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17 de mai. de 2010

Fazer horas extras pode aumentar em 60% risco de doenças cardíacas


Pesquisa reforça suspeitas de que trabalhar demais não é saudável

Fazer horas extras diariamente, trabalhando entre 10 e 11 horas por dia, pode aumentar em 60% os riscos de doenças cardíacas, de acordo com um estudo publicado no site da revista especializada European Heart Journal.

A conclusão é o resultado de uma pesquisa com 6 mil funcionários públicos britânicos e descontou fatores de risco cardíaco tradicionais, como fumo.

Segundo os autores, o estudo mostra a importância do equilíbrio entre trabalho e tempo livre.

Ao todo, foram verificados 369 casos de pessoas que sofreram doenças cardíacas fatais, tiveram infartes ou desenvolveram angina.

Em vários casos, os médicos constataram um forte vínculo com o número de horas trabalhadas.

Personalidades 'tipo A'

Entre as explicações para essa relação, estariam o menor tempo para exercícios e relaxamento, além de estresse, ansiedade e depressão.

Além disso, os médicos dizem ter identificado uma relação entre pessoas muito dedicadas à carreira com personalidades "tipo A", altamente motivadas, agressivas e irritáveis.

"Funcionários que fazem horas extras também tendem a trabalhar quando estão doentes, ou seja, relutam em faltar ao trabalho mesmo doentes", diz a pesquisa.

A epidemiologista Mianna Virtanen, que coordenou o estudo pelo Instituto Finlandês de Saúde Ocupacional em Helsinki, em parceria com a University College London, afirmou que as conclusões não são definitivas.

"É preciso pesquisar mais antes de termos segurança ao afirmar que fazer horas extras causaria doenças cardíacas coronárias", disse Virtanen.

O médico John Challenor, da Sociedade de Medicina Ocupacional afirmou que a pesquisa confirma diversos fatos que médicos já conheciam: "que o equilíbrio trabalho/tempo livre tem um papel vital no bem-estar".

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