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21 de set. de 2010

A surpreendente inteligência dos tubarões


Evolução desses animais vem ocorrendo significativamente nos últimos anos
por John Pavlus
TOPP

Câmera de vídeo identifica tubarões brancos pelas cicatrizes em seu corpo

Durante 400 milhões de anos os tubarões evoluíram pouco e segundo alguns cientistas a evolução vem ocorrendo significativamente apenas nas últimas décadas. Em 1987, quando a famosa série do Discovery Channel “Shark Week” estreou, os pesquisadores tinham poucos meios de estudar os animais além de gaiolas subaquáticas. Quase um quarto de século depois, biólogos marinhos estudam os elasmobrânquios (subclasse de peixes cartilagíneos como tubarões e raias) com localização por satélite, análise genética e câmeras de alta definição.

A pesquisa está revelando, entre outras coisas, que os tubarões são inteligentes e curiosos com habilidades antes atribuídas a uns poucos animais, entre eles os golfinhos. "Tubarões têm boa capacidade de aprendizagem, uma das formas de se medir o nível de inteligência", avalia Samuel Gruber, biólogo marinho da University of Miami´s Rosenstiel. Ele descobriu em 1975 que os tubarões-limão podem aprender tarefas de condicionamento clássico 80 vezes mais rápido que um gato ou coelho. "Fiquei chocado ao descobrir que eles poderiam aprender tão rapidamente", confessa Gruber.

Mas a maior mudança na pesquisa com tubarões tem sido o abastecimento de dados para os esforços da conservação. O primeiro estudo em grande escala para documentar populações de tubarões no Oceano Atlântico revelou, em 2003, que os tubarões-touro e os tubarões-martelo caíram até 99% nas últimas três décadas. Os tubarões-baleia (o maior peixe do mundo, inofensivo para os seres humanos) estão particularmente em risco. Mais de 80 outras espécies estão listadas como vulneráveis ou ameaçadas na lista vermelha de espécies ameaçadas da União Internacional para Conservação da Natureza e Recursos Naturais. Já os grandes tubarões-brancos podem ser mais raros que tigres, com menos de 3.500 na natureza de acordo com dados divulgados por uma equipe de pesquisa da Stanford University no começo desse ano.

A sobrepesca, resultado da pressão do mercado asiático para a sopa de barbatana, é a principal ameaça para as populações em escala global. Consumidores dessa sopa tendem a achar que para conseguir as barbatanas os tubarões são apenas feridos e depois de algum tempo suas nadadeiras voltam a crescer.

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