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11 de out. de 2010

LEUCEMIA


leucemia é uma doença maligna dos glóbulos brancos (leucócitos) de causa não conhecida. Ela tem como principal característica o acúmulo de células na medula óssea. A medula é o local de formação das células sangüíneas, ocupa a cavidade dos ossos e é conhecida popularmente por tutano. Nela são encontradas as células mães ou precursoras que originam os elementos figurados do sangue (glóbulos brancos, glóbulos vermelhos (hemácias ou eritrócitos e plaquetas). Os principais sintomas de leucemia decorrem do acúmulo dessas células na medula óssea, prejudicando ou impedindo a produção dos glóbulos vermelhos (causando anemia), glóbulos brancos (causando infecções) e plaquetas (causando hemorragias e manchas roxas). Depois de instalada, a doença progride rapidamente, exigindo início de tratamento rápido.



Os dois tipos de leucemia mais freqüentes em crianças são a leucemia linfóide aguda (ou linfoblástica) e a leucemia mielóide aguda. Esta última tem vários subtipos: mieloblástica, promielocítica, mielomonocítica e monocítica.



Diagnóstico



As manifestações clínicas das leucemias são secundárias à proliferação excessiva de células imaturas da linhagem branca do sangue, que se infiltram pelos vários tecidos do organismo, como amígdalas, linfonodos (ínguas) , baço, rins, sistema nervoso central e outros. A fadiga, palidez e anemia aparecem pela redução na produção dos eritrócitos pela medula óssea. Febre e infecções são causadas pela redução, imaturidade e insuficiência dos leucócitos e pela redução do número de glanulócitos, sendo uma das principais complicações e causa de óbitos de crianças com leucemia. Verifica-se a tendência de sangramentos, pela diminuição na produção de plaquetas e pelo seqüestro de plaquetas causado pelo aumento do baço.

Outras manifestações clínicas são dores nos ossos e articulações causadas pela infiltração leucêmica dos ossos, dores de cabeça, náuseas e vômitos, visão dupla e desorientação, valores sangüíneos alterados, contagem de plaquetas baixa e aumento do nível sangüíneo do ácido úrico.

A suspeita de diagnóstico é reforçada pelo exame físico, que pode alertar para a possibilidade da doença quando a criança apresenta palidez, febre e presença de petéquias (pequenas manchas avermelhadas) . O hemograma pode revelar anemia e a contagem leucocitária pode estar baixa, normal ou elevada. Porém, o diagnóstico final baseia-se no exame de medula óssea.



Tratamento



Como não se conhece a causa da leucemia, o tratamento tem o objetivo de destruir as células leucêmicas. As pesquisas indicam que o tratamento não destrói a totalidade das células leucêmicas. As defesas do organismo se encarregariam de destruir as restantes. Não há um medicamento que isoladamente cure a leucemia. O grande progresso para obter sua cura foi conseguido com a associação de medicamentos (poliquimoterapia), controle das complicações infecciosas e hemorrágicas e prevenção ou combate à doença no sistema nervoso central (cérebro e medula espinhal). Para alguns casos é indicado o transplante de medula óssea.



O tratamento é feito em várias fases. A primeira tem a finalidade de atingir a remissão completa, ou seja, um estado de aparente normalidade que se obtém após a poliquimioterapia. Esse resultado é conseguido entre 1 e 2 meses após o início do tratamento, quando os exames não mais evidenciam células da doença. Isso ocorre quando os exame de medula óssea e sangue e o exame físico não demonstram qualquer anormalidade.

Entretanto, as pesquisas comprovam que ainda restam no organismo muitas células leucêmicas, o que obriga a continuação do tratamento para não haver recaída. Nas fases seguintes, o tratamento também varia de acordo com o tipo de leucemia (linfóide ou mielóide), podendo durar mais de dois anos nas linfóides e menos de um ano nas mielóides. São três etapas: consolidação (tratamento intensivo com substâncias não empregadas anteriormente); reindução (repetição dos medicamentos usados na fase de indução da remissão) e manutenção (o tratamento é mais brando e contínuo por vários meses). Por ser um tratamento mais agressivo, pode ser necessária a internação do paciente por curto período, quando ele apresentar infecção decorrente da queda dos glóbulos brancos.



Principais Procedimentos Médicos no Tratamento da Leucemia



Para Diagnóstico

1. Mielograma:

É um exame de grande importância para o diagnóstico e para a avaliação da resposta ao tratamento, indicando se não são mais encontradas células leucêmicas na medula óssea (remissão completa medular). Esse exame é feito sob anestesia local e consiste na aspiração da medula óssea seguida da confecção de esfregaços em lâminas de vidro, para exame ao microscópio. Os locais preferidos para a aspiração são a parte posterior do osso ilíaco (bacia) e o esterno (parte superior do peito). Durante o tratamento são feitos vários mielogramas.



Para Avaliação

2 - Punção lombar:

A medula espinhal é parte do sistema nervoso que tem a forma de cordão e por isso é chamada de cordão espinhal. A medula é forrada pelas meninges (três membranas). Entre as meninges circula um líquido claro denominado líquor. A punção lombar consiste na aspiração do líquor para exame e também é feita para injeção de medicamento com a finalidade de impedir o aparecimento de células leucêmicas no sistema nervoso ou para destruí-las quando existir doença nesse local. É feita na maioria das vezes com anestesia local e poucas vezes com anestesia geral. Nesse último caso, indica-se quando crianças de pouca idade são muito agitadas e não cooperam com o médico.



Para Tratamento

3 - Implantação de cateter para evitar a punção de veias (Cateter Venoso Central):

Como o tratamento da leucemia aguda é demorado, podendo alcançar até três anos de duração, e requer também repetidas transfusões e internações, recomenda-se a implantação de um cateter em uma veia profunda, para facilitar a aplicação de medicamentos e derivados sanguíneos e a retirada de sangue para exames, e agredir menos a criança com punções venosas repetidas.



4 - Transfusões

Durante o tratamento, principalmente na fase inicial, os pacientes recebem várias transfusões de glóbulos vermelhos e de plaquetas, que diminuem intensamente devido à parada ou diminuição da produção provocada pela doença e também pela quimioterapia.

6 de out. de 2010

Estudo associa depressão na gravidez a problemas de comportamento do filho

Crianças e adolescentes cujas mães sofreram de depressão durante a gestação são mais propensos a apresentar comportamento antissocial, segundo estudo britânico publicado na revista especializada Child Development. De acordo com os pesquisadores, mulheres agressivas e perturbadoras na juventude têm mais chances de terem depressão na gravidez; assim, o histórico da mãe pode indicar o comportamento de seu filho. Avaliando 120 adolescentes britânicos e seus pais - entrevistados durante a gestação, após o parto, e quando os filhos estavam com quatro, 11 e 16 anos -, os pesquisadores observaram que as mães que apresentavam depressão durante a gravidez eram quatro vezes mais propensas do que as outras a ter filhos - homens ou mulheres - com um comportamento mais violento aos 16 anos de idade. E os resultados ocorriam independentemente do ambiente familiar, da exposição tardia da criança à depressão materna, dos hábitos da mãe de fumar e beber na gestação e do comportamento antissocial dos pais. "Tem-se dado muita atenção aos efeitos da depressão pós-natal sobre crianças jovens" destacou o pesquisador Dale Hay na publicação. "Mas a depressão durante a gestação pode também afetar o feto", complementou o pesquisador, destacando a importância de um acompanhamento médico das gestantes com depressão para minimizar os efeitos de longo prazo em seu filho

Instituto Butantan desenvolve soro para Moçambique



Projeto prevê instalação de serpentário, criação de laboratório de artrópodes, treinamento de pessoal e desenvolvimento de soro







© Pradeep Kumar /Istockphoto















O Instituto Butantan, órgão vinculado à Secretaria de Estado da Saúde de São Paulo, acaba de produzir os primeiros lotes de soro contra veneno de serpentes de Moçambique. A iniciativa faz parte de projeto de cooperação internacional iniciado em 2006, chamado Pró-África, e financiado pelo Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico, que deverá contribuir para o grave problema de ofidismo no país.







O objetivo é produzir soro para três gêneros de serpentes: Bitis (três espécies), a Naja (duas espécies) e Dendroaspis (mambas/duas espécies). Na primeira etapa, deverá ser produzido o soro para uso humano e eventualmente em animais de interesse econômico.







Foram investidos cerca de R$ 200 mil até agora, além da contrapartida do Instituto Butantan de cerca de 30% deste valor. Todo soro produzido será doado ao governo de Moçambique, pois o país não dispõe de infra-estrutura para produção de soros antiofídicos, nem recursos para adquiri-lo no mercado privado. Como existem várias espécies de serpentes no país, o número de acidentados é alto, com ocorrência frequente de óbitos. O Butantan já capacitou três pesquisadores da Universidade Eduardo Mondlan, em Maputo, e deverá aumentar o intercâmbio com profissionais do país para ajudar Moçambique a atingir autossuficiência na produção de soros para as serpentes locais.







Para Wilmar Dias da Silva, médico veterinário responsável pelo projeto, a iniciativa permitirá ao Butantan exportar seu modelo de pesquisa, produção e difusão científica para a África. "Vamos construir um serpentário e colaborar na instalação de um laboratório de artrópodos no Museu de História Natural local, o que permitirá, além de novas pesquisas, uma apropriação pela comunidade local de conceitos científicos importantes", avalia o pesquisador.







A iniciativa conta ainda com o apoio de todo governo de Moçambique, em particular do Ministro de Ciência e Tecnologia, Laudemiro Francisco, do Ministério de Ciência e Tecnologia brasileiro e de todo corpo diplomático do Brasil na África.

Animais estranhos e raros







É um anfíbio cego muito comum em águas subterrâneas de cavernas no sul da Europa. Vive exclusivamente em lugares sem luz, é também conhecido pelos habitantes da região como peixe humano por causa da cor de sua pele. Apesar dos olhos atrofiados, seu olfato e audição são muito desenvolvidos.

5 de out. de 2010

Quem dorme até tarde não é vagabundo, diz ciência



Alvo de críticas de familiares e amigos, quem gosta de ficar na cama até a hora do almoço pode ter um motivo científico para a "vagabundagem": o distúrbio do sono atrasado. O assunto foi um dos temas abordados no 6º Congresso Brasileiro do Cérebro, Comportamento e Emoções, que aconteceu recentemente em Gramado.



O organismo humano tem um ciclo diário, de modo que os níveis hormonais e a temperatura do corpo se alteram ao longo do dia e da noite. Depois do almoço, por exemplo, o corpo trabalha para fazer a digestão e, conseqüentemente, a temperatura sobe, o que pode causar sonolência.



Quando dormimos, a temperatura do corpo diminui e começamos a produzir hormônios de crescimento. Se dormirmos durante a noite, no escuro, produzimos também um hormônio específico chamado melatonina, responsável por comandar o ciclo do sono e fazer com que sua qualidade seja melhor, que seja mais profundo.



Pessoas vespertinas, que têm o hábito de ir para a cama durante a madrugada e dormir até o meio dia, por exemplo, só irão começar a produzir seus hormônios por volta das 5 da manhã. Isso fará com que tenham dificuldade de ir para a cama mais cedo no outro dia e, consequentemente, de acordar mais cedo. É um hábito que só tende a piorar, porque a pessoa vai procurar fazer suas atividades durante o final da tarde e a noite, quando tem mais energia.



O pesquisador Luciano Ribeiro Jr. da Universidade Federal de São Paulo (Unifesp), especialista em sono, explica que esse distúrbio pode ser genético: "Pessoas com o gene da ‘vespertilidade’ têm predisposição para serem vespertinas. É claro que fator social e educação também podem favorecer”. Mas não se sabe ainda até que ponto o comportamento social pode influenciar o problema.



A questão, na verdade, é que o vespertino não se encaixa na rotina que consideramos normal e acaba prejudicado em muitos aspectos. O problema surge na infância. A criança prefere estudar durante a tarde e não consegue praticar muitas atividades de manhã. Na adolescência, a doença é acentuada, uma vez que os jovens tendem a sair à noite e dormir até tarde com mais frequência.



A característica vira um problema quando persiste na fase adulta. “O vespertino é aquele que já saiu da adolescência. Pessoas acima de 20 anos de idade que não conseguem se acostumar ao ritmo de vida que a maioria está acostumada”, diz Luciano. Segundo ele, cerca de 5% da população sofre do transtorno da fase atrasada do sono em diferentes graus e apenas uma pequena parcela acaba se adaptando à rotina contemporânea.



O pesquisador conta também que, além do preconceito sofrido pelos pais, professores e, mais tarde, pelos colegas de trabalho, o vespertino sofre de problemas psiquiátricos com maior frequência: depressão, bipolaridade, hiperatividade, déficit de atenção são os mais comuns. Além disso, a privação do sono profundo, quando sonhamos, faz com que a pessoa tenha maior susceptibilidade a vários problemas de saúde: no sistema nervoso, endócrino, renal, cardiovascular, imunológico, digestivo, além do comportamento sexual.



O tratamento não envolve apenas remédios indutores do sono, como se fosse uma insônia comum. É necessária uma terapia comportamental complexa, numa tentativa de mudar o hábito, procurando antecipar o horário do sono. Envolve estímulo de luz, atividades físicas durante a manhã e principalmente um trabalho de reeducação.



E as pessoas que têm o hábito de acordar às 4 ou 5 horas da manhã? “O lado oposto do vespertino é o que a gente chama de avanço de fase. Só que esse não tem o problema maior no sentido social. Ele está mais adaptado aos ritmos sociais e profissionais. Os meus pacientes deste tipo têm orgulho, já ouvi mais de uma vez eles dizendo ‘Deus ajuda quem cedo madruga’”, diz o neurologista.



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