Lilypad, a cidade flutuante.
Chamada Lilypad, a sua construção foi inspirada num nenúfar gigante descoberto na Amazónia por Thaddeaus Haenke, no início do século XIX. O botânico alemão baptizou-o de Vitória régia, em homenagem à rainha Vitória de Inglaterra...
Pânico ecológico - Humanidade precisará de dois planetas em 2030.
Com o actual ritmo de consumo dos recursos naturais do nosso planeta, segundo o relatório Planeta Vivo de há dois anos - responsabilidade da organização WWF, Sociedade Zoológica de Londres e da Global Footprint Network - precisaríamos de um segundo planeta por volta do ano 2050...
A China vista dos Céus.
A China não cessa de nos surpreender; a fotografia aérea também, ao revelar-nos formas, cores e texturas improváveis que nos dão uma outra noção do espaço. Este conjunto de fotografias aéreas da China põe em evidência o contraste entre a dimensão humana e a vastidão do imenso território chinês...
O Natal, o Papai Noel e a Coca-Cola.
A lenda do Papai Noel (Pai Natal em Portugal) é inspirada no arcebispo São Nicolau Taumaturgo, que viveu na Turquia no século IV. Ele tinha o costume de ajudar os necessitados depositando um pequeno saco com moedas de ouro, entrando nas casas pela lareira...
Publicidade - Os direitos dos animais.
Criatividade e consciencialização são palavras de ordem na nova campanha publicitária realizada pela agência WCRS, que assina Born Free “Keep wildlife in the Wild”. Qualquer um de nós tem consciência da quantidade de pessoas, que por falta de recursos ou alternativas, vivem nas ruas. A última campanha da Born Free, pega nesta ideia e coloca animais selvagens, sem lar, em cenários urbanos...
12 de jul. de 2017
Superbactérias avançam no Brasil e levam autoridades de saúde a correr contra o tempo
22 de jun. de 2017
Empatia, flexibilidade, cooperação: pesquisa de Harvard explica por que habilidades sociais ganham força no mercado de trabalho
Pais mais velhos tendem a ter filhos 'mais nerds', diz pesquisa
Explicações
Entre os participantes do estudo, pais com idade igual ou inferior a 25 anos tiveram filhos que pontuaram menos no ranking geek do que pais com idades entre 35 e 40 ou mesmo com mais de 50 anos.Entre as possíveis explicações para isso, os cientistas apontam que:
- Pais nerds podem estar demorando mais para ter filhos e transmitir suas "nerdices" para os filhos
- Homens mais velhos podem estar criando um ambiente familiar que encoraja traços "nerds", graças a empregos melhores e mais estáveis que aumentam o acesso a educação e experiências diversas
- Pode haver novas mutações no esperma, afetando o desenvolvimento dos filhos
Atenção para os riscos
No entanto, estudiosos não recomendam que casais tomem decisões quanto à concepção com base nessas descobertas, justamente por causa dos riscos associados a gestações tardias."Famílias não devem ser influenciadas por este estudo em suas decisões quanto a ter filhos", adverte Magdalena Janecka, pesquisadora do King's College.
"Ainda que pareça legal ser geek, não recomendo que os futuros pais retardem seus planos de iniciar uma família para propositadamente aumentar as chances de ter uma criança com essas qualidades", afirma o professor da Universidade de Sheffield Allan Pacey.
"Os perigos da paternidade tardia estão bastante descritos (na literatura médica), incluindo os riscos de infertilidade, aborto espontâneo ou distúrbios debilitantes ao nascer. Dito isso, acho bastante intrigante a ideia do 'gene geek'. E, diante da tendência de termos filhos cada vez mais tarde, talvez estejamos destinados a criar uma futura sociedade de gênios que nos ajudarão a resolver os problemas do mundo."
Ao mesmo tempo, a equipe de pesquisadores também acredita que alguns traços genéticos herdados de pais mais velhos podem ter influência tanto sobre o aspecto "nerd" quanto sobre as possibilidades de desenvolvimento do autismo.
"Quando a criança nasce com apenas alguns desses genes, parece ter mais chance de ser bem-sucedida na escola. No entanto, com uma 'dosagem' mais alta desses genes, somada a outros fatores de risco, pode ser que ela tenha uma predisposição maior para o autismo", disse a pesquisadora Janecka.
As diferenças de gênero não foram esclarecidas pelo estudo. Pode ser que as medições não tenham sido capazes de perceber as diferenças nas manifestações de "nerdices" entre meninos e meninas. Ou pode ser que haja diferenças na forma como o cérebro de meninos e meninas se desenvolve.
16 de jun. de 2017
8 de jun. de 2017
O que é o 'jet lag social' e como ele pode afetar sua saúde
- A história de amor entre uma militante de partido francês anti-imigração e um refugiado
- O conceito de doença mental é um mito, diz autora de estudo anti-psiquiatria no Canadá
Medição
Como afeta a saúde
O revolucionário método criado no Brasil para tratar queimaduras graves com pele de tilápia
6 de jun. de 2017
Quatro maneiras como a pobreza pode afetar o cérebro
A explicação pode estar na má alimentação, em situações de estresse no ambiente familiar ou na falta de atenção que recebem dos pais, entre outros fatores.
Um número cada vez maior de cientistas sugere, no entanto, que pode haver algo mais. Será que a pobreza pode mudar a nossa forma de pensar?
A BBC discutiu o tema a partir de quatro perspectivas com diferentes especialistas.
1. Sobrecarga mental
"Peça a um grupo de pessoas que memorize uma série de sete dígitos. Conseguem se lembrar da sequência 7, 4, 2, 6, 2, 4, 9?", propõe Eldar Shafir, professor de ciência comportamental e políticas públicas da Universidade de Princeton, nos Estados Unidos."Enquanto você guarda os números em sua memória de curto prazo, tentando não esquecer, sua mente está literalmente cheia. Você tem menos espaço cognitivo para outras coisas", explica.
Grande parte do trabalho desenvolvido por Shafir sugere que viver em situação de pobreza, tendo que fazer malabarismo com os poucos recursos que se tem e constantemente preocupado em como pagar as contas no fim do mês, tem efeito semelhante a guardar sete dígitos na cabeça o tempo todo.
"Isso faz com que você se esqueça de outras coisas, você fica com uma atenção limitada", explica.
Para provar a ligação direta entre a pobreza e o funcionamento do cérebro, o professor realizou vários experimentos.
Em um deles, disse tanto a pessoas menos favorecidas quanto em boa situação de vida o que teriam que fazer para consertar o carro.
A alguns informou que o reparo custaria US$ 150 e a outros que ultrapassaria US$ 1.500, independentemente do status social.
Em seguida, os submeteu a uma série de testes cognitivos.
Ao analisar os resultados, Shafir observou que os ricos tiveram desempenho semelhante, independentemente do valor que tiveram que pagar.
Já os mais pobres tiveram melhor desempenho quando a conta era menor.
A diferença chegou a ser de 12 ou 13 pontos de quociente de inteligência (QI).
"É um número muito significativo, que pode fazer a diferença entre estar dentro da média ou ser superdotado, por exemplo".
O experimento de Shafir sugere que a inteligência pode ser afetada a curto prazo pela pobreza.
Mas podemos dizer que a pobreza provoca alterações cerebrais a longo prazo?
2. Mal funcionamento geral
"Adoro interagir com pessoas mais velhas", diz à BBC Adina Zeki al Hazzuri, professora da Universidade de Miami que investiga o impacto da sociedade sobre a nossa saúde.Hazzuri pesquisa o envelhecimento cerebral. Ela acaba de concluir um estudo de acompanhamento de 3.500 adultos que tinham entre 18 e 30 anos em 1985.
Por duas décadas, os participantes da pesquisa informaram suas rendas.
"Queríamos medir a influência de um rendimento baixo no funcionamento do cérebro a longo prazo", explica.
As pessoas foram submetidas a três testes confiáveis para detectar envelhecimento cognitivo.
"Constatamos que pessoas que viveram em situação de pobreza o tempo todo durante esses 20 anos tiveram resultados muito piores do que aquelas que nunca passaram por essa experiência", diz.
Hazzuri admite que é difícil estabelecer o que acontece primeiro: se o cérebro não funciona bem e, em seguida, fica-se mais pobre ou o inverso.
Para tirar essa dúvida, os pesquisadores fizeram outra análise tomando como base uma amostra só de pessoas com alto nível educacional e que estavam saudáveis no início do estudo.
"A associação entre a pobreza e a função cognitiva se manteve", explica a professora. "Eu diria que a pobreza muda, sem dúvida, a forma como pensamos."
3. Freio ao desenvolvimento
E o cérebro das crianças?"Corta o coração ver o impacto que a pobreza tem em uma criança", lamenta Katie McLaughlin, professora de psicologia na Universidade de Washington.
McLaughlin é especialista no estudo de crianças em seus primeiros anos de vida, quando o cérebro apresenta um desenvolvimento maior.
Ela concentrou parte de seu trabalho em orfanatos na Romênia, onde a situação das crianças era devastadora.
"Se pudermos entender como essa forma extrema de pobreza afeta o desenvolvimento do cérebro, talvez possamos aprender algo sobre o que acontece no cérebro de crianças que crescem na pobreza", diz.
Em sua pesquisa, McLaughlin observou como os cérebros de crianças que vivem em condições de vida precária são debilitados, especialmente em áreas que processam a linguagem complexa.
"Os circuitos neurais e as conexões projetadas para processar a informação, se não forem utilizados, desaparecem", explica. "Se isso acontecer de forma contínua e em larga escala, contribui para um estreitamento do córtex".
McLaughlin acrescenta que o enfraquecimento da massa cinzenta externa do cérebro de crianças de orfanatos da Romênia também foi observado em crianças de áreas pobres dos Estados Unidos.
A pesquisadora acredita que os cérebros das crianças romenas foram prejudicados por não receberem estímulos suficientes - talvez não se tenha conversado ou brincado com elas o bastante.
E, de certa forma, ela afirma que o mesmo deve ter acontecido com os jovens americanos em bolsões de pobreza.
A especialista reconhece, no entanto, que não há como garantir com certeza que haja uma relação de causa-efeito entre a pobreza e a deterioração do cérebro.
4. Existe uma evidência clara?
"Acho que há cada vez mais evidências para estabelecer a relação entre pobreza e mudanças cerebrais, mas é um campo de estudo relativamente recente ", diz Charles Nelson, professor de pediatria e neurociência da Universidade de Harvard.Mas alguém já demonstrou que a pobreza causa mudanças no cérebro das pessoas, ou simplesmente se associa a pobreza a essas mudanças?
"O simples fato de não ganhar uma certa quantia de dinheiro não causa nada", diz Nelson. "É o que está relacionado à ausência de uma certa quantidade de dinheiro que parece causar (danos). Por exemplo, a falta de comida ou o fato de não ter acesso a um bom sistema de saúde ou o estresse elevado na família que pode levar à falta de cuidados".
Não há dúvida de que está crescendo o interesse da ciência em decifrar a relação entre a pobreza e o cérebro, mas já sabíamos que a pobreza é ruim para a nossa saúde. Qual seria então a novidade?
"As ferramentas (de pesquisa) estão mais sofisticadas e nos permitem avaliar o cérebro, algo que não se podia fazer há 10 anos", diz Nelson.
E mesmo que as conclusões sejam parecidas ao que notávamos empiricamente, o estudo é válido para chamar a atenção ao tema.
"A bonitas imagens do cérebro parecem ter mais impacto do que imagens de crianças famintas. Acho que as pessoas estão vendo que há um preço biológico a ser pago por crescer na pobreza", conclui Nelson.
Para finalizar, você lembra da sequência de sete dígitos?
O conceito de doença mental é um mito, diz autora de estudo anti-psiquiatria no Canadá
Eu não uso as palavras 'saúde mental'. Eu estremeço toda vez quando as escuto", diz Bonnie Burstow.
Ouvir ela dizer isso foi como um soco no estômago.Burstow é professora associada da Universidade de Toronto, no Canadá, onde recentemente lançou o primeiro programa de estudo no mundo de anti-psiquiatria.
Burstow é uma figura conhecida no campo da anti-psiquiatria, que ela descreve como "um movimento de sobreviventes e profissionais psiquiátricos dizendo que precisamos abolir a psiquiatria".
Quando ouvi sobre Burstow e o movimento da anti-psiquiatria, estava cético, senti até raiva. Num momento em que o mundo finalmente começa a prestar atenção para a gravidade incapacitante de algumas condições mentais, a última coisa que precisamos, pensei, é um grupo de dissidentes querendo dar três passos para trás.
'Anormalidade biológica'
As reações ao anúncio do novo programa de Burstow foram mistas.A psiquiatria convencional entende que anormalidades biológicas (como desequilíbrios químicos), juntamente com fatores psicológicos e sociais, podem levar a transtornos mentais como distúrbio bipolar, depressão e esquizofrenia.
Conversei com o professor Carmine Pariante, do britânico Royal College of Psychiatrists. Ele disse que "olhar para esse complexo modelo biológico, psíquico e social, e olhar para estes componentes conjuntamente" é a melhor maneira de lidar com questões de saúde mental.
Essa abordagem é amplamente aceita, e eu pessoalmente a reconheço tanto por causa do meu tratamento e das muitas conversas que tive com meu colega de apartamento, que é psiquiatra.
Mas o movimento anti-psiquiatria questiona se as doenças mentais realmente são doenças.
Será que ela pensa que a dor que sinto diariamente é totalmente ficcional?
"Não", diz Burstow. "Eu acredito que as pessoas têm ansiedade? Acredito que as pessoas têm compulsões? Claro. Mas acredito que esses sentimentos são normais do ser humano na forma de experienciar a realidade."
Burstow ainda defende: "Temos uma falsa noção do que é normal. As pessoas se comparam com o que dizem ser normal, e isso não é nem vagamente o que a maioria das pessoas sente".
Eu consigo entender parte do que Burstow está dizendo. Antes de ser diagnosticado com transtorno obsessivo-compulsivo (TOC), a última coisa que eu me sentia era "normal".
Se eu soubesse antes que os tipos de pensamentos intrusivos dos quais eu sofro são, na verdade, bem comuns na sociedade como um todo, talvez tivesse evitado anos de tormento.
Indústria da psiquiatria
Burstow argumenta que "se 99% das pessoas no mundo não são consideradas 'normais', isso favorece a psiquiatria, porque isso dá a ela uma enorme clientela".O movimento anti-psiquiatria também acredita que existe uma medicação desenfreada entre psiquiatras. Um relatório recente estima que o mercado global de drogas para a depressão, que estava avaliado em US$ 14,5 bilhões (R$ 47 bilhões) em 2014, vai gerar US$ 16,8 bilhões (R$ 54,7 bilhões) em receitas em 2020.
"A psiquiatra entende coisas como biológicas quando elas não o são. Quando dizemos 'saúde mental', isso significa que os problemas das pessoas têm relação com doenças", critica Burstow, que, em sua visão, "não são doenças".
Há controvérsias entre profissionais médicos sobre isso.
Existem evidências de que os transtornos tendem a ocorrer em famílias, e estudos com gêmeos sugerem que o transtorno bipolar está "entre os distúrbios médicos mais hereditários".
O professor Pariante acredita que é apenas uma questão de tempo até que as condições de saúde mental sejam provadas como influenciadas pela genética (pelo menos em parte).
Mas o movimento anti-psiquiatria rejeita isso.
Paola Leon, que há 25 anos pratica a psiquiatra em Toronto diz: "A vida pode ser difícil. Mas começamos a diagnosticar determinadas reações e comportamentos como 'doença mental', mas, mesmo que sejam dolorosos, são parte da condição humana".
Burstow também fica preocupada com o que ela chama de "poder assustador" da psiquiatria.
"(A psiquiatria) tem o poder do estado para encarcerar quando se decide que alguém é mentalmente doente. Tem o poder de trancar alguém, de tratar pessoas contra a sua vontade", afirma.
Quando trago esse argumento ao professor Pariante, ele responde: "Quando existe um risco real de alguém se ferir ou ferir outras pessoas, como que eu posso deixá-lo desassistido, numa situação em que eu poderia ajudar?".
Terapia de fala
Mas Burstow insiste que há outras maneiras de tratar as pessoas.O movimento anti-psiquiatria advoga por mais terapias com base na fala, mesmo para condições muito debilitantes como a esquizofrenia.
Não sei se estou convencido disso. Conheci muitas pessoas que se beneficiaram da medicação, sem mencionar outros que recusaram a tomá-la e se tornaram perigosos para si próprios.
Desde então, eu questiono a eficácia de vários exercícios que fiz na terapia e, com minha saúde mental ainda abaixo do esperado, estou agora esperando na lista para uma forma diferente de tratamento de fala, a psicoterapia. Talvez a forma como vou melhorar é abordar minha vida como um todo, e não apenas focando no meu TOC.
O "diálogo aberto", uma forma de tratamento pioneiro na Finlândia, está sendo testado pelo NHS, o serviço público de saúde britânico. Ele não rejeita completamente a medicação, mas coloca uma ênfase maior na rede social do paciente, incluindo sua família e amigos. Em vez de o paciente se encontrar sozinho com o profissional de saúde mental, eles trabalham em conjunto com sua rede.
Essa abordagem é semelhante à defendida por Burstow, de usar a "comunidade" para ajudar as pessoas.
A maioria dos psiquiatras não se convence da anti-psiquiatria.
Para Allan Young, diretor do Comitê Especial de Psicofarmacologia no Royal College of Psychiatrists, por exemplo, esse movimento vai se tornar popular e depois perder força com o tempo.
Ele acredita que os anti-psiquiatras são um grupo isolado, e os chama de uma miscelânea que inclui desde "pessoas fora da realidade" com ideias estranhas sobre saúde até psiquiatras e outros profissionais de saúde mental.
Ainda estou buscando a maneira mais eficaz de lidar com meu transtorno mental, e não posso deixar de sentir que descartar completamente o movimento anti-psiquiatra seria um desserviço para aqueles que sofrem com esses problemas.
No mínimo, está suscitando discussões sobre novas formas de tratamento. O caminho de cada um para a saúde é diferente, e descobrir o melhor para você - qualquer que seja - é o que realmente importa.