ormir de sete a oito horas por dia é
a média considerada ideal por organizações mundiais de saúde. Mas boa
parte da população não consegue.
Dados do Centro de Controle e
Prevenção de Doenças dos EUA (CDC) mostram, por exemplo, que um em cada
três adultos americanos não dorme o suficiente.
Um estudo publicado na revista Science Advances
mostrou ainda que os brasileiros estão entre aqueles com as noites mais
curtas de sono do mundo: dormimos uma média de 7h36m por noite - mais
horas apenas do que japoneses e cingapurianos.
O especialista em sono Nathaniel Kleitman, da Universidade de
Chicago (EUA), criou um teste simples que qualquer um pode tentar em
casa para saber se tem déficit de sono.
Kleitman apresentou a técnica no documentário The Truth About Sleep (A verdade sobre o sono, em tradução livre), apresentado pelo médico britânico Michael Mosley, do programa da BBC Trust me, I'm a doctor.
Como fazer o teste
O
teste ajuda a medir a duração do período de latência - o intervalo
entre estar acordado e cair no sono. Ele deve ser feito nas primeiras
horas da tarde, com a ajuda de uma colher e uma bandeja de metal.
Você
deve se deitar num quarto silencioso e escuro e segurar uma colher na
mão na beira da cama. Logo abaixo, no chão, deve colocar uma bandeja de
metal.
Então, marque o horário antes de fechar os olhos. Ao dormir, a
colher deve cair e bater na bandeja, provocando um ruído que irá
despertá-lo.
Quando isso acontecer, você deve voltar a olhar para o relógio e ver quanto tempo se passou.
- Se você dormir antes de cinco minutos depois de fechar os olhos, isso quer dizer que você tem um sério déficit de sono.
- Se ocorrer em dez minutos, é um sinal de "certa falta de sono".
- Se ficar acordado por ao menos 15 minutos, significa estar dormindo o suficiente.
Uma versão mais simples do teste seria programar um alarme de 15 minutos e notar se você dorme nesse período.
A importância de dormir bem
O sono afeta nossa memória e como lidamos como nossas emoções.
Durante
a etapa de sono profundo, o cérebro se ocupa de transformar a memória
de curto prazo em lembranças de longo prazo, explica Mosley. Assim,
cria-se mais espaço para a memória de curto prazo do dia seguinte.
E
a fase do sono REM (sigla em inglês para a expressão "movimento rápido
dos olhos"), explica o médico, é o único momento em que eliminamos do
cérebro uma substância relacionada com o estresse, a noradrenalina.
Isso
nos permite manter a calma enquanto nosso cérebro processa as
atividades do dia, ajudando-nos a assimilar as experiências emocionais
que vivemos.
Se não conseguir ter horas suficientes de sono REM, seu cérebro
não terá tempo suficiente para processar as emoções, diz Mosley, o que
explicaria por que nos sentimos estressados e ansiosos quando temos
falta de sono.
A falta de sono, além disso, tem um efeito devastador sobre o controle de açúcar no sangue.
Há
estudos que mostram que os adultos que dormem em média menos de sete
horas por dia duplicam o risco de desenvolver diabetes tipo 2, enquanto o
risco é cinco vezes maior para quem dorme menos de cinco horas.
http://www.bbc.com/portuguese/geral-39848416
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