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14 de mai. de 2015

Lista sobre Biotecnologia

01. (UFAL) A tecnologia do DNA recombinante tem produzido uma série de avanços no setor agropecuário brasileiro. A inserção de um gene da bactéria Bacillus thuringiensis em algumas variedades de plantas, por exemplo, as torna resistentes a certas pragas. Sobre essas tecnologias, é correto afirmar:
a) A transferência de qualquer gene de um organismo a outro produz variabilidade genética; daí, os transgênicos serem resistentes a pragas.
b) Plasmídios virais são utilizados como vetores de genes de interesse que serão transferidos a um organismo.
c) A resistência de uma planta transgênica a uma praga se deve à ação do produto do gene inserido na planta, e não à presença do gene em si.
d) Plantas naturalmente resistentes a pragas não passam necessariamente esta característica à prole; daí, a necessidade das técnicas de engenharia genética.
e) A clonagem de plantas com características de resistência a pragas as torna menos susceptíveis à extinção ao longo da evolução, segundo as leis da seleção natural.
02. (UEL) Pesquisas recentes mostraram que células-tronco retiradas da medula óssea de indivíduos com problemas cardíacos foram capazes de reconstituir o músculo do coração, o que abre perspectivas de tratamento para pessoas com problemas cardíacos. Células-tronco também podem ser utilizadas no tratamento de doenças genéticas, como as doenças neuromusculares degenerativas. A expectativa em torno da utilização das células-tronco decorre do fato de que essas células:
a) Incorporam o genoma do tecido lesionado, desligando os genes deletérios.
b) Eliminam os genes causadores da doença no tecido lesionado, reproduzindo-se com facilidade.
c) Alteram a constituição genética do tecido lesionado, pelo alto grau de especialização.
d) Sofrem diferenciação, tornando-se parte integrante e funcional do tecido lesionado.
e) Fundem-se com o tecido lesionado, eliminando as possibilidades de rejeição imunológica.
03. (UEM) Sobre os ácidos nucleicos, assinale o que for correto.
I   II
0  0 – Na engenharia genética, as enzimas de restrição, produzidas por diversos organismos, são utilizadas para cortar uma sequência específica de DNA.
1  1 – A produção de insulina, via atividade bacteriana, foi possível ao se introduzir fragmentos de DNA humano no plasmídio das bactérias.
2  2 – Os transgênicos (organismos geneticamente modificados) contêm, em seus cromossomos, DNA de outra espécie.
3  3 – Na clonagem de animais e vegetais, é necessário reduzir o número de cromossomos para evitar a poliploidia.
4  4 – A paternidade pode ser comprovada quando houver coincidência das bandas obtidas do RNA do homem e da criança.
04. Desde a Antiguidade, os empreendedores já fabricavam vinho, cerveja, pão, queijo e outros produtos por meio da fermentação. De lá para cá, muitas técnicas foram desenvolvidas e aplicadas aos processos biológicos de produção de substâncias para os mais variados fins. É a biotecnologia. A partir da década de 1970, a biotecnologia concentrou suas atenções nas pesquisas com o DNA (material genético), e com isso foi possível criar os organismos geneticamente modificados, conhecidos como transgênicos. Depois do sucesso obtido na transferência de genes de uma espécie para outra, foi possível evoluir e aplicar técnicas para a criação de medicamentos, hormônios, plantas modificadas e outros produtos. Analise as afirmações a seguir e assinale a correta.
a) Os organismos transgênicos recebem e expressam genes de outras espécies.
b) Os organismos geneticamente modificados são obtidos a partir da fermentação.
c) A fabricação de pão e de queijo ocorre principalmente pela utilização de organismos transgênicos.
d) Os organismos transgênicos não transferem as novas características adquiridas para as próximas gerações.
e) A técnica de produção dos transgênicos é realizada apenas entre as espécies que pertencem ao mesmo reino.
05. (PUC-RS)
RESPONDA ESTA QUESTÃO COM BASE NAS INFORMAÇÕES, FIGURA E AFIRMATIVAS ABAIXO.
O Brasil é o segundo maior produtor de culturas biotecnológicas do mundo, atrás somente dos Estados Unidos da América (ISAAA, 2009). Culturas biotecnológicas com ação inseticida, como o Milho Bt, produzem uma toxina chamada de Bt, que age matando especificamente insetos praga do milho. Dessa forma, é esperado que as plantas de Milho Bt promovam uma elevada mortalidade nas populações naturais de insetos praga, levando a uma diminuição dessas populações em curto prazo. Contudo, sabe-se que em longo prazo irão surgir insetos praga resistentes a esta toxina Bt. A melhor estratégia para reduzir o aparecimento dessas pragas resistentes é o uso de refúgios em lavoura com Milho Bt. O refúgio pode ser definido como uma área cultivada com milho tradicional, na qual a praga alvo tenha condições de sobrevivência e de reprodução.
A figura abaixo ilustra a estratégia dos refúgios.
05
Sobre essa situação, afirma-se:
I. A toxina Bt age como pressão de seleção para o surgimento de insetos praga sensíveis ao Bt.
II. A relação que existe entre insetos tolerantes e insetos sensíveis ao Bt é a comensal.
III. O refúgio possibilita a produção de insetos praga e favorece o acasalamento ao acaso com indivíduos provenientes de áreas com plantas Bt.
IV. A estratégia de utilizar refúgios reduz a probabilidade de que os insetos praga desenvolvam resistência à proteína inseticida Bt.
Interpretando as informações, conclui-se que estão corretas apenas as afirmativas:
a) I e II.
b) I e IV.
c) II e III.
d) III e IV.
e) III III.
06. (UNIVASF) Entre os produtos farmacêuticos obtidos por manipulação genética, estão: o hormônio de crescimento humano e a insulina. Na obtenção desses produtos, são empregadas:
1. Enzimas de restrição, que reconhecem e rompem determinadas sequências de nucleotídeos componentes de moléculas de DNA.
2. Endonucleases de restrição, eficazes na religadura de segmentos cortados de DNA plasmidial bacteriano com o DNA humano.
3. Exonucleases de restrição, eficientes como sondas genéticas na identificação de segmentos plasmidiais de bactérias inseridos em cromossomos de outros organismos.
4. Técnicas de manipulação do DNA, também conhecidas como Engenharia Genética ou tecnologia do DNA recombinante.
Estão corretas:
a) 123 e 4.
b) 1 e 3, apenas.
c) 4, apenas.
d) 2 e 3, apenas.
e) 3 e 4, apenas.
07. (UFLA) O uso de alimentos transgênicos na alimentação humana tem sido alvo de críticas por parte de vários setores da sociedade, os quais argumentam que esses alimentos apresentam riscos potenciais à saúde, já que ainda não foram devidamente verificados. Qual das alternativas abaixo aponta uma explicação genética adequada para esse possível risco?
a) Pelo fato de ser uma mistura aleatória de DNA de organismos incompatíveis, esse alimento apresenta composições muito alteradas e baixo valor nutritivo, quando comparado com o não-transgênico.
b) Os genes exóticos inseridos artificialmente no alimento transgênico passarão a fazer parte do DNA das células do ser humano que se alimentar dele, causando sérios distúrbios de funcionamento no organismo dessa pessoa.
c) Como no alimento transgênico existe pelo menos um gene de outro organismo, esse alimento apresenta em sua composição pelo menos uma proteína diferente, não característica, que pode vir a causar reações adversas não observadas quando se ingerem alimentos não modificados.
d) Como a transgenia muda completamente a informação genética característica da espécie, o alimento fica completamente adulterado, podendo conter substâncias venenosas.
e) A inserção de RNA e proteínas nas moléculas de DNA pode levar à produção de moléculas inibidoras da expressão dos genes. Essas moléculas podem vir a atuar no organismo da pessoa que o ingerir e causar diversos tipos de disfunções.
08. (PUC-RJ) Em 1990, foi oficialmente iniciado o Projeto Genoma, que visa decifrar e mapear o código genético humano. Indique a alternativa errada relativa ao código genético e à síntese de proteínas:
a) Os genes são formados por ácido desoxirribonucleico e controlam a produção de proteínas da célula, determinando as características de um ser vivo.
b) Todas as células do corpo têm a mesma coleção de genes, mas, apesar disto, encontramos células com formas e funções diferentes.
c) A mutação é uma alteração do código genético de um organismo e pode ser provocada por radiações ou substâncias químicas.
d) As mudanças na programação genética de um organismo não alteram a produção de proteínas, nem as suas características.
e) A Engenharia Genética, que é uma técnica de manipulação dos genes, pode corrigir defeitos no código genético de um organismo.
09. (UEL)        LEIA O TEXTO A SEGUIR E RESPONDA ESTA QUESTÃO.
Doping pode ser compreendido como a utilização de substâncias ou método que possa melhorar o desempenho esportivo e atente contra a ética esportiva em determinado tempo e lugar, com ou sem prejuízo à saúde do esportista. Em uma época em que as ciências do esporte aportam cada vez mais decisivamente elementos para a melhoria do desempenho esportivo dos praticantes de esporte de alto rendimento, em particular, e de atividades físicas, em geral, ganham em importância discussões acerca da utilização de metodologias biomoleculares e substâncias em suas mais amplas aplicações. Quer do ponto de vista sanitário ou ético, o doping genético tem suscitado debates tão intensos quanto questionáveis do ponto de vista científico. A questão que se coloca consiste em indagar se o recurso obtido com tecnologias biomoleculares se choca com a ideia de espírito esportivo, essência do Olimpismo, pautado pela busca do equilíbrio entre corpo, mente e espírito.
(Adaptado de: RAMIREZ, A. ; RIBEIRO, Á. Doping genético e esporte.)
Com base no texto, na teoria de Habermas e considerando as implicações éticas envolvidas nas disputas entre atletas, assinale a alternativa correta.
a) A utilização de terapias genéticas em atletas, por se assemelhar a uma dotação genética, não intencional, similar à da natureza, pode dispensar pressupostos éticos.
b) Por desconsiderar a utilização de drogas químicas, o uso do doping genético é eticamente aceitável no esporte, já que implica o aprimoramento genético da espécie.
c) O fato de um atleta ter sido submetido à terapia genética rompe com as condições de simetria entre os competidores, pressuposto ético básico das atividades esportivas.
d) A ideia de igualdade entre os atletas nas competições representa uma ficção, já que a vitória é a demonstração da real desigualdade entre eles, fator que legitimaria, do ponto de vista ético, o doping genético.
e) A igualdade dada pela indisponibilidade da natureza é fator ético que proíbe novas possibilidades genéticas, inviabilizando o grau de aperfeiçoamento moral que o ser humano poderia alcançar.
10. (PUC-MG) O esquema abaixo representa de forma resumida o processo utilizado na clonagem do primeiro mamífero.
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Como base no esquema e em outros conhecimentos sobre o assunto, assinale a afirmativa incorreta.
a) Se a fusão de dois ovócitos de uma ovelha gerasse um descendente, esse deveria ser geneticamente idêntico à doadora dos ovócitos.
b) O filhote produzido por esse processo deve apresentar DNA mitocondrial tanto da ovelha Finn dorset quanto da ovelha Scottsh blackface.
c) Não é possível garantir que todas as características observáveis na ovelha doadora da célula somática estejam presentes em seu descendente.
d) O filhote gerado pela ovelha Scottsh blackface é dito clone da ovelha Finn dorsetpor apresentar o mesmo genoma nuclear que esta última.
11. (PUC-RS) Para responder esta questão, considere as informações do texto e do quadro, que apresenta resultados simulados da análise pericial de DNA de um casal e de cinco supostas vítimas de acidente (V). Os exames de identificação molecular (DNA) de pessoas têm sido muito úteis para solucionar casos forenses ou de investigação de paternidade, já que se baseiam na identificação de marcas genéticas que, herdadas, devem aparecer simultaneamente no filho e em seu pai e/ou em sua mãe. No pior acidente aéreo da América Latina, ocorrido com o vôo TAM 3054, no qual 199 pessoas perderam a vida, equipes de peritos analisaram o DNA das vítimas fatais, comparando com o DNA de pessoas aparentadas, e chegaram a resultados semelhantes aos apresentados no quadro seguinte:
11
Com base na análise de cada coluna e no padrão de linhas presente na simulação acima, os peritos poderiam concluir corretamente que o descendente do casal (Pai e Mãe) é a vítima:
a) V1.
b) V2.
c) V3.
d) V4.
e) V5.
12. (CESGRANRIO) “Bactérias formam clones desde o início da vida na Terra”
(Imprensa Local, setembro/97)
Hoje, algumas espécies de tatus produzem, por clonagem, de quatro a doze filhotes. Esse tipo de clonagem é possível porque:
a) A fêmea produz um grande número de ovos.
b) Os zigotos formados são consequência de meioses constantes.
c) O zigoto formado é capaz de se dividir várias vezes.
d) A grande produção de gametas masculinos garante o desenvolvimento dos zigotos.
e) As mitoses existentes em cada zigoto são consequência de recombinação gênica.
13. (UFAM) Criaram a primeira célula artificial do mundo. Primeiro, os pesquisadores decifraram, transformaram em informação computacional, alteraram e remontaram o genoma de uma bactéria causadora de doença em cabras chamada Mycoplasma mycoides. Esse novo genoma foi inteiramente criado em computador, sintetizado e implantado no citoplasma de uma bactéria de uma espécie aparentada. O genoma sintético “ligou” o citoplasma e fez a bactéria viver e se replicar. Num futuro próximo, células sintéticas poderão ser usadas para produzir biocombustíveis e remédios, entre outras substâncias.
O texto comenta sobre o potencial dessa nova tecnologia e, para seu entendimento, exige certo conhecimento sobre o funcionamento celular. As alternativas abaixo mostram as interpretações de cinco estudantes acerca das informações fornecidas. Assinale, à luz da Biologia Celular, a(s) correta(s):
I    II
0  0 – As novas estruturas da célula sintética são integralmente artificiais, assim como sua membrana plasmática e seu mecanismo de replicação.
1  1 – A passagem da informação genética da célula artificial para seus descendentes foi possível graças ao papel de enzimas conhecidas como DNA polimerases.
2  2 – Incorporar material genético artificial a uma célula viva significa dizer que cadeias polipeptídicas inteiras foram introduzidas no DNA hospedeiro e passaram a fazer parte dessa molécula como comumente observado nos seres vivos.
3  3 – A criação dessa célula artificial representa um marco da ciência, visto que o homem sempre objetivou criar “vida” em condições de laboratório. Assim, finalmente foi provado que as ideias iniciais sobre a geração espontânea estavam corretas.
4  4 – O termo “célula artificial” não seria o mais indicado visto que uma célula hospedeira foi usada para receber o “DNA sintético”.
14. (UFVJM)                 LEIA O TEXTO E ANALISE A FIGURA.
Uma ovelha foi produzida por meio de uma técnica em que se retira o núcleo de uma célula da glândula mamária de um animal adulto. Em seguida esse núcleo é fundido, com a ajuda de uma corrente elétrica, a um óvulo de outra ovelha que teve seu núcleo retirado. Esse óvulo é, então, implantado no útero. Das 277 tentativas, apenas uma vingou: a Dolly. Um cientista está cultivando células para clonar um mamífero, repetindo a técnica utilizada para gerar a Dolly. Ele observou uma divisão celular em sua cultura, que aparece nesta ilustração.
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Com base nessas informações, é correto afirmar que esse cientista pretende, com as células dessa cultura, utilizar:
a) O núcleo, já que as células das glândulas mamárias possuem apenas um conjunto cromossômico.
b) O citoplasma e descartar o núcleo, já que se trata de um óvulo cujo núcleo tem apenas um genoma.
c) Os cromossomos dos óvulos, já que eles carregam DNA, que tem codificadas todas as informações genéticas.
d) O núcleo, já que as células das glândulas mamárias têm dois genomas completos, o que é vantajoso para a clonagem.
15. (UFJF) As principais proteínas responsáveis pela transição de fases do ciclo celular são chamadas de quinases dependentes de ciclina (CDKs). Com o objetivo de inibir a atividade da CDK de milho pesquisadores desenvolveram plantas transgênicas que continham um alelo mutante que codifica essa CDK sem a capacidade de transferir P para outras proteínas. Dentre as várias plantas transgênicas obtidas, os pesquisadores selecionaram uma planta na qual um dos alelos selvagens que codifica a CDK funcional foi substituído pelo alelo mutante. Esses pesquisadores se surpreenderam ao observar que essa planta heterozigota já apresentava atividade de CDK completamente inibida, porque:
a) Como as plantas transgênicas heterozigotas apresentam dois alelos selvagens, a proteína CDK não deveria estar completamente inibida nessas plantas.
b) O resultado obtido demonstrou que o alelo mutante introduzido na planta transgênica era dominante em relação ao alelo selvagem, justificando o seu fenótipo.
c) O resultado obtido demonstrou que o alelo mutante introduzido na planta transgênica era recessivo em relação ao alelo selvagem, justificando o seu fenótipo.
d) Nas plantas transgênicas homozigotas, somente o alelo mutante estaria presente e, assim, a proteína CDK não seria completamente inibida nessas plantas.
e) O resultado obtido demonstrou que as plantas transgênicas perderam o alelo selvagem e, por isso, a CDK estava completamente inibida nessas plantas.
16. (PASUSP) “Criada vida artificial” e “Ciência cria primeira célula sintética” foram algumas das manchetes que citaram o trabalho de Craig Venter, publicado na revista Science. Na realidade, foi uma bela obra de engenharia genética, mas não se criou vida. A equipe de cientistas utilizou vidas existentes, tanto de bactérias como de leveduras, para conseguir esse feito. Foram 15 anos de trabalho, envolvendo 24 cientistas, a um custo de US$ 40 milhões. (…) A estratégia para criar a bactéria de Craig Venter poderá permitir aprimorar as técnicas de engenharia genética, produzindo novos microrganismos úteis ao homem, como, por exemplo, bactérias mais eficientes em degradar a celulose ou o plástico, gerando novas formas de combustível biodegradável.
Mayana Zatz, Pesquisa Fapesp, Edição impressa nº 172, Junho 2010. Adaptado.
Considere as seguintes afirmações, elaboradas com base na leitura do texto:
I. O cientista Craig Venter criou vida artificial ao empregar técnicas de engenharia genética.
II. As bactérias sintetizadas pelos pesquisadores são capazes de degradar celulose e plástico.
III. Leveduras e bactérias foram os organismos empregados nos experimentos de Craig Venter.
IV. Novos microrganismos, úteis ao homem, poderão ser criados com o aprimoramento das técnicas de engenharia genética.
São corretas apenas as afirmações:
a) II.
b) I e III.
c) II e III.
d) II e IV.
e) III e IV.
17. (UFPI) Células microbianas, plantas e animais são usados na produção de materiais úteis às pessoas, tais como alimentos, remédios e produtos químicos. A respeito do DNA recombinante e da biotecnologia, analise as proposições abaixo e marque a alternativa que contempla somente informações corretas.
a) Uma cópia de DNA pode ser feita a partir de rRNA, constituindo uma biblioteca de DNA. Após a extração do rRNA de um tecido, este é misturado com a enzima transcriptase reversa, um pequeno primer de oligo dT é adicionado e hibridiza-se com a cauda poli A, para a síntese do cDNA, pela transcriptase, em seguida o rRNA é removido, deixando a fita única de cDNA.
b) Fragmentos de DNA, gerados por clivagem com o uso das enzimas de restrição, podem ser separados com a técnica de eletroforese em gel e suas frequências identificadas por sonda de DNA, pela técnica de hibridização molecular.
c) Cromossomos humanos, na construção de uma biblioteca gênica, são quebrados em fragmentos de DNA e inseridos em bactérias, que os replicam sem a necessidade de vetores construídos por fragmentos de cromossomos e plasmídeos.
d) As endonucleases de restrição são usadas na clivagem do DNA em seqüências específicas e são produzidas por vírus em defesas de invasões de DNA, por meio das quais as referidas endonucleases, sem alterar o seu DNA, produzem as enzimas que catalisam a clivagem de moléculas de DNA de dupla-hélice.
e) A produção comercial do hormônio do crescimento humano é um exemplo de expressão de genes em camundongo, desde que o gene de interesse possa ser expresso durante a transcrição.
18. (UNESP)                                 EU E MEUS DOIS PAPAIS
No futuro, quando alguém fizer aquele velho comentário sobre crianças fofinhas: “Nossa, é a cara do pai!”, será preciso perguntar: “Do pai número um ou do número dois?”. A ideia parece absurda, mas, em princípio, não tem nada de impossível. A descoberta de que qualquer célula do nosso corpo tem potencial para retornar a um estado primitivo e versátil pode significar que homens são capazes de produzir óvulos, e mulheres têm chance de gerar espermatozoides. Tudo graças às células iPS (sigla inglesa de “células-tronco pluripotentes induzidas”), cujas capacidades “miraculosas” estão começando a ser estudadas. Elas são funcionalmente idênticas às células-tronco embrionárias, que conseguem dar origem a todos os tecidos do corpo. Em laboratório, as células iPS são revertidas ao estado embrionário por meio de manipulação genética.
(Revista Galileu, maio 2009.)
Na reportagem, cientistas acenaram com a possibilidade de uma criança ser gerada com o material genético de dois pais, necessitando de uma mulher apenas para a “barriga de aluguel”. Um dos pais doaria o espermatozoide e o outro uma amostra de células da pele que, revertidas ao estado iPS, dariam origem à um ovócito pronto para ser fecundado in vitro. Isto ocorrendo, a criança:
a) Necessariamente seria do sexo masculino.
b) Necessariamente seria do sexo feminino.
c) Poderia ser um menino ou uma menina.
d) Seria clone genético do homem que forneceu o espermatozoide.
e) Seria clone genético do homem que forneceu a célula da pele.
19. (UESPI) Muitas esperanças são depositadas nas células-tronco, no tratamento de doenças graves, como aquelas referidas na charge abaixo. Sobre as células-tronco, é correto afirmar que:
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a) Aquelas encontradas na medula óssea são especializadas na produção de osteoblastos.
b) Tais células são obtidas de óvulos e espermatozoides, uma vez que formam o zigoto.
c) Poderiam ser obtidas de embriões e teriam a capacidade de se diferenciar em neurônios e em células do miocárdio.
d) Se isoladas do cordão umbilical, têm aplicação particularmente no tratamento de condições médicas em bebês recém-nascidos.
e) No caso de pequenas amputações, poderiam regenerar o órgão perdido.
20. (UEL)      LEIA O TEXTO A SEGUIR E RESPONDA ESTA QUESTÃO.
Doping pode ser compreendido como a utilização de substâncias ou método que possa melhorar o desempenho esportivo e atente contra a ética esportiva em determinado tempo e lugar, com ou sem prejuízo à saúde do esportista. Em uma época em que as ciências do esporte aportam cada vez mais decisivamente elementos para a melhoria do desempenho esportivo dos praticantes de esporte de alto rendimento, em particular, e de atividades físicas, em geral, ganham em importância discussões acerca da utilização de metodologias biomoleculares e substâncias em suas mais amplas aplicações. Quer do ponto de vista sanitário ou ético, o doping genético tem suscitado debates tão intensos quanto questionáveis do ponto de vista científico. A questão que se coloca consiste em indagar se o recurso obtido com tecnologias biomoleculares se choca com a ideia de espírito esportivo, essência do Olimpismo, pautado pela busca do equilíbrio entre corpo, mente e espírito.
(Adaptado de: RAMIREZ, A. ; RIBEIRO, Á. Doping genético e esporte.)
Com base no texto e nos conhecimentos sobre terapia gênica, considere as afirmativas a seguir.
I. Um gene funcional pode ser inserido em local não específico do genoma para a substituição de um gene não funcional.
II. Um gene não funcional pode ser substituído por um gene funcional por recombinação genética.
III. Um gene não funcional pode ser corrigido por apoptose, o que retorna o gene à sua composição normal.
IV. Uma cópia funcional do alelo pode ser adicionada em substituição ao alelo não funcional.
Assinale a alternativa correta.
a) Somente as afirmativas I e II são corretas.
b) Somente as afirmativas I e III são corretas.
c) Somente as afirmativas III e IV são corretas.
d) Somente as afirmativas III e IV são corretas.
e) Somente as afirmativas IIIII e IV são corretas.
21. (UFF) “Kôkôtêrô voltou-se rapidamente. Viu, no lugar em que enterrara a filha, um arbusto mui alto, que logo se tornou rasteiro assim que se aproximou. Tratou da sepultura. Limpou o solo. A plantinha foi-se mostrando cada vez mais viçosa. Mais tarde, Kôkôtêrô arrancou do solo a raiz da planta: era a mandioca.”
(Brandenburger, C. Lendas dos Nossos Índios).
A mandioca é um dos principais alimentos cultivados no Brasil até os dias de hoje. Essa planta está associada à cultura de diversos grupos indígenas no território brasileiro, que utilizam a estaquia simples como o principal método de propagação para o cultivo deste vegetal. Assinale a técnica genética com a qual a estaquia está relacionada.
a) Transgênese.
b) Recombinação genética.
c) Mutação sítio-dirigida.
d) Reprodução sexuada induzida.
e) Clonagem.
22. (FGV) INSTITUTO NACIONAL DE PROPRIEDADE INDUSTRIAL – INPI – NEGA PATENTE AO ANTI-RETROVIRAL TENOFOVIR. A DECISÃO TRAZ NOVA PERSPECTIVA PARA NEGOCIAÇÃO DE PREÇOS DO MEDICAMENTO.
(“O Estado de S. Paulo”, 02.09.2008)
Tenofovir é um dos mais caros e importantes medicamentos anti-HIV usados no Programa Nacional de DST – Aids. Tem ação antirretroviral, pois se trata de um análogo de nucleosídeo e, quando da transcrição reversa, suas moléculas substituem o nucleotídeo verdadeiro, no caso, a adenina. O produto sintetizado com a falsa adenina perde a sua função. Pode-se dizer que moléculas do medicamento vão substituir a adenina quando da síntese:
a) Do RNA viral por ação da transcriptase reversa.
b) Das proteínas virais a partir do RNA do vírus.
c) Do DNA a partir do RNA do vírus.
d) Da transcriptase reversa do vírus.
e) Da DNA polimerase que faz a transcrição do material genético do vírus.
23. (IFSC) Considerando os efeitos da inserção de organismos geneticamente modificados ou transgênicos na agricultura, assinale a(s) proposição (ões) correta(s).
I   II
0  0 – A Lei de Biossegurança estabelece normas e mecanismos de fiscalização das atividades que envolvem transgênicos e seus derivados no Brasil.
1  1 – No Brasil, os organismos geneticamente modificados não estão liberados para produção ou comercialização, sendo de uso restrito para pesquisas científicas.
2  2 – A eliminação de insetos e microrganismos do ecossistema, a contaminação de culturas convencionais, dos solos e lençóis freáticos, em decorrência da produção de alimentos transgênicos, são polêmicas que envolvem a introdução dos organismos geneticamente modificados na agricultura.
3  3 – A necessidade em elevar a produtividade agrícola, sem aumentar a área cultivada, favoreceu a inserção e disseminação dos transgênicos na agricultura.
4  4 -As pesquisas sobre alimentos transgênicos são conclusivas e descartam que a produção e o consumo dos organismos geneticamente modificados acarretam prejuízos à saúde humana e animal.
24. (UFRN) O texto abaixo reproduz parte de uma reportagem do programa “Globo Rural” que abordou uma Norma Federal reguladora do cultivo de milho transgênico e do milho convencional.
“Em cada propriedade, o fiscal federal agropecuário faz o teste na lavoura. A folha é misturada a uma solução que aponta se a proteína da planta é geneticamente modificada. O resultado sai em cinco minutos. […]
Toda essa tecnologia é usada para ajudar o produtor rural a cumprir uma norma que existe desde 2007, que determina o espaçamento necessário entre a lavoura de milho convencional e a lavoura de milho transgênico do vizinho.
Quando uma lavoura de milho transgênico faz divisa com outra que tem milho convencional o produtor deve respeitar a distância mínima de isolamento de cem metros. Se isso não for possível, o proprietário do milho transgênico deve fazer uma borda com 20 metros onde tenha pelo menos dez linhas de milho convencional. […]”
“Com isso, estaremos garantindo para o agricultor vizinho que, se planta milho convencional, ele possa vender como milho convencional. Se a gente não fizer isso, o vizinho que planta o milho convencional do lado de quem planta milho transgênico, vai ter que vender o milho como transgênico”, explicou o agrônomo Rodrigo Pita.”
Para que o agricultor continue a ter sua plantação classificada como milho convencional, o cumprimento da Norma reduz a possibilidade de:
a) Contaminação da planta convencional com uma proteína estranha.
b) Manutenção da quantidade normal do pólen produzido pelas anteras.
c) Deformação nas estruturas das anteras e dos pistilos.
d) Contato do pólen da planta transgênica com a convencional.
25. (UNIR) Analise as células e estruturas apresentadas na figura abaixo.
25
Sobre o desenvolvimento embrionário nos mamíferos, assinale a(s) afirmativa(s) correta(s).
( ) As células do embrião de 8 dias são células-tronco capazes de se diferenciarem no zigoto e nos anexos embrionários do blastocisto.
( ) As células externas do blastocisto se diferenciam nos anexos embrionários.
(  ) No interior do blastocisto, são encontradas as células-tronco capazes de se transformarem em todos os tipos de tecido, menos nos anexos embrionários.
( ) Nos tecidos diferenciados constantes da figura, são encontradas as células-tronco com capacidade de originar qualquer tipo de tecido.
Assinale a sequência correta.
a) VFV, F.
b) FVVF.
c) FFVF.
d) VVFV.
e) FVVV.
26. (UFPel) Pesquisadores egípcios estão mudando o contar da História por meio de testes genéticos (Hawass et al., 2010). Eles colheram material de 10 múmias, identificadas como pertencentes à família de Tutancâmon e, também, dos restos mortais do próprio faraó. Os resultados do estudo envolvem análises de DNA, tomografias, provas arqueológicas e registros históricos. Com base em análise de microssatélites, regiões repetitivas do DNA usadas em testes de paternidade, duas das múmias foram consideradas como sendo os pais do faraó e, muito provavelmente, Tutancâmon foi gerado num ato incestuoso.
HAWASS, Z. et al. Ancestry and pathology in King Tutankhamun’s family. JAMA, 303(7):638-647, 2010. FRANCO, F.M. 2010. Do laboratório à sala de aula: os recentes avanços da Genética. Genetica na escola, v.5, n.1, 2010. Disponivel emhttp://www.geneticanaescola.com.br/ano5vol1/MS16_009.pdf.
Com base em seus conhecimentos e no texto, é correto afirmar que, para a identificação dos pais do faraó Tutancâmon:
a) Trechos de DNA das múmias foram cortados pela enzima DNA-ligase, que corta o DNA em pontos específicos, onde ha determinadas sequencias de bases nitrogenadas. Os fragmentos de DNA de cada múmia foram separados pela técnica de PCR e comparados.
b) Amostras de DNA das múmias foram analisadas diretamente por meio da técnica de eletroforese. Deve haver pelo menos 25% de coincidência entre o DNA de Tuntancamon com o de cada um de seus pais.
c) Trechos de DNA das múmias foram cortados por enzimas de restrição, que cortam o DNA em pontos específicos, onde há determinadas sequencias de bases nitrogenadas. Os fragmentos de DNA de cada múmia foram separados por eletroforese e comparados.
d) Amostras de DNA das múmias foram submetidas a ação da enzima DNA polimerase, que corta a fita em fragmentos, que são separados pela técnica de PCR para, posteriormente, serem comparados.
e) Trechos de DNA mitocondrial das múmias foram cortados por enzimas de restrição, que cortam o DNA em pontos específicos. Os fragmentos de DNA de cada múmia foram separados pela técnica de PCR e comparados.
27. (FUVEST) Vegetais e animais transgênicos:
a) São mutantes que têm o seu genoma alterado por processos como radiação, para desenvolvimento de características específicas.
b) Passaram por processo de clonagem, onde sofrem transplante de órgãos em experiências científicas, para desenvolvimento de fenótipos específicos.
c) Têm o seu fenótipo alterado mediante ação de mecanismos físicos ou biológicos, mas não passam as alterações sofridas às gerações seguintes.
d) São seres modificados por biotecnologia, que consiste na inserção de genes provenientes de outros organismos ao genoma que se deseja modificar.
e) Tiveram o seu DNA alterado por variações climáticas, que provocaram a deleção de genes, o que ocasionou modificações nos fenótipos.
28. (UESPI) Muitas ferramentas moleculares permitem atualmente alterar a informação genética de um organismo de forma que este apresente alguma vantagem fenotípica. Assim:
a) As técnicas de transgenia têm o objetivo de tornar plantas resistentes a pragas.
b) A clonagem de animais os deixa mais resistentes a doenças.
c) Enzimas de restrição cortam o DNA aleatoriamente facilitando a retirada de fragmentos que podem ser transferidos.
d) Plasmídios bacterianos são usados como vetores de genes de interesse, pois induzem naturalmente resistência a antibióticos.
e) A terapia genética de doenças humanas pretende alterar o código genético inibindo a expressão fenotípica de genes maléficos.
29. (UECE)         LEIA ATENTAMENTE AS INFORMAÇÕES A SEGUIR:
“O processo de clonagem em seres como bactérias e outros organismos unicelulares que realizam sua reprodução através do processo de bipartição ou cissiparidade pode ser frequentemente observado na natureza. No caso dos seres humanos, podemos considerar gêmeos univitelinos como clones naturais, pois esses indivíduos compartilham as mesmas características genéticas, originárias da divisão do óvulo fecundado. Porém, foi somente no ano de 1997 que a comunidade científica demonstrou ser possível produzir clones de animais em laboratório, quando o embriologista Ian Wilmut, do Instituto de Embriologia Roslin, na Escócia, conseguiu clonar uma ovelha, batizada de Dolly. Após esta experiência, vários animais, como bois, cavalos, ratos e porcos, foram clonados.”
É correto considerar que a clonagem artificial de animais consiste em:
a) Introduzir, no óvulo de uma fêmea de determinada espécie, um espermatozoide de um macho da mesma espécie.
b) Retirar e descartar o núcleo de uma célula somática de uma fêmea de determinada espécie e injetar, nessa célula enucleada, o núcleo de uma célula ovo da mesma espécie.
c) Retirar e descartar o núcleo do óvulo de uma fêmea de determinada espécie e injetar, neste óvulo enucleado, o núcleo de uma célula somática de um indivíduo da mesma espécie.
d) Introduzir o núcleo de uma célula somática retirado de uma fêmea dentro de um óvulo retirado dessa mesma fêmea.
30. (UFT) Sabendo que as enzimas de restrição são capazes de cortar o DNA em sítios específicos. Analise a sequência de DNA abaixo em relação às enzimas propostas e marque a alternativa incorreta.
DNA: 5’GATTACAATTTCGACCTTGCAATTCCGGTGAGAC3’
Enzima I (corta após AATT)
Enzima II (corta após CCTT)
a) Após ação das enzima obtemos três fragmentos de DNA.
b) Após ação da enzima II obtemos dois fragmentos de DNA.
c) Após ação das enzimas I e II obtemos quatro fragmentos de DNA.
d) Após ação da enzima I obtemos dois fragmentos de DNA.
e) A enzima II corta o DNA em dois fragmentos de comprimentos diferentes.

GABARITO


01
0203040506070809
10
C
DVVVFFADCCDC
A
11
1213141516171819
20
A
CFVFFVCBEBCC
D
21
2223242526272829
30
E
CVFVVFDBCDEC
D

CLONAGEM E CÉLULAS-TRONCO

CLONAGEM E CÉLULAS-TRONCO


Mayana Zatz é professora titular de Genética Humana e Médica da USP, coordenadora do Centro de Estudos do Genoma Humano, presidente da Associação Brasileira de Distrofia Muscular e membro da Academia Brasileira de Ciências.

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Clonagem é um mecanismo comum de propagação da espécie em plantas ou bactérias. De acordo com Webber (1903), o clone é definido como uma população de moléculas, células ou organismos que se originaram de uma única célula e que são idênticas à célula original e entre si.
Em humanos, clones naturais são os gêmeos idênticos que se originam da divisão de um único óvulo fertilizado. A grande revolução que a Dolly provocou abriu caminho para a possibilidade de clonagem humana. Pela primeira vez, ficou patente que era possível clonar um mamífero, isto é, produzir uma cópia geneticamente idêntica a partir de uma célula somática diferenciada. Para entendermos por que essa experiência foi surpreendente, precisamos recordar um pouco de embriologia.
Todos nós já fomos uma célula única, resultante da fusão de um óvulo com um espermatozoide. Essa primeira célula já tem, em seu núcleo, o DNA com toda a informação genética necessária para gerar um novo ser. Nas células, o DNA fica extremamente condensado e organizado em cromossomos. Com exceção das nossas células sexuais, o óvulo e o espermatozoide que têm 23 cromossomos, todas as outras células do nosso corpo têm 46 cromossomos. Em cada uma delas, existem 22 pares que são iguais nos dois sexos, os chamados autossomos, e um par de cromossomos sexuais : XX no sexo feminino e XY no sexo masculino. As células com 46 cromossomos são chamadas células somáticas.
Voltemos agora a nossa primeira célula resultante da fusão do óvulo e do espermatozoide. Logo após a fecundação, ela começa a dividir-se: uma célula em duas, duas em quatro, quatro em oito e assim por diante. Pelo menos até a fase de oito células, cada uma delas é capaz de desenvolver-se num ser humano completo. Por isso, são chamadas de totipotentes. Na fase de 8 a 16 células, as células do embrião se diferenciam em dois grupos: um grupo de células externas, que vão originar a placenta e os anexos embrionários, e uma massa de células internas que vai originar o embrião propriamente dito. Setenta e duas horas depois da fecundação, esse embrião agora com cerca de 100 células passa a ser chamado de blastocisto. É nessa fase que ocorre sua implantação na cavidade uterina. As células internas do blastocisto que vão originar as centenas de tecidos que compõem o corpo humano são chamadas de células-tronco embrionárias pluripotentes.
Num dado momento, porém, as células somáticas, que até então eram todas iguais, começam a diferenciar-se nos vários tecidos que vão compor o organismo: sangue, fígado, músculos, cérebro, ossos, etc… Os genes que controlam essa diferenciação e o processo pelo qual isso ocorre ainda é um mistério.
O que sabemos é que, uma vez diferenciadas, as células somáticas perdem a capacidade de originar qualquer tecido. As descendentes de uma célula diferenciada vão manter as mesmas características daquela que as originou, isto é, células de fígado vão originar células de fígado, células musculares vão originar células musculares e assim por diante. Apesar do número de genes e do DNA serem iguais em todas as células do nosso corpo, nas células somáticas diferenciadas, os genes se expressam de maneira diferente em cada tecido, isto é, a expressão gênica é específica para cada tecido. Com exceção dos genes responsáveis pela manutenção do metabolismo celular (“housekeeping genes”) que se mantêm ativos em todas as células do organismo, só irão funcionar em cada tecido ou órgão os genes importantes para sua manutenção. Os outros se mantêm “silenciados” ou inativos.
O PROCESSO DE CLONAGEM REPRODUTIVA
A grande notícia que a Dolly trouxe consigo foi justamente a descoberta de que uma célula somática de mamífero, já diferenciada, poderia ser reprogramada ao estágio inicial e voltar a ser totipotente. Isso foi conseguido transferindo o núcleo de uma célula somática da glândula mamária da ovelha que originou Dolly para um óvulo enucleado que, surpreendentemente, começou a comportar-se como um óvulo recém fecundado por um espermatozoide. Isso provavelmente ocorreu porque o óvulo, quando fecundado, tem mecanismos — para nós ainda desconhecidos – para reprogramar o DNA de modo a tornar todos os seus genes novamente ativos, o que ocorre no processo normal de fertilização.
Para obtenção de um clone, o óvulo enucleado para o qual foi transferido o núcleo da célula somática foi inserido no útero de outra ovelha. No caso da clonagem humana reprodutiva, a proposta seria retirar-se o núcleo de uma célula somática, que teoricamente poderia ser de qualquer tecido de uma criança ou de um adulto, inserir esse núcleo em um óvulo e implantá-lo num útero (que funcionaria como barriga de aluguel). Se esse óvulo conseguir desenvolver-se, teremos um novo ser com as mesmas características físicas da criança ou do adulto de quem foi retirada a célula somática. Seria como um gêmeo idêntico nascido posteriormente.
Já sabemos que não é um processo fácil. Dolly só nasceu depois de 276 tentativas que fracassaram. Além disso, dentre as 277 células “da mãe de Dolly“ que foram inseridas num óvulo sem núcleo, 90% não alcançaram nem o estágio de blastocisto. A tentativa posterior de clonar outros mamíferos, tais como camundongos, porcos, bezerros, um cavalo e um veado, também tem mostrado eficiência muito baixa e proporção muito grande de abortos e embriões malformados. Penta, a primeira bezerra brasileira clonada a partir de uma célula somática adulta, em 2002, morreu com um pouco mais de um mês. Ainda em 2002, foi anunciada a clonagem do “copycat” o primeiro gato de estimação clonado a partir de uma célula somática adulta. Para isso, foram utilizados 188 óvulos que geraram 87 embriões e apenas um animal vivo. Na realidade, experiências recentes, com diferentes modelos animais têm mostrado que a reprogramação dos genes para o estágio embrionário, processo que originou Dolly, é extremamente difícil.
O grupo liderado por Ian Wilmut, cientista escocês que se tornou famoso por essa experiência, afirma que praticamente todos os animais clonados nos últimos anos a partir de células não embrionárias estão com problemas (Rhind , 2003). Entre os diferentes defeitos observados nos pouquíssimos animais que nasceram vivos após inúmeras tentativas, observam-se placentas anormais, gigantismo em ovelhas e gado, defeitos cardíacos em porcos, problemas pulmonares em vacas, ovelhas e porcos, problemas imunológicos, falha na produção de leucócitos, defeitos musculares em carneiros. De acordo com Hochedlinger e Jaenisch (2003), os avanços recentes em clonagem reprodutiva permitem quatro conclusões importantes: 1) a maioria dos clones morre no início da gestação; 2) os animais clonados têm defeitos e anormalidades semelhantes independentemente da célula doadora ou da espécie; 3) essas anormalidades provavelmente ocorrem por falhas na reprogramação do genoma; 4) a eficiência da clonagem depende do estágio de diferenciação da célula doadora. De fato, a clonagem reprodutiva a partir de células embrionárias tem mostrado uma eficiência de 10 a 20 vezes maior provavelmente porque os genes que são fundamentais no início da embriogênese estão ainda ativos no genoma da célula doadora. (Hochedlinger e Jaenisch, 2003)
É interessante que, dentre todos os mamíferos que já foram clonados, a eficiência é um pouco maior em bezerros (cerca de 10% a 15%). Por outro lado, um fato intrigante é que ainda não se tem notícia de macaco ou cachorro que tenha sido clonado. Talvez seja por isso que a cientista inglesa Ann McLaren afirme que as falhas na reprogramação do núcleo somático possam constituir uma barreira intransponível para a clonagem humana.
Mesmo assim, pessoas como o médico italiano Antinori ou a seita dos raelianos defendem a clonagem humana, procedimento que tem sido proibido em todos os países. Na realidade, em documento assinado em 2003, as academias de ciências de 63 países, inclusive do Brasil, pedem o banimento da clonagem reprodutiva humana. O fato é que a simples possibilidade de clonar humanos tem suscitado discussões éticas em todos os segmentos da sociedade. Por que clonar? Quem deveria ser clonado ? Quem iria decidir? Quem será o pai ou a mãe do clone? O que fazer com os clones que nascerem defeituosos?, são questões sempre em pauta.

Na verdade, o maior problema ético atual é o enorme risco biológico associado à clonagem reprodutiva. No meu entender, seria a mesma coisa que discutir os prós e os contras da liberação de uma medicação nova, cujos efeitos são devastadores e ainda totalmente incontroláveis.
Apesar de todos os argumentos contra a clonagem humana reprodutiva, experiências com animais clonados têm-nos ensinado muito acerca do funcionamento celular. Por outro lado, a tecnologia de transferência de núcleo para fins terapêuticos, a chamada clonagem terapêutica, poderá ser extremamente útil para obtenção de células-tronco.
A TÉCNICA DE CLONAGEM TERAPÊUTICA PARA OBTENÇÃO DE CÉLULAS-TRONCO
Se pegarmos o óvulo cujo núcleo foi substituído pelo núcleo de uma célula somática e, em vez de inseri-lo em um útero, deixarmos que ele se divida no laboratório, teremos a possibilidade de usar essas células que, na fase de blastocisto, são pluripotentes, para fabricar diferentes tecidos. Isso abrirá perspectivas fantásticas para futuros tratamentos, porque hoje só se consegue cultivar em laboratório células com as mesmas características do tecido de onde foram retiradas. É importante que as pessoas entendam que, na clonagem para fins terapêuticos, serão gerados apenas tecidos, em laboratório, sem implantação do óvulo no útero. Não se trata de clonar um feto até alguns meses dentro do útero para depois retirar-lhe os órgãos, como alguns acreditam. Também não há por que chamar esse óvulo, após a transferência de núcleo, de embrião porque ele nunca terá esse destino.
Pesquisa publicada na revista Science, por um grupo de cientistas coreanos (Hwang e col, 2004) confirmou a possibilidade de obter células-tronco pluripotentes a partir da técnica de clonagem terapêutica ou transferência de núcleos (TN). O trabalho foi feito graças a participação de 16 mulheres voluntárias que doaram ao todo 242 óvulos e células cumulus (células que ficam ao redor dos óvulos) para contribuir com pesquisas visando à clonagem terapêutica. As células cumulus, que já são diferenciadas, foram transferidas para os óvulos dos quais haviam sido retirados os núcleos. De todos eles, 25% conseguiram dividir-se e chegar ao estágio de blastocisto, portanto capazes de produzir linhagens de células-tronco pluripotentes.
A clonagem terapêutica teria a vantagem de evitar rejeição se o doador fosse a própria pessoa. Seria o caso, por exemplo, de reconstituir a medula em alguém que se tornou paraplégico após um acidente ou para substituir o tecido cardíaco comprometido por um infarto. Entretanto, essa técnica tem limitações. No caso dos afetados por doenças genéticas, o doador não poderia ser a própria pessoa, pois a mutação patogênica causadora da doença está presente em todas as células. Usar linhagens de células-tronco embrionárias de outra pessoa pode provocar o problema da compatibilidade entre o doador e o receptor. Seria o caso, por exemplo, de um indivíduo afetado por distrofia muscular progressiva que necessita substituir tecido muscular.
Ele não poderia utilizar-se de suas próprias células-tronco, mas teria de recorrer a um doador compatível, eventualmente, um parente próximo. Além disso, não sabemos se as células obtidas de uma pessoa idosa com doença de Alzheimer, por exemplo, uma vez clonadas, teriam a mesma idade do doador ou seriam células jovens. Outra questão em aberto seria a reprogramação dos genes que poderiam inviabilizar o processo, dependendo do tecido ou do órgão a ser substituído.
Em resumo, por mais que sejamos favoráveis à clonagem terapêutica, trata-se de uma tecnologia que necessita de muita pesquisa antes de ser aplicada no tratamento clínico. Por esse motivo, a curto prazo, a grande esperança para terapia celular vem da utilização de células-tronco de outras fontes.
TERAPIA CELULAR COM OUTRAS FONTES DE CÉLULAS-TRONCO
a) Indivíduos adultos
Existem células-tronco em vários tecidos (medula óssea, sangue, fígado) de crianças e adultos. Entretanto, a quantidade é pequena e não sabemos ainda em que tecidos são capazes de diferenciar-se. Pesquisas recentes mostraram que células-tronco retiradas da medula de indivíduos com problemas cardíacos foram capazes de reconstituir o músculo do seu coração, o que abre perspectivas fantásticas para o tratamento de problemas cardíacos. A maior limitação dessa técnica – autotransplante -, porém, é não servir para portadores de doenças genéticas.
É importante lembrar que as doenças genéticas afetam entre 3% e 4% das crianças que nascem, ou seja, mais de cinco milhões de brasileiros, se considerarmos uma população de 170 milhões de habitantes. É verdade que nem todas as doenças genéticas poderiam ser tratadas com células-tronco, mas, se pensarmos somente nas doenças neuromusculares degenerativas que afetam uma em cada mil pessoas, estaremos falando em quase 200.000 pacientes.

b) Cordão umbilical e placenta
Pesquisas recentes vêm mostrando que o sangue do cordão umbilical e da placenta são ricos em células-tronco. Entretanto, também não sabemos ainda qual é o potencial de diferenciação dessas células em diferentes tecidos. Se as pesquisas com células-tronco de cordão umbilical derem os resultados esperados, isto é, se as células-tronco forem realmente capazes de regenerar tecidos ou órgãos, essa será certamente uma notícia fantástica, porque não envolve questões éticas. Ainda assim, porém, teremos de resolver o problema de compatibilidade entre as células-tronco do cordão doador e o receptor. Para tanto, será necessário criar, com a maior urgência, bancos de cordão públicos à semelhança dos bancos de sangue, porque se sabe que quanto maior o número de amostras de cordão em um banco, maior a chance de achar um doador compatível.
Experiências recentes já demonstraram que o sangue do cordão umbilical é o melhor material para substituir a medula em casos de leucemia. Por isso, a criação dos bancos de cordão é prioridade que se justificaria somente pelo fato de servirem de base para o tratamento de doenças sanguíneas, mesmo antes de serem confirmados os resultados de outras pesquisas.
c) Células embrionárias
Se as células-tronco de cordão tiverem a potencialidade desejada, a alternativa será o uso de células-tronco embrionárias obtidas de embriões não utilizados e que são descartados em clínicas de fertilização. Opositores ao uso de células embrionárias para fins terapêuticos argumentam que isso poderia gerar um comércio de óvulos ou que “embriões humanos” seriam destruídos e não é ético destruir uma vida para salvar outra.
ASPECTOS ÉTICOS
Apesar desses argumentos, o uso de células-tronco embrionárias para fins terapêuticos, obtidas tanto pela transferência de núcleo como de embriões descartados em clínicas de fertilização, é defendido por todos aqueles, e são muitos, que poderão beneficiar-se com a aplicação dessa técnica e pela maioria dos cientistas.
As 63 academias de ciência do mundo, que se posicionaram contra a clonagem reprodutiva, defendem as pesquisas com células embrionárias para fins terapêuticos. Em relação aos que acham que a clonagem terapêutica pode abrir caminho para clonagem reprodutiva, devemos lembrar que existe uma diferença intransponível entre os dois procedimentos: a implantação e a não implantação em um útero humano. Basta proibir a implantação no útero!
Se pensarmos que qualquer célula humana pode ser teoricamente clonada e gerar um novo ser, poderemos chegar ao exagero de achar que toda vez que tiramos a cutícula ou arrancamos um fio de cabelo, estamos destruindo uma vida humana em potencial. Afinal, o núcleo de uma célula da cutícula poderia ser colocado em um óvulo enucleado, inserido em um útero e gerar uma nova vida!
Por outro lado, a cultura de tecidos é prática comum em laboratório, apoiada por todos. A única diferença, no caso, seria o uso de óvulos (quando não fecundados são apenas células) que permitiriam a produção de qualquer tecido no laboratório. Ou seja, em vez de poder produzir apenas um tipo de tecido, já especializado, o uso de óvulos permitiria fabricar qualquer tipo de tecido. O que há de antiético nisso?
Quanto ao comércio de óvulos, não seria a mesma coisa do que já ocorre com o transplante de órgãos? Não é mais fácil doar um óvulo do que um rim? Cada um de nós pode fazer a si próprio esta pergunta: “Eu doaria um óvulo para ajudar alguém? Para salvar uma vida?”.

No que se refere à destruição de “embriões humanos”, novamente devemos lembrar que estamos falando de cultivar tecidos ou, futuramente, órgãos a partir de embriões que são normalmente descartados e que nunca serão inseridos em um útero. Sabemos que 90% dos embriões gerados em clínicas de fertilização e inseridos num útero nas melhores condições possíveis não geram vida. Além disso, um trabalho recente (Mitalipova et al., 2003) mostrou que células obtidas de embriões de má qualidade, que não teriam potencial para gerar uma vida, mantêm a capacidade de gerar linhagens de células-tronco embrionárias e, portanto, de gerar tecidos.
Em resumo, é justo deixar morrer uma criança ou um jovem afetado por uma doença neuromuscular letal para preservar um embrião cujo destino é o lixo? Um embrião que, mesmo implantado em um útero, teria potencial baixíssimo de gerar um indivíduo? Ao usar células-tronco embrionárias para regenerar tecidos em uma pessoa condenada por uma doença letal, na realidade não estamos criando vida? Isso não é comparável ao que se faz hoje nos transplantes, quando se retira os órgãos de uma pessoa com morte cerebral (mas que poderia permanecer em vida vegetativa indefinidamente)?
É extremamente importante que as pessoas entendam a diferença entre clonagem humana, clonagem terapêutica e terapia celular com células-tronco embrionárias antes de assumir uma posição contrária. Por outro lado, também não podemos acreditar que as células-tronco sejam capazes de curar todas as doenças humanas. As pesquisas que estão se iniciando agora serão fundamentais para responder inúmeras questões sobre o potencial das células-tronco adultas em comparação com o das embrionárias, sobre as doenças que poderão ser tratadas e quais serão os benefícios e riscos da terapia celular.
REFERÊNCIAS
Hochedlinger K, Jaenish R (2003): Nuclear transplantation, embryonic stem cells and the potential for cell therapy. N. Engl. Journal of Medicine 349:275-212
Mitalipova M, Calhoun J, Shin S, Wininger D et al. (2003): Human embryonic stem cells lines derived from discarded embryos. Stem cells 21:521-526
Rhind SM, Taylor JE, De Sousa PA, King TUI, McGarry M, Wilmut I (2003): Human Cloning: can it be made safe? Nature reviews 4:855-864
Hwang SW, Ryu YJ, Park JH, Park ES, Lee EG, Koo JM et al. (2004) : Evdence of a plurpotent embryonic stem cell line derived from a cloned blastocyst. Scienceexpress: !2 de fevereiro

Mãe trava batalha legal para ser fertilizada com óvulos de filha morta

Credito: PA
Mulher congelou óvulos antes de falecer de câncer; agora, sua mãe quer gestar a neta
Uma mãe deu início a uma batalha legal para ser fertilizada com os óvulos congelados de sua filha morta e, assim, poder gestar sua própria neta.
A mulher e seu marido, cujos nomes não foram divulgados, tentam derrubar a decisão de um órgão regulador independente que os impediu de transferir os óvulos de Londres para uma clínica de fertilidade nos EUA.
A filha do casal morreu de câncer de intestino com menos de 30 anos.
Eles afirmam que ela queria que os óvulos fossem fertilizados com o esperma de um doador e implantado no útero de sua mãe.
Ela era filha única e decidiu congelar os óvulos em uma clínica de fertilização artificial em Londres em 2008 após descobrir que tinha câncer.

Provas insuficientes

Seu objetivo era, um dia, usar os óvulos congelados para engravidar, mas ela morreu antes que isso pudesse acontecer.
Uma clínica em Nova York indicou que poderia dar à mãe, de 59 anos, o tratamento de fertilização que ela deseja, com um custo de até US$ 92 mil (cerca de R$ 275 mil).
Mas a Autoridade de Fertilização e Embriologia Humana (HFEA, na sigla em inglês) se recusou a expedir uma ordem para permitir que os óvulos sejam enviados aos EUA.
O órgão tomou a decisão em 2014, afirmando que as evidências eram insuficientes para provar que a filha queria que sua mãe tivesse o bebê.
Apesar de ela ter preenchido um formulário dando autorização para que os óvulos fossem armazenados após sua morte, a mulher não deixou um documento específico dizendo como queria que eles fossem usados.
As minutas da reunião de um comitê do órgão mostram que a "maior e única prova" de que ela queria isso é uma suposta conversa com sua mãe enquanto estava no hospital em 2010.
O especialista em fertilidade Mohammed Taranissi, da clínica ARGC, em Londres, disse que o caso é provavelmente inédito, porque envolve uma doadora de óvulos que já faleceu.
"Nunca ouvi falar de um caso de barriga de aluguel envolvendo uma mãe e os óvulos de sua filha morta", disse.

Como reconhecer os sinais de câncer de pele

(Getty)
Exposição à luz ultravioleta é a principal causa do câncer de pele
O câncer de pele é a forma mais comum da doença, mas, por outro lado, também é uma das mais facilmente curáveis.
Segundo a Sociedade Americana de Câncer, mais de 3,5 milhões de casos da doença são diagnosticados anualmente nos Estados Unidos, mais do que todos os outros tipos de câncer combinados.
No Brasil, são cerca de 190 mil novos casos todos os anos. O câncer de pele também é o de maior incidência no país.
Nas últimas décadas, o número de casos vem aumentando.
Quase todos resultam da exposição excessiva à luz ultravioleta, embora outros possam ser causados pelo homem, com bronzeamento artificial, por exemplo.
Contudo, o risco de desenvolver melanoma, o tipo mais perigoso de câncer de pele, dobra em pessoas que costumam tomar banhos de sol frequentes.
"As pessoas subestimam o dano que as queimaduras solares podem trazer à pele. Elas pensam que a vermelhidão é apenas uma parte inofensiva do processo de bronzeamento da pele, quando, na verdade, se trata de um sinal de dano irreparável", afirmou à BBC Johnathon Major, da Associação Britânica de Dermatologistas.
Segundo Walayat Hussain, especialista em câncer de pele do Leeds Teaching Hospitals NHS Trust, "o diagnóstico precoce é a chave para a cura."

Precaução

(Thinkstock)
Sinais assimétricos podem ser indício de câncer de pele
(Thinkstock)
Médicos recomendam prestar atenção à pele
A melhor maneira de prevenir o melanoma é prestar atenção à pele e, especialmente, a todos os sinais, afirmam especialistas.
Confira abaixo o alfabeto para melhor decifrar o melanoma:
A para ASSIMETRIA: Um sinal que, quando dividido ao meio, não parece o mesmo de ambos os lados.
B para BORDA: Um sinal com bordas que são pouco definidas ou irregulares.
C para a COR: Alterações na cor do sinal, incluindo escurecimento, propagação de cor, perda de cor ou aparência de diferentes cores como azul, vermelho, branco, rosa, roxo ou cinza.
D para DIÂMETRO: Um sinal maior do que 1/4 de polegada (0,6 cm) de diâmetro
E para ELEVAÇÃO: Um sinal que está elevado por cima da pele e possui superfície irregular.
Outros sinais de alerta são:
Uma ferida que não cicatriza. Propagação do pigmento da borda de uma mancha até a pele. Vermelhidão ou nova inflamação além da borda. Mudança na sensação (coceira, sensibilidade ou dor). Alterações na superfície do sinal (escamação, exsudação, sangramento, ou o aparecimento de protuberância ou nódulo).
Especialistas dizem que às vezes é difícil constatar a diferença entre o melanoma e um sinal comum. Para Hussein, a recomendação, portanto, é que o paciente vá ao médico sempre que tiver dúvidas.

Atenção

(Thinkstock)
Vermelhidão é sinônimo de dano irreparável à pele, afirmam especialistas
O dermatologista britânico também deu várias dicas para prevenir o câncer de pele.
"É preciso ser ponderado com relação ao sol", disse ele.
"Não se trata de não se expor aos raios solares, mas apenas agir com sensatez", acrescentou.
Entre as medidas de prevenção destacam-se:
  • Evite expor-se ao sol das 11h às 15h
  • Use chapéu e aplique protetor solar com índice de proteção elevado
  • Aplique o creme várias vezes durante o período de exposição ao sol
  • Evite a todo custo queimar a pele

Força do punho ajuda a prever chance de ataque cardíaco e derrame, diz estudo

Descobrir a sua probabilidade de ter um ataque cardíaco ou um derrame é algo que pode estar escondido na palma da sua mão, segundo as conclusões de um estudo canadense.
Uma pesquisa com mais de 140 mil pessoas de 14 países, publicado na revista científica Lancet, sugere que a força do punho é um indicador melhor que a medição da pressão sanguínea para se prever o risco dessas doenças.
Segundo pesquisadores canadenses, esse seria um método "simples e barato" de ser implementado.
A força de se pressionar algo com a mão, naturalmente, vai sendo reduzida no decorrer dos anos. Mas aqueles cuja a força cai muito rapidamente têm um risco maior de se ter problemas de saúde.
As mulheres nos seus 20 anos, por exemplo, conseguem exercer uma força do punho equivalente a 34 quilos – algo que cai para 24 quilos quando elas atingem os 70 anos. Para homens nas mesmas faixas etárias, esse número cai de 54 quilos para 38 quilos.
O estudo mostrou que a cada 5 quilos de força reduzido na força do punho se aumenta em 17% em problemas de coração e 9% a de derrame.

Mais precisão?

Os médicos atualmente calculam a propensão a essas doenças a partir de informações fornecidas pelo paciente, como histórico familiar de doenças, se são fumantes, sedentários, além de dados como peso e níveis de colesterol e pressão.
No entanto, para os os pesquisadores, a força do punho é um indicador muito mais preciso do que a pressão sanguínea.
Exame
Para pesquisadores canadenses, médoto é simples, barato e mais eficiente que medir a pressão sanguínea
"A força do punho pode ser um teste fácil e barato para testar o risco de os pacientes de terem doenças cardiovasculares", afirma Darryl Leong, um dos pesquisadores da Universidade McMaster, no Canadá, que conduziu o estudo.
"Mas ainda são necessárias mais pesquisas para se estabelecer se exercícios para melhorar a força muscular podem reduzir o risco desses problemas."
Doirean Maddock, da Fundação British Heart, disse que a pesquisa "é bastante interessante, mas que ainda é preciso se fazer mais estudos para se determinar a ligação entre a força do punho e as doenças cardiovasculares".
O que se sabe até o momento é que o endurecimento das artérias acabam reduzindo a força muscular.

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