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Com o actual ritmo de consumo dos recursos naturais do nosso planeta, segundo o relatório Planeta Vivo de há dois anos - responsabilidade da organização WWF, Sociedade Zoológica de Londres e da Global Footprint Network - precisaríamos de um segundo planeta por volta do ano 2050...
A China vista dos Céus.
A China não cessa de nos surpreender; a fotografia aérea também, ao revelar-nos formas, cores e texturas improváveis que nos dão uma outra noção do espaço. Este conjunto de fotografias aéreas da China põe em evidência o contraste entre a dimensão humana e a vastidão do imenso território chinês...
O Natal, o Papai Noel e a Coca-Cola.
A lenda do Papai Noel (Pai Natal em Portugal) é inspirada no arcebispo São Nicolau Taumaturgo, que viveu na Turquia no século IV. Ele tinha o costume de ajudar os necessitados depositando um pequeno saco com moedas de ouro, entrando nas casas pela lareira...
Publicidade - Os direitos dos animais.
Criatividade e consciencialização são palavras de ordem na nova campanha publicitária realizada pela agência WCRS, que assina Born Free “Keep wildlife in the Wild”. Qualquer um de nós tem consciência da quantidade de pessoas, que por falta de recursos ou alternativas, vivem nas ruas. A última campanha da Born Free, pega nesta ideia e coloca animais selvagens, sem lar, em cenários urbanos...
Sophie e George são jovens, apaixonados e…assexuais. Mas um namoro sem sexo não significa um relacionamento simples e sem complicações.
Sophie Jorgensen-Rideout e George Norman se conheciam por cerca de cinco meses antes de se encontrar para um cinema - e assistir a Como Treinar o seu Dragão. Mas uma coisa levou a outra, e os dois acabaram se beijando.
"Eu entendo que quando dizemos 'nós nos beijamos', isso geralmente significa outra coisa para as pessoas", diz George.
O estudante de 21 anos está entre a pequena parte da população britânica – 1% - que se declara assexual.
Mas apesar de George já saber de sua orientação há algum tempo, ele só começou a se identificar abertamente como assexual no primeiro ano da universidade.
"Outras pessoas assexuais acham isso engraçado, mas, no meu caso, na maior parte da minha infância e adolescência, eu meio que pensava que todos eram como eu. Eu simplesmente achava que eles estavam escondendo de uma forma melhor do que eu", conta.
Ser assexual não é uma escolha, como o celibato. George nunca sentiu atração sexual por ninguém, mas, como tantas outras pessoas na comunidade assexual, ele está em um relacionamento amoroso.
O primeiro beijo veio como uma surpresa. "Eu achava que George era 'homorromântico'", conta Sophie. "Isso só mostra como o romantismo pode ser fluido."
Uma pessoa "homorromântica" é a que sente atração romântica por pessoas do mesmo sexo. Esse é apenas um dos inúmeros termos usados para descrever as diferentes formas de atração amorosa entre as pessoas.
"Eu não acho que haja qualquer relação entre sexo e amor. Isso só me confunde, essa ideia de que um não existe sem o outro", relata Sophie.
"Acho que a sexualidade é relativa e variável, assim como o romantismo, então é pouco provável que você consiga encaixar tudo isso em um único padrão."
A identidade sexual que Sophie gosta de usar para se definir é "assexual cinza". Ela descobriu o termo ao compartilhar suas experiências nas inúmeras redes sociais e páginas de discussão sobre o tema na internet – incluindo a Asexual Visibility and Education Network (Rede de Educação e Visibilidade para Assexuais), a principal plataforma online em inglês para a comunidade assexual.
Não há uma definição exata sobre o termo assexual cinza, mas geralmente ele descreve pessoas que estão em um meio termo entre serem "sexuais" ou "completamente assexuais".
Para Sophie, isso significa que ela sentiu, em rara ocasiões, atração sexual. "É algo que vem e vai. Às vezes está ali, mas eu posso simplesmente ignorar, apagar isso e continuar meu dia normalmente."
A variedade enorme de tipos de assexuais muitas vezes é mal compreendida. Pessoas da comunidade muitas vezes ouvem comentários de que estariam "confusas" ou mesmo "rotulando sentimentos desnecessariamente".
"Existem muitos estigmas e concepções erradas sobre o tema", diz Evie Brill Paffard, que se identifica como "demissexual" e está em um relacionamento com outras três pessoas.
"Assexual significa simplesmente uma falta de atração sexual. Não significa nada além disso. Pode ser interpretado de diversas maneiras."
O termo "demissexual" é utilizado geralmente para descrever pessoas que só sentem atração sexual por alguém depois de ter um vínculo emocional forte com essa pessoa. Não é o mesmo que optar pela abstinência. Evie não consegue sentir qualquer atração sexual até que haja um laço romântico muito forte ali.
"A ideia de que você pode olhar uma pessoa ou conhecê-la e logo se sentir atraído sexualmente por ela é algo que é normal para muita gente, mas comigo não acontece."
Evie conheceu seu primeiro namorado em uma sociedade de estudantes do fetiche. "Pessoas assexuais podem parecer um pouco bizarras", ela diz. Elas podem não estar interessadas no lado sexual da coisa, mas ainda podem curtir um tipo de "emoção hedonista".
A jovem normalmente diz às pessoas que está em diversos relacionamentos – ela é adepta do "poliamor" – antes de dizer que é demissexual.
"Acho que com a comunidade do poliamor, existem várias concepções erradas. Porque normalmente as pessoas pensam que isso significa curtir um swing e transar com todo mundo. Mas para mim, não é assim. Eu simplesmente amo várias pessoas."
Pesquisas sugerem que pessoas assexuais, em geral, são vistas de forma mais negativa do que pessoas com outras orientações sexuais. Entre todos os grupos estudados, elas são frequentemente vistas como "desumanizadas", vistas por agirem, ao mesmo tempo, como máquinas ou como animais.
"Acho que essa é uma atitude comum que as pessoas têm em relação a pessoas e relações que, só por existirem, fazem com que elas acabem questionando suas próprias ações e premissas", afirma Nick Blake, que não é assexual, mas está em um relacionamento com uma demissexual.
Ele conheceu Liz Williams dois anos atrás em uma festa de Ano Novo. "É como ter uma conversa sobre respirar. Faz com que você adquira uma super consciência sobre sua própria respiração e você vai acabar sentindo que é estranho e pouco confortável", diz ele.
"Acho que é daí que vem um pouco da confusão e do desentendimento sobre o tema."
Muitas pessoas não acreditam na ideia de que uma pessoa "sexual" pode conseguir ser feliz em um relacionamento com uma pessoa que faz parte do espectro dos assexuais. Liz, porém, argumenta que esse pensamento ignora o fato de que qualquer relacionamento envolve um pouco de compromisso.
Isso acontece mesmo nas relações assexuais por causa dos diversos tipos de atitude que as pessoas podem ter quando o assunto é sexo. Alguns assexuais repelem completamente a ideia, outros simplesmente não estão interessados, outros até fazem sexo, muitas vezes pelo bem do parceiro.
"Pessoas assexuais enfrentam os mesmos problemas de qualquer outro relacionamento amoroso, porque você nunca sabe o que uma pessoa quer ou não quer e você provavelmente deveria ter essa conversa antes de ir direto para o sexo", diz Liz.
"Acho que esse é o caso em todos os relacionamentos; não vai funcionar se as partes envolvidas não se comunicarem."
O fato de Liz ser assexual nunca foi um problema para Nick. "Eu sempre pensei que se o relacionamento fosse completo, não iria fazer diferença se houvesse sexo ou não. Dois anos depois, eu sinto que estava certo."
"Quando você para de ver as coisas no velho padrão em que elas se apresentam, a vida fica muito mais interessante."
Que o amor da mãe é importante, ninguém duvida. Mas um estudo americano acaba de ir um passo além ao mostrar que esse amor pode ajudar o cérebro de uma criança a se desenvolver mais.
A autora que liderou o estudo, a psiquiatra infantil Joan Luby, da Faculdade de Medicina da Universidade de Washington, descobriu que uma importante área do cérebro cresce duas vezes mais rápido em crianças cujas mães demonstravam afeto e apoio emocional, em comparação com as que eram mais distantes e frias.
Imagens do cérebro mostraram que esse tipo de criação era mais benéfica para crianças com menos de seis anos – e que mesmo que uma mãe se torne mais afetuosa quando a filha ou filho é um pouco mais velho, não é possível compensar os anos em que esse amor foi negligenciado.
Segundo Joan, o estudo sugere isso ocorre porque há um período crucial em que o cérebro responde mais ativamente ao apoio materno, provavelmente por conta da maior plasticidade do cérebro quando as crianças são mais novas. Ou seja, esse amor materno é ainda mais importante nos primeiro anos de vida.
Teste para mães e filhos
A pesquisa foi feita com 127 crianças, que faziam periodicamente exames de ressonância magnética no cérebro desde que começaram a frequentar a escola até a adolescência.
Para qualificar o tipo de mãe, os pesquisadores a gravavam em uma situação em que ela tinha de fazer alguma tarefa estressante na presença dos filhos.
Pediam às mães que concluíssem essas tarefas e, enquanto isso, davam aos filhos um presente em um pacote bem atrativo, que os filhos não podiam abrir imediatamente.
Situações similares ocorrem várias vezes ao dia em qualquer família, especialmente com crianças pequenas, que demandam atenção em momentos que, por um motivo ou outro, a mãe não pode dar. Seja porque está trabalhando em casa ou cuidando de outro filho.
Os pesquisadores explicaram que a razão por trás desse tipo de teste é que essas situações são enfrentadas diariamente por muitas mães e são verdadeiros desafios às habilidades maternas.
As mães que conseguiam manter o autocontrole e completar a tarefa, enquanto ofereciam algum tipo de apoio emocional ao filho, foram classificadas como mais afetuosas e mais acolhedoras.
Já as que desprezavam ou ignoravam as crianças ou as que agiam de maneira punitiva recebiam notas menores do quesito apoio emocional.
Pequenas mudanças
As ressonâncias mostraram o impacto dessa diferença de comportamento materno no hipocampo das crianças – uma área no cérebro localizada nos lobos temporais, que é responsável por habilidades como a memória, o aprendizado e o controle das emoções.
"Pequenas mudanças no apoio emocional geram grandes diferenças no resultado final. A relação entre uma criança e a mãe durante o período pré-escolar é vital, e ainda mais importante do que quando a criança é maior", disse a psiquiatra ao site especializado em ciência Science Daily.
"Acreditamos que isso se deve a uma maior plasticidade cerebral quando a criança é menor, o que significa que o cérebro é afetado mais fortemente por experiências no começo da vida. Isso sugere que é vital que crianças recebam apoio emocional e afeto nesses primeiros anos."
A pesquisa mostrou ainda que a trajetória de crescimento do hipocampo estava associada com um desenvolvimento emocional mais saudável quando as crianças passavam para a adolescência.
De acordo com Joan, a pesquisa sugere que talvez seja possível ajudar as crianças a irem melhor na escola, a lidar melhor com a vida adulta e a se desenvolverem de maneira saudável ajudando os pais a aprenderem a oferecer mais apoio e afeto nos primeiros anos dos filhos.
"Também sabemos que fornecer esse apoio aos pais pode ter um impacto positivo em outras características do desenvolvimento infantil, sejam comportamentais ou de adaptação. Então, temos uma razão muito lógica para encorajar políticas que ajudem os pais a oferecer mais apoio emocional aos filhos", afirma a psiquiatra.
Cientistas holandeses afirmam ter identificado pela primeira vez um gene que tem, em parte, o papel em fazer as pessoas parecerem mais jovens do que realmente são.
Pesquisadores do Centro Médico da Universidade de Erasmus, na Holanda, em trabalho conjunto com cientistas da companhia Unilever, sugerem que as pessoas que têm uma variante em particular do gene MC1R aparentavam ser dois anos mais jovens, independente da idade cronológica, sexo e quantidade de rugas.
O MC1R tem instruções para a produção de um receptor chamado melanocortina 1. Esse receptor tem um papel na determinação da cor da pele, cabelo e olhos.
Este gene tem muitas formas diferentes, ou variantes. Uma certa variante do gene é frequentemente encontrada em pessoas com pele clara, cabelo ruivo e sardas, daí o apelido "gene ruivo".
A redução na função do gene MC1R está associada à alta sensibilidade ao sol e a alguns tipos de câncer de pele.
Também já se sabe que ele tem vários outros papéis, incluindo respostas a inflamações e reparo de DNA danificado. Essa pode ser a chave para compreender como essa variante do gene parece manter as pessoas com uma aparência mais jovem.
David Gunn, cientista da Unilever que participou da pesquisa, afirmou que a aparência de envelhecimento é algo que todos observam.
"Você encontra duas pessoas que você não viu durante dez anos. Aí você nota que uma parece que não envelheceu um dia sequer e, ao olhar para a outra pessoa, pensa: 'Uau, o que aconteceu com ela?'", disse Gunn à BBC.
A descoberta foi divulgada na revista especializada Current Biology.
O teste
Cientistas mostraram a pessoas fotos de 2.693 voluntários que não usavam maquiagem – as imagens também não tinham nenhum tipo de melhoramento (ou seja, zero Photoshop).
Elas tinham de adivinhar qual era a idade dos voluntários nas fotos, e os cientistas então comparavam o que essas pessoas disseram com a idade real de cada um.
O passo seguinte da pesquisa foi coletar o DNA das 2.693 pessoas das fotos para descobrir se havia diferenças ou mutações mais comuns entre aqueles que pareciam mais jovens do que realmente eram.
O resultado: todas as provas encontradas pelos pesquisadores apontavam para o MC1R.
O estudo sugeriu que algumas das variantes do gene levam as pessoas a parecerem, em média, dois anos mais jovens do que as pessoas que trazem em seu DNA outras formas do MC1R.
"A parte animadora é que nós encontramos o gene. E o fato de que fomos os primeiros a descobrir significa que poderemos saber muito mais", disse à BBC Manfred Kayser, professor da Universidade de Erasmus.
"E é animador, pois é um fenômeno conhecido que, até agora, não tinha explicação – por que algumas pessoas parecem tão mais jovens?"
Os cientistas não conseguiram, porém, esclarecer por que o MC1R tem este efeito. Eles tentaram testar a ideia de que as diferentes variantes do gene poderiam alterar o dano que o sol causa na pele, mas esse não parece ser o caso.
Como o estudo é relativamente pequeno, os autores esperam aumentar o número de pessoas testadas em pesquisas futuras para tentar revelar os efeitos da variante do gene em populações mais jovens e nas não europeias.
Sem fonte da juventude
O professor Ian Jackson, da Unidade de Genética Humana do Conselho de Pesquisa Médica da Grã-Bretanha, disse que a pesquisa holandesa é interessante, mas alerta que não é a descoberta da "fonte da juventude".
"O MC1R é o grande gene envolvido (em características) como cabelo vermelho e pele clara, e o que eles estão tentando dizer é que ele tem uma influência para fazer você parecer um pouco mais jovem. E isso não tem a ver com a pele clara, mas não tenho tanta certeza", afirmou.
David Gunn, cientista da Unilever, espera que as descobertas levem à criação de um produto que faça as pessoas parecerem mais jovens.
"Esse é o primeiro estudo genético a respeito da aparência da idade. Idealmente vamos querer algo que melhore (o funcionamento deste) gene para todo mundo", disse.
Mas ainda não está claro se, a partir desta descoberta, será possível diminuir a aparência de idade de uma pessoa.
"Essa descoberta é interessante e mostra como a genética pode influenciar o processo de envelhecimento independentemente do desenvolvimento de doenças", disse Tim Frayling, da Universidade de Exeter, no Reino Unido, ao comentar a pesquisa.
"Mas, mesmo sendo interessante, os autores admitem que precisam encontrar mais variações genéticas para ter alguma chance de prever a aparência de alguém a partir apenas do DNA dessa pessoa", afirmou.
Transmitido pelo mosquito Aedes aegypti, o Zika vírus pode ser mais perigoso do que o pensado anteriormente, afirmam cientistas brasileiros.
Segundo especialistas ouvidos pela BBC, o vírus pode estar por trás de ainda mais danos às funções neurológicas e afetar os bebês de até um quinto das mulheres infectadas.
Apesar de as taxas de avanço do contágio terem diminuído em algumas partes do país, graças a mais informações sobre prevenção, a busca por uma vacina está ainda no estágio inicial. Além disso, o Zika continua a se espalhar pelo continente.
A maioria dos médicos e pesquisadores (bem como o Ministério da Saúde brasileiro e a agência de prevenção a doenças dos EUA) concorda que há uma ligação entre o vírus e a microcefalia, condição que prejudica o desenvolvimento do cérebro e faz com que bebês nasçam com a cabeça menor que o normal
Embora estimativas (obtidas a partir de um estudo na Polinésia Francesa) apontem que 1% das mulheres infectadas durante a gravidez terão bebês com microcefalia, alguns dos principais cientistas envolvidos nas investigações sobre a doença no Brasil estimaram à BBC que até 20% das gestações afetadas podem resultar em vários dos outros tipos de danos ao cérebro.
Um estudo separado, publicado pelo periódico científico New England Journal of Medicine, aponta que “29% dos exames mostraram anormalidades em bebês no útero, incluindo restrições ao crescimento, em mulheres infectadas pelo Zika”.
“Nossas descobertas são preocupantes, pois 29% dos ultrassons mostraram anormalidades, incluindo restrições ao crescimento intrauterino e morte do feto, em mulheres com resultados positivos para infecção pelo Zika”, diz a pesquisa.
Um dos problemas é que muitos dos males que médicos brasileiros têm notado em bebês de mães que tiveram Zika não são tão óbvios quanto a microcefalia. São más-formações que até podem não ter o mesmo impacto no desenvolvimento da criança, mas que estão ocorrendo com uma frequência alarmante.
“Há calcificações no cérebro, um aumento no número das dilatações nos ventrículos cerebrais e a destruição ou má-formação da parte posterior do cérebro”, afirma Renato Sá, obstetra que trabalha em hospitais públicos e privados do Rio de Janeiro.
Ele lista uma série de problemas que vem encontrando com uma crescente regularidade: ventriculomegalia (aumento dos ventrículos cerebrais), danos à fossa posterior do crânio, craniossinostose (fechamento prematuro das suturas craniais, fazendo com que a cabeça se desenvolva da maneira errada) e calcificação cerebral.
O médico inclui uma preocupação adicional: geralmente não há um vestígio óbvio ou sintoma do dano neurológico até as checagens mais tardias do desenvolvimento do bebê, apenas “talvez convulsões ou outros sinais indicadores”
'Atônitos'
Há uma necessidade urgente de se entender mais sobre a Zika e desenvolver uma vacina.
Os laboratórios do Instituto D'Or, no Rio, estão usando células-tronco para criar tecidos que se desenvolvem como o cérebro humano. Chamados de “minicérebros”, esses tecidos são depois infectados com Zika.
“O que nós observamos é que o Zika vírus é capaz de matar células e de afetar o crescimento delas”, diz o neurocientista Stevens Rehen, um dos responsáveis pela unidade.
O especialista também observou, assim como outros pesquisadores, que há algo particularmente violento na cepa do vírus que chegou ao Brasil e está se espalhando pelo continente.
“Há algo no Zika que o torna mais inclinado a matar células cerebrais em desenvolvimento. Agora nós precisamos pesquisar e entender o que faz esse vírus ser mais agressivo para o cérebro em desenvolvimento.”
A equipe está espantada com o que já descobriu: uma grande redução do crescimento do córtex, a camada externa do cérebro.
“Os efeitos são muito impressionantes”, afirma a pesquisadora Patricia Garcez. “Estamos todos atônitos com a rapidez. Vimos células morrerem em três dias, um número grande delas. Em seis dias, as neuroesferas (conjunto de células-tronco cerebrais) haviam morrido completamente.”
Realidades
Diferentemente de meses atrás, as áreas com maior infecção pelo Zika estão agora mais ao sul do país, principalmente no Rio de Janeiro.
Entre alguns setores da sociedade, campanhas públicas sobre a necessidade de usar repelentes e tomar outras precauções aparentemente estão tendo um impacto positivo.
Segundo o obstetra Renato Sá, do Rio de Janeiro, o número de casos de Zika entre grávidas de classe média caiu bruscamente, assim como os de microcefalia e outras condições similares.
Exemplo de uma outra realidade, Fabiane Lopes, mãe de quatro filhos, conversou com a BBC em Duque de Caxias, na Baixada Fluminense. Seu parceiro a abandonou quando ela descobriu que a mais nova nasceria com microcefalia.
Embora enfrente uma situação difícil – ela vive em uma casa de um quarto e depende de benefícios do governo –, Lopes demonstra calma. E ela precisa estar assim: hoje com quatro meses de idade, Valentina demanda muito amor, atenção e terapia.
“Nós não vimos campanhas contra o Zika por aqui”, conta, mostrando como as mensagens do governo sobre a doença não estão chegando a todos. Ela relata nunca ter usado repelentes e que não tomou outras precauções durante a gestação.
É uma mãe que claramente ama seu bebê; seus outros filhos a ajudam com as tarefas que caberiam ao pai ausente.
Sua casa é o retrato de uma família e de um país que ainda estão aprendendo o quão devastadores são o Zika vírus e suas consequências.
Bióloga, apaixonada por ensino. Fascinada por ciências forenses, meio ambiente ,leis, design, psicologia e medicina legal. Cada dia aprendendo um pouco e compartilhando com você.
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