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6 de ago. de 2010

Introdução
O cigarro é um dos produtos de consumo mais vendidos no mundo. Comanda legiões de compradores leais e tem um mercado em rápida expansão. Satisfeitíssimos, os fabricantes orgulham-se de ter lucros impressionantes, influência política e prestígio. O único problema é que seus melhores clientes morrem um a um.
A revista The Economist comenta: “Os cigarros estão entre os produtos de consumo mais lucrativos do mundo. São também os únicos produtos (legais) que, usados como manda o figurino, viciam a maioria dos consumidores e muitas vezes o matam.” Isso dá grandes lucros para a indústria do tabaco, mas enormes prejuízos para os clientes.
Segundo o Centro de Controle e Prevenção de Doenças, dos Estados Unidos, a vida dos fumantes americanos é reduzida, coletivamente, todo ano, em uns cinco milhões de anos ,cerca de um minuto de vida a menos para cada minuto gasto fumando.“ O fumo mata 420.000 americanos por ano”, diz a revista Newsweek. “Isso equivale a 50 vezes mais mortes do que as causadas pelas drogas ilegais”.




O Que Vai no Cigarro
Até setecentos aditivos químicos talvez entrem nos ingredientes utilizados na fabricação de cigarros, mas a lei permite que os fabricantes guardem a lista em segredo. No entanto, constam entre os ingredientes matais pesados, pesticidas e inseticidas. Alguns são tão tóxicos que é ilegal despejá-los em aterros. Aquela atraente espiral de fumaça está repleta de umas 4.000 substâncias, entre as quais acetona, arsênico, butano, monóxido de carbono e cianido. Os pulmões dos fumantes e de quem está perto ficam expostos a pelo menos 43 substâncias comprovadamente cancerígenas.
centenas de substâncias nocivas estão presentes no cigarro.




O Que Há por Trás do Cigarro
No mundo todo, três milhões de pessoas por ano -seis por minuto- morem por causa do fumo, segundo o livro Mortality From Smoking in Developed Countries 1950-2000, publicado em conjunto pelo Fundo Imperial de Pesquisas do Câncer, da Grã-Bretanha, pela OMS(Organização mundial de Saúde) e pela Sociedade Americana do Câncer. Essa análise das tendências mundiais com relação ao fumo, a mais abrangente até a presente data, engloba 45 países. “Na maioria dos países”, adverte Richard Peto, do Fundo Imperial de Pesquisas do Câncer, “o pior ainda está por vir. Se persistirem os atuais padrões de tabagismo, quando os jovens fumantes de hoje chegarem à meia-idade ou à velhice, haverá cerca de 10 milhões de mortes por ano causadas pelo fumo - uma morte a cada três segundos.
O fumo é diferente de outros perigos”, diz o Dr. Alan Lopez, da OMS. “Termina matando um em cada dois fumantes”. Martin Vessey, do Departamento de Saúde Pública da Universidade de Oxford, diz algo parecido: “Essas constatações no período de 40 anos levam à terrível conclusão de que metade de todos os fumantes terminará morrendo por causa desse hábito – uma idéia muito aterradora.” Desde a década de 50,60 milhões de pessoas morreram por causa do fumo. Essa idéia é muito aterradora também para a indústria do tabaco. Se todo ano, no mundo todo, três milhões de pessoas morrem por motivos ligados ao fumo, e muitas outras param de fumar, então todo ano é preciso encontrar três milhões de novos fumantes.
Uma fonte de novos fumantes surgiu por causa do que a indústria do tabaco aclama como liberação das mulheres. O fumo entre as mulheres é fato consumado já por alguns anos nos países ocidentais e agora está ganhando terreno em lugares em que se via nisso um estigma. Os fabricantes de cigarro pretendem mudar tudo isso. Querem ajudar as mulheres a comemorar a prosperidade e a liberação recém – conquistadas. Marcas especiais de cigarro que alegam ter baixos de nicotina e alcatrão engodam as mulheres que fumam e que acham esse tipo de cigarro menos prejudicial. Outros cigarros são perfumados ou então são longos e finos – o visual que as mulheres talvez sonhem conseguir fumando. Os anúncios de cigarro na Ásia apresentam modelos orientais, jovens e chiques, elegante e sedutoramente vestidas no estilo ocidental.

No entanto, o saldo de mortes relacionadas com o fumo ganha terreno, junto com a “liberação” feminina. O número de vítimas de câncer de pulmão entre as mulheres dobrou nos últimos 20 anos na Grã-Bretanha, no Japão, na Noruega, na Polônia e na Suécia. Nos Estados Unidos e no Canadá, os índices aumentaram 300%. “Você percorreu um longo caminho, garota!”, diz um anúncio de cigarro. Alguns fabricantes de cigarro têm sua própria estratégia. Certa empresa nas Filipinas, país predominantemente católico, distribuiu calendários gratuitos em que logo abaixo da imagem da Virgem Maria aparecia, descaradamente, o logotipo do cigarro.
“Nunca tinha visto nada igual”, disse a Dra.Rosmarie Erban, conselheira de saúde da OMS, na Ásia. “Estavam tentando relacionar o ícone ao fumo, para que as mulheres filipinas não se sentissem culpadas diante da idéia de fumar.” Na China, calcula-se que 61% dos homens adultos fumam, contra apenas 7% das mulheres. Os fabricantes ocidentais de cigarro estão de olho na “liberação” dessas belas orientais, milhões das quais por muito tempo foram privadas dos “prazeres” desfrutados pelas glamorosas ocidentais. Mas há uma pedra enorme no caminho: o fabricante estatal de cigarro supre o mercado com a maior parte do produto.

As empresas ocidentais, porém, estão gradualmente conseguindo abrir as portas. Com oportunidades limitadas de publicidade, alguns fabricantes de cigarro procuram preparar o terreno para ganhar futuros clientes à surdina. A China importa filmes de Hong Kong, e em muitos deles os autores são pagos para fumar – um marketing sutil! Em vista do aumento das hostilidades em seu próprio país, a próspera indústria norte-americana do tabaco está estendendo seus tentáculos para aliciar novas vítimas. Os fatos mostram que os países em desenvolvimento são seu alvo, não importa o custo em vidas humanas.
No mundo todo as autoridades sanitárias soam o alarme. Algumas manchetes: “África combate nova praga: o fumo.” “Fumaça vira fogo na Ásia enquanto o mercado tabagista dispara.” “Índices de consumo de cigarro na Ásia causarão epidemia de câncer.” “A nova batalha do Terceiro Mundo é contra o fumo” O continente africano tem sido castigado por secas, por guerras civis e pela epidemia da AIDS. No entanto, diz o Dr.Keith Ball, cardiologista britânico, “com exceção da guerra nuclear ou da fome, o fumo é a maior ameaça para a saúde da África no futuro”.
Gigantes multinacionais contratam lavradores para cultivar tabaco. Estes derrubam árvores cuja madeira é extremamente necessária para cozinhar, aquecer ambientes e construir casas e a usam como combustível para a cura do tabaco. Cultivam lucrativas plantações de tabaco em vez de produtos alimentícios menos lucrativos. Os africanos pobres geralmente gastam grande parte de sua escassa renda em cigarro. As famílias africanas definham, desnutridas, enquanto os cofres dos fabricantes ocidentais de cigarro engordam com os lucros.




A Praga se Espalha Pelo Mundo
A África, a Europa Oriental e a América Latina são o alvo dos fabricantes ocidentais de cigarro, que vêem nos países em desenvolvimento uma gigantesca oportunidade comercial. Mas a populosa Ásia é de longe a maior mina de ouro de todos os continentes. Só a china atualmente tem mas fumantes do que toda a população dos Estados Unidos – 300millhões. Eles fumam o total assombroso de 1,6 trilhão de cigarro por ano, um terço do total consumido no mundo!

“Os médicos dizem que as implicações do estouro do fumo na Ásia são nada menores que aterradoras”, diz o jornal New York Times Richard Peto calcula que, dos dez milhões de mortes relacionadas com o fumo que se espera que ocorram todo ano nas próximas ou três décadas, dois milhões se darão na China. Cinqüenta milhões de crianças chinesas hoje vivas podem vir a morrer de doenças ligadas ao fumo, diz Peto. O Dr.Nigel Gray resumiu isso nas seguintes palavras: “A história do fumo nas últimas cinco décadas na China e na Europa Oriental condena esses países a uma grande epidemia de doenças ligadas ao fumo.

“Como pode um produto que é a causa de 400 mil mortes prematuras por ano nos EUA, um produto que o Governo norte-americano quer a todo custo que seus cidadãos deixem de consumir, de repente tornar-se diferente fora das fronteiras americanas!”, perguntou o Dr.Prakit Vateesatokit, da Campanha Antifumo da Tailândia. “Será que a saúde se torna irrelevante quando o mesmo produto é exportado para outros países?.
A próspera indústria de tabaco tem no governo dos Estados Unidos um aliado poderoso. Juntos lutam para ganhar terreno no exterior, especialmente nos mercados asiáticos. Por anos os cigarros americanos foram impedidos de entrar no mercado do Japão, Taiwan (Formosa), Tailândia e outros países, porque alguns desses governos tinham seus próprios monopólios sobre produto do tabaco. Grupos antifumo protestam contra as importações, mas a administração norte-americana usou uma arma persuasiva: tarifas punitivas .

A partir de 1985, sobre intensa pressão do Governo dos Estados Unidos, muitos países asiáticos abriram as portas, e os cigarros americanos estão invadindo o mercado. As exportações americanas de cigarro para a Ásia aumentaram 75% em 1988.
Talvez as vítimas mas trágicas da competitividade no mundo do fumo sejam as crianças um estudo divulgado na revista The Journal of the American Medical Association diz que “as crianças e os adolescente constituem 90% de todos os novos fumantes.
Um artigo na revista U.S.News & Would Report calcula em 3,1 milhões a quantidade de fumantes adolescente nos Estados Unidos. Todo dia, 3.000 jovens começam a fumar – 1.000.000 por ano. A publicidade de certo cigarro apresenta a imagem de um personagem de desenhos animados, muitas vezes com um cigarro na boca, um camelo que adora se divertir e vive atrás dos prazeres da vida. Essa publicidade é acusada de engodar crianças e adolescentes, tornando-os escravos da nicotina, antes que compreendam os riscos para a saúde. Em apenas três anos de divulgação dessa publicidade, o fabricante teve um aumento de 64% nas vendas para adolescentes. Um estudo realizado na Faculdade de Medicina da Geórgia (EUA) constatou que 91% das crianças de seis anos de idade que foram avaliadas conheciam esse camelo fumante.

Outro personagem muito conhecido no mundo do cigarro é o cowboy machão, despreocupado, cuja mensagem, nas palavras de um rapaz, é: “quando você está fumando, ninguém o segura”. Consta que o produto de consumo mais vendido no mundo é um cigarro que controla 69% do mercado entre os fumantes adolescentes e que a marca que mais investe em publicidade. Como um incentivo a mais, todo maço traz cupons que podem trocados por jeans, bonés e roupas esportivas do gosto da moçada.
Reconhecendo o tremendo poder da publicidade, grupos antifumo conseguiram que se proibissem em muitos países os anúncios publicitários de cigarro na televisão e no rádio. Mas um jeito que os espertos anunciantes de cigarro acharam de driblar o sistema foi colocar outdoors em pontos estratégicos em eventos esportivos. É por isso que numa partida de futebol televisionada para uma grande audiência de jovens talvez apareça, em primeiro plano, a imagem do jogador favorito desses telespectadores, prestes a fazer uma jogada, e em segundo plano, sorrateiramente, um enorme outdoor.

Aqui no Brasil, a minissérie Presença de Anita , chamou a atenção aos vários cigarros consumidos pela protagonista de apenas 18 anos. A representação foi tamanha, ao ponto da própria atriz tornar-se dependente. A mensagem descarada é que fumar dá prazer, boa forma, virilidade e popularidade. “Onde eu trabalhava”, disse um consultor de publicidade, “tentávamos de tudo para influenciar a garotada de 14 anos a começar a fumar”. Os anúncios na Ásia apresentam ocidentais atléticos, saudáveis e cheios de juventude, divertindo-se a valer em praias e quadras esportivas – fumando, é claro. “Top models e estilos de vida ocidentais criam padrões glamorosos a imitar”, comentou um informe de marketing, “e os fumantes asiáticos nunca se fartam disso”.




Não Fumantes em Risco
Você mora, trabalha ou viaja com fumantes inveterados? Então talvez corra o risco ainda maior de contrair câncer de pulmão ou doenças cardíacas. Um estudo realizado em 1993 pela Agência para Proteção do Meio ambiente (EPA, em inglês) concluiu que a fumaça de cigarro no ambiente é um carcinógeno do Grupo A, o mais perigoso. O relatório analisou exaustivamente os resultados de 30 estudos da fumaça produzidas pelo cigarro em repouso e da fumaça expelida depois de tragada.
A EPA diz que a inalação passiva da fumaça de cigarro é responsável pelo câncer de pulmão que mata 3.000 pessoas todo o ano nos Estados Unidos. A Associação Médica Americana confirmou essas conclusões, em junho de 1994, com a publicação de um estudo que revela que as mulheres que nunca fumaram, mas que inalam fumaça de cigarro no ambiente, correm um risco 30% maior de contrair câncer de pulmão do que outras pessoas que também nunca fumaram.

No caso das crianças pequenas, a fumaça de cigarro resulta em 150.000 a 300.000 casos anuais de bronquite e pneumonia. A fumaça agrava os sintomas de asma em 200.000 a 1.000.000 de crianças todo o ano nos Estados Unidos. A Associação Cardíaca Americana calcula que ocorram, todo o ano, 40.000 mortes por doenças cardiovasculares causadas pela fumaça de cigarro no ambiente. Um levantamento feito pela equipe de José Rosember, pneumologista brasileiro, avaliou os efeitos do tabagismo na saúde de 15 mil crianças entre zero e um ano. Nas famílias em que o pai fuma, cerca de 25%das crianças apresentou problemas respiratórios. Quando a mãe é fumante o número passa para 49%, pois ela tem mais contato com

Em 2002, o governo brasileiro estampará nos maços de cigarro, imagens e alertas aterradores, como por exemplo uma doente grave aparecendo num leito de hospital com câncer de pulmão. Terá também imagens de crianças prematuras para alertar o fumo durante a gravidez e frases de efeito como “Fumar causa impotência sexual”. Será a maior ofensiva contra os mais de 30 milhões de viciados, que segundo o Ministério da Saúde mata 80 mil brasileiros por ano.
Mas, para quem quer se livrar da dependência, a medicina está trazendo tratamentos desde terapias e antidepressivos até chicletes e adesivos de nicotina. Já existem várias alternativas contra o cigarro, segundo o psiquiatra Montezuma Ferreira, do Ambulatório de Tabagismo do Hospital das Clínicas de São Paulo “Hoje é mais fácil parar de fumar”.

Algumas dessas alternativas se baseiam na reposição de nicotina. O fumante é poupado dos efeitos da interrupção repentina do hábito, como a irritabilidade. Então, se oferece ao corpo a nicotina mas em doses menores até que ele dispense a substância, como é o caso do chiclete e do adesivo de nicotina. Há outros tratamentos que usam antidepressivos, com bupropriona (Zyban, da empresa Glaxowellcome). Mas ainda não se sabe como ele funciona contra a dependência. Acredita-se que a droga aumente o efeito de substâncias como a seretonina e a dopanina. Assim, o fumante teria as mesmas sensações de bem-estar causadas pela nicotina. Porém, esses tratamentos são recomendados para pacientes que fumam mais de quinze cigarros por dia, ou seja, um alto grau de dependência.

Há até técnicas para quem, durante o tratamento, sente um desejo incontrolável de fumar. Trata-se de um sray de nicotina. Ao bater aquela vontade de tragar, o fumante pode borrifar um pouco do líquido no nariz. Mas esse produto só existe nos Estados Unidos. Já descobriu-se que o cérebro possui receptores de nicotina, espécies de fechadura localizadas nas células nas quais o composto se encaixa. A partir daí começam a ser liberadas no corpo substâncias como a seretonina, catecolamida e dopamina. Elas estão envolvidas no processamento de sensações como bom-humor e relaxamento. Com o tempo, o corpo se acostuma com a nicotina e precisa cada vez mais dela para sentir as mesmas coisas. Está consolidada a dependência.
Sabe-se também que além da nicotina, o outro vilão é o alcatrão. Ele causa alterações nas células que podem levar ao desenvolvimento de vários tipos de câncer como o de pulmão e o de boca.




Constatações de 50.000 Estudos
A seguir temos uma pequena amostra do que preocupa os pesquisadores com relação ao fumo e à saúde:
Câncer de Pulmão:
87% das mortes por câncer de pulmão ocorrem entre os fumantes.


Doenças Cardíacas:
os fumantes correm um risco de 70% maior de apresentar doenças cardíacas


Câncer de Mama:
as mulheres que fumam 40 ou mais cigarros por dia têm uma probabilidade 74% maior de morrer de câncer de mama.


Deficiências Auditivas:
os bebês de mulheres fumantes têm maiores dificuldades em processar sons.


Complicações da Diabetes:
os diabéticos que fumam ou que mascam tabaco correm maior risco de ter graves complicações renais e apresentam retinopatia (distúrbios da retina) de evoluções mais rápidas.


Câncer de Cólon:
dois estudos com mais de 150.000 pessoas mostram uma relação clara entre o fumo e o câncer de cólon.


Asma:
a fumaça pode piorar a asma em crianças


Predisposição ao Fumo:
as filhas de mulheres que fumavam durante a gravidez têm quatro vezes mais probabilidade de fumar também.


Leucemia:
suspeita-se que o fumo cause leucemia mielóide.


Contusões em Atividades Físicas:
segundo um estudo do Exército dos Estados Unidos, os fumantes têm mais probabilidades de sofrer contusões em atividades físicas.


Memória:
doses altas de nicotina podem reduzir a destreza mental em tarefas complexas.


Depressão:
psiquiatras estão investigando evidências de que há uma relação entre o fumo e a depressão profunda, além da esquizofrenia.


Suicídio:
um estudo feito entre enfermeiras mostrou que a probabilidade de cometer suicídio era duas vezes maior entre as enfermeiras que fumavam.


Outros perigos a acrescentar à lista:
câncer da boca, laringe, gargantas, esôfago, pâncreas, estômago, intestino delgado, bexiga, rins e colo do útero; derrame cerebral, ataque cardíaco, doenças pulmonares crônicas, distúrbios circulares, úlceras pépticas, diabetes, infertilidade, bebês abaixo do peso, osteoporose e infecções dos ouvidos. Pode-se acrescentar ainda o perigo de incêndios, já que o fumo é a principal causa de incêndios em residências, hotéis e hospitais.





O Pulmão e o Coração

Ilustração do
Pulmão Humano O pulmão humano é composto de pequenos glóbulos chamados alvéolos. O fluxo de sangue e a irrigação sanguinia entre o coração e o pulmão são intensos. A fumaça do cigarro prejudica diretamente o funcionamento do sistema coração-pulmão. Com o passar do tempo os alvéolos pulmonares vão sendo cimentados pelos componentes da fumaça do cigarro, deixando de fazer sua função. O organismo então passa a ter menor oxigenação dos tecidos, resultando em maior facilidade de cansaço para o fumante. O cigarro também causa inúmeros danos ao coração, tal como infarto.




É Possível Libertar-se
Milhões de pessoas conseguiram se libertar do vício da nicotina. Se você fuma, você também poderá largar esse hábito prejudicial.
Aqui vão algumas dicas:


Saiba de antemão o que esperar. Os sintomas de abstinência podem incluir ansiedade, irritabilidade, tontura, dor de cabeça, insônia, distúrbios estomacais, fome, fortes desejos de fumar, talvez por causa de um momento estressante (lembre-se de que o impulso em geral passa dentro de cinco minutos), dificuldade de concentração e tremores. Isso não é nada confortável, mas os sintomas mais intensos duram apenas alguns dias e vão desaparecendo à medida que o corpo vai se livrando da nicotina.
Analise sua rotina para ver quando você procurava um cigarro e altere esse padrão, pois a mente estava condicionada por comportamentos associados ao fumo. Por exemplo, se fumava logo após as refeições, crie a determinação de levantar-se logo em seguida e caminhar ou lavar os pratos. Se estiver desanimado por causa de recaídas, não desista.
O importante é continuar tentando.
Parar de fumar é uma coisa. Largar de uma vez por todas o fumo é outra coisa. Estabeleça alvos de abstinência: um dia, uma semana, três meses, para daí então parar de fumar para sempre.
Se a idéia de engordar o incomoda, lembre-se de que os benefícios de parar de fumar superam esses quilinhos a mais. É bom ter frutas e hortaliças à disposição. E beba muita água.

E falando em benefícios ao parar de fumar saiba mais sobre isso:


Vinte minutos depois de deixar o cigarro, a pressão arterial e os batimentos cardíacos retornam ao normal
Um dia depois de largar o vício, as chances de infarto começam a se reduzir
Após três dias, há um aumento da capacidade respiratória
De duas a 12 semanas a circulação sangüínea melhora
No intervalo de 1 a 9 meses a tosse e as infecções das vias aéreas vão cessando. A capacidade física melhora
Em um ano diminui o risco de doença coronariana em 50% Em dez anos caem as chances do aparecimento de câncer
No período de dez a 15 anos o perigo de desenvolver problemas cardíacos se iguala ao de uma pessoa que nunca fumou.





Estatísticas
Mais de 300 pessoas morrem por dia no Brasil em conseqüência ao hábito de fumar. A Organização Mundial de Saúde prevê que, se nada for feito, em 2020 o vício do cigarro levará mais de 10 milhões de pessoas à morte, por ano.

Estatísticas Sobre Uso do Cigarro





Conclusão
O fumo e seus derivados fazem parte do grupo de drogas consideradas de alta periculosidade a saúde humana. Vidas são tragadas pelos malefícios do fumo a cada minuto. Entretanto o lucro gerado pelo fumo movimenta bilhões de dólares todos os anos. Milhares de horas de propaganda a favor do fumo são veiculadas nos meios de comunicação de massa toda semana buscando novos mercados consumidores. Se o fumo é um mal para uns, faz muito bem a outros tantos que usufruem do lucro gerado pelo fumo e seus derivados. A grande maioria entretanto, morre e adoece todos os dias. O fumo traz inúmeras despesas à nossa sociedade.



As drogas ilícitas são substâncias proibidas de serem produzidas, comercializadas e consumidas. Em alguns países, determinadas drogas são permitidas sendo que seu uso é considerado normal e integrante da cultura. Tais substâncias podem ser estimulantes, depressivas ou perturbadoras do sistema nervoso central, o que perceptivelmente altera em grande escala o organismo.

São drogas ilícitas: maconha, cocaína, crack, ecstasy, LSD, inalantes, heroína, barbitúricos, morfina, skank, chá de cogumelo, anfetaminas, clorofórmio, ópio e outras. Por serem proibidas, as drogas ilícitas entram no país de forma ilegal através do tráfico que promove a comercialização negra, ou seja, a comercialização feita sem a autorização das autoridades. Dentre as conseqüências que as drogas ilícitas trazem pode-se dar ênfase à violência gerada por elas em todas as fases de produção até o consumidor final. As demais conseqüências são: arritmia cardíaca, trombose, AVC, necrose cerebral, insuficiência renal e cardíaca, depressão, disforia, alterações nas funções motoras, perda de memória, disfunções no sistema reprodutor e respiratório, câncer, espinhas, convulsões, desidratação, náuseas e exaustão.

É importante esclarecer que a dependência das drogas é tratável, ou seja, através do auxílio médico e familiar uma pessoa pode deixar o vício e voltar a ter uma vida normal sem que necessite depositar substâncias que criam falsas necessidades no organismo e impedindo que o rendimento do organismo seja comprometido.

efedrina

Efedrina

Prof. MS. Reinaldo Tubarão Bassit

A efedrina é obtida do extrato vegetal de Ma-Huang (farmacopéia Chinesa, Indiana e Japonesa, dos ramos jovens de Ephedra sinica, Ephedra equisetina e Ephedra gerardiana (Ephedraceae), que contém não menos de 1,25% de alcalóides na forma de efedrina. É encontrada na forma de grânulos ou cristais brancos, que se decompõem na presença de luz, devendo ser armazenada em frascos opacos. É solúvel em água, álcool, clorofórmio e éter. Possui atividade alfa e beta-agonista com capacidade de aumentar a liberação de norepinefrina dos neurônios simpáticos. É uma droga que estimula o aumento da freqüência cardíaca e o débito cardíaco, e invariavelmente aumenta a resistência periférica, dessa forma, podendo elevar a pressão arterial. A ativação de receptores b-adrenérgicos, nos pulmões, promove broncodilatação. Além disso, a efedrina é um potente estimulante do sistema nervoso central (SNC), sendo que após sua administração oral, seus efeitos podem persistir por várias horas. É eliminada na urina em sua forma íntegra, tendo uma meia vida de aproximadamente 3 a 6 horas.

O extrato vegetal de Ma-Huang vem sendo utilizado a centenas de anos pelos Chineses, primariamente para o tratamento de indisposição provocada pela febre tifóide, dores articulares, tosses, inchaço dos tornozelos, asma, e contra os sintomas da gripe e de resfriados. É fato que, hoje em dia vários medicamentos descongestionantes e outros que atuam contra os sintomas da gripe, contêm efedrina. No entanto, seu uso com a finalidade de controlar o peso ou aumentar a "energia corporal" tem crescido dramaticamente, conforme podemos observar nas prateleiras de lojas de suplementos, onde a maioria dos produtos para controle do peso contem efedrina.

De fato, a efedrina, entre outras, parece ser uma droga que apresenta o melhor efeito na produção do aumento do gasto calórico através do processo denominado de termogênese (produção de calor), que de forma grosseira significa "queimar" gordura para produzir calor. Em outras palavras, com a ingestão de efedrina, ocorre aumento do metabolismo que por sua vez aumenta a temperatura corporal central. Isso acelera o gasto calórico, que facilita a perda de gordura corporal. De forma científica, a efedrina interage com os receptores b-adrenérgicos presentes na superfície dos adipocitos (celulas que armazenam gordura na forma de triacilglicerois). Essa interação entre o agonista b-adrenérgico (efedrina) e os receptores adrenérgicos presentes na superfície da célula de gordura é que irão dar inicio a uma seqüência de eventos, dentro da célula, que resultarão em aumento da lipólise, ou seja, "quebra de gorduras".

Em programas de perda de peso para obesos o extrato de Ma-Huang é utilizado como adjuvante, apresentando certo grau de segurança, sem a presença de efeitos colaterais detectáveis. Atua através de dois mecanismos, supressão do centro nervoso ligado ao apetite e aumento da oxidação de ácidos graxos de cadeia longa. Essa substância pode ser associada com a ingestão de cafeína, dentro das recomendações adequadas (200mg/dia), visto que juntas (cafeína e efedrina) atuam sinergisticamente promovendo a perda de gordura de maneira mais eficaz. A cafeína tem a capacidade de aumentar as concentrações plasmáticas de adrenalina, que por sua vez aumenta a oxidação de gorduras. Em outras palavras, quando ocorre a combinação dessas duas substâncias o efeito produzido é maior do que quando somamos os efeitos que cada uma delas tem individualmente. Além disso, a combinação da cafeína/efedrina ou de suas ervas equivalentes (guaraná/efedra), com aspirina ou sua erva equivalente (willow bark) parecem potencializar ainda mais esses efeitos, principalmente no que se refere à supressão do apetite. Assim, a utilização de doses contendo o equivalente a 20 - 25mg de efedrina, considerando-se a pureza do extrato utilizado, com a ingestão de 200 mg de cafeína, e 300 mg de aspirina, parece ser a melhor combinação. Essa dose de efedrina pode ser obtida pelo consumo de 2 cápsulas da maioria dos produtos comercializados, e pode ser usada com segurança em intervalos de 6h, ou seja 3 vezes ao dia. Aparentemente, a ingestão de efedrina (20-25mg) não é capaz de produzir efeitos colaterais em indivíduos sadios, mesmo se associada à até 200mg de cafeína, outra substância simpatomimética.

Um lado considerado benéfico para praticantes de atividade física com a suplementação combinada de efedrina, cafeína e aspirina, é o "sentimento" do aumento da energia e disposição para a prática de atividades físicas, podendo levar o indivíduo a suportar o aumento da intensidade do esforço. Além disso, essa combinação parece exercer um grande efeito de supressão do apetite, considerado benéfico para aqueles que pretendem diminuir a ingestão calórica com o objetivo de perda do peso. Dessa forma, suprimindo o apetite e ao mesmo tempo dando a sensação de se ter maior energia, não é de se espantar que a combinação desses elementos está se tornando cada vez mais popular.

Alguns pesquisadores classificam doses de até 150mg de efedrina como seguras, quando utilizadas em obesos. No entanto o seu uso deve ser evitado por crianças e adolescentes (12 meses aos 17 anos de idade); lactentes (criança de zero a onze meses de idade); lactantes, uma vez que a efedrina é capaz de ser encontrada no leite; cardiopatas, incluindo-se aqueles que se utilizam de inibidores da enzima monoamina oxidase (MAO- para depressão ou supressão do apetite); e mulheres grávidas, por falta de estudos que comprovem segurança.

Entretanto, mesmo se tomando as devidas precauções, o uso dessas substâncias deveria obedecer algumas regras para se evitar o efeito da exposição crônica, que tem como conseqüência a saturação dos receptores b-adrenérgicos. Isso implica na diminuição da sensibilidade à droga (efedrina e cafeína), fazendo com que o indivíduo aumente a dosagem ingerida. Esse comportamento torna-se perigoso, uma vez que as doses elevadas podem causar aumento da temperatura corporal, perda da eficiência termorregulatória, e aumento da pressão arterial e da freqüência cardíaca. Adicionalmente a isso, a maior capacidade de resistir ao esforço físico e a capacidade de elevar a intensidade do mesmo, acima do que normalmente o indivíduo está acostumado, contribui para esses aumentos supracitados, colocando a maioria dos indivíduos numa situação de perigo, podendo levar à morte.

Para ilustrar essa situação, um exame médico realizado no início do mês de julho de 2003, atribuiu a contribuição de um produto à base de efedrina à morte de um jogador de beisebol de 23 anos, Steve Bechler, da equipe Baltimore Orioles. Bechler morreu um dia após sua temperatura corporal ter subido bruscamente para 42ºC durante um treinamento. O legista responsável pela autópsia, Joshua Perper, chegou a conclusão de que houve falência múltipla de órgãos, e que isso poderia estar relacionado ao uso de um medicamento conhecido pelo nome de "Xenadrine". Foi constatado que o jovem atleta utilizava o medicamento para perder peso. O jogador pesava 107 Kg, porém, sofria de hipertensão.

Sabe-se que a indústria de suplementos gera 1 a 3 bilhões de dólares anualmente, pelas vendas de produtos a base de efedrina. Um estudo realizado por pesquisadores, em São Francisco, revelou que as pessoas que consomem essa droga tem um aumento 200 vezes maior na ocorrência de efeitos colaterais do que aquelas que tomam outros tipos de suplementos.

Deve ser ressaltado que existem diferenças individuais em resposta a ingestão de efedrina, ou seja, alguns indivíduos ingerindo a dose considerada segura (20-25mg) não irão apresentar qualquer tipo de efeito colateral indesejável como por exemplo: taquicardia; aumento excessivo da temperatura corporal e do suor, do estado de euforia, da freqüência cardíaca e da pressão arterial. Por outro lado, outros irão apresentar um ou mais desses sintomas mesmo ingerindo doses abaixo do considerado seguro.

Atualmente, várias organizações médicas proeminentes, incluindo a American Medical Association e a Health Canadá, têm recomendado a proibição da venda de efedrina. As organizações esportivas, incluindo a National College Athletics Association (NCAA), o International Olympic Committee (IOC) que considera doping uma concentração acima de 10mg/ml encontrada na urina, e a National Football League (NFL), proíbem o uso de produtos contendo efedrina. Adicionalmente, a FDA (Food and Drug Administration) tem publicado inúmeras advertências sobre os possíveis efeitos colaterais dessa droga. Dessa maneira, por haver um risco substancialmente maior com o uso da efedrina em comparação a outros produtos a base de ervas (Ginkgo Biloba, Echinacea, Ginseng, Kava Kava, Yohimbe, St. John´s Wort), sua utilização deveria ser restrita ou evitada a fim de prevenir as sérias reações adversas que pode acometer grande parte dos usuários.

Referências Bibiliográficas

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2 Farmacopéia Brasileira. 3a ed. Organização Andrei Editora S.A.1977
3 USP DI. 16th ed. Randy McNally, Tauton, Massachusetts, 1996
4 Astrup A, Breum L, Toubro S, Hein P, Quaade F; The effect and safety of an ephedrine/caffeine compound compared to ephedrine, caffeine and placebo in obese subjects on na energy restricted diet. A double blind trial. Int. J. Obes. Relat. Metab. Disord., 16:4, 269-77, 1992.
5 Daly P.A., Krieger D.R., Dulloo A.G., Young J.B., Landsberg L.; Ephedrine, caffeine and aspirin:safety and efficacy for treatment of human obesity. Int. J. Obes. Relat. Metab. Disord., 17 Suppl 1:, S73-8, 1993.
6 Breum L, Pedersen J.K., Ahlstrim F., Frimodt Miller J., Comparison of an ephedrine/cafeine combination and dexfenfluramine in the treatment of obesity. A double-blind multi-centre trial in general practice. Int. J. Obes. Relat. Metab. Disord., 18:2, 99-103, 1994.
7 Toubro S, Astrup A.V, Breum L, Quaade F, Safety and Efficacy of long-term treatment with ephedrine, caffeine and an ephedrine/caffeine mixture. Int. J. Obes. Relat. Metab. Disord., 17 Suppl 1:, S69-72, 1993.
8 Astrup A, Breum L, Toubro S, Pharmacological and clinical studies of ephedrine and other thermogenic agonists. Obes. Res. 3 Suppl 4:, 537S-540S, 1995.
9 Hardman, J.G., Limbird, L.E., Molinoff, P.B., Ruddon, R.W., Goodman Gilman, A., The Pharmacological Basis of Therapeutics, 9th ed. McGraw Hill, 1996.
10 Focus on: Miracle Fat Loss Supplements, Advanced Research Press, 1999
11 Betz J.M, Gay M.L, Mossoba M.M, Adams S, Portz B.S, Chiral gas chromatographic determination of ephedrine-type alkaloids in dietary supplements containing Ma Huang. J AOAC Int, 80: 2, 303-15, 1997.
12 Bent, S.; Tiedt, T.N.; Odden, M.C.; Shlipak, M.G. The relative safety of ephedra compared with other herbal products. Ann Intern Med. 138:468-471, 2003.

anfetaminas


Sob a designação geral de anfetaminas, existem três categorias de drogas sintéticas que diferem entre si do ponto de vista químico. As anfetaminas, propriamente ditas, são a destroanfetamina e a metanfetamina.

Existem no mercado vários produtos que podem ser enquadrados numa dessas três categorias. São eles: Benzidina e Bifetamina, anfetaminas puras; Dexedrine, um sulfato de destroanfetamina, com estrutura molecular semelhante ao hormonio epinefrine (adrenalina), que é uma substância secretada no corpo humano pela glândula supra-renal nos momentos de susto; Dexamil, uma combinação de dextroanfetamina e amobarbital, um sedativo; Methedrine e Desoxyn, metanfetaminas puras; Desbutal e Obedrin, combinações de metanfetamina e pentobarbital, um barbitúrico; e Amphaplex, um coquetel de metanfetamina, anfetamina e dextroanfetamina. Preludin, uma droga que difere quimicamente das anfetaminas, é enquadrada nesse grupo por causar os mesmos efeitos.

Em estado puro, as anfetaminas têm a forma de cristais amarelados, com sabor intragavelmente amargo. Geralmente ingeridas por via oral em cápsulas ou comprimidos de cinco miligramas, as anfetaminas também podem ser consumidas por via intravenosa (diluídas em água destilada) ou ainda aspiradas na forma de pó.

A anfetamina surgiu no século 19, tendo sido sintetizada pela primeira vez na Alemanha, em 1887. Cerca de 40 anos depois, a droga começou a ser usada pelos médicos para aliviar fadiga, alargar as passagens nasais e bronquiais e estimular o sistema nervoso central. Em 1932, era lançada na França a primeira versão comercial da droga, com o nome de Benzedrine, na forma de pó para inalação. Cinco anos mais tarde, a Benzedrine surgiu na forma de pílulas, chegando a vender mais de 50 milhões de unidades nos três primeiros anos após sua introdução no mercado.

Durante a Segunda Guerra Mundial, tanto os aliados como as potências do Eixo empregaram sistematicamente as anfetaminas para elevar o moral, reforçar a resistência e eliminar a fadiga de combate de suas forças militares. Tropas alemãs, como as divisões Panzer, empregavam a Methedrine. Já a Benzedrine foi usada pelo pessoal da Força Aérea norte-americana estacionado em bases na Grã-Bretanha. Em território dos Estados Unidos, entretanto, o uso das anfetaminas por pessoal militar só foi oficialmente autorizado a partir da Guerra da Coreia. A febril produção de anfetaminas para atender aos pilotos da Luftwaffe, a força aérea de Hitler, gerou excedentes que provocaram uma verdadeira epidemia anfetamínica no Japão. Perto do final, da guerra, os operários das fábricas japonesas de munição receberam generosos suprimentos da droga, que era anunciada como solução para eliminar a sonolência e embalar o espírito. Como resultado, no período imediato do pós-guerra, o Japão possuía 500 mil novos viciados.

Pouco mais tarde, no início da década de 50, militares americanos servindo no Japão e na Coreia se transformaram nos primeiros a utilizar o speedball, uma mistura injectável de anfetamina e heroína. Outra epidemia anfetamínica aconteceu na Suécia em 1965, depois que a droga passou a ser fornecida pelo serviço nacional de saúde. Milhares de pessoas se aproveitaram do fato de a anfetamina ser distribuída gratuitamente para consumir quantidades abusivas da sua substância, até que ela foi tornada ilegal algum tempo depois.

Nas últimas décadas, a anfetamina tem sido usada em massa em tratamentos para emagrecer, já que a droga é temporariamente eficaz na supressão do apetite. Entretanto, à medida que o tempo passa, o organismo desenvolve tolerância à anfetamina e torna-se necessário aumentar cada vez mais as doses para se conseguir os mesmos efeitos. A perda de apetite gerada pelo seu uso constante pode transformar-se em anorexia, um estado no qual a pessoa passa a sentir dificuldade para comer e até mesmo para engolir alimentos pastosos, resultando em sérias perda de peso, desnutrição e até morte. Durante muito tempo, a anfetamina foi também utilizada para tratar depressão, epilepsia, mal de Parkinson e narcolepsia. Actualmente, apenas a narcolepsia permanece utilizando essa droga em seu tratamento.

As anfetaminas agem estimulando o sistema nervoso central através de uma intensificação da norepinefrina, um neuro-hormônio que activa partes do sistema nervoso simpático. Efeitos semelhantes aos produzidos pela adrenalina no cérebro são causados pelas anfetaminas, levando o coração e os sistemas orgânicos a funcionarem em alta velocidade. Resultado: o batimento cardíaco é acelerado e a pressão sanguínea sobe bastante. Ao agir sobre os centros de controle do hipo tálamo, ao mesmo tempo em que reduz a actividade gastrointestinal, a droga inibe o apetite e seu efeito pode durar de quatro a 14 horas, dependendo da dosagem.

A anfetamina é rapidamente assimilada pela corrente sanguínea e, logo depois de ser ingerida, provoca arrepios seguidos de sentimentos de confiança e presunção. As pupilas dilatam, a respiração torna-se ofegante, o coração bate freneticamente e a fala fica atropelada. Em seguida, o usuário da droga pode entrar em estado de euforia e elevação, enquanto seu corpo se agita com uma intensa liberação de energia. Quando essa energia se extingue, o efeito começa a declinar, sendo substituído por inquietação, nervosismo e agitação, passando à fadiga, paranóia e depressão. Esgotadas as sensações da droga, o abuso leva geralmente a dores de cabeça, palpitações, dispersividade e confusão. Como o efeito é pouco duradouro e termina em depressão, o usuário é levado a tomar doses sucessivas, que vão aumentando na quantidade de anfetamina ingerida à medida que o organismo vai se habituando à droga. O ciclo de abuso e dependência pode criar uma reacção tóxica no organismo, conhecida como psicose anfetamínica, que pode durar até algumas semanas, com irritabilidade, insónia, alucinações e até a morte em casos extremos. Os sonhos de quem abusa de anfetaminas são perturbados e interrompidos, e seu sono é pouco reparador.

Overdoses fatais, todavia, são raras, e a dosagem letal ainda é desconhecida, sendo que os usuários mais habituais podem consumir até 1000 miligramas por dia. Ao contrário do que os médicos pensavam quando se começou a utilizar a anfetamina, a droga não causa dependência física, mas psicológica, podendo chegar a tal ponto em que o abandono de seu uso torna-se praticamente impossível.

As anfetaminas são as drogas geralmente associadas com os casos de doping em corridas de cavalos, jogos de futebol e outras competições desportistas.

Heroína

A heroína é uma droga derivada da papoula, sintetizada a partir da morfina: substância bastante utilizada no século XIX pelas suas propriedades analgésicas e antidiarreicas. Como outras drogas originárias desta planta, a heroína atua sobre receptores cerebrais específicos, provocando um funcionamento mais brando do sistema nervoso e respiratório.

Descoberta sua potencialidade em causar dependência química e psíquica de forma bastante rápida, sua comercialização foi proibida na década de vinte. Entretanto, principalmente no sudeste asiático e Europa, essa substância é produzida e distribuída para todo o mundo clandestinamente.

Apresentando-se em sua forma pura como um pó branco de coloração esbranquiçada, é utilizada mais frequentemente de forma injetável, após aquecimento. Além disso, alguns usuários a inalam ou aspiram.

Seus efeitos duram aproximadamente cinco horas, proporcionando sensações de bem-estar, euforia e prazer; elevação da autoestima e diminuição do desânimo, dor e ansiedade.

Como esta droga desenvolve dependência e tolerância de forma bastante rápida, o usuário passa a consumi-la com mais frequência com o intuito de buscar o mesmo bem-estar provocado anteriormente, e também de fugir das sensações provocadas pela abstinência. Essa, que surge aproximadamente vinte e quatro horas após seu uso, pode provocar diarreia, náuseas, vômitos, dores musculares, pânico, insônia, inquietação e taquicardia.

Assim, formas de obtê-la passam a ser o foco de suas vidas, gerando consequências sérias. Constantes vômitos, diarreias e fortes dores abdominais, perda de peso, depressão, abortos espontâneos, surdez, delírio, descompassos cardíacos, incapacidade de concentração, depressão do ciclo respiratório, colapso dos vasos sanguíneos; além de problemas relacionados às interações sociais e familiares são algumas consequências que o usuário está sujeito, em médio prazo. Além disso, no caso de pessoas que a utilizam na forma injetável, há chances de ocorrer necrose de tecidos e de se adquirir diversas doenças, como AIDS, hepatites e pneumonias, em decorrência da utilização de seringas compartilhadas.

A maioria dos casos de morte por overdose é consequência de paradas respiratórias decorrentes de seu uso prolongado, ou de uso concomitante com outras drogas.

Por Mariana Araguaia
Graduada em Biologia
Equipe Brasil Escola

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