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30 de jun. de 2010

Vestibular 2011 da UFRN vai ofercer mais de seis mil vagas23/06/2010 16:13
Mais 6.139 vagas serão oferecidas pela UFRN através do Vestibular 2011 (sistema seletivo tradicional), que será realizado, simultaneamente, nos municípios de Natal, Mossoró, Caicó, Currais Novos e Santa Cruz, nos dias 28, 29 e 30 de novembro. As inscrições serão realizadas exclusivamente via internet, no período de 26 de julho a 29 de agosto. O Vestibular e o ENEM são abertos a portadores de certificado de conclusão do ensino médio ou curso equivalente, ou aos que estiverem cursando, no ano letivo de 2010, o último ano do ensino médio ou curso equivalente.Os alunos oriundos da Rede Pública de Ensino poderão ser beneficiados com o Argumento de Inclusão, cuja inscrição ocorrerá no período de 24 de setembro a 15 de outubro. Os interessados deverão apresentar comprovante de inscrição no Vestibular e os documentos que certifiquem os requisitos estabelecidos na resolução, especialmente ter cursado, com aprovação, os últimos três anos do Ensino Fundamental e todo o Ensino Médio na Rede Pública de Ensino.

24 de jun. de 2010

Estudo vê ligação entre câncer e uso de remédio para o coração

Um estudo feito nos Estados Unidos sugere que os usuários de um tipo de remédio comumente usado para tratar problemas cardíacos e pressão alta têm uma maior possibilidade um pouco maior a desenvolver câncer.

No levantamento, divulgado na última edição da publicação científica The Lancet Oncology, os cientistas do University Hospitals Case Medical Center, na cidade de Cleveland, fizeram um cruzamento de informações de estudos sobre casos de câncer de pulmão, próstata e mama de 68 mil pacientes. Também analisaram informações sobre novos diagnósticos de câncer em 61 mil pessoas e registros de mortes por câncer de outros 93 mil.

Eles concluíram que, entre os pacientes que tomavam uma classe de medicamentos conhecida como bloqueadores dos receptores de angiotensina, a probabilidade de desenvolver câncer chegou a 7,2%, enquanto que em pacientes que não tomaram esses remédios, a possibilidade foi calculada em 6%.

Quando investigaram mais a fundo que tipos específicos de tumores estariam associados ao medicamento, verificaram uma predominância maior de casos de câncer de pulmão.

Câncer

Os bloqueadores dos receptores de angiotensina são recomendados principalmente para condições como pressão alta e insuficiência cardíaca.

Em 2003, testes com um remédio desse tipo revelaram um aumento nos riscos de morte por câncer, mas não ficou claro no período se o resultado era significativo ou não.

Não está claro por que bloqueadores dos receptores de angiotensina aumentariam os riscos de câncer, mas alguns estudos com animais indicam que talvez haja uma associação entre a droga e o crescimento de vasos sanguíneos em tumores.

Embora o aumento constatado seja modesto, o cientista responsável pelo estudo, Ilke Sipahi, disse que, como as drogas são usadas em grande escala, existe um potencial de muitos casos adicionais de câncer.

Com base nos resultados, os cientistas responsáveis pelo estudo pedem aos órgãos responsáveis pela regulamentação do uso de remédios que realizem novas investigações para analisar a relação entre o medicamento e o câncer.

Eles recomendam, porém, que os pacientes não deixem de tomar a droga. Em caso de preocupação, devem procurar um médico.

Tim Chico, vice-diretor da NIHR Cardiovascular Biomedical Research Unit da University of Sheffield, no Reino Unido, disse que o estudo não provou a existência de um vínculo definitivo entre o câncer e a droga.

Ele enfatizou que medicamentos que baixam a pressão salvam vidas

Nova técnica prevê apenas uma dose de radioterapia para pacientes de câncer de mama

O câncer de mama é o que mais mata mulheres no Brasil
Uma única dose de radioterapia durante a cirurgia para a retirada do câncer de mama se mostrou tão eficiente quanto a série de 15 a 35 sessões normalmente recomendadas após a operação, segundo um estudo britânico publicado na revista médica The Lancet.

Os médicos testaram a técnica em mais de 2.000 pacientes, acompanhadas ao longo de quatro anos.

Se sua eficácia for comprovada, a técnica significaria a redução de filas, economia nos custos dos tratamentos e as pacientes sofreriam menos com os efeitos colaterais.

Segundo a fundação Cancer Research UK, o estudo pode ter um “grande impacto” para as pacientes.

Precisão

O câncer de mama é o que mais causa morte entre as mulheres no Brasil, segundo o INCA, e nos países ocidentais é uma das principais causas da morte de mulheres.

A retirada do tumor é, normalmente, o primeiro passo no tratamento de câncer de mama, seguida pelas sessões de radioterapia para matar qualquer célula cancerígena remanescente.

Com a nova técnica, os médicos usam um aparelho de radioterapia móvel que pode ser inserido no seio durante a cirurgia e atingir um alvo específico, de onde foi retirado o tumor.

A pesquisa, liderada por médicos britânicos, mas realizada em nove países, mostrou que a reincidência do câncer em mulheres com mais de 45 anos de idade foi a mesma, independente da técnica utilizada – dose única ou múltipla de radioterapia.

Entre as mulheres que receberam apenas uma dose, houve seis reincidências. Entre as que receberam tratamento de radioterapia prolongado, cinco apresentaram reincidência.

Mas a dose única evita danos potenciais a órgãos como o coração, pulmão e esôfago, que podem ocorrer quando a radiação é direcionada a todo o seio, afirmam os pesquisadores.

A freqüência de qualquer complicação ou grandes efeitos tóxicos foi semelhante nos dois grupos.

Trauma

O oncologista Jeffrey Thobias, do University College London Hospitals (UCLH), que apresentou a primeira paciente a ser submetida à nova técnica com o oncologista Jayant Vaidya, disse: “Acredito que a razão pela qual ela funciona tão bem é a precisão do tratamento. Ele erradica as células em uma área de altíssimo risco – a parte do seio de onde foi retirado o tumor”.

Vaidya, que também é oncologista do UCLH, afirmou que com o novo tratamento muitas mulheres não precisariam retirar seu seio.

Josephine Ford, de 80 anos de idade, foi diagnosticada com câncer de mama em fevereiro de 2008 e tratada com a nova técnica três meses depois.

A operação foi um sucesso e ela afirma que a dose única “simplificou tudo e tornou o processo menos traumático”.

Apesar dos resultados otimistas, os médicos afirmam que a técnica só se aplica a pacientes com câncer de mama semelhantes aos tratados durante o estudo.

Os médicos também afirmam que serão necessários vários anos até que a eficácia seja totalmente provada e o tratamento seja adotado em vários hospitais.

16 de jun. de 2010

Diferenças entre mono e dicotiledôneas


As monocotiledôneas e dicotiledôneas são duas classes de vegetais que pertencem às plantas angiospermas (plantas com sementes contidas no interior dos frutos) e também fanerógamas (plantas com flores), atualmente classificadas como magnoliófitas, reunindo aproximadamente 230 mil espécies.

Monocotiledôneas
Grupo de vegetais cuja principal característica é a manifestação de apenas um cotilédone compondo a semente.

Dicotiledôneas
Grupo de vegetais contendo dois cotilédones envolvidos pela semente.

Cotilédone → Substância de reserva energética transferida ao desenvolvimento do embrião durante a germinação.

Outras diferenças distinguíveis entre os grupos:

CARACTERÍSTICA

Monocotiledônea

Dicotiledônea

Inserção foliar

InvaginantePeciolada

Nervuras foliares

Paralelas (paralelinérvea)Reticuladas (peninérvea)

Caule

Vasos condutores de seiva irregularmente espalhados pelo caule (difusos)Vasos condutores de seiva dispostos ordenadamente na periferia do caule ao redor do cilindro central

Raízes

Fasciculada ou cabeleira
(não possui raiz com eixo principal)
Axial ou pivotante
(possui raiz com eixo principal)

Flores

Trímeras
(formadas por 3 pétalas ou seus múltiplos)
Tetrâmeras ou pentâmeras
(formadas por 4 ou 5 pétalas, ou seus múltiplos)

Frutos

Subdivididos em 3 carpelos (lojas / repartições)Subdivididos em 2 ou 5 carpelos

Exemplos

Milho, bambu, cana-de-açúcar, alho, arroz, palmeiras, grama, cebola, etc.Feijão, amendoim, café, girassol, laranja, mamão, abacate, seringueira, etc.

SUGESTÃO PRÁTICA

Procedimento: o professor deverá reunir exemplares botânicos conforme as características mencionadas acima, expondo o conteúdo teórico juntamente ao material biológico referente. Esse tipo de dinâmica, permitindo aproximação do aluno com o objeto mencionado, contribui com a fixação do aprendizado.

Dependendo da disponibilidade do professor, programação da escola e autorização dos pais (caso o aluno seja menor de idade) é possível organizar um momento extra-sala, possibilitando aos alunos passeio educativo.

Nessa ocasião, o professor em visita anterior a um bosque (próximo a escola), deverá observar a vegetação in loco, montando uma trajetória (trilha) conveniente ao assunto explicado, ou seja, durante a escolha do percurso, alguns vegetais identificados deverão servir de exemplo para análise dos aspectos que diferenciam as monocotilédones das dicotiledôneas.

Aves


Aves

As aves (l. avis) são animais facilmente reconhecíveis, pois são animais comuns e diurnos. A sua coloração e canto chamam a atenção humana e muitas fazem parte da nossa alimentação regular.

Em consequência da sua adaptação ao voo, as aves são muito mais parecidas entre si que os animais das restantes classes tetrápodes. A forma geral do corpo é fusiforme, oferecendo uma resistência mínima ao ar.

O seu revestimento corporal de penas é único e característico, isolando o corpo e permitindo não só o voo mas também a regulação de temperatura. O voo, por sua vez, permitiu ás aves ocuparem nichos ecológicos negados a outros animais, como as regiões árcticas.

A ciência que estuda as aves é a ornitologia (gr. ornis = ave). As aves parecem ter evoluído de répteis do tipo dinossáurio arborícola, que se alimentava de insectos. Pensa-se que deverá ter sido esta a causa para o surgimento de muitas das características consideradas típicas das aves, nomeadamente os olhos grandes, patas com boa aderência e longo focinho (mais tarde modificado para bico). Talvez tenha mesmo sido essa a origem da endotermia, pois permitia tirar partido de zonas frias em que os insectos (seu principal alimento) se tornavam lentos e inactivos.

O fóssil de ave mais antigo data de há cerca de 150 M.a. durante o período Jurássico. Este animal do tamanho de um corvo ficou conhecido por Archeopteryx lithographica e apresentava características combinadas de réptil e de ave (asas, penas, focinho com maxilares com dentes, etc.). Não é claro se voava ou planava pois não possuía o esterno em forma de quilha, necessário à inserção dos músculos das asas.

Durante o Cretácico as aves diversificaram-se e evoluíram, tornando o voo mais eficaz. Foi neste período que surgiram os antepassados das aves actuais. Outro mistério da evolução das aves é o motivo porque sobreviveram á grande extinção do final deste período, embora a endotermia talvez possa ser um factor a ter em conta.

Aves
Caracterização

As suas características principais são:
Corpo

Fundamental para uma boa adaptação ao voo, o corpo da ave é, de modo geral, relativamente pequeno, forte e compacto, com músculos poderosos.
Pele

A pele é mole e flexível está frouxamente ligada aos músculos subjacentes e não apresenta glândulas (excepto a glândula uropigial, acima da cauda, que secreta um óleo que impermeabiliza as penas e evita que o bico se torne quebradiço).

As penas formam um revestimento leve e flexível, resistente e com inúmeros espaços aéreos úteis como isolantes. As penas das asas e cauda formam, ainda, importantes superfícies de sustentação da ave no voo. Por esse motivo, devido ao intenso desgaste que sofrem, as aves são muito cuidadosas na sua manutenção.

As penas crescem a partir de folículos, tal como as escamas dos répteis ou os pêlos dos mamíferos, e são exclusivamente epidérmicas. São formadas exclusivamente por queratina. A origem filogenética das penas não é clara, existindo teorias alternativas. Uma delas considera que as penas terão evoluído como revestimento isolante e não relacionadas com o voo.

Com excepção das avestruzes, pinguins e algumas outras aves completamente cobertas de penas, estas só crescem em certas partes do corpo, entre os quais existem espaços vazios. Existem 4 tipos de penas nas aves actuais: rémiges (penas de voo das asas, com contorno assimétrico, mais largas na parte interna, a favor do vento), rectrizes (penas de voo da cauda, simétricas), tetrizes (penas de cobertura, que proporcionam um contorno aerodinâmico) e plumas (penas muito delicadas, que formam a penugem que reveste todo o corpo).

A cor das penas é obtida por duas formas: presença de pigmentos na pena ou por reflexão da luz nas barbas da pena. Os pigmentos são variados, nomeadamente melanina (castanho a preto) e carotenóides (amarelo, laranja e vermelho). A reflexão total da luz produz plumagem branca, enquanto a reflexão parcial origina as brilhantes plumagens azuis e a maioria dos verdes. Se à reflexão se adicionar melanina obtém-se o verde azeitona, se se adicionar carotenóides um verde-alface vivo.

Pena de Ave

As penas sofrem mudas regulares, num processo gradual e ordenado, de modo a que nunca se formam áreas nuas. A mudança de penas nunca se realiza em épocas críticas (de elevado investimento metabólico), como quando se reproduzem, migram ou durante condições adversas (escassez de alimentos ou secas, por exemplo).
Esqueleto

Totalmente ossificado, o esqueleto das aves é simultaneamente delicado e forte, pois muitos ossos estão fundidos (o que diminui a necessidade de grandes músculos e tendões para os unir) e muitos outros são ocos.

O facto de não conterem medula no seu interior torná-los-ia frágeis, pelo que são suportados internamente por uma rede de trabéculas ósseas. Muitos destes ossos ocos contêm sacos aéreos no seu interior, associados ao sistema respiratório.

O esqueleto das aves é modificado de modo a que se adapte ao voo, à locomoção bípede e à postura de grandes ovos de casca dura. O crânio tem um côndilo occipital e o pescoço é tipicamente longo e flexível, permitindo a alimentação e o tratamento das penas.

O esterno é grande e com quilha, onde se apoiam os poderosos músculos das asas, o que impede a sua expansão durante a respiração. A cintura pélvica é largamente aberta ventralmente, permitindo a passagem fácil dos ovos nas fêmeas. As vértebras caudais são pouco numerosas e comprimidas.
Patas

As patas anteriores transformadas em asas para voar, que embora tenham o padrão tetrápode típico, estão bastante modificadas: o número de dedos está reduzido e muitos ossos estão fundidos. Além disso, todas as articulações da asa, com excepção da do "ombro" não são flexíveis no plano vertical. Assim, quando a ave voa as asas formam uma superfície quase plana, com batimentos apenas ao nível da ligação ao corpo, o que poupa energia.

As patas posteriores têm geralmente 4 dedos (3 virados para a frente e um para trás, o sistema ideal para se empoleirar) com garras córneas e revestidas por escamas epidérmicas, adaptadas a andar ou nadar (neste caso com membranas interdigitais). No entanto, existem aves com apenas 2 dedos no total (avestruzes, por exemplo) ou com 2 dedos virados para a frente e dois para trás (pica-paus, por exemplo).

As patas posteriores são muito fortes e resistentes, permitindo ao animal lançar-se para o ar e amortecer a aterragem.
Sistemas viscerais

O sistema nervoso e órgãos dos sentidos são bem desenvolvidos. A visão é um sentido primário nas aves, tendo os olhos grandes uma elevada acuidade visual e uma rápida acomodação. A retina contém maior número de receptores por unidade de área que os restantes vertebrados (em algumas espécies 8 vezes mais). Os olhos estão rodeados por pálpebras e membrana nictitante.

Os ouvidos abrem atrás dos olhos, protegidos por penas especiais, e são igualmente eficientes. As narinas abrem no maxilar superior, mas a quimiorrecepção (olfacto e gustação) é muito pobre, devido ao estilo de vida destes animais.

Sistema digestivo com boca rodeada por um bico pontiagudo, leve e flexível e com revestimento córneo (queratina) que cresce continuamente, para substituir possíveis desgastes. Quando aberto, tanto o maxilar inferior como o superior se deslocam, obtendo-se uma ampla abertura. A forma do bico revela os hábitos alimentares da ave, pois a sua forma está a eles adaptada.

O papo que humedece e armazena os alimentos e a moela musculosa, onde, com a ajuda de pequenas pedras, o alimento é triturado são característicos da aves. O ânus abre na cloaca.

O seu pequeno peso e elevado metabolismo levam a que as aves necessitem permanentemente de grande quantidade de alimentos de alto teor calórico. Os níveis de açúcar no sangue de uma ave são cerca de duas vezes superiores aos de um mamífero.

O sistema respiratório tem pulmões compactos estão presos ás costelas e ligados a sacos aéreos de paredes finas, que se estendem entre os órgãos viscerais. Este facto resulta da fraca possibilidade de expansão da caixa torácica, muito rígida para melhor sustentar os músculos do voo.

Os sacos aéreos ajudam ao processo respiratório e dissipam o calor gerado pelo elevado metabolismo. A caixa vocal, ou siringe, localiza-se na base da traqueia, útil para a comunicação a longas distâncias.

O sistema circulatório apresenta um coração com 4 câmaras, glóbulos vermelhos biconvexos e nucleados.

O sistema excretor é composto por rins metanéfricos, associados a sistema porta-hemal. Não têm bexiga pois não produzem urina aquosa, o que reduz o peso total do animal.

São animais endotérmicos ou homeotérmicos, o que lhes permite permanecer activas durante todo o ano e à noite. O surgimento desta característica nas aves parece ter sido independentemente dos mamíferos, dadas as elevadas necessidades energéticas do voo. A temperatura interna das aves ronda os 40 - 42ºC.
Reprodução

A grande maioria das aves é monogâmica (pelo menos aparentemente), formando casais reprodutores. Os machos defendem um território e realizam complexos rituais de acasalamento, exibindo-se ou cantando para atrair as fêmeas.

Ninho de Ave
As aves, como este ganso do Canadá, fazem ninhos para colocar os seus ovos e para alojar as crias. Os ninhos podem ser no solo ou em árvores, desde os mais simples montes de terra e gravetos a elaboradas construções


As crias de ave, como esta de catatua rosada, nascem de olhos fechados e sem penas mas os cuidados paternais permitem um crescimento rápido

Todas as aves são ovíparas e produzem ovos amnióticos com muito vitelo e casca calcária. Os ovos são sempre depositados externamente (geralmente num ninho) para incubação. O ninho fornece segurança, calor e um local isolado e longe de predadores para cuidar das crias. Os materiais de construção de ninhos dependem da disponibilidade local, podendo ser usados galhos, penas, pêlos, teias de aranha e até pele de réptil ou artefactos humanos.

Nas fêmeas, apenas um dos ovários embrionários se torna funcional no adulto, num esforço para reduzir o peso da ave durante o voo. Um ovário maduro tem o aspecto de um cacho de uvas, podendo conter até 4000 óvulos, que podem potencialmente desenvolver-se em gemas. Cada um está ligado ao ovário através de uma fina membrana - folículo - coberta por uma rede de vasos sanguíneos. A gema é formada por deposição de camadas sucessivas de vitelo, permanecendo o blastodisco à sua superfície.

Após a ovulação, a gema é mantida íntegra pela membrana vitelina e é recolhido da cavidade abdominal pela extremidade em forma de funil do oviducto, designada funículo ou infundíbulo. nesta zona do oviducto ocorre a fecundação, se os espermatozóides a tiverem alcançado.

As restantes zonas do oviducto formam os componentes do ovo: no magnum a clara é acrescentada, estando a forma do ovo definida; no istmo, uma zona mais estreita do canal, formam-se as membranas da casca; no útero ou glândula da casca forma-se a casca, a etapa mais demorada da formação do ovo, e diferencia-se a calaza; na vagina o ovo recebe uma fina película anti-bacteriana e anti-partículas designada cutícula, impedindo-as de penetrar através da casca porosa. Também na vagina o ovo é virado, pois deverá ser posto com a extremidade arredondada primeiro.

Os ovos são geralmente pigmentados, devendo-se a sua cor à mistura em percentagens variáveis de apenas dois tipos de pigmento, um derivado da hemoglobina e outra da bílis. O pigmento é adicionado à casca durante a passagem deste pelo oviducto da fêmea. Os ovos esbranquiçados pertencem geralmente a espécies que os colocam em cavidades, como os pica-paus, permitindo-lhes identificar facilmente o ovo no escuro. Pelo contrário, ovos pigmentados são geralmente colocados em ninhos abertos, permitindo-lhes passar despercebidos aos predadores.

Ao pôr o ovo, a fêmea everte parcialmente a cloaca, como se virasse uma luva ao contrário, impedindo, assim, que o ovo entre em contacto com o ânus e seja contaminado por fezes. Os restantes sistemas são também bloqueados, impedindo descargas acidentais durante o esforço de postura do ovo.

O sistema reprodutor masculino mantêm no adulto os dois testículos embrionários, ligados a um par de epidídimos e canais deferentes, que conduzem à cloaca os espermatozóides e as secreções espermáticas.

A fecundação é sempre interna, com a cópula resultando apenas do encosto das aberturas das cloacas masculina e feminina - "beijo" cloacal. No entanto, existem aves (algumas espécies de patos e gansos, cisnes, avestruzes ou búfagos, por exemplo) que apresentam órgãos fálicos, embora sem vasos sanguíneos no seu interior. É comum que apresentem um sulco espiralado ao longo da sua superfície, por onde o esperma escorre para o interior da cloaca e oviducto da fêmea.

As crias, pouco desenvolvidas ao nascer, são alimentadas e vigiadas pelos pais, após a eclosão. Na maioria das espécies, os pintos nascem cegos, sem penas e sem capacidade reguladora de temperatura corporal. Algumas espécies (principalmente aves aquáticas), no entanto, têm pintos um pouco mais desenvolvidos, com penas e capazes de procurar alimento poucas horas após o nascimento.
Migrações

As aves realizam frequentemente migrações sazonais. A maioria das aves migradoras reproduz-se na Primavera e Verão em latitudes elevadas, aproveitando os dias longos e soalheiros, mas parte para latitudes mais baixas com a aproximação do Inverno.

Nem todas as aves migram pois este é um processo muito caro do ponto de vista metabólico, mas tal depende das condições ambientais permitirem ou não a permanência no local de reprodução. As aves tropicais são as mais frequentemente sedentárias.

A necessidade de migrar depende de uma série de factores, entre os quais os níveis hormonais da ave e alterações da duração do fotoperíodo. Quando a época da migração se aproxima as aves tornam-se inquietas e armazenam grandes quantidades de gordura, necessária para a longa viagem.

Algumas migrações são particularmente impressionantes, percorrendo milhares de quilómetros e atingindo locais muito específicos, como o caso da migração das andorinhas (da Europa ocidental à África do Sul).

Aves

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