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2 de fev. de 2012

Fritura em azeite ou óleo de girassol não eleva risco cardíaco, diz estudo

Um estudo de pesquisadores espanhóis afirmou que fritar alimentos com azeite de oliva ou óleo de girassol não faz mal para o coração.
O estudo da Universidade Autônoma de Madri não achou correlação entre frituras com estes dois tipos de óleo ricos em gordura não-saturada e problemas cardíacos ou mortes prematuras.
Quase 41 mil adultos, residentes em cinco diferentes regiões da Espanha e hábitos alimentares variados, foram acompanhados ao longo de 11 anos. Eles deram detalhes sobre sua dieta em uma semana típica, incluindo a forma como preparavam e cozinhavam os alimentos.
No início da pesquisa, nenhum deles tinha sinais de doença cardíaca. Ao fim do período, tinham ocorrido 606 incidentes relacionados a problemas cardíacos e 1.134 mortes.
Quando os pesquisadores analisaram os detalhes dos incidentes, não encontraram qualquer ligação destes com o consumo de alimentos fritos, e isso, segundo os especialistas, se deve ao tipo de óleo usado na fritura, no caso azeite e óleo de girassol.

Dieta mediterrânea

Não é de hoje que a dieta dos países do Mediterrâneo, entre os quais está a Espanha, é apontada como saudável por causa da abundância de peixe fresco e frutas e legumes plenos de fibras e de baixas calorias.
Inúmeros estudos já apontaram que uma dieta saudável pode reduzir o risco de doenças cardíacas e mesmo câncer.
Em um editorial que acompanha o estudo, o especialista Michael Leitzmann, da Universidade de Regensburg, na Alemanha, escreveu que "como conjunto, o mito de que comida frita geralmente é ruim para o coração não é confirmado pela evidência disponível".
"Mas isso não quer dizer que refeições frequentes compostas de frituras não terão consequências para a saúde. O estudo sugere que aspectos específicos das frituras fazem diferença, como o tipo de óleo usado e outros aspectos da dieta", avaliou.
A Fundação Britânica para o Coração atualmente recomenda aos indivíduos trocar óleos ricos em gordura saturada, como manteiga e óleos de origem animal e de palma por outros ricos em gordura não saturada, como azeite de oliva e óleo de girassol.
A especialista em dieta da entidade, Victoria Taylor, lembra que "independentemente do método de cozinha utilizado, o consumo de alimentos de alto valor calórico implica um alto consumo calórico, que pode levar a ganho de peso e obesidade, fatores para doenças cardíacas".
"Uma dieta equilibrada, com abundância de frutas e legumes e apenas uma pequena quantidade de alimentos ricos em gordura é melhor para a saúde do coração", afirmou.

Testes mostram que ultrassom nos testículos 'pode ser novo contraceptivo masculino'

A aplicação de ultrassom nos testículos pode suspender a produção de esperma, segundo pesquisadores que estudam uma nova forma de contracepção masculina.
Um estudo com ratos, publicado na revista científica Reproductive Biology and Endocrinology, mostrou que as ondas de ultrassom podem ser usadas para reduzir a contagem de esperma a níveis considerados inférteis em humanos.
O conceito de usar as ondas sonoras para reduzir a fertilidade masculina surgiu nos anos 70, mas agora está sendo explorado a fundo por pesquisadores da Universidade da Carolina do Norte, nos Estados Unidos, que receberam financiamento da Fundação Bill & Melinda Gates.

'Água salgada'

O mais recente estudo descobriu que duas aplicações de 15 minutos "reduzem significativamente" o número de células produtoras de esperma e a contagem de esperma.
As sessões se mostraram mais eficazes quando realizadas com um intervalo de dois dias e através de água morna salgada.
Em humanos, segundo os pesquisadores, homens são considerados subférteis quando sua contagem de esperma fica abaixo dos 15 milhões/ml. A contagem de esperma nos ratos ficou abaixo de 10 milhões/ml.
"Ainda precisamos de mais estudos para determinar por quanto tempo dura o efeito contraceptivo e se é seguro utilizá-lo múltiplas vezes", disse o líder da pesquisa James Tsuruta.
A equipe também precisa garantir que o efeito do ultrassom será totalmente reversível, podendo ser usado com contraceptivo e não como esterilização, além de analisar se pode haver danos cumulativos com a repetição das aplicações.
"A ideia é boa, mas ainda é necessário muito trabalho", disse o professor de andrologia da Universidade de Sheffield, na Grã-Bretanha, Allan Pacey.
Segundo ele, é provável que a produção de esperma volte ao normal após as aplicações, mas "os espermatozóides podem ficar danificados e qualquer bebê que venha deles pode ter problemas".
"A última coisa que queremos é um dano prolongado ao esperma

Epidemia de tiques nervosos em estudantes intriga médicos

Estudantes na pequena comunidade de Leroy, no Estado americano de Nova York, estão adoecendo com um misterioso mal, que provoca tiques, desmaios e descontroles verbais.
Aluna
Estudantes da escola em Leroy estão sofrendo com tiques e desmaios
Cerca de 15 alunos foram afetados. Os médicos acreditam que se trata de um mal raro chamado de distúrbio psicogênico em massa, também conhecido como histeria em massa, mas o diagnóstico não foi confirmado.
O caso atraiu a atenção da famosa ativista ambiental Erin Brockovich, cuja vida foi vivida na tela pela atriz Julia Roberts. A equipe de Brockovich investiga se os distúrbios têm relação com um vazamento tóxico ocorrido a mais de cinco quilômetros do local, em 1970.

24 de jan. de 2012

Ateus são vistos como menos confiáveis

As pessoas tendem a achar que quem é religioso se comporta melhor, por acreditar que está sendo observado por Deus
por Daisy Grewal


Nos Estados Unidos, os ateus são um dos grupos menos queridos: apenas 45% dos americanos dizem que votariam em um candidato à presidência que se declarasse ateu. Além disso, a falta de crenças religiosas faz com que essas pessoas não sejam consideradas, geralmente, um genro ou uma nora em potencial.

Will Gervais, da University of British Columbia , publicou recentemente estudos que analisam por que os ateus são tão mal-vistos. De acordo com essas pesquisas, o motivo, essencialmente, é confiança. Durante os experimentos, Gervais e seus colegas apresentaram a voluntários uma história sobre um motorista que, acidentalmente, bate em um carro estacionado e não deixa informações para que o outro motorista possa acionar o seguro. Em seguida, os participantes foram convidados a escolher a probabilidade de que o personagem em questão fosse cristão, muçulmano, estuprador ou ateu. Os voluntários julgaram igualmente provável que o culpado fosse ateu ou estuprador e improvável que fosse muçulmano ou cristão.

Em um estudo distinto, Gervais examinou como o ateísmo influencia na contratação de funcionários. Durante a pesquisa, alguns voluntários precisavam “empregar” dois funcionários, um ateu e um religioso, em duas vagas distintas: uma para um cargo que exigia alto grau de confiança e outra baixo. Para o posto de alta confiança, em uma creche, os participantes se revelaram mais propensas a preferir o candidato religioso. Para a vaga de garçonete, no entanto, os ateus se saíram muito melhor.

Não foram apenas os voluntários extremamente religiosos que expressaram desconfiança em relação aos ateus. Pessoas que declararam não ter afiliação religiosa manifestaram opiniões semelhantes. Gervais e seus colegas descobriram que ateus não costumam confiar em quem também não tem crenças religiosas por julgar que as pessoas se comportam melhor quando acreditam que Deus as está observando. Essa convicção pode conter alguma verdade: Gervais e seu colega Ara perceberam que lembrar as pessoas sobre a presença de Deus tem o mesmo efeito que dizer que elas estão sendo observadas por alguém. Isso intensifica sentimentos de autoconsciência e as leva a se comportarem de maneiras socialmente mais aceitáveis.

O que se passa na mente de um campeão

Cientistas cognitivos observam jogadores de StarCraft 2 para saber como os seres humanos desempenham tarefas múltiplas
por Sandra Upson
Alamy
Se há uma regra geral sobre as limitações da mente humana, é que somos terríveis em tarefas múltiplas. Quando nos dedicamos a uma única função, o cérebro se destaca; quando vários objetivos dividem o foco, os erros tornam-se inevitáveis.


Ainda assim, exceções óbvias desafiam a regra geral. Durante décadas o xadrez tem mantido a posição elevada de “Drosophila da ciência cognitiva”, o organismo modelo que os cientistas poderiam investigar para saber o que faz os especialistas serem melhores que o resto de nós. StarCraft 2, um dos jogos de computador mais populares do mundo, porém, pode estar desbancando o xadrez: sua incrível complexidade talvez confunda os pesquisadores inicialmente, mas as respostas podem acabar sendo mais reveladoras. Nesse jogo de estratégia em tempo real, os jogadores exercem um papel de controle sobre um grupo de criaturas, levando-as a desenvolver sua economia e preparando-as para um pequeno conflito com uma sociedade vizinha. O vencedor, em geral, é a pessoa que faz mais movimentos, até seis ações por segundo.


Para os cientistas, o apelo encontra-se nos dados que cada jogo gera. Quando dois jogadores se enfrentam, cada computador produz um registro das ações empreendidas. Esses registros refletem o que um jogador estava pensando a cada fase. “Não consigo pensar em um processo cognitivo que não esteja envolvido em StarCraft”, explica Mark Blair, cientista cognitivo na Simon Fraser University. “É a memória em operação. É a tomada de decisão. Trata-se de habilidades motoras precisas. Tudo é importante e tudo precisa funcionar em conjunto”. Milhares desses jogadores agora contribuem para um projeto aos cuidados de Blair, chamado SkillCraft, para saber o que separa os novatos dos especialistas quando se trata de atenção, de multitarefa e de aprendizagem. Ao comparar as técnicas e os atributos de jogadores principiantes com os de outros “profissionais”, os pesquisadores podem começar a discernir como as aptidões se desenvolvem e, talvez, em longo prazo, identificar o regime de treinamento mais eficiente. Blair vê paralelos entre o jogo e sistemas de gestão de emergência. Numa situação de crise de muito estresse, os encarregados por coordenar uma resposta podem se encontrar diante de demandas concorrentes: alarmes de incêndio, um motim, contaminação da água potável. A tarefa mental de se manter calmos e distribuir a atenção entre as atividades igualmente urgentes pode se assemelhar ao principal desafio de StarCraft 2.

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