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9 de jun. de 2010

Relações Ecológicas

























Relações intra-específicas Colônias
São associações harmônicas entre indivíduos da mesma espécie que necessitam anatomicamente desta relação, com o prejuízo de morte sobre a separação da colônia. Em uma colônia nem sempre existe a divisão específica de trabalho, todos desempenhando apenas funções vitais para o grupo. Neste caso, as colônias são chamadas de isomorfas. No caso das colônias que possuem indivíduos com funções específicas e mesmo formas distintas, estas são chamadas de heteromorfas.

Isto é o que acontece com as colônias de celenterados nas quais existe uma parte da colônia que é responsável apenas pela alimentação: os gastrozóides e aqueles que são responsáveis apenas pela reprodução os gonozóides.

Exemplo: colônias de esponjas, colônias de celenterados.

Sociedade
As sociedades são associações entre indivíduos de mesma espécie em que existem funções cooperativas muito bem definidas, e o grupo com seus componentes pode se separar a qualquer momento e compor um novo grupo diferente do que o originou.

As sociedades também podem ser isomorfas ou heteromorfas. Quando isomorfas, todos os indivíduos podem desempenhar qualquer papel, não havendo uma distribuição de trabalho muito bem definida. São também chamadas sociedades irregulares. A sociedade isomorfa desaparece se qualquer um dos fatores que geraram a aproximação dos indivíduos do grupo desaparecer. Exemplos desse tipo de sociedade são: a espécie humana, os cardumes de peixes, alcatéias de lobos, as manadas de herbívoros. As sociedades heteromorfas ou regulares são compostas por indivíduos com diferenças morfológicas e divisão de trabalho bem específica. Não é difícil perceber em sociedades assim a divisão em castas, como é o caso das abelhas formigas.

Canibalismo
É uma interação desarmônica entre indivíduos de mesma espécie na qual um dos indivíduos mata e devora outro de sua espécie. É manifestação comum entre alguns tipos de aranhas e escorpiões que após o ato sexual matam o macho. Fêmeas de louva-a-deus também devoram seus machos. Nos animais superiores, esse tipo de comportamento é raro sendo que na espécie humana apenas em casos de extrema fome ou ritual pode haver esse tipo de comportamento. Em alguns casos, o canibalismo, por ser um fator de controle populacional, mantém o tamanho definido de uma população dentro do ecossistema, sendo encarado como um tipo de competição.

Competição intra-específica
A competição entre específica, como o nome já diz, ocorre entre seres de mesma espécie e pode delinear uma população, principalmente em seu tamanho. Quando um ambiente não permite a migração de indivíduos e o alimento começa a diminuir, naturalmente os mais velhos e os menos aptos serão prejudicados e vão acabar morrendo por falta de alimento.

Relações interespecíficas Mutualismo obrigatório
Neste caso, há uma associação entre indivíduos de espécies diferentes, que é obrigatória para que a vida. No exemplo clássico dos líquens, temos os fungos fazendo o papel de absorção, e das algas fazendo o papel de fotossíntese, sendo que, se houver separação dos dois indivíduos, nenhum dos dois pode sobreviver. Outros exemplos de mutualismo são o boi e as bactérias na pança, o cupim e a triconinfa.

Protocooperação
Também é uma associação entre indivíduos de espécies diferentes, na qual há benefício para ambas as partes. É muito semelhante ao mutualismo só que, nesse caso, não existe um comprometimento anatômico entre os indivíduos, podendo-se a qualquer momento separá-los e garantir-se à sobrevivência de ambos. Sua coexistência não é obrigatória.

Exemplos: o paguro-eremita e as anêmonas do mar, o pássaro anu e o boi, o pássaro palito e os crocodilos.

Inquilinismo
Neste tipo de relação interespecífica, um dos indivíduos utiliza o outro como hospedeiro temporário, porém não há qualquer tipo de prejuízo para a parte que o hospeda. É que esse é um tipo de associação muito parecido com o comensalismo, diferindo deste apenas por não haver cessão de alimentos para o inquilino. São exemplos de inquilinismo o peixe agulha e a holotura, as orquídeas e bromélias com troncos de árvores.

Comensalismo
É a associação entre indivíduos de espécies diferentes, na qual um deles aproveita os restos alimentares ou metabólicos do outro sem causar a este qualquer tipo de prejuízo. Modernamente, acredita-se que espécies que são parasitas ou que foram parasitas no passado tendem a tornar-se comensais. Esta mudança seria um modo evolutivo de se conseguir uma relação duradoura.

Exemplos: a rêmora e o tubarão, Entamoeba coli e o homem.

Competição inter específica
É uma interação desarmônica entre seres de espécies diferentes que habitam um mesmo local geográfico e disputam o mesmo nicho ecológico. A competição difere do predatismo, pois neste caso, podem estar competindo duas espécies de herbívoros ou duas espécies de carnívoros sem que necessariamente uma devore a outra.

Predatismo
É uma interação desarmônica na qual um indivíduo geralmente maior persegue mata um ou mais indivíduos de outra espécie para se alimentar. A presa pode morrer durante a sua ingestão ou antes. O predador é sempre um consumidor.

Parasitismo
No parasitismo, há a espoliação de um indivíduo chamado de hospedeiro. Nesses casos, o parasita é geralmente menor que seu hospedeiro e, quando o ataca, habitando o lado externo, é chamado de ectoparasito (carrapatos), e quando se fixa ao hospedeiro internamente é chamado de endoparasita (E. histolytica). Sua definição é muito semelhante à do predatismo, porém, neste caso, é necessário, geralmente, um grande número de parasitos para matar um hospedeiro.

Fonte: www.linguativa.com.br

RELAÇÕES ECOLÓGICAS














Nas comunidades bióticas dentro de um ecossistema encontram-se várias formas de interações entre os seres vivos que as formam, denominadas relações ecológicas ou intera(c)ções biológicas. Essas relações se diferenciam pelos tipos de dependência que os organismos vivos mantêm entre si. Algumas dessas interações se caracterizam pelo benefício mútuo de ambos os seres vivos, ou de apenas um deles, sem o prejuízo do outro. Essas relações são denominadas harmônicas ou positivas.

Outras formas de interações são caracterizadas pelo prejuízo de um de seus participantes em benefício do outro. Esses tipos de relações recebem o nome de desarmônicas ou negativas.

Tanto as relações harmônicas como as desarmônicas podem ocorrer entre indivíduos da mesma espécie e indivíduos de espécies diferentes. Quando as interações ocorrem entre organismos da mesma espécie, são denominadas relações intra-específicas ou homotípicas. Quando as relações acontecem entre organismos de espécies diferentes, recebem o nome de interespecíficas ou heterotípicas.

Relações Intra-específicas Harmônicas Sociedades
As sociedades são associações entre indivíduos da mesma espécie, organizados de um modo cooperativo e não ligados anatomicamente. Os indivíduos componentes de uma sociedade, denominados sociais, se mantêm unidos graças aos estímulos recíprocos. São exemplos de sociedades as abelhas, os cupins e as formigas.

Colônias
Colônias são associações harmônicas entre indivíduos de uma mesma espécie, anatomicamente ligados, que em geral perderam a capacidade de viver isoladamente. A separação de um indivíduo da colônia determina a sua morte.

Quando as colônias são constituídas por organismos que apresentam a mesma forma, não ocorre divisão de trabalho. Todos os indivíduos são iguais e executam todas as funções vitais. Essas colônias são denominadas isomorfas. Como exemplo, podem ser citadas as colônias de corais (celenterados), de crustáceos do gênero Balanus (as cracas), de certos protozoários, bactérias, entre outros.

Quando as colônias são formadas por indivíduos com formas e funções distintas, ocorre uma divisão de trabalho. Essas colônias são denominadas heteromorfas. Um ótimo exemplo é o celenterado da espécie Phisalia caravela, popularmente conhecida por “caravelas”. Elas formam colônias com indivíduos especializados na proteção e defesa (os dactilozóides), na reprodução (os gonozóides), na natação (os nectozóides), na flutuação (os pneumozóides), e na alimentação (os gastrozóides).

Relações Intra-específicas Desarmônicas Canibalismo
Canibalismo é uma relação estabelecida por seres de uma espécie que comem outros seres de sua própria espécie. Em situação de completa falta de alimento, por exemplo, ratos podem comer seus próprios filhotes. Outro exemplo é o da aranha popularmente conhecida como viúva-negra, que logo após o acasalamento, devora o macho.

Relações Interespecíficas Harmônicas Mutualismo
O mutualismo é uma relação entre indivíduos de espécies diferentes, onde as duas espécies envolvidas são beneficiadas e a associação é necessária para a sobrevivência de ambas. Um bom exemplo desta relação é a associação de algas e fungos formando os liquens. Outro exemplo é a relação entre os cupins e os protozoários. Os cupins, ao comerem a madeira, não conseguem digerir a celulose, mas em seu intestino vivem os protozoários, capazes de digeri-la. Os protozoários, ao digerirem a celulose, permitem que os cupins aproveitem essa substância como alimento. Dessa forma, os cupins atuam como fonte indireta de alimentos e como “residência” para os protozoários.

Protocooperação
Na protocooperação, embora as duas espécies envolvidas sejam beneficiadas, elas podem viver de modo independente, sem que isso as prejudique.

Um dos mais conhecidos exemplos de protocooperação é a associação entre a anêmona-do-mar e o paguro, um crustáceo semelhante ao caranguejo, também conhecido como bernardo-eremita ou ermitão. O paguro tem o corpo mole e costuma ocupar o interior de conchas abandonadas de gastrópodes. Sobre a concha, costumam instalar-se uma ou mais anêmonas-do-mar (actínias). Dessa união, surge o benefício mútuo: a anêmona possui células urticantes, que afugentam os predadores do paguro, e este, ao se deslocar, possibilita à anêmona uma melhor exploração do espaço, em busca de alimento.

Inquilinismo ou Epibiose
O inquilinismo é um tipo de associação em que apenas um dos participantes se beneficia, sem, no entanto, causar qualquer prejuízo ao outro. Nesse caso, a espécie beneficiada obtém abrigo ou, ainda, suporte no corpo da espécie hospedeira, e é chamada de inquilino. Um exemplo típico é a associação entre orquídeas e árvores. Vivendo no alto das árvores, que lhe servem de suporte, as orquídeas encontram condições ideais de luminosidade para o seu desenvolvimento, e a árvore não é prejudicada. Outro exemplo é o do fierasfer, um pequeno peixe que vive dentro do corpo do pepino-do-mar (Holoturia). Para alimentar-se, o fierasfer sai do pepino-do-mar e depois volta. Assim, o peixe encontra proteção no corpo do pepino-do-mar, o qual, por sua vez, não recebe benefício nem sofre desvantagem.

Comensalismo
O comensalismo é a associação entre indivíduos de espécies diferentes na qual um deles aproveita os restos alimentares do outro sem prejudicá-lo. O animal que aproveita os restos alimentares é denominado comensal. Exemplo de comensalismo muito citado é o que ocorre entre a rêmora e o tubarão. A rêmora ou peixe-piolho é um peixe ósseo que apresenta a nadadeira dorsal transformada em ventosa, com a qual se fixa ao corpo do tubarão. A rêmora além de ser transportada pelo tubarão, aproveita os restos de sua alimentação. O tubarão não é prejudicado, pois o peso da rêmora é insignificante. Os alimentos ingeridos pela rêmora correspondem aos desprezados pelo tubarão. Um outro exemplo é o das hienas, que se aproveitam de restos deixados pelo leão.

Relações Interespecíficas Desarmônicas Amensalismo ou Antibiose
O amensalismo ou antibiose consiste numa relação desarmônica em que indivíduos de uma população secretam substâncias que inibem ou impedem o desenvolvimento de indivíduos de populações de outras espécies.

É o caso bem conhecido dos antibióticos, que, produzidos por fungos, impedem a multiplicação das bactérias. Esses antibióticos são largamente utilizados pela medicina, no combate às infecções bacterianas. O mais antigo antibiótico que se conhece é a penicilina, substância produzida pelo fungo Penicillium notatum.

Outro caso de amensalismo é conhecido por maré vermelha. Sob determinadas condições ambientais, certas algas marinhas microscópicas, do grupo dos dinoflagelados, produtores de substâncias altamente tóxicas, apresentam intensa proliferação, formando enormes manchas vermelhas no oceano. Por essa razão, a concentração dessas substâncias tóxicas aumenta, provocando grande mortalidade de animais marinhos.

Sinfilia ou Esclavagismo
A sinfilia é a interação desarmônica na qual uma espécie captura e faz uso do trabalho, das atividades e até dos alimentos de outra espécie. Um exemplo é a relação entre formigas e os pulgões. Os pulgões são parasitas de certos vegetais, e se alimentam da seiva elaborada que retiram dos vasos liberinos das plantas. A seiva elabora é rica em açúcares e pobre em aminoácidos. Por absorverem muito açúcar, os pulgões eliminam o seu excesso pelo ânus. Esse açúcar eliminado é aproveitado pelas formigas, que chegam a acariciar com suas antenas o abdômen dos pulgões, fazendo-os eliminar mais açúcar. As formigas transportam os pulgões para os seus formigueiros e os colocam sobre raízes delicadas, para que delas retirem a seiva elaborada. Muitas vezes as formigas cuidam da prole dos pulgões para que no futuro, escravizando-os, obtenham açúcar.


Gafanhoto

Predatismo
Predatismo ou predação é uma relação desarmônica em que um animal captura e mata um indivíduo de outra espécie, para alimentar-se.

Todos os carnívoros são animais predadores. É o que acontece com o leão, o lobo, o tigre, a onça, que caçam veados, zebras e tantos outros animais.

O predador pode atacar e devorar também plantas, como acontece com o gafanhoto, que, em bandos, devora rapidamente toda uma plantação. Nos casos em que a espécie predada é vegetal, costuma-se dar ao predatismo o nome de herbivorismo.

Raros são os casos em que o predador é uma planta. As plantas carnívoras, no entanto, são excelentes exemplos, pois aprisionam e digerem principalmente insetos.

PARASITISMO
Parasitismo é uma relação desarmônica entre seres de espécies diferentes, em que um deles, denominado parasita, vive no corpo do outro, denominado hospedeiro, do qual retira alimentos.

Embora os parasitas possam causar a morte dos hospedeiros, de modo geral trazem-lhe apenas prejuízos.

Quanto à localização no corpo do hospedeiro, os parasitas podem ser classificados em ectoparasitas (externos) e endoparasitas (internos).

Os exemplos mais comuns de ectoparasitas são os piolhos, os carrapatos, o cravo da pele, o bicho-de-pé e o bicho da sarna, além de outros. Como exemplos de endoparasitas, há o plasmódio e o tripanossomo, protozoários causadores, respectivamente, da malária e da doença de Chagas. São exemplos, também, os vírus, causadores de várias doenças, desde a gripe até a febre amarela e a AIDS.

Relações Intra-específicas e Interespecíficas Desarmônicas

Competição
A competição compreende a interação ecológica em que indivíduos da mesma espécie ou de espécies diferentes disputam alguma coisa, como alimento, território, luminosidade, entre outros. Logo, a competição pode ser intra-específica ou interespecífica. Em ambos os casos, esse tipo de interação favorece um processo seletivo que culmina, geralmente, com a preservação das formas de vida mais bem adaptadas ao meio ambiente, e com a extinção de indivíduos com baixo poder adaptativo. Assim, a competição constitui um fator regulador da densidade populacional, contribuindo para evitar a superpopulação das espécie

Colônias: Agrupamento de indivíduos da mesma espécie que revelam um grau de interdependência e se mostram ligados uns aos outros, sendo impossível a vida quando isolados do conjunto, podendo ou não ocorrer divisão do trabalho.

Podemos classificar as relações entre seres vivos inicialmente em dois grupos: as intra-específicas, que ocorrem entre seres da mesma espécie, e as interespecíficas, entre seres de espécies distintas. É comum diferenciar-se as relações em harmônicas ou positivas e desarmônicas ou negativas. Nas harmônicas não há prejuízo para nenhuma das partes associadas, e nas desarmônicas há.

Antes de tratarmos de cada tipo de relação entre os seres vivos, iremos esclarecer o significado de dois termos: habitat e nicho ecológico.

Noções sobre habitat e nicho ecológico
É clássica a analogia que compara o habitat ao endereço de uma espécie, e o nicho ecológico à sua profissão. Se você quer encontrar indivíduos de uma certa espécie no ambiente natural, deve procurá-los em seu habitat. As observações que você fizer sobre a "maneira como ele vivem", serão indicações do nicho ecológico.

O pescador experiente sabe onde encontrar um certo tipo de peixe, que isca deve usar, se deve afundá-la mais ou menos, em que época do ano e em qual período do dia ou da noite ele terá maior chance de sucesso. Ele deve saber muito, portanto, do habitat e nicho ecológico dos peixes que mais aprecia.

RELAÇÕES INTRA-ESPECÍFICAS HARMÔNICAS
Relações que ocorrem em indivíduos da mesma espécie, não existindo desvantagem nem benefício para nenhuma das espécies consideradas. Compreendem as colônias e as sociedades.

Colônias
Agrupamento de indivíduos da mesma espécie que revelam profundo grau de interdependência e se mostram ligados uns aos outros, sendo-lhes impossível a vida quando isolados do conjuntos, podendo ou não ocorrer divisão do trabalho.

As cracas, os corais e as esponjas vivem sempre em colônias. Há colônias com divisão de trabalho. É o que podemos observar com colônias de medusas de cnidários (caravelas) e com colônias de Volvox globator (protista): há alguns indivíduos especializados na reprodução e outros no deslocamento da colônia (que é esférica) na água.

Sociedades
As sociedades são agrupamentos de indivíduos da mesma espécie que têm plena capacidade de vida isolada mas preferem viver na coletividade. Os indivíduos de uma sociedade têm independência física uns dos outros. Pode ocorre, entretanto, um certo grau de diferenciação de formas entre eles e de divisão de trabalho, como sucede com as formigas, as abelhas e os térmitas ou cupins.

Nos diversos insetos sociais a comunicação entre os diferentes indivíduos é feita através dos ferorônios - substâncias químicas que servem para a comunicação. Os ferormônios são usados na demarcação de territórios, atração sexual, transmissão de alarme, localização de alimento e organização social.

CONPETIÇÃO INTRA-ESPECÍFICAS
É a relação intra-específica desarmônica, entre os indivíduos da mesma espécie, quando concorrem pelos mesmos fatores ambientais, principalmente espaço e alimento. Essa relação determina a densidade das populações envolvidas.

Canibalismo
Canibal é o indivíduo que mata e come outro da mesma espécie. Ocorre com escorpiões, aranhas, peixes, planárias, roedores, etc. Na espécie humana, quando existe, recebe o nome de antropofagia (do grego anthropos, homem; phagein, comer).

RELAÇÕES INTERESPECÍFICAS HARMÔNICAS
Ocorrem entre organismos de espécies diferentes. Compreendem a protocooperação, o mutualismo, o comensalismo e inquilinismo.

Comensalismo
É uma associação em que uma das espécies — a comensal — é beneficiada, sem causar benefício ou prejuízo ao outro. O termo comensal tem interpretação mais literal: "comensal é aquele que come à mesa de outro".

A rêmora é um peixe dotado de ventosa com a qual se prende ao ventre dos tubarões. Juntamente com o peixe-piloto, que nada em cardumes ao redor do tubarão, ela aproveita os restos alimentares que caem na boca do seu grande "anfitrião".

A Entamoeba coli é um protozoário comensal que vive no intestino humano, onde se nutre dos restos da digestão.

Inquilinismo
É a associação em que apenas uma espécie (inquilino) se beneficia, procurando abrigo ou suporte no corpo de outra espécie (hospedeiro), sem prejudicá-lo.

Trata-se de uma associação semelhante ao comensalismo, não envolvendo alimento.

Exemplos:

Peixe-agulha e holotúria
O peixe-agulha apresenta um corpo fino e alongado e se protege contra a ação de predadores abrigando-se no interior das holotúrias (pepinos-do-mar), sem prejudicá-los.

Epifitismo
Epífias (epi, em cima) são plantas que crescem sobre os troncos maiores sem parasitá-las. São epífitas as orquídeas e as bromélias que, vivendo sobre árvores, obtêm maior suprimento de luz solar.

Mutualismo
Associação na qual duas espécies envolvidas são beneficiadas, porém, cada espécie só consegue viver na presença da outra. Entre exemplos destacaremos.

Liquens
Os liquens constituem associações entre algas unicelulares e ceros fungos. As algas sintetizam matéria orgânica e fornecem aos fungos parte do alimeno produzido. Eses, por sua vez, retiram água e sais minerais do substrato, fornecendo-os às algas. Além disso, os fungos envolvem com suas hifas o grupo de algas, protegendo-as contra desidratação.

Cupins e protozoários
Ao comerem madeira, os cupins obtêm grandes quantidades de celulose, mas não conseguem produzir a celulase, enzima capaz de digerir a celulose. Em seu intestino existem protozoários flagelados capazes de realizar essa digestão.Assim, os protozoários se valem em parte do alimento do inseto e este, por sua vez, se beneficia da ação dos protozoários. Nenhum deles, todavia, poderia viver isoladamente.

Ruminates e microorganismos
Na pança ou rúmen dos ruminantes também se encontram bactérias que promovem a digestão da celulose ingerida com a folhagem. É um caso idêntico ao anterior.

Bactérias e raízes de leguminosas
No ciclo do nitrogênio, bactérias do gênero Rhizobium produzem compostos nitrogenados que são assimilados pelas leguminosas, por sua vez, fornecem a essas bactérias a matéria orgânica necessária ao desempenho de suas funções vitais.

Micorrizas
São associações entre fungos e raízes de certas plantas, como orquídeas, morangueiros, tomateiros, pinheiros, etc. O fungo, que é um decompositor, fornece ao vegetal nitrogênio e outros nutrientes minerais; em troca, recebe matéria orgânica fotossintetizada.

Protocooperação
Trata-se de uma associação bilateral, entre espécies diferentes, na qual ambas se beneficiam; contudo, tal associação não é obrigatória, podendo cada espécie viver isoladamente.

A atuação dos pássaros que promovem a dispersão das plantas comendo-lhes os frutos e evacuando as suas sementes em local distante, bem como a ação de insetos que procuram o néctar das flores e contribuem involuntariamente para a polinização das plantas são consideradas exemplos de protocooperação.

Como exemplos citaremos:

Caramujo paguro e actínias


També conhecido como bernardo-eremita, trata-se de um crustáceo marinho que apresenta o abdomên longo e mole, desprotegido de exoesqueleto. A fim de proteger o abdomên, o bernardo vive no interior de conchas vazias de caramujos. Sobre a concha aparecem actínias ou anêmonas-do-mar (celenterados), animais portadores de tentáculos urticantes. Ao paguro, a actínia não causa qualquer dano, pois se beneficia, sendo levada por ele aos locais onde há alimento. Ele, por sua vez, também se beneficia com a eficiente "proteção" que ela lhe dá.

Pássaro-palito e crocodilo
O pássaro-palito penetra na boca dos crocodilos, nas margens do Nilo, alimentando-se de restos alimentares e de vermes existentes na boca do réptil. A vantagem é mútua, porque, em troca do alimento, o pássaro livra os crocodilos dos parasitas.

Obs.: A associação ecológica verificada entre o pássaro-palito e o crocodilo africano é um exemplo de mutualismo, quando se considera que o pássaro retira parasitas da boca do réptil. Mas pode ser também descrita como exemplo de comensalismo; nesse caso o pássaro atua reirando apenas restos alimentares que ficam situados entre os dentes do crocodilo.

Anu e gado
O anu é uma ave que se alimenta de carrapatos existentes na pele do gado, capturando-os diretamente. Em troca, o gado livra-se dos indesejáveis parasitas.

Esclavaismo ou sinfilia
É uma associação em que uma das espécies se beneficia com as atividades de outra espécie. Lineu descreveu essa associação com certa graça, afirmando: Aphis formicarum vacca (o pulgão, do gênero Aphis, é a vaca das formigas).

Por um lado, o esclavagismo tem características de hostilidade, já que os pulgões são mantidos cativos dentro do formigueiro.Não obstante, pode-se considerar uma relação harmônica, pois os pulgões também são beneficiados pela facilidade de encontrar alimentos e até mesmo pelos bons tratos a eles dispensados pelas formigas (transporte, proteção, etc). Essa associação é considerada harmônica e um caso especial de protocooperação por muitos autores, pois a união não é obrigatória à sobrevivência.

COMPETIÇÃO INTERESPECÍFICAS
Relações interespecíficas desarmônicas entre espécies diferentes, em uma mesma comunidade, apresentam nichos ecológicos iguais ou muito semelhantes, desencadeando um mecanismo de disputa pelo mesmo recurso do meio, quando este não é suficiete para as duas populações.

Esse mecanismo pode determinar conrole da densidade das duas populações que estão interagindo, extinção de uma delas ou, ainda, especialização do nicho ecológico.

Amensalismo ou Antibiose
Relação no qual uma espécie bloqueia o crescimento ou a reprodução de outra espécie, denominada amensal, através da liberação de substâncias tóxicas. Exemplos:

Os fungos Penicillium notatum eliminam a penicilina, antibiótico que impede que as bactérias se reproduzam.
As substâncias secretadas por dinoflagelados Gonyaulax, responsáveis pelo fenômeno "maré vermelha", podem determinar a morte da fauna marinha.
A secreção e eliminação de substâncias tóxicas pelas raízes de certas plantas impede o crescimento de outras espécies no local.

Parasitismo
O parasitismo é uma forma de relação desarmônica mais comum do que a antibiose. Ele caracteriza a espécie que se instala no corpo de outra, dela retirando matéria para a sua nutrição e causando-lhe, em conseqüência, danos cuja gravidade pode ser muito variável, desde pequenos distúrbios até a própria morte do indivíduo parasitado. Dá-se o nome de hospedeiro ao organismo que abriga o parasita. De um modo geral, a morte do hospedeiro não é conveniente ao parasita. Mas, a despeito disso, muitas vezes ela ocorre.

Predatismo
Predador é o indivíduo que aaca e devora outro, chamado presa, pertencente a espécie diferente. Os predadores são geralmente maiores e menos numerosos que suas presas, sendo exemplificadas pelos animais carnívoros.

As duas populações - de predadores e presas - geralmente não se extinguem e nem entram em superpopulação, permanecendo em equilíbrio no ecossistema. Para a espécie humana, o predatismo, como fator limiante do crescimento populacional, tem efeito praticamente nulo.

Formas especiais de adaptações ao Predatismo

Mimetismo

Mimetismo é uma forma de adaptação revelada por muitas espécies que se assemelham bastante a outras, disso obtendo algumas vantagens.

A cobra falsa-coral é confundida com a coral-verdadeira, muito temida, e, graças a isso, não é importunada pela maioria das outras espécies. Há mariposas que se assemelham a vespas, e mariposas cujo colorido lembra a feição de uma coruja com olhos grandes e brilhantes.

Camuflagem
Camuflagem é uma forma de adaptação morfológica pela qual uma espécie procura confundir suas vítimas ou seus agressores revelando cor(es) e/ou forma(s) semelhante(s) a coisas do ambiente. O padrão de cor dos gatos silvestres, como o gato maracajá e a onça, é harmônico com seu ambiente, com manchas camufIando o sombreado do fundo da floresta. O mesmo se passa com lagartos (por exemplo, camaleão), que varia da cor verde das folhas à cor marrom do substrato onde ficam. Os animais polares costumam ser brancos, confundindo-se com o gelo. O louva-a-deus, que é um poderoso predador, se assemelha a folhas ou galhos.

Aposematismo
Aposematismo é o mesmo que coloração de advertência. Trata-se de uma forma de adaptação pela qual uma espécie revela cores vivas e marcantes para advertir seus possíveis predadores, que já a reconhecem pelo gosto desagradável ou pelos venenos que possui.

Muitas borboletas exibem os chamados anéis miméticos, com cores de alerta, que desestimulam o ataque dos predadores.

Uma espécie de coloração de advertência bem conspícua é Dendrobates Ieucomelas, da Amazônia, um pequeno sapo colorido com listras pretas e amarelas e venenoso.

Leis Ambientais Mais Importantes do Brasil

Ação Civil Pública (Lei 7.347 de 24/07/1985) - Lei de Interesses Difusos, que trata da ação civil pública de responsabilidades por danos causados ao meio ambiente, ao consumidor e ao patrimônio artístico, turístico ou paisagístico. Pode ser requerida pelo Ministério Público (a pedido de qualquer pessoa), ou por uma entidade constituída há pelo menos um ano.A ação judicial não pode ser utilizada diretamente pelos cidadãos. Normalmente, ela é precedida por um inquérito civil.

Agrotóxicos (Lei 7.802 de 11/07/1989) - A Lei dos Agrotóxicos regulamenta desde a pesquisa e fabricação dos agrotóxicos até sua comercialização, aplicação, controle, fiscalização e também o destino da embalagem. Impõe a obrigatoriedade do receituário agronômico para venda de agrotóxicos ao consumidor. Também exige registro dos produtos nos Ministérios da Agricultura e da Saúde e no Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis, IBAMA. Qualquer entidade pode pedir o cancelamento deste registro, encaminhando provas de que um produto causa graves prejuízos à saúde humana, meio ambiente e animais. O descumprimento da lei pode acarretar multas e reclusão, inclusive para os empresários.

Área de Proteção Ambiental (Lei 6.902, de 27/04/1981) - Lei que criou as "Estações Ecológicas" (áreas representativas de ecossistemas brasileiros, sendo que 90% delas devem permanecer intocadas e 10% podem sofrer alterações para fins científicos) e as "Áreas de Proteção Ambiental" ou APAs (onde podem permanecer as propriedades privadas, mas o poder público limita atividades econômicas para fins de proteção ambiental). Ambas podem ser criadas pela União, Estado, ou Município. Importante: tramita na Câmara dos Deputados, em regime de urgência, o Projeto de Lei 2892/92, que modificaria a atual lei, ao criar o Sistema Nacional de Unidades de Conservação, SNUC.

Atividades Nucleares (Lei 6.453 de 17/10/1977) - Dispõe sobre a responsabilidade civil por danos nucleares e a responsabilidade criminal por atos relacionados com as atividades nucleares. Entre outros, determina que quando houver um acidente nuclear, a instituição autorizada a operar a instalação tem a responsabilidade civil pelo dano, independente da existência de culpa. Em caso de acidente nuclear não relacionado a qualquer operador, os danos serão suportados pela União. A lei classifica como crime produzir, processar, fornecer, usar, importar, ou exportar material sem autorização legal, extrair e comercializar ilegalmente minério nuclear, transmitir informações sigilosas neste setor, ou deixar de seguir normas de segurança relativas à instalação nuclear.

Crimes Ambientais (Lei 9.605, de 12/02/1998) - Reordena a legislação ambiental brasileira no que se refere às infrações e punições. A partir dela, a pessoa jurídica, autora ou co-autora da infração ambiental, pode ser penalizada, chegando à liquidação da empresa, se ela tiver sido criada ou usada para facilitar ou ocultar um crime ambiental. Por outro lado, a punição pode ser extinta quando se comprovar a recuperação do dano ambiental e - no caso de penas de prisão de até 4 anos - é possível aplicar penas alternativas. A lei criminaliza os atos de pichar edificações urbanas, fabricar ou soltar balões (pelo risco de provocar incêndios), danificar as plantas de ornamentação, dificultar o acesso às praias ou realizar desmatamento sem autorização prévia. As multas variam de R$ 50 a R$ 50 milhões. É importante lembrar, que na responsabilidade penal tem que se provar a intenção (dolo) do autor do crime ou sua culpa (imprudência, negligência e imperícia). Difere da responsabilidade civil ambiental, que não depende de intenção ou culpa. Para saber mais: o IBAMA tem, em seu site, um quadro com as principais inovações desta lei, bem como de todos os vetos presidenciais.

Engenharia Genética (Lei 8.974 de 05/01/1995) - Regulamentada pelo Decreto 1752, de 20/12/1995, a lei estabelece normas para aplicação da engenharia genética, desde o cultivo, manipulação e transporte de organismos geneticamente modificados (OGM), até sua comercialização, consumo e liberação no meio ambiente. Define engenharia genética como a atividade de manipulação de material genético, que contém informações determinantes de caracteres hereditários de seres vivos. A autorização e fiscalização do funcionamento de atividades na área e da entrada de qualquer produto geneticamente modificado no país, é de responsabilidade dos ministérios do Meio Ambiente (MMA), da Saúde (MS) e da Agricultura. Toda entidade que usar técnicas de engenharia genética é obrigada a criar sua Comissão Interna de Biossegurança, que deverá, entre outros, informar trabalhadores e a comunidade sobre questões relacionadas à saúde e segurança nesta atividade. A lei criminaliza a intervenção em material genético humano in vivo (exceto para tratamento de defeitos genéticos), sendo que as penas podem chegar a vinte anos de reclusão.

Exploração Mineral (Lei 7.805 de 18/07/1989) - Regulamenta a atividade garimpeira. A permissão da lavra é concedida pelo Departamento Nacional de Produção Mineral, DNPM, a brasileiro ou cooperativa de garimpeiros autorizada a funcionar como empresa, devendo ser renovada a cada cinco anos. É obrigatória a licença ambiental prévia, que deve ser concedida pelo órgão ambiental competente. Os trabalhos de pesquisa ou lavra, que causarem danos ao meio ambiente são passíveis de suspensão, sendo o titular da autorização de exploração dos minérios responsável pelos danos ambientais. A atividade garimpeira executada sem permissão ou licenciamento é crime. O site do DNPM oferece a íntegra desta lei e de toda a legislação, que regulamenta a atividade minerária no país. Já o Ministério do Meio Ambiente, MMA, oferece comentários detalhados sobre a questão da mineração.

Fauna Silvestre (Lei 5.197 de 03/01/1967) - A fauna silvestre é bem público (mesmo que os animais estejam em propriedade particular). A lei classifica como crime o uso, perseguição, apanha de animais silvestres, caça profissional, comércio de espécimes da fauna silvestres e produtos derivados de sua caça, além de proibir a introdução de espécie exótica (importada) e a caça amadorística sem autorização do IBAMA. Também criminaliza a exportação de peles e couros de anfíbios e répteis (como o jacaré) em bruto. O site do IBAMA traz um resumo comentado de todas as leis relacionadas à fauna brasileira, além de uma lista das espécies brasileiras ameaçadas de extinção.

Florestas (Lei 4771 de 15/09/1965) - Determina a proteção de florestas nativas e define como áreas de preservação permanente (onde a conservação da vegetação é obrigatória) uma faixa de 30 a 500 metros nas margens dos rios (dependendo da largura do curso d´água), de lagos e de reservatórios, além dos topos de morro, encostas com declividade superior a 45° e locais acima de 1800 metros de altitude. Também exige que propriedades rurais da região Sudeste do País preservem 20% da cobertura arbórea, devendo tal reserva ser averbada no registro de imóveis, a partir do que fica proibido o desmatamento, mesmo que a área seja vendida ou repartida. A maior parte das contravenções desta lei foram criminalizadas a partir da Lei dos Crimes Ambientais.

Gerenciamento Costeiro (Lei 7661, de 16/05/1988) - Regulamentada pela Resolução nº 01 da Comissão Interministerial para os Recursos do Mar em 21/12/1990, esta lei traz as diretrizes para criar o Plano Nacional de Gerenciamento Costeiro. Define Zona Costeira como o espaço geográfico da interação do ar, do mar e da terra, incluindo os recursos naturais e abrangendo uma faixa marítima e outra terrestre. O Plano Nacional de Gerenciamento Costeiro (GERCO) deve prever o zoneamento de toda esta extensa área, trazendo normas para o uso de solo, da água e do subsolo, de modo a priorizar a proteção e conservação dos recursos naturais, o patrimônio histórico, paleontológico, arqueológico, cultural e paisagístico. Permite aos Estados e Municípios costeiros instituírem seus próprios planos de gerenciamento costeiro, desde que prevaleçam as normas mais restritivas. As praias são bens públicos de uso do povo, assegurando-se o livre acesso a elas e ao mar. O gerenciamento costeiro deve obedecer as normas do Conselho Nacional de Meio Ambiente, CONAMA.

IBAMA (Lei 7.735, de 22/02/1989) - Criou o IBAMA, incorporando a Secretaria Especial do Meio Ambiente (antes subordinada ao Ministério do Interior) e as agências federais na área de pesca, desenvolvimento florestal e borracha. Ao IBAMA compete executar e fazer executar a política nacional do meio ambiente, atuando para conservar, fiscalizar, controlar e fomentar o uso racional dos recursos naturais. Hoje subordina-se ao Ministério do Meio Ambiente, MMA.

Parcelamento do solo urbano (Lei, 6.766 de 19/12/1979) - Estabelece as regras para loteamentos urbanos, proibidos em áreas de preservação ecológica, naquelas onde a poluição representa perigo à saúde e em terrenos alagadiços. O projeto de loteamento deve ser apresentado e aprovado previamente pelo Poder Municipal, sendo que as vias e áreas públicas passarão para o domínio da Prefeitura, após a instalação do empreendimento.

Patrimônio Cultural (Decreto-Lei 25, de 30/11/1937) - Organiza a Proteção do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional, incluindo como patrimônio nacional os bens de valor etnográfico, arqueológico, os monumentos naturais, além dos sítios e paisagens de valor notável pela natureza ou a partir de uma intervenção humana. A partir do tombamento de um destes bens, fica proibida sua destruição, demolição ou mutilação sem prévia autorização do Serviço de Patrimônio Histórico e Artístico Nacional, SPHAN, que também deve ser previamente notificado, em caso de dificuldade financeira para a conservação do bem. Qualquer atentado contra um bem tombado equivale a um atentado ao patrimônio nacional.

Política Agrícola (Lei 8.171 de 17/01/1991) - Coloca a proteção do meio ambiente entre seus objetivos e como um de seus instrumentos. Num capítulo inteiramente dedicado ao tema, define que o Poder Público (federação, estados, municípios) deve disciplinar e fiscalizar o uso racional do solo, da água, da fauna e da flora; realizar zoneamentos agroecológicos para ordenar a ocupação de diversas atividades produtivas (inclusive instalação de hidrelétricas), desenvolver programas de educação ambiental, fomentar a produção de mudas de espécies nativas, entre outros. Mas a fiscalização e uso racional destes recursos também cabe aos proprietários de direito e aos beneficiários da reforma agrária. As bacias hidrográficas são definidas como as unidades básicas de planejamento, uso, conservação e recuperação dos recursos naturais, sendo que os órgãos competentes devem criar planos plurianuais para a proteção ambiental. A pesquisa agrícola deve respeitar a preservação da saúde e do ambiente, preservando ao máximo a heterogeneidade genética.

Política Nacional do Meio Ambiente (Lei 6.938, de 17/01/1981) - A mais importante lei ambiental. Define que o poluidor é obrigado a indenizar danos ambientais que causar, independentemente de culpa. O Ministério Público (Promotor de Justiça ou Procurador da República) pode propor ações de responsabilidade civil por danos ao meio ambiente, impondo ao poluidor a obrigação de recuperar e/ou indenizar prejuízos causados. Também esta lei criou os Estudos e respectivos Relatórios de Impacto Ambiental (EIA/RIMA), regulamentados em 1986 pela Resolução 001/86 do CONAMA. O EIA/RIMA deve ser feito antes da implantação de atividade econômica, que afete significativamente o meio ambiente, como estrada, indústria ou aterros sanitários, devendo detalhar os impactos positivos e negativos que possam ocorrer devido às obras ou após a instalação do empreendimento, mostrando como evitar os impactos negativos. Se não for aprovado, o empreendimento não pode ser implantado. A lei dispõe ainda sobre o direito à informação ambiental.

Recursos Hídricos (Lei 9.433 de 08/01/1997) - Institui a Política Nacional de Recursos Hídricos e cria o Sistema Nacional de Recursos Hídricos. Define a água como recurso natural limitado, dotado de valor econômico, que pode ter usos múltiplos (consumo humano, produção de energia, transporte, lançamento de esgotos). Descentraliza a gestão dos recursos hídricos, contando com a participação do Poder Público, usuários e comunidades. São instrumentos da nova Política das Águas: 1- os Planos de Recursos Hídricos (por bacia hidrográfica, por Estado e para o País), que visam gerenciar e compatibilizar os diferentes usos da água, considerando inclusive a perspectiva de crescimento demográfico e metas para racionalizar o uso, 2- a outorga de direitos de uso das águas, válida por até 35 anos, deve compatibilizar os usos múltiplos, 3- a cobrança pelo seu uso (antes, só se cobrava pelo tratamento e distribuição), 4- os enquadramentos dos corpos d´água. A lei prevê também a criação do Sistema Nacional de Informação sobre Recursos Hídricos para a coleta, tratamento, armazenamento e recuperação de informações sobre recursos hídricos e fatores intervenientes em sua gestão.

Zoneamento Industrial nas Áreas Críticas de Poluição (Lei 6.803, de02/07/1980) - Atribui aos estados e municípios o poder de estabelecer limites e padrões ambientais para a instalação e licenciamento das indústrias, exigindo Estudo de Impacto Ambiental.

Municípios podem criar três zonas industriais:

1. zona de uso estritamente industrial: destinada somente às indústrias cujos efluentes, ruídos ou radiação possam causar danos à saúde humana ou ao meio ambiente, sendo proibido instalar atividades não essenciais ao funcionamento da área;

2. zona de uso predominantemente industrial: para indústrias cujos processos possam ser submetidos ao controle da poluição, não causando incômodos maiores às atividades urbanas e repouso noturno, desde que se cumpram exigências, como a obrigatoriedade de conter área de proteção ambiental para minimizar os efeitos negativos.

3. zona de uso diversificado: aberta a indústrias, que não prejudiquem as atividades urbanas e rurais.

Fonte: www.guiafloripa.com.br

Dia Mundial do Meio Ambiente e da Ecologia



5 de junho
A importância desse dia tem precedentes.

O meio ambiente e a ecologia passaram a ser uma preocupação em todo o mundo, em meados do século XX. Porém, foi ainda no séc. XIX que um biólogo alemão, Ernst Haeckel (1834-1919), criou formalmente a disciplina que estuda a relação dos seres vivos com o meio ambiente, ao propor, em 1866, o nome ecologia para esse ramo da biologia.

Celebrado de várias maneiras (paradas e concertos, competições ciclísticas ou até mesmo lançamentos de campanhas de limpeza nas cidades), esse dia é aproveitado em todo o mundo para chamar a atenção política para os problemas e para a necessidade urgente de ações.

Se há assunto que consegue igualar todas as pessoas nesse planeta é a questão ambiental: o que acontece de um lado, para bem ou para mal, vai sempre afetar o outro!

Nessa data, chefes de estado, secretários e ministros do meio ambiente fazem declarações e se comprometem a tomar conta da Terra.

As mais sérias promessas têm sido feitas, que vão do be-a-bá ao estabelecimento de estruturas governamentais permanentes para lidar com gerenciamento ambiental e planejamento econômico, visando conseguir a vida sustentável no planeta.

Podemos, cada um de nós, já fazer a nossa parte para a preservação das condições mínimas de vida na Terra, hoje e no futuro, ou seja, investir mais naquilo que temos de valioso, que é a nossa inteligência, para aprender a consumir menos o que precisamos economizar: os recursos naturais. E é sempre bom lembrar que o Brasil, identificado como um dos nove países-chave para a sustentabilidade do planeta, já é considerado uma superpotência ambiental!

ECO-92
Realizada no Rio de Janeiro, a segunda Conferência Mundial para o Meio Ambiente e Desenvolvimento (que ficou conhecida como Eco-92) teve como um de seus resultados a formulação de documentos muito importantes. Porém, muitos dos termos desses documentos ainda não foram colocados em prática. Isso por tratarem de questões que estabelecem mudanças no comportamento dos países em relação ao meio ambiente.

Essas mudanças deveriam ser implementadas tanto pelos países ricos quanto pelos chamados "países em desenvolvimento". Algumas dessas questões são:

Biodiversidade
Nos anos 80, o conceito de biodiversidade adquiriu destaque com a discussão sobre o risco de extinção de diversas espécies existentes. A biodiversidade, que determina a diversidade genética e de habitat entre os seres vivos (animais, vegetais e microorganismos), põe na ordem do dia a necessidade de se preservar o maior número possível das formas de vida em vias de extinção, se o homem quiser ter condições mínimas de sobrevivência.

As estimativas sobre o número de espécies que habitam a terra oscilam entre 5 e 30 milhões, sendo que somente 1,5 milhão são conhecidas. Estão concentradas, em sua maioria, nos países tropicais.

Espécies biológicas da Terra
Forma de Vida Espécies Conhecidas Espécies totais estimadas
Forma de vida 874.161 30 milhões
Insetos e outros artrópodes 248.400 Viram de 275 mil a mais de 400 mil. Acredita-se que, no mínimo, de 10% a 15% de todas as plantas ainda não foram descobertas
Invertebrados 116.873 Podem chegar a milhões
Plantas baixas 73.900 Não disponível
Microorganismos 36.600 Não disponível
Peixes 19.056 21.000, assumindo que 10% dos peixes ainda não são conhecidos
Pássaros 9.040 Estima-se que as espécies conhecidas respondam por 98% de todos os pássaros
Mamíferos 4.000 95% das espécies já são conhecidas
Répteis e Anfíbios 8.692 95% das espécies já são conhecidas
Total 1.390.992 Pode exceder a 30 milhões

Estratégia Global para Biodiversidade, elaborado pelo World Resources Institute, dos EUA, e pela União Mundial para a Natureza, da Suíça, traz 85 propostas para a preservação da diversidade biológica e um plano para a utilização sustentada dos recursos biológicos. Apesar de ter sido aprovado pelo Programa de Meio Ambiente da ONU e pelas Organizações Não-Governamentais (ONGs) que participaram do Fórum Global, quase nada vem sendo feito para reverter a situação. Em nações onde é grande a diversidade biológica, como a Federação Russa, a China e a Indonésia, continua acelerado o ritmo de destruições das espécies animais e vegetais. O documento Estratégia Global para Biodiversidade não foi, até hoje, aprovado pelo Congresso norte-americano.

Piratas biológicos
Biopirataria é o nome que se dá à saída de material genético de um país para outro, naturalmente de forma ilegal, para que se possa explorá-lo comercialmente, sem o devido pagamento de patente.

No documento (não aprovado pelos EUA) há também uma proposta a esse respeito, que consiste no seguinte: as empresas pesquisadoras de animais e vegetais em outros países devem pagar royalties de suas descobertas ao país de origem.

O Brasil estima que uma em cada quatro drogas americanas possui substâncias vindas de animais e plantas encontradas em países tropicais. Estes, por sua vez, são obrigados a pagar royalties no uso de produtos feitos a partir de suas próprias plantas e animais.

Agenda 21
Considerada como o resultado mais importante da Eco-92, a Agenda 21, documento assinado por 179 países naquela ocasião, é um texto chave com as estratégias que devem ser adotadas para a sustentabilidade. Já adotada em diversas cidades por todo o mundo, inclusive através de parcerias e de intercâmbio de informações entre municipalidades, esse compromisso se desenrola no âmbito da cooperação e do compromisso de governos locais. Leva em conta, principalmente, as especificidades e as características particulares de cada localidade, de cada cidade, para planejar o que deve ser desenvolvimento sustentável em cada uma delas.

Meio Ambiente e o mundo moderno: energia
Não há quem, na nossa era, não tenha ouvido falar em crise energética. Bem, essa parece ser a questão mais ampla das sociedades atuais: lidar com as mudanças que precisam ser feitas na geração de energia.

Os chamados ambientalistas vêm estudando bastante o assunto e algumas conclusões sobre o que se pode fazer já foram consagradas e podemos dizer que já existem, em alguns países, ações para implantá-las. Elas são:

Usar a energia de maneira eficiente - isso quer dizer, utilizar os mesmos serviços de iluminação, cozimento, mobilidade, industrialização que já temos, porém gastando uma menor quantidade de energia. Obter mais de cada quilowatt, incrementando melhoras na fabricação dos aparelhos eletrodomésticos, automóveis, prédios e processos industriais.

Fazer mais uso do gás natural, o combustível fóssil mais limpo, para gerar energia. A crítica é sempre a de que é uma alternativa cara. O petróleo, quando começou a ser amplamente adotado no mundo, também era uma alternativa cara. Não podemos esquecer que este é um recurso finito e que seu consumo quase que dobra a cada 20 anos.

Parar de valorizar argumentos para a utilização e os investimentos em energia nuclear. Essa geração custa o dobro das outras fontes existentes e a opinião pública mundial já sabe os riscos que podem advir dessa escolha.

Não insistir na utilização do carvão, uma fonte de energia do passado, um investimento no mais sujo dos combustíveis fósseis, o que mais polui e cuja extração, hoje mecanizada, é um investimento no desemprego.

Seguir o caminho da utilização da energia do sol (solar) e do vento (eólica). Esse uso está crescendo globalmente, é mais barato, não polui e gera empregos de alta tecnologia e exportação.

Investir na pesquisa da utilização de células de combustível de hidrogênio, elemento que existe de sobra no universo (empresas automotivas e de energia já estão desenvolvendo esse uso para equipamentos eletrônicos portáteis e veículos a motor, por exemplo).

O planeta em perigo
Ozônio destruído
A camada de ozônio, composta de um gás rarefeito - o ozônio -, vinha impedindo, há milhões de anos, a passagem dos raios ultravioletas do sol. Com o poder de reduzir a capacidade de fotossíntese dos vegetais, esses raios prejudicam o sistema imunológico do homem, e podem provocar câncer de pele e doenças nos olhos, como a catarata.

A destruição dessa camada se deve à emissão de poluentes no ar, sendo o cloro presente em clorofluorcarbonetos (CFCs) seu principal inimigo.

Ele é usado como propelente de sprays, em chips de computadores e, principalmente, em aparelhos domésticos, como geladeira e ar-condicionado.

São dois os químicos que, em 1974, chamaram a atenção para a relação entre o CFC e a diminuição da camada de ozônio: o norte-americano Frank Rowland e o mexicano Mario Molina, ambos ganhadores do Prêmio Nobel de Química de 1995.

Em 1992, um novo vilão aparece para pertubar a camada de ozônio. Trata-se do brometo de metila, inseticida utilizado em plantações de tomate e morango e muito mais nocivo que o CFC, apesar de existir em menor quantidade.

Várias políticas ambientais foram implementadas em todo o mundo para reverter esse fato. O governo brasileiro, por exemplo, reduziu em 31% o consumo de CFC, entre os anos de 1988 e 1995, e parece que os resultados dessas políticas já são notados. A Organização Mundial de Meteorologia das Nações Unidas registrou uma diminuição dos gases nocivos na atmosfera, exceto o brometo de metila. O buraco da camada de ozônio, no entanto, continua aumentando e só deve estar recuperada na metade do século XXI. Mas isto se forem respeitadas todas a metas do Protocolo de Montreal, assinado em 1987 no Canadá, onde 24 países se comprometeram, entre outras coisas, a restringir à metade a produção de CFC até o presente ano.

Florestas mortas
O desmatamento em grande escala já chega a 46% das matas primitivas da terra. Dos 62.200.000 Km2 de florestas originais, somente 33.400.000 ainda cobrem a superfície do planeta.

Todo ano, cerca de 170 mil Km2 de mata simplesmente desaparecem, sendo a principal forma de desmatamento as queimadas de grandes áreas para o cultivo da agricultura e a prática da pecuária. A comercialização da madeira, a expansão dos centros urbanos, a construção de estradas e o extrativismo de interesse econômico são outros importantes motivos que levam à devastação.

Segundo o Fundo Mundial para a Natureza (WWF), o Brasil é o recordista no mundo em desmatamento, sendo derrubados anualmente na Amazônia em torno de 15 mil Km2 de floresta.

Poluição
Poluição do ar, das águas, do solo, sonora, diversas designações para um único problema: a interferência negativa do homem no equilíbrio ambiental, quando exerce suas atividades cotidianas em casa, no trabalho, em todo o lugar, enfim. A emissão de resíduos sólidos, líquidos e gasosos em quantidade acima da capacidade humana de absorção é o que chamamos de poluição.

Exemplo de poluição do ar: indústrias químicas e siderúrgicas lançando na atmosfera óxidos sulfúricos e nitrogenados e enxofre.

Poluição das águas: o esgoto que suja rios, lagos e áreas de mananciais. De acordo com a ONU, dois terços da humanidade podem vir a passar sede, em menos de 30 anos.

Poluição do solo: causada pelo acúmulo de lixo sólido, como embalagens de plástico, papel e metal. Uma solução viável para esse tipo de poluição seria a prática da reciclagem do lixo.

Poluição sonora: barulho dos carros. Nas principais ruas da cidade de São Paulo, os níveis de ruído atingem de 88 a 104 decibéis. O máximo tolerável é 85 decibéis.

Convenção sobre a mudança do clima
No Protocolo de Kyoto, assinado em 1992, os países industrializados se comprometeram a reduzir até o ano 2000 suas emissões de dióxido de carbono para os níveis encontrados no ano de 1990, a fim de não modificar ainda mais o já alterado clima do planeta. Em seu processo de revisão e atualização, essa convenção sofreu uma retificação, em 1997, em Kyoto, no Japão, e por isso ela ficou conhecida como Protocolo de Kyoto. Nessa ocasião, ficou decidido que os países que aderiram reduziriam suas emissões, combinadas de gases de efeito estufa, em pelo menos 5%, entre os anos de 2008 e 2012.

Aberto para assinaturas a partir de 1998, com adesão de cerca de 180 países, esse acordo ainda não foi assinado pelos EUA, país responsável por quase um quarto das emissões globais de dióxido de carbono na atmosfera.

Cidades: as mais poluídas
Atenas (Grécia), Bangcoc (Tailândia), Budapeste (Hungria), Buenos Aires (Argentina), Cairo (Egito), Calcutá (India), Cidade do México (México), Cracóvia (Polônia), Jacarta (Indonésia), Karachi (Paquistão), Londres (Reino Unido), Los Angeles (EUA), Manila (Filipinas), Moscou (Federação Russa), Mumbai (India), Nova Délhi (India), Nova York (EUA), Pequim (China), Rio de Janeiro (Brasil), Santiago (Chile), São Paulo (Brasil), Seul (Coréia do Sul), Tóquio (Japão), Xangai (China).

Meio ambiente no IBGE
O IBGE possui, em sua estrutura, um departamento de recursos naturais e estudos ambientais. Sua finalidade é produzir informações básicas sobre todo o território nacional.

No tópico recursos naturais, promove mapeamentos, estudos e pesquisas de temas relativos ao meio físico e ao meio biótico, detendo-se na ocorrência, distribuição, potencial, disponibilidade, forma e graus de utilização. Fazem parte do meio físico as rochas, o relevo, os solos, os recursos hídricos e o clima. Os componentes do meio biótico são os vegetais e animais.

Em estudos ambientais, promove a caracterização e avaliação de temas de interesse para a análise das condições ambientais e dos impactos gerados pela ação do homem, que comprometem o equilíbrio ambiental e a qualidade de vida da população.

O acervo de informações disponível no IBGE é vasto. Os produtos são encontrados em forma de mapas, publicações ou CD-ROM.

Listamos abaixo alguns deles:

Espécies Endêmicas da Flora Brasileira
Espécies Vegetais de Importância Econômica
Fauna Ictiológica Brasileira
Fauna de Vertebrados da Amazônia Legal
Diagnóstico Ambiental da Amazônia Legal
Mapas do Brasil na escala 1:5.000.000: Vegetação, Unidades de Relevo, Fauna Ameaçada de Extermínio e Unidades de Conservação Federais
Mapas da Amazônia Legal na escala 1:2.500.000: Geologia, Solos e Vegetação
ÁGUA: SE NÃO RACIONALIZAR, VAI FALTAR
Neste 5 de junho, dia do Meio Ambiente, é importante lembrarmos alguns dados que refletem a difícil situação mundial em relação ao uso dos 2,5% de água doce disponíveis no planeta. Segundo relatório da Unesco, órgão da ONU para a educação e responsável pelo Programa Mundial de Avaliação Hídrica, mais de um sexto da população mundial, ou o equivalente a 1,1 bilhão de pessoas, não tem acesso ao fornecimento de água doce.

Dos exíguos 2,5% de água doce existentes no mundo, porém, apenas 0,4% estão disponíveis em rios, lagos e aqüíferos subterrâneos – a Terra possui cerca de 1,39 bilhões de km 3 de água, distribuídos em mares, lagos, rios aqüíferos, gelo, neve e vapor. A situação tende a piorar, com o desmatamento, a poluição ambiental e as alterações climáticas dela decorrente: estima-se que será reduzido em um terço o total de água doce disponível no mundo. Enquanto isso, ações que poderiam reduzir o desperdício desse líquido cada vez mais raro e, portanto, precioso, demoram a ser tomadas pelas diferentes esferas governamentais.

Sabe-se que o maior consumo de água doce é na agricultura, responsável por 69% do uso, e que as grandes metrópoles têm edificações com sistemas hidrossanitários (bacias e válvulas sanitárias, torneiras, chuveiros, entre outros) gastadores.

Ações globais e estruturais, como a irrigação por gotejamento, em vez da usual por aspersão, e o incentivo à implantação de programas de uso racional da água economizariam milhões de metros cúbicos, evitando assim a necessidade de novos reservatórios de água, caros e que prejudicam o meio ambiente, ao derrubar matas ciliares com o alagamento.

As medidas de incentivo à troca de equipamentos gastadores por outros, economizadores – como bacias e válvulas que consomem 6 litros por acionamento, em vez dos 12 ou até mais de 20 litros por acionamento consumidos pelos equipamentos defasados, a instalação de arejadores e restritores de vazão em torneiras e chuveiros, entre outros, são instrumentos bem-sucedidos de diminuição do consumo.

Cartuns para empresas
Os equipamentos economizadores estão disponíveis – e obrigatórios, por norma da ABNT - em nosso país desde 2003. Programas racionalizadores já foram adotados em Nova York e Austin, nos EUA, e Cidade do México. Nova York instalou, entre 1994 e 1996, mais de um milhão de bacias sanitárias economizadoras, com incentivo aos moradores e empresários para as trocas, e passou a poupar 216 milhões de litros de água por dia.

Enquanto isso, no Brasil temos campanhas esporádicas para diminuir o consumo de água, rapidamente abandonadas assim que acaba a eventual seca e os reservatórios estão cheios. Isto foi o que aconteceu em São Paulo , em 2004, quando os cidadão foram premiados com desconto de 20% em suas contas de água se atingissem as metas de redução. Alguns prédios públicos também trocaram suas instalações hidrossanitárias gastadoras por outras, economizadoras. Há, porém, a necessidade de implementarmos programas duradouros e permanentes de incentivo à redução do consumo de água.

A concessionária Sabesp, que atende a maior parte dos municípios paulistas, por exemplo, desenvolve atualmente um projeto que custará cerca de R$ 100 milhões para trocar dutos antigos, cuja deterioração provoca vazamentos e perdas de água estimados em 34% do total produzido. Embora louvável, a preocupação da concessionária paulista em diminuir suas perdas e, portanto, aumentar o lucro de seus acionistas, deveria se traduzir também em ações que beneficiassem o consumidor final e o contribuinte diretamente, como os programas de uso racional da água e o incentivo à troca de equipamentos obsoletos por outros, economizadores.

O governo federal, por sua vez, poderia desenvolver programas de educação e incentivo aos agricultores que adotassem o método de gotejamento na irrigação, poupando outros essenciais milhões de metros cúbicos de água. Assim, projetos como o da transposição das águas do rio São Francisco, com investimento estimado em cerca de R$ 4,5 bilhões pelo governo federal, poderiam ser melhor aproveitados. A implementação desses programas, de racionalização do uso da água e da irrigação por gotejamento, resultaria em benefícios econômicos, sociais e ambientais para a sociedade como um todo.

Carlos Lemos da Costa

Fonte: www.ibge.gov.br

AQUECIMENTO GLOBAL


O aquecimento global é o aumento da temperatura terrestre (não só numa zona específica, mas em todo o planeta) e tem preocupado a comunidade científica cada vez mais. Acredita-se que seja devido ao uso de combustíveis fósseis e outros processos em nível industrial, que levam à acumulação na atmosfera de gases propícios ao Efeito Estufa, tais como o Dióxido de Carbono, o Metano, o Óxido de Azoto e os CFCs.

Há muitas décadas que se sabe da capacidade que o Dióxido de Carbono tem para reter a radiação infravermelha do Sol na atmosfera, estabilizando assim a temperatura terrestre por meio do Efeito Estufa, mas, ao que parece, isto em nada preocupou a humanidade que continuou a produzir enormes quantidades deste e de outros gases de Efeito Estufa.

A grande preocupação é se os elevados índices de Dióxido de Carbono que se têm medido desde o século passado, e tendem a aumentar, podem vir a provocar um aumento na temperatura terrestre suficiente para trazer graves conseqüências à escala global, pondo em risco a sobrevivência dos seus habitantes.

Na realidade, desde 1850 temos assistido a um aumento gradual da temperatura global, algo que pode também ser causado pela flutuação natural desta grandeza. Tais flutuações têm ocorrido naturalmente durante várias dezenas de milhões de anos ou, por vezes, mais bruscamente, em décadas. Estes fenômenos naturais bastante complexos e imprevisíveis podem ser a explicação para as alterações climáticas que a Terra tem sofrido, mas também é possível e mais provável que estas mudanças estejam sendo provocadas pelo aumento do Efeito Estufa, devido basicamente à atividade humana.

Para que se pudesse compreender plenamente a causa deste aumento da temperatura média do planeta, foi necessário fazer estudos exaustivos da variabilidade natural do clima. Mudanças, como as estações do ano, às quais estamos perfeitamente habituados, não são motivos de preocupação.

Na realidade, as oscilações anuais da temperatura que se têm verificado neste século estão bastante próximo das verificadas no século passado e, tendo os séculos XVI e XVII sido frios (numa escala de tempo bem mais curta do que engloba idades do gelo), o clima pode estar ainda a se recuperar dessa variação. Desta forma os cientistas não podem afirmar que o aumento de temperatura global esteja de alguma forma relacionado com um aumento do Efeito Estufa, mas, no caso dos seus modelos para o próximo século estarem corretos, os motivos para preocupação serão muitos.

Segundo as medições da temperatura para épocas anteriores a 1860, desde quando se tem feito o registro das temperaturas em várias áreas de globo, as medidas puderam ser feitas a partir dos anéis de árvores, de sedimentos em lagos e nos gelos, o aumento de 2 a 6 ºC que se prevê para os próximos 100 anos seria maior do que qualquer aumento de temperatura alguma vez registrado desde o aparecimento da civilização humana na Terra. Desta forma torna-se assim quase certo que o aumento da temperatura que estamos enfrentando é causado pelo Homem e não se trata de um fenômeno natural.

No caso de não se tomarem medidas drásticas, de forma a controlar a emissão de gases de Efeito Estufa é quase certo que teremos que enfrentar um aumento da temperatura global que continuará indefinidamente, e cujos efeitos serão piores do que quaisquer efeitos provocados por flutuações naturais, o que quer dizer que iremos provavelmente assistir às maiores catástrofes naturais (agora causadas indiretamente pelo Homem) alguma vez registradas no planeta.

A criação de legislação mais apropriada sobre a emissão dos gases poluentes é de certa forma complicada por também existirem fontes de Dióxido de Carbono naturais (o qual manteve a temperatura terrestre estável desde idades pré-históricas), o que torna também o estudo deste fenômeno ainda mais complexo.

Há ainda a impossibilidade de comparar diretamente este aquecimento global com as mudanças de clima passadas devido à velocidade com que tudo está acontecendo. As analogias mais próximas que se podem estabelecer são com mudanças provocadas por alterações abruptas na circulação oceânica ou com o drástico arrefecimento global que levou à extinção dos dinossauros. O que existe em comum entre todas estas mudanças de clima são extinções em massa, por todo o planeta tanto no nível da fauna como da flora. Esta analogia vem reforçar os modelos estabelecidos, nos quais prevêem que tanto os ecossistemas naturais como as comunidades humanas mais dependentes do clima venham a ser fortemente pressionados e postos em perigo.

Fonte: educar.sc.usp.br

Assoreamento



Assoreamento Progressivo


As principais causas do Assoreamento de rios, ribeirões e córregos, lagos, lagoas e nascentes estão relacionadas aos desmatamentos, tanto das matas ciliares quanto das demais coberturas vegetais que, naturalmente, protegem os solos. A exposição dos solos para práticas agrícolas, exploração agropecuária, mineração ou para ocupações urbanas, em geral acompanhadas de movimentação de terra e da impermeabilização do solo, abrem caminho para os processos erosivos e para o transporte de materiais orgânicos e inorgânicos, que são drenados até o depósito final nos leitos dos cursos d’água e dos lagos.

No caso da Bacia do Lago Paranoá, esta ação antrópica tem-se mostrado crescente, desde a chegada dos primeiros candangos para a construção de Brasília, em 1957.

Foi na Bacia do Lago Paranoá, ou, mais específicamente, na sub-bacia do Riacho Fundo, que se localizou no início de 1957 o complexo administrativo, industrial e residencial da NOVACAP, acompanhado dos principais acampamentos das firmas construtoras (NOVACAP, Candangolândia, Metropolitana, Camargo Corrêa, Saturnino Brito, Meton Servienge, Polienge, MM Quadros), e da popular Cidade Livre, o primeiro centro comercial e prestador de serviços dos tempos pioneiros.

A Cidade Livre, primeira Cidade Satélite de Brasília, foi transformada posteriormente no Núcleo Bandeirante - RA VIII. Depois dela vieram o Guará, Cruzeiro, Candangolândia, Setor de Indústria e Abastecimento, Aterro do Jóquei, Setor de Oficinas Sul, Setor Policial, Setores de Combustíveis, Aeroporto Internacional de Brasília, CEASA, parte do SMPW, parte do Setor Militar Urbano e parte de Brasília, todas essas áreas localizadas na sub-bacia do Riacho Fundo.

Na mesma sub-bacia hidrográfica, a partir de 1957, foram instaladas a Fazenda Sucupira, um importante centro de pesquisas agrárias, as Granjas Modelo do Ipê, do Riacho Fundo e de Águas Claras, as primeiras Colônias Agrícolas e os Combinados Agro-Urbanos - CAUBs I e II, já nas décadas de 70 e 80.

Mantendo o ritmo de ocupação, está sendo construída a Cidade de Águas Claras e adensadas e transformadas em parcelamentos, tipicamente urbanos, as Colônias Agrícolas Vicente Pires, Águas Claras, Governador, Bernardo Sayão, Arniqueira, Santa Cruz e parte do Setor de Mansões Park Way.

O resultado dessa ocupação intensiva do território manifesta-se como um quadro de diversos problemas ambientais na sub-bacia do Riacho Fundo, com reflexos visíveis no Assoreamento do braço do Riacho Fundo, na região de desembocadura no Lago Paranoá.

Os problemas de Assoreamento do lago podem ser ilustrados pela enorme quantidade de sedimentos depositados pelo Riacho Fundo, responsável pela redução do espelho d’água no braço Sul do lago, onde os detritos se transformam em verdadeiras ilhas cobertas de vegetação, um alerta para que sejam adotadas medidas urgentes para a recuperação ambiental da sub-bacia.

Os impactos das ocupações urbanas e rurais na Bacia do Lago Paranoá podem ser avaliados, em parte, pela observação das sub-bacias da rede hidrográfica que verte para o Lago Paranoá: Córrego Cabeça de Veado, Ribeirão do Gama e Riacho Fundo, ao Sul; Ribeirão do Torto e Ribeirão Bananal, ao Norte.

A sub-bacia do Córrego Cabeça de Veado está localizada em área com baixa ocupação demográfica, com suas nascentes protegidas na Estação Ecológica do Jardim Botânico, por onde corre, no seu maior percurso, para o lago. As águas desse importante contribuinte são de excelente qualidade, desprovidas de grandes concentrações de nutrientes, levando pouca contribuição em termos de nitrogênio e fosfato para a porção Sul do lago, com níveis reduzidos de as-soreamento.

A sub-bacia do Ribeirão do Gama apresenta duas áreas distintas, no que se refere ao uso e à ocupação do solo. A primeira é caracterizada por áreas preservadas, com os seus tributários, o Córrego Roncador, o Córrego Taquara e o Córrego Capetinga correndo no Jardim Botânico, na Reserva Ecológica do IBGE e na Fazenda Experimental da UnB, respectivamente. A segunda é mais ocupada, com os córregos Mato Seco e Cedro drenando o Núcleo Rural Vargem Bonita, áreas rurais e o SMPW.

Em conseqüência das ocupações, as águas do Ribeirão do Gama, dreno principal vertendo ao Sul do lago, apresenta teores de fosfato e nitrogênio maiores do que o Córrego Cabeça de Veado, bem como níveis mais significativos de Assoreamento.

A sub-bacia do Riacho Fundo é a que apresenta a maior densidade e diversidade de ocupação. Em decorrência dos desmatamentos ocorridos, acompanhados da exploração de cascalheiras, exposição e degradação dos solos, movimentações de terra e forte urbanização, muitas vezes desprovida das redes de infra-estrutura adequadas, fatores agravados pela topografia da bacia, tem-se um aporte substancial de sedimentos, comprovado pelo grave Assoreamento do braço do Lago Paranoá que recebe a contribuição da bacia. É também no Riacho Fundo que se observam os resultados mais alterados em relação à carga de nutrientes, nitrogênio orgânico e demanda bioquímica de oxigênio DBO, com uma substancial contribuição em termos de matéria orgânica, fósforo e nitrogênio.

A sub-bacia do Ribeirão Bananal está situada no Parque Nacional de Brasília, o que garante uma excelente qualidade das suas águas.

Entretanto, em função da contribuição de ocupações urbanas nas proximidades do seu curso, provenientes do Setor Sudoeste, da área da Rodoferroviária, do SAAN, do Setor Noroeste da cidade e da extremidade da Asa Norte, verifica-se uma carga diária de nitrogênio e fosfato maior do que a do Córrego Cabeça de Veado e pouco menor do que a do Ribeirão do Gama, com um visível processo de Assoreamento no seu percurso até a Ponte do Bragueto.

A sub-bacia do Ribeirão do Torto está inserida em área predominantemente rural , cruzando áreas urbanas de uso controlado como os assentamentos da Granja do Torto e da Vila Varjão, áreas de maior densidade populacional. Nas proximidades da Península Norte, vem recebendo uma crescente pressão das ocupações das QLs, bem como dos parcelamentos irregulares no Setor de Mansões do Lago Norte.

O Torto apresenta uma contribuição maior de matéria orgânica, fosfato e nitrogênio do que o Ribeirão Bananal, constituindo-se no tributário da porção Norte, que oferece maior contribuição de nutrientes e maior risco de Assoreamento do lago.

O crescente processo de impermeabilização do solo, inevitável com a ocupação urbana, requer medidas de engenharia ambiental para coletar e reciclar o volume de águas pluviais e de águas servidas, mediante a aplicação de processos de infiltração para perenização de mananciais e recarga de aqüíferos.

As redes e galerias de águas pluviais, com lançamentos finais no lago, independentemente do uso de dissipadores de energia, contribuem significativamente para o Assoreamento do Lago Paranoá. As bocas-de-lobo, espalhadas ao longo das vias urbanas, funcionam como captadores, não só das águas pluviais mas também de parte do lixo e demais detritos lançados nas ruas, conduzindo-os diretamente ao lago.

Nesse sentido, a limpeza urbana, a varredura das ruas, a limpeza e desobstrução das redes e galerias de águas pluviais, e a educação da população são fundamentais para o controle do processo de Assoreamento do lago.

Outro fator que vem contribuindo para o Assoreamento refere-se às ocupações costeiras, aos avanços sobre o lago com a construção de muros de arrimo, sem limites definidos em regulamentação própria e sem respeito ao desenho original da orla. Os aterros, as construções de cais, molhes e marinas, dependendo das dimensões, podem provocar alterações sensíveis no regime das águas, tendo como resultado o Assoreamento e a alteração de profundidades, prejudicando, inclusive, a navegação no local.

Passados quarenta anos do represamento do Lago Paranoá, calcula-se que o espelho d’água perdeu 2,3 km2 de superfície, área equivalente a 213 campos oficiais de futebol. A análise comparativa das aerofotos de 1964 e de 1991 revelam que uma área ainda maior, com cerca de 12,7 km2 ao longo dos tributários do lago, encontra-se assoreada.

Durante a última década, a situação agravou-se em função da degradação ambiental, decorrente da intensificação do processo de uso e ocupação do solo, em toda a bacia.

Caso o processo de Assoreamento não seja controlado, mediante a adoção de medidas urgentes de recuperação de áreas degradadas, reflorestamento das matas ciliares, implantação de sistemas adequados de drenagem e ordenamento e fiscalização do uso e ocupação do solo, poderá colocar em sério risco a sustentabilidade do Lago Paranoá, especialmente para as gerações futuras.

Fonte: www.semarh.df.gov.br

Estudo liga atividade sexual a câncer de próstata


Um novo estudo inglês sugere que homens que têm uma vida sexual intensa entre os 20 e 40 anos de idade têm mais chances de desenvolver câncer de próstata.

Os pesquisadores da Universidade de Nottingham observaram 840 homens - um grupo de 431 diagnosticados com câncer de próstata e 409 saudáveis.

Os voluntários responderam questionários sobre a frequência das relações sexuais e da masturbação, o número de parceiras e a saúde sexual.

De acordo com os resultados, publicados na edição desta segunda-feira da revista científica British Journal of Urology, 40% dos homens com câncer costumavam fazer sexo mais de 20 vezes por mês entre os 20 e 40 anos, comparados com 32% entre o grupo dos homens saudáveis.

Os homens diagnosticados com câncer de próstata também se masturbavam mais (34%) do que os saudáveis (24%) nesta faixa etária.

A pesquisa indica ainda que o grupo dos homens diagnosticados com câncer registrou mais casos de doenças sexualmente transmissíveis.

"Descobrimos uma associação entre o câncer de próstata e atividade sexual e masturbação nos homens entre 20 e 40 anos", afirmou Polyxeni Dimitropoulou, principal autor do estudo.

"Não há, no entanto, nenhuma relação entre a atividade sexual e o câncer em homens acima dos 40 anos", acrescentou o pesquisador.

Hormônios

Segundo os pesquisadores, é possível que o alto nível de hormônios seja responsável por um aumento na atividade sexual entre os 20 e 40 anos e também pelo desenvolvimento do câncer de próstata em idades mais avançadas.

"Os hormônios parecem ter um papel importante no desenvolvimento do câncer de próstata, e é muito comum fazer tratamentos para reduzir o nível de hormônios que estimulam as células cancerígenas", disse Dimitropoulou.

"Da mesma forma, o apetite sexual dos homens também é regulado pelos níveis de hormônio - portanto, o estudo examinou a teoria de que a vontade sexual afeta o risco de câncer de próstata", completou o pesquisador.

Para John Neate, diretor da ONG Prostate Cancer Charity, que ajuda pacientes e trabalha com pesquisas sobre a doença, as descobertas do estudo precisam de mais provas para que sejam aceitas.

"O papel da atividade sexual vem ganhando cada vez mais atenção na pesquisa sobre o câncer de próstata", disse Neale. "Infelizmente, esse estudo oferece poucos conselhos práticos para homens que querem reduzir o risco da doença."

O diretor da ONG acrescentou que os dados do estudo podem não ser precisos, já que se baseia nas respostas dos entrevistados sobre suas experiências de 20 ou 30 anos atrás, e essas informações podem não ser verdadeiras.

"A amostra usada no estudo também é relativamente pequena, o que torna ainda mais difícil chegar a conclusões universais", concluiu Neale.

.Aspirina pode diminuir danos no fígado, diz estudo

Uma dose de aspirina pode impedir danos no fígado causados por paracetamol ou pelo consumo elevado de álcool, de acordo com pesquisadores americanos.

Um novo estudo com ratos, realizado por uma equipe da Universidade de Yale, em Connecticut, foi publicado na revista científica Journal of Clinical Investigation.

Os pesquisadores concluíram que a aspirina diminuiu o índice de mortalidade nos animais que tomaram doses altas de paracetamol (substância de propriedades analgésica e antitérmica encontrada em uma série de remédios).

Os cientistas dizem acreditar que a aspirina interfere em um processo químico que desencadeia uma inflamação dentro do fígado.

Especialistas do British Liver Trust, entidade beneficente britânica de estímulo a pesquisas sobre o assunto, dizem, no entanto, que ainda não há provas de que a aspirina pode, de fato, ajudar humanos.

Prevenção

Estudando a forma como o álcool e o paracetamol danificam o fígado, os cientistas descobriram que essas substâncias provocam danos iniciais que, por sua vez, desencadeiam uma reação inflamatória.

A inflamação pode levar, eventualmente, a danos maiores.

O novo estudo conclui que há muito menos probabilidade de os ratos morrerem após receber doses muito altas de paracetamol se eles tiverem recebido também uma pequena dose de aspirina.

Os cientistas avaliam que a aspirina é capaz de bloquear um receptor químico em células do fígado. Este receptor seria o desencadeador do processo inflamatório.

A mesma equipe de pesquisadores diz ter conseguido isolar determinadas moléculas, chamadas antagonistas TLR, que também seriam capazes de bloquear esse receptor químico.

Os especialistas afirmam, no entanto, que - por ser barata - a aspirina pode ser útil como terapia preventiva.

Nova abordagem

O responsável pelo estudo, Wajahat Mehal, diz que muitos agentes, como drogas e álcool, podem provocar danos no fígado.

Os índices de cirrose hepática em uma população aumentam proporcionalmente ao consumo de álcool.

Incidentes envolvendo intoxicação por paracetamol, deliberada ou não, podem ser fatais.

Em grande parte dos países ocidentais, a maioria dos casos de intoxicação por remédio envolve o uso de paracetamol - só na Grã-Bretanha, a droga provoca cerca de cem mortes por ano.

Mehal afirma que ele e sua equipe descobriram duas formas de bloquear o processo químico responsável por esses danos.

O cientista diz que a estratégia é usar a aspirina em doses diárias para prevenir danos no fígado e, se eles acontecerem, tratar o problema com os antagonistas TLR.

O pesquisador avalia que a nova abordagem poderá reduzir muita dor e sofrimento em pessoas que sofrem de doenças hepáticas.

Cuidado

Apesar das conclusões do novo estudo, uma porta-voz do British Liver Trust recomenda cautela ao interpretar os resultados da pesquisa.

"Pedimos que qualquer pessoa que tomou mais do que a dose recomendada de paracetamol procure o médico imediatamente", disse a porta-voz.

"Também é importante lembrar que, até o momento, não há provas clínicas de que qualquer substância seja capaz de proteger o fígado contra consumo excessivo de álcool", acrescentou.

"Recomendamos ainda que qualquer pessoa que pretenda tomar aspirina por mais do que alguns dias consulte seu médico", concluiu a porta-voz.

O Serviço Nacional de Saúde britânico alerta que a aspirina pode causar irritação no estômago e aumentar o risco de hemorragias e ulcerações.

Genes podem influenciar popularidade, diz estudo


A popularidade de uma pessoa e sua habilidade de formar grupos sociais é, em parte, influenciada pela herança genética, sugere pesquisa das universidades de Harvard e da Califórnia, nos Estados Unidos.

Segundo os pesquisadores, os genes não apenas afetam a personalidade, mas também têm impacto sobre a formação e a estrutura do grupo social de um indivíduo.

"Nós conseguimos mostrar que nossa posição específica em vastas redes sociais tem uma base genética", disse Nicholas Christakis, da Universidade de Harvard. "Na verdade, o belo e complicado padrão das conexões humanas depende de nossos genes em uma medida significativa."

Participaram da pesquisa 1.110 gêmeos, tanto idênticos quanto fraternos. Os pesquisadores descobriram uma maior semelhança entre as redes sociais e conexões dos gêmeos idênticos.

Explicação evolucionária

Os pesquisadores acreditam que pode existir uma explicação evolucionária para que uma pessoa fique no coração de um grupo ou à sua margem.

Se uma infecção letal se propagar por uma comunidade, aqueles que estiverem à margem terão menor possibilidade de contrair a infecção e sobreviverão.

Mas, em outras circunstâncias, como no caso de escassez de alimentos, estar no centro da comunidade e ter acesso a informações pode ser uma vantagem.

"Uma das coisas que este estudo nos diz é que redes sociais são uma parte fundamental da nossa herança genética", disse James Fowler, da Universidade da Califórnia. "Pode ser que a seleção natural esteja atuando não apenas em coisas como se nós podemos ou não resistir ao resfriado comum, mas também quem vai entrar em contato com quem."

O estudo foi publicado na revista Proceedings of the National Academy of Sciences.


Ciência está mais próxima de detectar câncer de próstata com exame de urina



A ciência pode estar mais próxima de poder detectar o câncer de próstata utilizando um simples exame de urina, de acordo com um estudo realizado nos Estados Unidos e publicado na edição desta quarta-feira da revista científica Nature.

O estudo relaciona um grupo de moléculas produzidas pelo corpo à forma agressiva da doença.

Os pesquisadores da Universidade de Michigan analisaram 1.126 moléculas produzidas pelo corpo em um total de 262 amostras de tecido, sangue e urina.

Eles detectaram 10 moléculas mais presentes em pacientes com câncer de próstata em estado avançado.

Sarcosina

Uma delas, a sarcosina, foi frequentemente encontrada em níveis altos em amostras de pacientes com câncer em estado avançado ou que se espalhou pelo corpo, mas nunca em amostras saudáveis.

A pesquisa sugere que a sarcosina auxilia na proliferação do câncer e, consequentemente, pode ser um alvo em potencial para medicamentos no futuro.

Mas os cientistas afirmam que a pesquisa está apenas em estágios iniciais e que a teoria pode demorar cerca de cinco anos para ser testada.

Diferença

Alguns tipos de câncer de próstata se desenvolvem lentamente e outros necessitam tratamento urgente.

A dificuldade é diferenciar entre estes dois tipos. Consequentemente alguns pacientes são submetidos a cirurgias desnecessárias ou tratamentos com radiação.

Em tese, uma forma eficiente de diferenciar entre os dois tipos pode permitir que os médicos determinem se um paciente tem a forma agressiva e precisa de tratamento urgente.

Pacientes com o câncer de próstata benigno não precisariam se preocupar tanto, já que a doença se desenvolve tão lentamente que eles acabariam morrendo de outras causas.

O câncer de próstata é o tumor mais comum em homens com mais de 50 anos de idade.

Calvície precoce pode indicar menor risco de câncer de próstata



Homens que apresentam sinais de calvície antes dos 30 anos podem ter menos chance de desenvolver câncer de próstata, segundo um estudo da Escola de Medicina da Universidade de Washington, nos Estados Unidos, e divulgado na publicação especializada Cancer Epidemiology.

Os pesquisadores estudaram 2 mil homens entre 40 e 47 anos de idade e notaram uma aparente ligação entre o alto nível do hormônio masculino testosterona – presente nos homens que se tornam calvos mais cedo – e um risco mais baixo de ter a doença.

Metade dos homens que participaram do estudo sofreu de câncer de próstata. Os pesquisadores compararam a incidência de tumores entre aqueles que disseram ter começado a perder cabelo antes dos 30 e aqueles que não relataram ter sofrido queda.

Aqueles que começaram a ficar calvos até os 30 apresentavam um risco entre 29% e 45% menor de desenvolver câncer de próstata.

Raiz da calvície

Os pesquisadores acreditam que entre 25% e 30% dos homens apresentam sinais de calvície até os 30 anos de idade. Metade dos homens terá sofrido significativa queda de cabelo até os 50 anos de idade.

A calvície ocorre quando os folículos capilares são expostos a uma quantidade muito grande de dihidrotestosterona (DHT) – uma substância produzida pela testosterona.

Especialistas acreditam que homens com níveis mais altos de testosterona estão mais propensos a perder cabelo, especialmente se houver casos de calvície na família.

É comum que pacientes de câncer de próstata façam terapia para reduzir os níveis de testosterona porque o hormônio pode acelerar o crescimento de alguns tumores, uma vez que eles apareçam.

Mas este estudo sugere que os altos níveis de testosterona desde uma tenra idade podem, na verdade, proteger contra a doença.

“Claramente, a idade em que um homem começa a perder o cabelo é, infelizmente, (indicador de) um fator de risco para o câncer de próstata sobre o qual não temos nenhum controle”, disse Helen Rippon, chefe da administração de pesquisas da fundação britânica The Prostate Cancer.

“Se os resultados (da pesquisa) estiverem corretos, eles podem ser úteis para aumentar nossa compreensão sobre como a testosterona se comporta no corpo humano e como pode afetar diferentes tecidos.”

Alison Ross, da fundação de pesquisa britânica Cancer Research UK, disse que a ligação entre o câncer de próstata e a calvície ainda é desconhecida, porque estudos anteriores apresentaram um resultado exatamente oposto a este.

“Os resultados (do novo estudo americano) são baseados em perguntar a homens com idade entre 40 e 70 anos se eles se lembram se começaram a ficar calvos aos 30 anos, o que não significa uma medida muito confiável”, disse ela.

8 de jun. de 2010

O FIM DO AMOR


udo acaba um dia. Geralmente, 7 anos depois que começou. Veja por que podemos abandonar (e até odiar) quem amamos um dia.
por Jeanne Callegari

Amor - O Início

Amor - O Meio

Vocês trocaram mensagens bobas pelo celular, dividiram brigadeiros de panela, assistiram TV juntos largados na poltrona e dormiram de conchinha. Foram, enfim, o centro da vida um do outro. Mas agora é cada um para o seu lado. E sempre fica um enorme ponto de interrogação: se era tão bom, por que acabou? Para entender, é preciso voltar no tempo e fazer um passeio pelas savanas africanas, 3 milhões de anos atrás. O homem caçava e protegia a família. A mulher cuidava dos filhotes. Mas, em determinado momento, os casais se separavam. O objetivo da família nuclear - nome técnico que os antropólogos dão ao conjunto de pai, mãe e filhos - era garantir que o homem ficasse por perto tempo suficiente para criar o filhote. Somente isso. Quando o filhote já estava crescidinho e não exigia atenção integral da mãe (que por isso podia voltar a se virar sozinha), o pai estava livre para ir embora e procurar outras fêmeas para procriar.

É daí que vem a chamada crise dos 7 anos. Esse é o período necessário para que uma criança se torne minimamente independente. Um estudo da ONU revelou que o número de separações vai aumentando a partir do 3o ano dos relacionamentos e atinge o pico no 7o ano - quando começa a declinar. Ou seja: o 7o ano realmente é a hora da verdade da relação. No filme O Pecado Mora ao Lado, de 1955, Marilyn Monroe faz o papel de uma mulher que se relaciona com um homem casado. Sabe qual é o nome original do filme, em inglês? The Seven Year Itch, ou "A Coceira dos 7 Anos". Porque é justamente nesse momento que a relação está mais ameaçada - pela comichão de trair.

As estatísticas variam, mas entre 50 e 60% dos homens têm sexo fora do casamento, contra 45 a 55% das mulheres. O aumento da infidelidade tem a ver com a independência delas, que já são quase metade da força de trabalho e estão diminuindo rapidamente a distância financeira para os homens (nos EUA, 22% das esposas já ganham mais do que os maridos). Mas as raízes disso estão dentro do cérebro. Lembra-se de quando dissemos, na primeira reportagem desta série, que os sistemas cerebrais (luxúria, paixão/amor e ligação) eram independentes? Isso tem um motivo - e não é complicar os relacionamentos. Pelo contrário: surgiu para que nossos ancestrais pudessem buscar estratégias reprodutivas diferentes. A mulher poderia ter um parceiro para protegê-la enquanto gerava os filhos de outro, enquanto o homem poderia espalhar seus genes alegremente por aí, com outras mulheres. A natureza não queria o ideal romântico de amor eterno. Ela queria que tivéssemos um backup reprodutivo, um plano B genético, e nos meteu nessa confusão.

E as circunstâncias também influem: na hora de decidir trair ou não, a relação do casal, a insatisfação com o parceiro, a oportunidade, tudo isso pesa.

Mas muita gente tem os genes, os hormônios, todas as oportunidades do mundo, e não trai. Nós não somos robôs biológicos. É possível resistir ao desejo de trair. Mas é muito mais difícil resistir a outro fenômeno, igualmente destrutivo para os relacionamentos: o ciúme. O mais engraçado é que esse monstro de olhos verdes, como chamou Shakespeare, surgiu com o objetivo oposto - preservar a relação monogâmica. Ao primeiro sinal de infidelidade, soa o alarme e a pessoa fica atenta. E, como homens e mulheres desenvolveram estratégias distintas de reprodução, também sentem ciúmes de coisas diferentes.

Como para o homem é muito dispendioso criar o filho de outro homem, ele sente mais ciúmes da infidelidade sexual. Já para a mulher, não faria tanta diferença se o homem distribuísse apenas esperma para as moças por aí; a grande ameaça é o envolvimento emocional, que coloca em risco a proteção e o cuidado que o homem dá a ela e aos filhos.

Em 2006, o neurologista japonês Hidehiko Takahashi fez exames de ressonância magnética no cérebro de homens e mulheres que comprovaram essas diferenças. Quando sente ciúmes, o homem usa partes do cérebro ligadas a comportamentos agressivos e sexuais, como a amígdala e o hipotálamo. Já nas mulheres, a área mais ativada durante as crises de ciúme é o sulco temporal posterior superior, associado à percepção de emoções nas outras pessoas.

E a internet está piorando o ciúme. Uma pesquisa feita por psicólogos canadenses com 308 voluntários descobriu que as redes sociais, como Orkut e Facebook, alimentam o ciúme. Sabe por quê? Nada menos do que 74,6% das pessoas adicionam ex-namorados ou rolos como amigos nessas redes - que depois o cônjuge atual vai fuçar atrás de indícios.

Com ou sem ciúme, a verdade é que boa parte dos relacionamentos está destinada a acabar. E esse momento pode ser muito difícil. "A natureza realmente exagerou no que diz respeito ao fim dos relaciomentos", diz Helen Fisher. Quando uma pessoa é abandonada, sua reação se divide em duas fases. A 1a é o protesto. É quando a a pessoa fica fazendo promessas, doida para reatar. Isso pode ser muito inconveniente. Mas ela não tem culpa. É o corpo agindo. "O cérebro estava acostumado com aquela recompensa [a pessoa amada], então faz você insistir mais e mais para tentar consegui-la de novo", explica a neurologista Suzana Herculano-Houzel. O pânico de ver que não está dando certo pode acionar o sistema de estresse do organismo, que por sua vez estimula novamente a produção de dopamina - ironicamente, fazendo a pessoa se sentir ainda mais apaixonada.

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Depois vem a 2a fase: aceitação. Depois de ver que o amado não irá mesmo voltar, muita coisa pode passar pela cabeça da pessoa - depressão, confusão, frustração. Até mesmo ódio. Mas por que sentir algo tão ruim por alguém que se amou? É que o ódio e o amor passam pelas mesmas partes do cérebro - a ínsula e o putâmen. "A diferença entre os dois é que, no ódio, existe mais capacidade de planejar as ações. No amor, o julgamento está prejudicado", diz o neurologista Semir Zeki, da University College London. Então o ódio é mais racional que o amor? Não necessariamente. Mas ele tem sua função: é uma defesa do organismo para nos fazer seguir em frente. Em vez de ficarmos remoendo eternamente as dores, passamos a não querer mais ver a pessoa. "Assim como o cérebro associava coisas positivas a uma pessoa, ele pode passar a associar só sentimentos ruins, negativos", diz Suzana Herculano-Houzel. Todos nós sofremos e fazemos sofrer. E, se isso servir de consolo, as celebridades também se separam e sofrem, talvez até mais do que as pessoas comuns. Já ficou famosa a chamada "maldição do Oscar", que atingiria as vencedoras do Oscar de melhor atriz. Nos últimos 12 anos, apenas duas atrizes não se divorciaram após ganhar o Oscar. E logo após o prêmio deste ano, o marido da vencedora, Sandra Bullock, foi pego tendo um caso extraconjugal.

Tem gente que mata (e se mata) por amor. Mas a maioria das pessoas supera as dores emocionais da separação. Um estudo feito pela Universidade Northwestern mostrou que terminar uma relação não é tão ruim quanto pensamos que vai ser - geralmente leva metade do tempo que achamos. Isso acontece porque a mente tende a voltar a seu estado inicial: cientistas da Universidade de Massachusetts provaram que, após um ano, as pessoas que ganham na loteria apresentam os mesmos níveis de felicidade que as que se tornam tetraplégicas. Ambas voltam aos níveis de felicidade que tinham antes do fato extraordinário. E a melhor coisa para curar um coração partido é começar outro relacionamento. Disso você já sabe. Releia a primeira reportagem desta série, levante a cabeça, sacuda a poeira, vá à luta. Se não há bem que não se acabe, também não há mal que sempre dure. Força na peruca!

CERCADOS POR DARWIN
O adultério ajudou na evolução da espécie: é um plano B da natureza para que homens e mulheres possam buscar estratégias evolutivas diferentes.

DE SOLA
Após estudar 144 homens e mulheres recém-separados, a Universidade do Colorado comprovou: quem leva o pé na bunda sofre mais. O curioso é que a pessoa sofre mesmo se já estivesse infeliz na relação - e pode até se reapaixonar por quem a chutou.

A VIDA CONTINUA
Num estudo da North-Western, que acompanhou a vida amorosa de 70 universitários, a recuperação pós-rompimento levou em média 10 semanas - metade do tempo que os recém-separados esperavam.


Para saber mais

Por Que Amamos
Helen Fisher, Editora Record, 2004.

A Paixão Perigosa
David M. Buss, Objetiva, 2000.

Splendors and Miseries of the Brain
Semir Zeki, Wiley-Blackwell 2008.
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O AMOR - O MEIO


Amor - O Meio
Morar junto. Casamento. Filhos. Tudo isso é muito bom - faz vocês ficarem mais ricos e viverem mais. Sim, a paixão vai diminuir. Mas isso não é o fim.
por Jeanne Callegari


Amor - O Início

Parabéns. Você encontrou sua cara-metade, namorou, começou uma relação estável. Vocês moram juntos, saem juntos, fazem tudo juntos - suas personalidades estão grudadas, e é até difícil saber onde uma começa e a outra termina (como as colunas desta página, que representam a união absoluta, as das páginas anteriores, que representam a conexão entre duas pessoas, e as das próximas páginas, cujo significado você vai ver daqui a pouco). Uma situação extremamente rara: entre os mamíferos, apenas 3% das espécies são monogâmicas. Por que estamos entre elas? Há 3 milhões de anos, nossos ancestrais desceram das árvores e começaram a andar eretos. Um pequeno passo para o hominídeo, um grande salto para a humanidade e uma complicação danada para as fêmeas - que não conseguiam mais carregar os filhotes nas costas, como fazem os chimpanzés. Como não tinha jeito de colher raízes e se defender de leões e ao mesmo tempo segurar bebês nos braços, elas passaram a precisar da proteção e do sustento masculino. Para o homem, seria muito dispendioso alimentar e defender mais de uma mulher. Pronto: monogamia. Além disso, com o tempo, o cérebro humano foi ficando maior. E aí as mulheres passaram a ter dificuldades para dar à luz bebês tão cabeçudos por seu canal de parto estreito. A pélvis não podia crescer, ou os humanos não conseguiriam mais andar eretos. Algumas mulheres conseguiram parir filhotes mais imaturos, garantindo a continuidade da espécie. Mas significa que os bebês passaram a nascer ainda mais indefesos (um humano leva 18 anos para ficar adulto, 8 a mais que um filhote de chimpanzé) e dependentes da mãe. Aí, a natureza veio em socorro das mulheres estafadas. Criou o terceiro mecanismo cerebral do amor - o da ligação e do companheirismo. É um amor profundo, que deixa as pessoas calmas e seguras. Foi ele que possibilitou a criação das famílias - e fez nossa espécie chegar aonde chegou. E tem várias vantagens biológicas, como estender a vida do homem em 7 anos e a da mulher em 2 (ele porque passa a se alimentar melhor, e ela porque fica mais rica ao incorporar a renda do marido). Em suma: a rotina conjugal é boa. Mas tem uma consequência ruim - faz a testosterona despencar. Foi essa a conclusão de um estudo da Universidade Harvard, que analisou os níveis hormonais de 58 homens. Sem testosterona, os casais vão perdendo a vontade de sexo. E é aí que os problemas começam. Sem o mesmo encantamento de quando estavam apaixonadas, as pessoas ficam menos tolerantes, e começam a ver o outro como ele realmente é.
SILÊNCIO HORMONAL
Após o nascimento do primeiro filho, o nível de testosterona no homem cai até 33%. E atividades como brincar com a criança ou abraçar a mulher fazem com que caia ainda mais. É um mecanismo criado pela evolução para que o macho sossegue - e ajude a criar o filhote.



E aqueles casais que estão juntos há décadas e ainda se dizem apaixonados? Cientistas dos EUA monitoraram o cérebro de pessoas nessa situação e constataram que as áreas do cérebro relacionadas à paixão e ao romance realmente se acendiam quando elas pensavam na pessoa amada. A paixão pode, sim, durar para sempre. Mas isso só acontece com algumas pessoas - e ninguém sabe por quê. O fato é que, para a maioria, a paixão diminui com o tempo. E isso faz sentido. Seria difícil cuidar dos filhos e tocar a vida atordoado por aquela intensidade do início de romance. Mas como fazer a relação dar certo? Existem as recomendações que você já conhece (ter bom humor, não brigar por bobagens etc.). Tudo isso funciona. Mas só se você adotar a postura correta - que nem sempre é a mais óbvia. Um estudo da Universidade da Califórnia revelou que na Índia, onde 95% dos casamentos são arranjados, os casais têm níveis mais altos de satisfação e amor do que no Ocidente. É porque começam a relação sem esperar grande coisa: o amor nasce pequeno e cresce com o tempo. Aqui, ao contrário, jogamos toda a esperança do mundo nos ombros da pessoa amada, e o amor inevitavelmente vai diminuindo. O certo é não alimentar expectativas. Também tenha o hábito de ficar um pouco longe da outra pessoa, pois isso atiça o sistema de recompensa do cérebro. "A expectativa da recompensa é quase mais prazerosa que a recompensa em si", afirma o neurologista Semir Zeki. E tome cuidado com o excesso de familiaridade. Um estudo feito nos anos 70 com crianças israelenses criadas juntas num kibutz constatou que os meninos e as meninas se tornaram grandes amigos depois de adultos. Mas nenhum deles se casou: foi impossível sentir desejo por alguém tão familiar. O desejo está no que é novo. Falando nisso, não se acanhe. "A pornografia aumenta os níveis de testosterona", afirma a antropóloga Helen Fisher. Ela recomenda que os homens acessem sites eróticos. Seja como for, não se acomode. A evolução percorreu milhões de anos para que vocês pudessem estar juntos. Aproveite a felicidade a dois - que, segundo um estudo feito na Inglaterra, tem o auge aos 2 anos e 11 meses de relacionamento. A cizânia começa na próxima página.

O AMOR


Amor - O Início
Você perde o sono, a fome, sobe às nuvens e sente a vida virar de ponta-cabeça. Mas o que, afinal, faz com que uma pessoa se apaixone por outra?
por Jeanne Callegari




"Quer viver um grande amor? Pergunte-me como." Parece uma promessa de charlatão - afinal, não existe nada mais imprevisível que a paixão, certo? Milhões de palavras foram gastas, ao longo dos séculos, para descrever os mistérios dela. Do matemático Blaise Pascal ("o coração tem razões que a própria razão desconhece") ao físico Albert Einstein ("como a ciência poderia explicar um fenômeno tão importante como o amor?"), todas as maiores mentes da humanidade se declararam impotentes frente aos mistérios e caprichos da paixão. Elas estavam erradas. A ciência está começando a descobrir que existe, sim, lógica no amor. E, quem sabe, até uma fórmula. Matemáticos da Universidade de Genebra estudaram 1 074 casamentos, analisando diversas características dos cônjuges, e chegaram a uma fórmula do que seria o par ideal - com maior taxa de felicidade e menor risco de separação. A mulher deve ser 5 anos mais jovem e 27% mais inteligente do que o homem (o ideal é que ela tenha um diploma universitário, e ele não). E é preciso experimentar bastante antes de decidir: uma análise feita pelos estatísticos John Gilbert e Frederick Mosteller, da Universidade Harvard, apontou que, se você se relacionar com 100 pessoas durante a vida, suas chances de encontrar o par ideal só chegam ao auge na 38ª relação. Faça tudo isso e você será premiado com 57% mais chance de ser feliz. Mas, se você achou essas condições meio sem sentido, ou no mínimo difíceis de seguir, acertou. As conclusões são puramente estatísticas, ou seja, projetam um cenário ideal e não levam em conta as decisões que as pessoas realmente tomam: praticamente todos os casais estudados pelos cientistas suíços (para ser mais exato, 99,81%) não viviam seguindo à risca a fórmula. Afinal, as pessoas não são equações. São uma pilha de neurotransmissores, hormônios - e experiências.

Imagine que você está numa festa. Muita gente interessante, troca de olhares, azaração. Na dança do acasalamento humano, os homens dão mais valor à beleza e à juventude - e as mulheres estão mais preocupadas com o nível socioeconômico do parceiro (sim, isso inclui dinheiro). Você provavelmente já sabe disso. É universal. "Num levantamento que fizemos com 10 mil pessoas, em 37 países, essas diferenças sempre se mantiveram - independentemente de local, habitat, sistema cultural ou tipo de casamento", afirma o psicólogo evolutivo David Buss, da Universidade do Texas, em seu livro A Evolução do Desejo. O que você não sabe é que essa diferença não é um clichê sexista - tem uma explicação cerebral. Quando o homem olha uma foto de sua mulher ou namorada, sua atividade cerebral se concentra nas áreas de processamento visual - como a área fusiforme, que processa as imagens de rostos. Já quando a mulher vê o homem, aciona circuitos relacionados a memória, atenção e motivação - como o corpo do núcleo caudato e do septo. Conclusão: para as mulheres, a beleza realmente não é o principal.

Ela é importante. Mas não é um objetivo em si; é um instrumento que a mulher usa para descobrir mais sobre o homem. Um estudo da Universidade de Michigan comprovou que, quando estão cogitando ficar ou ter um caso passageiro, as mulheres costumam preferir homens de traços bem marcados, masculinos. Mas, na hora de pensar numa relação séria, optam pelos que têm traços mais delicados. Isso acontece porque os homens de traços duros costumam ser saudáveis e passar genes de boa qualidade para os descendentes - e por isso são considerados instintivamente atraentes pela mulher. Mas eles também geralmente têm mais testosterona - hormônio que aumenta a propensão à violência e à infidelidade.

OS SEMELHANTES SE ATRAEM
Em 68% dos relacionamentos sérios (e 53% dos passageiros), as pessoas são apresentadas por um conhecido. Cerca de 60% dos romances surgem em ambientes semiprivados, como escola, trabalho ou uma festa - lugares onde a afinidade entre as pessoas é naturalmente maior. Só 10% dos romances se originam em bares e baladas.

COISA DE PELE
Homens e mulheres preferem o odor de pessoas cujo sistema imunológico seja complementar ao deles (o que ajuda a gerar descendentes saudáveis). Mas cuidado com a pílula anticoncepcional: ela pode distorcer essa comunicação olfativa, fazendo a mulher perder a capacidade de reconhecer o que a atrai.

PAIXÃO = AVENTURA
Quer fazer o romance engatar? Procure fazer coisas novas e/ou excitantes junto com a outra pessoa - como viajar ou andar de montanha- russa. É sério. Esse tipo de atividade eleva o nível de dopamina no cérebro, ativando os mecanismos relacionados à paixão.


Ou seja: os machões não são bons pares. E parecem estar saindo de moda. Pesquisadores da Universidade de Stirling, na Escócia, apresentaram uma série de fotos de homens para 4 791 mulheres de 30 países, entre eles o Brasil. E descobriram o seguinte: quanto melhor o sistema de saúde de um país, mais as mulheres preferem homens com traços femininos. Isso acontece porque, existindo menos doenças, as mulheres não dependem tanto de genes superfortes (presentes nos machões) para gerar descendentes saudáveis. E passam a preferir homens com rosto delicado. Mas o Brasil, caso você esteja se perguntando, ficou em último lugar no estudo - nossas mulheres, junto com as mexicanas, são as que mais preferem homens com cara de machão (Bélgica e Suécia, por outro lado, são o paraíso para os homens delicados). "Homens muito atraentes costumam ir atrás da estratégia de reprodução mais conveniente para eles: as relações de curto prazo. Já os mais femininos tendem a ser melhores provedores", afirmou a psicóloga Lise DeBruine, autora do estudo, ao jornal inglês Guardian.

Seja como for, um pouquinho de feiúra pode até ajudar o homem. Um estudo feito em 2008 pela Universidade do Tennessee avaliou 82 casais e descobriu que, quando a mulher é linda e o homem apenas razoável, o casal se comporta de forma mais positiva, com mais harmonia e companheirismo. A tese é que, como o homem está recebendo algo que valoriza muito, a beleza, ele dá duro para manter o relacionamento - o que acaba melhorando seu convívio com a mulher.

CHEGUE MAIS PERTO
Vocês se olharam, se interessaram, alguém tomou a iniciativa de ir falar com o outro. Antes mesmo de abrirem a boca, seus corpos já começaram a se comunicar. Sabe quando as pessoas dizem que "bateu uma coisa de pele"? Isso realmente existe. E tem fundamento científico. Preferimos pessoas cujo sistema imunológico seja complementar ao nosso, com quem possamos gerar descendentes geneticamente mais variados, com maior capacidade de resistir a doenças. E, como ninguém tem placa na testa dizendo qual tipo de sistema imunológico tem, o jeito que o corpo inventou de perceber e comunicar isso foi o cheiro.

Ok, o cheiro combinou e vocês partiram para a conversa - que pode ou não dar certo. O que precisa acontecer para que ela não acabe num silêncio constrangedor depois de 10 minutos? Sua história pessoal, os valores da família, da comunidade, as relações que já viveu, tudo isso ajuda a moldar o que você espera das pessoas - principalmente aquelas com as quais pretende ter algum tipo de relacionamento amoroso. "Enquanto crescemos, vamos criando um conceito da pessoa por quem iremos nos apaixonar, baseado nos exemplos que encontramos por aí. E os parceiros que encontramos podem corresponder a essa expectativa ou não", explica Semir Zeki, neurologista da University College London e autor de estudos sobre o cérebro das pessoas apaixonadas. Existem muitos testes que ajudam a descobrir qual é o seu tipo de personalidade e saber quais outros combinam com ele (em super.abril.com.br/revista/teste-do-amor você encontra um teste baseado nas conclusões da americana Helen Fisher, antropóloga da Universidade Rutgers e uma das maiores especialistas do mundo nas relações entre amor e cérebro).

Mas o que vai acontecer daqui para a frente no relacionamento tem mais a ver com a dança de hormônios dentro da sua cabeça. Ou você já viu alguém tomar racionalmente a decisão de se apaixonar? A natureza criou 3 mecanismos cerebrais que controlam o amor nos seres humanos: luxúria, paixão/romance e ligação. O mecanismo da luxúria (desejo sexual) está ligado à quantidade do hormônio testosterona - tanto em homens quanto em mulheres. Já o impulso da paixão e do romance é alimentado pela dopamina. E o terceiro sistema, da ligação e do companheirismo, é alimentado pela ocitocina (na mulher) e pela vasopressina (no homem). Os 3 sistemas são independentes. Ou seja: uma mulher pode amar o marido, estar apaixonada pelo vizinho e sentir atração pelo Johnny Depp, tudo ao mesmo tempo. Uma confusão só. "É como se houvesse uma reunião de comitê na sua cabeça", brinca Helen Fisher. E, para complicar ainda mais as coisas, esses sistemas interferem uns com os outros. Uma coisa leva a outra, principalmente quando as pessoas vão para a cama. O sexo pode aumentar os níveis de dopamina - que provoca paixão e romance. E o orgasmo provoca a descarga de ocitocina e vasopressina - os hormônios da ligação. É por isso que, biologicamente, não existe sexo 100% sem compromisso. Você sempre corre o risco de acabar se apaixonando por alguém com quem não tinha intenção de se envolver.

E assim foi para vocês. A noite foi incrível, e parece que a paixão está começando a rolar. Como ter certeza? É fácil. Você vai ficar meio aéreo, passar a comer e dormir menos e ficar horas e horas pensando na pessoa amada - um comportamento compulsivo, similar ao dos viciados em drogas. É isso mesmo: o neurotransmissor da paixão, a dopamina, é o mesmo envolvido nos casos de dependência química. E mexe com uma parte muito profunda do cérebro: o núcleo accumbens, que controla o sistema de recompensa - mecanismo que faz o indivíduo buscar coisas prazerosas (como comida, sexo ou amor). Ele tem uma influência incrivelmente forte sobre nós. "O sistema de recompensa avisa o cérebro sempre que uma coisa boa está para acontecer. Ficamos altamente motivados, antecipando o prazer que virá", diz Suzana Herculano-Houzel, neurologista da UFRJ e autora do livro Sexo, Drogas, Rock`n`roll... & Chocolate - O Cérebro e os Prazeres da Vida Cotidiana.

A partir de agora, sua felicidade depende da outra pessoa. Se ela telefona ou manda um e-mail, você vai ao paraíso. Quando ela some, você vive uma agonia lenta, desesperada. Se você está sentindo tudo isso, comemore. Está apaixonado.

Injeção feita de vírus pode ajudar no tratamento de câncer, diz estudo

Um vírus inofensivo encontrado nos sistemas respiratório e gástrico pode ser uma nova arma para auxiliar os tratamentos por radioterapia mesmo em cânceres em estágio avançado, segundo indica um estudo de pesquisadores britânicos.

Segundo a pesquisa, publicada na última edição da revista especializada Clinical Cancer Research, os tumores tratados com o reovírus em conjunção com radioterapia pararam de crescer ou diminuíram de tamanho em todos os casos analisados.

Os 23 pacientes estudados tinham tumores de diferentes tipos, incluindo cânceres de pulmão, intestino, ovário e pele.

Todos eles tinham parado de responder positivamente aos tratamentos tradicionais, mas ainda eram capazes de ter um alívio para a dor com o tratamento por radioterapia.

Durante o estudo, eles receberam entre duas e seis injeções com doses crescentes da droga Reolysin, produzida com partículas do reovírus, para acompanhar a radioterapia.

Segurança

O principal objetivo do estudo era testar a segurança do tratamento, mas os pesquisadores também mediram o comportamento dos tumores de 14 dos pacientes.

Segundo os pesquisadores, os tumores de todos eles pararam de crescer ou diminuíram com o tratamento.

Entre os pacientes que receberam doses baixas de radioterapia, dois tiveram os tumores reduzidos e cinco pararam de crescer. Entre os que receberam doses altas, cinco tiveram os tumores reduzidos e os demais viram a interrupção do avanço da doença.

Um paciente tinha um grande tumor na glândula salivar que diminuiu de tamanho o suficiente para ser retirado cirurgicamente.

Outro paciente com uma forma agressiva de câncer de pele que havia sido considerado próximo à morte permanecia vivo 17 meses após o início do tratamento alternativo.

Segundo os pesquisadores, os efeitos colaterais do tratamento foram leves e típicos de pacientes que recebem tratamento por radioterapia sozinho.

“A ausência de qualquer efeito colateral significativo neste estudo é extremamente tranquilizadora sobre testes futuros em pacientes que recebam tratamento por radioterapia com o objetivo de curar seu câncer”, afirma o coordenador do estudo, Kevin Harrington, do Instituto de Pesquisas sobre Câncer, de Londres.

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