A polêmica dos refrigerantes zero – Um polêmica envolvendo bebidas adoçadas com a susbtância ciclamato de sódio – caso das bebibas light ou com zero calorias – traz um sabor amargo de dúvida para consumidores. O ciclamato de sódio é permitido no Brasil, no Canadá e em alguns países da Europa. Porém, é proibido nos Estados Unidos – pátria do refrigerante mais famoso do mundo, a Coca-Cola. E, há duas semanas, o presidente venezuelano Hugo Chávez proibiu a venda da Coca-Cola Zero no país, alegando supostos riscos à saúde que a bebida representaria.
Mas afinal, o ciclamato de sódio, presente na Coca-Cola Zero e outros refrigerantes light ou diet, faz ou não faz mal à saúde? Esta ainda é uma questão bem controversa. Por um lado, a Food and Drug Administration (FDA), órgão de controle de drogas e alimentos nos EUA, proíbe o produto há 40 anos, baseado em pesquisas que apontavam que a substância seria cancerígena. Já a Organização Mundial de Saúde, através de um comitê de especialistas em aditivos alimentares (JECFA), considera que o produto pode ser consumido, mas estabelece quantidades máximas de ingestão diária. Matéria de Marcelo Gigliotti, Jornal do Brasil.
Nesta queda-de-braço científica, os consumidores acabam perdidos quanto ao que é certo ou errado. Eles e os pesquisadores.
– Não existe estudo científico recente afirmando se o ciclamato de sódio faz bem ou mal – diz a bióloga Fernanda Ribeiro da Pro Teste, que é vinculada à Associação Brasileira de Defesa do Consumidor.
Segundo a bióloga, a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) se baseia nas recomendações da Organização Mundial de Saúde e, portanto, libera o consumo do adoçante.
Mesmo assim, a Pro Teste, embora não exija a retirada do produto do país, faz algumas recomendações. Uma delas é que estes produtos, do tipo refrigerantes com zero calorias, sejam consumidos apenas por pessoas que tenham restrições médicas para o consumo de açúcar, como diabéticos e obesos.
– Partindo do princípio da precaução, as pessoas que não têm estes problemas não deveriam ingerir refrigerantes com ciclamatos. Na verdade, não deviam nem tomar refrigerantes, mas já que consomem, o melhor é o normal – diz a pesquisadora.
Já em relação ao consumo de refrigerantes com ciclamatos feito por crianças, a Pro Teste tem uma posição bem firme: não tomar de jeito nenhum.
– As crianças, como tem peso menor, podem extrapolar a quantidade permitida pela Anvisa. Um copo de 200 ml já ultrapassa este limite – afirma a pesquisadora, acrescentando que o ideal é restringir a dois copos de 200 ml por dia a ingestão dos refrigerantes normais.
A Anvisa afirma que as referências internacionais garantem a segurança de uso do ciclamato de sódio em alimentos, desde que respeitados o limite diário previsto pela JECFA. Em 1997, o JECFA concluiu que o ciclamato pode ser utilizado de forma segura, dentro de um limite máximo de 11 mg por quilo de peso corpóreo, ao dia. Assim uma pessoa de 50 quilos poderia beber 2,291 litros diariamente de refrigerantes como Coca-Cola Zero.
Mas estes níveis estão sendo questionados. Enrique Pérez, representante da Organização Pan-Americana de Saúde, vinculada à OMS, afirma que atualmente há uma petição junto à JEFCA para reavaliar o nível aceitável de ingestão diária do ciclamato.
A proibição nos EUA deveu-se a testes realizados em ratos, na década de 70. Estes foram alimentados com grandes quantidades de ciclamato e sacarina correspondente ao consumo humano de 700 latas de refrigerantes por dia.
Novos estudos foram realizados na década de 90, desta vez com macacos, os quais reafirmaram a suposta origem de câncer a partir da substância. No entanto, especialistas do Instituto Nacional de Saúde Ambiental e Ciência dos Estados Unidos rejeitaram esas conclusões.
No Brasil, o Ministério da Agricultura, responsável pelo controle de bebidas e alimentos vendidos no país, está atento à questão.
– Caso haja modificações nestas normas, vamos notificar as empresas – diz a coordenadora-geral de bebidas da pasta, Graciane Gonçalves.
Segundo ela, o Ministério da Agricultura faz coleta e análise períodica em laboratório dos refrigerantes vendidos no país.
– Problemas relacionados a adoçantes não são comuns. Geralmente, estão dentro dos padrões recomendados pela Anvisa – diz.
A Coca-Cola Company Brasil, em nota, diz que o produto, a Coca-Cola Zero, é seguro para o consumo.
Por via das dúvidas, na próxima vez que alguém estiver com sede, talvez um suco natural, uma água de coco ou um bom e básico copo d’água possam ser uma opção para não provocar muitos dilemas.
* Matéria do Jornal do Brasil, enviada por Edinilson Takara, leitor e colaborador do EcoDebate.
Mas afinal, o ciclamato de sódio, presente na Coca-Cola Zero e outros refrigerantes light ou diet, faz ou não faz mal à saúde? Esta ainda é uma questão bem controversa. Por um lado, a Food and Drug Administration (FDA), órgão de controle de drogas e alimentos nos EUA, proíbe o produto há 40 anos, baseado em pesquisas que apontavam que a substância seria cancerígena. Já a Organização Mundial de Saúde, através de um comitê de especialistas em aditivos alimentares (JECFA), considera que o produto pode ser consumido, mas estabelece quantidades máximas de ingestão diária. Matéria de Marcelo Gigliotti, Jornal do Brasil.
Nesta queda-de-braço científica, os consumidores acabam perdidos quanto ao que é certo ou errado. Eles e os pesquisadores.
– Não existe estudo científico recente afirmando se o ciclamato de sódio faz bem ou mal – diz a bióloga Fernanda Ribeiro da Pro Teste, que é vinculada à Associação Brasileira de Defesa do Consumidor.
Segundo a bióloga, a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) se baseia nas recomendações da Organização Mundial de Saúde e, portanto, libera o consumo do adoçante.
Mesmo assim, a Pro Teste, embora não exija a retirada do produto do país, faz algumas recomendações. Uma delas é que estes produtos, do tipo refrigerantes com zero calorias, sejam consumidos apenas por pessoas que tenham restrições médicas para o consumo de açúcar, como diabéticos e obesos.
– Partindo do princípio da precaução, as pessoas que não têm estes problemas não deveriam ingerir refrigerantes com ciclamatos. Na verdade, não deviam nem tomar refrigerantes, mas já que consomem, o melhor é o normal – diz a pesquisadora.
Já em relação ao consumo de refrigerantes com ciclamatos feito por crianças, a Pro Teste tem uma posição bem firme: não tomar de jeito nenhum.
– As crianças, como tem peso menor, podem extrapolar a quantidade permitida pela Anvisa. Um copo de 200 ml já ultrapassa este limite – afirma a pesquisadora, acrescentando que o ideal é restringir a dois copos de 200 ml por dia a ingestão dos refrigerantes normais.
A Anvisa afirma que as referências internacionais garantem a segurança de uso do ciclamato de sódio em alimentos, desde que respeitados o limite diário previsto pela JECFA. Em 1997, o JECFA concluiu que o ciclamato pode ser utilizado de forma segura, dentro de um limite máximo de 11 mg por quilo de peso corpóreo, ao dia. Assim uma pessoa de 50 quilos poderia beber 2,291 litros diariamente de refrigerantes como Coca-Cola Zero.
Mas estes níveis estão sendo questionados. Enrique Pérez, representante da Organização Pan-Americana de Saúde, vinculada à OMS, afirma que atualmente há uma petição junto à JEFCA para reavaliar o nível aceitável de ingestão diária do ciclamato.
A proibição nos EUA deveu-se a testes realizados em ratos, na década de 70. Estes foram alimentados com grandes quantidades de ciclamato e sacarina correspondente ao consumo humano de 700 latas de refrigerantes por dia.
Novos estudos foram realizados na década de 90, desta vez com macacos, os quais reafirmaram a suposta origem de câncer a partir da substância. No entanto, especialistas do Instituto Nacional de Saúde Ambiental e Ciência dos Estados Unidos rejeitaram esas conclusões.
No Brasil, o Ministério da Agricultura, responsável pelo controle de bebidas e alimentos vendidos no país, está atento à questão.
– Caso haja modificações nestas normas, vamos notificar as empresas – diz a coordenadora-geral de bebidas da pasta, Graciane Gonçalves.
Segundo ela, o Ministério da Agricultura faz coleta e análise períodica em laboratório dos refrigerantes vendidos no país.
– Problemas relacionados a adoçantes não são comuns. Geralmente, estão dentro dos padrões recomendados pela Anvisa – diz.
A Coca-Cola Company Brasil, em nota, diz que o produto, a Coca-Cola Zero, é seguro para o consumo.
Por via das dúvidas, na próxima vez que alguém estiver com sede, talvez um suco natural, uma água de coco ou um bom e básico copo d’água possam ser uma opção para não provocar muitos dilemas.
* Matéria do Jornal do Brasil, enviada por Edinilson Takara, leitor e colaborador do EcoDebate.
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