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26 de fev. de 2012

Vida de Biólogo


Ciências Biológicas

Bacharelado



É a ciência que estuda todas as formas de vida, passando pela flora, pela fauna e até pelo desenvolvimento humano. O biólogo pesquisa a origem, a evolução, a estrutura e o funcionamento dos seres vivos. Ele analisa as relações entre os diversos seres e entre eles e o meio ambiente. O vasto campo de estudos na graduação permite que depois de formado o profissional siga caminhos diversos, conforme seu interesse. Da pesquisa com células-tronco ao trabalho ambiental ou ao magistério, a carreira do biólogo é abrangente e promissora, em razão, especialmente, da crescente preocupação, em nível mundial, com o meio ambiente. A atuação desse profissional é ainda fundamental na descoberta de aplicações de organismos na medicina, no desenvolvimento de medicamentos e na indústria, em áreas de fabricação de bebidas e de alimentos.

O mercado de trabalho

A maior conscientização ambiental por parte de empresas de diversas áreas garante o aquecimento do mercado de trabalho para o biólogo. Atualmente, há vagas para desenvolver projetos de gestão ambiental no meio empresarial, mas também para análises e consultoria a respeito de possíveis impactos causados por obras de infraestrutura em todo o país. Prefeituras, secretarias e órgãos federais também contratam esse profissional, via concurso público, bem como institutos e ONGs. As regiões Norte e Nordeste têm especial demanda em órgãos públicos, em que o especialista se dedica à elaboração de relatórios de impacto. Ainda na área ambiental, cresce a procura por especialistas em biologia agrícola. Nela, o profissional realiza o manejo da fauna e da flora. Uma das linhas de trabalho e pesquisa mais recentes é a de biorremediação, técnica que utiliza microrganismos para recuperar ambientes degradados, como solos ou rios poluídos. Empresas no interior paulista trabalham com esse tipo de tecnologia e costumam ter biólogos em sua equipe. Os bacharéis podem ser empreendedores e prestar consultoria para empresas e prefeituras em educação ambiental. Nessa mesma área, começam a surgir oportunidades no setor do turismo ecológico. Os licenciados encontram oportunidades para dar aulas de Ciências ou Educação Ambiental para o Ensino Fundamental e o Médio. Campos já bem incrementados são genoma, biologia molecular e bioinformática (desenvolvimento de programas para estudos do genoma) com mais ofertas no Sudeste e Sul, que ainda concentram grande parte das verbas destinadas à pesquisa. "O sequenciamento de proteínas deve crescer muito e é algo com que a gente nem sonhava há dez anos. A pesquisa tem se desenvolvido, abrindo perspectivas para o biólogo. Os investimentos em pesquisa de biocombustíveis também geram emprego, especialmente no Sudeste e Centro-Oeste", diz Rosy Mary dos Santos, coordenadora do curso da UFMG. 

Salário inicial: R$ 3.060,00 (30 horas semanais; fonte: Conselho Federal de Biologia).

O curso

Que ninguém se iluda: o currículo de Ciências Biológicas é carregado de matemática. Aulas de física e estatística dividem a grade com disciplinas específicas, como zoologia, genética e botânica, além de práticas de laboratório e pesquisa de campo. Ainda que não seja remunerado, o estágio é obrigatório. Algumas escolas exigem trabalho de conclusão de curso. Para dar aulas no Ensino Fundamental e Médio, é preciso cursar licenciatura (veja também o verbete Ciências Naturais, na pág. 96). E, como em qualquer área, para lecionar no Ensino Superior é necessário ter pós-graduação. 

Duração média: quatro anos. 

Outros nomes: Biol.; Ciên. Biol. (biol. da conservação); Ciên. Biol. (biol. marinha); Ciên. Biol. (ciên. amb.); Ciên. Biol. (ecol. e biodiversidade); Ciên. Biol. (ecol.); Ciên. Biol. (ênf. em biol. marinha e costeira); Ciên. Biol. (ênf. em ciên. amb.); Ciên. Biol. (ênf. em ecol. de águas continentais); Ciên. Biol. (ênf. em ecol.); Ciên. Biol. (ênf. em gen.); Ciên. Biol. (ênf. em gestão amb. marinha e costeira); Ciên. Biol. (ênf. em monitoramento amb.); Ciên. Biol. (meio amb.).

O que você pode fazer

Bioinformática

Desenvolver programas de computação para uso em pesquisas genéticas.

Biologia marinha

Pesquisar o cultivo, a reprodução e o beneficiamento de animais e organismos no mar ou em água doce.

Controle de pragas e vetores

Planejar e aplicar técnicas para controlar a transmissão de doenças entre animais e diminuir o impacto de pragas em lavouras.

Ensino

Lecionar em escolas do Ensino Fundamental e Médio ou em faculdades.

Genética e biotecnologia

Criar, manipular, reproduzir e estudar organismos em laboratório, buscando a melhoria de espécies animais e vegetais. Pesquisar a utilização de microrganismos na produção de medicamentos e alimentos. Realizar exames para o diagnóstico de doenças genéticas ou a determinação da paternidade, com base na análise de DNA.

Gerenciamento costeiro

Administrar o uso do mar e do solo em regiões costeiras, com o objetivo de minimizar o impacto na biodiversidade e preservar a qualidade de vida na região.

Meio ambiente

Promover programas de preservação de animais e vegetais, em órgãos públicos, ONGs, parques e reservas ecológicas. Elaborar relatórios de impacto ambiental.

Microbiologia

Investigar bactérias, fungos e vírus para a produção de alimentos e remédios.

22 de fev. de 2012

Cientistas tentam descobrir origem do vírus da aids na África


A origem do vírus HIV é um mistério no mundo inteiro, mais ainda na África, um continente onde a aids continua matando a maioria da população, principalmente as crianças.
Cientistas do Centro Internacional de Pesquisas Médicas de Franceville (CIRMF, em francês), no Gabão, trabalham diariamente tentando descobrir quando e como surgiu uma das maiores pandemias do continente africano.
"O primeiro contágio em humanos ocorreu nos anos 90, mas é possível que já estivesse presente nos macacos há centenas de anos ou desde sempre", indicou François Rouet, responsável do laboratório de Retrovirologia do CIRMF.
Rouet explicou à agência EFE que uma das teorias sobre como o HIV foi transmitido dos primatas aos humanos é que estes últimos tiveram contato com algum animal que morreu por essa doença. "Por isso, uma de nossas principais tarefas é informar à população suscetível de usar esses animais como alimento dos riscos que existem, e, nesse sentido, os casos de infecção por essa via diminuíram", afirmou.
O biólogo, que trabalhou em países como Burkina Fasso e Quênia, se mostrou especialmente preocupado com os casos nos quais o vírus da aids é detectado em pacientes recém-nascidos.
"No centro fazemos exames em mulheres grávidas que têm o HIV e tentamos salvar a vida de seus filhos com um tratamento prévio, mas na maioria dos casos os bebês morrem pouco tempo depois de nascer", disse Rouet.
Ao todo, 160 pessoas, 45% delas gaboneses, fazem suas pesquisas no campus do CIRMF, que está localizado em uma planície de 47 hectares cercada de floresta.
Além dos estudos sobre a aids, o centro conta com laboratórios onde são analisadas outras doenças virais típicas da região, como o ebola e a malária, e recebe a cada ano uma média de 25 estagiários de medicina por seu interesse nesse tipo de pesquisa.
O CIRMF conta ainda com um centro de primatologia, que abriga atualmente 400 primatas, entre eles cinco gorilas e 56 chimpanzés, além de macacos e mandris, a espécie mais significativa no Gabão.
"Não fazemos experimentos com eles, isso é totalmente proibido no país há muitos anos, mas podemos curá-los se chegarem aqui doentes e tentamos reinseri-los em seu ecossistema", ressaltou Jean-Paul González, diretor-geral e cientista do CIRMF.
O especialista esclareceu que a única pesquisa realizada em macacos é de caráter antropológico, para observar seu comportamento e suas relações com outras espécies, e "analisamos seu sangue quando chegam infectados por algum tipo de vírus".
O fato de o Gabão ser um país pequeno - com apenas 1,5 milhão de habitantes - foi decisivo para a construção lá de um centro de pesquisa com essas características.
As origens do CIRMF remontam a 1970 quando, por decisão do ex-presidente Omar Bongo Ondimba, surgiu a iniciativa de construir nas proximidades de Franceville um espaço destinado ao estudo da infertilidade no país.
Inaugurado em 1979, o centro, referência nas pesquisas médicas e científicas para toda a África Central, conta com a mais alta tecnologia nesse tipo de pesquisa.
No entanto, o CIRMF recebe também vários colaboradores internacionais em áreas tão diversas como a arqueologia, a genética e a botânica, que o transformaram em um centro internacional da biodiversidade e o estudo de doenças tropicais.
"Tentamos encontrar uma resposta às doenças, principalmente para aquelas que afetam diretamente a população africana, e nos adaptamos às mudanças que possam surgir, procurando sempre novas soluções", concluiu González.

Estudo sugere que novo vírus pode ter potencial de pandemia


Estudo diz que um novo vírus da gripe de origem suína, que causou infecções nos Estados Unidos no segundo semestre do ano passado, parece ter potencial pandêmico. O trabalho, desenvolvido por cientistas do Centro dos EUA para Controle de Doenças, sugere que o fato de a doença não ter se alastrado pode ter mais a ver com a imunidade humana do que o próprio vírus. As informações são do Huffingtonpost.
As descobertas são baseadas em um estudo de transmissão em furões. O trabalho é um pouco semelhante aos estudos que desencadearam a polêmica sobre as pesquisas do vírus H5N1, que por vários meses, pesquisadores holandeses e norte-americanos vêm tentando publicar trabalhos científicos que mostram como eles desenvolveram H5N1 - da gripe aviária - vírus que transmite facilmente entre os furões, considerados o melhor animal para prever como um vírus da gripe pode se comportar de pessoas.
Em uma reunião da Organização Mundial da Saúde na semana passada, um grupo de especialistas concordou que os estudos devem ser publicados na íntegra, apesar de um pedido do governo dos EUA que algumas partes sejam mantidas fora do o domínio público.
O novo estudo, publicado segunda-feira na revista Proceedings, da Academia Nacional de Ciências, envolve o trabalho com um vírus suíno H3N2 - agora chamada de variante H3N2 - que provocou casos humanos esporádicos nos Estados Unidos.
A polêmica sobre o trabalho H5N1 se relaciona com o fato de que as equipes de pesquisa fizeram o vírus evoluir até o ponto de se espalhar rapidamente entre os furões, que poderiam tornar os vírus de laboratório transmissível entre pessoas.

Pesquisa: bactéria resistente passou dos animais para os humanos


Os cientistas descobriram que uma cepa de bactéria que sobrevive aos antibióticos e que se transmite do gado aos homens era, originalmente, humana mas desenvolveu sua resistência nos animais domésticos, segundo um estudo publicado nesta terça-feira pela revista mBio.
Paul Klein, da Universidade do Norte do Arizona, e Lance Price, do Instituto de Pesquisa de Genoma Translacional (TGen), junto com cientistas de 20 instituições de diferentes países, focaram sua atenção em uma cepa da bactéria conhecida como Staphylococcus aureus resistente à meticilina (SARM).
A Sarm é uma cepa da bactéria Staphylococcus aureus que se tornou resistente a vários antibióticos, primeiro à penicilina em 1947, e depois à meticilina. Foi descoberta originalmente no Reino Unido em 1961 e atualmente está muito propagada.
Esta cepa é causa conhecida de uma variedade de infecções que invadem a pele e podem tornar-se rapidamente uma ameaça para a vida, mas em 2003 se detectou a presença no gado de uma forma nova da SARM, chamada CC398.
O estudo se concentrou na variedade CC398, conhecida como SARM suína porque infecta mais frequentemente às pessoas que estão em contato direto com suínos ou outros animais domésticos de consumo humano.
As pessoas afetadas mostram vários tipos de infecções agudas, inclusive na pele e nos tecidos brandos, infecções respiratórias e sépsis. A cepa CC398 pode ser encontrada atualmente em suínos, perus, gado bovino e ovino, e foi detectada em 47% das amostras de carne destinadas ao consumo humano nos Estados Unidos.
"Nossos resultados indicam firmemente que a SARM CC398 se originou nos humanos como uma bactéria S. aureus suscetível à meticilina", afirmaram os autores. Porém, uma vez que se transferiu aos animais, a bactéria evoluiu tornando-se resistente à tetraciclina e à meticilina, provavelmente como resultado do uso rotineiro destes antibióticos, típico da moderna produção de carnes para consumo humano.
Em 2001 um estudo da União de Cientistas calculou que os produtores de gado nos Estados Unidos usavam 11 milhões de toneladas anuais de antibióticos para propósitos não terapêuticos, uma prática controvertida que agora está proibida na União Europeia.
Price, que dirige o Centro de Microbiologia Alimentícia e Saúde Ambiental no TGen, ressaltou que estas conclusões "põem em evidência os riscos potenciais para a saúde pública que derivam do uso de antibióticos na produção de carnes". "Os estafilococos crescem nas condições de aglomeração e falta de saúde", comuns nos recintos onde se mantêm ovinos, ovinos, suínos e aves na produção industrial de alimentos.
"Adicione antibióticos a esse ambiente e estará criando um problema de saúde pública", acrescentou Price. A análise de vários genomas mostrou que a variedade Sarm CC398 provavelmente evoluiu de uma cepa, que era sensível aos antibióticos, e proveio dos humanos.
Uma vez em contato com o gado a cepa mudou rapidamente, adquiriu novos genes e se diferenciou em muitos tipos diferentes que são resistentes a alguns antibióticos. "Traçar a história da evolução da SARM CC398 é como observar o nascimento de um "superanimal". É ao mesmo tempo fascinante e desconcertante. A Sarm CC398 foi descoberta há menos de uma década e parece propagar-se muito rapidamente", concluiu Price.

Cientistas da Nasa descobrem planeta composto por água


Um grupo de astrônomos descobriu a existência de um novo tipo de planeta, composto em sua maior parte de água e com uma leve atmosfera de vapor, indicaram nesta terça-feira o Centro de Astrofísica Harvard-Smithsonian e a Nasa.
Trata-se de um planeta fora de nosso sistema solar denominado "GJ1214b", cujos registros foram observados em 2009 graças ao telescópio espacial Hubble da Nasa, e que, segundo recentes estudos de um grupo de astrônomos, tem "uma enorme fração de sua massa" composta de água.
Em nosso sistema solar existem três tipos de planetas: rochosos e terrestres (Mercúrio, Vênus, a Terra e Marte), gigantes gasosos (Júpiter e Saturno) e gigantes de gelo (Urano e Netuno). Por outro lado, existem planetas variados que orbitam em torno de estrelas distantes, entre os quais há mundos de lava e "Júpiteres" quentes.
"Observações do telescópio espacial Hubble da Nasa acrescentaram este novo tipo de planeta", ressaltaram o Centro de Astrofísica Harvard-Smithsonian e a Nasa em seu comunicado, onde explicam os estudos realizados pelo astrônomo Zachory Berta e por um grupo de colegas.
O "GJ1214b", situado a 40 anos luz da Terra, é considerado uma "super-Terra", com 2,7 vezes o comprimento de nosso planeta e sete vezes seu peso. Ele orbita a cada 38 horas ao redor de uma estrela vermelha anã e possui temperatura estimada de 450 graus Fahrenheit (232 graus Celsius).
Em 2010, um grupo de cientistas liderado por Jacob Bean havia indicado que a atmosfera de "GJ1214b" deveria ser composta em sua maior parte por água, depois de medir sua temperatura. No entanto, suas observações também podem ter sido feitas em razão da presença de uma nuvem que envolve totalmente o planeta.
As medições e observações efetuadas por Berta e por seus colegas quando o "GJ1214b" passava diante de seu sol permitiram comprovar que a luz da estrela era filtrada através da atmosfera do planeta, exibindo um conjunto de gases.
O equipamento do Hubble permitiu distinguir uma atmosfera de vapor e os astrônomos conseguiram calcular depois a densidade do planeta a partir de sua massa e tamanho, comprovando que tem "muito mais água do que a Terra e muito menos rocha".
mar/dm
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