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19 de fev. de 2011

Exercícios aeróbicos aumentam o hipocampo, melhorando a memória dos adultos mais velhos


Novo experimento controlado revela mais sobre como a atividade aeróbica pode ajudar a fortalecer o cérebro
por Katherine Harmon


Imagem cortesia da iStockphoto/Fotosmurf03Fotosmurf03

Muitos estudos associam exercícios físicos a uma melhor saúde cerebral em idades mais avançadas. Agora, um novo experimento revela mais sobre como a atividade aeróbica pode ajudar a fortalecer o cérebro ao reforçar o hipocampo.

Conforme envelhecemos, partes do cérebro tendem a encolher – mesmo na ausência de doenças neurocognitivas como demência ou Alzheimer. A nova pesquisa mostra que pelo menos algumas partes do cérebro podem ser poupadas da atrofia – e até fortalecidas – por meio de atividade física em quantidades relativamente modestas em uma idade mais avançada. As descobertas foram publicadas online no dia 31 de janeiro no Proceedings of the National Academy of Sciences e podem ter implicações na prevenção da deterioração da memória no segmento da população mais velha nos Estados Unidos, que não para de crescer.

O grupo de pesquisadores descobriu que adultos com idade entre 55 e 80 anos que caminharam por 40 minutos três vezes por semana durante um ano, aumentaram o volume do seu hipocampo, a região do cérebro ligada a memória e raciocínio espacial. Os adultos mais velhos designados para uma rotina de alongamentos não apresentaram nenhum aumento do hipocampo.

Os 120 adultos recrutados para o estudo, anteriormente sedentários, ainda não apresentavam demência diagnosticável, mas estavam sofrendo a redução típica do hipocampo associada à idade, conforme ressonâncias magnéticas feitas antes do estudo. “Consideramos que a atrofia do hipocampo em idade mais avançada é quase inevitável”, afirmou Kirk Erickson, um professor de psicologia da University of Pittsburgh e co-autor do novo estudo. “Mas agora demonstramos que mesmo exercício moderado por um ano pode aumentar o tamanho dessa estrutura”.

O crescimento do hipocampo foi modesto, sendo de 2,12% no hipocampo esquerdo e de 1,97% no hipocampo direito, o que efetivamente, em termos de volume, faz o relógio voltar um ou dois anos no tempo. O grupo que apenas fez alongamentos, por outro lado, continuou experimentando a redução em linha com as perdas esperadas associadas à idade, perdendo em média 1,40% e 1,43% do volume dos hipocampos esquerdo e direito, respectivamente.

Quando submetidos a um teste de memória espacial computadorizado, tanto os sujeitos do grupo de caminhada quanto do alongamento melhoraram. Mas aqueles que estavam em melhor forma no início do estudo – e, portanto, também tendiam a ter um hipocampo maior – se saíram melhor nos testes de memória, sugerindo que “o maior volume do hipocampo após a interferência dos exercícios deveria se traduzir em melhor funcionamento da memória”, observaram os pesquisadores responsáveis pelo novo trabalho. E eles de fato descobriram que, para aqueles no grupo da caminhada, o crescimento no hipocampo esteve relacionado a melhores pontuações no teste de memória.
Apesar de descobertas quase diárias a respeito da impressionante plasticidade do cérebro, especialmente sua habilidade de mudar para compensar áreas danificadas, as novas descobertas mostram que, mesmo em idade relativamente avançada, “o cérebro nessa etapa permanece modificável” – mesmo em áreas estruturais chave, afirmou Erickson.

Além do aumento do tamanho do hipocampo, o grupo que fez exercícios aeróbicos também tendeu a ter um nível maior do Fator Neurotrófico Derivado do Cérebro [brain-derived neurotrophic factor] (BDNF), um composto que é associado a um maior hipocampo e melhor memória. Os pesquisadores não observaram nenhuma mudança no tálamo ou no núcleo caudado, duas outras partes do cérebro que estão ligadas ao senso espacial e a memória, respectivamente. Como somente o hipocampo pareceu ser afetado pela rotina de exercícios aeróbicos, os pesquisadores concluíram que a atividade pode agir especificamente em certas vias moleculares para estimular “proliferação celular ou ramificação de dendritos”, eles escreveram.

Os resultados do estudo deveriam ajudar a desenvolver um entendimento mais profundo dos exatos mecanismos biológicos que estão em jogo. As descobertas também sustentam a ideia de que, embora estar em melhor forma desde o início tenha ligação com uma melhor memória, “começar uma rotina de exercícios mais tarde na vida não é inútil, tanto para melhorar a cognição quanto para aumentar o volume do cérebro”, os pesquisadores concluíram. E embora o alongamento possa ser bom para a flexibilidade física e tranqüilidade, os exercícios aeróbicos parecem ser o melhor para a agilidade mental.

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