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26 de jul. de 2010

Na antigüidade, o termo ‘vírus’ (do latim; significa veneno) foi utilizado como sinônimo de veneno e se referia a agentes de natureza desconhecida que provocavam diversas doenças.

A descoberta dos vírus deve-se a Dmitri Ivanowsky (em 1892), que, ao estudar a doença chamada ‘mosaico do tabaco’, detectou a possibilidade de transmissão da doença a partir de extratos de vegetais doentes para vegetais sadios, por meio de experimentos com filtros capazes de reter bactérias. Essa moléstia afeta as plantas do fumo, manchando as folhas com áreas necrosadas e levando-as à morte.

Em 1935, cristais de vírus foram isolados e observados ao microscópio pela primeira vez. A sua composição parecia principalmente protéica, porém constatou-se mais tarde uma pequena quantidade de ácidos nucléicos.

Nos sistemas tradicionais de classificação dos seres vivos, os vírus não são incluídos por não apresentarem características morfológicas celulares. Eles possuem estrutura molecular apenas visível ao microscópio eletrônico. Sua estrutura vem sendo cada vez mais esclarecida, à medida que a tecnologia em microscopia eletrônica evolui. Eles são tão pequenos que podem penetrar na célula das menores bactérias que se conhecem.

Estruturas de vários vírus vistos com o microscópio eletrônico: as partículas esféricas são os vírus do mosaico amarelo do nabo; os cilindros longos são os vírus do mosaico do tabaco e no centro, temos, o bacteriófago T4.

Nos sistemas tradicionais de classificação dos seres vivos, os vírus não são incluídos por serem considerados partículas ou fragmentos que só adquirem manifestações vitais quando parasitam células vivas.

Apesar de até hoje ainda persistir a discussão em torno do tema, a tendência é considerar os vírus como seres vivos.

Vírus
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Os vírus são extremamente simples e diferem dos demais seres vivos pela inexistência de organização celular, por não possuírem metabolismo próprio, e por não serem capazes de se reproduzir sem estar dentro de uma célula hospedeira. São, portanto, parasitas intracelulares obrigatórios; são em conseqüência, responsáveis por várias doenças infecciosas.

Geralmente inibem o funcionamento do material genético da célula infectada e passam a comandar a síntese de proteínas. Os vírus atacam desde bactérias, até plantas e animais. Muitos retrovírus (vírus de RNA) possuem genes denominados oncogenes, que induzem as células hospedeiras à divisão descontrolada, com a formação de tumores cancerosos.

Filtrabilidade

Essa característica, que serviu de base para a descoberta do vírus, originou a denominação vulgar de "vírus filtrável", termo que teve de ser abandonado pelo fato de, posteriormente, se descobrir que existem bactérias filtráveis, como certos espiroquetas, e vírus não filtráveis, como o vírus do Mosaico Comum do feijoeiro e o do "Crinkle Mosaic" da batatinha. A filtrabilidade do vírus não é uma pura conseqüência de seu diminuto tamanho. Tipo de filtro, temperatura, ph, carga elétrica do vírus e do filtro, quantidade de pressão exercida sobre o filtro, natureza do fluído da suspensão e duração da filtração, são fatores que devem ser levados em consideração ao se determinar a filtrabilidade do vírus. Atualmente se dispõe de filtros de colódio, as Membranas de Gradocol, em que o tamanho dos poros é muito mais importante do que nos filtros bacteriológicos de porcelana.

Natureza Corpuscular

Desde 1898 se suspeita da natureza corpuscular do vírus, com a teoria do "contagium vivum fluidum", denominação que Beijerink emprestou de Fracastorius (1546) para caracterizar o filtrado infectivo do suco de fumo com mosaico. A guisa de esclarecimento, contagium era uma substância derivada do corpo do doente e que, passando de um indivíduo para outro, transmitia a doença e a teoria do contagium vivum foi criada por Fracastorius, quando postulou a idéia de que o contagium fosse devido a agentes vivos (seminaria). Entretanto, por muitos anos, essa característica foi um ponto altamente controvertido pois a ciência ainda não estava preparada para comprová-la. Apesar disso, mesmo antes da descoberta de microscópio eletrônico, em 1938, Wendell Stanley (1935) já mostrava evidências irrefutáveis sobre a natureza corpuscular do vírus ao cristalizar o vírus do Mosaico do Fumo. Hoje, acostumamos com representações esquemáticas e eletromicrográficos dos vírus, dificilmente imaginamos que essa característica tivesse sido um pomo de discórdia no passado.

Natureza Antigênica

Muito antes da descoberta dos vírus, já se sabia que doenças hoje conhecidas eram causadas por vírus, como por exemplo a varíola, conferiam resistência contra incidências subsequentes. A vacina contra a varíola se baseia, ainda hoje, na descobertas de Jenner (1798) de que o vírus do "cow-pox"(varíola bovina) imuniza contra o "small-pox"(varíola humana). Proteínas introduzidas no corpo animal, por via parenteral, sendo elas estranhas ao corpo do animal, induz a formação de substância que reagem especificamente com as proteínas injetadas. Estas proteínas estranhas constituem os antígenos e as substâncias induzidas, os anticorpos. Sendo os vírus de natureza nucleoproteica tem essa propriedade antigêno que serve de base para os métodos sorológicos usados em Virologia. Especula-se, atualmente, se as plantas possuem essa capacidade de formação de anticorpos, comprova somente em animais. Estirpes fracas do vírus da tristeza dos citros conferem resistência às estirpes mais severas do mesmo vírus. A natureza desse fenômeno, entretanto, não esta esclarecida.

Dimensões do vírus

As dimensões dos vírus, evidenciadas por estudos eletromicroscópicos, de ultrafiltração e ultracentrifugação, variam de 10 a 350 milimicra de diâmetro; o comprimento chega até 2.000 milimicra (vírus da Tristeza do Citrus). A guisa de comparação, os glóbulos vermelhos do sangue humano têm 7.500 milimicra de diâmetro e, dentro de uma célula bacteriana, podem caber mais de 1 milhão de partículas de vírus.

Teriam os vírus evoluído de células vivas livres? Seriam eles produtos da evolução de alguma bactéria? Poderiam ser estes, componentes de células hospedeiras que se tornaram autônomos? Eles lembram genes que tenham adquirido a capacidade de existir independentemente da célula. Embora a virologia exista como ciência apenas há cerca de 100 anos, os vírus provavelmente têm estado presente nos organismos vivos desde a origem da vida. Se os vírus precederam ou surgiram somente após os organismos unicelulares, é uma questão controversa. Contudo, com base nas contínuas descobertas de vírus infectando diferentes espécies, pode-se concluir que, praticamente, todas as espécies deste planeta são infectadas por vírus. Os estudos tem sido limitados aos vírus isolados no presente ou de material de poucas décadas atrás. Infelizmente não existem fósseis dos vírus.

Estrutura

Os vírus são formados basicamente por um envoltório ou cápsula protéica, que abriga o material hereditário. Este pode ser tanto o ácido desoxirribonucléico (DNA) como o ácido ribonucléico (RNA). Esses dois ácidos nucléicos, no entanto, nunca ocorrem em um mesmo vírus. Existem, assim, vírus de DNA e vírus de RNA. Em todos os outros seres vivos, o ácido desoxirribonucléico e o ácido ribonucléico ocorrem juntos dentro das células, sendo o DNA o "portador" das informações genéticas e o RNA o "tradutor" dessas informações.

Formados por uma cápsula (capsídio) protéica + ácido nucléico: DNA ou RNA. O capsídio, além de proteger o ácido nucléico viral, tem a capacidade de se combinar quimicamente com substâncias presentes na superfície das células, o que permite ao vírus reconhecer e atacar o tipo de célula adequado a hospedá-lo.

A partícula viral, quando fora da célula hospedeira, é genericamente denominada vírion. Cada tipo de vírus possui uma forma característica, mas todos eles são extremamente pequenos, geralmente muito menores do que as menores bactérias conhecidas, sendo visíveis somente ao microscópio eletrônico. Os vírus apresentam uma grande variedade de forma e de tamanho. O diâmetro dos principais vírus oscila de 15-300 nm. O vírus da varíola é o maior vírus humano que se conhece (300x250x100 nm), enquanto que o da poliomielite é o menor vírus humano (20 nm de diâmetro). O vírus da febre aftosa, responsável por uma doença em gado, possui 15 nm, sendo portanto, menor que o poliovírus. Num só grupo, as medidas citadas por diferentes autores, podem variar consideravelmente. Isto se deve em parte, a certas diferenças nas técnicas empregadas.Vírus de diferentes famílias apresentam diferentes morfologias que podem ser prontamente distinguidas pelo microscópio eletrônico. Esta relação é útil para o diagnóstico de doenças virais e, especialmente para reconhecer novos vírus responsáveis por infecções. Alguns vírus tem formas parecidas, daí ser importante o uso da imunomicroscopia eletrônica. Um vírion pode se apresentar sob vários formatos: esférico (influenzavírus),de ladrilho (poxvírus),de bastão (vírus do mosaico do tabaco) e de projétil (vírus da raiva).

Os vírus são extremamente simples e diferem dos seres vivos pela inexistência de organização celular, por não possuírem metabolismo próprio e por não serem capazes de se reproduzir, sendo replicados apenas no interior de uma célula hospedeira. São considerados parasitas intracelulares obrigatórios, e, em conseqüência disso, são responsáveis por várias doenças infecciosas.

As diferentes proteínas virais interagem de modo específico com proteínas expostas nas membranas celulares, determinando, assim, as células que são susceptíveis a certos vírus. O vírus da poliomielite, por exemplo, é altamente específico, infectando apenas células nervosas, intestinais e da mucosa da garganta. Já o vírus da rubéola e o vírus da varíola conseguem infectar maior número de tecidos humanos.

Existem vírus que infectam apenas bactérias, denominados bacteriófagos ou simplesmente fagos; os que infectam apenas fungos, denominados micófagos; os que infectam plantas, vírus de plantas e os que infectam animais denominados vírus de animais.

Vírus com DNA ou RNA

Quando o ácido nucléico é o DNA, ele é transcrito em várias moléculas de RNA ( pela bactéria ) que servirão de molde para a síntese de proteínas virais. É o caso do vírus da varíola, do herpes, do adenovírus (provoca infecções respiratórias), da hepatite B.

Quando o ácido nucléico é o RNA, dois processos podem ocorrer: O RNA viral é transcrito em várias moléculas de RNA mensageiro, que comandarão a síntese protéica. É o que ocorre com a maior parte dos vírus animais, como o vírus da raiva, da gripe; o vírus da poliomielite e de algumas encefalites têm o RNA que já funciona como RNA mensageiro. Nos vírus conhecidos como retrovírus, como é o caso do vírus da AIDS (HIV), o RNA é transcrito em DNA por uma enzima transcriptase reversa. A partir da ação dessa enzima, o RNA serve de molde a uma molécula de DNA, que penetra no núcleo da célula, e integra-se ao cromossomo do hospedeiro.

O DNA viral integrado ao cromossomo celular é chamado de provírus. Ele é reconhecido e transcrito pelas enzimas da célula hospedeira, de modo que logo começam a surgir moléculas de RNA com informações para síntese de transcriptase reversa e das proteínas do capsídeo. Algumas dessas moléculas de RNA são empacotadas juntamente com moléculas de transcriptase reversa, originando centenas de vírus completos (vírions). A infecção por retrovírus geralmente não leva à morte da célula hospedeira, e esta pode se dividir e transmitir o provírus integrado às células-filhas.

Retrovírus

Nem todo vírus de RNA é classificado como retrovírus, somente aqueles que usam o RNA como molde para síntese de DNA. Em 1980 foi isolado o primeiro retrovírus na espécie humana: o HTLV-1 - um retrovírus que infecta linfócitos T e causa um tipo de leucemia (câncer do sangue). Dois anos mais tarde, foi descoberto outro retrovírus, o HTLV-2, que causa outro tipo de leucemia. Em 1981 foi diagnosticado o primeiro caso de AIDS e somente em 1983 conseguiu-se provar que essa síndrome é causada por um novo tipo de retrovírus, que recebeu o nome de Vírus da Imunodeficiência Humana ou HIV .

Especificidade

Em geral, um tipo de vírus ataca um ou poucos tipos de célula. Isso porque um determinado tipo de vírus só consegue infectar uma célula que possua, na membrana, substâncias às quais ele possa se ligar. O vírus da Poliomielite, por exemplo, é altamente específico, infectando apenas células nervosas, intestinais e da mucosa da garganta. Já os vírus da Rubéola e da Varíola conseguem infectar maior número de tecidos humanos.

Os vírus da Gripe são bastante versáteis e podem infectar diversos tipos de células humanas e também células de diferentes animais, como patos, cavalos e porcos. Em muitos casos, essa capacidade se deve ao fato de esses vírus conseguirem se ligar a substâncias presentes em células de diversos tipos de organismo.

Os vírus, tanto de plantas como de animais, apresentam uma gama determinada de hospedeiros. Assim, o vírus da febre amarela urbana tem como hospedeiros somente o homem (transmissor: mosquito do gênero Aedes); o da febre amarela silvestre, o macaco e o homem (transmissor Haemogogus); o da Tristeza do Citrus, somente plantas cítricas; TWV pelo menos 74 espécies vegetais distribuídas em 14 famílias. Em vírus animais e especificidade vai até o nível histológico, servindo de base para classifica-los em vírus: vírus dermotrópicos (varíola, varicela, sarampo, rubéola, etc.), vírus pneumotrópicos (gripe, resfriado, etc.) vírus neurotrópicos (raiva, poliomielite, encefalites, etc.), vírus hepatotrópicos (febre-amarela, hepatite) e vírus linfo e glandulotrópicos (caxumba, linfogranuloma inguinal).

Propriedades

1. Tamanho: os vírus são menores que outros organismos, embora eles variem consideravelmente em tamanho - de 10 nm a 300 nm. As bactérias possuem aproximadamente 1000 nm e as hemácias 7500 nm de diâmetro.

2. Genoma: o genoma dos vírus pode ser formado de DNA ou RNA, nunca ambos (os vírus contém apenas um tipo de ácido nucléico).

3. Metabolismo: os vírus não possuem atividade metabólica fora da célula hospedeira; eles não possuem atividade ribossomal ou aparato para síntese de proteínas.

Desta forma, os vírus só são replicados dentro de células vivas. O ácido nucléico viral contém informações necessárias para programar a célula hospedeira infectada, de forma que esta passa a sintetizar várias macromoléculas vírus-específicas necessárias a produção da progênie viral. Fora da célula susceptível, as partículas virais são metabolicamente inertes. Estes agentes podem infectar células animais e vegetais, assim como microrganismos. Muitas vezes não produzem prejuízos aos hospedeiros, embora demonstrem efeitos visíveis.

Se os vírus são organismos vivos ou não é uma questão filosófica, para a qual alguns virologistas poderão responder que não. Embora os vírus possuam as principais características de um organismo celular, eles não possuem a maquinaria necessária para executar aspectos básicos do metabolismo, tais como a síntese de proteínas. Eles não são capazes de replicar-se fora da célula hospedeira. Ao invés disto, os genes virais são capazes de controlar o metabolismo celular e redirecioná-lo para a produção de produtos vírus-específicos.Os vírus, por outro lado, diferem de outros agentes como: toxinas, outros parasitas intracelulares obrigatórios e plasmídeos. As toxinas não são capazes de se multiplicar. O ciclo de infecção viral inclui um "período de eclipse" durante o qual não se detecta a presença do vírus, o que não ocorre com os outros parasitas intracelulares. Os plasmídeos (que são moléculas de DNA capazes de se replicar em células independentemente do DNA celular) não apresentam as estruturas protetoras, que nos vírus impedem a degradação do ácido nucléico genômico.Uma grande contribuição para a virologia foi a descoberta de que os vírus podem ser cristalizados. Quando o químico-orgânico Wendell M. Stanley cristalizou o vírus do Mosaico do Tabaco (VMT) em 1935, forneceu um poderoso argumento para que se pudesse pensar nos vírus como estruturas químicas simples, consistindo somente de proteína e ácido nucléico. Desta forma, se pensarmos nos vírus fora das células, podemos considerá-los como estruturas moleculares excepcionalmente complexas. No interior das células, a informação levada pelo genoma viral, faz com que a célula infectada produza novos vírus, levando-nos a pensar nos vírus como organismos excepcionalmente simples.

Os vírus são constituídos de dois componentes essenciais: a parte central recebe o nome de cerne, onde se encontra o genoma, que pode ser DNA ou RNA, associado com uma capa protéica denominada capsídeo, formando ambos o nucleocapsídeo. O vírion constitui a última fase de desenvolvimento do vírus, ou seja, a partícula infectante madura. Em alguns grupos (poliovírus, adenovírus), os vírions consistem unicamente de nucleocapsídeo. Em outros grupos (mixovírus, herpesvírus, poxvírus), os virions são constituídos de nucleocapsídeo rodeado por uma ou mais membranas lipoprotéicas (o envelope). Muitos vírus adquirem seus envelopes por brotamento através de uma membrana celular apropriada (membrana plasmática em muitos casos, retículo endoplasmático, golgi ou membrana nuclear). O envelope é uma característica comum nos vírus de animais, porém incomum nos vírus de plantas.

Fonte: www.biomania.com.br

23 de jul. de 2010

Ter cabeça grande ameniza casos de demência, indica estudo


Portadores de demência (perda da capacidade cognitiva) com cabeças maiores que a média sofrem menos o efeito do mal do que pessoas com cabeças menores, indica um estudo feito por pesquisadores da Alemanha.

Eles constataram que portadores de mal de Alzheimer (a mais comum forma de demência) com crânios maiores tinham memória e raciocínio melhores em comparação com pacientes com cabeças menores.

A equipe, da Universidade de Munique, acredita que ter uma cabeça grande implique em maiores reservas cerebrais para compensar a perda de neurônios associada à demência.

As conclusões dos cientistas, baseadas em um estudo com 270 pacientes, foram divulgadas na publicação científica Neurology.

Estudo

Os participantes foram recrutados em bancos de dados de portadores de Alzheimer e em clínicas neurológicas nos Estados Unidos, Canadá, Alemanha e Grécia.

Os pesquisadores mediram a circunferência das cabeças dos pacientes e os submeteram a testes de memória e de raciocínio, além de fazerem exames de ressonância magnética para avaliar o grau de evolução da doença.

Ao analisar os dados dos pacientes, os cientistas concluíram que aqueles que tinham cabeças maiores tiveram melhor desempenho nos testes quando comparados a pacientes com o mesmo grau de perda de neurônios.

Mais especificamente, para cada 1% de perda de células cerebrais, um centímetro a mais de cabeça foi associado a pontuações 6% melhores nos testes de memória.

Embora o tamanho do cérebro seja em grande parte determinado por fatores genéticos, pesquisadores dizem que o estilo de vida de uma pessoa também pode influenciar o crescimento cerebral.

Por exemplo, má nutrição ou doenças na infância podem atrapalhar o crescimento.

Infância

Os pesquisadores disseram que os primeiros anos de desenvolvimento de uma pessoa são críticos.

Aos seis anos de idade, por exemplo, o cérebro de uma pessoa já alcançou 93% do seu tamanho.

"Melhorar as condições de vida antes do parto e no início da vida pode aumentar significativamente a reserva cerebral, o que pode ter um impacto nos riscos de desenvolvimento do Mal de Alzheimer ou na seriedade dos sintomas da doença", disse o líder da pesquisa, Robert Perneczky.

Simon Ridley, chefe de pesquisas do Alzheimer's Research Trust, entidade de fomento a estudos sobre a doença, disse que é importante não dedicar muita atenção a um único fator de risco de demência, “particularmente porque não há muito o que possamos fazer sobre o tamanho das nossas cabeças".

"Os pesquisadores também sugerem que nutrição, traumatismos ou infecções na infância podem ter impacto sobre a reserva cerebral, o que indica que devemos cuidar do nosso cérebro desde o início."

Estudo liga quadris grandes a risco maior de perda de memória em mulheres

Pesquisadores da faculdade de medicina da Northwestern University, em Chicago, sugeriram que o formato do corpo da mulher pode influenciar o desempenho de sua memória após a menopausa.

Eles notaram que mulheres com gordura acumulada na barriga tiveram um desempenho melhor em testes de raciocínio do que mulheres com formato em corpo de pera, ou seja, com cinturas menores e quadris largos - ou seja, com mais gordura acumulada nos quadris.

Os pesquisadores dizem acreditar que a gordura na barriga conserva uma quantidade maior do hormônio feminino estrogênio, cuja produção pelo corpo diminui após a menopausa.

Acredita-se que o hormônio ajude a proteger o cérebro da degeneração da atividade cognitiva.

Hormônio

O estudo analisou 8.745 mulheres que já passaram pela menopausa, com idades entre 65 e 79 anos de idade.

Elas completaram um teste de memória que os cientistas usaram para analisar a atividade cerebral. As mulheres com corpos em formato de pera tiveram um desempenho especialmente fraco.

Os cientistas afirmam no estudo, divulgado na publicação científica American Geriatrics Society, que isto se deve à diferença da gordura depositada nos quadris e coxas comparada com as mulheres com maior quantidade de gordura na barriga.

Já sabia-se que tipos diferentes de gordura armazenam hormônios diferentes e tem efeitos distintos nos níveis de lipídios e pressão arterial.

Os cientistas dizem que excesso de gordura em qualquer lugar pode afetar o cérebro de mulheres mais velhas, mas que um pouco de gordura na cintura, em particular, pode proteger a atividade do cérebro.

Por outro lado, eles ressaltam que excesso de gordura na cintura aumenta o risco de outras doenças como câncer, diabetes e problemas cardíacos.

16 de jul. de 2010

Mortes por dengue crescem 94% em 4 meses no País

Por AE, Agencia Estado, Atualizado: 16/7/2010 10:10
Mortes por dengue crescem 94% em 4 meses no País
As mortes por dengue no Brasil dobraram nos primeiros quatro meses de 2010 em relação a 2009. Até 1.º de maio foram confirmados 321 casos fatais, 94,5% a mais que o registrado no mesmo período do ano passado (165). Somente em São Paulo, 99 pessoas morreram por causa da doença. Os números superam os da epidemia de 2002, quando foram contabilizadas 152 mortes ao longo de 12 meses.


Essa estatística recheada de mortes, revelada pelo Informe Epidemiológico da Dengue do Ministério da Saúde, é dramática porque, segundo especialistas, escancara um diagnóstico de autoridades sanitárias: mortes por dengue são evitáveis. "Mas, para isso, é preciso atendimento rápido e adequado. Não é necessário muito dinheiro, só boa orientação. Morte por essa doença deveria ser uma rara exceção, não uma fatalidade", diz o epidemiologista Jarbas Barbosa.


Para piorar o quadro, neste ano a letalidade da doença alcança 5% dos casos, cinco vezes mais que o considerado aceitável pela Organização Mundial da Saúde. Em São Paulo, onde foram registrados 1.737 casos, o índice de letalidade é de 6%.


Em nota, a Secretaria de Estado da Saúde afirmou que alguns dos fatores que explicam o alto número de óbitos são "a maior incidência de casos em relação a anos anteriores e a circulação de três diferentes sorotipos (do vírus da dengue) no Estado ao longo dos últimos anos, o que aumenta a possibilidade de reinfecção e, consequentemente, de o paciente apresentar formas graves da doença".


Para o coordenador do Programa Nacional de Controle da Dengue do Ministério da Saúde, Giovanini Coelho, os dados de letalidade refletem a dificuldade de acesso ao atendimento. "Ao contrário dos números gerais da epidemia, as mortes estão associadas apenas ao fator saúde: atendimento rápido e eficaz", admite. Coelho constata que o maior porcentual de óbitos é registrado em áreas urbanas, onde o sistema de saúde tem demanda alta. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

12 de jul. de 2010

11 de jul. de 2010

Estudo cria fórmula para prever idade da menopausa

Cientistas disseram ter chegado mais perto de estabelecer com precisão a idade na qual uma determinada mulher atingirá a menopausa.

Um estudo iraniano realizado com 266 mulheres ao longo de 12 anos afirma que isto pode ser possível no futuro através da medição do hormônio AMH no sangue.

Se comprovada em estudos futuros, a técnica dará às mulheres mais informação – e portanto mais controle – sobre o melhor momento para começar a planejar a família.

Os especialistas também afirmam que esta ciência pode ser particularmente útil para identificar mulheres que atingirão a menopausa precocemente.

O hormônio AMH controla o desenvolvimento dos folículos nos ovários, a partir dos quais os óvulos se desenvolvem.

Medindo os níveis de AMH nas mulheres – que no experimento tinham entre 20 e 49 anos de idade – em intervalos de três anos, os cientistas criaram uma fórmula que relaciona os níveis desse hormônio no sangue à idade da menopausa.

Os resultados foram apresentados na conferência da Sociedade Europeia para a Reprodução Humana e Embriologia, em Roma.

Durante o estudo, 63 mulheres atingiram a menopausa. Em média, a diferença entre a idade estimada e a idade real em que isto aconteceu foi de apenas um trimestre, com uma margem de erro máxima de três a quatro anos.

Entretanto, apenas três das mulheres abaixo dos 45 anos chegaram à menopausa durante o estudo, levando os cientistas a afirmar que é preciso ampliar muito mais a base da pesquisa para ver se a fórmula se aplica a um grupo maior de mulheres.

Cautela

A ideia de acompanhar os níveis hormonais para predizer a fertilidade não é exatamente nova, mas esta é a primeira vez que os cientistas conseguem criar uma fórmula para descrever a relação entre as duas coisas.

Em outros experimentos, a comunidade científica tem discutido uma "reserva ovariana" que indicaria se a menopausa é ou não iminente.

O coordenador do estudo, Fahimeh Ramezani Tehrani, da Universidade de Ciências Médicas Shahid Beheshti, de Teerã, disse que os resultados permitirão aos médicos traçar avaliações precisas do estado reprodutivo de uma mulher "muitos anos antes de elas atingirem a menopausa".

Para o principal cientista do Departamento Nuffield de Ginecologia e Obstetrícia da Universidade de Oxford, Dagan Wells, a fórmula pode prover às mulheres mais informações para planejar a família.

"Dado que as mulheres hoje em dia tendem a iniciar a família cada vez mais tarde, adiando essa decisão até terem uma carreira estabelecida ou até que apareça a 'pessoa certa', qualquer conhecimento prévio sobre a duração do período fértil as ajudaria a planejar com antecedência", disse.

Entretanto, ele notou que os níveis de fertilidade femininos decaem nos anos prévios à menopausa, o que leva à necessidade de mais pesquisas com os níveis de AMH para determinar exatamente em que ponto esses níveis decrescem.

Já um porta-voz da Sociedade Britânica para a Fertilidade aconselhou as pacientes a usar esse tipo de medição apenas como um "indicador" de fertilidade, mas não o único na qual basear decisões de postergar o início do planejamento familiar.

Stuart Lavery, que também é ginecologista consultor no hospital de Hammersmith, em Londres, disse que outras complicações do sistema reprodutivo, como cicatrizes nas trompas ou mesmo a qualidade do esperma dos parceiros, também podem ter um efeito decisivo na fertilidade.

"Nossa preocupação é que as pessoas se sintam demasiado confiantes (na medição hormonal)", afirmou o médico.

Fetos não sentem dor antes de 24 semanas de gestação, diz estudo britânico


Uma análise de estudos recentes sobre o desenvolvimento dos fetos confirmou que não há evidências de que os bebês sejam capazes de sentir dor antes de completar 24 semanas de gestação.

O estudo, feito por médicos do Royal College of Obstetricians and Gynaecologists, na Grã-Bretanha, concluiu que os fetos estão "pouco desenvolvidos e sedados" nesse estágio.

As conexões nervosas no cérebro não se formaram completamente, e o ambiente do útero cria um estado de sono induzido, como um estado de inconsciência, diz o texto.

Espera-se que grupos que fazem campanha contra o aborto questionem as conclusões do estudo.

Debate

A discussão sobre a capacidade do feto de sentir dor até a 24ª semana de gestação é parte de um debate a respeito do limite legal para abortos na Grã-Bretanha. Atualmente, a lei permite o aborto até 24 semanas.

O primeiro estudo se concentrou na questão da dor.

E concluiu que as conexões nervosas no córtex cerebral, área que processa respostas a estímulos dolorosos no cérebro, não se formam por completo antes de 24 semanas.

"Podemos concluir que o feto não é capaz de sentir dor, em qualquer sentido da palavra, antes desse ponto".

Um outro estudo tentou estabelecer que tipo de malformações mentais e físicas poderiam resultar em "deficiências sérias".

Abortos motivados por malformações são permitidos por lei após 24 semanas de gestação. Eles representam 1% do total de abortos em todo o país.

No passado, grupos que querem mudanças na legislação sobre o aborto disseram que o conceito de malformações e suas consequências tem sido interpretado de forma ampla demais, resultando em abortos mesmo quando as malformações são relativamente pequenas - ou pouco graves.

Sobre essa questão, o Royal College concluiu que não seria prático criar-se uma lista de condições tidas como "deficiências sérias" porque é difícil prever o impacto, a longo prazo, de malformações sobre a criança e sua família.

Na última votação sobre o assunto, em 2008, o Parlamento britânico rejeitou propostas para uma redução no limite legal para abortos na Grã-Bretanha.

Teste identifica até 90% dos problemas genéticos de óvulos humanos

Cientistas da Universidade de Maastricht, na Holanda, anunciaram nesta semana a criação de novo teste capaz de identificar até 90% das anomalias genéticas dos óvulos utilizados em tratamentos de fertilização in vitro.

O método, desenvolvido pela equipe de Joep Geraedts, professor de genética e biologia celular, tem como objetivo aumentar a chance de gravidez.

Mas só ano que vem, com o início dos testes em grande escala, será possível avaliar a eficácia da técnica na fertilização in vitro, alertou o pesquisador durante a apresentação de seu trabalho, na Conferência da Sociedade Europeia de Reprodução Humana e Embriologia, em Roma.

Ele disse que foram analisados cerca de 200 óvulos de 41 casais usando a nova técnica. Os resultados da amostra, segundo os pesquisadores, são suficientes para confirmar que o método é confiável na identificação de problemas genéticos. Mas como apenas oito mulheres do grupo pesquisado ficaram grávidas, não é possível avaliar seu impacto nas taxas de gravidez.

Os dados preliminares são considerados animadores. Na clínica britânica Care Fertility, pioneira na utilização do teste, o método dobrou a taxa de gravidez num grupo de 150 casais, segundo informações do diretor do centro, Simon Fishel.

Como funciona

O teste é oferecido na clínica pelo equivalente a cerca de R$ 5,4 mil a mulheres mais velhas que não tiveram sucesso em tentativas de fertilizações in vitro anteriores.

“Se essa tecnologia for tão sólida como parece, seria lógico dizer que todas as pacientes poderão se beneficiar do método, não apenas as mais velhas”, afirma Simon.

Ainda assim, especialistas como o holandês Geraedts e também e o britânico Tony Rutherford, criticam a utilização da técnica em escala comercial até a divulgação dos resultados conclusivos da pesquisa.

Quase a metade dos óvulos das mulheres mais jovens têm anomalias genéticas. O índice sobe para até 75% em mulheres com mais de 39 anos.

Com novos testes genéticos, os pesquisadores buscam aumentar a chance de gravidez ao fazer a triagem de óvulos saudáveis, com base numa técnica de contagem de cromossomos.

Cientistas dizem ter encontrado fósseis da primeira forma de vida multicelular


Cientistas disseram ter encontrado no Gabão o que pode ser o fóssil da primeira forma de vida multicelular da terra.

Em artigo publicado na revista Nature nesta quinta-feira, os pesquisadores falaram da descoberta dos fósseis que teriam aproximadamente 2,1 bilhões de anos, 200 milhões a mais do que os fósseis mais antigos encontrados até agora.

Os fósseis têm um formato irregular e se parecem com “biscoitos enrugados”, segundo o coordenador da pesquisa, Abderrazak El Albani, da Universidade de Poitiers, na França.


Cientistas dizem que células se desenvolveram de forma coordenanda
A transição de organismos unicelulares para multicelulares foi um passo crucial na evolução da vida na Terra e abriu caminho para o surgimento de todos os organismos complexos, incluindo plantas e animais.

A grande questão é se os fósseis encontrados na África tinham células que cresceram de maneira coordenada ou se são apenas conjuntos de várias bactérias unicelulares.

A equipe escreveu na Nature que as análises das estruturas dos fósseis usando uma técnica chamada microtomografia de raios X indicam que se trata mesmo de vida multicelular.

Os fósseis existiram durante um período na história da Terra que veio pouco depois do que foi chamado de “Grande Evento da Oxidação”, quando concentrações de oxigênio livre na atmosfera cresceram rapidamente.

5 de jul. de 2010

terapia gênica

Com a tentativa de mapeamento do Código Genético dos Cromossomos humanos (Projeto Genoma), foram-se esclarecendo vários mistérios contido nas células, e em conseqüência disto, foram surgindo inúmeras respostas para solucionar os defeitos genéticos. Uma das coisas que surgiu com o desenvolver do Projeto Genoma, foi a Terapia Genética.
A Terapia Genética é a esperança de tratamento para um grande número de doenças até hoje consideradas incuráveis por métodos convencionais, das hereditárias e degenerativas às diversas formas de câncer e doenças infeccionais.

O QUE É TERAPIA GENÉTICA ?
Terapia Genética é o tratamento de doenças baseado na transferência de material genético. Em sua forma mais simples, a terapia genética consiste na inserção de genes defeituosos, para substituir ou complementar esses genes causadores de doenças.
A maioria das tentativas clínicas de terapia genética atualmente em curso são para o tratamento de doenças adquiridas, como AIDS, neoplasias malignas e doenças cardiovasculares, mais do que para doenças hereditárias.
Em alguns protocolos, a tecnologia de transferência gênica vem sendo usada para alterar fenotipicamnete uma célula de tal modo a torná-la anti-gênica e assim desencadear uma resposta imunitária.
De maneira análoga, um gen estranho pode ser inserido em uma célula para servir como um marcador genotípico ou fenotípico, que pode ser usado tanto em protocolos de marcação gênica quanto na própria terapia genética. O panorama atual indica que a terapia genética não se limita às possibilidades de substituir ou corrigir genes defeituosos, ou eliminar seletivamente células marcadas.
Um espectro terapêutico muito mais amplo se apresenta à medida em que novos sistemas são desenvolvidos para permitir a liberação de proteínas terapêuticas, tais como, hormônios, citocininas, anticorpos, antígenos ou novas proteínas recombinantes.
VETORES PARA TERAPIA GENÉTICA

A tecnologia básica envolvida em qualquer aplicação de terapia genética é a transferência gênica. A maneira mais simples de transferir genes para a célula e tecidos é por meio do inoculação de DNA puro, com técnicas de microinjeçào; eletroporação e o método biobalístico. Métodos mais elaborados e mais eficientes incluem a administração de DNA encapsulado (e.g., lipossomos); ou através de vetores virais, que podem ser fragmentados de DNA de vírus contendo o DNA a ser transferido; ou mesmo a partícula viral formada por proteínas virais empacotando um DNA viral modificado de maneira a tornar o vetor menos tóxico, menos patogênico ou não patogênico.
Diversos tipos de vetores são utilizados com o objetivo de levar o DNA terapêutico ao núcleo das células-alvo. Outra forma de transferência de mensagem genética envolve a entrega de RNA diretamente ao citoplasma das células, mas o RNA é mais instável que o DNA, o que limita a aplicação dessa modalidade de transferência gênica. O uso de mitocôndrias ou DNA mitocondrial (mtDNA) como vetores gênicos citoplasmáticos tem aplicação potencial na reposição do mtDNA a células com deficiência no metabolismo energético da fosforilação oxidativa causada por mutações no mtDNA. Afora o núcleo, a mitocôndria é a única organela que possui seu próprio DNA.
Uma questão-chave da terapia genética é a escolha do vetor adequado a cada situação. Até a presente data, quatro sistema de transferência gênica (DNA plasmidial complexado, vetores adenovirais e vetores baseados no vírus adeno-associado) foram os mais usados em tentativas de terapia genética em humanos, totalizando uma experiência clínica de cerca de três mil pacientes em todo o mundo.
DNA Plasmidial Complexado
Um vetor plasmidial é uma molécula de DNA circular purificada, construída por meio de técnicas do DNA recombinante para conter, além do gen terapêutico de interesse, seqüências regulatórias tipo promotores e intensificadores, para facilitar e controlar a expressão do gen.
Aumento da eficiência de transfecção do DNA plasmidial purificado pode ser obtido com a formação de algum tipo de complexo: lipídico, protéico, ou misto. Após a aplicação desse complexo nas células em cultura ou in vivo, uma porção substancial das células endocita o DNA e é capaz de transportar pelo menos parte dele para o núcleo, onde o DNA é expresso transitoriamente por alguns dias.
A idéia de que se pode mudar genes para curar doenças tornou-se o grande alvo da pesquisa científica. Mas apesar de um começo promissor, ainda não houve curas rápidas ou completas.
" Criou-se uma expectativa irreal em relação à terapia genética", diz o médico Bonnie Ramsey, diretor do Centro de Fibrose Cística (doença genética descrita com detalhes mais adiante, considerada importante por ter uma freqüência relativamente alta) do Hoapital Infantil e do Centro Regional de Seattle, nos Estados Unidos. "as pessoas pensaram que bastava introduzir um vetor (é o meio de transporte de fragmentos de DNA específicos para dentro da célula, geralmente vírus, plasmídeos ou lipossomas), com um novo gene para se conseguir a cura, mas o processo revelou-se bem mais complicado".
Um grupo de cientistas de Seattle descobriu uma maneira de introduzir novos genes nas células em número bem maior, reparando algumas principais falhas nas abordagens anteriores. Pacientes estão sendo submetidos a processos de terapias experimentais que, se bem sucedidas, se tornarão comuns.
A Primeira fase
Os primeiros tratamentos com terapia genética foram realizados em 1990 em dois pacientes com um tipo de doença autoimune, chamada deficiência dedeaminase adenosina, também conhecida como o mal "do menino na bolha". Pacientes com essa doença apresentam um defeito genético que bloqueia seus sistemas imunológicos. Pesquisadores conseguiram inserir uma nova cópia de um gene corretivo num número significativo de células em pacientes e causar melhora terapêutica em um deles. Mas não foram produzidas enzimas o suficiente para efetuar a cura. a terapia genética produziu muitos começos falsos, mas não conseguiu curas. Mas o trabalho da equipe de Hutchinson, usando um vírus desarmado como um tipo de cavalo de Tróia para levar genes mais saudáveis às células, poderá dar o impulso que a terapia genética precisa para tornar-se realidade. Outra pesquisa interessante que está sendo desenvolvida no Hutchinson é coordenada pelo médico Hans-Peter Kiem. Ao aprimorar o processo de infectar células com um dos vetores criados por Miller para transportar os novos genes, pesquisadores estão conseguindo transportar genes em 10% a 20% das células. "Essa média é suficiente para corrigir muitas doenças", disse Kiem, professor de medicina da Universidade de Washington. No passado, taxas de transferência de genes ficavam a menos de 0,1%. A técnica oferece a possibilidade de um retrovírus de inserir seu próprio DNA no genoma de uma célula hospedeira. Outros avanços poderão superar brevemente as frustrações registradas até aqui com a terapia genética. Essas decepções fazem parte da história da medicina. Demorou décadas para que o transplante de medula óssea fosse aperfeiçoado. Hoje é um dos mais poderosos tratamentos contra o câncer.
A segunda fase
Nos próximos cinco anos, surgirão testes capazes de avaliar, com mais precisão e razoável antecedência, o risco do surgimento de doenças como diabetes e certos tipos de câncer. Essa geração de exames será o fruto imediato do Projeto Genoma Humano, o seqüenciamento dos genes. A nova missão dos cientistas é descobrir como o DNA ordena a produção de proteínas defeituosas, que emperram o funcionamento de órgãos vitais ou produzem tumores. Com o seqüenciamento genético, já é possível saber se a propensão hereditária existe. Mas isso não é tudo. Uma das conquistas esperadas para o futuro próximo é a catalogação das proteínas fabricadas pelos genes anômalos. Quem tiver a marca dessas proteínas terá a chance de prevenir-se, "mas demorará um bom tempo para chegarmos à corrigir genes defeituosos e curar as doenças que eles provocam mas os exames de diagnóstico terão impacto na prevenção e no tratamento precoce dos males".
É possível que surjam os primeiros avanços nas chamadas terapias genéticas, tratamentos experimentais que buscam corrigir deficiências nos genes. Em abril, um grupo de pesquisadores franceses anunciou ter obtido sucesso no tratamento de duas crianças portadoras de uma moléstia rara conhecida como doença do Garoto da Bolha. Pessoas que sofrem dessa doença vivem isoladas em ambientes esterilizados porque não têm defesas. Seu sistema imunológico é emperrado por um defeito genético. Um vírus carregado com um gene sadio foi inoculado nas crianças e a anomalia foi corrigida. O sucesso da técnica francesa contrapõe-se a uma coleção de fracassos em experiências semelhantes. Um relatório do governo americano revelou que mais de 600 "reações adversas" foram registradas nas cobaias humanas submetidas à terapia genética. Os cientistas dizem que ainda é cedo para colher resultados. Avalia-se que a terapia genética poderá atingir resultados animadores, até o ano 2010, contra a hemofilia e alguns tipos de câncer. "Os conhecimentos acumulados ajudarão a encontrar meios eficazes de transportar os genes sãos para as células" Depois do genoma humano (já concluído), será mapeado o código de todos os animais usados em experiências de laboratório, como o camundongo, o macaco e o peixe-zebra. Conhecer o código da vida desses bichos é fundamental para mensurar até que ponto suas reações orgânicas assemelham-se às dos homens. Isso terá enorme importância no desenvolvimento de drogas e no tratamento de males genéticos.
O Genoma do rato está em andamento
Os pesquisadores acreditam que desvendar todo o DNA do rato poderá ajudá-los a entender melhor o organismo do homem e as doenças que o vitimam. Cientistas da empresa Celera Genomics prometeram decifrar o código genético do animal – o mais usado em experiências de laboratório – até o final deste ano. Em junho, a Celera, junto o grupo do Projeto Genoma Humano, divulgou o primeiro rascunho do mapa genético do homem, abrindo caminho para pesquisas revolucionárias, que podem levar a novos tratamentos contra doenças como o câncer e o mal de Alzheimer. O rascunho, porém, não permite ainda que os cientistas "leiam" o genoma humano de forma seqüenciada. Por enquanto, os genes identificados são como uma espécie de sopa de letrinhas, cuja leitura ainda não é possível. O mapeamento do DNA do rato pode ajudar justamente nisso: levar os pesquisadores a entender melhor o conjunto de genes do homem. Como mamífero, o rato tem o código genético muito semelhante ao do homem. Por isso, é o animal predileto para a realização de estudos em laboratório. "Basicamente, tudo que descobrimos no genoma humano tem uma contra-parte no rato", disse Craig Venter, Presidente da Celera.
Sabe-se com certeza que cerca de 1200 doenças têm causa predominantemente genética. Uma nova categoria de médicos começa a surgir. São os conselheiros genéticos, profissionais preparados para recomendar exames de DNA e avaliar os seus resultados, por exemplo, as mulheres que querem diagnosticar o cancro da mama. Uma vez detectada a existência da probabilidade genética, é possível avançar para terapias preventivas radicais, como as cirurgias ou o uso de drogas recentes como o tamoxifeno, que se tem mostrado eficaz como medicamento preventivo. Nos Estados Unidos, 20% das mulheres que descobrem a mutação nos genes BRCA1 e BRCA2, relacionados com esse tipo de cancro, decidem-se pela cirurgia de extirpação total dos seios. No entanto, os médicos esclarecem que a cirurgia não significa que o tumor não aparecerá. E alertam que nem sempre uma paciente que tenha uma alteração em apenas um dos genes vai desenvolver a doença. «Menos de 10% dos casos de cancro da mama estão ligados a esses genes», diz o oncologista Arthur Katz, do Hospital Albert Einstein, em São Paulo.
Terapia Gênica divide-se em dois tipos
Terapia gênica somática: só é utilizada para tratar doenças genéticas recessivas em células de diferentes tecidos não relacionados a produção de gametas. A sua característica básica é a de provocar uma alteração no DNA do portador da patologia, através da utilização de um vetor, que pode ser um retrovírus (Retrovírus ou RNAvírus, quando utilizados como vetores na terapia gênica somática, alteram de forma permanente a célula hospedeira, integrando-se ao genoma. São utilizados especialmente em células dos músculos liso e esquelético, da medula óssea, fibroblastos e hepatócitos)ou um adenovírus(ou DNAvírus, são utilizados como vetores para procedimentos de terapia gênica somática, especialmente em células do epitélio respiratório, não se integrando ao genoma da célula hospedeira. ).Os problemas operacionais desta técnica são: o tempo de vida da célula hospedeira; a baixa expressão do gene; o controle da expressão gênica; a dificuldade de atingir o tecido-alvo e o seu potencial oncogênico.
Terapia gênica germinativa: baseia-se na alteração de células reprodutivas (óvulos, espermatozóides ou células precursoras). Além das questões éticas, esta terapia apresenta inúmeros problemas operacionais: alta taxa de mortalidade; desenvolvimento de tumores e malformações; alteração de embriões potencialmente normais e a irreversibilidade das ações.
10 terapias que o futuro nos trará
2002 Angiogénese para revasculizar o coração. Uma injecção de genes que fazem crescer veias e artérias é aplicada no músculo do ventrículo esquerdo do coração. Novos vasos sanguíneos crescem na região, aumentando a circulação.
2003 Correcção cirúrgica de todos os problemas oculares. Em breve, crianças portadoras de catarata congénita poderão receber implantes de lentes nos olhos, logo após o nascimento.
2004 Exames holográficos de imagens tridimensionais. Combinação de imagens obtidas por tomografia computorizada e exames de ressonância magnética, que serão processados em três dimensões. As imagens oferecerão uma representação realista dos tecidos e ossos humanos.Terapia genética contra o cancro. Pesquisadores usam genes especiais para aplicar drogas no local exacto do tumor. Uma técnica parecida despacha para a região do tumor genes capazes de inibir o seu crescimento.
2005 Pílula 100% eficaz para tirar o apetite. Pesquisadores dos Estados Unidos ainda estudam o desenvolvimento de medicamentos à base de leptina, substância descoberta em 1995 capaz de controlar os mecanismos neurológicos ligados à fome e à saciedade. Também estão a estudar outra substância, esta produzida no cérebro, conhecida como neuropeptídeo Y, que regula o apetite. Cirurgia feita por robots. O cirurgião usa uma luva digital para transferir o movimento das suas mãos a pinças de robots de alta precisão. Estes operarão o paciente a milhares de quilômetros de distância do cirurgião.
2010 Medicamentos para aumentar a inteligência. Medicamentos capazes de estimular neurorreceptores ligados à memória e à aprendizagem, baseados em engenharia genética. Importantes para os pacientes da doença de Alzheimer.
2015 Terapia genética com vírus. Os médicos usam vírus para corrigir as mutações que provocam doenças congénitas. Os microrganismos entram no núcleo da célula com o novo DNA e substituem o original.
2020 Vacina contra a sida. Hoje 36 tipos de vacina contra o HIV estão a ser testados no mundo. Os especialistas acreditam que, apesar da dificuldade de controlar as mutações do vírus, a cura será atingida.
Animais dadores de órgãos. Uma iniciativa combinada entre estudos de biotecnologia com o desenvolvimento de potentes medicamentos anti-rejeição. Empresas americanas estão a criar porcos com órgãos capazes de produzir proteínas humanas e diversos centros de estudos e indústrias farmacêuticas pesquisam novos medicamentos para serem usados após os transplantes.
Terapia Genética - Considerações
Engenharia Genética é a modificação de seres vivos pela manipulação direta do DNA, através da inserção ou deleção de fragmentos específicos. Sua aplicação pode ser na produção de vacinas, proteínas por microorganismos, alimentos, transplantes, terapia gênica, animais transgênicos.
As possibilidades da Engenharia Genética podem ser assustadoras e, muitas vezes, desconfortáveis. Ela recobre-se de tantas implicações éticas e profissionais que, a certa altura, é difícil separar preconceitos arraigados e outras concepções morais contemporâneas das finalidades e potenciais de cura desta ciência emergente. O deslumbramento possui perigos intrínsecos e terríveis, mas não se pode deixar que o assombro ante o desconhecido contamine a imensa janela para o futuro aberta pela manipulação genética.Companhias de biotecnologia competem pela comercialização de testes diagnósticos que detectem erros genéticos específicos e estudos são levados à cabo queimando-se etapas importantes com baixo investimento em pesquisas básicas. Muitas experiências que não obtiveram sucesso chegam ao conhecimento público, gerando percepção geral de que a terapia genética está repleta de promessas que não pode cumprir. Boa parte destes testes foram realizados antes que a tecnologia necessária estivesse completamente desenvolvida, possivelmente devido ao desejo das empresas em lançar tais produtos no mercado - e fazer muito dinheiro com isso.
Inicialmente, acreditava-se que a Terapia Genética deveria substituir um gene defeituoso por um gene que funcionasse adequadamente. Contudo, no momento, a Recombinação Homóloga, a única técnica que se aproxima deste objetivo, é pouco eficaz - seu índice de sucesso é de 1 a cada 10.000. Os cientistas passaram, então, a adicionar genes. Hoje a Adição Genética (AG) é a técnica mais utilizada. O grande desafio é como fazer para que o gene terapêutico se manifeste, com segurança, em níveis clinicamente benéficos.
Adição Genética
Modificou-se o retrovírus para inocular genes específicos em células de mamíferos, adicionando-os aos cromossomos do hospedeiro. Atualmente, diversos agentes são utilizados como vetores para o material a ser inoculado - adenovírus, herpes vírus e até mesmo o HIV. Estes agentes têm sua perigosa carga genética original subtraída, tornando-os inofensivos. Um dos vetores mais promissores é o Vírus Adeno-Associado (Adeno-associated vírus, ou simplesmente AAV), capaz de infectar vários tipos celulares, incluindo células pulmonares e musculares e células que não estejam em divisão, integrando seus genes ao do hospedeiro sem provocar uma resposta imune.O problema-chave da adição genética é como certificar que os genes serão adicionados ao segmento específico do cromossomo, incorporando-se a ele e provocando as manifestações desejadas. Os vírus não são adequados para "ligar" os genes inseridos, pois levam a manifestações sub-terapêuticas. Os vetores mais recentes contêm porções do gatilho específico para o gene inoculado, permitindo que sua expressão ocorra da maneira mais natural possível. Cientistas exploram a possibilidade do gatilho ser controlado externamente, como por exemplo: alguns genes possuem gatilhos que são sensíveis a certos antibióticos, como tetraciclinas, e podem ser ativados na presença da droga. ainda que eficaz, por quanto tempo o gene adicionado fará efeito?
Mesmo os adenovírus devem ser administrados repetidamente para manter uma dose terapêutica aceitável. E o AAV, a estrela da nova geração de vetores virais, é capaz de carrear apenas uma pequena quantidade de genes, limitando sua utilidade.
Uma vez que a integração parece ocorrer ao acaso, a carga genética inoculada pode inserir-se em outro gene importante, interrompendo ou alterando sua expressão, quem sabe até mesmo promovendo um crescimento celular exagerado, um câncer. Apesar destas possibilidades serem um tanto remotas, elas devem ser consideradas ameaças reais.
Outro sistema de inoculação é o que utiliza drogas carreadas por lipossomos, pequenas vesículas criadas artificialmente a partir de lipídios semelhantes àqueles que constituem as membranas celulares. Devido à sua constituição, os lipossomos podem aderir à superfície das células e inserir nelas o seu conteúdo - medicamentos ou genes corretivos. Parte do DNA carreado pelos lipossomos de fato chega ao núcleo celular.
Vacinas Genéticas
A idéia de que genes poderiam servir como vacinas surgiu por volta dos anos 50, quando cientistas observaram que a inoculação de material genético em uma célula animal desencadeava uma resposta imune - até mesmo com produção de anticorpos. Nas Universidades da Pensilvânia e Massachussetts corroboraram os resultados: vacinas de DNA estimulavam o sistema imune em primatas e roedores, produzindo linfócitos B, T-killer e T-helper contra diferentes patógenos e mesmo contra certos cânceres. O primeiro teste teve início em 1995, quando plasmídeos - pequenos anéis de uma dupla fita de DNA do patógeno, incapazes de produzir infecção - contendo genes do HIV foram inoculados em pacientes já infectados. Em 1996, iniciaram-se as pesquisas em pacientes sorologicamente negativos. Vacinas genéticas são bastante diferentes estruturalmente das vacinas tradicionais. Os plasmídeos utilizados para imunização são alterados para carrear genes especificando uma ou mais proteínas antigênicas normalmente produzidas pelo patógeno selecionado. São excluídos os genes que capacitam o patógeno a reconstruir-se, causando doença. As vacinas geralmente são administradas como injeções intramusculares. Uma vez dentro das células, os plasmídeos recombinantes alcançam o núcleo e instruem a célula a produzir as proteínas antigênicas codificadas. Alguns cientistas estão investigando vacinas compostas de RNA. O RNA leva prontamente à síntese de proteínas codificadas. Contudo, é menos estável que o DNA, dificultando sua manufatura e distribuição. Mas, com sempre, existem problemas. A duração da maioria das vacinas de DNA é limitada, então, quanto tempo exatamente dura a imunidade? Em quanto variam as respostas individualmente? Qual a dose e o esquema mais eficaz? E quais genes, entre os milhares e milhares em um determinado patógeno, deve ser escolhido para maximizar a potência da vacina? É preciso descobrir quais as substâncias imunologicamente mais ativas, especificando ainda mais o foco de ação da vacina e intensificando a captação celular dos plasmídeos.
A idéia de substituir completamente um gene defeituoso pode estar muito além da capacidade da Engenharia Genética atual. As doenças com estudos genéticos mais avançados são: Talassemia, Fibrose Cística(descrita com detalhes mais adiante), Hemofilia, Neurofibromatose, Hemocromatose, AIDS e Câncer. Existem ainda estudos clínicos bastante avançados no desenvolvimento de testes para detecção de várias malformações congênitas.
O desafio
Os desafios, como o da obtenção de vetores seguros ou seja, de veículos seguros de transferência e de transporte do material genético para dentro do corpo humano necessitam ter vários atributos: atuar diretamente no interior da célula a ser modificada, atingir o alvo, ter grande ação em pequenas quantidades de material, poder ser industrializado a baixo custo, e principalmente não causar efeitos maléficos. Este desafio e a forma de como a batalha está se desenrolando, está magnificamente descrita em artigo do fascículo de fevereiro do Brazilian Journal of Medical and Biological Research. Nele descreve-se que os primeiros mini-cromossomos artificiais já foram sintetizados em Cleveland, Estados Unidos, e com isto, muitos dos genes humanos , mesmo os mais complexos, poderão ser repetidos e duplicados de forma infinita, abrindo-se com esta pesquisa a perspectiva de se criar grandes quantidades de material genético copiado de humanos.
Terapia Genética Pode Recuperar Fígado Fanificado
Células da medula óssea podem ajudar a regenerar o fígado de pessoas doentes, disseram pesquisadores do Imperial Cancer Research Fund. Eles usaram células-tronco da medula para criarem outros tecidos em laboratório. Células-tronco são um tipo específico de células. Como elas ainda não se especializaram, podem se transformar em qualquer tecido, dando origem a todos os órgãos do corpo. A experiência poderá dar origem a uma terapia genética que recupere fígados danificados. Os resultados do estudo foram publicados pela revista britânica Nature.
O problema é que as fontes de células-tronco são muito escassas. Elas podem ser encontradas, por exemplo, em embriões abortados ou não utilizados em tratamentos de fertilização artificial. Esse procedimento, porém, gera polêmica, devido às suas implicações éticas. Outra fonte de células-tronco é justamente a medula óssea.
Segundo o pesquisador Nick Wright, a descoberta permitirá que se estimule a regeneração do fígado usando células da medula óssea do próprio paciente. "Isso será particularmente útil para pacientes cujo fígado tem sido agredido pelos efeitos colaterais de remédios e para aqueles que removeram parte do órgão por causa de um câncer", disse ele.
No futuro, essa alternativa pode se revelar mais eficaz do que o transplante de fígado. No caso do transplante, o risco de rejeição do órgão é sempre muito grande e, para evitá-lo, o paciente tem que tomar drogas imunosupressoras, cujos efeitos colaterais são muito fortes, durante toda a vida.
Terapia genética pode ser a cura para careca
Chicago -- Pesquisadores do Centro Médico Howard Hughes da Universidade de Chicago descobriram uma nova maneira de tratar a careca através da terapia genética. Os cientistas conseguiram transformar células da pele em folículos de cabelo em ratos de laboratório através da introdução da chamada molécula mensageira contendo a proteína beta catenina. "Sempre ouvimos dizer que se nasce com um número fixo de folículos capilares e que nunca se pode fazê-los crescer novamente na vida adulta," disse Angela Christiano, da Universidade de Columbia. "Este estudo sugere que agora podemos fazê-lo."
Experiências semelhantes em seres humanos, contudo, não são prováveis em um futuro próximo. Os cientistas criaram alguns ratos cabeludos, mas ainda não entenderam como conter o processo de crescimento do folículo do cabelo. "Pode-se ir longe demais e provocar um crescimento demasiado das células," disse a pesquisadora da Universidade de Chicago Elaine Fuchs. Advertiu que o crescimento descontrolado da célula pode levar ao desenvolvimento de tumores." Ainda precisamos compreender como esta molécula é regulada dentro da célula do folículo em desenvolvimento para realmente poder levar ao nível da aplicação clínica," acrescentou. Cerca de 50 por cento dos homens sofrem de algum tipo de careca, embora tipos diferentes de queda de cabelo também possam afetar mulheres e crianças.
Terapia Genética Usada Contra o Vírus da Sida
Pela primeira vez, uma terapia genética foi utilizada, com algum sucesso em macacos, na luta contra a infecção pelo vírus da sida - anunciou ontem uma equipa de investigadores em São Francisco, Califórnia (Estados Unidos), na Conferência Anual sobre Retrovírus e Infecções Oportunistas. A experiência consistiu em fazer uma colheita no sangue de linfócitos T, as células do sistema imunitário que são o alvo primordial do HIV, e depois substituir-lhes o núcleo por ADN geneticamente modificado, de forma a produzir uma proteína que mata o vírus da sida. Estas células geneticamente manipuladas também emitem uma mensagem que estimula outras células imunitárias a eliminarem o vírus, onde quer que ele se encontre. Em culturas em laboratório, os investigadores do Instituto de Investigação para a Terapia Humana e Genética, em Washington (EUA), observaram "uma resposta muito vigorosa". Nos macacos foi, apesar de tudo, um pouco diferente: "Nos animais, a forte resposta das células encarregadas de atacar o vírus manteve-se por um período importante (até três meses) sem efeitos secundários tóxicos. Isto significa que o corpo manteve uma resposta imunitária contra o HIV durante um período significativo", informou Julianna Lisziewicz, responsável pelo estudo. "A resposta positiva fornecida por esta abordagem genética de imunização, tanto 'in vitro' como 'in vivo', é uma contribuição muito interessante para a luta contra o HIV e talvez mostre a via para novas abordagens no tratamento dos doentes", continua a investigadora. Esta experiência representa "uma nova via para tentar desenvolver uma vacina", resume ainda Julianna Lisziewicz, acrescentando que "os ensaios clínicos no homem deverão começar este ano".
As terapias genéticas poderão, um dia, ser particularmente interessantes para os doentes que fazem tratamentos ofensivos - terapias múltiplas, que baixam a carga viral no sangue para níveis indetectáveis, mas que também diminuem a capacidade de defesa das células do sistema imunitário. As terapias genéticas, se funcionarem no homem, poderão dar-lhes algum vigor.
Terapia Genética Contra a Doença de Alzheimer
A perda de memória é uma dos sintomas mais assustadores da doença de Alzheimer, que afecta sobretudo as pessoas idosas. Ligações cruciais entre neurónios, que nos permitem recordar um rosto ou um acontecimento, perdem-se com esta doença neurodegenerativa. Mas cientistas norte-americanos apresentaram, no congresso anual da Academia Americana de Neurologia, um estudo feito com macacos em que uma terapia genética foi usada para restabelecer essas ligações entre neurónios.
Os cientistas da Universidade da Califórnia em San Diego chegaram à conclusão que o processo normal de envelhecimento provoca uma diminuição em 28 por cento na densidade de algumas redes de células cerebrais - normalmente as ligações de neurónios colinérgicos, que se situam nas camadas mais interiores do cérebro. Pensa-se que estas células desempenham um papel determinante na memória e em outros processos mentais, que se degradam lentamente com o envelhecimento, mas de forma muito mais rápida quando surge a doença de Alzheimer - que está aliás associada a uma degradação especialmente notória deste tipo de neurónios.
Como todas as células cerebrais, estes neurónios comunicam entre si através de longas fibras, chamadas axónios, que servem de redes de transporte de impulsos nervosos. O que a equipe fez foi tentar repor a densidade das ligações dos neurónios colinérgicos com outras células das camadas superiores do cérebro dos macacos envelhecidos, transplantando células cerebrais geneticamente manipuladas de forma a produzirem uma proteína que promove o desenvolvimento dos axónios. "Mostrámos que conseguimos reverter as perdas de ligações neuronais relacionadas com a idade através com este fator de crescimento", disse Mark Tuszynski, investigador no Centro de Reparação Neuronal da Universidade da Califórnia e principal autor da comunicação, citado num comunicado da Academia Americana de Neurologia. "Não seria correto dizer que podemos tratar os efeitos do envelhecimento normal. Mas não seremos muito atrevidos se dissermos que esta técnica poderá ser útil para o tratamento da doença de Alzheimer", afirmou o investigador.
O próximo passo, disse, será determinar se as funções mentais dos macacos foram também restabelecidas, ao serem repostas as redes neuronais. Se os resultados forem positivos, o objectivo é avançar para a fase de ensaios clínicos, para determinar se esta terapia pode ajudar a combater a doença de Alzheimer nos seres humanos, adiantou Tuszynski.
A doença de Alzheimer caracteriza-se por perda de memória, desorientação, depressão e deterioração de funções corporais em geral. Não existe cura para esta doença, que afecta cerca de dez por cento das pessoas com mais de 65 anos e metade dos indivíduos com mais de 85 e causa cerca de 100.000 mortes por ano. O tempo médio que decorre entre o diagnóstico e a morte é de oito a dez anos.
O sinal biológico mais evidente da doença de Alzheimer é a presença de placas de proteínas nas regiões do cérebro que controlam a memória e a aprendizagem - que não se sabe se serão causa ou conseqüência da doença, embora a primeira hipótese seja a que os cientistas consideram mais viável.
Pesquisa utiliza terapia genética para recuperação de Medula
WASHINGTON (AP) - Em nova pesquisa, ratos com medula severamente lesadas recuperaram parcialmente sua habilidade p/ caminhar, o que repete os resultados de pesquisas recentes e sustenta um pouco mais a esperança humana. Terapia genética foi usada p/ estimular o crescimento de células nervosas da medula severamente lesada de ratos, relataram os pesquisadores da University of Califórnia San Diego School of Medicine.No novo experimento descrito na edição de julho do The Journal of Neuroscience, amostras de células normais obtidas através de biópsia, foram modificadas p/ produzir uma proteína de crescimento, a nerotrophin-3, que encoraja a sobrevivência e o crescimento das células nervosas.As células foram então enxertadas no local lesado da medula dos animais. Lá, as células modificadas liberaram continuamente a proteína do crescimento por muitos meses, promovendo um aumento da regeneração das células nervosas lesadas. O objetivo dos pesquisadores da lesão medular é promover o crescimento dos axônios cortados ou lesados ou partes específicas das células nervosas, disse Dr. Mark Tuszynski, professor de neurosciências da UCSD School of Medicine e autor do estudo. Estes resultados indicam que a liberação celular da proteína de crescimento dos neurônios, através da terapia genética, pode restaurar funções.Em estudos prévios reportados no último verão, pesquisadores do Instituto Karolinska da Suécia removeram, com sucesso, os bloqueios que impediam que se mantivessem saudáveis as células nervosas de ratos de laboratório transplantadas para a medula lesada, onde elas cresceram novas conexões através da lesão medular O experimento porém, o qual também restaurou alguma sensibilidade e movimento dos membros posteriores paralisados dos animais, provou somente que o crescimento é possível e não necessariamente indica a melhor técnica, disse o cientista. Dr. Wise Young, um pesquisador do sistema nervoso na New York University Medical Center em New York, disse que a técnica da ponte usada no estudo sueco, pode provavelmente nunca ser usado em humanos. Isto porque a nova terapia genética pode eventualmente promover maior eficácia caso possa ser aplicada em humanos. Embora os cientistas da Califórnia tenham dito que essa nova pesquisa é encorajadora, eles disseram também que anos de pesquisa serão necessários antes que esse tratamento possa estar disponível para humanos.
Vacina contra câncer tem resultados alentadores na próstata
WASHINGTON - Os pesquisadores que têm trabalhado em uma vacina de terapia genética contra o câncer anunciaram na quarta-feira que conseguiram a melhor reação até agora, desta vez contra o câncer de próstata.
A vacina "personalizada", feita a partir de células cancerígenas de cada paciente, ativou todo o sistema imunológico no combate ao câncer, apesar de não ter curado nenhum de seus pacientes. "Ficamos surpresos ao descobrir que todas as partes do sistema imunológico estavam alertas e ligadas," disse dr. Jonathan Simons, professor de oncologia e urologia da Universidade Johns Hopkins, em Baltimore.
"Usando terapia genética, nós reeducamos o sistema imunológico para reconhecer as células de câncer de próstata como uma infecção e ataque potencial," disseram os cientistas na publicação Cancer Research. A equipe do Johns Hopkins disse que recolheram células cancerígenas da próstata dos próprios pacientes e a cultivaram em laboratório, inserindo-lhes o gene da GM-CSF, uma proteína que ativa o sistema imunológico a reconhecer tumores. Usaram o retrovírus para levar o gene até as células. Em seguida, aplicaram raio-x às células para ter certeza de que elas próprias não causariam mais câncer e, então, injetaram no paciente. Quatro semanas depois, os pesquisadores descobriram que as células conhecidas como célula B estavam circulando e produzindo anticorpos contra as células cancerígenas da próstata.
Outro tipo de célula imunológica, células T, estavam atacando diretamente o tumor. Dr. William Nelson, da equipe autora do estudo, disse que matar as células com raio-x não só tornou a vacina mais segura como também fez que funcionasse melhor. As células do câncer que estavam morrendo atraíram células do sistema imunológico, chamadas células dendríticas, que "comeram" as agonizantes. Estas células dendríticas, então, processaram os componentes das células de câncer e puderam informar às células T e B o que deveriam procurar.
As terapias de radiação e cirurgia são geralmente usadas na maioria dos casos de câncer. Mas algumas vezes um pequeno número de células escapa, enganando o sistema imunológico, e começam a desenvolver novos tumores em outra parte do corpo.
A idéia atrás da terapia genética é pegar estas células que escapam. Os pesquisadores disseram que agora o método, se funcionar, poderá ser usado juntamente com a quimioterapia e radiação. Nos Estados Unidos, são diagnosticados anualmente 330.000 novos casos de câncer de próstata e 40.000 morrem da doença.
Cardiologistas relatam bons resultados com terapia genética
Vários cardiologistas que participam no seminário da Associação Norte-americana de Coração AHA, que está a ser realizado em Atlanta esta semana, relataram o êxito de terapias experimentais genéticas para ajudar pacientes a desobstruir artérias.Um dos pesquisadores defendeu num recente artigo na imprensa, que as causas das duas mortes apontadas nos meios de comunicação como relacionadas a terapias genéticas não foram comprovadas.
A terapia genética para tratar pacientes com doenças de coração tem sido largamente apoiada pelos médicos. Os cardiologistas acreditam que essa pode ser uma boa saída para os 500 mil pacientes norte-americanos que, depois de terem suas artérias desobstruídas, voltaram a apresentar problemas vasculares.
Um dos mais promissores estudos apresentados no seminário da Associação Norte-americana de Coração testou a terapia genética em 40 pacientes em cirurgias de desvio de artérias. Antes da operação, o paciente, Arnald Schutzberg, não podia andar sem dor. "Eu vivia naquelas condições, tendo que parar o tempo todo até o meu sangue voltar a circular e só então continuar com a minha caminhada", disse o Schutzberg. Durante as cirurgias, as veias usadas para desviar o sangue são mergulhadas numa solução com genes alterados, que tem o objetivo de prevenir as artérias de voltar a se obstruir. Os médico acompanham os seus pacientes durante um ano e garantem que a terapia realmente funciona. "Vimos que o índice de insucesso com o grupo de pacientes que tinha um grande risco de voltar a apresentar as veias obstruídas caiu para mais da metade num período de 12 meses", disse o Dr. Michael Mann, de um hospital de Boston. Os estudos do doutor Mann com a solução genética serão aplicados agora em cirurgias coronarianas. O médico Jeffrey Isner, um dos maiores entusiastas da terapia genética, estudou 72 pacientes e disse que duas mortes não podem significar o fim das pesquisas de um novo tratamento .O médico disse que os dois casos foram relatados detalhadamente ao FDA, o ministério da saúde norte-americano, afirmou Isner. "Em ambos os casos o FDA concordou que eles não estavam relacionados com a terapia genética e ressaltou que não havia motivos para suspender as pesquisas", concluiu. "Considerando que o nova técnica tem sido usada em pacientes com doenças coronarianos muito graves, a estatística de óbitos é bem baixa", esclareceu Isner.
Coração de cordeiro -Noutro estudo chamado de engenharia de tecidos, pesquisadores relataram a criação de novas válvulas coronarianas para ovelhas em laboratório e o sucesso do transplante da novidade em seis animais. As ovelhas conseguiram viver por sete meses. Os estudiosos começaram suas pesquisas com células de cordeiros e esperam que em muito pouco tempo possam transportar a tecnologia para seres humanos. Por serem feitas da própria célula dos pacientes, as válvulas têm pelo menos duas vantagens sobre as artificiais ou as de suínos usadas normalmente: elas crescem em seus próprios receptores e não precisam de drogas anti-rejeição.
Conclusão
Muito já foi feito, mas ainda não se conseguiu uma cura definitiva para nenhuma doença genética. Espera-se que em breve todo sofrimento humano possa ser minimizado, o que provavelmente acontecerá, desde que interesses financeiros não sobreponham-se sobre o principal objetivo da ciência, que é a procura de respostas para uma vida melhor....para todos.
Fonte: www.ufv.br
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Pesquisa com células-tronco torna ratos resistentes ao HIV

Pesquisadores americanos encontraram uma nova opção para o tratamento da aids: tornar o sistema imunológico resistente ao vírus HIV introduzindo células-tronco modificadas no organismo, anunciaram na revista Nature Biotechnology publicada nesta sexta-feira.

O vírus da aids ataca células do sistema imunológico humano prendendo-se em proteínas específicas, em particular uma molécula chamada CCR5. Certas pessoas, portadoras de uma mutação que impede a aparição desta molécula, são resistentes às principais cepas do HIV.

Eliminando o gene correspondente à proteína CCR5 da célula, pode-se, então, protegê-la contra o vírus e, por fim, proteger as pessoas contra o HIV, ou ao menos limitar bastante seus efeitos em pessoas infectadas.

A equipe de Paula Cannon, da Universidade da Califórnia do Sul, utilizou os "dedos de zinco", uma técnica recente que permite encontrar precisamente a parte do genoma a ser "cortada".

Os pesquisadores eliminaram esse gene de células-tronco hematopoéticas (células originadas dos glóbulos brancos, mas também dos glóbulos vermelhos e das plaquetas). Quando se dividirem, as células vão assim produzir outras células imunológicas que não terão a proteína CCR5.

Em seguida, os pesquisadores introduziram essas células modificadas em ratos de laboratório, substituindo assim seu sistema imunológico por células humanas, antes de infectá-los com o HIV.

Depois de 12 semanas, o sistema imunológico já havia retomado sua força inicial, enquanto que as taxas de células do sistema imunológico dos ratos que receberam células-tronco não modificadas tiveram uma brusca queda. Além disso, nos ratos do grupo testado, a presença do HIV era bastante limitada.

O próximo passo consistirá em tentar aplicar essa técnica em seres humanos. Um estudo similar já está sendo testado em homens na Universidade da Pensilvânia, mas nele são modificadas as células do sistema imunológico e não células-tronco.

Esta descoberta foi divulgada a poucas semanas da grande conferência de Viena sobre a aids, que acontecerá no dia 18 de julho.

Por que humanos e baleias vivem muito após a época reprodutiva?

Acasalamento entre diferentes grupos pode ser uma das explicações
por Katherine Harmon
iStockphoto/Lazareva



A maioria dos mamíferos não vive muito tempo após seus anos férteis: depois de servir aos fins reprodutivos, geralmente morrem. Apenas três espécies de mamíferos são conhecidas por quebrar esse padrão. As orcas (Orcinus orca), as baleias-piloto (Globicephala macrorhynchus) e humanos (e possivelmente alguns outros grandes macacos) – todos têm fêmeas que geralmente vivem por décadas depois de seu período fértil. Então o que podemos ter em comum com esses cetáceos?

Um novo estudo publicado on-line no dia 30 de junho na Proceedings of The Royal Society B: Biological Sciences descreve uma forte ligação com determinados padrões sociais, que podem fazer com que as fêmeas vivam além da época de reprodução.

Nas espécies em que os machos saem do grupo à procura de fêmeas para reprodução, estas ficam cercadas por um número crescente deles. Esse modelo aumenta as opções para conhecer novos companheiros, diminuindo as chances de se acasalar com um parente, dizem os pesquisadores Rufus Johnstone, do Departamento de Zoologia da University of Cambridge, e Michael Cant, do Centro de Ecologia e Conservação da University of Exeter, em seu estudo.

Embora as sociedades humanas modernas realizem todo o tipo de acasalamento (homossexual, etc.), os pesquisadores apontam que, em sociedades mais antigas ou tradicionais, o casamento de uma mulher com homem de outro grupo social sempre foi mais comum. A análise genética comprova essa longa história humana de acasalamento com indivíduos de outros grupos. “Nas duas espécies de baleias, os pesquisadores notaram que ambas acasalam fora de seus grupos locais.”

Johnstone e Cant explicam que os padrões de acasalamento não são provavelmente o único fator que contribui para uma longa vida pós-reprodutiva nas três espécies. “Aprender mais sobre a circulação de fêmeas para outros grupos sociais ajuda a revelar a semelhança básica entre primatas e baleias, e de sua estrutura social”.

Doença de Alzheimer: como prevenir a escuridão

Intervenções antes do aparecimento dos sintomas talvez sejam a chave para retardar ou deter a causa principal da demência
por Gary Stix
Em sua obra-prima do realismo mágico Cem anos de solidão, o escritor colombiano Gabriel García Márquez leva o leitor até uma mítica cidade na selva, Macondo, onde, em uma cena frequentemente recontada, os moradores sofrem de uma doença que os faz perder a memória. A moléstia apaga “o nome e a noção das coisas e finalmente a identidade das pessoas”. Os sintomas persistem até que um cigano que passa por lá aparece com uma bebida “de cor suave” que restabelece a saúde dos desmemoriados.

Em um paralelo do século 21 com os habitantes de Macondo, algumas centenas de residentes de Medellín, Colômbia, e de áreas cafeicultoras vizinhas terão a oportunidade de ajudar na busca de algo parecido com uma versão real do milagroso coquetel do cigano. Medellín e suas cercanias abrigam o maior contingente mundial de indivíduos com uma forma hereditária da doença de Alzheimer. Integrantes de 25 grandes famílias, que totalizam 5 mil pessoas, desenvolvem manifestações iniciais da doença, geralmente com 50 anos, se forem portadores de uma versão anômala de determinado gene.

A doença de Alzheimer precoce, transmitida como característica genética por apenas um dos genitores, é responsável por menos de 1% dos 27 milhões de casos documentados da doença em todo o mundo em 2006, mas as lesões cerebrais inconfundíveis que provoca parecem idênticas às encontradas na forma mais comum, de Alzheimer tardio, cujos sintomas não se manifestam até que a pessoa tenha mais de 65 anos.

A previsibilidade do aparecimento da moléstia nas famílias de Medellín atraiu a atenção de um grupo de cientistas e empresas farmacêuticas que estudam nova abordagem de pesquisa que testará drogas em pacientes antes de aparecerem os primeiros sinais de demência.

Desde o início do século 21, drogas “candidatas” a tratar acessos brandos ou moderados de Alzheimer falharam, persuadindo os pesquisadores de que boa parte da patologia da enfermidade – acréscimos de proteínas aberrantes e perdas de células ou circuitos cerebrais – se inicia bem antes de a perda da memória se tornar aparente. Essa percepção crescente, confirmada por novas tecnologias capazes de rastrear a doença anos antes do primeiro sintoma, sugere que para obter o máximo de êxito o tratamento precisa começar durante os muitos anos em que o insidioso processo já está em marcha, mesmo se a memória do paciente permanecer intacta.

Consequentemente, uma tendência muito importante da maior parte das pesquisas sobre Alzheimer está mudando de direção e se concentrando em conter a doença antes que os sintomas se manifestem – não só com drogas, mas também com medidas de estilo de vida mais seguras e menos dispendiosas que preencher sistematicamente uma receita de droga durante 10 ou 20 anos

Abusar nas compras pode deixar o homem barrigudo e impotente

Querida, a culpa é toda sua…

Meu pai já bem dizia que homem não combina com shopping, o que sempre deixou minha mãe naturalmente irritada. Mas ó, não é que ele estava certo? Pesquisadores estão dizendo que um componente químico – Bisphenol A (BPA) – encontrado em alguns recibos de compras pode causar o desequilíbrio hormonal masculino. Quem atesta é o urologista alemão Frank Sommer, que falou ao Daily Telegraph: “Substâncias como o BPA podem mudar o balanço dos hormônios sexuais nos homens, privilegiando o estrógeno. Em longo prazo, isso diminui o apetite sexual, faz a barriga crescer e tem efeitos negativos sobre a ereção e a potência”. Ou seja: comprar demais deixa o cara, além de pobre, barrigudo e impotente. Sex appeal lá em cima, né? O tal BPA (que serve para tornar a tinta visível em papéis termossensíveis) é absorvido quando o homem manuseia muitas notinhas e depois leva as mãos à boca ou mexe com comida (aparentemente, não tem efeitos negativos sobre a mulher). E a coisa é tão séria que a substância já foi banida no Canadá e em três estados dos EUA. Para a sorte dos casais de lá.

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