos representantes do grupo, a fecundação é interna e cruzada. O caramujo-de-jardim, por exemplo, é monóico. Na cópula, dois indivíduos aproximam-se e encostam seus poros genitais, pelos quais fecundam-se reciprocamente. Os ovos desenvolvem-se e, ao eclodirem, liberam novos indivíduos sem a passagem por fase larval (desenvolvimento direto).

Nos cefalópodes, o macho carrega um pacote de espermatozóides que é introduzido na cavidade do manto da fêmea para as fecundações. Após as fecundações, são liberados milhares de ovos, dotados de casca gelatinosa. As fêmeas de muitas espécies depositam os ovos em lugares protegidos , debaixo de rochas, no interior de cavernas etc. Certas fêmeas de polvos até cuidam dos ovos "arejando-os" com jatos de água expelidos pelo sifão. O desenvolvimento é direto, sem larva. A maioria dos filhotes que nasce servirá de alimento para diversos predadores. Poucos polvos e lulas chegam à vida adulta, pois a morte da progenitora coincide com o nascimento dos filhotes.

Fonte: www.sobiologia.com.br

Anelídios


Características Gerais dos Anelídeos
Posição Sistemática:

Reino: Animalia

Sub reino: Metazoa

Filo Annelida

Classe Polychaeta
Classe Oligochaeta
Classe Hirudinea

Número de espécies:

No mundo: 10.400 (Polychaeta)
No Brasil: 800 (Polychaeta)

11 (Oligochaeta)
4 (Hirudinea)


Anelídios

Os anelídeos são animais triploblásticos, ou seja, em seu desenvolvimento embrionário, formam-se três folhetos embrionários, que dão origem a todas as partes do seu corpo. São celomados (possuem uma cavidade corporal delimitada pelo mesoderma). Pelo celoma, circulam líquidos que facilitam a distribuição de materiais entre as várias partes do corpo. Na cavidade celomática, ficam alojados os órgãos do animal.

Em toda a extensão do corpo, a maioria dos anelídeos apresenta cerdas, expansões de quitina que se projetam externamente à cutícula. Elas comportam-se como apêndices de locomoção ou de fixação ao substrato sobre o qual o animal se encontra apoiado.

Ocorrem na água doce, salgada e solo úmido; podendo ser de vida livre, habitando galerias ou tubos.

Os anelídeos de vida livre são encontrados no solo, na água doce ou em ambientes marinhos.

Algumas espécies marinhas são fixas, habitando no interior de tubos calcários secretados pelo próprio verme. Outros se locomovem ativamente, explorando o ambiente à procura de alimento. Também podem ser ectoparasitas de vertebrados. A epiderme é constituída por epitélio simples, cilíndrico contendo células glandulares e sensoriais. Recobrindo-a encontramos uma cutícula permeável e não quitinosa.

Logo abaixo da epiderme aparecem duas camadas de células musculares: uma externa circular e outra interna longitudinal. Os anelídeos são os primeiros animais a apresentarem celoma.

O sistema digestivo é completo e apresenta forma tubular.

O sistema circulatório consiste de uma série de tubos ou vasos sangüíneos (sistema circulatório fechado). O sangue é bombeado através de vasos sangüíneos para outros órgãos do corpo por cinco pares de arcos aórticos ou corações. O sangue é constituído por placas que contém amebócitos livres e hemoglobina dissolvida.

A respiração pode ser por meio de brânquias em alguns habitantes de tubos, ou pela epiderme onde o oxigênio penetra e é transportado pelo sangue para outras partes do corpo. De maneira semelhante o dióxido de carbono e é eliminado através da cutícula.

O sistema excretor é constituído por nefrídeos, que removem excretas do celoma e corrente sangüínea diretamente para o exterior. Cada segmento ou metâmero possui um par de nefrídeos.

Os anelídeos apresentam reprodução sexuada; algumas espécies são hermafroditas (como a minhoca) outras são dióicas (por exemplo, muitos dos poliquetos marinhos).

Sistema Nervoso dos Anelídios

Total de visualizações de página

 
Desenvolvido por Othon Fagundes