A popularidade de uma pessoa e sua habilidade de formar grupos sociais é, em parte, influenciada pela herança genética, sugere pesquisa das universidades de Harvard e da Califórnia, nos Estados Unidos.
Segundo os pesquisadores, os genes não apenas afetam a personalidade, mas também têm impacto sobre a formação e a estrutura do grupo social de um indivíduo.
"Nós conseguimos mostrar que nossa posição específica em vastas redes sociais tem uma base genética", disse Nicholas Christakis, da Universidade de Harvard. "Na verdade, o belo e complicado padrão das conexões humanas depende de nossos genes em uma medida significativa."
Participaram da pesquisa 1.110 gêmeos, tanto idênticos quanto fraternos. Os pesquisadores descobriram uma maior semelhança entre as redes sociais e conexões dos gêmeos idênticos.
Explicação evolucionária
Os pesquisadores acreditam que pode existir uma explicação evolucionária para que uma pessoa fique no coração de um grupo ou à sua margem.
Se uma infecção letal se propagar por uma comunidade, aqueles que estiverem à margem terão menor possibilidade de contrair a infecção e sobreviverão.
Mas, em outras circunstâncias, como no caso de escassez de alimentos, estar no centro da comunidade e ter acesso a informações pode ser uma vantagem.
"Uma das coisas que este estudo nos diz é que redes sociais são uma parte fundamental da nossa herança genética", disse James Fowler, da Universidade da Califórnia. "Pode ser que a seleção natural esteja atuando não apenas em coisas como se nós podemos ou não resistir ao resfriado comum, mas também quem vai entrar em contato com quem."
O estudo foi publicado na revista Proceedings of the National Academy of Sciences.
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