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7 de jun. de 2013

POLUIÇÃO ATMOSFÉRICA

Poluição atmosférica: Causas, consequências e responsabilidades

Ângelo Tiago de Miranda


Considera-se poluente qualquer substância presente no ar que, pela sua concentração, possa torná-lo impróprio, nocivo ou ofensivo à saúde, causando inconveniente ao bem-estar público, danos aos materiais, à fauna e à flora, ou seja prejudicial à segurança, ao uso e gozo da propriedade e às atividades normais da comunidade (Conselho Nacional do Meio Ambiente, Resolução n° 03/90).
Os poluentes atmosféricos existem sob a forma de gases e de partículas e podem ser naturais e artificiais, provenientes de fontes fixas (indústrias, usinas termoelétricas, incineradores de lixo, vulcões) e móveis (veículos automotores, trem, avião, embarcação marítima).
Dentre os poluentes naturais, estão as cinzas e gases de emissões vulcânicas altamente tóxicas compostas principalmente de enxofre, partículas do solo ou gotículas de água salgada do mar, partículas e gases de incêndios florestais e os grãos de pólen.
Os poluentes artificiais, produzidos pelas atividades humanas e "jogados na atmosfera", são, na sua grande maioria, aqueles produzidos pela queima de combustíveis fósseis (petróleo, gás natural e carvão mineral) ou recicláveis (lenha, álcool, etc.).

Composição do ar limpo

Existem muitas maneiras de se classificar os poluentes. Entretanto, antes de se analisar qualquer delas, é oportuno conhecer a composição do "ar atmosférico limpo".
A atmosfera é a camada gasosa da biosfera, indispensável para a vida na Terra. Além de partículas de poeira, grãos de pólen, microorganismos e sais marinhos, entre outros, ela é composta por uma mistura de gases: 79% de nitrogênio, 20% de oxigênio e 1% de outros gases, entre os quais incluem-se dióxido de carbono, vapor d'água e gases raros (argônio, neônio, hélio, criptônio, ozônio, etc.), assim chamados porque existem em quantidades muito pequenas.
Devido a sua extensão, cerca de pouco mais de 800 quilômetros de altitude, a atmosfera é dividida em camadas: troposfera, estratosfera, mesosfera, termosfera e exosfera. Mas é na baixa atmosfera ou troposfera, porção onde vivemos, que ocorrem os efeitos nocivos dos produtos das atividades humanas.

Classificação dos poluentes atmosféricos

Os poluentes são divididos em duas categorias: primários e secundários. Os poluentes primários são aqueles liberados diretamente das fontes de emissão, como o dióxido de enxofre (SO2), o sulfeto de hidrogênio (H2S), os óxidos de nitrogênio (NOx), a amônia (NH3), o monóxido de carbono (CO), o dióxido de carbono (CO2) e o metano (CH4).
Os poluentes secundários são aqueles formados na atmosfera através de reação química entre poluentes primários e componentes naturais da atmosfera, se destacando o peróxido de hidrogênio (H2O2), o ácido sulfúrico (H2SO4), o ácido nítrico (HNO3), o trióxido de enxofre (SO3), os nitratos (NO3?), os sulfatos (SO42-), o ozônio (O3) e o nitrato de peroxiacetila - PAN - (CH3=OO2NO2).
Somam-se ainda a esses poluentes os álcoóis, aldeídos, hidrocarbonetos (HC), compostos orgânicos voláteis (COVs), mercúrio (Hg) e material particulado (MP). O termo material particulado abarca um conjunto de poluentes constituídos de poeiras, fumaças e todo tipo de material sólido e líquido que se mantém suspenso na atmosfera por causa do seu pequeno tamanho.
Dependendo do tamanho, suas partículas podem ser classificadas como Partículas Totais em Suspensão ou Partículas Inaláveis e Fumaça.

Efeitos da poluição atmosférica

Os efeitos da poluição atmosférica são numerosos e diversos, estendendo-se dos toxicológicos aos econômicos. Materiais, animais, vegetais e pessoas podem ser indiscriminadamente molestados pelos efeitos de poluentes, quer direta, quer indiretamente.
Nos humanos, os poluentes atmosféricos gasosos ou particulados normalmente entram no organismo por via respiratória, afetando os pulmões e o trato respiratório.
Nas plantas, os poluentes são absorvidos pelas folhas através dos estômatos, que permitem as trocas gasosas entre a planta e o meio ambiente, alterando-se assim a fotossíntese.
Nos materiais, os poluentes corroem e escurecem metais, partem borrachas, sujam roupas, danificam mármores, descolorem vários tipos de materiais, enfraquecem algodão, lã e fibra de seda e destroem o nylon.
Os poluentes também causam efeitos no tempo atmosférico, como a redução da visibilidade, a descoloração da atmosfera, a dispersão da luz solar quando há grande quantidade de particulados no ar, e o aumento da formação de neblina e precipitação.
Também há substâncias que provocam alterações na atmosfera, produzindo efeitos nocivos a grandes distâncias ou até sobre o planeta como um todo. Essas substâncias são denominadas de poluentes de efeito global. Esses efeitos são, principalmente, as chuvas ácidas, a destruição da camada de ozônio e o efeito estufa.

Responsabilidades

A natureza utiliza recursos para proteger-se da poluição atmosférica, mas eles são limitados. Os principais processos que atuam na natureza, provocando a neutralização, a diluição ou a eliminação dos poluentes atmosféricos são: a dispersão, a precipitação, as transformações químicas e a assimilação biológica.
Devido aos limites dos recursos da natureza, cabe a cada um de nós a responsabilidade de ajudá-la nesse processo, adotando medidas em nosso cotidiano para evitar ou moderar a poluição de nossa própria cidade, de nosso país e, até, do mundo como um todo.
Podemos iniciar pela escolha do nosso veículo, privilegiando os que utilizam álcool como combustível, por ser reciclável e gerar menos poluentes. Além disso, é necessária uma manutenção periódica para manter o motor do veículo regulado e, desta forma, emitir menos poluentes.
Igualmente, andar um pouco mais a pé, de bicicleta e priorizar o transporte público, como o metrô, o trem ou ônibus, ao invés de tirar o carro da garagem toda vez que temos de nos locomover a pequenas distâncias. Agindo assim, além de gastar menos combustível e poluir menos, estaremos contribuindo para reduzir os congestionamentos tão frequentes em nossas cidades, cooperando também com a nossa própria saúde.

Queimadas e indústrias

Também as pessoas que vivem no campo podem colaborar para a redução da poluição, evitando, por exemplo, as queimadas da roça, na época de plantio, ou do canavial, na época da colheita. Essas queimadas produzem grandes quantidades de gás carbônico, fuligem e cinzas, além de provocarem a perda da fertilidade dos solos, diminuição do teor de matéria orgânica e a falta de nutrientes.
Para concluir, não devemos nos esquecer das indústrias que possuem uma parte na responsabilidade com relação à poluição atmosférica. Algumas medidas promovem a redução da poluição, como a implantação e a utilização de tecnologias limpas no sistema produtivo.
Também ajuda muito a racionalização do processo industrial, no sentido de obter maior quantidade de produtos utilizando a mesma quantidade de matéria-prima. Vale lembrar que, na maioria das vezes, a poluição é resultado de desperdícios, seja de matéria, seja de energia.

TIPOS DE POLUIÇÃO

  Poluição do Solo            
        A poluição do solo é causada pelos lixos que as pessoas deixam no chão da sua casa, da sua rua, do jardim da sua cidade, do pinhal ou das matas quando fazem um piquenique… da berma das estradas quando vão de carro e atiram lixo pela janela… e também nas praias, quando, no final de um agradável dia de Verão passado à beira-mar, regressam às suas casas mas deixaram os restos e os lixos na areia.

Poluição da Água
A água pode ser contaminada de muitas maneiras:
 
- pela acumulação de lixos e detritos junto de fontes, poços e cursos de água;   
                                                  
- pelos esgotos domésticos que aldeias, vilas e cidades lançam nos rios ou nos mares;
- pelos resíduos tóxicos que algumas fábricas lançam nos rios;
                                                      
 
- pelos produtos químicos que os agricultores utilizam para combater as doenças das suas plantas, e que as águas das chuvas arrastam para os rios e para os lençóis de água existentes no subsolo;
 - pela lavagem clandestina, ou seja, não autorizada, de barcos no alto mar, que largam combustível;
 - pelos resíduos nucleares radioactivos, depositados no fundo do mar;
 - pelos naufrágios dos petroleiros, ou seja, acidentes que causam o derrame de milhares de toneladas de petróleo, sujando as águas e a costa e matam toda a vida marinha – as chamadas marés negras.
                                        
 
Poluição do Ar
Existem diferentes causas de contaminação do ar:
- o fumo que sai pelas chaminés das fábricas;
                                                        
- o fumo que sai pelos tubos de escape dos meios de transporte;
- a incineração dos lixos a céu aberto ( quer dizer, queimar lixos);
- o uso, em demasia, de insecticidas e outros sprays (desodorizantes, desinfectantes do ambiente, etc);
                                             
A poluição do ar pode fazer com que o ar que tu respires te torne doente. Quando respiras ar poluído com frequência, as partículas presentes podem depositar-  -se nos teus pulmões. A poluição do ar pode provocar dor de cabeça ou irritar a tua garganta e pode também fazer os teus olhos lacrimejarem e irritá-los.
A poluição do ar causa prejuízo às plantações e os animais também podem ficar doentes por causa dela.
                                                                
 
Poluição Sonora
Vivemos rodeados de sons: pessoas que falam, máquinas e electrodomésticos que trabalham, a música de uma discoteca, automóveis que passam, crianças que brincam…
 O aumento de ruídos no ambiente que nos rodeia provocou uma nova forma de poluição – a poluição sonora.
  O barulho dos aviões que passam no ar.
                             
O funcionamento de motos, automóveis, e outros veículos.
                            
O ruído forte e incomodativo das perfuradoras mecânicas.
                                                                      
 
Poluição Luminosa
A poluição luminosa é provocada pelo desperdício de luz nocturna.
        À noite, numa cidade, o céu fica menos estrelado do que numa aldeia.
Isso deve-se à iluminação artificial, muitas vezes utilizada de forma incorrecta e que gera uma outra forma de poluição - a poluição luminosa.
Em locais com muita luz nocturna, o céu fica coberto por uma enorme bolha luminosa, que nos impede de ver nitidamente as estrelas, luz essa tão forte que nos magoa a vista e nos faz ficar por vezes com dor de cabeça.
                                                
                                                  
 
Há pessoas, que nas cidades, têm dificuldade em dormir porque uma grande quantidade de luz da rua ou do jardim do vizinho, lhes entra pela janela do quarto e se torna incomodativa.
 

INTERAÇÕES ECOLÓGICAS

INTERAÇÕES ECOLÓGICAS


Os seres vivos mantêm entre si vários tipos de interações ecológicas que podem ser consideradas como sendo harmônicas ou positivas ou desarmônicas ou negativas.
As interações harmônicas ou positivas (+) são aquelas onde não há prejuízo para as espécies participantes e vantagem para pelo menos uma delas.
As interações desarmônicas ou negativas (-) são aquelas onde pelo menos uma das espécies participantes é prejudicada, podendo existir benefício para uma delas.
Dentro de cada um dos tipos de interações mencionados acima, ainda podemos classificá-las em interações intra-específicas e interespecíficas, conforme ocorram entre indivíduos da mesma espécie ou entre espécies diferentes respectivamente.
O esquema a seguir mostra os tipos principais de interações ecológicas entre os seres vivos.
  Interações HarmônicasInterações Desarmônicas
Intra EspecíficaColônia (+)
Sociedade (+)
Competição (-)
Inter EspecíficaMutualismo (+ +)
Cooperação (+ +)
Comensalismo (+ 0)
Inquilismo (+ 0)
Epifitismo (+ 0)
Competição (- -)
Parasitismo (+ -)
Predatismo (+ -)
Amensalismo (+ -)
O sinal (+) indica vantagem para a espécie, o sinal (-) indica prejuízo para a espécie, e o sinal (0) indica que a espécie não é beneficiada nem prejudicada.


Interações Harmônicas
As interações intra-específicas harmônicas são aquelas que ocorrem entre indivíduos da mesma espécie, como a colônia, onde os indivíduos apresentam ligação anatômica, podendo ou não apresentar divisão de trabalho entre os indivíduos.
Na sociedade, os indivíduos não estão ligados anatomicamente, mas apresentam divisão de trabalhos entre eles. As figuras a seguir mostram exemplos destas associações.


A vida da coméia. (a) Operárias trabalhando em células de armazenamento de mel e de pólen. O mel é feito de néctar processado por enzimas especiais presentes nos corpos das operárias e espessado pela evaporação durante o engolimento e a regurgitação repetidos. (b) Rainha especionando uma célula antes de nela pôr um ovo. (c) Larvas reais, nutridas de geléia real durante as fases iniciais do seu desenvolvimento. Essas larvas são as futuras rainhas. (d) Outra tarefa da operária é o condicionamento do ar. Nesta figura vê-se uma operária batendo as asas para resfriar a colméia.
As interações interespecíficas harmônicas ocorrem entre indivíduos de espécies diferentes.
No mutualismo as espécies participantes são beneficiadas mutuamente, sendo a interação obrigatória para a sobrevivência das espécies. As figuras a seguir mostram alguns exemplos de mutualismo.





Raiz de feijão soja, com numerosos nódulos, formados por uma espécie de gênero Rhizobium.

Liquens são associações de algas e fungos. Estes organismos mantêm uma relação de alta dependência, da qual ambos auferem benefícios. Em A, liquens crescendo sobre ramos de árvores; em B, aspecto microscópico do líquen mostrando células da alga e do fungo (segundo Bold).
Na interação de cooperação ou protocooperação também existem benefícios para as espécies participantes, mas não é obrigatória para a sobrevivência das espécies.
A figura a seguir mostra exemplo de cooperação entre diferentes espécies.

Interação de cooperação entre caranguejo paguro e anêmona.

As interações de comensalismo, inquilinismo e epifitismo serão estudadas dentro de um mesmo grupo onde uma espécie é beneficiada e a outra é neutra, não sendo beneficiada nem prejudicada. Muitas vezes estas interações são caracterizadas como sendo uma relação alimentar no comensalismo, uma relação onde uma espécie usa outra para proteger-se como no caso do inquilinismo ou no caso de uma planta vivendo sobre outra, usando-a como suporte, é chamada de epifitismo.

As figuras a seguir mostram as interações mencionadas acima.

Relação de comensalismo entre o tubarão e rêmora.
Relação de inquilinismo entre pepino-do-mar e peixe-agulha.

Interações Desarmônicas

A interação do tipo competição pode ocorrer entre indivíduos da mesma espécie ou entre indivíduos de espécies diferentes, quando dependem dos mesmos fatores ambientais para sua sobrevivência como mesma fonte de alimento, mesmo espaço.
Quando a competição é interespecífica, verificamos que as espécies possuem o mesmo nicho ecológico.
Os gráficos a seguir mostram o resultado da experiência de Gause - "Princípio da exclusão competitiva de Gause", com a competição entre duas espécies de paramécios.
Competição entre duas espécies de Paramecium.


No parasitismo, normalmente o parasita é menor que o hospedeiro, podendo viver dentro ou fora deste último, sendo chamado respectivamente de endoparasita e ectoparasita. A interação entre o parasita e o hospedeiro é bem específica como no caso de vermes que parasitam a espécie humana e bovinos, bactérias e vírus que parasitam animais e vegetais.
No predatismo, o predador normalmente é maior que sua presa, matando-a para alimentar-se, mas a relação nem sempre é específica como no parasitismo.
O predatismo quando ocorre entre animais herbívoros e vegetais pode ser chamado de herbivorismo. As figuras a seguir mostram exemplos de predatismo.


cutia
onça
cachorro-do-mato
A cutia e seus predadores.


No caso do amensalismo ou antibiose, uma espécie inibe o crescimento ou a permanência de outra espécie no ambiente, como ocorre no fenômeno da maré vermelha ou quando fungos liberam antibióticos no ambiente eliminando bactérias sensíveis à ação destas substâncias que podem inibir a síntese protéica ou a reprodução das bactérias.

ECOLOGIA

Ecologia (1): O que é ecologia e o que ela estuda

Maria Sílvia Abrão, Especial para a Página 3 Pedagogia & Comunicação
Ecologia é uma palavra de origem grega. Nela, juntam-se as palavras "eco" ("oikos"), que pode significar casa e "logos" que quer dizer "saber", "estudar". Trata-se, portanto, do estudo do local onde vivemos, ou seja, ecologia é a ciência que estuda os seres vivos em "suas casas", no meio em que vivem.

Para muitos pesquisadores a palavra ecologia foi introduzida em nosso vocabulário por Ernest Haeckel, no ano de 1866. Para Haeckel, ecologia é o estudo da economia da natureza, o estudo da relação dos seres vivos (animais, plantas...) com seu ambiente.

Um pouco de história sobre ecologia
Na pré-história o homem vivia em pequenas tribos, nômades, coletoras e caçadoras. Para garantir sua sobrevivência, desde as mais antigas civilizações, o homem tem se preocupado em compreender o ambiente onde vive. Procurou entender as forças da natureza, as relações dos animais, o ciclo das plantas...

Assim, por exemplo, ele relacionou as variações climáticas com as alterações na vegetação e nos hábitos dos animais, o que conduziu ao aparecimento da agricultura.

A evolução das sociedades humanas na Terra está intimamente ligada à busca de fontes energéticas pelo homem. A primeira fonte utilizada foi a energia solar (radiante). Com o domínio do fogo, uma nova fonte energética, o homem aprimorou a cerâmica. Passou também a trabalhar com metais e com eles fabricar ferramentas mais eficientes, ampliando o seu domínio sobre a natureza de um modo geral.

Com o crescimento populacional e o desenvolvimento da agricultura, o homem passou a viver em sociedades maiores. As cidades foram criadas, a divisão de trabalho aumentou, os transportes terrestres e marítimos se desenvolveram. A necessidade de organizar a produção se fez sentir de modo cada vez mais forte.

No século 18. foi inventada a máquina a vapor e iniciou-se a Revolução Industrial, o que acelerou muito o processo de produção.

Fontes de energia
A necessidade do uso de lenha como fonte energética levou a sua escassez em algumas regiões. Novas fontes de energia passaram a ser buscadas e utilizadas. A partir do século 16, com a urbanização acelerada, a extração de carvão mineral se expandiu.

No século 19, o homem conheceu e aprendeu a lidar com a eletricidade. Criou a lâmpada, a usina hidroelétrica, o motor elétrico e o trem elétrico. Apareceram também os motores à combustão e com isso os primeiros automóveis.

Desde o início do século 20, a humanidade tem transformado o nosso planeta de forma drástica. O crescimento industrial, agrícola, as inovações tecnológicas, o consumo de bens e recursos têm interferido profundamente no meio ambiente. Surgiram então os grandes problemas ambientais.

Problemas ambientais
Em função de problemas como a poluição, o efeito estufa e as mudanças climáticas, faz-se necessário conhecer melhor o meio em que vivemos para podermos continuar sobrevivendo na Terra. O estudo da ecologia tornou-se, na atualidade, uma questão de sobrevivência.

Alguns setores da sociedade tomaram consciência do problema e passaram a promover discussões na busca de um desenvolvimento que proteja e preserve os recursos naturais e a qualidade de vida da população. Porém, as melhorias nesse sentido ainda são insuficientes.

Desde então, a palavra ecologia passou a ser amplamente utilizada nos meios de comunicação, em vários sentidos. Fala-se muito em atividades ou produtos ecológicos - turismo ecológico, detergente ecológico, etc. A palavra ecologia entrou na moda.

Não confunda ecologia com meio ambiente
É correto falar preserve o meio ambiente. No entanto, por vezes, nos deparamos com a expressão: "Preserve a ecologia". Como é possível preservar o estudo das relações dos seres viventes entre si e com os demais componentes do ambiente vivos e não vivos? Podemos valorizar esse estudo, divulgá-lo, desenvolvê-lo, mas o que se quer preservar é o meio, o ambiente e não a ecologia propriamente dita.

Fala-se também de produtos ecológicos: sabão ecológico, roupa ecológica, aquecedor ecológico, passeio ecológico... Afinal, o que é ser ecológico?

"Ecológico" é um adjetivo relativo ou pertencente à ecologia. Sendo assim, tudo o que se refere ao ambiente dos seres vivos é ecológico. Então, todo o produto ou serviço que cumpre as normas de proteção ambiental, desde o início de sua produção até o seu descarte é um produto ecológico.

Ecologia é assunto de interesse público
A ecologia é também foco de interesse público. Para se tomar certas decisões político-administrativas muitas vezes recorre-se à ecologia. Regiões de terras próximas a nascentes de rios ou a encostas marítimas são ou não liberadas para ocupação humana após uma avaliação do impacto ambiental que isso poderá gerar.

Como ciência pura, a ecologia procura entender os desequilíbrios, o equilíbrio e as modificações da matéria e da energia na natureza. Como ciência aplicada a ecologia procura descobrir como as condições essenciais para a vida podem ser mantidas atualmente.

19 de mai. de 2013

Estímulos elétricos no cérebro ajudam alunos a fazer cálculos, diz estudo

A aplicação de estímulos elétricos de alta frequência no cérebro poderia aumentar as habilidades matemáticas de uma pessoa por até seis meses, segundo pesquisadores da Universidade de Oxford.
Essas foram as conclusões de um estudo publicado na revista Current Biology que defende que tal efeito é conseguido por meio de uma técnica conhecida em inglês como "transcranial random noise stimulation", ou TRNS (algo como "estimulação transcraniana por ruído difuso").
 
Segundo seus coordenadores, tal técnica poderia ajudar quem sofre de doenças neurodegenerativas, teve um acidente vascular cerebral ou tem dificuldade de aprendizagem.
Estima-se que de 5% a 7% da população sofra de um distúrbio de aprendizagem conhecido como discalculia, que dificulta a realização de cálculos aritméticos. De acordo com os pesquisadores de Oxford, os portadores de tal distúrbio estão entre os que poderiam se beneficiar dessa nova técnica de estimulação cerebral.
A TRNS consiste na aplicação de estímulos elétricos em áreas específicas do cérebro por meio de eletrodos colocados sobre o couro cabeludo. De acordo com os coordenadores do estudo, trata-se de um método relativamente novo, indolor e não invasivo.

Testes

Para testar os efeitos da técnica, 51 estudantes da Universidade de Oxford foram divididos em dois grupos e, por cinco dias, submetidos a exames de aritmética que testaram sua habilidade de fazer cálculos e memorizar números. Um dos grupos recebeu estimulação por TRNS e o outro não.
Não houve diferenças significativa no desempenho dos dois grupos logo no início do estudo, mas com a TRNS, o primeiro grupo acabou melhorando sistematicamente sua performance ao longo dos cinco dias.
Além disso, seis meses mais tarde, quando os participantes do estudo foram avaliados novamente, o grupo que havia sido submetido ao tratamento de TRNS continuou a ter "um desempenho superior".
"(Nos indivíduos que receberam o estímulo), o desempenho em ambas as tarefas de cálculo e de memorização melhorou ao longo desses cinco dias - e as melhorias foram mantidas por até seis meses após o experimento", disse Roi Cohen Kadosh, coordenador do estudo e pesquisador do departamento de psicologia experimental da Universidade de Oxford.
"Também fizemos imagens dos cérebros (dos participantes do estudo) que sugerem que a TRNS aumenta a eficiência com a qual algumas áreas cerebrais usam seus suprimentos de oxigênio e nutrientes."
Em um estudo anterior, Kadosh e seus colegas haviam mostrado que um outro tipo de estimulação cerebral poderia melhorar a capacidade das pessoas memorizarem novos números.
Segundo o pesquisador, a diferença é que a TRNS também melhora a capacidade dos que recebem o estímulo para somar, subtrair ou multiplicar uma sequência de números.

Ressalva

Kadosh diz que é importante identificar eventuais desvantagens desta e de outras formas de estimulação elétrica transcraniana, garantindo, por exemplo, que estimular uma capacidade cognitiva não cause danos em outras.
Para Michael Proulx, professor de psicologia na Universidade de Bath, os resultados do estudo são de grande importância e podem ter um impacto prático significativo.
"(Tal estudo) reforça a ideia de que a estimulação do cérebro pode contribuir para o treinamento cognitivo. (A TRNS) não se trata de uma panaceia que faz o cérebro funcionar melhor de maneira geral, mas sim de uma técnica que ajuda a reforçar os esforços de aprendizagem", diz Proulx.
 
BBC

3 de mai. de 2013

O vício de comer existe?


Cientistas que se debruçam sobre as pesquisas em torno dos vícios estão divididos quanto ao problema das pessoas que comem demais: o distúrbio realmente existe? Se sim, como poderia ser tratado? E ainda: a compulsão por se alimentar excessivamente poderia estar contribuindo para o aumento da obesidade ao redor do mundo?
Tentar controlar um vício pode ser algo extremamente penoso, como qualquer pessoa que já tentou parar de fumar ou beber pode testemunhar.

Mas medidas como essas nem sempre são bem sucedidas e muito frequentemente levam a recaídas.Uma das técnicas mais usadas é evitar o objeto do vício, abandonando visitas a bares ou parando de estocar cigarros em casa, por exemplo.
Mas o que fazer quando você é viciado em algo que deve ter em casa e que, pior ainda, que você tem que consumir três vezes por dia?

Pesquisa

À medida em que os níveis de obesidade aumentam, a comunidade científica debate se o hábito de comer de forma compulsiva pode ser definido como um vício.
A União Europeia financiou um projeto chamado NeuroFAST para reunir todas as evidências encontradas.
Eles são cautelosos. Até agora há apenas um tipo de distúrbio alimentar que pode envolver vício: a compulsão alimentar, um problema caracterizado pelo consumo exagerado de alimentos geralmente associado à obesidade.
O ato de comer de forma compulsiva causa danos psicológicos e físicos assim como outros tipos de vício.
Michael é uma das pessoas com as quais eu conversei para a minha pesquisa. Ele é um profissional articulado, qualificado e já foi um glutão compulsivo.
Sally Marlow (Arquivo Pessoal)
Sally Marlow pesquisa sobre alcoolismo no Instituto de Psiquiatria do King's College London
"É difícil para os outros entenderem", diz ele. "Todo mundo que come demais acha que compulsão por comida é apenas uma versão maior disso. Mas é uma experiência completamente diferente, é uma obsessão diária, de minuto a minuto, para obter a susbtância, a comida", explica.
"É um inferno estar nesta situação", diz Michael.

Perda de controle

Louise, outra participantes do estudo, faz um depoimento convincente sobre como o vício pode agir em pessoas que comem demais. Ela também tinha problema relacionados a alcoolismo e entende muito bem os mecanismos do vício.
"O que eu acho mais interessante são as semelhanças no comportamento", diz ela.
"Como alcóolatra, eu frequentava lojas diferentes para comprar bebida para que as pessoas não me reconhecessem. E fazia o mesmo quando comprava chocolate. Assim como alcóolatras escondem garrafas de bebida, eu entrava escondida em casa com comida, colocava em lugares onde ninguém via”.
A médica Nora Volkow, neurocientista e diretora do Instituto Nacional sobre Abuso de Drogas, acredita que há processos claros que desencadeiam o que Michael e Louise descrevem.
Ela descobriu que um neurotransmissor chamado dopamina, relacionado a vários tipos de vício, se comporta da mesma forma nos cérebros de obesos e de viciados em drogas.
Na sua avaliação, isto é uma prova de que comida ou o ato de comer pode ser viciante.

Responsabilidade

Mas nem todo mundo concorda. A professora Jane Ogden, psicóloga da Universidade de Surrey, na Grã-Bretanha, acredita que o rótulo de vício pode ser prejudicial para quem tem compulsão por comida porque isenta a responsabilidade pessoal e dificulta a recuperação.
"O mundo dos vícios transmite a narrativa de que você não tem controle, de que componentes do seu cérebro estão pedindo por mais açúcar ou chocolate", diz ela.
Mas se comer for como outros tipos de vício, nós deveríamos, em teoria, observar avanços nos tratamentos. No geral, tratamentos para vícios têm como objetivo criar abstinência ou reduzir os danos, por exemplo, ao receitar metadona ou chiclete de nicotina.
Para os que optam pela abstinência, um modelo testado é o programa de 12 etapas desenvolvido pelos Alcóolicos Anônimos, que também tem uma versão para viciados em drogas, Narcóticos Anônimos, e em jogos, os Jogadores Anônimos.
Há 20 anos, as pessoas relutavam em reconhecer que jogar pode se tornar um vício. Hoje, já há uma grande aceitação desta ideia.

Disciplina

Michael e Louise são ambos membros do grupo "Overeaters Anonymous" (ou Glutões Anônimos, em tradução livre), que atende pessoas com compulsão por comida e segue o mesmo modelo de outros grupos deste tipo.
Não há como se abster de comida, é claro, mas é possível parar de comer demais.
Para Louise, abstinência significa fazer três refeições saudáveis por dia, sem trigo e chocolate. Já o programa desenvolvido para Michael é definido por seu orientador, que define o que ele pode comer.
Outros técnicas são mais radicais.
No caso da compulsão alimentar, o corpo pode ser alterado pela cirurgia bariátrica, que consiste em instalar uma anel gástrico para restringir o volume do estômago.

Silicone aumenta chance de morte por câncer de mama, diz estudo


Mulheres com implantes de silicone nos seios e que desenvolvem câncer de mama têm mais chances de morrer da doença, sugere uma pesquisa canadense.

Os autores da pesquisa, o epidemiologista Eric Lavigne e o professor Jacques Brisson, ambos da Universidade de Quebec, analisaram os resultados de 12 estudos publicados desde 1993 nos Estados Unidos, Canadá e no Norte da Europa.Segundo o estudo, divulgado na publicação britânica British Medical Journal, as próteses não são as causadoras dos tumores, mas dificultam o diagnóstico do câncer em seus estágios iniciais.
Eles concluíram que mulheres com silicone tem 26% mais chances de serem diagnosticadas com câncer nos estágios avançados da doença - justamente porque a prótese impediu o diagnóstico no estágio inicial. Uma análise de cinco estudos mostrou que a chance de morte entre pacientes com prótese aumenta 38%.

Cautela

O estudo afirma que a presença do silicone dificulta a identificação do câncer por exames de raio-X e mamografias. Em contrapartida, o implante pode facilitar a detecção manual dos tumores porque fornece uma superfície contra a qual o nódulo se apoia.
"A pesquisa sugere que a cirurgia cosmética para aumento dos seios pode prejudicar o índice de sobrevivência entre mulheres que posteriormente são diagnosticadas com câncer de mama", afirmaram os pesquisadores.
No entanto, eles ponderam que os resultados devem ser interpretados com cautela, porque os dados de alguns estudos não se encaixam nos critérios da meta-análise, um método de pesquisa que tenta combinar resultados de estudos independentes sobre um único tema.
Os canadenses defendem a necessidade de mais estudos para investigar os efeitos a longo prazo dos implantes cosméticos de mama na identificação e prognóstico de câncer.
Segundo dados da Sociedade Internacional de Cirurgia Plástica, em 2011 foram realizadas quase 149 mil cirurgias de aumento dos seios no Brasil, colocando o país atrás somente dos Estados Unidos no ranking do número de mulheres que realizam a cirurgia. Em todo o mundo, foram 1,2 milhão de cirurgias.

Devemos temer uma pandemia da nova gripe?


Surgiu uma nova doença na área - ao menos se você mora no leste da China.
Tanto tempo depois de as pessoas e a mídia perderem o interesse na gripe aviária H5N1, agora começamos a nos acostumar com um novo conjunto de letras e números. Mas devemos nos preocupar com a H7N9?

Em cerca de um mês, mais de cem pessoas foram infectadas na China. Uma em cada cinco morreu, e muitas estão hospitalizadas em estado grave. A nova gripe causa pneumonia e pode levar à falência múltipla de órgãos."Sim e não" resumem as respostas dos especialistas. Sim, por causa do potencial de vírus da gripe em provocar epidemias globais (pandemias). E não, porque o vírus por enquanto está confinado à China e não tem a capacidade, no momento, de ser transmitido entre humanos.
O vírus é originário de galinhas, e as pessoas que adoeceram haviam estado em feiras de animais vivos ou haviam tido contato com aves infectadas.
"Acho que estamos preocupados porque temos de nos preparar. Alarmados? Não. O vírus em humanos ainda está restrito a uma região chinesa", diz John McCauley, diretor de um centro colaborador da Organização Mundial da Saúde na Grã-Bretanha.
"(A China) tem uma população grande, mas a infecção parece estar limitada ao contato com animais e não está se espalhando de humano para humano."

'Apocalipse' e mutações

Durante anos, infectologistas e a OMS advertiram - muitas vezes de forma apocalíptica - quanto aos perigos da H5N1. O "H" e o "N" do nome são as proteínas do vírus, que recebe o nome de seus diferentes subtipos. O H5N1 tem infectado e matado humanos desde 1997 - foram 628 casos e 374 mortes.
Agora, essa variação não está mais nas manchetes internacionais, mas causou oito mortes no Camboja neste ano. Apesar disso, felizmente é predominantemente uma doença aviária e não se transmite facilmente entre humanos.
Isso não significa, porém, que o H5N1 ou o H7N9 não possam proporcionar a infecção entre humanos. No ano passado, cientistas mostraram que, com cerca de cinco mutações, a gripe aviária poderia adquirir essa capacidade de transmissão.
A H7N9 já passou por duas dessas mutações, em cerca de um mês. Mas é impossível prever se esse processo continuará.
"É como jogar dados ou na loteria. No momento, limitar o número de pessoas infectadas pelo vírus é o melhor que podemos fazer para minimizar a chance de que ele cause uma pandemia", diz a professora Wendy Barclay, do Imperial College, em Londres.

Incapacidade de previsão

Especialistas em influenza oscilam no tênue limite entre alertar o público ou alarmá-lo.
"Esperamos por anos pela transmissão entre humanos do H5N1. Mas isso não significa que essa transmissão não possa ocorrer esta noite ou amanhã. Temos que ser honestos quanto à incapacidade de prever se e quando isso vai acontecer", diz o professor Jeremy Farrar, diretor de um programa do Wellcome Trust no Vietnã considerado referência em pesquisa de doenças infecciosas.
Ao contrário do H5N1, o novo vírus da gripe não adoece as aves, o que faz com que seja muito difícil identificar os bandos infectados. Especialistas internacionais elogiaram as autoridades chinesas pela forma como elas compartilharam informações a respeito da recente epidemia.
Muitos manterão seu ceticismo quanto ao risco de uma pandemia de gripe, lembrando que a crise da gripe suína de 2009 foi menos séria do que o previsto.
Mas pandemias são, historicamente, responsáveis pela morte de milhões de pessoas. Por isso, vão continuar os esforços em busca de uma vacina e na tentativa de monitorar o vírus H7N9.

BBC

23 de abr. de 2013

MODELOS BIOLÓGICOS







PROJETO : VOCÊ É O QUE VOCÊ COME;











15 de abr. de 2013

.Cientistas identificam origem de mamíferos placentários

Um grupo de cientistas de diversos países conseguiu mapear a origem de todos os mamíferos placentários: trata-se de um pequeno animal peludo que se alimenta de insetos.
Ao contrário dos monotremados, que põem ovos, e dos marsupiais, que nutrem seus fetos em bolsas, como no caso dos cangurus, os mamíferos placentários crescem dentro de um útero e são alimentados por meio de uma placenta durante a gestação.
Mamífero placentário | Foto: AFP

 

O grupo é vasto e inclui animais como baleias, elefantes, cachorros, morcegos e os seres humanos.
Um artigo na revista especializada Science fornece mais detalhes sobre o potencial habitat da criatura ancestral, que teria surgido pouco após o desaparecimento dos dinossauros.
O local de origem dessa espécie tinha sido tema de intensos debates durante muitos anos.

Diversidade

Os mamíferos placentários, ao contrário dos que botam ovos e dos marsupiais, são um grupo muito diverso, atualmente com mais de 5 mil espécies.
Elas incluem animais que podem voar, nadar e correr, e pesam entre algumas gramas e centenas de toneladas.
E decifrar o passado distante deles com base em fósseis e animais vivos atualmente é de fato uma tarefa subjetiva.
Mas os trabalhos mais recentes tratam da questão com detalhes sem precedentes, levando até seis anos para desenvolver uma base de dados físicos e genéticos cerca de dez vezes maior do que qualquer uma construída anteriormente – usando técnicas modernas.
Para construir essa base de dados, os especialistas juntaram mais de 4.500 detalhes de fenótipo: comprimento de membros, formato de dentes, comprimento de pelagem, se presente, dentre outros, de 86 diferentes espécies vivas e 40 fósseis de animais extintos.
Maureen O'Leary, da Universidade Stony Brook, de Nova York, diz que o grupo mudou a maneira de lidar com pesquisa em paleontologia.
"A anatomia e a pesquisa em paleontologia tinham uma perspectiva muito do século 19 –de que sentaríamos em pequenos grupos em laboratórios descrevendo fósseis. Esta é uma parte muito eficiente e importante do que fazemos, mas ao tentar trazer isso para o século 21 e usando novos softwares, nós conseguimos juntar um grupo de cientistas e lidar com um problema muito maior", explica.

RIM ARTIFICIAL

Um rim "criado" em laboratório foi transplantado para animais onde começou a produzir urina, afirmam cientistas norte-americanos.
A técnica, desenvolvida pelo Hospital Geral de Massachusetts e apresentada na publicação Nature Medicine, resulta em rins menos eficazes do que os naturais. Mesmo assim, os pesquisadores de medicina regenerativa afirmam que ela representa uma enorme promessa.

 

  • tecnicas semelhantes para desenvolver partes do corpo mais simples já tinham sido utilizadas antes, mas o rim é um dos órgãos mais complicados de ser desenvolvido.
Os rins filtram o sangue para remover resíduos e excesso de água. Eles também são o órgão com o maior número de pacientes na fila de espera de transplantes.
A técnica dos cientistas americanos consiste em usar um rim velho, retirar todas as suas células antigas e deixar apenas uma espécie de esqueleto, uma estrutura básica, que funcione como uma espécie de armação. A partir daí, o rim seria então reconstruído com células retiradas do paciente.
Isso teria duas grandes vantagens sobre os habituais transplantes de rim.
Como o novo tecido será formado com células do paciente, não será necessário o uso de drogas antirrejeição, que evitam que o sistema imunológico bloqueie o funcionamento do órgão "estranho" ao corpo.
Seria possível também aumentar consideravelmente o número de órgãos disponíveis para transplante. A maioria dos órgãos usados atualmente acaba rejeitada.

Teia de células

Nesse estudo, os pesquisadores usaram um rim de rato e aplicaram um detergente para retirar as células velhas.
A teia de células restante, formada por proteínas, tem a forma do rim, e inclui uma intrincada rede de vasos sanguíneos e tubos de drenagem.
Esta rede de tubos foi utilizada para bombear as células adequadas para a parte direita do rim, onde se juntaram com a "armação" para reconstruir o órgão.
O órgão reconstituído foi mantido em um forno especial por 12 dias para imitar as condições no corpo de um rato.
Quando os rins foram testadas em laboratório, a produção de urina chegou a 23% das estruturas naturais.
 
A equipe, então, transplantou o órgão para um rato. Uma vez dentro do corpo, a eficácia do rim caiu para 5%.
No entanto, o pesquisador principal, Harald Ott, disse à BBC que a restauração de uma pequena fração da função normal já pode ser suficiente: "Se você estiver em hemodiálise, uma função renal de 10% a 15% já seria suficiente para livrar o paciente da hemodiálise. Ou seja, não temos que ir até o fim (garantir os 100% da função renal)."
Ele disse que o potencial é enorme: "Se você pensar sobre os Estados Unidos, há 100 mil pacientes aguardando por transplantes de rim e há apenas cerca de 18 mil transplantes realizados por ano."
"O impacto clínico de um tratamento bem-sucedido seria enorme."

'Realmente impressionante'

Seriam necessárias ainda várias pesquisas antes de que o procedimento fosse aprovado para uso em pessoas.
A técnica necessita ser mais eficiente, para a restauração de um maior nível de função renal. Os pesquisadores também precisam provar que o rim continuaria a funcionar por um longo tempo.
Haverá também os desafios impostos pelo tamanho de um rim humano. É mais difícil colocar as células novas no lugar certo em um órgão maior.
O professor Martin Birchall, cirurgião do University College de Londres, envolveu-se em transplantes de traqueia produzidos a partir de armações desenvolvidas em laboratório.
Sobre a pesquisa com o rim, ele disse: "É extremamente interessante, e realmente impressionante."
"Eles (os pesquisadores que desenvolveram o rim de rato) abordaram algumas das principais barreiras técnicas para tornar possível a utilização de medicina regenerativa para tratar de uma necessidade médica muito importante."
Ele disse que tornar o desenvolvimento de órgãos acessível a pessoas que necessitam de um transplante de órgão poderia revolucionar a medicina: "Do ponto de vista cirúrgico, é quase o nirvana da medicina regenerativa que você possa atender à maior necessidade de órgãos para transplante no mundo - o rim."
 
BBC

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