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25 de out. de 2016

NEUROTRANSMISSORES

COMO ATUAM OS ANTIDEPRESSIVOS

“distúrbios de neurotransmissores”

O termo “distúrbios de neurotransmissores” compreende um amplo e crescente complexo grupo de enfermidades geneticamente determinadas associadas  a defeitos no processo de produção, transporte, liberação e captação de uma variedade de compostos químicos envolvidos na habilidade das células do sistema nervoso central se comunicarem umas com as outras; esses compostos são chamados de neurotransmissores.
Os distúrbios de neurotransmissores são frequentemente doenças que acometem a faixa etária pediátrica, embora , em alguns tipos, como na distonia dopa-responsiva (também conhecida como doença de Segawa), os sintomas só aparecerem , muitas vezes, apenas na vida adulta. De forma geral, os distúrbios de neurotransmissores são erros inatos do metabolismo que afetam o sistema nervoso central em crianças e que, caso não tratados,  podem levar a vários sintomas, comprometendo o desenvolvimento neurológico adequado da criança.
Alguns desses distúrbios apresentam resposta excelente ao tratamento medicamentoso com reversão dos sintomas; outros, porém,  não apresentam uma resposta tão boa, mas, ainda assim, o tratamento ajuda sobremaneira na qualidade de vida do paciente, melhorando muitas das manifestações clínicas da doença.
Os sintomas associados a essas doenças são amplos e decorrem da deficiência da dopamina e serotonina cerebrais na maioria dos casos. Muitos desses sintomas podem ser flutuantes ao longo do dia (como a hipotonia ou mesmo a incoordenação motora, chamada de ataxia), outros podem ser crônicos como o atraso de desenvolvimento, atraso de fala,  movimentos oculares anormais e , em alguns pacientes, as crises convulsivas.
Entre os sintomas que podem estar associados a um distúrbio de neurotransmissores (tanto isoladamente quanto em conjunto com outros), podemos citar:
  • Distonia de marcha ou de membros (tanto uni quanto bilateral)
  • Tremor postural
  • Flutuação de sintomas durante o dia (por exemplo, piorando no final da tarde da noite e melhorando após sono ou no início do dia)
  • Hipotonia (diminuição de tônus muscular) geralmente de forma global; alguns pacientes podem também ter hipertonia (aumento de tônus) em membros inferiores, por exemplo, lembrando um quadro de “paralisia cerebral”
  • Movimentos involuntários oculares (“crises oculogíricas”)
  • Movimentos involuntários com a língua ( “tongue thrusting”)
  • Ptose palpebral (“queda das pálpebras”, lembrando um rosto de quem está com sono)
  • Sintomas disautonômicos como hipotermia (inabilidade de manter temperatura do corpo) ou hipertermia, alteração da motilidade intestinal (refluxo, constipação, dificuldade de se alimentar), hipoglicemia (baixo açúcar no sangue), sudorese excessiva
  • Bradicinesia (lentidão de movimento) ou discinesias/hipercinesia (aumento de movimentos, muitas vezes de forma irregular)
  • Distúrbio do ciclo do sono (insônia, sono agitado com várias interrupções, sonolência durante o dia)
  • Sintomas parkinsonianos (rigidez, tremor, bradicinesia) em bebês e crianças
  • Irritabilidade

Quanto aos grupos de distúrbios de neurotransmissores, poderíamos dividir, grosso modo, em 4 grupos:
I ) Distúrbios no metabolismo do GABA (ácido gama-amino butírico)
  • Deficiência de GABA transaminase
  • Deficiência da succínico semialdeído desidrogenase (SSADH)
II)  Doenças afetando o metabolismo da dopamina e da serotonina:
  • deficiência de tirosina hidroxilase
  • deficiência da descarboxilase dos aminoácidos aromáticos (AADC)
  • deficiência da guanosina trifosfato ciclohidrolase I (GTPCH – também chamada, na sua forma dominante clássica de doença de Segawa)
  • deficiência de sepiapterina redutase
III) Distúrbios envolvendo o metabolismo da tetrahidrobioterina e pterinas:
  • deficiência da 6-piruvoiltetrahidropterina sintase (PTPS)
  • deficiência de pterina carbinolamina desidratase (PCD)
  • Deficiência da diidropteridina reductase  (DHPR)
  • deficiência da guanosina trifosfato ciclohidrolase I (GTPCH – forma recessiva)
IV) Distúrbios envolvendo outros grupos de neurotransmissores:
  • Deficiência de folato cerebral
  • Deficiência de antiquitina
  • Deficiência de monoamina oxidase A
  • Deficiência de monoamina oxidase B
  • Deficiência de triptofano hidroxilase
  • Deficiência de  dopamina beta-hidroxilase
Charles Marques Lourenço
Médico Geneticista HC-FMRP-USP

neurotransmissores x patologias

neurotransmissores x patologias



Diversas doenças, inclusive graves, estão intimamente ligadas a distúrbios relacionados a neurotransmissores. Distúrbios de produção (seja o excesso ou deficiente produção), deficiências na recaptação e na destruição, excesso ou escassez de receptores de neurotransmissores podem provocar sintomas que variam com neurotransmissor, com o mecanismo afetado e com a região do encéfalo envolvida. Alguns neurotransmissores são bem conhecidos e sua relação direta com certas doenças são famosas. A depressão, um exemplo, é causada pela baixa quantidade de neurotransmissores liberada na fenda sináptica. A associação da depressão a distúrbios no metabolismo de serotonina é famosa, no entanto, este não é o único neurotransmissor envolvido na doença. Alguns estudos relacionam a depressão a distúrbios no metabolismo de dopamina e noradrenalina. Não há certeza de todos o neurotransmissores envolvidos, mas pesquisas do uso de medicações indicam os neurotransmissores citados acima. Os principais sintomas são: humor deprimido; perda de interesse, prazer e energia; cansaço por qualquer coisa; concentração reduzida; auto-estima reduzida; idéias de culpa e inutilidade; sono perturbado e apetite reduzido. Somente um em cada quatro deprimidos procuram ajuda. Se houver a manifestação de todos ou da maioria dos sintomas citados o melhor é procurar um médico. O tratamento consiste basicamente em psicoterapia e remédios antidepressivos. O antidepressivo mais usados atualmente são os chamados inibidores seletivos dos recaptadores de serotonina (ISRS), como o nome já diz eles inibem a recaptação de serotonina.

Outra associação famosa é a da dopamina a doença de Parkinson. A quantidade de dopamina na substância negra e no corpo estriado do telencéfalo é extremamente baixa nos portadores desta doença (menos de 10% do normal). A perda ocorre durante anos, mas só são percebidas quando chegam a menos de 40% do normal. A doença de Parkinson está relacionada a degeneração precoce dos neurônios dopaminérgicos nigroestriados. Esta doença costuma manifestar por tremor de repouso, rigidez muscular, lentidão de movimentos e alterações da marcha e do equilíbrio. Além da dopamina outras neuroaminas, como a noradrenalina e serotonina, também são afetadas mais muito menos que a dopamina. Na doença de Parkinson os níveis de acetilcolina parecem estar normais mas, a falta de dopamina cria uma descompensação entre a dopamina/acetilcolina. Isto leva a descoordenação motora. Apesar da doença de Parkinson ser neurodegenerativa e crônica há tratamento que minimizam os sitomas, mas não tem a capacidade de inibir a progreção da doença. Os pricipais fármacos mimetizam a dopamina ou a substituem. A doença de Parkinson afeta 1% dos indivíduos com mais de 60 anos e é mais comum nos homens.
postado por Washington

NEUROTRANSMISSORES: SEROTONINA, DOPAMINA, NORADRENALINA

Muito se fala hoje sobre os neurotransmissores, mas o que são e o que fazem esses mágicos personagens, que tanta fama ganharam nos últimos tempos?
Neurotransmissor é uma substância química produzida em uma célula do cérebro, o neurônio. Ele é capaz de conduzir e transmitir uma informação de um neurônio a outro, ou seja, é como um telefone para comunicação entre os neurônios. Essa comunicação se chama sinapse. Joseph LeDoux, professor de Neurociências em Nova York já dizia: “Você é as suas sinapses, e elas são o que você é”.
Mas por que os neurônios precisam de uma comunicação entre eles, se um está ao lado do outro? Não seria melhor uma conversa direta, sem intermediários? Eis que surge um outro problema: os neurônios funcionam através de disparos elétricos. Então, para transmitir um impulso elétrico em uma informação química, para que as células consigam se “conversar”, o neurônio produz e utiliza os neurotransmissores.
Os neurotransmissores são como combustíveis para o cérebro realizar determinadas funções. Num carro é preciso ter água, diferentes tipos de óleo, gasolina, lubrificantes. No cérebro é a mesma coisa: existem vários neurotransmissores e também outras substâncias que agem também como neurotransmissores, por exemplo os aminoácidos, peptídeos e até mesmo gases como o óxido nítrico e o gás carbônico (veja a tabela a seguir).
Os neurotransmissores clássicos são: acetilcolina, as catecolaminas (dopamina, adrenalina e noradrenalina) e, a artista principal, a serotonina. Os aminoácidos podem ser excitatórios, que aceleram determinadas funções do cérebro (o maior exemplo é o glutamato), ou os que fazem o contrário, os inibitórios, como o GABA (ácido gama amino butírico), que diminuem a atividade de alguns sistemas. É ideal que ocorra um equilíbrio entre os aminoácidos, principalmente entre o GABA e o glutamato, para que haja um correto grau de excitabilidade, de disparo dos neurônios, para não disparar demais nem de menos.
Tabela
Neurotransmissores clássicosCatecolaminasDopamina, adrenalina, noradrenalina
Serotonina
Acetilcolina
AminoácidosInibitóriosGABA, glicina
ExcitatóriosGlutamato, Aspartato
PeptídeosEndorfina, substancia P, calcitonina, melatonina
GasesÓxido Nítrico, CO2
Os três principais neurotransmissores envolvidos nos mecanismos das cefaléias são: serotonina, noradrenalina e dopamina. Vamos entender melhor cada um deles.
Serotonina
Serotonina

A SEROTONINA

A serotonina vem sendo utilizada no senso comum como sinônimo de felicidade. E, de fato, é uma substância implicada em depressão e felicidade, ansiedade e tranqüilidade e em outras diversas áreas do comportamento, como agressividade, raiva, irritabilidade. Participa também de outras funções importantes no organismo, como apetite, controle de temperatura, sono, náusea e vômitos, sexualidade e, é claro, muito importante no sistema de dor.
Ela é sintetizada no cérebro e no tubo digestivo e armazenada em plaquetas e no sangue. Ela também é encontrada em muitas plantas, vegetais, frutas, cogumelos. Muitos remédios são voltados para repor a serotonina no cérebro, e com ação favorável em diversas doenças. A classe dos antidepressivos é repleta de medicamentos com ação na serotonina.
Veja a molécula da serotonina como é:
Serotonin-3D
Serotonina
Serotonina

A NORADRENALINA

Noradrenalina, ou norepinefrina, é um neurotransmissor produzido na glândula adrenal, um órgão situado acima dos rins, e funciona como um hormônio. É um neurotransmissor e hormônio ligado ao estresse, ligado ao sistema de alerta, por isso é de extrema importância para o sistema de dor.
A noradrenalina aumenta os batimentos cardíacos e a pressão arterial, recruta a glicose guardada no corpo para ser utilizada, prepara o músculo para agir rapidamente e aumenta a sua contratura, aumenta o estado de alerta e também está ligada a problemas de sono. Esse neurotransmissor é o responsável pela resposta de defesa do organismo, chamada fight-or-flight-response, o “lutar ou fugir”. Quando o organismo percebe uma ameaça, ele produz a noradrenalina para preparar o corpo para a “guerra” para lutar contra a ameaça ou fugir dela.
A sua molécula é assim:
Noradrenalina
Noradrenalina

A DOPAMINA

Dopamina é um neurotransmissor que, como a noradrenalina, é produzida na glândula adrenal. A dopamina tem diversas funções no cérebro, incluindo o comportamento, atividade motora, automatismos, motivação, recompensa, produção de leite, regulação do sono, humor, ansiedade, atenção, aprendizado. Muitos remédios que atuam na dopamina tem ação favorável em dores de cabeça.
Dopamina
Dopamina
Dopamina
Dopamina

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