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9 de jun. de 2010

Calvície precoce pode indicar menor risco de câncer de próstata



Homens que apresentam sinais de calvície antes dos 30 anos podem ter menos chance de desenvolver câncer de próstata, segundo um estudo da Escola de Medicina da Universidade de Washington, nos Estados Unidos, e divulgado na publicação especializada Cancer Epidemiology.

Os pesquisadores estudaram 2 mil homens entre 40 e 47 anos de idade e notaram uma aparente ligação entre o alto nível do hormônio masculino testosterona – presente nos homens que se tornam calvos mais cedo – e um risco mais baixo de ter a doença.

Metade dos homens que participaram do estudo sofreu de câncer de próstata. Os pesquisadores compararam a incidência de tumores entre aqueles que disseram ter começado a perder cabelo antes dos 30 e aqueles que não relataram ter sofrido queda.

Aqueles que começaram a ficar calvos até os 30 apresentavam um risco entre 29% e 45% menor de desenvolver câncer de próstata.

Raiz da calvície

Os pesquisadores acreditam que entre 25% e 30% dos homens apresentam sinais de calvície até os 30 anos de idade. Metade dos homens terá sofrido significativa queda de cabelo até os 50 anos de idade.

A calvície ocorre quando os folículos capilares são expostos a uma quantidade muito grande de dihidrotestosterona (DHT) – uma substância produzida pela testosterona.

Especialistas acreditam que homens com níveis mais altos de testosterona estão mais propensos a perder cabelo, especialmente se houver casos de calvície na família.

É comum que pacientes de câncer de próstata façam terapia para reduzir os níveis de testosterona porque o hormônio pode acelerar o crescimento de alguns tumores, uma vez que eles apareçam.

Mas este estudo sugere que os altos níveis de testosterona desde uma tenra idade podem, na verdade, proteger contra a doença.

“Claramente, a idade em que um homem começa a perder o cabelo é, infelizmente, (indicador de) um fator de risco para o câncer de próstata sobre o qual não temos nenhum controle”, disse Helen Rippon, chefe da administração de pesquisas da fundação britânica The Prostate Cancer.

“Se os resultados (da pesquisa) estiverem corretos, eles podem ser úteis para aumentar nossa compreensão sobre como a testosterona se comporta no corpo humano e como pode afetar diferentes tecidos.”

Alison Ross, da fundação de pesquisa britânica Cancer Research UK, disse que a ligação entre o câncer de próstata e a calvície ainda é desconhecida, porque estudos anteriores apresentaram um resultado exatamente oposto a este.

“Os resultados (do novo estudo americano) são baseados em perguntar a homens com idade entre 40 e 70 anos se eles se lembram se começaram a ficar calvos aos 30 anos, o que não significa uma medida muito confiável”, disse ela.

8 de jun. de 2010

O FIM DO AMOR


udo acaba um dia. Geralmente, 7 anos depois que começou. Veja por que podemos abandonar (e até odiar) quem amamos um dia.
por Jeanne Callegari

Amor - O Início

Amor - O Meio

Vocês trocaram mensagens bobas pelo celular, dividiram brigadeiros de panela, assistiram TV juntos largados na poltrona e dormiram de conchinha. Foram, enfim, o centro da vida um do outro. Mas agora é cada um para o seu lado. E sempre fica um enorme ponto de interrogação: se era tão bom, por que acabou? Para entender, é preciso voltar no tempo e fazer um passeio pelas savanas africanas, 3 milhões de anos atrás. O homem caçava e protegia a família. A mulher cuidava dos filhotes. Mas, em determinado momento, os casais se separavam. O objetivo da família nuclear - nome técnico que os antropólogos dão ao conjunto de pai, mãe e filhos - era garantir que o homem ficasse por perto tempo suficiente para criar o filhote. Somente isso. Quando o filhote já estava crescidinho e não exigia atenção integral da mãe (que por isso podia voltar a se virar sozinha), o pai estava livre para ir embora e procurar outras fêmeas para procriar.

É daí que vem a chamada crise dos 7 anos. Esse é o período necessário para que uma criança se torne minimamente independente. Um estudo da ONU revelou que o número de separações vai aumentando a partir do 3o ano dos relacionamentos e atinge o pico no 7o ano - quando começa a declinar. Ou seja: o 7o ano realmente é a hora da verdade da relação. No filme O Pecado Mora ao Lado, de 1955, Marilyn Monroe faz o papel de uma mulher que se relaciona com um homem casado. Sabe qual é o nome original do filme, em inglês? The Seven Year Itch, ou "A Coceira dos 7 Anos". Porque é justamente nesse momento que a relação está mais ameaçada - pela comichão de trair.

As estatísticas variam, mas entre 50 e 60% dos homens têm sexo fora do casamento, contra 45 a 55% das mulheres. O aumento da infidelidade tem a ver com a independência delas, que já são quase metade da força de trabalho e estão diminuindo rapidamente a distância financeira para os homens (nos EUA, 22% das esposas já ganham mais do que os maridos). Mas as raízes disso estão dentro do cérebro. Lembra-se de quando dissemos, na primeira reportagem desta série, que os sistemas cerebrais (luxúria, paixão/amor e ligação) eram independentes? Isso tem um motivo - e não é complicar os relacionamentos. Pelo contrário: surgiu para que nossos ancestrais pudessem buscar estratégias reprodutivas diferentes. A mulher poderia ter um parceiro para protegê-la enquanto gerava os filhos de outro, enquanto o homem poderia espalhar seus genes alegremente por aí, com outras mulheres. A natureza não queria o ideal romântico de amor eterno. Ela queria que tivéssemos um backup reprodutivo, um plano B genético, e nos meteu nessa confusão.

E as circunstâncias também influem: na hora de decidir trair ou não, a relação do casal, a insatisfação com o parceiro, a oportunidade, tudo isso pesa.

Mas muita gente tem os genes, os hormônios, todas as oportunidades do mundo, e não trai. Nós não somos robôs biológicos. É possível resistir ao desejo de trair. Mas é muito mais difícil resistir a outro fenômeno, igualmente destrutivo para os relacionamentos: o ciúme. O mais engraçado é que esse monstro de olhos verdes, como chamou Shakespeare, surgiu com o objetivo oposto - preservar a relação monogâmica. Ao primeiro sinal de infidelidade, soa o alarme e a pessoa fica atenta. E, como homens e mulheres desenvolveram estratégias distintas de reprodução, também sentem ciúmes de coisas diferentes.

Como para o homem é muito dispendioso criar o filho de outro homem, ele sente mais ciúmes da infidelidade sexual. Já para a mulher, não faria tanta diferença se o homem distribuísse apenas esperma para as moças por aí; a grande ameaça é o envolvimento emocional, que coloca em risco a proteção e o cuidado que o homem dá a ela e aos filhos.

Em 2006, o neurologista japonês Hidehiko Takahashi fez exames de ressonância magnética no cérebro de homens e mulheres que comprovaram essas diferenças. Quando sente ciúmes, o homem usa partes do cérebro ligadas a comportamentos agressivos e sexuais, como a amígdala e o hipotálamo. Já nas mulheres, a área mais ativada durante as crises de ciúme é o sulco temporal posterior superior, associado à percepção de emoções nas outras pessoas.

E a internet está piorando o ciúme. Uma pesquisa feita por psicólogos canadenses com 308 voluntários descobriu que as redes sociais, como Orkut e Facebook, alimentam o ciúme. Sabe por quê? Nada menos do que 74,6% das pessoas adicionam ex-namorados ou rolos como amigos nessas redes - que depois o cônjuge atual vai fuçar atrás de indícios.

Com ou sem ciúme, a verdade é que boa parte dos relacionamentos está destinada a acabar. E esse momento pode ser muito difícil. "A natureza realmente exagerou no que diz respeito ao fim dos relaciomentos", diz Helen Fisher. Quando uma pessoa é abandonada, sua reação se divide em duas fases. A 1a é o protesto. É quando a a pessoa fica fazendo promessas, doida para reatar. Isso pode ser muito inconveniente. Mas ela não tem culpa. É o corpo agindo. "O cérebro estava acostumado com aquela recompensa [a pessoa amada], então faz você insistir mais e mais para tentar consegui-la de novo", explica a neurologista Suzana Herculano-Houzel. O pânico de ver que não está dando certo pode acionar o sistema de estresse do organismo, que por sua vez estimula novamente a produção de dopamina - ironicamente, fazendo a pessoa se sentir ainda mais apaixonada.

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Depois vem a 2a fase: aceitação. Depois de ver que o amado não irá mesmo voltar, muita coisa pode passar pela cabeça da pessoa - depressão, confusão, frustração. Até mesmo ódio. Mas por que sentir algo tão ruim por alguém que se amou? É que o ódio e o amor passam pelas mesmas partes do cérebro - a ínsula e o putâmen. "A diferença entre os dois é que, no ódio, existe mais capacidade de planejar as ações. No amor, o julgamento está prejudicado", diz o neurologista Semir Zeki, da University College London. Então o ódio é mais racional que o amor? Não necessariamente. Mas ele tem sua função: é uma defesa do organismo para nos fazer seguir em frente. Em vez de ficarmos remoendo eternamente as dores, passamos a não querer mais ver a pessoa. "Assim como o cérebro associava coisas positivas a uma pessoa, ele pode passar a associar só sentimentos ruins, negativos", diz Suzana Herculano-Houzel. Todos nós sofremos e fazemos sofrer. E, se isso servir de consolo, as celebridades também se separam e sofrem, talvez até mais do que as pessoas comuns. Já ficou famosa a chamada "maldição do Oscar", que atingiria as vencedoras do Oscar de melhor atriz. Nos últimos 12 anos, apenas duas atrizes não se divorciaram após ganhar o Oscar. E logo após o prêmio deste ano, o marido da vencedora, Sandra Bullock, foi pego tendo um caso extraconjugal.

Tem gente que mata (e se mata) por amor. Mas a maioria das pessoas supera as dores emocionais da separação. Um estudo feito pela Universidade Northwestern mostrou que terminar uma relação não é tão ruim quanto pensamos que vai ser - geralmente leva metade do tempo que achamos. Isso acontece porque a mente tende a voltar a seu estado inicial: cientistas da Universidade de Massachusetts provaram que, após um ano, as pessoas que ganham na loteria apresentam os mesmos níveis de felicidade que as que se tornam tetraplégicas. Ambas voltam aos níveis de felicidade que tinham antes do fato extraordinário. E a melhor coisa para curar um coração partido é começar outro relacionamento. Disso você já sabe. Releia a primeira reportagem desta série, levante a cabeça, sacuda a poeira, vá à luta. Se não há bem que não se acabe, também não há mal que sempre dure. Força na peruca!

CERCADOS POR DARWIN
O adultério ajudou na evolução da espécie: é um plano B da natureza para que homens e mulheres possam buscar estratégias evolutivas diferentes.

DE SOLA
Após estudar 144 homens e mulheres recém-separados, a Universidade do Colorado comprovou: quem leva o pé na bunda sofre mais. O curioso é que a pessoa sofre mesmo se já estivesse infeliz na relação - e pode até se reapaixonar por quem a chutou.

A VIDA CONTINUA
Num estudo da North-Western, que acompanhou a vida amorosa de 70 universitários, a recuperação pós-rompimento levou em média 10 semanas - metade do tempo que os recém-separados esperavam.


Para saber mais

Por Que Amamos
Helen Fisher, Editora Record, 2004.

A Paixão Perigosa
David M. Buss, Objetiva, 2000.

Splendors and Miseries of the Brain
Semir Zeki, Wiley-Blackwell 2008.
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O AMOR - O MEIO


Amor - O Meio
Morar junto. Casamento. Filhos. Tudo isso é muito bom - faz vocês ficarem mais ricos e viverem mais. Sim, a paixão vai diminuir. Mas isso não é o fim.
por Jeanne Callegari


Amor - O Início

Parabéns. Você encontrou sua cara-metade, namorou, começou uma relação estável. Vocês moram juntos, saem juntos, fazem tudo juntos - suas personalidades estão grudadas, e é até difícil saber onde uma começa e a outra termina (como as colunas desta página, que representam a união absoluta, as das páginas anteriores, que representam a conexão entre duas pessoas, e as das próximas páginas, cujo significado você vai ver daqui a pouco). Uma situação extremamente rara: entre os mamíferos, apenas 3% das espécies são monogâmicas. Por que estamos entre elas? Há 3 milhões de anos, nossos ancestrais desceram das árvores e começaram a andar eretos. Um pequeno passo para o hominídeo, um grande salto para a humanidade e uma complicação danada para as fêmeas - que não conseguiam mais carregar os filhotes nas costas, como fazem os chimpanzés. Como não tinha jeito de colher raízes e se defender de leões e ao mesmo tempo segurar bebês nos braços, elas passaram a precisar da proteção e do sustento masculino. Para o homem, seria muito dispendioso alimentar e defender mais de uma mulher. Pronto: monogamia. Além disso, com o tempo, o cérebro humano foi ficando maior. E aí as mulheres passaram a ter dificuldades para dar à luz bebês tão cabeçudos por seu canal de parto estreito. A pélvis não podia crescer, ou os humanos não conseguiriam mais andar eretos. Algumas mulheres conseguiram parir filhotes mais imaturos, garantindo a continuidade da espécie. Mas significa que os bebês passaram a nascer ainda mais indefesos (um humano leva 18 anos para ficar adulto, 8 a mais que um filhote de chimpanzé) e dependentes da mãe. Aí, a natureza veio em socorro das mulheres estafadas. Criou o terceiro mecanismo cerebral do amor - o da ligação e do companheirismo. É um amor profundo, que deixa as pessoas calmas e seguras. Foi ele que possibilitou a criação das famílias - e fez nossa espécie chegar aonde chegou. E tem várias vantagens biológicas, como estender a vida do homem em 7 anos e a da mulher em 2 (ele porque passa a se alimentar melhor, e ela porque fica mais rica ao incorporar a renda do marido). Em suma: a rotina conjugal é boa. Mas tem uma consequência ruim - faz a testosterona despencar. Foi essa a conclusão de um estudo da Universidade Harvard, que analisou os níveis hormonais de 58 homens. Sem testosterona, os casais vão perdendo a vontade de sexo. E é aí que os problemas começam. Sem o mesmo encantamento de quando estavam apaixonadas, as pessoas ficam menos tolerantes, e começam a ver o outro como ele realmente é.
SILÊNCIO HORMONAL
Após o nascimento do primeiro filho, o nível de testosterona no homem cai até 33%. E atividades como brincar com a criança ou abraçar a mulher fazem com que caia ainda mais. É um mecanismo criado pela evolução para que o macho sossegue - e ajude a criar o filhote.



E aqueles casais que estão juntos há décadas e ainda se dizem apaixonados? Cientistas dos EUA monitoraram o cérebro de pessoas nessa situação e constataram que as áreas do cérebro relacionadas à paixão e ao romance realmente se acendiam quando elas pensavam na pessoa amada. A paixão pode, sim, durar para sempre. Mas isso só acontece com algumas pessoas - e ninguém sabe por quê. O fato é que, para a maioria, a paixão diminui com o tempo. E isso faz sentido. Seria difícil cuidar dos filhos e tocar a vida atordoado por aquela intensidade do início de romance. Mas como fazer a relação dar certo? Existem as recomendações que você já conhece (ter bom humor, não brigar por bobagens etc.). Tudo isso funciona. Mas só se você adotar a postura correta - que nem sempre é a mais óbvia. Um estudo da Universidade da Califórnia revelou que na Índia, onde 95% dos casamentos são arranjados, os casais têm níveis mais altos de satisfação e amor do que no Ocidente. É porque começam a relação sem esperar grande coisa: o amor nasce pequeno e cresce com o tempo. Aqui, ao contrário, jogamos toda a esperança do mundo nos ombros da pessoa amada, e o amor inevitavelmente vai diminuindo. O certo é não alimentar expectativas. Também tenha o hábito de ficar um pouco longe da outra pessoa, pois isso atiça o sistema de recompensa do cérebro. "A expectativa da recompensa é quase mais prazerosa que a recompensa em si", afirma o neurologista Semir Zeki. E tome cuidado com o excesso de familiaridade. Um estudo feito nos anos 70 com crianças israelenses criadas juntas num kibutz constatou que os meninos e as meninas se tornaram grandes amigos depois de adultos. Mas nenhum deles se casou: foi impossível sentir desejo por alguém tão familiar. O desejo está no que é novo. Falando nisso, não se acanhe. "A pornografia aumenta os níveis de testosterona", afirma a antropóloga Helen Fisher. Ela recomenda que os homens acessem sites eróticos. Seja como for, não se acomode. A evolução percorreu milhões de anos para que vocês pudessem estar juntos. Aproveite a felicidade a dois - que, segundo um estudo feito na Inglaterra, tem o auge aos 2 anos e 11 meses de relacionamento. A cizânia começa na próxima página.

O AMOR


Amor - O Início
Você perde o sono, a fome, sobe às nuvens e sente a vida virar de ponta-cabeça. Mas o que, afinal, faz com que uma pessoa se apaixone por outra?
por Jeanne Callegari




"Quer viver um grande amor? Pergunte-me como." Parece uma promessa de charlatão - afinal, não existe nada mais imprevisível que a paixão, certo? Milhões de palavras foram gastas, ao longo dos séculos, para descrever os mistérios dela. Do matemático Blaise Pascal ("o coração tem razões que a própria razão desconhece") ao físico Albert Einstein ("como a ciência poderia explicar um fenômeno tão importante como o amor?"), todas as maiores mentes da humanidade se declararam impotentes frente aos mistérios e caprichos da paixão. Elas estavam erradas. A ciência está começando a descobrir que existe, sim, lógica no amor. E, quem sabe, até uma fórmula. Matemáticos da Universidade de Genebra estudaram 1 074 casamentos, analisando diversas características dos cônjuges, e chegaram a uma fórmula do que seria o par ideal - com maior taxa de felicidade e menor risco de separação. A mulher deve ser 5 anos mais jovem e 27% mais inteligente do que o homem (o ideal é que ela tenha um diploma universitário, e ele não). E é preciso experimentar bastante antes de decidir: uma análise feita pelos estatísticos John Gilbert e Frederick Mosteller, da Universidade Harvard, apontou que, se você se relacionar com 100 pessoas durante a vida, suas chances de encontrar o par ideal só chegam ao auge na 38ª relação. Faça tudo isso e você será premiado com 57% mais chance de ser feliz. Mas, se você achou essas condições meio sem sentido, ou no mínimo difíceis de seguir, acertou. As conclusões são puramente estatísticas, ou seja, projetam um cenário ideal e não levam em conta as decisões que as pessoas realmente tomam: praticamente todos os casais estudados pelos cientistas suíços (para ser mais exato, 99,81%) não viviam seguindo à risca a fórmula. Afinal, as pessoas não são equações. São uma pilha de neurotransmissores, hormônios - e experiências.

Imagine que você está numa festa. Muita gente interessante, troca de olhares, azaração. Na dança do acasalamento humano, os homens dão mais valor à beleza e à juventude - e as mulheres estão mais preocupadas com o nível socioeconômico do parceiro (sim, isso inclui dinheiro). Você provavelmente já sabe disso. É universal. "Num levantamento que fizemos com 10 mil pessoas, em 37 países, essas diferenças sempre se mantiveram - independentemente de local, habitat, sistema cultural ou tipo de casamento", afirma o psicólogo evolutivo David Buss, da Universidade do Texas, em seu livro A Evolução do Desejo. O que você não sabe é que essa diferença não é um clichê sexista - tem uma explicação cerebral. Quando o homem olha uma foto de sua mulher ou namorada, sua atividade cerebral se concentra nas áreas de processamento visual - como a área fusiforme, que processa as imagens de rostos. Já quando a mulher vê o homem, aciona circuitos relacionados a memória, atenção e motivação - como o corpo do núcleo caudato e do septo. Conclusão: para as mulheres, a beleza realmente não é o principal.

Ela é importante. Mas não é um objetivo em si; é um instrumento que a mulher usa para descobrir mais sobre o homem. Um estudo da Universidade de Michigan comprovou que, quando estão cogitando ficar ou ter um caso passageiro, as mulheres costumam preferir homens de traços bem marcados, masculinos. Mas, na hora de pensar numa relação séria, optam pelos que têm traços mais delicados. Isso acontece porque os homens de traços duros costumam ser saudáveis e passar genes de boa qualidade para os descendentes - e por isso são considerados instintivamente atraentes pela mulher. Mas eles também geralmente têm mais testosterona - hormônio que aumenta a propensão à violência e à infidelidade.

OS SEMELHANTES SE ATRAEM
Em 68% dos relacionamentos sérios (e 53% dos passageiros), as pessoas são apresentadas por um conhecido. Cerca de 60% dos romances surgem em ambientes semiprivados, como escola, trabalho ou uma festa - lugares onde a afinidade entre as pessoas é naturalmente maior. Só 10% dos romances se originam em bares e baladas.

COISA DE PELE
Homens e mulheres preferem o odor de pessoas cujo sistema imunológico seja complementar ao deles (o que ajuda a gerar descendentes saudáveis). Mas cuidado com a pílula anticoncepcional: ela pode distorcer essa comunicação olfativa, fazendo a mulher perder a capacidade de reconhecer o que a atrai.

PAIXÃO = AVENTURA
Quer fazer o romance engatar? Procure fazer coisas novas e/ou excitantes junto com a outra pessoa - como viajar ou andar de montanha- russa. É sério. Esse tipo de atividade eleva o nível de dopamina no cérebro, ativando os mecanismos relacionados à paixão.


Ou seja: os machões não são bons pares. E parecem estar saindo de moda. Pesquisadores da Universidade de Stirling, na Escócia, apresentaram uma série de fotos de homens para 4 791 mulheres de 30 países, entre eles o Brasil. E descobriram o seguinte: quanto melhor o sistema de saúde de um país, mais as mulheres preferem homens com traços femininos. Isso acontece porque, existindo menos doenças, as mulheres não dependem tanto de genes superfortes (presentes nos machões) para gerar descendentes saudáveis. E passam a preferir homens com rosto delicado. Mas o Brasil, caso você esteja se perguntando, ficou em último lugar no estudo - nossas mulheres, junto com as mexicanas, são as que mais preferem homens com cara de machão (Bélgica e Suécia, por outro lado, são o paraíso para os homens delicados). "Homens muito atraentes costumam ir atrás da estratégia de reprodução mais conveniente para eles: as relações de curto prazo. Já os mais femininos tendem a ser melhores provedores", afirmou a psicóloga Lise DeBruine, autora do estudo, ao jornal inglês Guardian.

Seja como for, um pouquinho de feiúra pode até ajudar o homem. Um estudo feito em 2008 pela Universidade do Tennessee avaliou 82 casais e descobriu que, quando a mulher é linda e o homem apenas razoável, o casal se comporta de forma mais positiva, com mais harmonia e companheirismo. A tese é que, como o homem está recebendo algo que valoriza muito, a beleza, ele dá duro para manter o relacionamento - o que acaba melhorando seu convívio com a mulher.

CHEGUE MAIS PERTO
Vocês se olharam, se interessaram, alguém tomou a iniciativa de ir falar com o outro. Antes mesmo de abrirem a boca, seus corpos já começaram a se comunicar. Sabe quando as pessoas dizem que "bateu uma coisa de pele"? Isso realmente existe. E tem fundamento científico. Preferimos pessoas cujo sistema imunológico seja complementar ao nosso, com quem possamos gerar descendentes geneticamente mais variados, com maior capacidade de resistir a doenças. E, como ninguém tem placa na testa dizendo qual tipo de sistema imunológico tem, o jeito que o corpo inventou de perceber e comunicar isso foi o cheiro.

Ok, o cheiro combinou e vocês partiram para a conversa - que pode ou não dar certo. O que precisa acontecer para que ela não acabe num silêncio constrangedor depois de 10 minutos? Sua história pessoal, os valores da família, da comunidade, as relações que já viveu, tudo isso ajuda a moldar o que você espera das pessoas - principalmente aquelas com as quais pretende ter algum tipo de relacionamento amoroso. "Enquanto crescemos, vamos criando um conceito da pessoa por quem iremos nos apaixonar, baseado nos exemplos que encontramos por aí. E os parceiros que encontramos podem corresponder a essa expectativa ou não", explica Semir Zeki, neurologista da University College London e autor de estudos sobre o cérebro das pessoas apaixonadas. Existem muitos testes que ajudam a descobrir qual é o seu tipo de personalidade e saber quais outros combinam com ele (em super.abril.com.br/revista/teste-do-amor você encontra um teste baseado nas conclusões da americana Helen Fisher, antropóloga da Universidade Rutgers e uma das maiores especialistas do mundo nas relações entre amor e cérebro).

Mas o que vai acontecer daqui para a frente no relacionamento tem mais a ver com a dança de hormônios dentro da sua cabeça. Ou você já viu alguém tomar racionalmente a decisão de se apaixonar? A natureza criou 3 mecanismos cerebrais que controlam o amor nos seres humanos: luxúria, paixão/romance e ligação. O mecanismo da luxúria (desejo sexual) está ligado à quantidade do hormônio testosterona - tanto em homens quanto em mulheres. Já o impulso da paixão e do romance é alimentado pela dopamina. E o terceiro sistema, da ligação e do companheirismo, é alimentado pela ocitocina (na mulher) e pela vasopressina (no homem). Os 3 sistemas são independentes. Ou seja: uma mulher pode amar o marido, estar apaixonada pelo vizinho e sentir atração pelo Johnny Depp, tudo ao mesmo tempo. Uma confusão só. "É como se houvesse uma reunião de comitê na sua cabeça", brinca Helen Fisher. E, para complicar ainda mais as coisas, esses sistemas interferem uns com os outros. Uma coisa leva a outra, principalmente quando as pessoas vão para a cama. O sexo pode aumentar os níveis de dopamina - que provoca paixão e romance. E o orgasmo provoca a descarga de ocitocina e vasopressina - os hormônios da ligação. É por isso que, biologicamente, não existe sexo 100% sem compromisso. Você sempre corre o risco de acabar se apaixonando por alguém com quem não tinha intenção de se envolver.

E assim foi para vocês. A noite foi incrível, e parece que a paixão está começando a rolar. Como ter certeza? É fácil. Você vai ficar meio aéreo, passar a comer e dormir menos e ficar horas e horas pensando na pessoa amada - um comportamento compulsivo, similar ao dos viciados em drogas. É isso mesmo: o neurotransmissor da paixão, a dopamina, é o mesmo envolvido nos casos de dependência química. E mexe com uma parte muito profunda do cérebro: o núcleo accumbens, que controla o sistema de recompensa - mecanismo que faz o indivíduo buscar coisas prazerosas (como comida, sexo ou amor). Ele tem uma influência incrivelmente forte sobre nós. "O sistema de recompensa avisa o cérebro sempre que uma coisa boa está para acontecer. Ficamos altamente motivados, antecipando o prazer que virá", diz Suzana Herculano-Houzel, neurologista da UFRJ e autora do livro Sexo, Drogas, Rock`n`roll... & Chocolate - O Cérebro e os Prazeres da Vida Cotidiana.

A partir de agora, sua felicidade depende da outra pessoa. Se ela telefona ou manda um e-mail, você vai ao paraíso. Quando ela some, você vive uma agonia lenta, desesperada. Se você está sentindo tudo isso, comemore. Está apaixonado.

Injeção feita de vírus pode ajudar no tratamento de câncer, diz estudo

Um vírus inofensivo encontrado nos sistemas respiratório e gástrico pode ser uma nova arma para auxiliar os tratamentos por radioterapia mesmo em cânceres em estágio avançado, segundo indica um estudo de pesquisadores britânicos.

Segundo a pesquisa, publicada na última edição da revista especializada Clinical Cancer Research, os tumores tratados com o reovírus em conjunção com radioterapia pararam de crescer ou diminuíram de tamanho em todos os casos analisados.

Os 23 pacientes estudados tinham tumores de diferentes tipos, incluindo cânceres de pulmão, intestino, ovário e pele.

Todos eles tinham parado de responder positivamente aos tratamentos tradicionais, mas ainda eram capazes de ter um alívio para a dor com o tratamento por radioterapia.

Durante o estudo, eles receberam entre duas e seis injeções com doses crescentes da droga Reolysin, produzida com partículas do reovírus, para acompanhar a radioterapia.

Segurança

O principal objetivo do estudo era testar a segurança do tratamento, mas os pesquisadores também mediram o comportamento dos tumores de 14 dos pacientes.

Segundo os pesquisadores, os tumores de todos eles pararam de crescer ou diminuíram com o tratamento.

Entre os pacientes que receberam doses baixas de radioterapia, dois tiveram os tumores reduzidos e cinco pararam de crescer. Entre os que receberam doses altas, cinco tiveram os tumores reduzidos e os demais viram a interrupção do avanço da doença.

Um paciente tinha um grande tumor na glândula salivar que diminuiu de tamanho o suficiente para ser retirado cirurgicamente.

Outro paciente com uma forma agressiva de câncer de pele que havia sido considerado próximo à morte permanecia vivo 17 meses após o início do tratamento alternativo.

Segundo os pesquisadores, os efeitos colaterais do tratamento foram leves e típicos de pacientes que recebem tratamento por radioterapia sozinho.

“A ausência de qualquer efeito colateral significativo neste estudo é extremamente tranquilizadora sobre testes futuros em pacientes que recebam tratamento por radioterapia com o objetivo de curar seu câncer”, afirma o coordenador do estudo, Kevin Harrington, do Instituto de Pesquisas sobre Câncer, de Londres.

2 de jun. de 2010

Exame pioneiro detecta vestígios de consciência em mulher em coma há 5 anos


Um exame de ressonância magnética pioneiro, realizado no hospital de Addenbrooke, em Cambridge, no Reino Unido, indicou que pacientes em estágios avançados de coma podem ter consciência sobre o ambiente ao seu redor.

A paciente Christine Simpson, de 58 anos, mãe de dois filhos, que sofreu um grave acidente vascular cerebral há cinco anos, foi uma das primeiras a experimentar a técnica, batizada de Ressonância Magnética Funcional, como parte de um estudo maior.

O marido de Simpson, Colin, viu na oportunidade uma forma de provar que Christine tem consciência e é capaz de mover os olhos para cima e para baixo para responder sim e não, embora os médicos que acompanhem o caso afirmem que isso não é possível.

"Estes médicos de Cambridge parecem perceber o que se passa com pessoas como Christine - eles acreditam", afirmou Colin Simpson à BBC, acrescentando que pessoas como ela precisam ser capazes de comunicar desejos, compreensões e pensamentos.

Respostas

Ao todo, 54 pessoas em coma ou com lesões cerebrais graves foram examinadas por especialistas do Conselho para Pesquisa Médica de Cambridge e por estudiosos da Bélgica.

Os médicos pediram aos pacientes para que imaginassem jogar tênis – o que ativa determinada parte do cérebro – ou andar e dirigir, que utiliza outra parte.

Dessa forma, os médicos podem interpretar os exames como respostas "sim" ou "não" às suas perguntas.

Cinco dos pacientes foram capazes de modular a sua atividade cerebral de forma perceptível aos aparelhos, dessa forma, sendo interpretados como respostas pelos médicos.

Para Christine Simpson, pediram que ela respondesse várias perguntas e que se imaginasse caminhando pela casa.

"Ela não conseguiu fazer a parte do tênis, mas o fato de ter respondido às outras ordens prova o que sabíamos, que ela está consciente do que está acontecendo", disse o marido.

No entanto, os resultados não são unanimidade na comunidade médica.

'Cuidado'

O neurologista Richard Burton, do hospital de Mount Zion, em San Francisco, questionou a natureza da suposta consciência verificada nos testes.

Para ele, é preciso cuidado para não interpretar demais os resultados, já que se sabe pouco sobre os processos de pensamento registrados, se é que eles realmente estariam ocorrendo.

"Se você analisar exames como estes, pode dizer que áreas estão ativas, mas não saberá se isso corresponde à ação de falar com os pacientes", disse Burton.

O médico também ressalta o dilema emocional para famílias, já que para muitos é mais fácil se acostumar com a ideia de que uma pessoa amada está totalmente inconsciente.

Para ele, se for aberta a possibilidade de que existe consciência nesses pacientes, muitos podem se desesperar pensando que eles vivem em uma prisão.

"Essa é a pior possibilidade possível já que cada parente tem uma concepção diferente do que deveria acontecer."

Christine Simpson, por exemplo, hoje vive em um asilo, já que precisa de atendimento 24 horas por dia. O marido a visita e a leva para casa nos fins de semana.

5 grandes mistérios da medicina que a ciência ainda não sabe responder



Por que só metade das fertilizações in vitro resulta em gravidez?
Para a tristeza daqueles que querem ter filhos, ninguém faz a menor idéia. Na fertilização in vitro (FIV), o médico estimula a ovulação múltipla na mulher (ela libera vários óvulos em vez de apenas um), induz o amadurecimento dessas células, colhe as melhores e injeta nelas o sêmen do marido. Depois disso, verifica quantos óvulos foram fertilizados, acompanha o seu desenvolvimento por um tempo em laboratório e transfere para o útero até quatro dos embriões então formados. Parece garantido, mas a taxa de gravidez é de apenas 50%. Segundo o especialista em fertilidade Selmo Geber, diretor da Rede Latino-Americana de Reprodução Assistida, o problema – e o enigma – está no momento em que os embriões “grudam” na parede do útero. Isso só acontece em metade das mulheres, quando deveria ocorrer com todas elas.


O pensamento positivo é capaz de curar?
Vários estudos sugerem que, como disse a médica Laura Kubzansky, da Universidade de Harvard, “o otimismo é protetor e o pessimismo é prejudicial”.Uma pequisa da Universidade de Pittsburgh (EUA) até já concluiu que mulheres otimistas tinham um risco 9% menor de ter problemas cardíacos e 14% menor de morrer por causas relacionadas à idade (todas tinham mais de 50 anos). Outro estudo israelense revelou que mulheres passando por problemas familiares graves tinham maior risco de desenvolver câncer de mama. Contudo, ninguém sabe explicar ainda como isso acontece nem precisar quais são os mecanismos envolvidos aí.


Qual a origem do autismo?
O transtorno que faz com que a pessoa tenha dificuldades em se comunicar, estabelecer relacionamentos e interagir com o mundo ao redor é cercado de mistérios e especulações. Tanto é que alguns especialistas acreditam que não se trata de uma doença só, mas sim de várias. Embora haja alguma evidência de que a origem do autismo seja, pelo menos em parte, genética, existem outras que atestam uma ligação com infecções virais e com a fenilcetonúria (uma doença genética, causada pela falta da enzima fenilalanina hidroxilase). Qual o verdadeiro culpado? Ninguém sabe. Também ainda não foi possível explicar por que o autismo é mais comum em pessoas do sexo masculino.




O que provoca a esquizofrenia?
A doença atinge 1% da população mundial, mas ainda não se conseguiu descobrir sua causa ou cura. Os esquizofrênicos costumam ter alucinações e delírios quando estão em crise e, no dia a dia, podem ter problemas de memória, ansiedade e depressão. Estudos indicam que as alterações no sistema nervoso do doente têm origem genética e já começam antes do nascimento. A pessoa teria, então, um desenvolvimento cerebral anormal ao longo do crescimento, que geraria desequilíbrios na produção de substâncias reguladoras dos processos cerebrais. Mas o psiquiatra Jaime Hallak, da Faculdade de Medicina da USP, afirma: “Mesmo conhecendo o padrão genético, não sabemos quais genes atuam na esquizofrenia”.


Como se explica a doença que faz com que as pessoas achem que clones tomaram o lugar de um parente ou cônjuge?
Sim, essa é uma doença real: mais de 400 vítimas da chamada síndrome de Capgras, entre 1958 e 2004, passaram a acreditar que o pai, filho, marido ou qualquer outro indivíduo bem próximo foi substituído por um clone. Para elas, a pessoa que está ali na sua casa é um impostor. O motivo dessa reação bizarra é um mistério. Enquanto uma pesquisa nos anos 80 mostrou que os portadores da síndrome apresentavam um reconhecimento emocional, mas não consciente da pessoa “clonada”, um outro estudo nos anos 90 mostrou o oposto. Além disso, algumas pesquisas mostravam que o problema estava relacionado à imagem da pessoa – mas a síndrome também acomete indivíduos cegos! Ninguém sabe também por que as mulheres são as principais vítimas da doença, nem por que o “impostor” é, na maioria das vezes, o marido (coitado!). O tratamento é feito com terapias psicológicas e medicamentos antipsicóticos, mas não é de eficácia comprovada.


Esses e muitos outros mistérios (incluindo outras doenças bizarras, como a alergia à água e a síndrome dos que juram estar mortos) estão no especial da Superinteressante “Os maiores mistérios da medicina – Perguntas que a ciência ainda não sabe responder”.

31 de mai. de 2010

Sucessões ecológicas

01. Em relação ao desenvolvimento de uma comunidade conceitue:

a) ação

b) reação

c) coação

RESOLUÇÃO: a) Biótopo – ação reação – Biocenose – coação – biocenose.

02. No desenvolvimento de uma comunidade o que significa ecesis? O que são seres?

RESOLUÇÃO: ECESIS – comunidade pioneira

SERES – comunidades de transição

03. Que relação existe entre as atividades autotróficas e heterotróficas nos estágios iniciais e climácicos de uma sucessão?

RESOLUÇÃO: Iniciais: autotrófica maior do que a heterotrófica

Climácicos: autotrófica é igual à heterotrófica.

04. O que são sucessões destrutivas?

RESOLUÇÃO:Provocam a distribuição do biótopo e nunca atingem ao clímax.

05. (FUVEST) Um grande rochedo nu começa a ser colonizado por seres vivos. Os primeiros organismos a se instalarem são:

a) gramíneas

b) liquens

c) fungos

d) briófitas

e) pteridófitas

Resposta: B

06. Com relação ao número de nichos ecológicos (I) e à taxa de respiração (II), numa sucessão ecológica é correto afirmar que:

a) I aumenta e II diminui

b) I diminui e II aumenta

c) I aumenta e II permanece constante

d) ambos aumentam

e) ambos diminuem

RESPOSTA: D

07. Os organismos pioneiros na sucessão que ocorre em uma infusão são:

a) amebas

b) bactérias

c) crustáceos

d) flagelados

e) paramécios

RESPOSTA: D

08. No processo de sucessão de um ecossistema há comumente:

a) aumento da eficiência no uso da energia e minerais do ambiente;

b) diminuição da eficiência no uso de energia e minerais do ambiente;

c) diminuição de eficiência no uso da energia e aumento da eficiência no uso de minerais do ambiente;

d) aumento da eficiência no uso da energia e aumento da eficiência no uso de minerais do ambiente;

e) manutenção do mesmo padrão de eficiência no uso de minerais e energia do ambiente.

RESPOSTA: A

09. Considere dois ecossistemas fluviais, ambos em estágio inicial de sucessão, sendo um deles (I) altamente poluído por detritos orgânicos biodegradáveis e o outro (II) totalmente livre de qualquer tipo de poluição. A relação P/R (P = produção primária bruta e R = respiração) da comunidade é, provavelmente:

a) igual a 1 em ambos os ecossistemas;

b) menor que 1 em ambos os ecossistemas;

c) maior que 1 em ambos os ecossistemas;

d) menor e maior que 1 em (I) e (II), respectivamente;

e) maior e menor que 1 em (I) e (II), respectivamente.

RESPOSTA: D

10. (UNESP) Considere as afirmativas:

1. Sucessão ecológica é o nome que se dá ao processo de transformações graduais na constituição das

comunidades de organismos.

2. Quando se atinge um estágio de estabilidade em uma sucessão, a comunidade correspondente é a

comunidade clímax.

3. Numa sucessão ecológica, a diversidade de espécies aumenta inicialmente, atingindo o ponto mais alto

no clímax estabilizando-se então.

4. Numa sucessão ecológica ocorre aumento de biomassa.

Assinale:

a) se todas as afirmativas estiverem incorretas;

b) se todas as afirmativas estiverem corretas;

c) se somente as afirmativas 1 e 4 estiverem corretas;

d) se somente as afirmativas 1 e 4 estiverem incorretas;

e) se somente a afirmativa 4 estiver correta.

RESPOSTA: B

ciclos biogeoquimicos

01. (USP) No ciclo do carbono em ambientes aquáticos, esquematizado abaixo:

A etapa A representa a respiração

A etapa B representa a fotossíntese

O fitoplâncton realiza A e B

a) o zooplâncton é responsável pela etapa A

b) o fitoplâncton participa apenas na etapa A

c) o fitoplâncton participa apenas na etapa B

d) o zooplâncton participa das etapas A e B

e) o fitoplâncton participa das etapas A e B

Resposta: E

02. O que é plâncton?

ResOLUÇÃO: Conjunto de seres que vivem em suspensão e são transportados pelas correntes marinhas.

03. (USP) A quantidade de nitrogênio atmosférico, fixada industrialmente, vem dobrando a cada 6 anos. As atuais culturas de leguminosas fixam, anualmente, mais nitrogênio (cerca de 10% que todos os processos naturais somados). O crescimento da população humana e das populações de animais domésticos aumenta a quantidade de excretas nitrogenados.

Esta interferência do homem no ciclo do nitrogênio:

a) poderá causar um desequilíbrio entre a fixação desse elemento e a desnitrificação, que só é feita por certas bactérias anaeróbicas;

b) poderá ser contrabalançada por técnicas que aumentam o teor de oxigênio no solo, favorecendo a ação das bactérias desnitrificantes;

c) não alterará em nada o equilíbrio entre reações que levam à fixação de nitrogênio e às reações de desnitrificação, uma vez que elas obedecem a uma seqüência cíclica;

d) não alterará em nada o ciclo, mas levará a um melhor rendimento dos compostos nitrogenados;

e) não alterará em nada o ciclo, mas deslocará seu equilíbrio para um outro ponto.

Resposta: A

04. O que fazem as bactérias desnitrificantes?

ResOLUÇÃO: Convertem nitratos ou compostos amoniacais em nitrogênio molecular (N2).

05. (SÃO LEOPOLDO) Assinale a alternativa incorreta:

a) os consumidores são heterótrofos

b) os heterótrofos dependem dos autótrofos

c) os decompositores decompõem a matéria orgânica

d) todos os vegetais são autótrofos, produtores

e) os herbívoros são heterótrofos

Resposta: D

06. No ciclo da água, abaixo esquematizado, indique quais são os fenômenos fisiológicos representados pelos

algarismos romanos.

RESOLUÇÃO: I e II = respiração e transpiração; III = nutrição; IV = absorção; V = egestão e excreção.

07. Cite os principais processos responsáveis pela perda de água nos animais.

RESOLUÇÃO: Respiração, transpiração, excreção e egestão.

08. O ciclo da água pode ocorrer na ausência dos seres vivos? Justifique.

RESOLUÇÃO: Sim, através do ciclo curto: evaporação, condensação e precipitação.

09. (UF - Uberlândia) Todos os seres vivos participam de alguma forma do ciclo da água na natureza porque consomem água do meio abiótico e liberam-na em decorrência do seu metabolismo vital. Assinale:

a) se a afirmação e a razão estiverem corretas;

b) se a afirmação estiver correta e a razão incorreta;

c) se a afirmação estiver incorreta e a razão correta;

d) se a afirmação e a razão estiverem incorretas;

e) se a afirmação e a razão estiverem corretas, mas a razão não justificar a afirmação.

Resposta: A

10. No esquema anexo, que representa o ciclo do carbono na natureza, identifique os fenômenos numerados

de 1 a 5.

RESOLUÇÃO: 1 = fotossíntese; 2 = combustão; 3, 4 e 5 = respiração.

26 de mai. de 2010

Cientistas criam mosquito transgênico para conter dengue


Pesquisadores americanos e britânicos estão criando um tipo de mosquito transgênico em um esforço para conter a propagação da dengue.

O vírus que provoca a dengue se propaga através da picada da fêmea do mosquito Aedes Aegypti e não há vacina para a doença.

Segundo especialistas, a dengue afeta até 100 milhões de pessoas por ano e ameaça mais de um terço da população mundial.

Cientistas esperam que os machos transgênicos que estão criando cruzem com fêmeas para produzir outras fêmeas que herdem um gene que limita o crescimento das asas.

Essas fêmeas têm sua capacidade de voar limitada, o que resultaria na supressão da população do mosquito.

O estudo foi publicado em Proceedings of the National Academy of Sciences.

Malária

Os pesquisadores dizem que seu trabalho oferece uma alternativa segura e eficiente a inseticidas e pode ser usado para impedir a propagação de outras doenças através de mosquitos, como a malária.

Anthony James, da Universidade de Califórnia - Irvine, disse: "Os atuais métodos de controle não são eficazes o suficiente, e são urgentemente necessários novos (métodos)."

"O controle do mosquito que transmite o vírus pode reduzir significativamente a (…) mortalidade humana."

O chefe da pesquisa, Luke Alphey, da Universidade de Oxford, na Grã-Bretanha, e proprietário de uma companhia de ciência aplicada, Oxitech Ltd, disse que a abordagem científica tem um foco bem específico. "A tecnologia é totalmente específica para uma espécie, já que os machos liberados vão cruzar só com fêmeas da mesma espécie."

"Uma outra característica atraente deste método é que (…) todas as pessoas em áreas tratadas estarão igualmente protegidas, independente de suas posses, poder ou grau de instrução."

Hilary Ranson, da Faculdade de Higiene e Medicina Tropical de Liverpool, na Grã-Bretanha, disse que este trabalho científico é um grande avanço.

"Será um desafio logístico produzir e liberar um número suficiente de mosquitos machos e não vai ser barato. Mas pode ser realizado com os recursos adequados."

Ranson disse que a dengue é uma doença ideal para ser combatida dessa maneira porque é propagada por apenas algumas poucas espécies de mosquito. Segundo a acadêmica, seria mais difícil usar técnica semelhante no combate à malária por causa da variedade de mosquitos portadores.

Técnica genética pode 'corrigir' doenças hereditárias, diz estudo

Cientistas americanos desenvolveram um método experimental que, no futuro, pode fazer com que mulheres portadoras de algumas desordens genéticas não transfiram estes problemas aos filhos.

O estudo, conduzido por pesquisadores da Oregon Health and Science University, foi publicado nesta quarta-feira no site da revista científica Nature e deve sair na edição impressa da publicação nas próximas semanas.

Segundo os cientistas, o novo método, que por enquanto só foi testado em macacos, poderá fazer com que mulheres com desordens genéticas não transfiram estes problemas aos seus filhos por meio do DNA de suas mitocôndrias.

As mitocôndrias são estruturas encontradas nas células e que são responsáveis pela produção de energia e pelo metabolismo celular. Estas estruturas também possuem seu próprio material genético.

Quando o óvulo de uma mulher é fertilizado pelo espermatozoide durante a reprodução, o embrião herda quase que exclusivamente a mitocôndria da mãe, o que faz com que qualquer desordem que ela possua em seu DNA mitocondrial seja transferida para o filho.

Solução

Para tentar solucionar este problema, os cientistas, que trabalhavam com macacos rhesus, conseguiram transferir cromossomos da mãe para um óvulo doado que teve seus cromossomos retirados, mas que tinha a mitocôndria saudável.

Dessa forma, eles conseguiram fazer com que o óvulo pudesse gerar bebês saudáveis, que não herdaram o problema genético da mãe.

O experimento deu origem a dois filhotes de macacos gêmeos que foram batizados de Mito e Tracker.

“Atualmente, são conhecidas 150 doenças causadas por mutações no DNA mitocondrial, e aproximadamente uma em cada 200 crianças nascem com mutações nas mitocôndrias”, diz Shoukhrat Mitalipov, um dos autores do estudo.

Entre as doenças que poderiam ser evitadas com a técnica estão algumas formas de câncer, diabetes, infertilidade e doenças neurodegenerativas.

O método, no entanto, pode gerar polêmicas éticas se aplicado em humanos, já que o embrião herda parte do material genético da fêmea que doa o óvulo.

Falhas anteriores

Pesquisas anteriores haviam tentado corrigir estas alterações genéticas que podem causar doenças ao adicionar mitocôndrias saudáveis doadas nos óvulos de pacientes que queriam ter filhos.

Estas tentativas, no entanto, resultaram no nascimento de bebês não saudáveis, provavelmente porque a mitocôndria é tão delicada que foi danificada ao ser transportada de um óvulo para outro.

Como resultado, este tipo de tratamento foi proibido nos Estados Unidos.

Segundo os cientistas, o novo método, em que o DNA da mãe foi transplantado para outro óvulo que teve o DNA retirado, mas uma mitocôndria saudável, pode ser a solução deste problema.

Para Shoukhrat Mitalipov, a nova tecnologia está pronta para ser testada em humanos.

“Os testes em humanos podem começar em breve, talvez dentro de dois ou três anos”, disse.

Alguns grupos, no entanto, expressaram preocupação de que este método possa envolver modificações genéticas que podem ser transferidas por diversas gerações.

“O fato de os efeitos deste tratamento poderem persistir por gerações faz com que debates médicos sejam necessários, assim como mais testes”, diz Helen Wallace, do grupo GeneWatch, uma ONG que estuda os riscos da engenharia genética.

Mas, de acordo com o professor Robin Lovell-Badge, do National Institute for Medical Research, em Londres, as pessoas não precisariam se preocupar.

“A mitocôndria não confere características humanas específicas. Seria como mudar as bactérias de nosso intestino, o que eu suspeito que ninguém ligaria”.

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