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10 de mai. de 2010

Molécula da ação

Quando levamos um susto ou praticamos um esporte radical, milhares de estruturas iguais a esta são liberadas em nossa corrente sanguínea. O nosso organismo, então, fica "turbinado", pronto para enfrentar a situação de perigo ou alerta. A adrenalina é um estimulante natural.

A Adrenalina no corpo humano

A adrenalina é um hormônio e um neurotransmissor.
A adrenalina é sintetizada na medula adrenal (sobre o rim). Um sinal, que pode ser induzido através de um baixo nível de glicose, aciona o mecanismo de liberação de adrenalina no sangue. Duas enzimas são responsáveis pela rápida e eficaz degradação da adrenalina: a Catecolamina-O-metiltransferase (COMT) e a Monoaminoxidase (MAO).

Um Hormônio

A adrenalina tem o efeito oposto da insulina: é liberada quando o nível de glicose está baixo. Sua presença na corrente sanguínea aciona mecanismos de mobilização de triacilglicerídeos (gorduras) para produção de açúcar. O aumento da taxa de glicose no sangue permite a fermentação da glicose nos músculos. A adrenalina também inibe a liberação de insulina.

Um Neurotransmissor

A adrenalina atua, também, como um neurotransmissor, e tem efeito sobre o sistema nervoso simpático: coração, pulmões, vasos sanguíneos, órgãos genitais, etc. Este neurotransmissor é liberado em resposta ao stress físico ou mental, e liga-se a um grupo especial de proteínas - os receptores adrenérgicos. Seus principais efeitos são: aumento dos batimentos cardíacos, dilatação dos brônquios e pupilas, vasoconstricção, suor. entre outros.

Quando um animal é ameaçado, as opções são, geralmente, ficar e lutar, ou correr o mais rápido possível. Ambas as respostas irão requerer uma quantidade extra de oxigênio e açúcar no sangue e nos músculos. A liberação de adrenalina, então, é acionada, aumentando a velocidade de batimentos cardíacos, metabolização, e respiração.

A adrenalina está presente em muitas formulações farmacêuticas intr avenosas, principalmente no tratamento da asma, hemorragias internas, entre outros.

Síntese da Adrenalina

A primeira síntese química da adrenalina foi feita em 1904, por F. Stolz. Partindo do pirocatecol, ele prepararou a adrenalona, que foi reduzida a uma mistura racêmica de adrenalina.

Biossíntese da Adrenalina

ENZIMAS

1: Phenylalanine-hydroxylase,
2: Tyrosine-hydroxylase,
3: Aromatic amino-acid decarboxylase,
4: Dopamine--hydroxylase,
5: Phenylethanolamine- N-methyl- transferase

Cinco enzimas estão envolvidas na biossíntese da adrenalina. A biosíntese ocorre na medula adrenal. A terceira etapa é um processo de descarboxilação, de dopa para dopamina. A última etapa é uma metilação. O produto final é opticamente ativo.

Adrenalina no Infarto

Quando uma pessoa sofre uma emoção forte as glândulas adrenais (localizadas na parte superior dos rins) liberam adrenalina. Ela entra na corrente sangüínea e no coração provocando aumento dos batimento scardíacos; com isso mais sangue é bombeado para os músculos. A adrenalina estimula, ainda, uma contração dos vasos sangüíneos, que serve para "empurrar"o sangue e melhorar a irrigação em centros vitais como o cérebro. O aumento da intensidade do trabalho cardíaco e o estreitamento dos vasos podem ocasionar um infarto (morte de tecidos por falta de oxigenação), se já houver alguma artéria coronariana (as que levam sangue para o coração) semi-obstruída. Outra possibilidade é que a contração de uma artéria que já tenha certo entupimento resulte em um bloqueio total, também causando o infarto.

Adrenalina no orgasmo

Para atingir o orgasmo, o sistema nervoso envia ordens ao coração para que os batimentos cardíacos se acelerem. A adrenalina, despejada pelas glândulas adrenais, é jogada no sangue e dilata as artérias, aumentando o fluxo sanguíneo nos músculos envolvidos nas atividades sexuais. Para uma melhor oxigenação do sangue, os pulmões aumentam o seu trabalho, e a respiração se torna curta e rápida. O suor aumenta, provavelmente para dissipar o calor acumulado do corpo.

"PARENTES" DA ADRENALINA

Noradrenalina é uma molécula sintetizada no cérebro e no sistema límbico, e envolve apenas uma pequena mudança na estrutura da adrenalina. Esta molécula, entretanto, tem um propósito diferente: é um dos neurotransmissores, e está relacionado com o raciocínio e emoções. Uma de suas funções, no corpo, é manter a tonicidade muscular nos vasos sanguíneos, controlando, então, a pressão sanguínea. Pessoas que sofrem de hipertensão são tratadas, geralmente, com reserpina, uma droga que reduz a quantidade de noradrenalina nos terminais dos nervos e neurônios.

Salbutamol também é uma molécula semelhante à adrenalina. É usada para relaxar os brônquios em casos de asma; é a droga que está presente em alguns dos inaladores portáteis. Seu nome comercial é Ventolin.

Anfetaminas são químicos sintéticos com uma estrutura química semelhante a da anfetamina. Estes compostos, portanto, podem provocar respostas biológicas semelhantes, atuando como estimulantes, e criando um grande estado de alerta e euforia. O modelo para estes compostos químicos é a anfetamina, que difere da noradrenalina pela ausência dos grupos -OH e adição de um grupo metila à cadeia alquílica.
Uma outra molécula com estrutura química semelhante é a 3,4-metilenodioximetilanfetamina (MDMA),

Ecstasy; esta droga recentemente se tornou notória devido ao uso como estimulante eufórico nas raves. Seus efeitos estimulantes permitem o usuário ficar dançando por períodos muito grandes, além de provocar um estado de euforia e bem estar. Devido ao aumento excessivo do metabolismo, o usuário corre o risco de desidratação. O uso prolongado leva a vários problemas de saúde, inclusive morte.

Fonte: www.qmc.ufsc.br

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