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17 de fev. de 2010

Introdução á citologia





A Célula - uma unidade biológica


A célula pode ser definida como uma massa de substância viva delimitada por uma membrana que protege o citoplasma e o núcleo.
É capaz de realizar todas as funções vitais importantes para ela, sendo considerada a unidade biológica (morfológica e funcional) na estrutura dos organismos.


CITOLOGIA

 Etmologia: do grego kytos = célula e logos = estudo.
 Conceito: parte da Biologia que se ocupa do estudo da célula relativamente à sua estrutura, suas funções e sua importância.


DESCOBERTAS

 Robert Hooke (1665) – primeira observação de células em fragmento de cortiça.
 Theodor Schwann (1839) – conclui que todos os seres vivos são formados de células.
 Rudolf Virchow (1858) – afirma que toda célula é proveniente de outra célula.


MICROSCOPIA

É o estudo das estruturas celulares, feito com o auxílio do microscópio.

 Microscópio óptico: funciona com luz e tem pequeno poder de resolução*. É possível observar células vivas em atividade.
 Microscópio eletrônico: usa feixes de elétrons e tem grande poder de resolução (mais de 500 000 vezes). Só é possível observar células mortas, porém em todas as dimensões.

* poder de resolução é a capacidade de aumento ou de distinguir entre dois pontos muito próximos.


TEMPO DE VIDA

 Células lábeis: pouco diferenciadas, de curta duração e que não se reproduzem. Após cumprirem suas funções, morrem e são substituídas.
Ex: as hemácias e os gametas.
 Células estáveis: mais diferenciadas, de longa duração, se reproduzem e regeneram.
Ex: células musculares lisas e células epiteliais.
 Células permanentes: altamente diferenciadas, com funções muito especializadas, duram a vida toda do organismo, não se reproduzem nem regeneram.
Ex: células musculares estriadas e células nervosas.


DIMENSÕES CELULARES

 Microscópicas: a maioria delas. Ex: bactérias, protozoários.
 Macroscópicas: gema de ovos, alvéolos de laranja, óvulo humano, célula da bainha da folha da bananeira.


MEDIDAS

As células são medidas em:

 µm (micrometro) = 0,001 mm (1 milésimo de milímetro)
 nm (nanometro) = 0,000 001 mm (1 milionésimo de milímetro)
 Å (Ångström) = 0,000 000 1 mm (1 décimo milionésimo de milímetro)

A grande maioria ou quase totalidade das células tem dimensões microscópicas, medidas em micrômetros. Existem, porém, células macroscópicas como a gema do ovo, a fibra do algodão e as células das algas Nitella sp. e Acetabularia sp., que são medidas em centímetros (cm).
As menores células conhecidas pertencem às bactérias do gênero Mycoplasma (PPLO), que podem ser menores que alguns vírus e são medidas em nanômetros.


PROCARIOTAS e EUCARIOTAS

 Procarióticas: células onde o núcleo não é individualizado por falta de cariomembrana, não apresentam orgânulos membranosos. O material nuclear está disperso no citoplasma. Encontradas nas bactérias e cianobactérias.
 Eucarióticas: o núcleo é individualizado, a cariomembrana envolve o material nuclear, são mais evoluídas e possuem orgânulos membranosos. Encontradas nos protistas, fungos, vegetais e animais.


ORGÂNULOS ou ORGANELAS

São estruturas celulares destinadas à realização de funções vitais.

 Orgânulos não-membranosos: centríolos, ribossomos, microtúbulos, cromossomos e nucléolo.
 Orgânulos membranosos: mitocôndrias, plastos, vacúolos, retículo endoplasmático, complexo golgiense e lisossomos.


CÉLULA VEGETAL e CÉLULA ANIMAL

 Célula vegetal: formato prismático, com parede celular e plastos. Não possuem lisossomos nem centríolo, os vacúolos são grandes e em pequena quantidade (vacúolos de suco celular).
 Célula animal: geralmente arredondadas, sem parede celular nem plastos. Apresentam lisossomos, os vacúolos são pequenos e em grande quantidade (vacúolos digestivos e pulsáteis).



A ORGANIZAÇÃO CELULAR DOS SERES VIVOS

A célula - sua estrutura e funcinamento


Com exceção dos vírus, todos os demais seres têm as suas estruturas fundamentadas na célula. Muitos são apenas unicelulares, outros são multicelulares. Mas, a despeito de algumas diferenças, a arquitetura fundamental da célula se repete com impressionante semelhança em todos os níveis de organização, o que justifica considerarmos a célula como a unidade biológica.
Na sua diminuta dimensão, a célula demonstra um admirável arranjo na disposição de microestruturas diferentes, que representam os seus orgânulos. A ela cabe a realização de importantes funções, como o determinismo genético, a síntese de proteínas, o armazenamento e a liberação de energia, a produção de substâncias que devem atuar no meio extracelular controlando as funções do organismo, ou até mesmo cuidando em manter o equilíbrio físico-químico (hidrossalino e ácido-básico) fundamental à preservação da vida.

A parte da Biologia que estuda a célula se chama Citologia.

O termo célula foi usado pela primeira vez em 1665, por Robert Hooke, quando observava em um microscópio rudimentar um pequeno fragmento de cortiça. A cortiça é um tecido vegetal obtido da casca de caules velhos de certas árvores, no qual as células já morreram e desapareceram. Mas as células deixam o seu vestígio no contorno das camadas de suberina, substância que antes as envolvia. Vendo aquela grande quantidade de diminutos espaços vazios na estrutura da planta, Hooke resolveu chamá-los de células – pequeninas celas. Tempos depois outros cientistas conseguiram ver a célula viva e descobriram que ela é um corpo minúsculo, cheio de conteúdo e com funções muito importantes. Mas o nome célula foi conservado.

Em virtude de suas minúsculas dimensões, as células só podem ser estudadas com ajuda do microscópio. Ele é um aparelho que aumenta as imagens.

 O microscópio óptico ou de luz (MO) usa um feixe de luz que atravessa a célula, passa por um sistema de lentes e vai projetar no olho do observador a imagem imensamente aumentada. Como a maior parte da estruturas celulares não tem cor, usam-se corantes específicos para determinadas partes da célula. Os tecidos têm de ser preparados em cortes finíssimos, para que a luz os atravesse. Pode-se observar a célula viva, dependendo da técnica de preparação.

 O microscópio eletrônico (ME) usa um feixe de elétrons que é detonado por um canhão de elétrons numa câmara de vácuo, onde é posto o material com a célula a ser examinada. A imagem é observada, indiretamente, em uma tela. Só podemos observar células mortas embora seja possível vê-la por todos os ângulos.

O microscópio óptico oferece aumentos de 100 até 1 200 vezes, enquanto o eletrônico pode ampliar a imagem mais de 500 000 vezes. A capacidade de aumento de um microscópio é denominada poder de resolução, que é a capacidade de distinção entre dois pontos muito próximos.

Células Procariotas e Eucariotas

Em alguns organismos mais simples a célula não apresenta um núcleo individualizado, bem visível, em cujo interior se concentra o material genético. Falta-lhe a membrana nuclear, carioteca ou cariomembrana; o conteúdo nuclear se apresenta espalhado por todo o interior celular, dando a impressão de que a célula não possui núcleo. Ela o possui, apenas não está individualizado; encontra-se disperso ou difuso no citoplasma. Esse tipo de célula é chamado de procariota e, os organismos que são formados por células desse tipo são os procariontes. Bactérias e cianófitas (algas cianofíceas) são procariontes e estão agrupadas no reino Monera.
Todos os demais seres possuem células com núcleo bem individualizado, dotadas de cariomembrana e são chamados eucariontes, e suas células, visivelmente nucleadas, são qualificadas de eucariotas. São os protistas, fungos, vegetais e animais.

A Origem das Células

Segundo a hipótese que tenta explicar a origem da vida, as primeiras células que surgiram eram procariotas anaeróbias. Essas células, para sobreviver, realizavam a fermentação. Posteriormente apareceram as células procariotas fotossintetizantes. Estas tinham a capacidade de realizar a fotossíntese, liberando o oxigênio (O2) para a atmosfera terrestre. Depois delas surgiram as células procariotas aeróbias, que passaram a utilizar o O2 para respirar.
Tudo isso aconteceu há cerca de 3,5 bilhões a 2 bilhões de anos. A partir dessa época surgiram as células eucariotas. A princípio, essas células tinham a estrutura de uma célula procariota anaeróbia. Sua membrana começou a formar evaginações e invaginações de tal forma que sua superfície tornou-se bastante ampliada. Essas transformações da membrana foram originando organelas, como o retículo endoplasmático, o complexo de Golgi e a própria carioteca.
Acredita-se que os cloroplastos e as mitocôndrias são as únicas organelas que não tiveram essa origem. As mitocôndrias teriam se formado a partir de bactérias aeróbias que foram englobadas por seres eucariontes anaeróbios. A partir daí, passaram a viver numa relação mutualística: o eucarionte dava proteção à bactéria aeróbia (agora mitocôndria) e desta aproveitava a capacidade respiratória que lhe fornecia a energia necessária à sua sobrevivência.
Da mesma forma, alguns procariontes fotossintetizadores associaram-se com certos eucariontes passando a viver mutualisticamente. No curso da evolução esses procariontes tornaram-se cloroplastos vivendo em organismos eucariontes, agora fotossintetizadores.

As Dimensões das Células

1 µm (micrômetro) = 0,001 mm (1 milésimo de milímetro)
1 nm (nanômetro) = 0,000 001 mm (1 milionésimo de milímetro)
1 Å (Ångström) = 0,000 000 1 mm (1 décimo milionésimo de milímetro)

A grande maioria ou quase totalidade das células tem dimensões microscópicas, medidas em micrômetros. Existem, porém, células macroscópicas como a gema do ovo, a fibra do algodão e as células das algas Nitella sp. e Acetabularia sp., que são medidas em centímetros (cm).
As menores células conhecidas pertencem às bactérias do gênero Mycoplasma (PPLO), que podem ser menores que alguns vírus e são medidas em nanômetros.

Estruturas Celulares dos Eucariontes

Existem algumas diferenças notáveis entre células animais e vegetais, mas, a arquitetura e o padrão geral de funcionamento são os mesmos para todas.
As células vegetais costumam ter contornos prismáticos, com grandes vacúolos centrais, deixando o citoplasma comprimido na periferia. A sua membrana plasmática é protegida por uma parede celular formada de celulose.
A célula animal costuma ser arredondada ou achatada, sem ângulos acentuados, revelando ausência de grandes vacúolos, bem como de parede celular.
A maior parte dos orgânulos intracelulares é delimitada por membranas lipoprotéicas. São os orgânulos membranosos como o retículo endoplasmático, complexo golgiense, mitocôndrias, cloroplastos, lisossomos e núcleo que, juntamente com a membrana plasmática, formam o sistema de membranas da célula.
Alguns poucos orgânulos não são delimitados por membranas como os ribossomos, centríolos e cromossomos que formam o sistema não-membranoso.


MEMBRANAS CELULARES: OS PORTÕES DAS CÉLULAS

A membrana plasmática é o envoltório celular, regula a entrada e saída de substâncias e impede que o conteúdo celular se derrame para o exterior.
Ela se apresenta ao ME com duas camadas escuras, mais densas, separadas por uma camada mais clara, menos densa.
Atualmente se admite que a membrana plasmática é formada por uma dupla camada lipídica (fosfolipídios) e mergulhadas nessa matriz lipídica encontram-se as moléculas de proteínas com ampla capacidade de movimentação e deslocamento, cabendo-lhes papel de relevante importância na retenção e no transporte de outras moléculas através da membrana, entre os meios intra e extracelulares.

As substâncias lipossolúveis atravessam a membrana, passando diretamente através da dupla camada lipídica.
As demais são transportadas pelas moléculas protéicas que se movimentam, recolhendo-as de um lado e largando-as do outro. Íons e pequenas moléculas hidrossolúveis, inclusive a própria água, atravessam a membrana por minúsculos canais formados pelas moléculas protéicas.

Especializações da Membrana Plasmática

A membrana plasmática revela adaptações especiais como: microvilosidades, desmossomos, interdigitações, plasmodesmos, cílios e flagelos.

 Microvilosidades são minúsculas expansões em forma de dedos na superfície da célula que se projetam para o meio extracelular quando se torna necessário ampliar a área de absorção da célula. São numerosíssimas nas células epiteliais de revestimento da mucosa intestinal.
 Desmossomos são destinados à maior fixação de uma célula às suas vizinhas. Cada desmossomo compreende duas metades, cada um pertencente a uma célula. O espaço entre eles contém uma substância cimentante formada por moléculas de glicoproteínas.
 Interdigitações representam um recurso para proporcionar a melhor ligação das células entre si num tecido. A superfície celular descreve saliências e reentrâncias que se encaixam perfeitamente nas das células vizinhas.
 Plasmodesmos compreendem pontes de continuidade do citoplasma entre células vizinhas, graças a diminutas interrupções nas membranas de separação entre tais células. São exclusivos das células vegetais.
 Cílios e flagelos são expansões celulares finas e muito móveis que contribuem para a movimentação celular com deslocamento ou para proporcionar o aparecimento de correntes líquidas ao redor das células. Em bactérias, protozoários, euglenófitas, pirrófitas e em células reprodutoras (gametas masculinos) de plantas e animais (anterozóides e espermatozóides) esses orgânulos atuam na motricidade celular. Em tecidos animais, como no epitélio ciliado das trompas de Falópio e no epitélio ciliado da traquéia, eles formam um fluxo de líquido. Em células bacterianas essas estruturas são apenas expansões citoplasmáticas. Já nos protozoários e organismos multicelulares, flagelos e cílios são mais complexos e ligados ao centríolo (microtúbulos).Os cílios são curtos e numerosíssimos, enquanto os flagelos são longos e pouco numerosos.

DNA

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Mendel e a ervilha






16 de fev. de 2010

ÁCIDOS NUCLEICOS










Na natureza há dois tipos de ácidos nucleicos: DNA ou ácidodesoxiribonucleico e RNA ou ácido ribonucleico. Analogamente a um sistema de comunicação, essas informações são mantidas dentro da célula em forma de código, que no caso denomina-se código genético.
Em sua estrutura primária, os ácidos nucleicos (DNA e RNA) podem ser vistos como uma cadeia linear composta de unidades químicas simples chamadas nucleotídeos. Um nucleotídeo é um composto químico e possui três partes: um grupo fosfato, uma pentose (molécula de açúcar com cinco carbonos) e uma base orgânica (Figura 3). Nas moléculas de DNA a pentose é uma desoxiribose enquanto que nas moléculas de RNA a pentose é uma ribose. A base orgânica, também conhecida como base nitrogenada, é quem caracteriza cada um dos nucleotídeos, sendo comum o uso tanto do termo seqüência de nucleotídeos quanto o termo seqüência de bases. As bases são adenina (A), guanina (G), citosina (C), timina (T) e uracila (U), sendo as duas primeiras chamadas de purinas e as três últimas chamadas de pirimidinas. No DNA são encontradas as bases A, G, C e T. No RNA encontra-se a base U ao invés da base T.


Moléculas de DNA compõem-se de duas fitas, que ligam-se entre si formando uma estrutura helicoidal, conhecida como hélice dupla. As duas fitas unem-se pela ligação regular das bases de seus nucleotídeos. A base A sempre liga-se a base T (por 2 pontes de hidrogênio) e a base G sempre liga-se a base C (por 3 pontes de hidrogênio)(Figura 5). As duas fitas são anti-paralelas, ou seja, as fitas possuem orientação 5' 3' opostas uma em relação a outra.

O RNA é uma molécula intermediária na síntese de proteínas, ela faz a intermediação entre o DNA e as proteínas.
Ele é formado por uma cadeia de ribonucleotídeos, que, por sua vez, são formados por um grupo fosfato, um açucar (ribose), e uma base nitrogenada


Esses ribonucleotídeos são ligados entre si através de uma ligação fosfodiéster entre o carbono 3' do nucleotídeo de "cima" e o carbono 5' do nucleotídeo de "baixo"


As principais diferenças entre o RNA e o DNA são sutis, mas fazem com que o último seja mais estável do que o primeiro. O RNA é formado por uma fita simples, o açúcar de seu esqueleto é a ribose e uma de suas bases pirimídicas (de anel simples) é diferente da do DNA. Ele possui Uracila ao invés de Timina.

O Código Genético

A primeira interpretação lógica do código genético só foi feita em 1960. Foi descoberto que um conjunto de 3 nucleotídeos consecutivos são o código para um aminoácido de uma proteína, e.g., uma enzima.
Através do controle da síntese de enzimas, os ácidos nucléicos controlam o funcionamento e crescimento da célula. Como só existem 4 bases diferentes, só existem (43) 64 combinações
possíveis. O significado de cada uma destas combinações já é conhecido - a maioria representa um determinado amino ácido; alguns representam sinais de pontuação, como onde começar ou terminar uma síntese.

Este tipo de relação entre ácidos nucléicos e proteínas é não somente o mesmo em todos os seres vivos, como o mesmo "dicionário" pode ser utilizado para decifrar o código de qualquer organismo vivo na face da terra. Um problema fundamental, portanto, para a origem da vida é a origem do código genético.O renomado cientista H.J. Muller estimou que no cromossomo humano existem cerca de 4 x 109 pares de bases. Como existem 4 bases diferentes, o número de combinações possíveis no cromossomo humano é algo como 4 elevado na 4 x 109, um número muitíssimo grande. Portanto, o ser humano é um ser extraordinariamente improvável: a grande maioria de todas estas possibilidades levaria para uma completa disfunção biológica! Pode-se dizer que, nestes 3 trilhões de anos de vida, houve, também, uma seleção natural nas sequências possíveis de nucleotídeos.

Este tipo de relação entre ácidos nucléicos e proteínas é não somente o mesmo em todos os seres vivos, como o mesmo "dicionário" pode ser utilizado para decifrar o código de qualquer organismo vivo na face da terra. Um problema fundamental, portanto, para a origem da vida é a origem do código genético.O renomado cientista H.J. Muller estimou que no cromossomo humano existem cerca de 4 x 109 pares de bases. Como existem 4 bases diferentes, o número de combinações possíveis no cromossomo humano é algo como 4 elevado na 4 x 109, um número muitíssimo grande. Portanto, o ser humano é um ser extraordinariamente improvável: a grande maioria de todas estas possibilidades levaria para uma completa disfunção biológica! Pode-se dizer que, nestes 3 trilhões de anos de vida, houve, também, uma seleção natural nas sequências possíveis de nucleotídeos.
Existem, ainda, outros fatos em comum para todos os organimos vivos na Terra. Por exemplo: só existe uma classe de moléculas que armazenam energia para processos biológicos nas células de todos os seres vivos, os fosfatos nucleotídicos. Um representante desta classe é a ATP (trifosfato de adenosina). Uma outra curiosidade: embora existam vários bilhões de compostos orgânicos possívies, menos do que 1500 são utilizados pela vida atual no planeta; e estes são construidos a partir de menos de 50 blocos moleculares simples.
Uma outra coincidência que intriga os cientistas: os espermatozóides possuem cílios e flagelos para sua locomoção em ambientes líquidos. Estas fibras sempre estão organizadas em grupos de 9 periféricas e 1 interna. Certas bactérias, como a paramecia, também tem cílios e a forma de organização, 9:1, é idêntica! A porfirina é a base molecular para a hemoglobina, nos animais, e para a clorofila, nas plantas. A relevância estereoquímica de determinados estereoisômeros é a mesma em todos os organismos vivos. Muitos biólogos dizem que todas estas coincidências são um forte apoio para a teoria de que todos os seres vivos são descendentes de uma única célula.


Os principais tipos de RNA são os RNAs mensageiros (mRNAs), os transportadores (tRNAs) e os ribossomais (rRNA). Os RNAs mensageiros são aqueles que codificam as proteínas e que devem ter seus códons lidos durante o processo de tradução. Os RNAs ribossomais fazem parte da estrutura do ribossomo, junto com diversas outras proteínas e são eles que catalisam a ligação entre dois aminoácidos na síntese de proteínas. Os RNAs transportadores são aqueles que fazem a conexão códon-aminoácido pois carregam um aminoácido específico de acordo com seu anticódon (complementar ao códon do mRNA).
É interessante notar que, por ser uma fita simples, o RNA pode formar pontes intracadeia, o que faz com que ele possa ter uma infinidade de arranjos tridimensionais, importantes em sua função.



A obtenção de Energia

Energia é a “Capacidade de realizar trabalho”. Os organismos vivos necessitam dessa energia para desenvolver suas atividades metabólicas mantenedoras da vida. A fonte máxima de energia é o sol, e através da fotossíntese, os vegetais conseguem, na síntese da glicose, obter os nutrientes que necessitam; os animais e os seres humanos os obtêm a partir dos alimentos (vegetais e outros animais) que ingerem e que são processados no trato digestório.

A Digestão e Absorção de Nutrientes

O Sistema digestório é um complexo tubo tortuoso de forma e diâmetro irregulares, com cerca de nove metros de comprimento, iniciando-se na boca e estendendo-se até o ânus. Em suas cavidades, os alimentos ingeridos são impulsionados, esmagados e metabolizados com o auxílio de diversos órgãos que secretam substâncias que de alguma forma participam dos processos de digestão e absorção de nutrientes essenciais à manutenção da vida.

O estudo dos grupos de nutrientes tem contribuído sobremaneira para o entendimento dos processos desenvolvidos no trato digestório.

As vitaminas, objeto deste estudo, são compostos orgânicos imprescindíveis para algumas reações metabólicas específicas, agindo muitas vezes como coenzimas ou como parte de enzimas responsáveis por reações químicas essenciais à saúde humana. São usualmente classificadas em dois grupos, com base na sua solubilidade, estabilidade,ocorrência em alimentos, distribuição nos fluídos corpóreos e sua capacidade de armazenamento nos tecidos.

VITAMINAS HIDROSSOLÚVEIS

A maioria das vitaminas hidrossolúveis são componentes de sistema de enzima essenciais. Várias estão envolvidas em reações de manutenção do metabolismo energético. Estas vitaminas não são normalmente armazenadas no organismo em quantidades apreciáveis e são normalmente excretadas em pequenas quantidades na urina; sendo assim, um suprimento diário é desejável com o intuito de se evitar depleção e interrupção das funções fisiológicas normais.

VITAMINAS LIPOSSOLÚVEIS

Cada uma das vitaminas lipossolúveis, A, D, E e K, tem um papel fisiológico separado e distinto. Na maior parte, são absorvidos com outros lipídios, e uma absorção eficiente requer a presença de bile e suco pancreático. São transportadas para o fígado através da ninfa como uma parte de lipoproteína e são estocadas em vários tecidos corpóreos, embora não todas nos mesmos tecidos, nem na mesma extensão. Normalmente são excretadas na urina.

FONTES NATURAIS DE VITAMINAS

“O Segredo simples da vitalidade”

Nas últimas décadas, pesquisadores têm dedicado seus estudos à busca de uma melhor integração do homem com os alimentos que se consome, procurando equilibrar e aperfeiçoar a máquina biológica complexa do corpo humano. Os caminhos desses estudos apontam para várias direções, mas um aspecto comum interessante é a descoberta do valor terapêutico de plantas, ervas, flores e frutas, confirmando cientificamente o poder da alimentação natural da influência de substitutivos químicos que agridem o organismo, ocasionando males e doenças que eram absolutamente desconhecidos de nossos antepassados.

Entre uma série de alimentos estudados pela engenharia bioorgânica, estão os sucos verdes, que atuam como nutrientes de um organismo, agindo em músculos e nervos e dificultando a aquisição de doenças como até mesmo o câncer.

Em 17 de maio de 1994, numa reunião de médicos em Boston o Doutor George W. Crile, de Cleveland, afirmou que o que comemos é radiação, nosso alimento equivale a determinadas quantias de energia.

Os raios de sol fornecem radiação importantíssima aos alimentos e estes cedem correntes elétricas ao sistema do corpo.

A energia solar está armazenada na planta que comemos ou na carne dos animais que comem plantas. Hoje retiramos do carvão ou do petróleo a energia solar aprisionada na clorofila dos vegetais que viveram há milhões de anos. Vivemos do sol por intermédio da clorofila.
Fitobróquios: As Vitaminas do Futuro

O que é melhor para a saúde: comer frutas, legumes e verduras diariamente ou tomar uma pirula contendo vitaminas e antiosxidantes.

Muitas pessoas marcariam a segunda escolha, estariam equivocadas. As pesquisas mais recentes comprovam que frutas, legumes e verduras contêm, além dos nutrientes indispensáveis a saúde, componentes capazes de bloquear a formação de tumores cancerígenos: os fitobioquímicos tais como: brocolio, couve-flor, cenoura, abobrinha, cebola, repolho, pimentão, tomate e diversos tipos de frutas (laranja, acerola, mamão, manga, banana, figo etc).

HIPOVITAMINOSE

Vitamina A (lipossolúvel)
Cegueira Noturna-Causada por falta de vitamina A, falta de capacidade de perceber detalhes em ambientes pouco iluminados.
Ex: Sai de um quarto iluminado e entra em um escuro.
» Cefaléia;
» Lesões na Pele
» Pele áspera e seca.
» Auxilia no tratamento de sarampo e rubéola em quase todas as doenças infeccionadas. A falta de vitamina A facilita mais a pegar doenças infeccionadas.
» Alterações cutâneas: A pele se torna seca escamosa e áspera conhecida como pele de ganso ou pele de sapo.

Vitamina B (Hidrossolúvel)
» Beriberi = doença por deficiência de tianina. Encontrada na Vitamina B1.
» Pelagra= doença causada por deficiência de niacina encontrada na vitaminaB6cansaço.
» Falta de Apetite
» Causa atraso no crescimento.

Vitamina C (Hidrossolúvel)
» Deficiência causa gripe, resfriado e infecções;
» Aumenta a resistência do organismo;
» Provoca hemorragias nas gengivas e na pele (conhecida como escorbuto).

Vitamina D (Lipossolúvel)
» Provoca Raquitismo;
» Desgaste dos ossos (osteoporose) e dos dentes.

Vitamina E (Lipossolúvel)
» Não causa deficiência;

Vitamina K (Lipossolúvel)
» Com a má absorção de lipídeos pode causar destruição da flora intestinal.
» Não foi registrado caso de deficiências grave.

HIPERVITAMINOSE

Vitamina A (Lipossolúvel)
» Excesso pode causar náuseas:
» Vômitos;
» Fadiga;
» Cefaléia;
» Anorexia;
» Coloração Amarelada da pele.

Vitamina B (Hidrossolúvel)
» Não há nenhum efeito tóxico conhecido pela tianina;
» Niocina (pelegra) = Doses grandes tem sido usado na tentativa de abaixar a concentração de colestrol no sangue.Pode ser tóxica para o fígado.

Vitamina C (Hidrossolúvel)
» Não há efeito tóxico.

Vitamina D (Lipossolúvel)
» Anorexia;
» Vômitos;
» Dor de Cabeça;
» Sonolência e Diarréia.

Vitamina E (Lipossolúvel)
» Não apresenta efeitos tóxicos.

Vitamina K (Lipossolúvel)
» Não apresenta efeitos tóxicos.


MEGAVITAMINAS

Substância orgânica que os alimentos fornecem em muito pequena quantidade (geralmente alguns miligramas diários) para assegurar a saúde normal. (Radical grego colocado antes de uma unidade a multiplica por um milhão).
Definição


Defende o ponto de vista de que podemos ser carentes de certas vitaminas e que a maneira de consertar esta carência e, portanto evitar e curar doenças, e ingerir grandes doses delas.

Antecedentes

O Dr. Linus Pauling, duas vezes vencedor do Prêmio Nobel e campeão da vitamina C, foi uma das primeiras pessoas a se interessar seriamente pelos efeitos da ingestão de altas doses de vitaminas na prevenção e cura de doenças.

Relatam curas em casos de alcoolismos, hiperatividade infantil, dependência de algumas drogas, osteoartrite, “neurite”, esquizofrenia, depressão e outros problemas psiquiátricos.

Os criadores da psiquiatria ortomolecular sugerem que variando-se as concentrações de substâncias normalmente presentes no organismo humano, poderemos ajudar a doença mental. Segundo esses teóricos, as diversas células do cérebro necessitam de nutrientes muito diferentes; as células cerebrais e nervosas, por exemplo, precisam de muito mais vitaminas B e C do que outras partes do organismo.


Para o cérebro funcionar normalmente ele precisa, pelo menos das vitaminas riboflavina, nicotinamida, piridoxina, cianocobalamina, ácido ascórbico, e ácido fólico. Existem outras substâncias químicas essenciais ao funcionamento sadio do cérebro e nós estamos apenas engatinhando no que diz respeito ao conhecimento da bioquímica cerebral.

Livros inteiros tem sido escritos acerca do valor da terapia das megavitaminas para essas doenças e muitos relatórios de pesquisas mostram excelentes resultados.

Ela Funciona ?

É tentador achar que todos os relatórios são válidos e a cura para males como o alcoolismo, esquizofrenia, algumas doenças mentais, dependências de drogas e hiperatividade infantil estão ao alcance das mãos.

Os bioquímicos e os psiquiatras, em sua maioria, recusam-se a aceitar a existência de uma justificativa adequada para a prescrição de doses maciças de vitaminas principalmente por haver tão poucas provas convincentes. O que é preciso são testes controlados sérios para examinar cada área em que se afirma que as megavitaminas funcionam.

Os remédios simples são sempre mais atraentes, especialmente quando se trata de problemas complexos.

A Terapia das Megavitaminas é um desses remédios simples. Só a pesquisa poderá provar se ela é realmente útil.

FATORES NÃO CONFIRMADOS COMO VITAMINAS

Alguns fatores alimentares têm características de vitaminas,mas, por várias razões, não são classificados como vitaminas. Alguns deles têm sido observados apenas em animais (não os humanos).Outros podem ser sintetizados em alguma extensão no corpo,mas necessitam de suplementação dietética em períodos de tensão.Alguns são simplesmente substâncias que são conhecidas por ocorrerem em tecidos humanos para o qual nenhuma finalidade foi ainda identificada.
COLINA

A colina é um componente essencial dos tecidos animais e tem sido classificada como tendo atividade similar à das vitaminas em animais de experimentação.Os humanos, entretanto, podem sintetizar colina a partir de etanolamina e grupos metil derivados da metionina, mas na maior parte do tempo,a colina vem dos fofatídeos da dieta.

FUNÇÕES

A única função da colina é como um componente de grandes moléculas.A lecitina (fosfatidilcolina) é um componente estrutural das membranas celulares e das lipoproteínas plasmáticas,e funciona como um surfactante pulmonar.A esfingomielina também é um componente estrutural.A acetilcolina funciona como um neurotransmissor.

INGESTÃO NA DIETA

A necessidade para colina é elevada durante o crescimento e desenvolvimento e pode exceder a capacidade sintética do recém-nascido(7mg/100kcal de colina) a quantidade encontrada no leite materno.O leite materno também contém fosfatidilcolina e esfingomielina.

As necessidades diárias não são conhecidas, e nenhum efeito tóxico foi observado.A quantidade necessária é influenciada pela quantidade e tipo de gordura, energia total,tipo de carboidratos,quantidade de proteína e quantidade de colesterol na dieta.Estima-se que a dieta média contenha de 400 a 900mg/dia de colina.Esta quantidade é aparentemente adequada para a saúde, mas deve não estar equiparada às necessidades dietéticas.

FONTES

A colina livre está presente no fígado, farinha de aveia,feijões de soja ,alface crespa, couve-flôr,couve e repolho.Ovos,fígado,feijões de soja,bife e amendoins são ricos em fosfatidilcolina.O leite materno eo leite de vaca também são boas fontes.

DEFICIÊNCIA

A deficiência em animais está associada à deficiência de carnitina no fígado e tecidos cardíacos,deposição de gordura no fígado e doença renal hemorrágica.A deficiência de colina em humanos tem sido demonstrada apenas em um estudo metabólico.

A administração de doses farmacológicas de colina parece aliviar os sintomas de discinesia tardia e da doença de Hunington em humanos,mas a dosagem necessária para se atingir esse efeito,de até 20g/dia,parece estar além das necessidades dietéticas específicas para colina.

É possível que pacientes esgotados de lipídeos sob terapia de TPN a um longo período de tempo também possam tornar-se esgotados em colina.

MIOINOSITOL

O inositol é encontrado em frutas,grãos,vegetais ,nozes,leguminosas e carnes de vísceras,tais como fígado e coração. Ele ocorre abundantemente na dieta média,usualmente como fosfolipídeos de inositol e como ácido fítico(hexafosfato de inositol).O ácido fítico interfere com a absorção de cálcio, ferro e zinco.

FUNÇÕES

O mioinositol é o único dos nove isômeros do inositol que tem importância metabólica.Ele é um composto cíclico de seis carbonos com seis grupos hidroxila e uma estrutura semelhante à da glicose.Encontrado em tecidos animais como um componente dos fosfolipídios,está concentrado no cérebro e fluido cerebroespinhal,mas também é encontrado no esqueleto,músculos cardíacos e outros tecidos.O nível de inositol livre è especialmente elevado em todos os òrgãos do trato reprodutivo masculino,particularmente no sêmem.

O papel fisiológico do inositol está relacionado à sua presença no fosfatidilinositol e,portanto,à função dos fosfolipídeos nas membranas celulares.Suas funções incluem a mediação de respostas celulares a estímulos externos,transmissões nervosas e regulação da atividade enzimática.Através de seu papel na síntese de fosfolipídeos, a qual afeta a função das lipoproteínas, ele exerce atividade lipotrópica.

O metabolismo do inositol é afetado pelo conteúdo de colina na dieta, pela quantidade e grau de saturação da gordura da dieta e da composição específica dos ácidos graxos.

DEFICIÊNCIA

Devido ao fato dos pacientes diabéticos apresentarem altos níveis metabólicos de mioinositol na urina e níveis diminuídos nas membranas nervosas,têm-se feito tentativas de se explicar a neuropatia periférica diabética com base na alteração no metabolismo de mioinositol.Entretanto,as descobertas não foram consistentes.

A deficiência de inositol nos animais produz um acúmulo de triglicerídeo no fígado, lipodistrofia intestinal e outras anormalidades.Os sinais da deficiência de inositol não foram encontrados em humanos e uma deficiência não é provável,considerando-se a ocorrência bem espalhada nos alimentos.Entretanto,devido ao fato dela poder possivelmente ocorrer em bebês alimentados com fórmulas sem leite de vaca, a Academia Americana de Pediatria recomenda que este deve ser adicionado a estas fórmulas como uma medida preventiva.

TOXICIDADE

Nenhum efeito tóxico foi relatado. Os pacientes com insuficiência renal crônica apresentam elevados níveis de inositol.

ANTIVITAMINAS
(Antagonistas de Vitaminas ou Antimetabólicos)

Uma antivitamina ou antagonista é uma substância que interfere com a síntese ou metabolismo das vitaminas. Muitos antagonistas de vitaminas são compostos semelhantes,em estrutura,à molécula ativa.Tomando o lugar da vitamina, eles tornam a coenzima inativa. A hidrazida do àcido isonicotínico(INH),um agente quimioterapêutico usado no tratamento da tuberculose,è um antagonista para a piridoxina.A aminopterina,uma droga usada no tratamento da leucemia,é um antagonista para a folacina.O dicumarol,um anticoagulante,age como um antagonista para a vitamina K.

Um outro tipo de antivitamina é a avidina,encontrada na clara de ovo crua ,que se combina com a biotina para formar um composto que não pode ser absorvido a partir do trato intestinal.


Referências Bibliográficas
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CAMARGO, Wilson. As Vitaminas do Futuro: O Poder do Verde.1 ed. Rio de Janeiro: Nuad, 1997, 140p.
DUTRA-DE-OLIVEIRA, J.E., MARCHINI, J. Sérgio. Ciências nutricionais.1 ed. São Paulo : Sarvier, 1998, 403 p.
MABAN, L.Kathleen, ESCOTT-STUMP, Sylvia. ALIMENTOS, NUTRIÇÃO E DIETOTERAPIA. 9 ed. São Paulo : Roca,1998,1.179 p.

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