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9 de jun. de 2010

ECO RELAÇOES

Nas comunidades bióticas encontram-se várias formas de interações entre os seres vivos que as formam. Essas interações se diferenciam pelos tipos de dependência que os organismos vivos mantêm entre si. Algumas dessas interações; se caracterizam pelo benefício mútuo de ambos os seres vivos, ou de apenas um deles, sem o prejuízo do outro. Essas relações são denominadas harmônicas ou positivas.

Outras formas de interações; caracterizadas pelo prejuízo de um de seus participantes em benefício do outro. Esses tipos de relações recebem o nome de desarmônicas ou negativas.

Tanto as relações harmônicas como as desarmônicas podem ocorrer entre indivíduos da mesma espécie e indivíduos de espécies diferentes. Quando as interações ocorrem entre organismos da mesma espécie, são denominadas relações intra-específicas ou homotípicas. Quando as relações acontecem entre organismos de espécies diferentes, recebem o nome de interespecíficas ou heterotípicas.

Relações desarmônicas inter-específicas
Predatismo
É a interação desarmônica na qual um indivíduo (predador) ataca, mata e devora outro (presa) de espécie diferente. A morte da presa pode ocorrer antes ou durante a sua ingestão.

Os predadores, evidentemente, não são benéficos aos indivíduos que matam. Todavia, podem sê-lo à população de presas. Isso porque os predadores eliminam os indivíduos menos adaptados, podendo, influir no controle da população de presas.

Tanto os predadores como as presas mostram uma série de adaptações que permitem executar mais eficazmente as suas atividades. Assim, os dentes afiados dos tubarões, os caninos desenvolvidos dos animais carnívoros, as garras de águia, a postura e o primeiro par de patas do louva-a-deus, o veneno das cobras, as telas de aranha são exemplos de algumas adaptações apresentadas pelos predadores.

Por outro lado, as presas favorecidas pela seleção natural também evidenciam um grande número de adaptações que as auxiliam a evitar seus predadores.

A produção de substâncias de mau cheiro ou de mau gosto, as cores de animais que se confundem com o meio ambiente, os espinhos dos ouriços, as corridas dos cavalos, veados e zebras são exemplos de processos utilizados pelas presas para ludibriar seus predadores.

Entre as adaptações apresentadas por predadores e presas merecem destaque a camuflagem e o mimetismo.

Camuflagem
Ocorre quando uma espécie possui a mesma cor (homocromia) ou a mesma forma (homotipia) do meio ambiente.

Exemplos:

aves e insetos de cor verde
inseto bicho-pau
urso polar (branco como neve)
leão no capim seco
mariposas iguais a folhas
Mimetismo
Ocorre quando uma espécie possui o aspecto de outra.

Exemplos:

cobra-coral falsa (não venenosa) imitando a cobra-coral verdadeira (venenosa);
borboleta vice-rei, que é pequena e comestível por pássaros, imitando a borboleta monarca que é maior e de sabor repugnante aos pássaros.
mariposas imitando vespas;
moscas inócuas imitando abelhas;
borboleta-coruja com asas abertas lembram a cabeça de coruja.
Observe um gráfico mostrando o número de predadores (lince) e de presas (lebres) em função do tempo.

Parasitismo
É a associação desarmônica entre indivíduos de espécies diferentes na qual um vive à custa do outro, prejudicando-o . O indivíduo que prejudica é denominado parasita ou bionte. O prejudicado recebe o nome de hospedeiro ou biosado. Os parasitas podem ou não determinar a morte do hospedeiro. No entanto, os parasitas são responsáveis por muitos tipos de doenças ou parasitoses ainda hoje incuráveis. 0 parasitismo ocorre tanto no reino animal como no vegetal.

Classificação dos parasitas
Os parasitas podem ser classificados segundo vário critérios:

Quanto ao número de hospedeiros

Quanto ao número de hospedeiros, os parasitas podem ser classificados em monoxenos ou monogenéticos e heteroxenos ou digenéticos.

Monoxenos ou monogenéticos são os parasitas que realizam o seu cicio evolutivo em um único hospedeiro.
Exemplos: Ascaris lumbricoides (lombriga) e o Enterobius vermicularis (oxiúrio).

Heteroxenos ou digenéticos são os parasitas que só completam o seu ciclo evolutivo passando pelo menos em dois hospedeiros. São exemplos o esquistossomo e o tripanossoma.

Quanto à localização nos hospedeiros
Quanto à localização nos hospedeiros, os parasitas podem ser ectoparasitas ou endoparasitas.

Ectoparasitas são os que se localizam nas partes externas dos hospedeiros.
Exemplos: a sanguessuga, o piolho, a pulga, etc.

Endoparasitas são os que se localizam nas partes internas-meio-ambiente dos hospedeiros.
Exemplos: as tênias (solitárias) , a lombriga, o esquistossomo, etc.

Holoparasitas e Hemiparasitas
Os parasitas vegetais podem ser de dois tipos: holoparasitas e hemiparasitas.

Holoparasitas são os vegetais que não realizam a fotossíntese ou a quimiossíntese. São os verdadeiros vegetais parasitas. Parasitam os vegetais superiores, roubando-lhes a seiva elaborada.

É o caso do cipó-chumbo, vegetal superior não clorofilado. 0 cipó-chumbo possui raízes sugadoras ou haustórios que penetram no tronco do hospedeiro, retirando deles a seiva elaborada.

Hemiparasitas são os vegetais que, embora realizando a fotossíntese, retiram do hospedeiro apenas a seiva bruta. Como exemplo temos a erva-de-passarinho, vegetal superior clorofilado, que rouba de seu hospedeiro a seiva bruta.

Os vegetais hemiparasitas apresentam, portanto, nutrição autótrofa e heterótrofa.

Antibiose ou Amensalismo
é a interação desarmônica onde uma espécie produz e libera substâncias que dificultam o crescimento ou a reprodução de outras podendo até mesmo matá-las.

Como exemplos temos
Certas algas planctônicas dinoflageladas (do tipo Pirrófitas), quando em superpopulação (ambiente favorável) liberam substâncias tóxicas na água causando o fenômeno da maré vermelha onde ocorre a morte de vários seres aquáticos intoxicados por tais substâncias;
raízes de algumas plantas que liberam substâncias tóxicas, que inibem o crescimento de outras plantas.
folhas que caem no solo (ex.: pinheiros) liberam substâncias que inibem a germinação de sementes.
fungos do gênero Penicillium produzem penicilina, antibiótico que mata bactérias.
Esclavagismo ou Escravismo
É a interação desarmônica na qual uma espécie captura e faz uso do trabalho, das atividades e até dos alimentos de outra espécie. Certas formigas amazonas e formigas foscas, são exemplos.

Um exemplo é a relação entre formigas e os pulgões (Afídeos).

Os pulgões são parasitas de certos vegetais. Alimentam-se da seiva elaborada que retiram dos vasos liberianos de plantas como a roseira, a orquídea, etc.

A seiva elabora é rica em açúcares e pobre em aminoácidos. Por absorverem muito açúcar, os pulgões eliminam o seu excesso pelo ânus.

Esse açúcar eliminado é aproveitado pelas formigas, que chegam a acariciar com suas antenas o abdômen dos pulgões, fazendo-os eliminar mais açúcar.

As formigas transportamos pulgões para os seus formigueiros e os colocam sobre raízes delicadas, para que delas retirem a seiva elaborada.

Muitas vezes as formigas cuidam da prole dos pulgões para que no futuro, escravizando-os, obtenham açúcar.

Alguns autores consideram esse tipo de interação como uma forma de protocooperação, particularmente denominada sinfilia.

Competição
A competição compreende a interação ecológica em que indivíduos da mesma espécie ou indivíduos de espécies diferentes disputam alguma coisa, como por exemplo, alimento, território, luminosidade etc. Logo, a competição pode ser intra-específica (quando estabelecida dentro da própria espécie) ou inter específica (entre espécies diferentes). Em ambos os casos, esse tipo de interação favorece um processo seletivo que culmina, geralmente, com a preservação das formas de vida mais bem adaptadas ao meio ambiente e com a extinção dos indivíduos com baixo poder adaptativo. Assim, a competição constitui um fator regulador da densidade populacional, contribuindo para evitar a superpopuIação das espécies.

Competir significa concorrer pela obtenção de um mesmo recurso do ambiente (luz, abrigo, alimento, água, território, etc). As relações de competição entre indivíduos de espécies diferentes verificam-se, essencialmente, quando têm preferências alimentares idênticas.

Fonte: www.herbario.com.br

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