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28 de jan. de 2015

Por que temos lábios?

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Observando a natureza, é fácil surgir a pergunta: para que servem os lábios? Os pássaros vivem muito bem sem eles, os lábios das tartarugas são rígidos como bicos e, mesmo com os lábios existindo na maioria dos mamíferos, o homem é o único a tê-los permanentemente voltados para fora.
Os cientistas dizem que os lábios são tão importantes que até compensam o fato de, às vezes, serem mordidos enquanto mastigamos.
Usar os lábios para sugar é uma das primeiras habilidades que temos ao nascer. Essa aptidão fundamental para nossa sobrevivência é conhecida como "reflexo primitivo". Todos nós nascemos sabendo sugar e não precisamos aprender. E isso vale para quase todos os mamíferos.
E é esse reflexo que, combinado com outra resposta primitiva, o reflexo de busca, permite aos recém-nascidos mamar.

Comer, falar, amar

Bebês têm naturalmente o reflexo de sugar algo que toque seus lábios
O reflexo de busca funciona ao se girar a cabeça do bebê para estar de frente para qualquer coisa que toque sua boca ou sua bochecha. Assim que ele agarra algo com seus lábios, seu reflexo de sucção é ativado. Apesar de a língua fazer boa parte do trabalho na mamada, os lábios são essenciais para manter um lacre que permite ao bebê engolir o leite.
Isso significa que mamar, seja no peito ou na mamadeira, não é um comportamento passivo do bebê. É quase como uma conversa, com cada lado fazendo sua parte em uma dança cuidadosamente coreografada pela evolução. E os lábios estão no centro dessa dança.
Os lábios também são importantes no ato de comer e na fala. Em linguística, os lábios representam um dos muitos pontos de articulação – partes da boca e da garganta que ajudam a bloquear o ar que vem dos pulmões e formar os fonemas.
O beijo aparece em 90% das culturas mundiais
A fala é um aspecto crucial da vida humana, mas talvez não tão divertida quanto o beijo. O beijo não é universal, mas aparece em 90% das culturas.
Suas raízes estão na biologia, talvez uma combinação de impulsos natos com um comportamento adquirido. Sabemos que outras espécies também se beijam. Os chimpanzés fazem isso para se reconciliar após uma briga e os bonobos usam a língua.
Em uma edição da publicação Scientific American Mind de 2008, o escritor Chip Walter argumentou, citando o zoólogo britânico Desmond Morris, que o beijo pode ter se originado do costume primata de mastigar alimentos e passá-los para a boca dos filhotes. O encontro dos lábios pode então ter se tornado uma maneira de aliviar a ansiedade.
Alguns estudos de condicionamento sugerem que, após estimular os lábios com comidas, o simples ato de tocá-los já provoca sentimentos de prazer. Acrescente aí a grande presença de terminações nervosas dos lábios, e você terá a receita do êxtase.

A ciência do beijo

Chimpanzés se beijam para se reconciliar após uma briga
Os lábios são tecidos especialmente sensíveis. A parte do cérebro responsável por detectar o toque é chamada de córtex somatossensorial e fica no topo do cérebro, em uma área chamada de giro pós-central.
Todas as sensações de tato são enviadas para serem processadas aqui, e cada parte do corpo tem sua própria subdivisão dentro do giro pós-central. Seu tamanho reflete a densidade de receptores.
A parte que recebe sensações do peito e da barriga é relativamente pequena, enquanto as que processam as sensações das mãos e dos lábios são enormes.
Segundo o pesquisador Gordon Gallup, nas culturas em que não existe o beijo, "parceiros sexuais podem assoprar os rostos um do outro, ou ainda lamber, sugar ou esfregar o rosto do outro antes do ato sexual".
Já o chamado "beijo de esquimó" não se limita a esfregar os narizes, mas sim trocar odores. É possível que o ato de beijar tenha surgido como uma maneira prazerosa de sentir e filtrar possíveis parceiros.
Gallup estudou o comportamento de um grupo que deveria saber bastante sobre o beijo: estudantes universitários americanos. Ele e seus colegas descobriram que uma das principais maneiras de as mulheres determinarem se um parceiro era ou não um bom beijador usava pistas químicas, como o gosto e o cheiro. Elas também disseram que provavelmente não fariam sexo com um homem sem antes beijá-lo.
Outra pesquisa de Gallup perguntou a voluntários se já tinham perdido o interesse em alguém que consideravam atraente após o primeiro beijo. Entre os homens, 59% disseram que sim e 66% das mulheres concordaram.
Mesmo tendo se concentrado em estudantes americanos, os estudos de Gallup, quando comparados com dados multiculturais e com evidências de pesquisas com animais, mostram que o contato íntimo propiciado pelo beijo pode nos ajudar a julgar a possível adequação de um parceiro.
É por isso que vale a pena ter lábios - mesmo que de vez em quando eles rachem com o vento ou acabem mordidos sem querer.
Leia a versão original desta reportagem em inglês no site BBC Future.

Coração impresso em 3D 'salva' menina de 2 anos com problema cardíaco

Foto: BBC
Mina tem dois anos e teve de passar por cirurgia para corrigir problema no coração
Quando Mina nasceu, os médicos disseram que ela tinha apenas 50% de chance de sobreviver. A garota britânica, hoje com dois anos, foi diagnosticada com uma doença grave no coração ainda antes de vir ao mundo e, após seu nascimento, sofria com o cansaço excessivo – resultado de um coração que não funcionava 100%.
Mina tinha um buraco entre duas cavidades de seu coração e precisava passar por uma operação para corrigir o problema. A cirurgia, no entanto, era bastante delicada e o uso de um coração impresso em 3D foi fundamental para o seu sucesso.
Com fotos reais do órgão de Mina, o médico Tariq Hussain conseguiu reproduzir um coração artificial muito parecido usando softwares modernos no computador.
"Médicos de Manchester fizeram um trabalho excelente e conseguiram tirar fotos do coração de Mina. Eu segmentei o material e o deixei nesse formato especial usando um software especial que nos permitia imprimir o novo 'coração'. E aí eu poderia mostrá-lo para o cirurgião", explicou Hussain à BBC.
Coração artificial / Crédito: BBC
Coração impresso em 3D ajudou médicos na hora da cirurgia de Mina
Tariq Hussain conseguiu "desenhar" o problema do coração de Mina com detalhes minuciosos do que precisava ser corrigido.
Com uma impressora 3D, os médicos imprimiram o coração "fabricado" no computador e puderam ter uma reprodução fiel do órgão de Mina para auxiliar os médicos na hora da cirurgia.
"Dá para ver o buraco que ele tinha que consertar. E quando o cirurgião está com isso na mão, ele consegue analisar e ver exatamente o que tem que fazer e tem mais confiança para a cirurgia. Ele pensa: 'eu sei o que é, sei o que estou procurando e realmente, eu consigo fazer isso'", prosseguiu o médico.
Hoje, Mina está bem melhor e já não sente os mesmos sintomas que a atrapalhavam antes.
Mina 'Ela está ótima!', disse a mãe sobre Mina depois da cirurgia


BBC BRASIL

8 de out. de 2014

Pesquisa mostra que 40% têm lembranças da 'vida após a morte

Pacientes relataram 'luz brilhante' durante morte clínica
O maior estudo já feito sobre experiências de quase morte mostrou que cerca de 40% dos pacientes têm algum tipo de lembrança sobre o período em que estiveram clinicamente mortos e sugeriu que uma pessoa pode continuar com atividade cerebral por até três minutos após seu coração parar completamente.
Durante quatro anos, cientistas da Universidade de Southampton, na Inglaterra, analisaram os casos de 2.060 pessoas que sofreram paradas cardíacas em 15 hospitais da Grã-Bretanha, Estados Unidos e Áustria.
Entre os 330 que sobreviveram, 140 puderam ser entrevistados e, desses, 55 (39%) disseram ter alguma percepção ou lembrança do período em que estavam tecnicamente mortos.
Entrentanto, apenas duas pessoas relataram lembranças precisas sobre suas experiências de quase morte.

Luz

Uma delas, um homem de 57 anos, relatou que, de um canto da sala, observou enquanto os médicos faziam o procedimento de reanimação em seu corpo.
"Ele descreveu de forma precisa as pessoas, som e atividades de sua reanimação. Os registros médicos corroboram seu relato", diz o estudo.
Baseado nos sons que ele diz ter ouvido, é possível estimar que o homem tenha ficado consciente por 3 minutos entre a parada cardíaca e a reanimação - o normal, segundo o estudo, é a ocorrência de atividade cerebral residual entre 20 a 30 segundos após a parada cardíaca.
A maior parte dos entrevistados não lembrava detalhes, mas descreveu sensações e imagens que se repetiram nos relatos. Cerca de 20% dos entrevistados disseram que se sentiram em paz, e 27% disseram que o tempo desacelerou ou acelerou.
Alguns lembraram de ver um luz brilhante, outros relataram medo, sensação de afogamento ou de ser sugado para águas profundas. Do grupo, 13% disseram que se sentiram separados de seus corpos e o mesmo número disse que seus sentidos ficaram mais aguçados que o normal.
Além disso, 8% disseram ter encontrado algum tipo de presença mística ou voz identificável, e 3% viram espíritos religiosos ou de pessoas mortas.
Ninguém relatou ter vivido experiências do futuro.
O estudo destaca que, apesar de os pacientes terem aparentemente mais tempo de consciência durante a morte clínica, as memórias deles podem ser afetadas pelo impacto do processo de reanimação no cérebro ou pelos sedativos usados.
Os autores do estudo apontaram ainda algumas limitações na pesquisa, como a dificuldade para identificar se as memórias que os pacientes que diziam ter tido durante a parada cardíaca refletiam sua percepção real.
Eles também apontaram o baixo número de paciente com memórias explícitas sobre o momento da morte clínica, o que impediu que houvesse análises mais profundas.

BBC BRASIL
 

29 de set. de 2014

Estudo diz que curry pode ajudar cérebro a se regenerar

Curry / Crédito: BBC
O açafrão-da-terra, usado no curry, pode ajudar a reparar lesões no cérebro
Um estudo alemão sugere que o famoso molho indiano curry pode ajudar a combater doenças degenerativas graves, como o Alzheimer.
Segundo a pesquisa, feita com ratos, um dos componentes que torna o curry picante pode acelerar a capacidade de regeneração do cérebro.
O estudo foi feito no Instituto de Neurociência e Medicina, na Alemanha, e publicado no jornal científico "Pesquisas e terapias com células-tronco".
Ele concluiu que um composto encontrado no açafrão-da-terra (ou curcuma) – um dos ingredientes do curry - pode estimular o crescimento de células nervosas que seriam parte do ‘kit’ de reparação do cérebro.
Cientistas avaliam que, baseado nesse estudo, é possível achar um caminho para remédios mais eficientes para tratar o mal de Alzheimer.
Mas para a pesquisadora britânica Laura Philipps ainda é cedo para tirar conclusões sobre o efeito do curry em doenças degenerativas.
"Não está claro se os resultados dessa pesquisa funcionarão também para pessoas ou se essas novas células cerebrais poderiam beneficiar quem tem Alzheimer", diz Philipps.
"Precisamos de estudos mais avançados para entender os efeitos desse componente em uma doença tão complexa como o Alzheimer - e até lá as pessoas não devem começar a estocar açafrão-da-terra."

Pesquisa

Os pesquisadores do Instituto de Neurociência e Medicina estudaram os efeitos do turmerone aromático, um composto natural encontrado no açafrão-da-terra.
Açafrão / Crédito: Thinkstock
O tumerone aromático, um componente do açafrão, pode estimular o desenvolvimento de células-tronco
Eles injetaram o componente nos ratos e, em seguida, passaram a monitorar o cérebro dos animais.
Com o tempo, notaram uma atividade maior de uma parte específica do cérebro onde há o crescimento e desenvolvimento de novas células nervosas.
Por causa desse resultado, os cientistas acreditam que o componente do açafrão-da-terra pode estimular a proliferação de células cerebrais.
Em uma parte separada do estudo, os pesquisadores mergulharam células-tronco neurais em diferentes concentrações do tumerone aromático.
Essas células têm a capacidade de se transformar em qualquer célula cerebral e os cientistas sugerem que elas poderiam ter um papel importante na reparação do cérebro após uma lesão ou doença.

Descobertas

"Em seres humanos e animais mais desenvolvidos, essas células-tronco neurais parecem não ser suficientes para reparar o cérebro, mas em peixes e pequenos animais menores funcionam bem", explicou a pesquisadora Maria Adele Rueger, que fez parte da equipe que fez o estudo.
Segundo a pesquisa, quanto maior a concentração de turmerone aromático, maior o crescimento das células-tronco neurais.
As células banhadas no componente parecem ter se desenvolvidos em células cerebrais de forma mais rápida.
"É interessante que seja possível aumentar a eficácia das células-tronco com o turmerone aromático", diz Rueger.
"E é possível que isso também possa ajudar no reparo do cérebro."
Rueger está avaliando se seria viável fazer testes em seres humanos para avançar na pesquisa
BBC BRASIL

17 de set. de 2014

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