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4 de jun. de 2012

PROVAS E EVIDÊNCIAS DA EVOLUÇÃO


Pata dianteira de um equino, braço humano, nadadeira peitoral de um mamífero e asa de uma ave: homologias



No mundo científico, as hipóteses são elaboradas como respostas para determinadas perguntas acerca de um fenômeno específico. Quando uma hipótese é confirmada diversas vezes, por experimentações e/ou um conjunto de evidências, ela tem grandes chances de se tornar uma teoria.

Assim, a Teoria da Evolução reúne uma série de evidências e provas que a faz ser irrefutável até o presente momento:

A primeira evidência refere-se aos registros fósseis, sendo uma prova consistente de que nosso planeta já abrigou espécies diferentes das que existem hoje. Esses registros são uma forte evidência da evolução porque podem nos fornecer indícios de parentesco entre estes e os seres viventes atuais ao observarmos, em muitos casos, uma modificação contínua das espécies.

A adaptação, capacidade do ser vivo em se ajustar ao ambiente, pode ser outra evidência, uma vez que, por seleção natural, indivíduos portadores de determinadas características vantajosas - como a coloração parecida com a de seu substrato - possuem mais chances de sobreviver e transmitir a seus descendentes tais características. Assim, ao longo das gerações, determinadas características vão se modificando, tornando cada vez mais eficientes. Como exemplos de adaptação por seleção natural temos a camuflagem e o mimetismo.

As analogias e homologias também podem ser consideradas como provas da evolução baseadas em aspectos morfológicos e funcionais, uma vez que o estudo comparativo da anatomia dos organismos mostra a existência de um padrão fundamental similar na estrutura dos sistemas de órgãos.

Estruturas análogas desempenham a mesma função, mas possuem origens diferenciadas, como as asas de insetos e asas de aves. Estas, apesar de exercerem papéis semelhantes, não são derivadas das mesmas estruturas presentes em um ancestral comum exclusivo entre essas duas espécies. Assim, a adaptação evolutiva a modos de vida semelhantes leva organismos pouco aparentados a desenvolverem formas semelhantes, fenômeno este chamado de evolução convergente.

Homologia se refere a estruturas corporais ou órgãos que possuem origem embrionária semelhante, podendo desempenhar mesma função (nadadeira de uma baleia e nadadeira de um golfinho) ou funções diferentes, como as asas de um morcego e os braços de um humano, e nadadeiras peitorais de um golfinho e as asas de uma ave. Essa adaptação a modos de vida distintos é denominada evolução divergente.

Os órgãos vestigiais – estruturas pouco desenvolvidas e sem função expressiva no organismo, como o apêndice vermiforme e o cóccis - podem indicar que estes órgãos foram importantes em nossos ancestrais remotos e, por deixarem de ser vantajosos ao longo da evolução, regrediram durante tal processo. Estes órgãos podem, também, estar presentes em determinadas espécies e ausentes em outras, mesmo ambas existindo em um mesmo período.

Uma última evidência, a evidência molecular, nos mostra a semelhança na estrutura molecular de diversos organismos sendo que, quanto maior as semelhanças entre as sequências das bases nitrogenadas dos ácidos nucleicos ou quanto maior a semelhança entre as proteínas destas espécies, maior o parentesco e, portanto, a proximidade evolutiva entre as espécies.

Por Mariana Araguaia
Equipe Brasil Escola

28 de mai. de 2012

SELEÇÃO NATURAL

O princípio da evolução postula que as espécies que habitaram e habitam o nosso planeta não foram criadas independentemente, mas descendem umas das outras, ou seja, estão ligadas por laços evolutivos. Esta transformação, denominada evolução das espécies, foi apresentada e explicada satisfatoriamente por Charles Darwin, no seu tratado A origem das espécies, em 1859.
A base da evolução biológica é a existência da variedade, ou seja, as diferenças individuais entre os organismos de uma mesma espécie. Na grande maioria das vezes, os indivíduos produzem uma grande quantidade de descendentes, dos quais apenas uma parte sobrevive até a fase adulta. Assim, por exemplo, a cada ano, o salmão põe milhares de ovos, uma ave produz vários filhotes,. No entanto, as populações das espécies em um ecossistema em equilíbrio não crescem indiscriminadamente. Isto significa que os indivíduos são selecionados na natureza, de acordo com suas características. Frequentemente menos de 10 % da prole sobrevive. Os indivíduos que apresentarem características vantajosas para a sua sobrevivência, como por exemplo, maior capacidade de conseguir alimento, maior eficiência reprodutiva, maior agilidade na fuga de predadores, têm maior chance de sobreviver até a idade reprodutiva, na qual irá passar estas características individuais vantajosas à prole. Isto ocorre porque todas as características estão imprensas nos genes do indivíduo. Este é o princípio da seleção natural de Darwin.
Darwin mostrou que a seleção natural tende a modificar as características dos indivíduos ao longo das gerações, podendo gerar o aparecimento de novas espécies.
A partir desta teoria pode-se estudar sob o aspecto evolutivo todo o parentesco entre os seres vivos da Terra, o que culminou em uma árvore genealógica da vida. Nela, os organismos unicelulares semelhantes às bactérias foram os primeiros seres vivos, surgidos a 3 bilhões de anos nos mares primitivos.
Toda a informação genética dos seres vivos está registrada no DNA, a proteína que constitui os genes e cromossomos. Durante o processo de reprodução, a replicação destes genes sofre alterações denominadas mutações genéticas. Quando as mutações começaram a ocorrem nos primeiros seres vivos do planeta, iniciou-se o processo de evolução, através do aparecimento das citadas variações individuais na mesma espécie. A evolução é então impulsionada pelo fenômeno da seleção natural, através das centenas de milênios do tempo geológico.
A história da evolução da vida está documentada através do registro dos fósseis encontrados pelos arqueólogos e evolucionistas.
A pressão gerada pelo ambiente sobre os seres vivos representa uma das principais causas da evolução. Ambientes naturais geralmente apresentam fatores negativos e limitantes, além de realidades difíceis como a predação e a competição. Ambientes hostis e instáveis impulsionam o processo evolutivo, uma vez que selecionam fortemente apenas a sobrevivência dos mais aptos.
Como consequência da pressão ambiental e da existência das mutações genéticas, a vida evoluiu e se especializou, criando toda esta gama de diferentes biomas e ecossistemas que constituem a biosfera. Só o grupo dos animais conta atualmente com mais de 1 milhão de espécies descritas. No topo da linha evolutiva, encontram-se os animais mais complexos e elaborados, os vertebrados, representando apenas 5 % do total.
Coparaativo entre As Teorias evolutivas

Várias teorias evolutivas surgiram, destacando-se , entre elas, as teorias de Lamarck e de Darwin. Atualmente, foi formulada a Teoria sintética da evolução, também denominada Neodarwinismo, que incorpora os conceitos modernos da genética ás ideias essenciais de Darwin sobre seleção natural.
A teoria de Lamarck
Jean-Baptiste Lamarck ( 1744-1829 ), naturalista francês, foi o primeiro cientista a propor uma teoria sistemática da evolução. Sua teoria foi publicada em 1809, em um livro denominado Filosofia zoológica.
Segundo Lamarck, o principio evolutivo estaria baseado em duas Leis fundamentais:
  • Lei do uso ou desuso: o uso de determinadas partes do corpo do organismo faz com que estas se desenvolvam, e o desuso faz com que se atrofiem.
  • Lei da transmissão dos caracteres adquiridos : alterações provocadas em determinadas características do organismo, pelo uso e desuso, são transmitidas aos descendentes.
Lamarck utilizou vários exemplos para explicar sua teoria. Segundo ele, as aves aquáticas tornaram-se pernaltas devido ao esforço que faziam no sentido de esticar as pernas para evitarem molhar as penas durante a locomoção na água. A cada geração, esse esforço produzia aves com pernas mais altas, que transmitiam essa característica à geração seguinte. Após várias gerações, teriam sido originadas as atuais aves pernaltas.
A teoria de Lamarck não é aceita atualmente, pois suas ideias apresentam um erro básico: as características adquiridas não são hereditárias.
Verificou-se que as alterações em células somáticas dos indivíduos não alteram as informações genéticas contida nas células germinativas, não sendo, dessa forma, hereditárias.

A teoria de Darwin

Charles Darwin ( 1809-1882 ), naturalista inglês, desenvolveu uma teoria evolutiva que é a base da moderna teoria sintética: a teoria da seleção natural. Segundo Darwin, os organismos mais bem adaptados ao meio têm maiores chances de sobrevivência do que os menos adaptados, deixando um número maior de descendentes. Os organismos mais bem adaptados são, portanto, selecionados para aquele ambiente.
Os princípios básicos das ideias de Darwin podem ser resumidos no seguinte modo:
  • Os indivíduos de uma mesma espécie apresentam variações em todos os caracteres, não sendo, portanto, indenticos entre si.
  • Todo organismo tem grande capacidade de reprodução, produzindo muitos descendentes. Entretanto, apenas alguns dos descendentes chegam à idade adulta.
  • O número de indivíduos de uma espécie é mantido mais ou menos constante ao longo das gerações.
  • Assim, há grande "luta" pela vida entre os descendentes, pois apesar de nascerem muitos indivíduos poucos atingem a maturalidade, o que mantém constante o número de indivíduos na espécie.
  • Na "luta" pela vida, organismos com variações favoráveis ás condições do ambiente onde vivem têm maiores chances de sobreviver, quando comparados aos organismos com variações menos favoráveis.
  • Os organismos com essas variações vantajosas têm maiores chances de deixar descendentes. Como há transmissão de caracteres de pais para filhos, estes apresentam essas variações vantajosas.
  • Assim , ao longo das gerações, a atuação da seleção natural sobre os indivíduos mantém ou melhora o grau de adaptação destes ao meio.
Ilustração
A teoria sintética da evolução

A Teoria sintética da evolução ou Neodarwinismo foi formulada por vários pesquisadores durante anos de estudos, tomando como essência as noções de Darwin sobre a seleção natural e incorporando noções atuais de genética. A mais importante contribuição individual da Genética, extraída dos trabalhos de Mendel, substituiu o conceito antigo de herança através da mistura de sangue pelo conceito de herança através de partículas: os genes.
A teoria sintética considera, conforme Darwin já havia feito, a população como unidade evolutiva. A população pode ser definida como grupamento de indivíduos de uma mesma espécie que ocorrem em uma mesma área geográfica, em um mesmo intervalo de tempo.
Para melhor compreender esta definição , é importante conhecer o conceito biológico de espécie: agrupamento de populações naturais, real ou potencialmente intercruzantes e reprodutivamente isolados de outros grupos de organismos.
Quando, nesta definição, se diz potencialmente intercruzantes, significa que uma espécie pode ter populações que não cruzem naturalmente por estarem geograficamente separadas. Entretanto, colocadas artificialmente em contato, haverá cruzamento entre os indivíduos, com descendentes férteis. Por isso, são potencialmente intercruzantes.
A definição biológica de espécie só é valida para organismos com reprodução sexuada, já que, no caso dos organismos com reprodução sexuada, já que, no caso dos organismos com reprodução assexuada, as semelhanças entre características morfológicas é que definem os agrupamentos em espécies.
Observando as diferentes populações de indivíduos com reprodução sexuada, pode-se notar que não existe um indivíduo igual ao outro. Execeções a essa regra poderiam ser os gêmeos univitelínicos, mas mesmo eles não são absolutamente idênticos, apesar de o patrimônio genético inicial ser o mesmo. Isso porque podem ocorrer alterações somáticas devidas á ação do meio.
A enorme diversidade de fenótipos em uma população é indicadora da variabilidade genética dessa população, podendo-se notar que esta é geralmente muito ampla.
A compeensão da variabilidade genética e fenotípica dos indivíduos de uma população é fundamental para o estudo dos fenômenos evolutivos, uma vez que a evolução é, na realidade, a transformação estatística de populações ao longo do tempo, ou ainda, alterações na frequência dos genes dessa população. Os fatores que determinam alterações na frequência dos genes são denominados fatores evolutivos. Cada população apresenta um conjunto gênico, que sujeito a fatores evolutivos , pode ser alterado. O conjunto gênico de uma população é o conjunto de todos os genes presentes nessa população. Assim , quanto maior é a variabilidade genética.

Os fatores evolutivos que atuam sobre o conjunto gênico da população podem ser reunidos duas categorias
Fatores que tendem a aumentar a variabilidade genética da população: mutação gênica, mutação cromossônica , recombinação;
Fatores que atuam sobre a variabilidade genética jás estabelecida : seleção natural, migração e oscilação genética.
A integração desses fatores associada ao isolamento geográfico pode levar, ao longo do tempo, ao desenvolvimento de mecanismos de isolamento reprodutivo, quando, então, surgem novas espécies. Nos capítulos seguintes , esses tópicos serão abordados com maiores detalhes.

SELEÇÃO NATURAL

A Teoria da Seleção Natural, ponto central da Teoria Moderna da Evolução Biológica, foi desenvolvida por Charles Darwin para explicar a evolução das espécies, segundo a qual nem todos os indivíduos de uma população têm a mesma expectativa de sobreviver e de se reproduzir.
A seleção não representa um evento biótico ao acaso, porém é permanente sobres todas as populações, significando uma pressão ambiental específica de um ecossistema em associação a fatores genéticos, resultando em transformações no decorrer do tempo, capazes de garantir a prevalência de um ser vivo, conforme suas vantagens (aptidões) em detrimento a um outro organismo desprovido de adaptações que assegurem sua permanência.
Assim, os mais adaptados, em posterior ou vigente situação ecológica, ou seja, em tempo geológico pretérito (passado) ou contemporâneo (atual), são selecionados segundo a mesma condição (característica), expressando sua resistência vital, transferida aos descendentes, em oposição à eliminação daqueles cujo atributo é desvantajoso, provocando a morte do indivíduo e extinção de um grupo.
Contudo, esse mecanismo não representa um sistema constante e estável, existindo situações onde um componente genético desfavorável (genótipo anormal), se sobressai em relação ao alelo em geral favorável (genótipo normal). Exemplo tipificado pela ocorrência da anemia falciforme em território Africano, onde portadores de hemácias anômalas, quando infectados por malária, manifestam expectativa de vida consideravelmente superior a indivíduos com hemácias normais e contaminados pelo plasmódio (gênero do protozoário transmissor da malária).
Portanto, o ambiente viabiliza a manutenção ou supressão das espécies, conservando, maximizando ou minimizando a freqüência de um gene, a ponto de suprimi-lo do genoma de uma população, por intervenção de fatores como competição intra-específica alimentar e reprodutiva principalmente.

EVOLUÇÃO HUMANA


PROVAS DA EVOLUÇÃO


EVOLUÇÃO


PROVAS DA EVOLUÇÃO


LAMACK


CHARLES DARWIN


ESPECIAÇÃO


ESPECIAÇÃO

Especiação e definição de espécie Ao longo dos tempos novas espécies têm surgido, enquanto outras se têm extinguido. Como se formam as novas espécies, ou seja, como se multiplicam as espécies ?
Este fenómeno de multiplicação de espécies é designado por especiação. Antes de se perceber como se formam as espécies é necessário compreender o que é uma espécie, do ponto de vista biológico.
A definição de espécie tem-se alterado ao longo dos tempos, com a contribuição de numerosas ciências.
No século XVII, John Ray, usando o critério da fecundidade, considerava que pertenciam á mesma espécie organismos que, por reprodução, originavam outros semelhantes a eles.
No século XVIII, Lineu considerou como pertencentes a uma mesma espécie organismos que apresentassem características morfológicas idênticas – critério morfológico.
Este critério foi rapidamente posto em causa pois existem organismos muito semelhantes que pertencem a espécies diferentes, bem como a situação inversa (o burro é mais parecido com o cavalo do que um galgo com um cão de água mas estes últimos pertencem, decididamente á mesma espécie, enquanto os primeiros não), nomeadamente os que sofrem metamorfoses ou apresentam polimorfismo.
Ao longo dos tempos, outros critérios foram sendo propostos ou acrescentados, nomeadamente o ecológico – grupo de seres que partilham o mesmo nicho ecológico -, o genético – grupo de seres geneticamente semelhantes – ou o evolutivo – grupo de seres que partilham entre si características estruturais e funcionais.
No século XX e segundo Ernst Mayr, a definição biológica de espécie é a de um conjunto de todos os indivíduos que, em condições naturais, são fisiologicamente capazes de, real ou potencialmente, num dado lugar e momento, se cruzarem entre si e produzir descendência fértil, encontrando-se isolados reprodutivamente de outros conjuntos semelhantes.
Tendo por base este conceito biológico de espécie, muito marcado pela genética de populações, pode considerar-se a especiação como uma consequência do isolamento reprodutor entre populações mendelianas, pois estas acabam por divergir geneticamente.
Este conceito apresenta, no entanto, algumas importantes limitações:
Não pode ser aplicado a organismos fósseis, pois não se reproduzem;
Não pode ser aplicado a organismos que apresentem reprodução assexuada, pois não produziriam descendentes por cruzamentos. Dado que estes organismos produzem clones, são considerados tecnicamente o mesmo indivíduo.
Mais recentemente, devido a todas estas dificuldades passaram a ser usados critérios bioquímicos, comportamentais, etc.
Pode-se daqui concluir que não existe um conceito que possa ser universalmente aplicado, cada caso deve ser analisado separadamente e dados das mais diferentes proveniências devem ser usados.
A espécie torna-se, assim, na unidade fundamental do mundo vivo, do ponto de vista reprodutor, ecológico (mantém relações bem definidas com o meio e com outros grupos semelhantes) e genético.
Importante consideração a referir é o facto de as teorias evolucionistas também condicionarem esta definição de espécie pois dado que uma espécie é um conjunto de organismos vivos e estes se alteram, a descrição de uma espécie pode variar ao longo do tempo.
Tipos de especiação Uma população é caracterizada pelo seu fundo genético, bem como pela frequência dos alelos que o compõem, frequências essas variáveis entre populações da mesma espécie.
Quando existe livre intercâmbio de genes entre as várias populações de uma espécie o fundo genético mantém-se, mais ou menos, estacionário mas se este for interrompido, as populações vão acumulando diferenças genéticas, por mutação, recombinação genética e selecção.
Esta separação pode levar a uma situação que já não permita o cruzamento entre as populações. Nesse momento obtêm-se duas espécies diferentes, por isolamento reprodutor.
Uma vez formada a nova espécie, a divergência entre ela e a espécie ancestral é irreversível, pois a divergência genética acentuar-se-á e, consequentemente, um aprofundamento dos mecanismos de isolamento reprodutor. A especiação é um processo auto-reforçante.
Dois mecanismos fundamentais conduzem à especiação:
Especiação geográfica ou alopátrica – surgimento de barreiras geográficas entre populações;
Especiação simpátrica – factores intrínsecos à população conduzem ao isolamento genético.
Estes processos são muito graduais, pelo que podem surgir dúvidas quanto á classificação dos organismos na natureza em espécies completamente separadas ou apenas em populações com reduzido fluxo genético entre si.
A especiação alopátrica pode ocorrer por diversos modos, entre eles, isolamento geográfico, ecológico ou por barreira de híbridos:
ESPECIAÇÃO GEOGRÁFICA
Este tipo de especiação alopátrica pode ser descrito por uma sequência de etapas:
duas populações da mesma espécie apresentam frequências genéticas ligeiramente diferentes, apesar de partilharem o mesmo fundo genético;
surgimento de uma barreira geográfica natural ou artificial (rios, montanhas, estradas, variações de temperatura, etc.) impede a troca de genes entre as duas populações;
por acumulação de mutações e por adaptação a condições ambientais diferentes, o fundo genético de cada grupo de indivíduos vai-se alterando;
os respectivos fundos genéticos divergem, levando a uma incapacidade de cruzamento entre os indivíduos das duas populações – mecanismos isoladores - mesmo se a barreira geográfica desaparecer;
populações formam duas espécies distintas.
Um curioso exemplo deste tipo de situação ocorreu na ilha do Porto Santo, para onde, no século XV, foram levados ratos vindos do continente europeu.
Dado que não tinham predadores ou competidores, proliferaram rapidamente. No século XIX já eram nitidamente diferentes dos ratos europeus (na cor, tamanho, e hábitos pois eram essencialmente nocturnos). Postos novamente em contacto, os ratos de Porto Santo e os seus ancestrais europeus não se cruzaram, pelo que em apenas 400 anos se tinha formado uma nova espécie de ratos.
No entanto, deve-se salientar que se o tempo de separação não tiver sido suficientemente longo e/ou as diferenças acumuladas ainda permitirem a mistura parcial dos dois fundos genéticos (geralmente apenas na zona de contacto entre os habitats das duas populações), poderão formar-se subespécies, uma etapa intermédia no percurso da especiação.
Caso não tenham ocorrido grandes alterações e as populações postas em contacto possam reproduzir-se livremente, o fluxo genético será restabelecido e não existirá mais do que uma única espécie.
Um caso particular da especiação geográfica é a radiação adaptativa. Nesta situação, formam-se num curto espaço de tempo várias espécies, a partir de uma espécie ancestral, devendo-se ao facto de os nichos ecológicos ocupados pelas espécies descendentes serem muito mais variados que os das espécie ancestral.
Exemplos clássicos de radiação adaptativa são a colonização do meio terrestre pelas plantas ou pelos vertebrados, a diversificação dos marsupiais na Austrália, bem como o caso dos tentilhões das ilhas Galápagos, estudados por Darwin. Os arquipélagos são locais ideais para a ocorrência de radiação adaptativa, dado que as diversas ilhas fornecem habitats variados, isolados pelo mar.
Barreira ecológica Na área ocupada por uma dada espécie podem ocorrer alterações ambientais em parte do meio, originando habitats com diferentes condições. Estas alterações podem ser devidas a florestações, formação ou dragagem de pântanos, períodos de seca, etc.
Nesta situação, os organismos podem iniciar uma divergência devida a adaptação aos diferentes nichos ecológicos que irão surgir.
Barreira de híbridos Duas populações (A e B), geralmente consideradas subespécies, podem cruzar-se com uma baixa taxa de fertilidade, na zona de contacto entre os habitats que ocupam.
Os híbridos AB resultantes do cruzamento, por sua vez com baixa fertilidade, formam uma barreira ao normal fluxo de genes entre as duas populações:
A cruza livremente com AB e AB com B, mas a presença de AB impede o cruzamento directo de A com B.
Com o tempo, os híbridos podem até desaparecer, talvez devido a uma selecção natural negativa mas as populações A e B serão incapazes de se reproduzir, pertencendo a espécies separadas.
Não se sabe quanto tempo é necessário para a produção de uma espécie, pois se é possível obter isolamento reprodutor numa geração (poliplóidia), também é possível que espécies isoladas por mais de 20 M.a. se mantenham morfologicamente semelhantes e produzam descendentes férteis (como o caso dos plátanos americano e europeu, que em laboratório mantêm fecundidade total).
Subespécies Dentro de uma espécie existem dois tipos de variabilidade: variabilidade interindividual e variabilidade interpopulacional.
Dentro de uma mesma população qualquer característica apresenta uma distribuição normal, sendo mais baixas as frequências dos indivíduos com fenótipos extremos e mais elevadas as dos indivíduos com o fenótipo correspondente ao ponto de ajuste para essa característica.
Por outro lado, as diferentes condições geográficas originam diferentes populações da mesma espécie, com diferenças nas frequências genéticas – variabilidade geográfica.
O meio ambiente pode variar grandemente, mesmo em zonas contíguas (clima, solo, luz solar, água, etc.) logo as populações estão sujeitas a diferentes pressões selectivas. Quando esta variação é gradual diz-se clinal.
Tendo estes aspectos em mente, uma raça geográfica ou subespécie pode ser definida como populações mendelianas com o mesmo fundo genético (pertencem á mesma espécie) que apresentem diferenças nas frequências relativas dos vários alelos.
São populações estabelecidas em diferentes áreas pois se vivessem na mesma zona o cruzamento entre elas originaria uma única população, com frequências genéticas homogéneas.
Deduz-se daqui que é a separação que conduz à formação de subespécies, consideradas uma etapa intermédia na especiação.
COMO IDENTIFICAR UMA SUBESPÉCIE?
Com base na definição biológica de espécie, as populações são espécies isoladas se não forem interfecundáveis.
Deste modo, fazendo a análise experimental da fertilidade entre amostras de duas populações e construindo um polígono de compatibilidade pode descriminar-se as seguintes situações:
Compatibilidade máxima – as populações são férteis entre si logo formam uma única espécie;
Compatibilidade nula – as populações são duas espécies diferentes;
Compatibilidade intermédia – existe uma diminuição da frequência de híbridos logo as populações estão a divergir, formando subespécies.
ESPECIAÇÃO SIMPÁTRICA
Este processo de especiação ocorre em populações que habitam a mesma zona logo nunca ocorre um isolamento geográfico.
Este mecanismo de especiação pode resultar de dois tipos de fenómenos:
Selecção disruptiva – este tipo de selecção exerce forte pressão sobre os indivíduos, favorecendo os genótipos extremos, podendo originar um polimorfismo equilibrado ou duas espécies diferentes, se levado ao extremo. Não está devidamente comprovado que este fenómeno funcione na natureza;
Poliplóidia – duas espécies simpátricas (vivendo no mesmo local) podem originar, instantaneamente, uma nova espécie por poliplóidia.
Uma célula ou um organismo poliplóide apresenta um número múltiplo do conjunto cromossómico original da espécie que lhe deu origem (4n, 5n, etc.) e surge, geralmente, por erros na mitose ou meiose. Geralmente, este fenómeno ocorre quando não ocorre citocinese após a replicação do DNA e a separação dos cromatídeos, obtendo-se uma célula com um núcleo maior e com um número anormal de cromossomas. Igualmente comum é a formação dos gâmetas não ser precedida da meiose, não ocorrer disjunção dos homólogos, o que origina gâmetas diplóides.
A autofecundação de um organismo com esta anormalidade leva ao surgimento de um poliplóide. Esta situação é frequente em plantas.
Existem dois tipos de organismos poliplóides:
Autopoliplóide - indivíduo cujos progenitores eram da mesma espécie, sendo a poliplóidia o resultado de um erro na divisão celular do zigoto;
Alopoliplóide - indivíduo cujos progenitores eram de espécies diferentes, resultando a poliplóidia de uma duplicação cromossómica no híbrido. Esta situação parece dar origem a indivíduos particularmente bem sucedidos, talvez porque os alopoliplóides possam combinar as melhores características das duas espécies progenitoras.
Os híbridos de duas espécies animais são geralmente estéreis pois os gâmetas não são viáveis por dificuldades de emparelhamento cromossómico na meiose. No entanto, alguns animais e muitas plantas formam híbridos férteis.
COMO SERÁ POSSÍVEL TAL FENÓMENO?
O cientista russo Karpechenko realizou diversas experiências com plantas, tentando reunir características com interesse económico de diversos organismos numa única espécie. Uma das experiências que realizou visava o obter uma planta com a raiz comestível do rabanete e as folhas da couve.
Tanto a couve como o rabanete apresentam um número diplóide de 18. Após o cruzamento (que não correu bem, pois obteve uma planta com a raiz da couve e as folhas do rabanete…), Karpechenko verificou que o híbrido resultante também apresentava 2n=18 mas era estéril.
No entanto, alguns híbridos apresentavam 2n=36 e esses eram todos férteis. A explicação para este facto reside na poliplóidia: no híbrido os cromossomas não emparelham na meiose logo este é estéril.
Mas se existir uma duplicação do total dos cromossomas (após a replicação do DNA não ocorre a disjunção cromossómica) o híbrido irá apresentar dois conjuntos completos de cromossomas, permitindo o emparelhamento. O híbrido tetraplóide produz, assim, gâmetas 2n viáveis.
Assim, Karpechenko criou uma nova espécie, o híbrido fértil da couve e do rabanete.
O Triticale é outro híbrido fértil produzido pelo Homem, um poliplóide do trigo e do centeio, que apresenta o vigor do centeio e o grão do trigo. Actualmente, muitas das plantas cultivadas são poliplóides, como batatas, bananas, cana de açúcar e café, bem como, calcula-se, cerca de 47% das angiospérmicas.
Os organismos poliplóides são geralmente maiores, mais fortes e com maior capacidade de adaptação a novas condições que os organismos diplóides pois apresentam uma grande resistência a doenças genéticas e a mutações devido á redundância genética, o que lhes permite “fugir” um pouco ás pressões de selecção.
Ao fim de muitas gerações de acumulação de alterações, estes seres deixam de apresentar genes duplicados mas sim um novo conjunto de características, originando uma diploidização. Esta situação explica o enorme sucesso adaptativo dos organismos poliplóides na natureza.
Este fenómeno parece ter ocorrido com peixes da família dos ciprinídeos e ocorre actualmente em lagartos Cnemidophorus tesselatus, peixes Poecilia formosa (parente dos peixes de aquário mollys e guppies) e rãs Rana esculenta.
Este fenómeno da poliplóidia não parece apresentar grandes problemas em plantas, pois dado que estas podem reproduzir-se ao longo de incontáveis gerações apenas vegetativamente (assexuadamente), os indivíduos estéreis podem manter-se até que a poliplóidia ocorra espontaneamente.
No entanto, em animais superiores, como os referidos anteriormente, como pode tal fenómeno ocorrer ?
Um preconceito que se deve descartar é o facto de que não será possível a ocorrência de reprodução assexuada em vertebrados pois tal existe e permite a poliplóidia. Claro que o fenómeno não é geral, não se conhecendo reprodução clonal na maioria das espécies.
No entanto, após ultrapassada esta dificuldade, existem outras possibilidades, além da anteriormente explicada, para o surgimento do poliplóide.
Uma delas está esquematizada em seguida:
Espécie A + Espécie B = híbrido AB por reprodução clonal ou ginogénese o híbrido AB pode tornar-se triplóide ABB
ainda assexuadamente, este pode tornar-se tetraplóide AABB fértil
Após a reprodução entre espécies diferentes o híbrido diplóide é estéril, apenas podendo manter-se por reprodução assexuada. Este tipo de reprodução faz-se a partir de uma fêmea, cujos óvulos funcionam como ovos, dando origem a clones de si própria.
Este processo é anómalo em vertebrados, não se conhecendo exactamente o mecanismo que o desencadeia. Por vezes o estímulo para esse processo é a entrada de um espermatozóide, numa copulação que não será seguida de uma fecundação pois o espermatozóide será rejeitado e destruído.
Ao longo das gerações, esses clones exclusivamente femininos manter-se-ão deste modo, coexistindo com a população normal diplóide, até que um dos espermatozóides, por outra anomalia no processo, seja admitido originando um híbrido triplóide ainda estéril.
Se tal fenómeno acontecer novamente, poderá formar-se o híbrido tetraplóide, o qual, se as duplicações tiverem sido as correctas, será fértil, passando a reproduzir-se sexuadamente.
Alterações cromossómicas e especiação Uma demonstração convincente da evolução da constituição cromossómica em populações foi feita através de estudos em Drosophila.
As diversas espécies de Drosophila estudadas apresentam 3, 4, 5 e 6 pares de cromossomas, os quais teriam derivado de uma espécie ancestral comum, com 5 pares de cromossomas em forma de bastonete e um par em forma de ponto.
Uma hipótese explicativa da origem de Drosophila montana considera que teria existido uma inversão pericentrica no cromossoma 2 da espécie ancestral. Este facto não reduziria o número de cromossomas mas impossibilitaria o seu emparelhamento correcto, criando um isolamento reprodutor – esterilidade cromossómica.
Em D. littoralis teria ocorrido uma translocação entre os cromossomas 3 e 4 da espécie ancestral, reduzindo o número de cromossomas e impedindo, uma vez mais o emparelhamento.
Estas alterações cromossómicas modificam o arranjo dos genes de tal modo, que deixa de existir homologia. Os híbridos resultantes do cruzamento entre indivíduos com o genótipo ancestral e indivíduos com o novo genótipo são estéreis.
Especiação e modelos de evolução Relacionando os mecanismos que conduzem á especiação com a evolução dos organismos, obtêm-se quatro situações distintas:
Evolução divergente – ocorre quando duas populações se separam e acumulam diferenças que impossibilitam o cruzamento entre elas, originando novas espécies;
Radiação adaptativa – a partir de uma espécie inicial, verifica-se uma ocupação de grande número de habitats e o surgimento de numerosas espécies quase simultaneamente;
Evolução convergente – populações com origem diferente e sem qualquer parentesco, sujeitas a pressões selectivas semelhantes, vão desenvolver estruturas e modelos de vida semelhantes;
Evolução paralela – espécies distintas, mas com um antepassado comum, podem, independentemente, permanecer semelhantes devido ao mesmo tipo de pressões selectivas.
Fonte: www.simbiotica.org
Especiação

A ORIGEM DAS ESPÉCIES
Mecanismos de especiação são aqueles que determinam a formação de espécies novas. O mecanismo de especiação mais conhecido é o da especiação geográfica.
Este mecanismo pode de ser simplificadamente explicado, tomando-se como exemplo uma população com conjunto gênico grande, que vive em determinada área geográfica em um dado momento .
Suponhamos que o ambiente onde essa população ocorre sofra alterações bruscas, tais como modificações climáticas ou eventos geológicos (terremotos , formações de montanhas etc.). Essas alterações podem determinar o surgimento de faixas de território em que a existência dos indivíduos da população torna-se impossível. Quando essas faixas desfavoráveis separam áreas que ainda reúnem condições favoráveis à sobrevivência dos indivíduos que formavam a população inicial elas são denominadas barreiras ecológicas ou barreiras geográficas .
As barreiras ecológicas impedem a troca de genes entre os indivíduos das populações por elas separadas, fazendo com que variabilidades genéticas novas surgidas em uma população , não sejam transmitidas para outra. Além disso , as condições do ambiente , nas áreas separadas pela barreira, dificilmente são exatamente as mesmas , o que determina diferente pressões seletivas. Então as populações assim separadas vão acumulando ao longo do tempo, podendo chegar a desenvolver mecanismos de isolamento reprodutivo. Quando isto ocorre , considera-se que essas populações pertencem a espécies distintas.
As espécies são portanto, como já vimos, populações de indivíduos potencialmente intercruzantes e reprodutivamente isolados de outras populações.

OS MECANISMOS DE ISOLAMENTO REPRODUTIVO
O desenvolvimento de mecanismos que determinam o isolamento reprodutivo é fundamental para a origem das espécies. Populações reprodutivamente isoladas de outras passarão a Ter história evolutiva própria e independente de outras populações . Não havendo troca de genes com populações de outras espécies , todos os fatores evolutivos que atuam sobre populações de uma espécie terão uma resposta própria . Dessa forma, o isolamento reprodutivo explica não a penas a origem das espécies , nas também a enorme diversidade do mundo biológico.
É importante esclarecer que os mecanismos de isolamento reprodutivo não se referem apenas á esterilidade , pois isolamento reprodutivo não é sinônimo de esterilidade. Duas espécies podem estar reprodutivamente isoladas devido a fatores etológicos ou ecológicos que impendem o fluxo gênico, e não devido á esterilidade.
Um exemplo pode ser dado por duas espécies de patos de água doce, Anas platyrhinchos e Anas acuta, as quais , apesar de nidificarem lado a lado , não trocam genes , pois respondem a estímulos sensoriais diferentes . A cópulas entre machos e fêmeas de uma espécie é desencadeada por certos estímulos sensoriais que não têm efeito sobre machos e fêmeas da outra espécie . Com isso , é muito raro haver cópula entre indivíduos das duas espécies.No entanto , se essas duas espécies forem criadas em cativeiro, elas poderão se reproduzir, originando descendentes férteis .Neste caso, não é a esterilidade o fator de isolamento reprodutivo e sim o fator etológico (compartamental).
Os mecanismos de isoloamento reprodutivo podem ser classificados do seguinte modo:
Os mecanismos pré-copulatórios : impedem a cópula.
Isolamento estacional: diferenças nas épocas reprodutivas.
Isolamento de hábitat ou ecológico: ocupação diferencial de hábitats.
Isolamento etológico: o termo etológico refere-se a padrões de comportamento.
Para os animais, este é o principal mecanismo pré-copulatório. Neste grupo estão incluídos os mecanismos de isolamento devidos à incompatibilidade de comportamento baseado na produção e recepção de estímulos que levam machos e fêmeas à cópula. Esses estímulos são específicos para cada espécie. Dois exemplos desse tipo de incompatibilidade comportamental levando ao isolamento reprodutivo são os sinais luminosos, emitidos por vaga-lumes machos, que apresentam variação dependendo da espécie. Eses sinais variam na freqüência, na duração da emisão e na cor (desde braco, azulado, esverdeado, amarelo, laranja até vermelho). A fêmea só responde ao sinal emitido pelo macho de sua própria espécie.
O outro exemplo é o canto das aves: as fêmeas são atraídas para o território dos machos de sua espécie em função do canto, que é específico.
Isolamento mecânico: diferenças nos órgãos reprodutores, impedindo a cópula.
Mecanismos pós-copulatórios: Mesmo que a cópula ocorra, estes mecanismos impedem ou reduzem seu sucesso.
Mortalidade gamética: fenômenos fisiológicos que impedem a sobrevivência de gametas masculinos de uma espécie no sistema reprodutor feminino de outra espécie.
Mortalidade do zigoto: se ocorrer a fecundação entre gametas de espécies diferentes, o zogoto poderá ser pouco viável, morrendo devido ao desenvolvimento embrionário irregular.
Inviabilidade do híbrido : indivíduos resultantes do cruzamento entre indivíduos de duas espécies são chamados híbridos interespecíficos. Embora possam ser férteis, são inviáveis devido à menor eficiência para a reprodução.
Esterilidade do híbrido : a esterilidade do híbrido pode ocorrer devido à presença de gônadas anormais ou a problemas de meiose anômala.
O isolamento reprodutivo total entre duas espécies deve-se, em geral, a vários fatores, dentre os quais um pode ser mais efetivo do que os outros.
Fonte: www.biologia-ar.hpg.ig.com.br


LAMARCKISMO

LAMARCK, LAMARCKISMO E A TEORIA DA PROGRESSÃO DOS ANIMAIS

"Para Lamarck, Deus criou a natureza que ele definiu como um “um conjunto de objetos metafísicos, constituído por leis e movimento”. Estes objetos metafísicos “podiam ser observados nos corpos que existiam”. A partir das leis da natureza, sem intervenção divina, e de forma progressiva é que surgem todos os seres vivos.
Os primeiros seres vivos, os mais simples, segundo Lamarck, surgiram por geração espontânea em ambientes aquáticos ou úmidos. Esta geração foi um fenômeno físico regido por duas forças opostas, a força de atração (como atração universal) e a de repulsão (calórico e eletricidade).
Com o passar do tempo e circunstâncias favoráveis, os primeiros seres deram origem aos outros s eres. Estes foram aumentando sua complexidade e deram origem às escalas animal e vegetal com as grandes “massas” (termo que Lamarck dava para os grandes grupos de animais) dispostas em ordem crescente de perfeição. No limite inferior da escala, estão os animais inferiores como os infusórios e no superior está o homem. Este processo aconteceu no passado e continua acontecendo no presente, s egundo o naturalis ta francês.
A natureza, em todas as suas operações, procedeu gradualmente; não pôde produzir todos os animais de uma só vez: primeiro formou os mais simples, passando destes aos mais compostos ; estabeleceu neles sucessivamente diferentes sistemas de órgãos particulares, multiplicou-os, aumentou sua energia pouco a pouco e, acumulando essa energia nos mais perfeitos, fez existirem todos animais c onhecidos, com as faculdades que neles observamos.
Para Lamarck, a progressão, de um nível para outro na escala animal está sempre acontecendo, ou seja, tantos animais e vegetais continuam aumentando sua complexidade. Estes não fazem parte de uma única cadeia, mas sim de duas cadeias distintas, separadas pela origem, que apresentam semelhança na forma inicial.
O animal mais simples para Lamarck seria o Monada termo. Desse modo é a partir deste que os outros animais surgem. Para os vegetais, é provável que Lamarck considerasse o Mucor viridescens o vegetal mais simples.
AS CAUSAS DA PROGRESSÃO DOS ANIMAIS
Para Lamarc k havia duas causas para a progressão dos seres. Estas seriam duas forças opostas. A primeira seria uma tendência a um aumento de complexidade relacionada ao próprio “poder da vida”. Essa tendência dependeria do movimento dos fluidos no interior dos animais. Quando esse movimento era acelerado, haveria mudanças internas nos organismos, que levaria a um aumento de complexidade. Como exemplo Lamarck diz que isso pode ser observado na passagem de uma “massa” para outra, no caso do sistema branquial dos peixes e do pulmonar dos répteis.
A segunda força ou causa é chamada por Lamarck de acidental ou modificadora. Esta força resultaria da ação do meio ambiente que levaria a “interrupções e desvios agindo sobre as partes externas e internas dos animais e vegetais, modificando-as ”. Como exemplo Lamarck comenta que há “raças” de caracóis que apresentam antenas por terem necessidades diferentes em relação às outras.
As causas que fazem um órgão se desenvolver e aumentar, fazem surgir um órgão novo que não existia antes no indivíduo.
AS LEIS GERAIS DA PROGRESSÃO DOS ANIMAIS
Lamarck propôs quatro leis, nas duas últimas versões de sua teoria, para explicar a evolução dos animais. A primeira lei diz que “há uma tendência na natureza para o aumento de complexidade”. Esta lei foi apresentada na Histoire naturelle des animaux sans vertèbretes por Lamarck da seguinte forma,
A vida, pelas suas próprias forças, tende continuamente a aumentar o volume de todo o corpo que a possui, e a estender as dimensões de suas partes, até um limite que lhe é próprio.
A tendência ao aumento de complexidade, que Lamarck expôs acima, é inerente a vida. Essa tendência resulta de um movimento dos fluidos no interior do indivíduo, os quais irão desenvolv er os órgãos e aperfeiçoá-los. Como exemplo Lamarck cita a transformação de um animal, desde o zigoto até a fas e adulta.
Outro exemplo que Lamarck forneceu para a primeira lei é com referência ao aumento de complexidade das espécies observadas na natureza, que se dá dos mais simples para os mais organizados,
A natureza, produzindo sucessivamente todas as espécies de animais e começando pelos mais imperfeitos e mais simples, terminando pelos mais organizados, complicou gradualmente sua organização; ess es animais, tendo se espalhado geralmente por todas as regiões habitáveis do globo, cada espécie recebeu pela influência das circunstâncias nas quais se encontrou, seus hábitos que conhecemos e as modificações em suas partes que a observação nos mostra.
Na segunda lei Lamarck explicou o surgimento de novos órgãos em “função das necessidades que se fazem sentir e que se mantêm”. Lamarck esclareceu:
A produção de um novo órgão em um corpo animal resulta de uma nova necessidade que surgiu e que continua a se fazer sentir e de um novo movimento que essa necessidade faz nascer e mantém.
Lamarck relacionou a segunda lei com a terceira lei já que a produção de um novo órgão está associada os seus hábitos e c ircunstâncias nas quais ele vive. Segundo o naturalis ta francês:
Não são os órgãos, quer dizer, a natureza e as partes do corpo de um animal que originam seus hábitos e suas faculdades particulares, mas são ao contrário seus hábitos, sua maneira de viver e as circ unstâncias nas quais se encontram esses indivíduos que, com o tempo, constituem a forma de seu corpo, o número e o estado de seus órgãos – enfim, as faculdades de que gozam.
A terceira lei de Lamarck refere-se aos efeitos do uso e desuso, que estão relacionados respectivamente ao desenvolvimento ou atrofia dos órgãos. Nas próprias palavras de Lamarck: “O desenvolvimento dos órgãos e sua força e ação estão em relação direta com o emprego desses órgãos”.
Entre os exemplos da terceira lei, Lamarck fornece para o caso do desuso, os seguintes: “olhos vestigiais em animais que não os usam, como na toupeira”; “as patas das serpentes, que teriam desaparecido pelo hábito de se arrastarem e se esconderem sob ervas”. Para o uso os seguintes: “membranas entre os dedos de aves aquáticas, formadas pelo exercício de esticar esses dedos, na água, para nadar”; “os dedos recurvados de pássaros que pousam sobre as árvores, desenvolvidos pelo hábito de segurar-se nos galhos com eles”.
A quarta lei de Lamarck refere-se a “herança dos caracteres adquiridos”, na qual características adquiridas ou perdidas durante a vida dos organis mos eram transmitidas à prole. Uma das formas que Lamarck anunciou esta lei é a seguinte,
Tudo aquilo que a natureza fez os indivíduos adquirirem ou perderem através das circunstâncias a que sua raça se encontra exposta há muito tempo, e conseqüentemente pelo emprego predominante de tal órgão ou pela constante falta de uso de tal parte, ela o conserva pela geração de novos indivíduos que dela provém, desde que essas mudanças adquiridas sejam comuns aos dois sexos, ou àqueles que produziram es ses novos indivíduos."
Marcelo Akira Hueda
Fonte: forumeiros.com
Lamarckismo


"A idéia de geração espontânea em Lamarck é bastante interessante, pois apresenta elementos novos em relação ao que se tinha na época. Ao contrário de Georges Cuvier (1769-1832) que aceitava uma criação divina de espécies já adaptadas ao ambiente, Lamarck procura explicar a origem da vida, bem como a própria vida, por meio de fenômenos físico-naturais. A idéia de que a vida possa aparecer da matéria inanimada, através de fenômenos naturais, pressupõe uma noção especial de vida, diferente daquela aceita na época de Lamarck. Em sua última obra Lamarck expõe a concepção de vida, que segue:
Mostramos em nossas diferentes obras que a vida não era um ser nem a propriedade particular de nenhuma matéria, qualquer que seja, nem é alguma parte de um corpo – fazendo ver que ela é apenas um fenômeno físico20 resultante de duas causas essenciais, a saber 1º) uma ordem e um estado de coisas que existem nas partes do corpo que se observa; 2º) uma causa motriz ou provocadora de movimentos sucessivos no interior deste corpo. Assim, a vida subsiste nesse corpo enquanto o estado de suas partes e a ordem de coisas necessárias à execução dos movimentos vitais não forem destruídos e enquanto a causa provocadora dos movimentos continuar a agir (LAMARCK, Systeme analytique dês connaissances de l?homme. Paris: Chez l?Auteur, aujardin du Roi, 1820, p. 117 apud MARTINS, 1994, p. 58).
Segundo esta visão, o que caracteriza os seres vivos para Lamarck, é uma determinada estrutura físico-química adequada e a existência de certas forças físicas em seu interior, que possibilitam o dinamismo próprio da vida. Em contrapartida, ao buscar fundamentos para formular uma hipótese quanto ao surgimento dos seres vivos, utiliza-se dos conceitos de geração espontânea, propostos, ainda, na Grécia Antiga. No entanto, Lamarck não acredita como Buffon, que formas vivas complexas possam surgir por geração espontânea. Para ele, o processo de geração espontânea está constantemente criando seres vivos primitivos, no início da escala animal ou vegetal. Esses seres naturalmente tenderiam a aumentar sua complexidade, geração após geração (MEYER, EL-HANI, 2005).
Na Philosophie Zoologique (vol. 2, p. 83 apud MARTINS, 1994), Lamarck esclarece que a natureza continua a formar as gerações diretas no início das escalas animal e vegetal, como os seres gelatinosos e transparentes (denominados atualmente de unicelulares) embora também possa fazê-lo em diversos pontos da primeira metade da escala, dando como exemplo os vermes intestinais. Como evidência favorável à geração espontânea, Lamarck utiliza a aparente inexistência de órgãos internos, inclusive os destinados à reprodução, o fato de os organismos de massa gelatinosa, infusórios, não produzirem ovo e de desaparecerem na estação fria, reaparecendo na estação quente, bem como sua aparente fragilidade.
A escala animal se inicia em dois ramos separados, produzidos por geração direta ou espontânea. Um deles se inicia com os infusórios, que dão origem aos pólipos e esses aos radiários. O outro, menos importante, se inicia com os vermes (LAMARCK, Histoire naturalle dês animaux sans vertèbres, vol. 1, p. 455 apud MARTINS, 1994, p. 59).
Meyer e El-Hani (2005) consideram que as hipóteses de Lamarck para a complexidade de certos seres vivos, não explicam a existência de muitos seres vivos pouco complexos e também não responde o porquê deles permanecerem estacionados no estágio inicial.
Na concepção de Lamarck as formas de vida mais complexas surgem por transmutação, uma lenta progressão na qual o fluido nervoso abre canais cada vez mais complexos de uma geração para a seguinte. Ao utilizar-se do processo de geração espontânea para justificar os diferentes graus de complexidade entre os seres vivos, propõe que quanto mais avançado seja um organismo em sua época atual, mais antigo seria seu primeiro ancestral, que por sua vez teve mais tempo para mudar e aperfeiçoar-se. (HENIG, 2001; MEYER e EL-HANI, 2005; BLANC, 1994).
Para fundamentar sua teoria, Lamarck formula algumas leis, dentre essas as mais conhecidas são a “Lei do Uso e Desuso” e a “Herança dos Caracteres Adquiridos”, porém Martins (1997) relata que, nas obras de Lamarck, principalmente a última versão, contida na Histoire naturalle des animaux sans vertèbres, aparecem explicitamente quatro leis. As duas primeiras leis demonstram ser a resposta aos seus questionamentos quanto aos diferentes graus de complexidade entre os seres vivos e o surgimento de possíveis órgãos de encontro às necessidades dos indivíduos.
Primeira Lei: A vida, pelas suas próprias forças, tende continuamente a aumentar o volume de todo o corpo que a possui, e a estender as dimensões de suas partes, até um limite que lhe é próprio (LAMARCK, Histoire naturalle des animaux sans vertèbres, vol. 1, p. 151 apud MARTINS, 1997, p. 35). Segunda Lei: A produção de um novo órgão em um corpo animal, resulta de uma nova necessidade que surgiu e que continua a se fazer sentir e de um novo movimento que essa necessidade faz nascer e mantém (LAMARCK, Histoire naturalle des animaux sans vertèbres, vol. 1, p. 152 e 155 apud MARTINS, 1997, p. 37)."
Fernanda Peres Ramos




LAMARCKISMO

Lamarck foi um grande taxonomista francês e, por isso, detentor de um vasto conhecimento sobre anatomia dos seres vivos. Em 1809, Lamarck, na sua obra Philosophie Zoologique, apresentou aquela que é considerada por muitos como a primeira teoria sobre a evolução das espécies, que radica em dois princípios: a lei do uso e do desuso e a lei da transmissão dos caracteres adquiridos.
Os 2 textos que se seguem são da sua autoria.
“Eis uma ave terrestre que é obrigada a viver em regiões inundadas ou transformadas em lagos.
Levada a procurar o alimento nas águas, quer dizer, obrigada a nadar, faz esforços para este fim; por isso, afasta os dedos e a pele que une a base destes, que adquire o hábito de se distender. À força de esforços repetidos durante gerações, esta pele desenvolver-se-ia lentamente, cresceria pouco a pouco, milímetro a milímetro. Tal seria a origem da membrana interdigital, característica das patas dos gansos, dos patos e dos cisnes.”
“Se numa região diminuísse a intensidade das chuvas, as plantas passariam, como consequência, a ter necessidade de conservar a água. Passados muitos anis, à medida que a região se tornasse mais parecida com um deserto, as plantas transmitiriam aos descendentes as características que tinham adquirido para reter água. Deste modo, ter-se-iam originado as plantas típicas das regiões desérticas, como os cactos, capazes de armazenar grandes quantidades de água.”
Identifica, com base nos textos, as (2) principais causas da evolução dos seres vivos.
Identifica, nos textos, expressões que traduzam os dois princípios fundamentais da teoria de Lamarck (lei do uso e do desuso e a lei da transmissão dos caracteres adquiridos).
Explica, com base na teoria de Lamarck,:
O desenvolvimento dos longos pescoços das girafas.
O desaparecimento dos membros nas cobras.
Refere o que seria de esperar que acontecesse aos descendentes de um trabalhador braçal, relativamente ao desenvolvimento da musculatura.
Considera a figura, que esquematiza as concepções de Lamarck, e completa:

Fonte: www.netxplica.com
Lamarckismo

Até o século XVIII, tinha-se a idéia que as espécies, vegetal ou animal, teriam surgido por um ato de criação divina, tendo exatamente as mesmas características que possuem hoje. Uma outra explicação para a origem da variedade dos seres vivos é a idéia de que há uma transformação gradual das espécies, no decorrer do tempo, originando novas espécies. Porém, foi somente no fim do século XVIII que pesquisadores constituíram dados suficientes para explicar essa teoria.
JEAN BAPTISTE LAMARCK
Jean Baptiste Lamarck (1744-1829) foi um dos primeiros a tentar explicar o mecanismo de evolução dos seres vivos. Sua teoria foi publicada em 1809 em um livro denominado Filosofia Zoológica, onde expôs como os fatores ambientais podem modificar os indivíduos. Lamarck acreditava que as alterações ambientais desencadeariam em uma espécie a necessidade de modificação, no sentido de promover a sua adaptação às novas condições do meio. Em conseqüência, a espécie adquiriria novos hábitos, utilizaria com mais freqüência certas partes do organismo, fazendo com que estas se desenvolvessem e as partes pouco utilizadas atrofiassem. Desta forma, a espécie adquiriria características novas, que seriam transmitidas aos seus descendentes. As idéias de Lamarck poderiam ser resumidas desta forma: Lei do uso e desuso: o uso freqüente conduz à hipertrofia de partes do organismo, e o desuso prolongado ocasiona-lhes atrofia. Lei da transmissão das características adquiridas: as características adquiridas pelo uso ou perdidas pelo desuso são transmitidas aos descendentes. O lamarquismo ao leigo parece extremamente "lógico", quando ele pensa, por exemplo, que as bactérias ficaram resistentes aos medicamentos.
EVOLUÇÃO DO PESCOÇO DA GIRAFA
Segundo Lamarck, as girafas teriam, a princípio, pescoços curtos e viveriam em ambientes onde a vegetação rasteira era relativamente escassa. Assim, teriam sido forçadas, por imposição do meio, a se alimentarem de folhas situadas no alto das árvores. Adquiriram, então, o hábito de esticar o pescoço , no esforço para terem acesso ao alimento. E essas características adquiridas foram lentamente sendo transmitidas de geração a geração, até resultarem nas atuais girafas de pescoço longos. Segundo Darwin, a explicação para a evolução do pescoço das girafas se deve ao fato de que já existiam girafas que apresentavam pescoço com tamanhos diferentes, havendo, portanto, variação nessa característica. Dentre essa população, aqueles indivíduos com pescoço mais longo tinham maior chance de sobrevivência e, conseqüentemente, de se reproduzir, uma vez que conseguiam obter seu alimento mais facilmente, ou seja, estavam mais aptos a competir pela comida e a sobreviver até a idade reprodutiva. Os indivíduos com pescoço curto, no entanto, eram naturalmente eliminados. Aqueles com pescoço longo transmitiam essa característica adaptativa aos seus descendentes

A necessidade de esticar o pescoço para alcançar alimentos (folhas de árvores) aumentou o tamanho do pescoço da girafa, ao longo das gerações
OBS: Este exemplo é uma forma ilustrativa para mostrar as diferentes explicações a respeito da evolução do pescoço das girafas. Uma explicação mais plausível e menos gráfica mostra que as pernas e o pescoço da girafa evoluíram, permitindo ao animal escapar dos leões.
NEGAÇÃO EXPERIMENTAL
O biólogo alemão August Weismann, no período de 1868 a 1876, demonstrou que características adquiridas não são transmissíveis. Esse pesquisador cortou, por várias gerações, os rabos dos camundongos. Os descendentes, apesar disso, sempre apresentavam rabos. A partir desse experimento, Weissman demonstrou que a característica adquirida pelos ratos (ausência de cauda) não se transmitia aos descendentes.
Fonte: bologiaevolutiva.wordpress.com


PROVAS DA EVOLUÇÃO






No mundo científico, as hipóteses são elaboradas como respostas para determinadas perguntas acerca de um fenômeno específico. Quando uma hipótese é confirmada diversas vezes, por experimentações e/ou um conjunto de evidências, ela tem grandes chances de se tornar uma teoria.

Assim, a Teoria da Evolução reúne uma série de evidências e provas que a faz ser irrefutável até o presente momento:

A primeira evidência refere-se aos registros fósseis, sendo uma prova consistente de que nosso planeta já abrigou espécies diferentes das que existem hoje. Esses registros são uma forte evidência da evolução porque podem nos fornecer indícios de parentesco entre estes e os seres viventes atuais ao observarmos, em muitos casos, uma modificação contínua das espécies.

A adaptação, capacidade do ser vivo em se ajustar ao ambiente, pode ser outra evidência, uma vez que, por seleção natural, indivíduos portadores de determinadas características vantajosas - como a coloração parecida com a de seu substrato - possuem mais chances de sobreviver e transmitir a seus descendentes tais características. Assim, ao longo das gerações, determinadas características vão se modificando, tornando cada vez mais eficientes. Como exemplos de adaptação por seleção natural temos a camuflagem e o mimetismo.

As analogias e homologias também podem ser consideradas como provas da evolução baseadas em aspectos morfológicos e funcionais, uma vez que o estudo comparativo da anatomia dos organismos mostra a existência de um padrão fundamental similar na estrutura dos sistemas de órgãos.

Estruturas análogas desempenham a mesma função, mas possuem origens diferenciadas, como as asas de insetos e asas de aves. Estas, apesar de exercerem papéis semelhantes, não são derivadas das mesmas estruturas presentes em um ancestral comum exclusivo entre essas duas espécies. Assim, a adaptação evolutiva a modos de vida semelhantes leva organismos pouco aparentados a desenvolverem formas semelhantes, fenômeno este chamado de evolução convergente.

Homologia se refere a estruturas corporais ou órgãos que possuem origem embrionária semelhante, podendo desempenhar mesma função (nadadeira de uma baleia e nadadeira de um golfinho) ou funções diferentes, como as asas de um morcego e os braços de um humano, e nadadeiras peitorais de um golfinho e as asas de uma ave. Essa adaptação a modos de vida distintos é denominada evolução divergente.

Os órgãos vestigiais – estruturas pouco desenvolvidas e sem função expressiva no organismo, como o apêndice vermiforme e o cóccis - podem indicar que estes órgãos foram importantes em nossos ancestrais remotos e, por deixarem de ser vantajosos ao longo da evolução, regrediram durante tal processo. Estes órgãos podem, também, estar presentes em determinadas espécies e ausentes em outras, mesmo ambas existindo em um mesmo período.

Uma última evidência, a evidência molecular, nos mostra a semelhança na estrutura molecular de diversos organismos sendo que, quanto maior as semelhanças entre as sequências das bases nitrogenadas dos ácidos nucleicos ou quanto maior a semelhança entre as proteínas destas espécies, maior o parentesco e, portanto, a proximidade evolutiva entre as espécies.

Por Mariana Araguaia
Equipe Brasil Escola

SELEÇÃO NATURAL

A primeira teoria sobre a evolução das espécies é elaborada pelo naturalista francês Lamarck em 1809 (ano em que nasce Charles Darwin). A capacidade dos seres vivos de mudar e evoluir já havia sido observada e registrada por muitos estudiosos, mas é apenas com Lamarck que surge a primeira hipótese sistematizada.

Adaptação ao meio

Lamarck diz que os seres vivos evoluem "sem saltos ou cataclismos" de forma "lenta e segura". Para se adaptar melhor ao meio, os seres vivos se modificam a cada geração. A girafa, por exemplo, teria desenvolvido um pescoço comprido para se alimentar das folhas de árvores muito altas. Os órgãos que são menos usados atrofiam, de geração em geração, e desaparecem.

CARACTERES ADQUIRIDOS

Para Lamarck, as características que um animal adquire durante sua vida podem ser transmitidas hereditariamente. Um animal que perde parte de sua cauda, por exemplo, pode ter filhos com a cauda curta.
LAMARCK (1744-1829) – Jean Baptiste Pierre Antoine de Monet, cavaleiro de Lamarck, aos 24 anos abandona a carreira militar para se dedicar à medicina e à botânica. Em 1778, publica Flora francesa, que faz grande sucesso. Exerce grande influência na fundação do Museu Nacional de História Natural, em Paris. É o fundador da biologia como ramo específico da ciência, em 1802. Em 1809, publica o livro Fisiologia zoológica, expondo pela primeira vez sua teoria da evolução. A obra encontra oposição nos meios conservadores, e Lamarck cai no ostracismo. Viúvo por quatro vezes, morre cego e na miséria.

Seleção natural

Teoria descrita pelo naturalista Charles Darwin para explicar como as espécies animais e vegetais evoluem. Diz que o meio ambiente seleciona os seres mais aptos. Em geral, só estes conseguem se reproduzir e os menos dotados são eliminados. Assim, só as diferenças que facilitam a sobrevivência são transmitidas à geração seguinte. Ao longo das gerações, essas características firmam-se e geram uma nova espécie.
Darwin não consegue distinguir as variações hereditárias das não hereditárias. Alguns anos depois, Mendel desvenda os fenômenos hereditários e os compatibiliza com o princípio da seleção natural. O modelo da origem das espécies de Darwin mantém-se válido em suas linhas gerais, porém o caráter diferenciador decisivo cabe às mutações das células reprodutivas e não das somáticas (que constituem o corpo).
CHARLES ROBERT DARWIN (1809-1882) - nasce em Shrewsbury, Inglaterra. Aos 16 anos entra na faculdade de medicina e interessa-se, particularmente, por história natural. Logo abandona os estudos e é mandado pelo pai para Cambridge, onde estuda teologia. Sua amizade com cientistas conceituados o leva a ser convidado a participar, como naturalista, de uma volta ao mundo no navio Beagle, promovida em 1831 pela marinha inglesa. A expedição tinha o objetivo de aperfeiçoar e completar dados cartográficos. Esta peregrinação de cerca de cinco anos contribui para fundamentar sua teoria da evolução. Em 1859 publica A origem das espécies. Em 1871 publica A descendência do homem. Os livros abrem polêmica principalmente com a Igreja, pois a evolução orgânica nega a história da criação descrita no livro do Gênesis. Darwin também enfrenta o protesto de conservadores que recusavam admitir que a espécie humana tivesse ascendentes animais.

Mendelismo

Conjunto de estudos sobre a transmissão de características hereditárias proposto pelo monge Johann Gregor Mendel em 1864 e que compõe a base da genética.
Mendel estuda por mais de dez anos como as características são transmitidas de geração a geração. Muitos cientistas e agricultores já haviam realizado cruzamento entre espécies. Mas é Mendel quem faz a experimentação mais sistemática. Pesquisa a reprodução de 22 variedades de ervilha. Descobre que certas características dominam e outras ficam "ocultas" (recessivas). Constrói o primeiro modelo matemático-estatísco da transmissão de caracteres hereditários.
MENDEL (1822-1884), Johann Gregor Mendel, austríaco de origem tcheca ingressa cedo em um monastério agostiniano e é ordenado padre em 1847.
Afasta-se da vida monástica para estudar física e ciências naturais em Viena. Em 1856, volta ao convento, desta vez para lecionar. Até 1866 utiliza os jardins da instituição para fazer suas experiências sobre os fenômenos da hereditariedade. Seu trabalho, apresentado em 1865, obtém pouca repercussão. O pouco caso faz Mendel encerrar sua atividade científica ao ser nomeado abade do convento. Só em 1900 os trabalhos de Mendel são recuperados e passam a ser considerados uma etapa decisiva no estudo da hereditariedade.

CÉLULA

É a menor unidade estrutural básica do ser vivo. É descoberta em 1667 pelo inglês Robert Hooke, que observa uma célula de cortiça (tecido vegetal morto) usando o microscópio. A partir daí, as técnicas de observação microscópicas avançam em função de novas técnicas e aparelhos mais possantes. O uso de corantes, por exemplo, permite a identificação do núcleo celular e dos cromossomos, suportes materiais do gene (unidade genética que determina as características de um indivíduo). Pouco depois, comprova-se que todas as células de um mesmo organismo têm o mesmo número de cromossomos. Este número é característico de cada espécie animal ou vegetal e responsável pela transmissão dos caracteres hereditários. O corpo humano tem cerca de 100 trilhões de células.

DNA

O ácido desoxirribonucléico (DNA) é originalmente estudado apenas do ponto de vista bioquímico. A grande conquista do século acontece em 1953, quando o americano James Watson e o inglês Francis Crick descobrem a estrutura da molécula de DNA, onde se situa o gene, o patrimônio genético. Seu formato é descrito como uma estrutura em dupla hélice, como uma escada em caracol, onde os degraus correspondem às bases nitrogenadas, moléculas que apresentam uma estrutura com átomos de carbono e nitrogênio. As bases (adenina, timina, guanina e citosina) podem ser combinadas entre si, em grupos de três. Cada uma dessas combinações determina o código para um aminoácido. Os aminoácidos irão se juntar e formar as proteínas dos seres vivos.

IDENTIFICAÇÃO GENÉTICA

Na década de 60 cientistas iniciam a tradução do código genético, com o objetivo de determinar a seqüência linear das quatro diferentes bases nitrogenadas que constituem o DNA e as combinações que sintetizam as proteínas. Assim, é possível sistematizar uma identificação genética tendo como base amostras de sangue, cabelo, saliva, pele ou sêmen. Hoje, estudos mostram que o DNA é mais particular que as impressões digitais. Esse tipo de identificação é aceito pela Justiça como prova de paternidade e identidade.
Referências Bibliográficas
HULL, David L. Filosofia da ciência biológica. Rio de Janeiro: Zahar, 1975, c1974.
HOLLIDAY,Robin. A ciência do progresso humano. Belo Horizonte: USP, 1983.
MAYR, Ernst. O desenvolvimento do pensamento biológico: diversidade, evolução e herança. Brasília, D.F: Ed. da UnB, 1998.
Fonte: www.portameioambiente.org
Evolução das Espécies
Ação Oculta na Evolução das Espécies
O modelo científico mais aceito atualmente pelos cientistas continua sendo a "Teoria de Evolução das Espécies" de Charles Darwin. Contudo, novas investigações têm constituído um grande embaraço para os defensores dessa teoria.
Segundo este paradigma, as espécies que mais se adaptam às condições do meio ambiente, sobrevivem e transmitem seus caracteres aos seus descendentes. Este processo acaba por produzir alterações lentas e graduais que permitem a extinção das espécies inadaptadas e o surgimento de novos e variados grupos de seres vivos.
Pela análise dos fósseis, observa-se que a história mostra períodos de grande estagnação alternados com períodos de intensa atividade no que diz respeito ao surgimento de novas espécies (Teoria do Equilíbrio Pontuado de Stephen Jay Gould).
Sabe-se que a Terra surgiu há cerca de 4,5 bilhões de anos. Nesta época a solidificação da crosta terrestre e a disposição da atmosfera primitiva permitiram os arranjos necessários ao surgimento da vida biológica.
De acordo com a hipótese do bioquímico soviético Aleksandr I. Oparim (1894-1980) e do geneticista inglês John B. S. Haldane (1892-1924), a crosta possuía intensa atividade vulcânica a qual pode ser observada devido a sua própria composição, que em sua maior parte é formada por rochas magmáticas, ou seja, resultantes do resfriamento de lava.
Além disso, apresentando a mesma origem que o Sol é natural que a Terra mostrasse riqueza de gases tais como: metano (Ch2), amônia (Nh2) e Hidrogênio (H2) _ dados estes comprovados por estudos astronômicos do mesmo Sol, de Júpiter, de Saturno e de Netuno. O vapor de água (H2O), que também estaria presente, seria fruto da intensa atividade vulcânica dos tempos primeiros.
As elevadas temperaturas possibilitavam grande evaporação, que por sua vez, resultava em grandes tempestades (chuvas) e abundantes descargas elétricas. A esse imenso caldeirão soma-se o grande bombardeio de raios cósmicos e ultravioleta, já que a camada de ozônio (O3)provavelmente não existia pela indisponibilidade de oxigênio livre.
Com o passar de milhões de anos, o ciclo evaporação-condensação-preciptação foi carregando as moléculas da atmosfera para os oceanos ferventes que se formavam sobre a superfície do planeta. Sujeitas à desidratação, pelo contato com as quentes rochas magmáticas, às descargas elétricas decorrentes dos relâmpagos das tempestades, e às radiações solar e cósmicas, essas moléculas teriam reagido entre si e estabelecido ligações peptídicas, pelas quais surgiram os aminoácidos. Em 1953, o americano Stanley Miller reproduziu em laboratório as condições acima descritas, com exceção às radiações, e ainda assim obteve aminoácidos como produto de seu experimento.
Através da combinação dos aminoácidos surgiriam as primeiras proteínas. Da união destas últimas formaram-se agregados protéicos chamados coacervados.
Nota-se que em 1957, Sidney Fox aqueceu a seco aminoácidos e observou a formação de moléculas orgânicas complexas semelhantes a proteínas.
Estava pronta a base orgânica para o início da vida na Terra. O protoplasma torna-se o embrião de todas as organizações do globo. Em seguida surgem as organizações procarióticas (bactérias sem núcleo, vírus, micoplasmas e algas azuis) e organizações eucarióticas (com núcleo). Os seres unicelulares, antes isolados e livres, passam a constituir colônias e dão origem aos seres multicelulares.
De qualquer forma, é importante salientar que, não se explicou como um agregado protéico ganhou vida, movimento e capacidade de interação com o meio ambiente. O que faz uma ameba ser diferente de um pedacinho de queijo bovino, já que ambos são um agregado de proteínas, açúcares e gorduras? Somente a existência de uma força ou princípio vital que anima a primeira e se ausenta no segundo, pode explicar essa diferença.
A evolução dos organismos pluricelulares através dos milênios, em incontáveis mutações e recombinações genéticas, que os cientistas ortodoxos atribuem ao acaso, assim como as etapas anteriores que nos possibilitaram chegar até aqui, culminaram com o aparecimento de todos os seres invertebrados e vertebrados, incluindo o homem.
Explica-se como uma célula se dividiu em duas pelo processo de mitose, que ocorre em razão do maior aumento de volume em comparação com a superfície.
Seria mais vantajoso do ponto de vista nutricional, ela se dividir e manter-se viva, mas como ela sabe disso? Tem ela cérebro por acaso? Caso se responda a essa interrogação, por que algumas se separaram e outras permaneceram unidas? Em um outro campo de análise, verifica-se que as peças desse quebra-cabeça teimam por não se encaixarem. Os chamados "elos perdidos" continuam sendo motivo de incontáveis discussões.
O paleontólogo belga Louis Dollo foi o criador de uma lei ( Lei de Dollo ) avalizada pelos anatomistas, que diz que um órgão que perdeu certos elementos com o passar do tempo não pode voltar atrás e recuperá-los. Os cientistas atuais não conseguem explicar porque à análise dos fósseis, algumas espécies não se enquadram nesta lei.
Embora não sejam reconhecidas pela ortodoxia científica, apresentamos as considerações do espírito Emmanuel, por psicografia de Francisco C. Xavier, contidas no livro A Caminho da Luz: "A prova da intervenção das forças espirituais nesse campo de operações é que, enquanto o escorpião, gêmeo dos crustáceos marinhos, conserva até hoje, de modo geral, a forma primitiva, os animais monstruosos das épocas remotas, que lhe foram posteriores, desapareceram para sempre da fauna terrestre, guardando os museus do mundo as interessantes reminiscências de suas formas atormentadas.
(...) As pesquisas recentes da Ciência sobre o tipo de Neanderthal, reconhecendo nele uma espécie de homem bestializado (o que representaria uma involução quando comparado a seus antecessores), e outras descobertas interessantes da Paleontologia, quanto ao homem fóssil (a comprovação de que não houve crescimento linear do neurocrânio conforme antes se pensava), são um atestado dos experimentos biológicos a que realizaram os laboradores de Jesus, até fixarem no primata os característicos aproximados do homem do futuro ( nós )". Os acréscimos entre parênteses são nossos.
Mais adiante, explicaremos as bases científicas que dão sustentação à possibilidade da intervenção de entidades extra-físicas ( espíritos) no processo da Criação.
Disse um dos maiores nomes da Física Moderna, Niels Bohr, que não existem teorias bonitas e teorias feias, mas teorias verdadeiras e teorias falsas.
As descobertas da Ciência glorificam Deus, em lugar de o rebaixar; elas não destroem senão o que os homens edificaram sobre idéias falsas que eles fizeram de Deus. (A Gênese, de Allan Kardec, cap. I, item 55) Somente quando incorporarmos ao nosso cabedal de conhecimentos a noção de um elemento extrafísico, organizador e regente da matéria é que conseguiremos dissipar essas dúvidas que tão cruelmente nos perseguem. Felizmente, tem sido esse o caminho tomado por renomados cientistas, em especial, os dos campos da Física Quântica e Bioquímica.
Vejamos o que diz o Ph. D., físico e professor da Universidade de Oregon, Amit Goswami: "Depois de quase um século de aplicação da Física Quântica na investigação dos segredos da matéria, ficou claro que a Física Quântica não é completa em si mesma; è necessário que haja um observador consciente para completá-la. Abre-se assim, a janela visionária, introduzindo na Ciência a idéia de consciência como fundamento de todo o ser e a base metafísica de um novo paradigma".
A Teoria Evolucionista de Darwin foi recentemente colocada em dúvida e tida como incapaz de explicar à luz da ciência do século XXI, o fenômeno do aparecimento da vida na Terra. O Ph.D. em Bioquímica pela Universidade da Pensilvânia, Michael Behe desenvolveu um trabalho científico no qual questiona a validade de se utilizar somente parâmetros anatômicos (pelo estudo dos fósseis) para descrever o surgimento de processos bioquímicos de espantosa complexidade. Nesse contexto, como poderemos decidir se a Teoria de Darwin pode explicar essa complexidade? O próprio Darwin estabeleceu o critério.
Segundo o mesmo: "Se pudesse ser demonstrada a existência de qualquer órgão complexo que não pudesse em absoluto ter sido formado por modificações numerosas, sucessivas e ligeiras, minha teoria cairia por completo. Mas que tipo de sistema biológico poderia não ter sido formado por modificações numerosas sucessivas e ligeiras?" [Darwin, C. (1872), Origin of Species, 6a.ed. (1988), New York University Press, New York, pag. 154.].
Resposta de Behe: um sistema que seja irredutivelmente complexo. Complexidade irredutível é, segundo o próprio autor, uma frase pomposa para se referir a um sistema composto de diversas partes que interagem entre si, e no qual a retirada de qualquer uma das partes faria com que o sistema deixasse de funcionar.
Um exemplo comum de complexidade irredutível é uma simples ratoeira.
Ela é formada por: 1. uma base, 2. um martelo (ou precursor) de metal ( para esmagar o rato), 3. uma mola e 4. uma trava sensível à pressão (gatilho). Não é possível capturar uns poucos ratos apenas com uma base, ou ir capturando mais ao lhe acrescentar uma mola; e mais ainda ao lhe acrescentar uma trava. Todas as peças devem estar em seu devido lugar para podermos capturar qualquer rato.
Em seguida, Michael Behe descreve em seu trabalho, com uma minunsciosidade incrível, mas ainda longe de expressar a totalidade, o mecanismo de funcionamento de um cílio. Os cílios são estruturas microscópicas semelhantes a cabelos, situados na superfície de muitas células de animais e vegetais. No homem, há cerca de duzentos por cada célula, sendo que milhões dessas reveste o trato respiratório. É pelo batimento sincrônico dos cílios que o muco é empurrado até nossa garganta, para ser posteriormente expelido.
Um cílio é formado por um feixe de fibras denominadas axonema. Um axonema contém nove pares de microtúbulos dispostos em círculo ao redor de um par central de microtúbulos. Cada dupla externa consiste, por sua vez, de um anel de treze filamentos (subfibra A) fundidos a um conjunto de dez filamentos. Estes últimos compõem-se de duas proteínas chamadas tubulinas alfa e beta.
Os onze microtúbulos que formam um axonema se mantém unidos por três tipos de conectores: as subfibras A se unem aos microtúbulos centrais por meio de raios radiais; as duplas externas de microtúbulos adjacentes se unem por meio dos enlaces de uma proteína sumamente elástica chamada nexina; e os microtúbulos centrais estão unidos por uma ponte de enlace. Finalmente, cada subfibra A leva dois braços, um interior, outro exterior, ambos contendo uma proteína chamada dineína.
Mas como um cílio trabalha? Por meio de experimentos, têm-se mostrado que o movimento ciliar é resultado da andadura quimicamente induzida dos braços de dineína sobre um microtúbulo da subfibra B de um segundo microtúbulo, de maneira que os dois microtúbulos se deslizem respectivamente. Os enlaces cruzados de proteína entre os microtúbulos em um cílio intacto impedem que os microtúbulos colidantes se deslizem um sobre o outro, mas com uma certa distância.
Assim, esses enlaces cruzados convertem o movimento de deslizamento induzido pela dineína em um movimento de todo axonema.
Toda essa meticulosa descrição nos permite alguns questionamentos. Que componentes são necessários para o funcionamento de um cílio? Microtúbulos são indispensáveis pois, caso contrário, não haveria filamentos para deslizar. Também se precisa de um motor (seria este o par central de microtúbulos?). Além disso, não poderiam faltar as engrenagens (enlaces e proteínas de ligação) para converter o movimento de deslizamento em curvatura e ainda impedir que a estrutura desmorone.
Assim como a ratoeira não funciona na ausência de qualquer um de seus componentes, também o movimento ciliar não acontece na falta de qualquer um dos seus. Do mesmo modo, o flagelo bacteriano, o transporte de elétrons, telômeros, fotossíntese, regulação da transcrição e muitos outros que podem ser encontrados em praticamente qualquer página de um livro de bioquímica, são exemplos de complexidade irredutível nas células. A ausência de quaisquer um de seus componentes acarreta na ausência de função.
Uma vez que a seleção natural somente pode escolher sistemas que já estejam em funcionamento, então, se um sistema biológico não pode ser produzido gradualmente, ele terá que surgir como uma unidade integrada, de uma só vez, para que a seleção natural tenha algo para afetar.
É bem verdade que não se poderia excluir totalmente a possibilidade de um sistema de complexidade irredutível seguir uma rota indireta e tortuosa. Mas onde estão as variantes inférteis dessas rotas alternativas? Caso escapem à seleção natural deveriam estar impressos na biologia celular, no entanto, o estudo da célula revela um encadeamento perfeito de eventos. Não existem sobras de "martelos" ou "molas", nem travas avulsas sem os demais componentes.
Se essas coisas não podem ser explicadas pela Evolução Darwiniana, como a comunidade científica tem considerado estes fenômenos dos últimos quarenta anos? Um bom lugar para se pesquisar seria o Journal of Molecular Evolution (JME). Em número recente do JME, todos os artigos tratavam apenas de comparação de proteínas ou seqüências de DNA. Embora seja interessante essa comparação para se determinar possíveis linhas de descendência, as mesmas não demonstram como é que um complexo sistema bioquímico veio a funcionar, questão esta que estamos nos ocupando. Segundo Behe, não se encontra nenhum artigo discutindo modelos detalhados de intermediários no desenvolvimento de complexas estruturas biomoleculares, seja na Nature, Science, Journal of Molecular Biology ou Proceedings of National Academy of Sciece.
"Publique ou pereça" é um provérbio que os membros da comunidade científica levam a sério. O provérbio também se aplica às teorias. Se uma teoria é dita como explicação de algum fenômeno, mas não proporciona nem mesmo uma tentativa de demonstração, ela deve ser banida. Nas palavras desse mesmo autor, a Teoria da Evolução Molecular Darwiniana não foi publicada e, portanto, deve perecer.
Antes de prosseguirmos em nosso exercício de pensar, é importante quebrarmos o mito de que uma possibilidade transformar-se-á obrigatoriamente em realidade desde que se dê tempo ao tempo. Será bastante o tempo de 4,5 bilhões de anos para a materialização aleatória de probabilidades da ordem de quinhentos a mil algarismos cada uma, que se multiplicam exponencialmente umas com as outras, na sucessão dos acontecimentos? "Um pensador igualmente eminente, L. von Berthalanffy, dizia que o jogo de forças naturais inorgânicas não poderia ter realizado a formação de uma célula, e que o nascimento fortuito de um carro em uma mina de ferro seria coisa pequena se comparado com a formação espontânea de uma célula".( Oscar Kuhn, Biologie Allemande Contemporaine, La Pensée Catholique nº. 31).
No desfecho de seu pensamento, Michael Behe nos leva a um exercício de imaginação. Imaginemos uma sala onde um corpo jaz esmagado, plano como uma panqueca. Uma dúzia de detetives engatinha-se ao redor, procurando com lupas alguma pista que os leve à identidade do criminoso. No meio da sala, próximo ao corpo, está um imenso elefante cinza. Enquanto engatinham, os detetives cuidadosamente evitam esbarrar nas patas do paquiderme, e jamais erguem seus olhares para cima. Tempos depois, os detetives se frustram com a ausência de progresso, mas insistem, e ainda mais cuidadosamente examinam o chão. Ora, os livros dizem que eles devem encontrar 'o seu homem', e por isso jamais pensam em elefantes.
Existe um grande elefante na sala cheia de cientistas que buscam explicar a vida. Este elefante chama-se "Planejamento Inteligente".
Não se está negando a existência de fatores como: chuvas, explosões nucleares, ação vulcânica, radiações, ascendência comum, seleção natural, deriva gênica (mutações neutras), fluxo gênico ( troca de genes entre populações diferentes ), transposição ( transferência de genes entre espécies diferentes por meios não-sexuais ), impulso meiótico (seleção preferencial de genes em cel. sexuais ), etc... Mas há uma verificação óbvia de que muitos sistemas bioquímicos são irredutíveis e expressam em si um planejamento inteligente.
Escutemos as palavras de um dos maiores cientistas do século XX, Albert Einstein: "Quanto mais eu observo o universo mais ele se parece a um grande pensamento do que a uma grande máquina".
Infelizmente, sofremos uma intensa mistificação no edifício cultural moderno, pela pretensão e arrogância de alguns homens, que se reflete na atual ausência de valores éticos apregoados por muitas das sociedades terrestres. E esse desmoronamento ocorre tanto por parte de reacionários e conservadores religiosos, quando não, cegos pelo fanatismo, quanto por preconceituosos e vaidosos cientistas.
Partindo das bases galileanas de que as teorias deveriam ser testadas e repetidas para serem consideradas verdadeiras - princípio fundamental e verdadeiro da Ciência - afirmaram que se Deus não pode ser comprovado pela Física ou pela Matemática é que Ele não existe. Como se a Ciência tivesse colocado ponto final em todas as dúvidas e questionamentos humanos a cerca do Universo. Se não se tem a "Teoria de Deus" é que somos filhos do acaso! Por acaso alguém já viu um elétron? Será que por não poder ser visto, ele deixa de existir? Diriam que ele existe porque percebemos a sua ação e influência. Também podemos perceber Deus pela sua ação e influência.
Senão vejamos: "Toda ação produz uma reação de mesma direção, mesmo sentido e mesma intensidade (3a Lei de Newton"). Uma reação muitíssima inteligente só pode ser obra de uma ação de mesma proporção.
Eis que Allan Kardec, compilando as várias mensagens recebidas dos Espíritos com semelhante teor, sob a revisão de vários médiuns, descreve-nos em O Livro dos Espíritos: "Que é Deus?" Resposta: "Deus é a inteligência suprema, causa primeira de todas as coisas".
Mas como chegar a Deus exclusivamente através de princípios de análise material se Ele é imaterial? (Caso Deus fosse material estaria sujeito às transformações do Universo, e este estaria sujeito ao caos e desordenamento - o que claramente não acontece). Como entender a criação se só a enxergamos em parte, mais especificamente em sua porção material, e negamos ou desprezamos sua face imaterial? A Ciência Ortodoxa nos fornece a verdade dos fatos, porém, uma verdade incompleta.
Todavia, Emmanuel, pela psicografia de Francisco Cândido Xavier, relatada no livro "A Caminho da Luz", traz novas luzes ao nosso conhecimento.
Nos diz este que: "Sob a orientação misericordiosa e sábia do Cristo, laboravam na Terra numerosas assembléias de operários espirituais Como a engenharia moderna, que constrói um edifício prevendo os menores requisitos de sua finalidade, os artistas da espiritualidade edificavam o mundo das células iniciando, nos dias primevos, a construção das formas organizadas e inteligentes dos séculos porvindouros.
(...) A máquina celular foi aperfeiçoada, no limite do possível, em face das leis físicas do globo. Os tipos adequados à Terra foram consumados em todos os reinos da Natureza , eliminando-se os frutos teratológicos e estranhos do laboratório de suas perseverantes experiências".
Se por um lado temos cientistas irredutíveis que se apegam unicamente a valores objetivos e absolutos, temos também, religiosos antiquados que se amarram inapelavelmente aos "Textos Sagrados". Tanto evolucionistas quanto criacionistas estão equivocados, pois o alcance da verdade de ambos está limitada pelos seus preconceitos.
Ao contrário do que muitos pensam, Ciência e Religião (talvez fosse melhor dizer Religiosidade, de "religare" ou "contato com o divino") não são incompatíveis e excludentes.
Reproduzindo as palavras do genial Albert Einstein: "A Religião sem a Ciência é cega. A Ciência sem a Religião é manca". Da união de ambas é que alcançaremos o conhecimento e a verdade a cerca das duas realidades, material e espiritual, que compõe o Universo.
Voltemos nossos olhos para aqueles que já começaram este trabalho, como William Crookes, Alexandre Aksakof, Camille Flamarion, Ernesto Bozzano, Ian Stevenson, Joseph Blanks Rhine, Brian L. Weiss, Charles Richet, H. N. Banerjee, Sérgio Felipe de Oliveira, Andrew Newberg, Ernani Guimarães, Amit Goswami, Michael Behe, além, é claro, de Hippolyte Léon Denizard Rivail e muitos outros.
André Maximiano Serpa
Referências Bibliográficas
Sérgio de Vasconcellos e Fernando Gewandsznajder, Biologia Celular, Editora Ática, São Paulo, 1980.
Stephen Jay Gould, La Flecha del Tiempo, Aliança Editorial, Madrid, 1992.
Revista Superinteressante, Darwin estava errado? Editora Abril, agosto de 2001.
Allan Kardec, A Gênese. 20a edição, Ed. LAKE, São Paulo, 2001.
Allan Kardec, O Livro dos Espíritos. 114a edição, Inst. de Difusão Espírita, Araras - SP, 1998.
Francisco C. Xavier, A Caminho da Luz. 24a edição, FEB, Brasília - DF, 1999.
Michael Behe, Evidence for Intelligent Design from Biochemistry (Evidência de Planejamento Inteligente), Palestra proferida no Discovery Institute, 1996.
Michael Behe, A Caixa Preta de Darwin, Jorge Zahar Editor, trad. bras. de Rui Jungmann, Rio de Janeiro, 1997.

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