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7 de fev. de 2016

Zika pode ser transmitido pelo sexo? Os três casos que intrigam cientistas

 

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Image caption OMS admite que ainda pouco se sabe sobre outras formas de transmissão do vírus da zika
O risco de transmissão sexual do vírus da zika ainda não foi comprovado cientificamente, mas três casos de possível contágio intrigam cientistas e já levaram médicos a recomendar que grávidas usem proteção durante relações sexuais.
O mais recente ocorreu no estado do Texas. Em entrevista à BBC, a vice-diretora do Centro de Controle e Prevenção de Doenças (CDC), Anne Schuchat, disse que “o laboratório confirmou o primeiro caso de zika vírus em um não-viajante. Nós não acreditamos que o contágio tenha ocorrido por meio de picadas de mosquito, mas sim por contato sexual”.
Questionada sobre a confirmação, Schuchat explicou que, até o momento, não há outras formas plausíveis que possam dar conta da transmissão, já que uma pessoa esteve na Venezuela, voltou aos EUA, apresentou sintomas de zika, e teve contato sexual com o parceiro.
O caso no Texas soma-se a outros dois que, embora não comprovados, são amplamente citados na literatura científica. Em um deles, o vírus foi detectado no sêmen de um paciente e, no outro, um cientista que havia estado em uma área de contaminação por zika voltou aos EUA onde teria contaminado a esposa.
 
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Image caption Casos de zika em locais onde não há mosquitos Aedes aegypti intrigam cientistas
Em 2013, durante um surto de zika na Polinésia Francesa, o vírus foi detectado no sêmen de um homem de 44 anos. Ele havia apresentado sintomas típicos da infecção por zika: febre, dores de cabeça e nas articulações. Após alguns dias, o paciente notou vestígios de sangue no sêmen e procurou atendimento médico. Exames detectaram o vírus no material coletado.
Neste caso, não houve a comprovação de infecção de uma segunda pessoa pela via sexual, mas, sim, da contaminação do sêmen pelo chamado vírus replicante, ou seja, capaz de gerar a propagação da doença. "Nossas descobertas apoiam a hipótese de que o Zika pode ser transmitido por via sexual", conclui artigo de fevereiro de 2015, disponível no site do Centros de Controle e Prevenção de Doenças (CDC, na sigla em inglês).
No segundo caso de possível contaminação sexual, o sêmen do paciente com zika não foi examinado. No entanto, a esposa deste paciente teve a zika diagnosticada e a única explicação plausível seria o contágio sexual.
Foi o caso do cientista americano Brian Foy, em 2008. Ele havia visitado uma região do Senegal afetada por zika e, ao retornar para casa, no Colorado, Estados Unidos, teria infectado sua esposa durante uma relação sexual um dia após seu retorno.
"Vivemos no Colorado, um Estado americano onde não há mosquitos na época do ano em que minha mulher contraiu o vírus. E onde não há ocorrência do Aedes aegypti (o mosquito transmissor do vírus). O mais provável é que minha mulher tenha sido infectada quanto tivemos relações, antes de eu me sentir doente, mas a ciência ainda não está nem perto de provar a possibilidade desse tipo de contágio", conta Foy, em entrevista por telefone à BBC Brasil.
 
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Image caption O cientista Brian Foy contraiu zika durante visita a Senegal, em 2008
O professor-assistente da Universidade Estadual do Colorado é um dos autores de um estudo que sugere a possibilidade de transmissão do zika por contato sexual. Inicialmente, Foy foi diagnosticado com dengue e médicos não conseguiram descobrir o que tinha se passado com sua esposa. Passou-se um ano até que eles descobrissem que se tratava de zika.
O americano acredita que a repercussão causada pela epidemia no Brasil incentive o financiamento de pesquisas buscando investigar o assunto. Foy afirma não haver dúvidas de que a picada do Aedes aegypti é a forma principal pela qual se pode contrair o vírus, mas defende a importância de que ao menos se descubra mais sobre a via sexual.
"Para atingir uma área de contágio tão extensa de forma tão rápida, o mosquito é a grande explicação. Pode ser até que o contágio sexual represente uma ocorrência rara e, diante dos problemas enfrentados pelas autoridades de saúde dos países afetados, como o Brasil, não esteja no alto da lista de prioridades. Como cientista, porém, sempre acredito na importância de se investigar outras possibilidades", completa.
Em uma entrevista a uma rede de TV americana, Foy relatou ter sido constantemente picado por mosquitos enquanto fazia seu trabalho de campo no vilarejo senegalês de Bandafassi. Voltou para os EUA no final de agosto de 2008 e, dias depois, começou a se sentir mal, com sintomas que variavam de fadiga a dores no momento de urinar, além de inflamações na pele – a esposa teria notado o que parecia ser sangue no sêmen do marido.
Foy pediu ajuda a colegas do CDC, a principal agência voltada para a proteção da saúde pública dos EUA, para identificar a patologia com que tinha sido infectado. O diagnóstico de dengue não o deixou convencido, e muito menos a indefinição sobre o que teria acontecido com a mulher.
 
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Image caption Recomendação é que grávidas usem preservativo nas relações sexuais
Um ano depois, um dos auxiliares do cientista na viagem à África, Kevin Kobylinski, que também ficou doente, estava conversando em um jantar com o entomologista Andrew Haddon, da Universidade do Texas, quando tocou no assunto.
Haddow, por uma grande ironia do destino, é neto de Alexander Haddow, um dos três cientistas que isolaram o zika pela primeira vez, em 1947, quando o extraíram de um macaco na Floresta de Zika, em Uganda. Quando soube que amostras de sangue de Kobylinski e dos Foy ainda estavam preservadas em um laboratório, o entomologista sugeriu que elas fossem enviadas para o virologista Robert Tesh. As três amostras testaram positivo para zika.
Em seu estudo, Foy apresenta outros argumentos para defender a hipótese de contato sexual. Joy, sua mulher, jamais visitou a África ou a Ásia e, na época da publicação do documento, já fazia quatro anos que não deixava os EUA. Antes da epidemia no Brasil e que começa a chegar a outros países da América do Sul, o zika jamais tinha sido reportado no hemisfério Ocidental.
Outros estudos envolvendo doenças transmissíveis por mosquitos há haviam sugerido a possibilidade de contágio sexual. Haddow, por exemplo, aponta para o fato de que a epidemia de zika na Micronésia (Oceania), em 2007, deu margem para especulações sobre este tipo de contágio.
Isso porque a proporção de mulheres infectadas foi 50% maior que a de homens – na maioria das doenças sexualmente transmissíveis, o sexo vaginal oferece riscos de contágio muito maior para as mulheres.
"É a explicação mais lógica. Outra possibilidade é que tivesse sido passado pela saliva ou outros fluidos corporais, mas temos quatro filhos, e eles não ficaram doentes.
 

6 de fev. de 2016

slides sobre Ecologia - CEI MIRASSOL

http://pt.slideshare.net/profkatiaqueiroz/desequilibrios-ambientais-minicurso



Amados alunos do CEI MIRASSOL, aqui estão os slides da aula dessa semana. Forte abraço, bons estudos

Katia Queiroz

Parabéns amados alunos!!












De zika a rubéola: as doenças que podem causar más-formações em fetos

 

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Image caption Microcefalia pode ser provocada por outras doenças infecciosas
Não é só o vírus zika que pode trazer complicações para o bebê se a mãe for infectada durante a gravidez. Outras doenças podem provocar problemas na formação do feto, sobretudo se adquiridas pela mulher nos três primeiros meses de gestação.
Rubéola, toxoplasmose, sífilis e infecções causadas pelo citomegalovírus são as principais causas conhecidas de más-formações fetais – entre elas a microcefalia, quando o bebê nasce com o diâmetro da cabeça igual ou inferior a 32 centímetros.
A rigor, no entanto, muitas infecções consideradas banais, como a gripe, podem, ainda que raramente, acarretar problemas para o embrião. Sem falar em outras condições, como o uso de drogas e o consumo excessivo de álcool, ou mesmo a exposição à radiação. E há também as causas genéticas: alterações no cromossomo que podem provocar danos cerebrais.
"A microcefalia pode ocorrer sempre que houver uma lesão cerebral significativa na fase de crescimento acelerado do cérebro, não é um problema específico de uma doença ou condição", explica o chefe da neuropediatria da Unifesp, Luiz Celso Vilanova. "Essa fase de crescimento é crucial nos primeiros três meses de gestação, mas se estende ainda por meses após o parto."
Até a constatação da relação entre o zika e o nascimento de bebês com microcefalia, o grande temor das grávidas sempre foi a rubéola. A infecção durante a gravidez pode causar diferentes tipos de má-formação fetal. Problemas de audição, de visão, doenças ósseas, alterações cardíacas e microcefalia são algumas das complicações decorrentes da infecção na gestante.
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Image caption Vacina fez diminuir ocorrência de rubéola e, consequentemente, casos de microcefalia associados a ela
Mas a vacina existe e já está, inclusive, disponível no calendário regular de vacinação, o que vem fazendo diminuir muito a ocorrência da doença. O problema tende a se tornar cada vez mais raro, como aconteceu com o sarampo.
"Houve uma época em que havia enfermarias só para casos de sarampo", lembra o pediatra e infectologista Paulo Cesar Guimarães, diretor da Faculdade de Medicina de Petrópolis. "Hoje, isso não existe mais."
O sarampo também era uma das doenças que causava problemas aos fetos, mas, agora, com a vacinação em massa da população, deixou de ser uma ameaça. Eventualmente, com a interrupção da vacinação por algum motivo, o risco pode retornar – daí a importância de se seguir à risca o calendário de vacinas, alertam os especialistas.
Uma infecção para a qual não há vacina e com a qual as grávidas devem tomar cuidados é a toxoplasmose. A doença é causada por um protozoário que pode estar presente nas fezes de felinos e também em carnes malpassadas. Em geral se trata de uma febre branda.
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Image caption Fezes de felinos podem transmitir toxoplasmose
"Normalmente é uma doença simples, que passa despercebida", explica o obstetra e ginecologista Alex Sandro Rolland de Souza, especialista em medicina fetal do Instituto de Medicina Integral Professor Fernando Figueira (Imip), um dos centros de referência para microcefalia de Recife. "Na gravidez, no entanto, pode causar más-formações cerebrais no feto, entre elas a microcefalia."
Existe tratamento para a toxoplasmose e, se a doença for diagnosticada rapidamente, o risco de acarretar problemas para o feto diminui muito.
Outras infecções que podem causar problemas são aquelas causadas por citomegalovírus. Embora a infecção em si não seja grave, em geral apenas uma febre branda, as consequências para o feto podem ser sérias, sobretudo porque não há tratamento para a doença. No feto em formação essas infecções podem causar alterações no sangue, problemas de audição, microcefalia.
A sífilis é um outro problema para o qual as grávidas devem estar alertas. A doença, causada por uma bactéria, é sexualmente transmissível. Antigamente, quando não havia penicilina, representava um grande problema de saúde. Hoje, continua sendo considerada uma doença grave, porém tratável. No entanto, se acometer grávidas, pode trazer complicações de formação fetal, sobretudo anomalias ósseas.
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Image caption Segundo especialistas, período crítico da gestação é o primeiro trimestre
De acordo com os médicos, cada uma dessas doenças ou condições que podem acometer as grávidas promovem alterações de formação relativamente similares.
Mas há particularidades dependendo de cada caso. Por exemplo, a rubéola é a única a provocar complicações cardíacas, enquanto que no caso da toxoplasmose, as complicações costumam ser mais oculares. A má-formação do crânio pode ocorrer em decorrência de todas elas, também com algumas peculiaridades.
"As infecções pelo citomegalovírus costumam provocar os danos mais extensos, mas isso pode variar muito", afirma Vilanova. "E sempre há casos de apresentações não usuais."
Para o chefe da neuropediatria da Unifesp, ainda é cedo para falar de características específicas dos casos de microcefalia relacionados ao vírus zika.
"Temos ainda poucos casos comprovados cientificamente da relação entre o zika e a microcefalia para tirarmos um padrão conclusivo", diz ele. "Por enquanto, há muitos casos inferidos (em que a mãe relata ter tido um problema cujos sintomas são similares aos do zika, mas sem comprovação por teste). Estamos na fase inicial do problema e querer tirar conclusões definitivas é muito precoce."
Um fator que conta muito para a extensão da lesão, no entanto, é o momento em que a gestante contrai a doença. Os especialistas concordam que o período mais crítico da gestação é o primeiro trimestre. Os primeiros três meses da gravidez equivalem ao período em que os principais órgãos e sistemas do embrião estão se formando e qualquer agente externo pode ter um impacto grave neste processo.               
"De maneira geral, podemos dizer que quanto mais precoce (na gravidez) for a ocorrência da doença, mais graves são as repercussões que podem ser causadas no feto", explicou Rolland de Souza.
Em estágios mais avançados da gravidez – e, sobretudo, no final –, a repercussão tende a ser muito branda ou mesmo nula.
A prevenção desses problemas, obviamente, varia. A mulher deve sempre estar vacinada para as doenças cujos imunizantes estão disponíveis. Deve se prevenir de picadas de mosquitos, usando repelente ou andando mais coberta. Deve evitar a ingestão de carne malpassada e o contato com fezes de gato, no caso da toxoplasmose. E deve evitar locais fechados com muita aglomeração de pessoas – ambiente propício para o citomegalovírus e outros vírus mais comuns.
"Mas, claro, sempre existe um risco", diz Luiz Celso Vilanova.
Rolland de Souza lembra ainda que embora a dengue e a chikungunya sejam também febres causadas por um arbovírus, como a zika, nunca se estabeleceu nenhuma relação entre a infecção por essas doenças e o nascimento de bebês com problemas de formação.
"E a dengue, como é uma doença mais grave, que pode levar à morte, é muito mais estudada, há muito mais tempo, e em várias partes do mundo", acrescenta Paulo Cesar Guimarães. "E nunca nada neste sentido foi constatado."
Rolland de Souza lembra, no entanto, que entre as gestantes que contraíram dengue ou chikungunya se nota uma taxa maior de partos prematuros. E, portanto, as gestantes devem estar atentas ao problema.

Transmissão de zika por beijo não está comprovada, diz infectologista

 

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As recentes descobertas da Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz), sobre a presença do zika vírus em estado ativo em saliva e urina, deixa ainda grandes dúvidas, mas atestam a importância da prevenção, diz o infectologista Edmilson Migowski, da UFRJ.
Na sexta-feira, a Fiocruz levantou, com sua descoberta, a possibilidade de transmissão via oral do vírus, mas ressaltou que ainda são necessárias mais pesquisas para saber se há de fato possibilidade de infecção.
A BBC Brasil conversou com Migowski a respeito dessas novas descobertas e do que elas significam na prática:
BBC Brasil - O que significa exatamente “atestar a presença de vírus zika na saliva e na urina”, que é o que comunicou a Fiocruz?
Edmilson Migowski - A Fiocruz nos deu uma certeza e uma dúvida enorme. A certeza é que o vírus está presente na saliva e na urina. Mas daí a afirmar que este vírus pode transmitir a doença é complicado. E essa é a enorme dúvida que fica.
BBC Brasil - Por quê?
Migowski - Porque a transmissão de um vírus não é uma coisa matemática, depende de vários fatores. Por exemplo, o tubo digestivo tem um Ph muito diferente, muito mais ácido, e é repleto de enzimas que podem destruir o vírus.
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O vírus só infecta se entrar na célula. E ele não entra em qualquer célula, só naquelas que têm receptores para ele. O vírus da caxumba, por exemplo, infecta as glândulas. O da hepatite B, o fígado. O fato de ter um vírus na saliva não quer dizer, necessariamente, que ele vai aderir a uma célula da mucosa da boca, como acontece com o vírus do herpes.
BBC Brasil - Mas diante da dúvida, é importante se prevenir, não?
Migowski - Sim, diante da dúvida e tendo em vista que é uma doença grave para gestantes, eu diria que as grávidas devem ter um cuidado redobrado para não se expor ao vírus, não manipular objetos de pessoas infectadas, por exemplo, não beijá-las na boca. Neste momento é o mais prudente.
BBC Brasil - A dengue tipo 4 levou cinco anos para sair de Manaus e chegar ao Rio. Já o vírus zika se espalhou rapidamente pelo país todo e também para outros países. Isso é um indicativo de que ele é transmitido de outras maneiras e não só por meio do Aedes?
Migowski - Não necessariamente. O zika se disseminou mais rapidamente do que a dengue porque pegou uma população 100% vulnerável a ele, que nunca tinha tido contato com esse vírus. A situação é diferente, não dá para comparar com a dengue. Qualquer vírus novo que entra causa um estrago muito maior.
BBC Brasil - Se ficar comprovado que a transmissão é possível pela saliva e pela urina, o que pode acontecer do ponto de vista epidemiológico?
Migowski - O zika é transmitido pelo mosquito e também por via sexual (segundo os estudos científicos mais recentes). Se ficar comprovado que pode ser transmitido também pela saliva e pela urina, ele tem um potencial muito maior de disseminação e o controle também fica mais difícil. Qualquer doença infecciosa com várias formas de transmissão tem potencial de disseminação muito maior.
BBC Brasil - Entre a saliva e a urina, qual o maior risco?
Migowski - O risco é muito maior pelo beijo, bem menos que pela urina (não é comum termos contato com a urina dos outros). Se for comprovado que é transmitido pela saliva será mais um infectante por via oral. Então teremos mais uma doença transmitida pelo beijo, como a mononucleose, a herpes
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BBC Brasil - Já se pode considerar comprovada também a ligação do zika com o aumento de casos da síndrome de Guillain-Barré (uma doença rara que provoca fraqueza muscular e que, se não for tratada precocemente, pode levar à paralisia)?
Migowski - Houve aumento de casos no local onde o vírus circulou. Um estudo feito no Sudeste Asiático cita a ocorrência em 1% dos infectados, o que é um percentual alto. Se isso ficar comprovado no Brasil, serão muitos casos e vamos ter um caos nos centros de terapia intensiva.
BBC Brasil - As consequências para a saúde do indivíduo são graves?
Migowski - O quadro é reversível diante de uma abordagem precoce e não deixa sequelas. E ele é causado não só pelo vírus zika, mas também por outros, como dengue, mononucleose.
Mas, de qualquer forma, era uma doença que, inicialmente, parecia boba, inofensiva, e que está se revelando muito pior...
Costumo brincar dizendo que se eu fosse julgar e condenar todos os vírus transmitidos pelo aedes nove meses atrás, o zika pegaria a menor pena. E hoje, num novo julgamento, ele desbancaria os demais e ficaria com a maior pena.
Porque a dengue pode matar o paciente, sim, mas se o médico for habilidoso, ele não morre. E hoje eu não disponho de nenhuma ferramenta para impedir que uma mulher tenha um bebê com microcefalia, tenho que deixar ao acaso.
BBC Brasil - E o remédio que está sendo desenvolvido na UFRJ?
Migowski - Eu e o Davis Ferreira, do Instituto de Microbiologia, estamos em fase avançada de teste com um produto derivado de uma planta que pode ser uma boa ferramenta a curto prazo para reduzir a carga viral e até como prevenção.
É um extrato de planta, um suplemento alimentar, não um remédio. Não é tóxico e se revelou 100% eficaz contra dengue, febre amarela e Mayara (um primo-irmão do chikungunya). Agora vamos testar contra o chikungunya e contra o zika. Eu estou muito otimista.

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