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11 de abr. de 2010

Paixão

O ENCÉFALO, OS NEUROTRANSMISSORES E A PAIXÃO
O chamado diencéfalo ou cérebro primitivo, comum a todos os mamíferos, intervém, através do hipotálamo, no desejo, no interesse sexual e também recolhe as informações que chegam do exterior e dos hormônios, controlando-os e dando as respostas da excitação sexual, ejaculação, sensações de prazer e regulando as respostas emocionais e afetivas no comportamento sexual.
O sistema límbico discrimina e seleciona os estímulos, reconhecendo os sinais de saciedade (estar satisfeito) e inibindo o comportamento sexual.
A nossa sexualidade apresenta-se não apenas em nível dos estímulos (visuais,fantasias ,etc) ,como também na participação muito importante da emoção e sobretudo na aprendizagem. Algumas partes do nosso cérebro relacionam o ambiente e a cultura às nossas respostas sexuais. O resultado pode ter maior ou menor eficácia dando aos parceiros, maior ou menor prazer.
Razão, fantasia, emoção e aprendizagem se misturam em nosso cérebro dando respostas curiosas no dia a dia sexual do ser humano.
Os neurotransmissores cumprem uma função indispensável na ativação do impulso sexual, como por exemplo, quando as carícias e beijos levam a lubrificação vaginal e à ereção peniana.
Os cientistas conhecem a feniletilamina (um dos mais simples neurotransmissores) há cerca de 100 anos, mas só recentemente começaram a associá-la à paixão. Ela é uma molécula natural semelhante à anfetamina e suspeita-se que sua produção no cérebro possa ser desencadeada por eventos tão simples como uma troca de olhares ou um aperto de mãos.
O “affair” da feniletilamina com a paixão teve início com uma teoria proposta pelos médicos Donald F. Klein e Michael Lebowitz, do Instituto Psiquiátrico Estadual de Nova Iorque. Eles sugeriram que o cérebro de uma pessoa apaixonada continha grandes quantidades de feniletilamina, e que esta substância poderia responder, em grande parte, pelas sensações e modificações fisiológicas que experimentamos quando estamos apaixonados.
PAIXÃO X TEMPO
Existe um limite de tempo para homens e mulheres sentirem os arroubos da paixão? Segundo a professora Cindy Hazan, da Universidade Cornell de Nova Iorque, sim. Ela diz: "seres humanos são biologicamente programados para se sentirem apaixonados durante 18 a 30 meses". Ela entrevistou e testou 5.000 pessoas de 37 culturas diferentes e descobriu que a paixão possui um "tempo de vida" longo o suficiente para que o casal se conheça, copule e produza uma criança.
A pesquisadora identificou algumas substâncias responsáveis pelo amor-paixão: dopamina, feniletilamina e ocitocina. Estes produtos químicos são todos relativamente comuns no corpo humano, mas são encontrados juntos apenas durante as fases iniciais do flerte. Ainda assim, com o tempo, o organismo vai se tornando resistente aos seus efeitos - e toda a "loucura" da paixão desvanece gradualmente - a fase de atração não dura para sempre. O casal, então, se vê frente a uma dicotomia: ou se separa ou habitua-se a manifestações mais brandas de amor - companheirismo, afeto e tolerância, e permanece junto. "Isto é especialmente verdadeiro quando filhos estão envolvidos na relação", diz a Dra. Hazan.
Os homens parecem ser mais susceptíveis à ação dessas substâncias. Eles se apaixonam mais rápida e facilmente que as mulheres. E a Dra. Hazan é categórica quanto ao que leva um casal a se apaixonar e reproduzir: "graças à intensidade da ilusão romanceada, achamos que escolhemos nossos parceiros; mas a verdade é conhecida até mesmo pelos zeladores dos zoológicos: a maneira mais confiável de se fazer com que um casal de qualquer espécie reproduza é mantê-los em um mesmo espaço durante algum tempo".
Com base em outras pesquisas desenvolvidas pela Dra. Helen Fisher, antropologista da Universidade Rutgers e autora do livro The Anatomy of Love, pode-se fazer um quadro com as várias manifestações e fases do amor e suas relações com diferentes substâncias químicas no corpo:
Manifestação
Conceito
Substância mais associada
Luxúria
Desejo ardente por sexo
Testosterona (aumento da libido – desejo sexual)
Atração
Amor no estágio de euforia, envolvimento emocional e romance
Altos níveis de dopamina e norepinefrina (noradrenalina): ligadas à inconstância, exaltação, euforia, e a falta de sono e de apetite.
Baixos níveis de serotonina: tendo em vista a ação da serotonina na diminuição de fatores liberadores de gonadotrofinas pela hipófise, quanto mais serotonina menos hormônio sexual.
Ligação
Atração que evolui para uma relação calma, duradoura e segura.
Ocitocina (associada ao aumento do desejo sexual, orgasmo e bem-estar geral) e vasopressina (ADH), associada à regulação cardiovascular, atuando no controle da pressão sangüínea.
OS SENTIDOS E A PAIXÃO

VISÃO
A visão é, provavelmente, a fonte de estimulação sexual mais importante que existe.
No homem, existem numerosos estímulos visuais envolvidos na atração sexual, que vão muito além da visão dos genitais do sexo oposto. A forma de mover-se, um olhar, um gesto, inclusive a forma de vestir-se, são estímulos que, enquanto potencializam a capacidade de imaginação do ser humano, podem resultar mais atraentes que a contemplação pura e simples de um corpo nu.
Segundo o neurobiólogo James Old, o amor entra pelos olhos.

Imaginemos duas pessoas que não se conhecem e se encontram em uma festa:
è Ambos se olham e imediatamente se avaliam, o que ativa neocórtex, especializado em selecionar e avaliar.
è O primeiro nível de avaliação de ambos será o biológico (tem orelhas, duas pernas etc) e enfim, geneticamente saudável.
è Depois a análise continua por padrões baseados na experiência de cada um: tipos físicos reforçados como positivos pelos pais, amigos e meios de comunicação.
è Simultaneamente se avaliam dentro de seu tempo e cultura: numa sociedade propensa a sucumbir a pragas e escassez de alimentos, mulheres mais cheinhas eram sinônimo de saúde e fortaleza.
Elas são mais seletivas
O neurobiólogo aponta que no caso feminino também existe um fator adicional e mais abstrato: o poder (também ocorrem mudanças com o tempo e cultura)
Segundo o pesquisador, como as mulheres geneticamente têm menos oportunidades para procriar (o número de gametas femininos é menor do que o de espermatozóides), elas buscam no selecionado a capacidade de prover e proteger seus filhos.
AUDIÇÃO
No homem, a aparição da linguagem representa um passo muito mais avançado como meio de solicitação sexual. Em praticamente todas as sociedades humanas, o uso de frases e canções amorosas constitui uma das preliminares mais habituais. Libertado o cérebro da carga social, uma frase erótica, sussurrada ao ouvido, pode resultar tão incitadora quanto um bramido de elefante na imensidão da selva.
De acordo com investigações do Krasnow Institute for Advanced Study of George Mason University, não só as primeiras palavras, mas também os tons de voz deverão responder aos padrões de saúde e genética desejados na escolha do(a) parceiro(a).
TATO: a pele com a qual amamos
A superfície do corpo humano, com aproximadamente dois metros quadrados de extensão é, poderíamos dizer, o maior órgão sexual do homem. Mais do que simplesmente um dos sentidos, o tato é a resultante de muitos ingredientes: sensibilidades superficiais (epidérmicas e dérmicas), profundas - como a proprioceptiva, ligada a movimento -, vontade de explorar e atividade motora, emoções, memória, imaginação.
Existem cerca de cinco milhões de receptores do tato na pele - as pontas dos dedos tem uns 3.000 que enviam impulsos nervosos ao cérebro através da medula. O tato é provavelmente o mais primitivo dos sentidos. É a mais elementar, talvez a mais predominante experiência do ser humano, mesmo naquele que ainda não chegou a nascer. O bebê explora o mundo pelo tato. Assim, descobre onde termina seu corpo e onde começa o mundo exterior. Esse sentido é seu primeiro guia.

Imagem: BEAR, M.F., CONNORS, B.W. & PARADISO, M.A. Neurociências – Desvendando o Sistema Nervoso. Porto Alegre 2ª ed, Artmed Editora, 2002.
O sentido do tato proporciona um contato imediato com os objetos percebidos e, na relação humana, é uma experiência inevitavelmente recíproca: pele contra a pele provoca imediatamente um nível de conhecimento mútuo. Na relação com o outro, não é possível experimentá-la.

Imagem: BEAR, M.F., CONNORS, B.W. & PARADISO, M.A. Neurociências – Desvendando o Sistema Nervoso. Porto Alegre 2ª ed, Artmed Editora, 2002.
Encontramos homens com problemas sexuais que não beijam, não abraçam e nem acariciam sua parceira. Para quê? Pensam eles. Este modelo de comportamento impede que muitos casais desfrutem do prazer que pode proporcionar o simples fato de dar e receber carícias.
A estimulação tátil é uma necessidade básica, tão importante para o desenvolvimento como os alimentos, as roupas, etc.. O contato físico é a forma de comunicação mais íntima e intensa dos seres humanos, segundo alguns estudos, até os mais insignificantes contatos físicos tem notáveis efeitos.
Nós realmente "sentimos com o olho da mente" - Uma região do cérebro envolvida no processamento do sentido da visão é também necessária para o sentido do tato. Resultados da Universidade de Emory, que confirmam o papel do córtex visual na percepção táctil (toque), foram publicados na edição da revista Nature de 06/10/1999.
As conclusões do estudo são relevantes para o entendimento de não apenas como o cérebro normalmente processa a informação sensorial, "mas também como o processamento é alterado em condições como cegueira, surdez ou torpor e, principalmente, para melhoria dos métodos de comunicação em indivíduos que sofrem de tais desordens", de acordo com Krishnankutty Sathian, Ph.D.
Até recentemente, cientistas acreditavam que regiões separadas do cérebro processavam a informação advinda de vários sentidos. Essa idéia está sendo, agora, desafiada. As descobertas recentes de que o córtex visual de deficientes visuais é ativado durante a leitura em Braille não são tão surpreendentes se apreciadas por este contexto. Os resultados obtidos pelo grupo de pesquisa demonstram que uma região do córtex cerebral, associada à visão, é ativada quando os humanos tentam distinguir a orientação através do tato.
Juntamente aos depoimentos subjetivos da imagem visual e a ativação cortical parieto-occiptal associada, as descobertas levam a crer que o processamento visual facilita a discriminação tátil normal de orientação. Isso, provavelmente, está relacionado ao fato de que geralmente confiamos no sistema visual para nos orientarmos.
PALADAR
Desde muito cedo, a boca é a primeira fonte de prazer. Com 16 semanas de vida, além de fazer caretas, levantar as sobrancelhas e coçar a cabeça, as papilas gustativas já estão desenvolvidas. A experiência tem demonstrado que o feto faz careta e para de engolir quando uma gota de substância amarga é colocada no líquido amniótico. Por outro lado, uma substância doce provoca a aceleração dos movimentos de sucção e deglutição.
Aliás, o prazer do paladar continua na fase em que o bebê se amamenta através do mamilo da sua mãe. Daí para frente, o paladar fica cada vez mais apurado.
A boca é uma das partes que compõem o rosto de qualquer pessoa. Quanto a isto, não restam margem para dúvidas. Mas o que se calhar não sabe, é que a zona bocal é a última parte a adquirir todas as formas e recortes finais, embora seja a primeira a sentir as emoções iniciais da vivência.
A língua é a base de todo o paladar e a boca é uma das partes mais sensíveis do corpo e mais versáteis. Um beijo combina os três sentidos de tato, paladar e olfato. Favorece o aparelho circulatório, aumenta de 70 para 150 os batimentos do coração e beneficia a oxigenação do sangue. Sem esquecer que o beijo estimula a liberação de hormônios que causam bem-estar. Detalhe: na troca de saliva, a boca é invadida por cerca de 250 bactérias, 9 miligramas de água, 18 de substâncias orgânicas, 7 decigramas de albumina, 711 miligramas de materiais gordurosos e 45 miligramas de sais minerais. As terminações nervosas reagem ao estímulo erótico e promovem uma reação em cadeia. Ao mesmo tempo, as células olfativas do nariz – mais próximas da boca – permitem tocar, cheirar e degustar o outro.
OLFATO
O amor não começa quando os olhares se encontram, mas sim um pouco mais embaixo, no nariz. "Há circuitos que vão do olfato até o cérebro e levam uma mensagem muito clara: sexo", explica Maria Rosa García Medina, especialista em sentidos químicos do Laboratório de Pesquisas Sensoriais do Conselho Nacional de Pesquisas Científicas e Técnicas (Conicet), da Argentina.
Alguns pesquisadores afirmam que exalamos continuamente, pelos bilhões de poros na pele e até mesmo pelo hálito, produtos químicos voláteis chamados ferormônios.
Estudos têm demonstrado que a maior parte das espécies de vertebrados tem um órgão situado na cavidade nasal denominado órgão vomeronasal (OVN). A finalidade do OVN parece ser exclusivamente a de detectar sinais químicos – os ferormônios - envolvidos no comportamento sexual e de marcação de território.
Atualmente, existem evidências intrigantes e controvertidas de que os seres humanos podem se comunicar com sinais bioquímicos inconscientes. Os que defendem a existência dos ferormônios baseiam-se em evidências mostrando a presença e a utilização de ferormônios por espécies tão diversas como borboletas, formigas, lobos, elefantes e pequenos símios. Os ferormônios podem sinalizar interesses sexuais, situações de perigo e outros.
Os defensores da Teoria dos Ferormônios vão ainda mais longe: dizem que o "amor à primeira vista" é a maior prova da existência destas substâncias controvertidas. Os ferormônios – atestam – produzem reações químicas que resultam em sensações prazerosas. À medida em que vamos nos tornando dependentes, a cada ausência mais prolongada nos dizemos "apaixonados" – a ansiedade da paixão, então, seria o sintoma mais pertinente da Síndrome de Abstinência de Ferormônios.
Com ou sem ferormônios, é fato que a sensação de "amor à primeira vista" relaciona-se significativamente a grandes quantidades de feniletilamina, dopamina e norepinefrina no organismo. E voltamos à questão inicial: até que ponto a paixão é simplesmente uma reação química?
Um tradicional exemplo do estreito vínculo entre olfato e desejo é a síndrome de Kalman, um quadro genético de alteração hormonal que prejudica a puberdade e que está acompanhado por uma ausência congênita do olfato. Com a ajuda de tratamento, esses pacientes chegam a ter níveis normais de hormônios, mas não recuperam o olfato e isso têm efeitos diretos em sua vida afetiva.
O laboratório canadense Pheromone Sciences Corp. isolou e caracterizou os diversos ferormônios extraídos do suor. Uma primeira pesquisa revelou que o composto pode estimular a libido em homens e mulheres. Os pesquisadores esperam que, em um futuro não muito distante, esse derivado de ferormônios possa servir como tratamento efetivo e seguro para determinadas disfunções sexuais. Inclusive como complemento de remédios como o Viagra.
"Alguns derivados dos ferormônios já são usados para casos de frigidez feminina e ajudam na primeira etapa da sexualidade, que é o desejo", afirma García Medina. "Isso pode ter um grande potencial em outros tipos de disfunções sexuais, mas ao mesmo tempo, reacende questões éticas: É lícito interferir dessa forma no comportamento de uma pessoa?"
Não há duas pessoas que possuam exatamente o mesmo cheiro, embora haja algumas semelhanças entre membros de uma mesma etnia. O odor corporal é fortemente influenciado pelo tipo de alimentação e influencia nossas preferências por certos aromas. Pessoas que gostam de comidas muito temperadas também preferem fragrâncias fortes e penetrantes, como as que contêm patchuli, sândalo ou gengibre. Aquelas que consomem mais laticínios preferem fragrâncias florais, como lavanda e néroli (flor de laranjeira). A alimentação branda porém saudável dos japoneses, baseada principalmente em peixes, verduras e arroz, em conjunto com os banhos freqüentes e meticulosos, é uma das razões pelas quais seu odor corporal é praticamente inexistente, ao menos para o olfato de outras etnias. Os japoneses são atraídos por fragrâncias delicadas. E, enquanto os esquimós são tidos como tendo cheiro de peixe e os africanos cheiro de amoníaco, o resto do mundo concorda que o cheiro azedo dos europeus é o mais nauseante (neste caso não seria pela conhecida carência de banho?).
Há duas décadas atrás, cientistas europeus conseguiram reproduzir os ferormônios em laboratório. Alguns anos mais tarde, empresários americanos compraram a fórmula, fabricaram o produto em quantidades industriais e o engarrafaram em belos vidrinhos. Agora, os tais ferormônios estão à venda na Internet. O representante brasileiro do perfume americano The Scent promete: "É garantido! Você vai conquistar a mulher dos seus sonhos pelo cheiro". No site da empresa, o extrato de ferormônios é promovido como um "afrodisíaco natural", uma "química revolucionária", um "grande segredo vindo da natureza"; em síntese: "um estimulante sexual da mulher", que foi "inteligentemente mascarado como uma colônia masculina". Segundo seus fabricantes, este produto mágico age diretamente no subconsciente da mulher, despertando seu desejo sexual sem que ela saiba o porquê de se sentir loucamente atraída pelo galã perfumado. Mesmo sem explicações válidas, o site jura que "ela ficará totalmente a sua mercê". Ficou curioso? As belas promessas continuam: "você usa, é invisível, não tem cheiro, ninguém ficará sabendo, só você. É a ciência médica interferindo na nossa vida sexual, uma arma que ajudará nas suas conquistas". Segundo os responsáveis pelo produto, o sujeito que utilizar a poderosa colônia atrairá todos os olhares femininos, gerando "mais contatos imediatos e, sem dúvida, uma vida sexual mais ativa do que poderia um dia imaginar, não importa a sua aparência, não importa o nível social. Onde quer que você esteja, passará a chamar muita atenção, como um imã". Mas será que funcionam mesmo? Como você já deve ter percebido, o mesmo perfume ou loção após a barba, exala diversos cheiros em diferentes pessoas, especialmente naquelas do sexo oposto. À medida que a fragrância vaporiza e interage com nossa química própria, várias mudanças do aroma tornam-se perceptíveis.
Finalizando
Apesar de todas as pesquisas e descobertas, existe no ar uma sensação de que a evolução, por algum motivo, deu-se no sentido de que o amor não-associado à procriação surgisse – calcula-se que isto se deu há aproximadamente 10.000 anos. Os homens passaram realmente a amar as mulheres, e algumas destas passaram a olhar os homens como algo mais além de máquinas de proteção.
A despeito de todos os tubos de ensaio de sofisticados laboratórios e reações químicas e moléculas citoplasmáticas, afinal, deve haver algo mais entre o céu e a terra...
De qualquer forma, quando decidimos que temos química com alguém, o mais provável é que estejamos literalmente certos.
VOCÊ SABIA ???
1- Que o odor no homem é mais intenso que na mulher? Suas glândulas são mais ativas, fazendo com que “eles” transpirem duas vezes mais.
2- Que na etnia negra as glândulas sudoríparas são mais ativas para compensar o calor, mantendo a temperatura ideal do corpo?
3- Que o alho e a cebola interferem no odor da transpiração?

Para saber mais sobre o órgão vomeronasal leia: “O órgão vomeronasal e a atração sexual”.

Dicas

Antes de começar a estudar de qualquer jeito, precisamos fazer um planejamento criterioso. Seja franco consigo mesmo e escreva no papel quais as matérias em que você esteja muito fraco. Faça um traço forte debaixo das disciplinas mais críticas. Priorize o estudo dessas.
Dentro de cada disciplina, escreva por extenso os tópicos obscuros. Por exemplo: Física - movimentos balísticos, coeficiente de restituição, equilíbrio de corpos extensos e queda livre. Matemática: números complexos ou imaginários, matrizes, progressão geométrica, etc.
Se você sentir-se arrepiado escrevendo todos os tópicos desconhecidos, você estará no bom caminho. O medo é perfeitamente normal e nos obriga a tomar uma atitude. Ou estudamos os tópicos ou então vamos jogar videogame. A escolha é nossa. O futuro é nosso. Dá desespero citar por escrito tudo o que não sabemos? Claro que sim!
O que devemos fazer é aproveitar o medo para nos organizarmos. Após arrolar os tópicos pouco dominados, devemos estabelecer um horário flexível de estudo. O ideal é estudar todo dia, inclusive sábados, domingos e feriados. Decobri que umas seis horas de estudo para valer por dia é o suficiente para entrar na Universidade. Descobri também que o melhor horário para estudar é de manhã cedo, quando o telefone não toca e aquele vizinho que ouve rock'n'roll no último volume ainda está dormindo.
Estude no seu próprio ritmo, no conforto de sua casa.
No vestibular, podemos contar somente com a ajuda de Nosso Senhor e do anjo da guarda. Não existirão professores bacanas por perto. É por isso que aqueles estudantes solitários arrebentam a boca do balão nos vestibas: pelo simples fato de terem aprendido tudo sozinhos. É óbvio que um mestre age como um catalisador na obtenção do conhecimento. Sim, professores são importantes, mas não estarão lá para ajudá-lo na hora do aperto. Acostume-se a estudar somente com a companhia de Deus.
É chato estudar sozinho? Sim, às vezes. Mas é importante para ficarmos independentes e agüentar o tranco nos processos seletivos. O fato de estudar sozinho nos dá um controle emocional precioso para suportar a solidão na sala de exame. Vamo-nos acostumando a enfrentar tudo com coragem e determinação.
Quando estudar em casa, pense que você está na presença de Deus. Isso facilita as coisas. Deu certo para mim. Deu certo para outros. Sei que essa abordagem é fora do comum, inusitada. Mas é o que funciona. A solidão deve ser vista como uma companheira que nos vai colocar dentro daquela faculdade dos nossos sonhos. Associe mentalmente o período de estudo de madrugada a uma atividade prazerosa.
Estude sozinho em casa
Um último conselho: crie pastas para cada disciplina do vestibular. Crie pastas específicas para Física, História, Química, Geografia, Português, Inglês, Biologia e Matemática. Sempre que você encontrar algo interessante nos jornais que falem desses assuntos, recorte a reportagem, cole-a num papel com a data e o nome do jornal e armazene-a dentro da pasta apropriada. Algumas semanas antes do vestibular, releia com carinho as reportagens... Elas poderão servir de base para questões na prova... Pois é, os examinadores também lêem jornais..Por: Renato Amaral

Desnutrição



Baixo Peso - Segundo a Idade
A prevalência de baixo peso varia conforme a idade e atinge aproximadamente 1/4 dos brasileiros jovens (18-24 anos) (MS/INAN, 1991). Esta faixa de idade coincide com um dos períodos de maiores mudanças ao longo da vida, quando homens e mulheres assumem novos papéis de maior responsabilidade na sociedade e estas mudanças estão reconhecidamente associadas a maior stress, como por exemplo: maternidade, inserção no mercado de trabalho, constituição de família etc (PNSN, 1989). Em estudo anterior ((28)PNSN), ficou evidenciado o grande déficit de estatura apresentado pelos nossos jovens, consequência do crescimento deficiente ao longo de todo o período de crescimento. Neste estudo, verificou-se que uma importante parcela dos jovens brasileiros são também excessivamente magros.
A frequência do baixo peso diminui com a idade e tende a assumir os menores valores para a faixa etária dos 35 aos 44 anos. Para a população com 45 anos ou mais estas frequências voltam a subir apresentando um salto importante a partir dos 65 anos, para os dois sexos ) (MS/INAN, 1991).
A frequência do baixo peso entre homens se eleva a 20,7% no grupo dos idosos e, entre as mulheres, a prevalência chega a 17,0%. Em números absolutos, o País tem 1 milhão e 300 mil idosos com baixo peso (MS/INAN, 1991).
Consequências da carência de Ferro
A carência de ferro é denominada Anemia Ferropriva ou Anemia por Carência de Ferro. É uma deficiência nutricional grave que afeta grande parcela da população mundial de praticamente todos os estratos sociais. Crianças, gestantes, lactantes (mulheres que estão amamentando), meninas adolescentes e mulheres adultas em fase de reprodução são os grupos mais afetados pela doença, muito embora homens -adolescentes e adultos- e os idosos também possam ser afetados por ela.
A Anemia Ferropriva está associada a maior mortalidade entre mulheres parturientes e ao aumento do risco de nascimento de crianças prematuras e de crianças de baixo peso ao nascer. Alguns estudos relatam a queda de produtividade dos trabalhadores como estando associada a Anemia Ferropriva.
A Anemia Ferropriva e a deficiência de ferro influenciam a resistência dos indivíduos às infecções. Existe uma maior propensão às infecções e maior mortalidade entre crianças com deficiência de Ferro. Além de alguns estudos revelarem atrasos no crescimento.
Baixo Peso - Segundo a Renda
Entre os jovens, a renda parece não atuar de forma muito significativa como determinante do baixo peso. As frequências encontradas diminuem com aumento da renda, mas de forma pouco marcante. Entre os jovens com renda domiciliar mensal per capita inferior a 0,5 salário-mínimo, aproximadamente um em cada 4 apresenta baixo peso. Essa relação é de 1 para 5 quando a renda domiciliar mensal excede a 2 salários-mínimos per capita.
Já entre os mais idosos, a análise dos dados da PNSN evidencia a influência deletéria da baixa renda no seu estado nutricional. A discrepância na prevalência de baixo peso segundo a renda se acentua com a idade, apresentando, o grupo de idosos de menor renda, mais que o dobro da prevalência de baixo peso, quando comparado àqueles grupos cuja renda excede a 2 salários-minímos mensal per capita. Mais de 1/4 dos idosos com renda domiciliar mensal per capita inferior a 0,5 salário-mínimo apresentam baixo peso em comparação com cerca de 10% de idosos cuja renda excede 2,0 SM/capita (MS/INAN, 1991).
Baixo Peso - Segundo Região e Situação de Residência
A maior prevalência de baixo peso, entre a população adulta, é encontrada no Nordeste, atingindo 20% da população maior de 18 anos. A região Sul é aquela com a menor frequência, tendo 10% de sua população adulta e idosa afetadas. Quando analisadas em números absolutos, é na Região Sudeste que a situação é mais grave: nesta, cerca de 6 milhões de pessoas com 18 anos ou mais apresentam baixo peso, seguida da Região Nordeste com 4,5 milhões de adultos atingidos (MS/INAN, 1991).
Em todas as Regiões, a população rural apresenta maior prevalência de baixo peso que a população urbana. Esta diferença se mantém para as 3 faixas de renda estudadas. Em geral, para um mesmo nível de renda domiciliar mensal per capita, residir na zona rural aumenta o risco de apresentar um peso corporal abaixo do limites considerados normais. Isto sugere o nível de atividade física como um dos possíveis determinantes do problema (MS/INAN, 1991).
Desnutrição entre jovens, adultos e idosos
A situação nutricional da criança influencia a suscetibilidade da mesma em contrair doenças, contribuindo para o agravamento de infecções crônicas recorrentes e é reflexo de práticas inadequadas de amamentação e alimentação. Além do efeito mais desfavorável, ou seja, a mortalidade, a Desnutrição Energética Protéica (DEP), prolonga o tempo de internação hospitalar e resulta em seqüelas para o desenvolvimento mental (PNDS, 1997; PNAN, 1999).
Dados oriundos da PNDS, realizada em 1996 - estudo de base populacional mais recentes para o Brasil - , indicam que 11% das crianças menores de 5 anos estão abaixo de -2DP (desvio-padrão) para o indicador Altura por Idade (A/I), que reflete o déficit estatural do indivíduo. A prevalência do déficit de estatura entre as crianças menores de 5 anos de idade variava notavelmente nas regiões brasileiras: entre 5,1% no Sul e 17,9% no Nordeste (PNDS, 1997).
Adicionalmente, duas em cada dez crianças com déficit estatural (desnutrição crônica) no Brasil têm baixo peso constitucional, isto é, estão situadas abaixo de -3DP e padeceriam de nanismo nutricional grave. Ao se considerar o sexo da criança, nota-se maior presença da desnutrição entre meninos (PNDS, 1997).
Com relação a idade, a menor prevalência de Desnutrição corresponde às crianças menores de seis meses, havendo, a partir dessa idade, um aumento brusco na prevalência da DEP. O maior percentual de Desnutrição ocorre na faixa etária de um a dois anos de idade (15,1%). A partir dessa idade, a prevalência tende a diminuir. Similar tendência verifica-se entre as crianças com nanismo nutricional grave (A/I -3dp), quando a maior prevalência de nanismo coincide com o período do desmame (PNDS, 1997).
Segundo indicador peso por altura (P/A), apenas 2,3% das crianças padecem de desnutrição aguda. Os casos mais graves, crianças abaixo de -3DP, apresentam prevalências inferiores a 1% em todos as idades, denotando assim a menor prevalência de desnutrição aguda (atual/recente) no País. (PNDS, 1997).
Considerando-se o indicador peso por idade (P/I), cerca de 6% das crianças estão abaixo de -2DP (PNDS, 1997).
Desnutrição Infantil - Segundo a Região Geográfica e a Situação de Residência
Segundo as Regiões, o Norte e o Nordeste, apresentam as maiores proporções de Desnutrição Infantil . No Nordeste, a proporção de desnutrição crônica é de 18%. Se, por um lado, este é o maior percentual entre as Regiões, salienta-se que, uma década atrás, esta Região apresentava proporções na ordem de 28% (PNSMIPF-86), isto é, houve uma diminuição de mais de um terço na prevalência de DEP no Nordeste, segundo o indicador A/I (PNSMIPF-86 in PNDS,1997).
Com relação à situação de residência , existe claramente maior prevalência de Desnutrição Crônica na área rural, correspondendo a uma prevalência de DEP duas vezes maior, comparada à área urbana. Já a prevalência de Desnutrição Crônica(A/I) revela percentuais similares entre as duas áreas de residência (urbana e rural) (PNDS, 1997).
Indicadores de Desnutrição Infantil por Características Demográficas e Sócio-Econômicas Selecionadas - PNDS, 1996
Entre as crianças menores de cinco anos, porcentagem classificada como desnutrida de acordo com três índices antropométricos: altura para a idade, peso para a idade e peso para a altura, segundo características demográficas e sócio-econômicas selecionadas. Brasil, PNDS 1996.
Indicadores de desnutrição infantil por características demográficas e sócio-econômicas selecionadas entre as crianças menores de cinco anos, porcentagem classificada como desnutrida de acordo com três índices antropométricos: altura para idade, peso para a idade e peso para a altura, segundo caracterísitcas demográficas e sócio-econômicas selecionadas.
Fonte: portalweb01.saude.gov.br

Argentinos criam ‘super leite’ que previne doenças cardíacas e diabetes


Cientistas argentinos do Instituto Nacional de Tecnologia Agropecuária (INTA), ligado ao Ministério da Agricultura, afirmam terem criado uma mistura de leite de vaca e de cabra especial que poderia contribuir na prevenção de doenças cardíacas, diabetes e tumores.
Em entrevista à BBC Brasil, o autor da pesquisa, o engenheiro agrônomo Gerardo Gagliostro, disse que a novidade foi batizada de “super leite”.
“Não é um medicamento, mas um alimento capaz de prevenir certas doenças, desde que a pessoa combine esse leite com alimentação e vida saudável”, afirmou.
Alimentação
Segundo Gagliostro, as vacas e cabras que produzem o leite tiveram uma alimentação suplementar de soja, leite de soja e azeite de peixe. Por conta da alimentação mais saudável, os animais passaram a produzir leite menos gorduroso.
“Essa combinação alimentar que damos às vacas e cabras faz com que elas produzam leite com maior quantidade de ácidos benéficos, reduzindo a produção dos ácidos que entopem as artérias dos seres humanos. Ou seja, esse leite funcional reduz a gordura saturada do ponto de vista cardiovascular e evita outras doenças”, disse.
O pesquisador sugere ainda que o leite produzido por estes animais bem alimentados contém níveis mais altos de ácido linoleico conjugado (CLA) e ácido vacênico (AV), substâncias que ajudam na prevenção contra a formação de tumores, principalmente de mama e ovário, obstrução das artérias e diabetes.
O “super leite” teria ainda baixos níveis de ácidos saturados e o índice recorde de 9% de ácido de linoleico conjugado.
De acordo com Gagliostro, o leite normal possui entre 3% e 3,4% de gordura saturada, contra-indicada para pessoas com problema cardíacos e colesterol alto.
Segundo ele, esse tipo de pesquisa para produção de um leite mais saudável teria começado nos Estados Unidos com ratos de laboratório. Além dos EUA, a pesquisa é desenvolvida também na França.
A Argentina já começou a comercializar queijos com este “super leite” em pequenas lojas da província de Buenos Aires.

Estudo liga 'visões antes da morte' a altos níveis de CO2 no sangue


Cientistas acreditam ter encontrado a explicação para os relatos feitos por pessoas que estiveram perto da morte, de visões como uma "luz no fim do túnel" ou de imagens dos momentos vividos desfilando como um filme diante dos olhos.
A equipe da Universidade de Maribor, na Eslovênia, examinou as informações de 52 pacientes durante o momento de uma parada cardíaca, e concluiu que esses fenômenos se devem aos altos níveis de dióxodo de carbono (CO2) presentes no sangue naquele exato momento, por conta da suspensão da respiração.
Os níveis elevados deste composto químico foram registrados em 11 pacientes que relataram ter vivido experiências do tipo, segundo um artigo na revista científica Critical Care.
Os pesquisadores não encontraram nenhum padrão associado a sexo, idade, nível de educação, credo, medo da morte, medo da recuperação ou drogas subministradas durante o ressuscitamento.
Entre as experiências relatadas por pacientes que estiveram próximos da morte estão a visão de um túnel ou uma luz forte, uma entidade mística e até a sensação de "sair do próprio corpo". Outros relatam apenas uma sensação de paz e tranquilidade
Na cultura popular, esses fenômenos são atribuídos à religião ou às drogas. Mas, para a equipe eslovena, o estudo oferece uma explicação mais consolidada de por que tantos pacientes que sobrevivem a uma parada cardíaca relatam estas sensações.
Estima-se que entre 10% e 25% dos pacientes que sofrem de paradas cardíacas vivenciam algo semelhante.
A anoxia – a morte de células do cérebro em consequência da falta de oxigênio – é uma das principais teorias para explicar as experiências vividas em momentos de morte iminente. Mas este efeito foi estatisticamente insignificante no pequeno grupo de onze pacientes que as vivenciaram no estudo esloveno.
Em compensação, os níveis de CO2 no sangue destes pacientes foi muito mais alto que no resto dos pacientes da pesquisa.
Outros experimentos já mostraram que inalar dióxodo de carbono pode levar alucinações similares às relatadas em momentos de morte iminente.
O que a equipe ainda não sabe, porém, é se estes altos níveis de CO2 se devem à parada cardíaca ou se já eram registrados antes do fenômeno.
"Esta é potencialmente outra peça do quebra-cabeças. Precisamos de mais pesquisas”, disse a pesquisadora que coordenou o estudo, Zalika Klemenc-Ketis.
"Experiências de quase morte nos fazem questionar nossa compreensão da consciência humana, portanto, quanto mais, melhor."
O cardiologista Pim van Lommel, que há anos estuda fenómenos semelhantes, descreveu as conclusões como "interessantes".
"Mas eles não encontraram a causa, apenas uma associação. Acho que isto permanecerá um dos grandes mistérios da humanidade", disse.
"As ferramentas que os cientistas possuem simplesmente não são suficientes para explicá-los."

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