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10 de jan. de 2012

Pesquisadores conseguem produzir esperma em laboratório

Pesquisadores na Alemanha e em Israel conseguiram produzir sêmem de rato em laboratório, abrindo o caminho para a produção artificial de esperma humano, o que pode revolucionar os tratamentos de fertilidade.
O estudo, publicado na revista Nature, detalha o cultivo de células germinativas, que dão origem aos espermatozóides masculinos e aos óvulos femininos.
As células foram colocadas em uma substância gelatinosa, similar à encontrada nos testículos.
A substância gelatinosa, chamada Soft Agar Culture System, já era usada em outras pesquisas envolvendo reprodução celular.
O professor Mahmoud Huleihel, da Universidade Ben-Gurion, da cidade israelense de Negev, celebrou a descoberta.
"O estudo deve abrir novas estratégias terapêuticas para homens inférteis que não conseguem produzir esperma ou pré-adolescentes com câncer, que correm o risco de ficarem inférteis por causa do agressivo tratamento com quimio e radioterapia", diz.
'Morfologia normal'
O estudo foi feito em parceria com o professor Eitan Lunenfeld, da Universidade de Soroka, em Beer-Sheva, Israel, e o professor Stefan Schlatt, da Universidade de Münster, na Alemanha.
Segundo o artigo da Nature, os esperma produzido em laboratório tinha "morfologia normal".
O experimento também conseguiu reproduzir com sucesso a acrossoma, a parte dianteira do espermatozóide.
O artigo diz que a substância gelatinosa usada no experimento "poder ser utilizada em tubos de laboratórios para a maturação de células germinativas de ratos pré-mitóticas ao estágio pós-mitose".

Cérebro 'começa a declinar aos 45 anos', diz estudo

Um estudo realizado pela University College de Londres (UCL) indicou que as funções do cérebro podem começar a se deteriorar já aos 45 anos de idade.
Entre mulheres e homens com idades entre 45 e 49 anos, os cientistas perceberam um declínio no raciocínio mental de 3,6%.
As conclusões contradizem pesquisas anteriores sugerindo que o declínio cognitivo só começaria depois dos 60.
O estudo, publicado na revista científica British Medical Journal, foi conduzido ao longo de dez anos, entre 1997 e 2007.
Os cientistas avaliaram a memória, o vocabulário e as habilidades cognitivas – de percepção ou de compreensão – de quase 5,2 mil homens e 2,2 mil mulheres entre 45 e 70 anos, todos, funcionários públicos britânicos.
Os resultados demonstraram uma piora em memória e cognição visual e auditiva, mas não em vocabulário – com um declínio mais acentuado nas pessoas mais velhas.
Entre os indivíduos entre 65 e 70 anos, eles perceberam um declínio mental foi de 9,6% entre homens e 7,4% entre mulheres da mesma idade.
Para os cientistas, isso quer dizer que a demência não é um problema exclusivo da velhice, e sim um processo que se desenrola ao longo de duas ou três décadas.
"É importante identificar os riscos cedo. Se a doença começou em um indivíduo nos seus 50 que só começa a ser tratado nos 60, como fazemos para separar causa e efeito?", questiona o professor Archana Singh-Manoux, do Centro de Pesquisas em Epidemiologia e Saúde da População, na França, que conduziu a pesquisa na instituição londrina.
"O que precisamos agora é analisar aqueles que experimentam um declínio cognitivo mais rápido que a média e saber como parar o declínio. Algum nível de prevenção definitivamente é possível", afirma.

Crise de meia-idade

Singh-Manoux argumenta que as taxas de demência devem aumentar na sociedade na medida em que as funções cognitivas estão conectadas a hábitos e estilo de vida, através de fatores como o fumo o nível de exercício físico.
Para a Sociedade contra o Alzheimer, uma organização de pesquisa e lobby no combate à demência, o estudo mostra a necessidade de mais conhecimento das mudanças no cérebro que sinalizam o problema.
"O estudo não diz se qualquer dessas pessoas chegou a desenvolver demência, nem quão viável seria para o seu médico detectar essas primeiras mudanças", afirmou a gerente de Pesquisas da Alzheimer Society, Anne Corbett.
"São necessários mais estudos para estabelecer as mudanças mensuráveis no cérebro que possam nos ajudar a melhorar o diagnóstico da demência."
O diretor de Pesquisas na organização, Simon Ridley, reforçou a necessidade de conscientizar a população sobre os benefícios de ter hábitos saudáveis.
"Embora não tenhamos uma maneira infalível de prevenir a demência, sabemos que mudanças simples de hábitos – adotar uma dieta saudável, não fumar, manter o colesterol e a pressão do sangue sob controle – reduzem o risco de demência", afirmou.
"Pesquisas anteriores indicaram que a saúde na meia-idade afeta o risco de demência durante o envelhecimento, e estas conclusões nos dão mais razões para cumprir as resoluções de Ano Novo."

1 de jan. de 2012

Britânicos fazem transplante de córnea pioneiro em bebê de 2 semanas

Uma bebê cega, agora com quatro meses de idade, se tornou na paciente mais jovem da Grã-Bretanha a receber um transplante de córneas, de acordo com médicos britânicos.
Eva Joyce nasceu com um problema que tornava sua córnea opaca.
As córneas de doadores foram colocadas nos olhos de Eva em duas operações realizadas no Birmingham Children's Hospital.
Na primeira operação, realizada quando Eva tinha apenas duas semanas e meia de vida, ela teve a córnea do olho direito retirada e trocada pela córnea de um doador.
Aos quatro meses, ela fez a mesma operação no outro olho.
O bebê deverá receber remédios para evitar a rejeição das córneas todos os dias nos próximos anos e a equipe do hospital vai monitorar a visão de Eva até que ela complete 16 anos.
"Estamos muito satisfeitos, Eva está muito bem e todos esperamos que a visão se desenvolva normalmente", disse o oftalmologista Manoj Parulekar.
"Queremos ver ela crescendo e fazendo todas as coisas que a irmã mais velha faz", acrescentou.

'Sortudos'

A mãe de Eva, Harriet Joyce, de 33 anos, disse que a família percebeu algo diferente nos olhos do bebê, mas não deu tanta importância.
"Quando Eva nasceu e abriu os olhos, nós percebemos que as córneas eram opacas."
"Não ficamos muito preocupados e, apenas quando fomos encaminhados para um hospital em Sheffield na semana seguinte para fazer os exames nos olhos de Eva, percebemos que ela não tinha nenhuma visão. Ela era cega", disse Harriet.
"Nas 24 horas seguintes, pensamos que ela nunca iria ver. Fomos encaminhados para o Hospital Infantil de Birmingham e eles nos disseram que poderiam fazer alguma coisa."
"Nos sentimos incrivelmente sortudos que alguém tenha tomado, provavelmente em circunstâncias difíceis, a decisão de doar órgãos para ajudar pessoas como Eva", acrescentou a mãe do bebê.

28 de dez. de 2011

Grávida passa três meses em cama inclinada para salvar bebê

Uma britânica foi forçada a passar três meses de cama, com seus pés a um nível acima da cabeça, para evitar um aborto espontâneo.
O procedimento foi adotado por Donna Kelly, de 29 anos, depois que exames mostraram que ela corria o risco de sofrer um terceiro aborto.
Uma especialista do Hospital Universitário de Coventry (região central da Grã-Bretanha) a aconselhou a usar a força da gravidade para reduzir esse risco, sugerindo que ela ficasse deitada em uma cama inclinada.
"No início, me sentia enjoada e com constantes dores de cabeça", diz Kelly.
Mas o sacrifício valeu a pena: após cerca de oito meses e meio de gravidez, nasceu a pequena Amelia, que já recebeu alta do hospital.

Condição rara

Kelly despertou a preocupação dos médicos quando um exame, na 20ª semana de gravidez, apontou que ela corria o risco de sofrer um aborto tardio - a jovem já havia tido o mesmo problema duas vezes desde 2007, quando nasceu seu primogênito, Joshua.
Donna Kelly (Foto: University Hospitals Coventry and Warwickshire)
Donna (centro), com a família e sua médica (Foto: University Hospitals Coventry and Warwickshire)
A professora Siobhan Quenby, especialista em abortos recorrentes do Hospital Universitário de Coventry, aconselhou Kelly a deitar-se na cama, com seus pés inclinados para cima durante três meses, durante as 24 horas de cada dia. Ela só se levantava para ir ao banheiro.
"Donna tinha uma condição rara. O tratamento, ainda que pareça estranho, é muito eficiente", disse a médica.
Para Kelly, o mais difícil foi "passar tanto tempo longe de Joshua".
"Mas três meses longe dele valeram a pena para dar-lhe uma irmã", afirmou.

BBC

O Natal, O Papai Noel e a Coca-Cola

Com o passar do tempo o verdadeiro espírito do natal, apesar de ninguém saber explicar o que realmente significa (e quem pode culpar-nos?), foi ofuscado pela figura do Papai Noel que, por sua vez, foi ofuscada por um refrigerante e, mais tarde, por ursos polares. A mídia tem tanto poder que é capaz de mudar conceitos e driblar propósitos. É o que evidentemente acontece, há anos, com o natal.

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Na minha família, o natal sempre foi celebrado à velha moda cristã. Um tanto previsível, porquanto íamos à igreja orar, celebrar o nascimento de Jesus Cristo, assistir à cantata de natal, abraçar os amigos. Depois voltávamos para casa, que nos esperava com um reconfortante clima acolhedor e festivo. Era o natal em seu lugar-comum, mas exatamente como aprendemos que deveria ser.

Havia um sentimento de cumplicidade em partilhar do “espírito natalino”, como dizem, seja lá o que isso for. Talvez uma sensação mútua de contentamento, religiosamente acalentada. E ainda apetece-me ter a família reunida com essa porção de pormenores típicos do natal: sorrisos estampados nos rostos, abraços apertados, gentilezas trocadas, toalha de mesa endireitada, comida e estórias partilhadas.

Mas o tempo passa e a cada dia o natal é cada vez mais uma fúria consumista absolutamente impiedosa. Antes se ouvia a música metálica dos sinos, hoje se ouve o som frenético das máquinas de cartão de crédito. Sai de cena o Cristo, entra o senhor bonachão de calças vermelhas. Se o filho de Deus não mais é lembrado, de Papai Noel muito se fala.

Mas não de maneira a fazer justiça ao personagem - inspirado originalmente em um homem simples, com uma vida e uma estória simples, nada tendo a ver com o sistema capitalista que o transformou em símbolo e que, por sua vez, transformou o natal em um evento elitista.


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A lenda do Papai Noel (Pai Natal em Portugal) é inspirada no arcebispo São Nicolau Taumaturgo, que viveu na Turquia no século IV. Ele tinha o costume de ajudar os necessitados depositando um pequeno saco com moedas de ouro, entrando nas casas pela lareira. Durante o inverno, resgatava crianças pobres de rua dando-lhes roupa e alimento. Famoso pela generosidade, a ele foram atribuídos diversos atos considerados milagrosos.

Seus fiéis, então, passaram a imitá-lo, principalmente em época de frio. Daí o surgimento da figura do Papai Noel e a explicação para muitas pessoas serem tomadas por um ímpeto de solidariedade em véspera do natal.

Entrementes, o sentimento que inspirou a estória, que mostra o melhor do ser humano, desapareceu quase por completo e o que prevaleceu foi uma sede de consumo e um sentimento de obrigatoriedade para saciar essa sede. E esse bom velhinho, inspirado em generosidade e doação, virou a insígnia do capitalismo.


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Antigamente não havia uma imagem unânime do Papai Noel. Ele era ilustrado de muitas maneiras, com traços e estilos variados. Algumas figuras eram de um homem magro, muito mais reservado do que este sorridente Noel que conhecemos. Em alguns países era retratado com vestes episcopais, geralmente na cor verde, combinando com tons sóbrios.

Por volta de 1886, um famoso cartunista alemão, Thomas Nast, desenhou o Papai Noel com uma roupagem de inverno na cor vermelha, tal como o conhecemos hoje. A ilustração foi feita para a revista norte-americana Harper’s Weeklys. Ao contrário do que muitos pensam, as cores da roupa do papai Noel nada têm a ver com a marca Coca-Cola. Aliás, a Coca-Cola nunca foi detentora do Papai Noel, muito menos o criou. Mas tem um poderoso mérito no processo de concretização da figura natalina, tal como a conhecemos hoje.

Aconteceu que durante muito tempo a Coca-Cola viu as vendas da bebida diminuírem consideravelmente durante o inverno, causando grande prejuízo para a marca. Já em 1931, a empresa decidiu reverter esse quadro, executando uma das mais famosas e impactantes campanhas publicitárias até hoje conhecidas. Com esse objetivo, o ilustrador Haddon Sundblom foi contratado pela empresa para uma releitura do personagem natalino. “Uma pausa refrescante” seria o slogan. E deu certo. A campanha, que propôs o Papai Noel bebendo o refrigerante, alavancou as vendas da Coca-Cola durante o inverno e perpetuou a imagem do bom velhinho.


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Esse novo visual mais encorpado do Papai Noel, um senhor rechonchudo e bonachão, do jeito que conhecemos, foi curiosamente inspirado no vizinho aposentado de Sundblom. A nova imagem espalhou-se rapidamente mundo afora, fazendo imenso sucesso.

Sundblom foi responsável pela propaganda natalina da Coca-Cola até o ano de 1964. Ele morreu em 1976 – e confessou à revista Rolling Stone que nunca gostou do sabor do famoso refrigerante.

Antes da Coca-Cola, no entanto, a figura do Papai Noel já era usada para algumas propagandas, mas foi a referida campanha da marca, em 1931 – com Sundblom – que deu a largada para que o Papai Noel fosse, de fato, transformado do generoso bom velhinho para um senhor efusivo que promove não o espírito de natal, mas sim o de consumo. Mas quem pode culpar o velhinho? E Papai Noel continua rindo de tudo isso. E ri com tanto entusiasmo que parece saber que não haveria mesmo jeito nenhum de acertar as coisas por aqui.


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Fontes das imagens: 1, 2, 3, 4, 5.





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