Sofrer muito por amor pode ter uma razão biológica. Uma nova pesquisa
do cérebro sugere que superar um romance pode ser semelhante a superar
um vício.
O estudo é um dos pioneiros a examinar o cérebro de uma pessoa
recentemente dispensada que têm dificuldade de esquecer seu
relacionamento. Pesquisadores descobriram que quando homens e mulheres
com o coração partido olham para as fotografias dos antigos parceiros,
certas regiões do cérebro são ativadas que os associam com recompensa,
desejo, controle das emoções, sentimentos de apego e de dor física e
angústia.
Os pesquisadores dizem que a resposta do cérebro à rejeição romântica
pode ter uma base evolutiva. Nosso cérebro desenvolveu circuitos para o
romance há milhões de anos, para permitir que os nossos antepassados
concentrassem sua energia em apenas uma pessoa e iniciassem um processo
de acasalamento. Quando você é rejeitado no amor, você perde o maior
prêmio da vida, que é um “parceiro de acasalamento”. Ou seja, quando se é
dispensado, provavelmente este sistema do cérebro é ativado, para
ajudar a pessoa a tentar conquistar seu amor de volta.
O estudo com os recentes “dispensados” mostrou que quando eles
visualizam seu ex-amado, estimulam uma região do cérebro chamada área
tegmental ventral, envolvida na motivação e recompensa.
Trabalhos anteriores demonstram que essa região é também ativa em
pessoas que estão loucamente apaixonadas. Isso faz sentido, porque não
importa se está feliz ou infeliz no amor, você ainda está apaixonado.
Outras regiões do cérebro, conhecidas por serem associadas com o
vício da cocaína e intensa dependência do cigarro, também foram
ativadas.
Por outro lado, os investigadores encontraram algumas boas notícias
para os romanticamente rejeitados: parece que o tempo cura. Quanto mais
tempo passou desde a separação, menos atividade havia nessas regiões.
As áreas do cérebro envolvidas na regulação da emoção, na tomada de
decisão e na avaliação também ativaram quando os participantes olharam
as fotos. Isto sugere que estavam aprendendo a partir de sua experiência
passada, avaliando suas perdas e ganhos e descobrindo como lidar com a
situação. Isso parece ser saudável para o cérebro, pensar sobre a
situação de forma mais ativa e tentar amadurecer. [LiveScience]
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