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9 de jun. de 2010

Genes podem influenciar popularidade, diz estudo


A popularidade de uma pessoa e sua habilidade de formar grupos sociais é, em parte, influenciada pela herança genética, sugere pesquisa das universidades de Harvard e da Califórnia, nos Estados Unidos.

Segundo os pesquisadores, os genes não apenas afetam a personalidade, mas também têm impacto sobre a formação e a estrutura do grupo social de um indivíduo.

"Nós conseguimos mostrar que nossa posição específica em vastas redes sociais tem uma base genética", disse Nicholas Christakis, da Universidade de Harvard. "Na verdade, o belo e complicado padrão das conexões humanas depende de nossos genes em uma medida significativa."

Participaram da pesquisa 1.110 gêmeos, tanto idênticos quanto fraternos. Os pesquisadores descobriram uma maior semelhança entre as redes sociais e conexões dos gêmeos idênticos.

Explicação evolucionária

Os pesquisadores acreditam que pode existir uma explicação evolucionária para que uma pessoa fique no coração de um grupo ou à sua margem.

Se uma infecção letal se propagar por uma comunidade, aqueles que estiverem à margem terão menor possibilidade de contrair a infecção e sobreviverão.

Mas, em outras circunstâncias, como no caso de escassez de alimentos, estar no centro da comunidade e ter acesso a informações pode ser uma vantagem.

"Uma das coisas que este estudo nos diz é que redes sociais são uma parte fundamental da nossa herança genética", disse James Fowler, da Universidade da Califórnia. "Pode ser que a seleção natural esteja atuando não apenas em coisas como se nós podemos ou não resistir ao resfriado comum, mas também quem vai entrar em contato com quem."

O estudo foi publicado na revista Proceedings of the National Academy of Sciences.


Ciência está mais próxima de detectar câncer de próstata com exame de urina



A ciência pode estar mais próxima de poder detectar o câncer de próstata utilizando um simples exame de urina, de acordo com um estudo realizado nos Estados Unidos e publicado na edição desta quarta-feira da revista científica Nature.

O estudo relaciona um grupo de moléculas produzidas pelo corpo à forma agressiva da doença.

Os pesquisadores da Universidade de Michigan analisaram 1.126 moléculas produzidas pelo corpo em um total de 262 amostras de tecido, sangue e urina.

Eles detectaram 10 moléculas mais presentes em pacientes com câncer de próstata em estado avançado.

Sarcosina

Uma delas, a sarcosina, foi frequentemente encontrada em níveis altos em amostras de pacientes com câncer em estado avançado ou que se espalhou pelo corpo, mas nunca em amostras saudáveis.

A pesquisa sugere que a sarcosina auxilia na proliferação do câncer e, consequentemente, pode ser um alvo em potencial para medicamentos no futuro.

Mas os cientistas afirmam que a pesquisa está apenas em estágios iniciais e que a teoria pode demorar cerca de cinco anos para ser testada.

Diferença

Alguns tipos de câncer de próstata se desenvolvem lentamente e outros necessitam tratamento urgente.

A dificuldade é diferenciar entre estes dois tipos. Consequentemente alguns pacientes são submetidos a cirurgias desnecessárias ou tratamentos com radiação.

Em tese, uma forma eficiente de diferenciar entre os dois tipos pode permitir que os médicos determinem se um paciente tem a forma agressiva e precisa de tratamento urgente.

Pacientes com o câncer de próstata benigno não precisariam se preocupar tanto, já que a doença se desenvolve tão lentamente que eles acabariam morrendo de outras causas.

O câncer de próstata é o tumor mais comum em homens com mais de 50 anos de idade.

Calvície precoce pode indicar menor risco de câncer de próstata



Homens que apresentam sinais de calvície antes dos 30 anos podem ter menos chance de desenvolver câncer de próstata, segundo um estudo da Escola de Medicina da Universidade de Washington, nos Estados Unidos, e divulgado na publicação especializada Cancer Epidemiology.

Os pesquisadores estudaram 2 mil homens entre 40 e 47 anos de idade e notaram uma aparente ligação entre o alto nível do hormônio masculino testosterona – presente nos homens que se tornam calvos mais cedo – e um risco mais baixo de ter a doença.

Metade dos homens que participaram do estudo sofreu de câncer de próstata. Os pesquisadores compararam a incidência de tumores entre aqueles que disseram ter começado a perder cabelo antes dos 30 e aqueles que não relataram ter sofrido queda.

Aqueles que começaram a ficar calvos até os 30 apresentavam um risco entre 29% e 45% menor de desenvolver câncer de próstata.

Raiz da calvície

Os pesquisadores acreditam que entre 25% e 30% dos homens apresentam sinais de calvície até os 30 anos de idade. Metade dos homens terá sofrido significativa queda de cabelo até os 50 anos de idade.

A calvície ocorre quando os folículos capilares são expostos a uma quantidade muito grande de dihidrotestosterona (DHT) – uma substância produzida pela testosterona.

Especialistas acreditam que homens com níveis mais altos de testosterona estão mais propensos a perder cabelo, especialmente se houver casos de calvície na família.

É comum que pacientes de câncer de próstata façam terapia para reduzir os níveis de testosterona porque o hormônio pode acelerar o crescimento de alguns tumores, uma vez que eles apareçam.

Mas este estudo sugere que os altos níveis de testosterona desde uma tenra idade podem, na verdade, proteger contra a doença.

“Claramente, a idade em que um homem começa a perder o cabelo é, infelizmente, (indicador de) um fator de risco para o câncer de próstata sobre o qual não temos nenhum controle”, disse Helen Rippon, chefe da administração de pesquisas da fundação britânica The Prostate Cancer.

“Se os resultados (da pesquisa) estiverem corretos, eles podem ser úteis para aumentar nossa compreensão sobre como a testosterona se comporta no corpo humano e como pode afetar diferentes tecidos.”

Alison Ross, da fundação de pesquisa britânica Cancer Research UK, disse que a ligação entre o câncer de próstata e a calvície ainda é desconhecida, porque estudos anteriores apresentaram um resultado exatamente oposto a este.

“Os resultados (do novo estudo americano) são baseados em perguntar a homens com idade entre 40 e 70 anos se eles se lembram se começaram a ficar calvos aos 30 anos, o que não significa uma medida muito confiável”, disse ela.

8 de jun. de 2010

O FIM DO AMOR


udo acaba um dia. Geralmente, 7 anos depois que começou. Veja por que podemos abandonar (e até odiar) quem amamos um dia.
por Jeanne Callegari

Amor - O Início

Amor - O Meio

Vocês trocaram mensagens bobas pelo celular, dividiram brigadeiros de panela, assistiram TV juntos largados na poltrona e dormiram de conchinha. Foram, enfim, o centro da vida um do outro. Mas agora é cada um para o seu lado. E sempre fica um enorme ponto de interrogação: se era tão bom, por que acabou? Para entender, é preciso voltar no tempo e fazer um passeio pelas savanas africanas, 3 milhões de anos atrás. O homem caçava e protegia a família. A mulher cuidava dos filhotes. Mas, em determinado momento, os casais se separavam. O objetivo da família nuclear - nome técnico que os antropólogos dão ao conjunto de pai, mãe e filhos - era garantir que o homem ficasse por perto tempo suficiente para criar o filhote. Somente isso. Quando o filhote já estava crescidinho e não exigia atenção integral da mãe (que por isso podia voltar a se virar sozinha), o pai estava livre para ir embora e procurar outras fêmeas para procriar.

É daí que vem a chamada crise dos 7 anos. Esse é o período necessário para que uma criança se torne minimamente independente. Um estudo da ONU revelou que o número de separações vai aumentando a partir do 3o ano dos relacionamentos e atinge o pico no 7o ano - quando começa a declinar. Ou seja: o 7o ano realmente é a hora da verdade da relação. No filme O Pecado Mora ao Lado, de 1955, Marilyn Monroe faz o papel de uma mulher que se relaciona com um homem casado. Sabe qual é o nome original do filme, em inglês? The Seven Year Itch, ou "A Coceira dos 7 Anos". Porque é justamente nesse momento que a relação está mais ameaçada - pela comichão de trair.

As estatísticas variam, mas entre 50 e 60% dos homens têm sexo fora do casamento, contra 45 a 55% das mulheres. O aumento da infidelidade tem a ver com a independência delas, que já são quase metade da força de trabalho e estão diminuindo rapidamente a distância financeira para os homens (nos EUA, 22% das esposas já ganham mais do que os maridos). Mas as raízes disso estão dentro do cérebro. Lembra-se de quando dissemos, na primeira reportagem desta série, que os sistemas cerebrais (luxúria, paixão/amor e ligação) eram independentes? Isso tem um motivo - e não é complicar os relacionamentos. Pelo contrário: surgiu para que nossos ancestrais pudessem buscar estratégias reprodutivas diferentes. A mulher poderia ter um parceiro para protegê-la enquanto gerava os filhos de outro, enquanto o homem poderia espalhar seus genes alegremente por aí, com outras mulheres. A natureza não queria o ideal romântico de amor eterno. Ela queria que tivéssemos um backup reprodutivo, um plano B genético, e nos meteu nessa confusão.

E as circunstâncias também influem: na hora de decidir trair ou não, a relação do casal, a insatisfação com o parceiro, a oportunidade, tudo isso pesa.

Mas muita gente tem os genes, os hormônios, todas as oportunidades do mundo, e não trai. Nós não somos robôs biológicos. É possível resistir ao desejo de trair. Mas é muito mais difícil resistir a outro fenômeno, igualmente destrutivo para os relacionamentos: o ciúme. O mais engraçado é que esse monstro de olhos verdes, como chamou Shakespeare, surgiu com o objetivo oposto - preservar a relação monogâmica. Ao primeiro sinal de infidelidade, soa o alarme e a pessoa fica atenta. E, como homens e mulheres desenvolveram estratégias distintas de reprodução, também sentem ciúmes de coisas diferentes.

Como para o homem é muito dispendioso criar o filho de outro homem, ele sente mais ciúmes da infidelidade sexual. Já para a mulher, não faria tanta diferença se o homem distribuísse apenas esperma para as moças por aí; a grande ameaça é o envolvimento emocional, que coloca em risco a proteção e o cuidado que o homem dá a ela e aos filhos.

Em 2006, o neurologista japonês Hidehiko Takahashi fez exames de ressonância magnética no cérebro de homens e mulheres que comprovaram essas diferenças. Quando sente ciúmes, o homem usa partes do cérebro ligadas a comportamentos agressivos e sexuais, como a amígdala e o hipotálamo. Já nas mulheres, a área mais ativada durante as crises de ciúme é o sulco temporal posterior superior, associado à percepção de emoções nas outras pessoas.

E a internet está piorando o ciúme. Uma pesquisa feita por psicólogos canadenses com 308 voluntários descobriu que as redes sociais, como Orkut e Facebook, alimentam o ciúme. Sabe por quê? Nada menos do que 74,6% das pessoas adicionam ex-namorados ou rolos como amigos nessas redes - que depois o cônjuge atual vai fuçar atrás de indícios.

Com ou sem ciúme, a verdade é que boa parte dos relacionamentos está destinada a acabar. E esse momento pode ser muito difícil. "A natureza realmente exagerou no que diz respeito ao fim dos relaciomentos", diz Helen Fisher. Quando uma pessoa é abandonada, sua reação se divide em duas fases. A 1a é o protesto. É quando a a pessoa fica fazendo promessas, doida para reatar. Isso pode ser muito inconveniente. Mas ela não tem culpa. É o corpo agindo. "O cérebro estava acostumado com aquela recompensa [a pessoa amada], então faz você insistir mais e mais para tentar consegui-la de novo", explica a neurologista Suzana Herculano-Houzel. O pânico de ver que não está dando certo pode acionar o sistema de estresse do organismo, que por sua vez estimula novamente a produção de dopamina - ironicamente, fazendo a pessoa se sentir ainda mais apaixonada.

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Depois vem a 2a fase: aceitação. Depois de ver que o amado não irá mesmo voltar, muita coisa pode passar pela cabeça da pessoa - depressão, confusão, frustração. Até mesmo ódio. Mas por que sentir algo tão ruim por alguém que se amou? É que o ódio e o amor passam pelas mesmas partes do cérebro - a ínsula e o putâmen. "A diferença entre os dois é que, no ódio, existe mais capacidade de planejar as ações. No amor, o julgamento está prejudicado", diz o neurologista Semir Zeki, da University College London. Então o ódio é mais racional que o amor? Não necessariamente. Mas ele tem sua função: é uma defesa do organismo para nos fazer seguir em frente. Em vez de ficarmos remoendo eternamente as dores, passamos a não querer mais ver a pessoa. "Assim como o cérebro associava coisas positivas a uma pessoa, ele pode passar a associar só sentimentos ruins, negativos", diz Suzana Herculano-Houzel. Todos nós sofremos e fazemos sofrer. E, se isso servir de consolo, as celebridades também se separam e sofrem, talvez até mais do que as pessoas comuns. Já ficou famosa a chamada "maldição do Oscar", que atingiria as vencedoras do Oscar de melhor atriz. Nos últimos 12 anos, apenas duas atrizes não se divorciaram após ganhar o Oscar. E logo após o prêmio deste ano, o marido da vencedora, Sandra Bullock, foi pego tendo um caso extraconjugal.

Tem gente que mata (e se mata) por amor. Mas a maioria das pessoas supera as dores emocionais da separação. Um estudo feito pela Universidade Northwestern mostrou que terminar uma relação não é tão ruim quanto pensamos que vai ser - geralmente leva metade do tempo que achamos. Isso acontece porque a mente tende a voltar a seu estado inicial: cientistas da Universidade de Massachusetts provaram que, após um ano, as pessoas que ganham na loteria apresentam os mesmos níveis de felicidade que as que se tornam tetraplégicas. Ambas voltam aos níveis de felicidade que tinham antes do fato extraordinário. E a melhor coisa para curar um coração partido é começar outro relacionamento. Disso você já sabe. Releia a primeira reportagem desta série, levante a cabeça, sacuda a poeira, vá à luta. Se não há bem que não se acabe, também não há mal que sempre dure. Força na peruca!

CERCADOS POR DARWIN
O adultério ajudou na evolução da espécie: é um plano B da natureza para que homens e mulheres possam buscar estratégias evolutivas diferentes.

DE SOLA
Após estudar 144 homens e mulheres recém-separados, a Universidade do Colorado comprovou: quem leva o pé na bunda sofre mais. O curioso é que a pessoa sofre mesmo se já estivesse infeliz na relação - e pode até se reapaixonar por quem a chutou.

A VIDA CONTINUA
Num estudo da North-Western, que acompanhou a vida amorosa de 70 universitários, a recuperação pós-rompimento levou em média 10 semanas - metade do tempo que os recém-separados esperavam.


Para saber mais

Por Que Amamos
Helen Fisher, Editora Record, 2004.

A Paixão Perigosa
David M. Buss, Objetiva, 2000.

Splendors and Miseries of the Brain
Semir Zeki, Wiley-Blackwell 2008.
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O AMOR - O MEIO


Amor - O Meio
Morar junto. Casamento. Filhos. Tudo isso é muito bom - faz vocês ficarem mais ricos e viverem mais. Sim, a paixão vai diminuir. Mas isso não é o fim.
por Jeanne Callegari


Amor - O Início

Parabéns. Você encontrou sua cara-metade, namorou, começou uma relação estável. Vocês moram juntos, saem juntos, fazem tudo juntos - suas personalidades estão grudadas, e é até difícil saber onde uma começa e a outra termina (como as colunas desta página, que representam a união absoluta, as das páginas anteriores, que representam a conexão entre duas pessoas, e as das próximas páginas, cujo significado você vai ver daqui a pouco). Uma situação extremamente rara: entre os mamíferos, apenas 3% das espécies são monogâmicas. Por que estamos entre elas? Há 3 milhões de anos, nossos ancestrais desceram das árvores e começaram a andar eretos. Um pequeno passo para o hominídeo, um grande salto para a humanidade e uma complicação danada para as fêmeas - que não conseguiam mais carregar os filhotes nas costas, como fazem os chimpanzés. Como não tinha jeito de colher raízes e se defender de leões e ao mesmo tempo segurar bebês nos braços, elas passaram a precisar da proteção e do sustento masculino. Para o homem, seria muito dispendioso alimentar e defender mais de uma mulher. Pronto: monogamia. Além disso, com o tempo, o cérebro humano foi ficando maior. E aí as mulheres passaram a ter dificuldades para dar à luz bebês tão cabeçudos por seu canal de parto estreito. A pélvis não podia crescer, ou os humanos não conseguiriam mais andar eretos. Algumas mulheres conseguiram parir filhotes mais imaturos, garantindo a continuidade da espécie. Mas significa que os bebês passaram a nascer ainda mais indefesos (um humano leva 18 anos para ficar adulto, 8 a mais que um filhote de chimpanzé) e dependentes da mãe. Aí, a natureza veio em socorro das mulheres estafadas. Criou o terceiro mecanismo cerebral do amor - o da ligação e do companheirismo. É um amor profundo, que deixa as pessoas calmas e seguras. Foi ele que possibilitou a criação das famílias - e fez nossa espécie chegar aonde chegou. E tem várias vantagens biológicas, como estender a vida do homem em 7 anos e a da mulher em 2 (ele porque passa a se alimentar melhor, e ela porque fica mais rica ao incorporar a renda do marido). Em suma: a rotina conjugal é boa. Mas tem uma consequência ruim - faz a testosterona despencar. Foi essa a conclusão de um estudo da Universidade Harvard, que analisou os níveis hormonais de 58 homens. Sem testosterona, os casais vão perdendo a vontade de sexo. E é aí que os problemas começam. Sem o mesmo encantamento de quando estavam apaixonadas, as pessoas ficam menos tolerantes, e começam a ver o outro como ele realmente é.
SILÊNCIO HORMONAL
Após o nascimento do primeiro filho, o nível de testosterona no homem cai até 33%. E atividades como brincar com a criança ou abraçar a mulher fazem com que caia ainda mais. É um mecanismo criado pela evolução para que o macho sossegue - e ajude a criar o filhote.



E aqueles casais que estão juntos há décadas e ainda se dizem apaixonados? Cientistas dos EUA monitoraram o cérebro de pessoas nessa situação e constataram que as áreas do cérebro relacionadas à paixão e ao romance realmente se acendiam quando elas pensavam na pessoa amada. A paixão pode, sim, durar para sempre. Mas isso só acontece com algumas pessoas - e ninguém sabe por quê. O fato é que, para a maioria, a paixão diminui com o tempo. E isso faz sentido. Seria difícil cuidar dos filhos e tocar a vida atordoado por aquela intensidade do início de romance. Mas como fazer a relação dar certo? Existem as recomendações que você já conhece (ter bom humor, não brigar por bobagens etc.). Tudo isso funciona. Mas só se você adotar a postura correta - que nem sempre é a mais óbvia. Um estudo da Universidade da Califórnia revelou que na Índia, onde 95% dos casamentos são arranjados, os casais têm níveis mais altos de satisfação e amor do que no Ocidente. É porque começam a relação sem esperar grande coisa: o amor nasce pequeno e cresce com o tempo. Aqui, ao contrário, jogamos toda a esperança do mundo nos ombros da pessoa amada, e o amor inevitavelmente vai diminuindo. O certo é não alimentar expectativas. Também tenha o hábito de ficar um pouco longe da outra pessoa, pois isso atiça o sistema de recompensa do cérebro. "A expectativa da recompensa é quase mais prazerosa que a recompensa em si", afirma o neurologista Semir Zeki. E tome cuidado com o excesso de familiaridade. Um estudo feito nos anos 70 com crianças israelenses criadas juntas num kibutz constatou que os meninos e as meninas se tornaram grandes amigos depois de adultos. Mas nenhum deles se casou: foi impossível sentir desejo por alguém tão familiar. O desejo está no que é novo. Falando nisso, não se acanhe. "A pornografia aumenta os níveis de testosterona", afirma a antropóloga Helen Fisher. Ela recomenda que os homens acessem sites eróticos. Seja como for, não se acomode. A evolução percorreu milhões de anos para que vocês pudessem estar juntos. Aproveite a felicidade a dois - que, segundo um estudo feito na Inglaterra, tem o auge aos 2 anos e 11 meses de relacionamento. A cizânia começa na próxima página.

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