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13 de abr. de 2011

Brancos e índios unem-se para desvendar o passado



A quem pertencem os mortos? Nos Estados Unidos, essa pergunta tem sido fonte de tensão entre arqueólogos e povos indígenas nativos

Wikimedia Commons



Por Kate Wong

No entanto, alguns encontraram meios para trabalharem em conjunto. Os exemplos de cooperação estiveram em foco na sessão de abertura do encontro anual da Society for American Archaeology no fim de março.

A última primavera marcou o 20º aniversário do Ato para a Proteção e Repatriação dos Túmulos Nativos Americanos (NAGPRA – sigla em inglês para Native American Graves Protection and Repatriation Act), criado para facilitar o retorno de material cultural dos povos nativos – incluindo restos mortais humanos e objetos sacros – aos indígenas, que poderão ser novamente enterrados caso queiram. A lei exige que museus e outras instituições devolvam somente restos que possam ser encaminhados às tribos reconhecidas federalmente. Em maio passado, entretanto, regras adicionais entraram em vigor permitindo que tribos reivindiquem também restos não-identificados. Essas novas regras geraram críticas por parte dos arqueólogos e antropólogos que temem potenciais perdas no campo científico. Há ainda a preocupação de que as regras criadas possam impedir a repatriação correta ao longo do processo, e também que novas técnicas para estabelecer a afiliação cultural sejam disponibilizadas.

Em um encontro em Sacramento, pesquisadores fizeram referências à “apreensão” em torno das novas regras da NAGPRA, mas focaram no quanto os arqueólogos e os povos indígenas nativos podem se ajudar. A arqueóloga Wendy Teeter, da University of California, em Los Angeles, e a arqueóloga Desiree Martinez, membro da tribo Tongva, falaram sobre seus trabalhos na ilha Santa Catalina, perto da costa de Los Angeles, onde estudaram sítios arqueológicos datando 9 mil anos. Os antigos residentes da ilha participaram de uma extensiva rede de trocas de mercadorias que abrangiam o sul e sudeste da Califórnia. Teeter afirma que seu grupo está incorporando idéias dos atuais moradores da ilha e membros do povoado de Tongva na interpretação de dados, com uma abordagem mais “holística” para entender a relação entre os Tongva da Ilha Catalina e os Tongva continental. Martinez, explica que os dois povos Tongvas não são reconhecidos federalmente, embora haja uma campanha de longa data para seu reconhecimento ─ e o trabalho na Ilha Santa Catalina está os auxiliando a documentar sua cultura.

Outro exemplo de “simbiose intelectual” veio do arqueólogo Alstom Thoms da Texas A&M University e Ramon Vasquez, diretor executivo da organização “American Indians in Texas at Spanish Colonial Missions,” que discursaram sobre seus trabalhos no sítio localizado ao longo do Rio Medina, em San Antonio. Thoms estuda o padrão de utilização do solo e a caça dos povos que ali moraram cerca de 10 mil anos atrás. Ele contou que aprender as técnicas tradicionais de cozinhar dos índios nativos o ajudou a entender as estratégias de subsistência da tribo. Vasquez, nota que o conhecimento arqueológico sobre o que os ancestrais comiam levou à reintrodução de alguns desses alimentos em nossa dieta nos dias de hoje.

Membros da Nação Tap Pilam Coahuiltecan, que se consideram descendentes destes índios nativos, têm a esperança de diminuir suas altas taxas de diabetes e outras doenças que os aflige.

“O quanto mais os arqueólogos mantiverem contato com os indígenas,” Thom observou, “mais benefícios teremos todos nós”.

REINOS

01. A vida surgiu na Terra há mais de três bilhões de anos. Uma das primeiras formas de vida foram os procariotos primitivos, que eram organismos unicelulares, formados por uma membrana e protoplasma. Esses procariotos, através do tempo, foram incorporando DNA, mitocôndrias, alguns incorporaram núcleo e outros incorporaram cloroplastos, como mostra a seqüência abaixo. Atualmente os seres vivos são classificados em cinco reinos;



1) Monera (bactérias e cianobactérias)
2) Protista ( algas e protozoários)
3) Fungi (fungos)
4) Animália (animais)
5) Plantae (plantas)

a) As três formas da figura (procarioto , eucarioto A e eucarioto B) deram origem aos cinco reinos acima citados. Identifique os reinos originados por cada uma dessas três formas. Justifique sua resposta.

b) Com base nos dados da figura, qual seria a melhor característica para separar procariotos e eucariotos? Justifique sua resposta.

Sugestão de Resposta:


a) O ser procariótico originou os organismos do Reino Monera (bactérias e cianobactérias), cuja principal característica é a presença de célula procariontes, caracterizada pela ausência de organelas membranosas e membrana nuclear (carioteca).
O ser eucariótico A originou os protistas heterótrofos (protozoários), os representantes do Reino Fungi e os do Reino Animalia, pois todos esses organismos possuem células eucariontes e são heterótrofos.
O ser eucariótico B originou os protistas autótrofos (algas) e os representantes do reino Plantae, uma vez que possuem cloroplastos e são autótrofos fotossintetizantes.

b) A melhor característica seria a presença ou a ausência da membrana nuclear (carioteca) e organelas membranosas (mitocôndria, cloroplastos e outras). Os organismos eucarióticos apresentam membrana nuclear e organelas membranosas em suas células enquanto que os procarióticos não.


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02. (UFJF-MG) Quantos e quais são os reinos dos organismos vivos? Caracterize estes táxons.

Sugestão de Resposta:



São cinco reinos: Monera, Protista, Fungi, Plantae ou Metaphyta e Animália ou Metazoa.

Reino Monera - fazem parte as bactérias e cianobactérias, organismos unicelulares e procariontes. Autótrofos ou heterótrofos.
Reino Protista (Protoctista) - fazem parte as algas e os protozoários, organismos unicelulares ou pluricelulares e eucariontes. Autótrofos ou heterótrofos.
Reino Fungi - fazem parte os fungos (cogumelos, mofos, bolores, orelhas-de-pau, leveduras), organismos unicelulares ou pluricelulare e eucariontes. Heterótrofos por absorção.
Reino Plantae - organismos pluricelulares, eucariontes e autótrofos.
Reino Animalia - organismos pluricelulares, eucariontes e heterótrofos por ingestão.


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03. (UFPA) Artigos publicados recentemente na revista Science, baseados em análise molecular, sugerem que os fungos deveriam ser incluídos no Reino Animal. É interessante por que há muito que se sabe que os fungos possuem algumas características típicas do Reino Animal. Cite algumas dessas características.

Sugestão de Resposta:

Assim como os animais, os fungos são organismos heterótrofos e aclorofilados.


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04. (UEM) Considerando a classificação dos seres vivos e os tipos fundamentais de células estabeleça:

a) a principal diferença entre os tipos de células.
b) a relação entre os tipos de células e os cinco reinos.

Sugestão de Resposta:


a) Há dois tipos de células: procarióticas e eucarióticas. Os organismos procariontes, como bactérias e cianobactérias, possuem células do tipo procarióticas. Essas células caracterizam-se pela ausência de membrana nuclear e de organelas membranosas. Os organismos eucariontes possuem células do tipo eucarióticas, caracterizadas pela presença de membrana nuclear e organelas membranosas como R.E, mitocôndrias, aparelho de Golgi, etc.

b) Os organismos pertencentes ao Reino Monera possuem células do tipo procarióticas. Os demais reinos (Protista, Fungi, Metazoa ou Animalia e Metafita ou Plantae) possuem células do tipo eucarióticas.


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05. (UEM) A idéia de parentesco evolutivo entre as espécies foi uma concepção de Darwin. Os conhecimentos atuais dão suporte à idéia de que todos os seres vivos compartilham ancestrais comuns que viveram há mais de 3 bilhões de anos. Atuando continuamente, o processo de evolução resultou na biodiversidade observada nos dias de hoje. A despeito dessa biodiversidade, um dos sistemas de classificação reúne os seres vivos em cinco reinos, a partir das seguintes características: unicelulares e multicelulares; procarióticos e eucarióticos; autotróficos e heterotróficos. Com base nessas características e nos cinco reinos, responda as questões propostas abaixo.

a) Qual das características é exclusiva dos indivíduos de um único reino e qual é esse reino?
b) Qual reino ou quais reinos têm
b1) espécies unicelulares e autotróficas?
b2) espécies unicelulares e heterotróficas?
b3) espécies multicelulares e autotróficas?
b4) espécies multicelulares e heterotróficas?

Sugestão de Resposta:

a) A característica é procariótico. O único reino que possui organismos com essa característica é o Monera.

b1) Espécies unicelulares e autotróficas são encontradas nos reinos Monera (algumas bactérias e Cianobactérias) e Protista (algas unicelulares).

b2) Espécies unicelulares e heterotróficas são encontradas nos reinos Monera (bactérias), Protista (protozoários) e Fungi (fungos).

b3) Espécies multicelulares e autotróficas são encontradas nos reinos Protista (algas pluricelulares) e Plantae (plantas).

b4) Espécies multicelulares e heterotróficas são encontradas nos reinos Fungi (fungos pluricelulares) e Metazoa ou Animalia (animais).


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06. VUNESP) O que divide os especialistas não é mais se o aquecimento global se abaterá sobre a natureza daqui a vinte ou trinta anos, mas como se pode escapar da armadilha que criamos para nós mesmos nesta esfera azul, pálida e frágil, que ocupa a terceira órbita em torno do Sol - a única, em todo o sistema, que fornece luz e calor nas proporções corretas para a manutenção da vida baseada no carbono, ou seja, nós, os bichos e as plantas.

(Veja 21.06.2006.)

Na expressão vida baseada no carbono, ou seja, nós, os bichos e as plantas estamos contemplados dois reinos: Animalia (nós e os bichos) e Plantae (plantas). Que outros reinos agrupam organismos com vida baseada no carbono?
Que organismos fazem parte desses reinos?

Sugestão de Resposta:


Além dos reinos Animalia e Plantae existem outros três reinos: o reino Monera (bactérias e cianobactérias), o reino Protista (protozoários e algas) e o reino Fungi (fungos).

Taxonomia

Instruções:
Leia atentamente os exercícios e tente resolvê-los.
A sugestão de resposta elaborada pelo professor você irá encontrar clicando no link "Sugestão de Resposta" situado logo abaixo da pergunta.



01. (Unicamp) De acordo com o sistema binomial de nomenclatura estabelecido por Linnaeus, o nome científico Felis catus aplica-se a todos os gatos domésticos, como angorás, siameses, persas, abissínios e malhados. O gato selvagem (Felis silvestris), o lince (Felis lynx) e o puma ou suçuarana (Felis concolor) são espécies relacionadas ao gato.
a) A que gênero pertencem todos os animais mencionados?
b) Por que todos os gatos domésticos são designados por um mesmo nome científico?

Sugestão de Resposta:


[fechar resposta]

a) Pertencem ao gênero Felis.

b)Porque todos pertencem à mesma espécie.



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02. (VUNESP) - Em uma mata, encontramos vários animais pertencentes à classe dos insetos. Dentre esses, os o grilo e o gafanhoto da ordem dos ortópteros, a cigarra e o vagalume, respectivamente, das ordens dos homópteros e dos coleópteros. Com base nessas informações, em qual dos grupos (grilo-gafanhoto ou cigarra-vagalume) encontradas maiores semelhanças? Justifique sua resposta.

Sugestão de Resposta:


tre o grilo e o gafanhoto, pois, conforme o texto, pertencem à mesma ordem (ortópteros). De acordo com os critérios de classificação dos seres vivos, organismos que possuem à mesma unidade de classificação são mais aparentados e semelhantes entre si do que, organismos que possuem unidade de classificação diferente. Assim como o grilo e o gafanhoto pertencem a uma mesma ordem, possuem mais semelhanças, enquanto a cigarra e o vagalume pertencentes a ordens distintas, deverão apresentar menor número de semelhanças.


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03. (Vunesp - SP) Alunos de uma escola, em visita ao zoológico, deveriam escolher uma das espécies em exposição e pesquisar sobre seus hábitos, alimentação, distribuição, etc. No setor dos macacos um dos alunos ficou impressionado com a beleza e agilidade dos macacos-pregos. No recinto desses animais havia uma placa com a identificação: Nome vulgar: Macaco-prego (em inglês) Raing-tail Monkeys ou Weeping cupuchins). Ordem: primates; Família Cebidae; Espécie: Cebus apella.
Esta foi a espécie escolhida por esse aluno. Chegando em casa, procurou um site de busca e pesquisa na Internet. O aluno deveria digitar até duas palavras-chaves e iniciar a busca.
a) Que palavras o aluno deve digitar para obter informações apenas sobre a espécie escolhida?
b) Justifique a sua sugestão.

Sugestão de Resposta:


[a) O aluno deve digitar as palavras Cebus apella.

b) Os dois nomes citados, gênero Cebus e espécie Cebus apella, indicam unicamente o macaco-prego. Quaisquer outros nomes irão fornecer informações generalizadas e desnecessárias. Nomes populares, como macaco-prego, por exemplo, são diferente de uma região para outra, portanto, não é aconselhável usá-los nesse caso. Como uma ordem é formada por várias famílias, cada família é formada de um ou mais gêneros: e cada gênero pode ser formado por várias espécies. Assim, o aluno deve usar o nome científico do macaco-prego, pois ele deseja obter informações específicas sobre esse animal.


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Teste referente à apostila 01 do Extensivo aula 01.

04. (Unicamp - SP) Leptodactylus labyrinthicus é um nome aparentemente complicado para um anfíbio que ocorre em brejos do Estado de São Paulo. Justifique o uso do nome científico em vez de, simplesmente, "rã-pimenta", como dizem os pescadores.

Sugestão de Resposta:


O nome científico padroniza a nomenclatura,permitindo que cientistas do mundo inteiro o utilizem nos seus trabalhos, e facilita sua localização e identificação.


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05. (UFRJ) Considere dois animais A e B, e dois outros, C e D. Os animais A e B pertencem a gêneros diferentes de uma mesma família, enquanto os animais C e D pertencem à mesma ordem, mas a famílias diferentes, Você espera encontrar maior grau de semelhança entre A e B ou entre C e D? Por quê?

Sugestão de Resposta:

Os animais A e B devem apresentar maior grau de semelhanças e parentesco genético, uma vez que pertencem à mesma família. Eles têm em comum,portando, o reino, o filo, a classe, a ordem é a família: diferem apenas no gênero e na espécie. Os animais C e D, por sua vez, pertencem à mesma ordem, tendo em comum o reino, o filo, a classe e a ordem, diferem na família, no gênero e na espécie.


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06. (UFF-RJ) Identifique a categoria taxonômica a que se refere cada um dos nomes citados, de acordo com as regras de nomenclatura zoológica, e justifique sua resposta.

a) Rattus
b) Ascaris lumbricoides
c) Homo sapiens

Sugestão de Resposta:


]

a) Rattus - pertence à categoria taxonômica gênero. Nome escrito em latim, em itálico ou grifado, com inicial maiúscula.

b) e c) Ascaris lumbricoides e Homo sapiens - espécie; nomenclatura binomial, latinizada, escrita em itálico, sendo o primeiro nome está escrito com letra inicial maiúscula e o segundo com inicial minúscula

Cultura de doenças

Uso criativo de células-tronco pode acelerar o desenvolvimento de drogas para enfermidades debilitantes
por Stephen S. Hall
Em 26 de junho de 2007, Wendy Chung, diretora de genética clínica da Columbia University, foi ao bairro nova-iorquino de Queens com um pedido delicado para duas irmãs croatas, de 82 e 89 anos: a doação de algumas células de sua pele para um experimento ambicioso e incerto. Se fosse bem-sucedido, o teste prometia uma dupla compensação. Primeiro, poderia acelerar a busca por tratamentos para a doença incurável que afeta a família das irmãs. Segundo, permitiria estabelecer um novo e valioso uso para as células-tronco – células não especializadas capazes de originar vários tipos diferentes de células no corpo. “Tivemos um almoço muito agradável e voltamos para casa para fazer as biópsias”, lembra Chung.

As irmãs sofriam de esclerose lateral amiotrófica (ELA), distúrbio neurodegenerativo e lentamente paralisante, também conhecido como doença de Lou Gehrig (referência ao jogador de beisebol americano, vítima da doença em 1939, morto dois anos depois). A mais velha mostrava poucos sinais da doença, mas a outra tinha dificuldade para andar e deglutir. Embora os casos de ELA não sejam, em sua maioria, hereditários, vários membros dessa família foram afetados, pois herdaram a mutação de uma forma mais branda da doença, de lento progresso. Chung rastreou-a por várias gerações da família na Europa e nos Estados Unidos. “A doença de Lou Gehrig não é uma maneira bonita de morrer”, conta. “Cada vez que a família se reunia nos funerais, os membros da geração mais nova pensavam se seriam os próximos.”

Em poucos minutos, Wendy realizou a biópsia – duas fatias de pele, com 3 milímetros de diâmetro cada, da parte interna do braço. As células dessas amostras, assim como a de dezenas de outros doadores com ELA e voluntários saudáveis, foram quimicamente tratadas para formar células-tronco pluripotentes induzidas (iPS). Ou seja, transformaram-se em neurônios motores, células nervosas que controlam os músculos e são afetadas pela ELA. As culturas de tecidos produzidas mostraram os mesmos defeitos moleculares que fi zeram seus doadores adoecer.

Em outras palavras, os pesquisadores tinham recriado a doença em uma placa de Petri. Com isso, poderiam estudar o que ocorre nas células nervosas dos pacientes e tentar desenvolver drogas eficientes. Se bem-sucedido, o cultivo das células em laboratório permitiria compreender melhor diversas doenças e encontrar medicamentos mais eficazes. Isso porque seria possível testá-las em culturas feitas sob medida e verificar sua toxicidade. As células-tronco induzidas estão sendo também usadas para mimetizar dezenas de enfermidades, incluindo a anemia falciforme, diversas doenças hemáticas e o Parkinson. Pesquisadores alemães já criaram células cardíacas que batem irregularmente, imitando vários tipos de arritmia cardíaca. Indústrias farmacêuticas, já atentas às células-tronco como empreendimento comercial, começam a mostrar maior interesse, porque o desenvolvimento de doenças na placa de Petri complementa a forma tradicional da descoberta de drogas industriais.

O primeiro fruto do experimento com ELA foi publicado em 2008. Como na maioria dos casos de inovação, o sucesso dependia não apenas de a ideia ser boa, mas de as pessoas certas aderirem a ela. Nesse caso, a equipe, além de Wendy, incluía Lee L. Rubin, egresso da indústria de biotecnologia que se tornou chefe de medicina translacional do Instituto de Células-Tronco de Harvard, e Kevin C. Eggan, pesquisador de células-tronco de Harvard que colaborava com Christopher E. Henderson e outros especialistas em neurônios motores na Columbia University.


Uma em três mulheres dá à luz sem ajuda especializada, diz relatório



Um terço das mulheres do mundo dá à luz sem a ajuda de especialistas, aponta um relatório feito pela ONG britânica Save the Children e divulgado nesta sexta-feira.

O relatório estima que, se houvesse mais 350 mil parteiras no mundo, elas poderiam salvar a vida de 1 milhão de bebês anualmente.

Enquanto na Grã-Bretanha apenas 1% das crianças nasce sem que o parto seja assistido por especialistas, essa porcentagem sobe para 94 na Etiópia e para 76 em Bangladesh.

“Não deveria ser algo complicado: alguém que saiba como secar o bebê corretamente e a ajudá-lo a respirar pode fazer a diferença entre sua vida e morte”, diz Justin Forsyth, executivo-chefe da Save the Children.

A ONG cobra ações da ONU e de governos doadores a países subdesenvolvidos, pedindo que apoiem e financiem o treinamento de mais parteiras.

Segundo o relatório, a asfixia ao nascer é responsável por mais mortes de bebês do que a malária. “Com treinamento e equipamentos corretos, parteiras podem monitorar a frequência cardíaca do feto e identificar problemas durante o parto”, diz o texto.

No total, a Save the Children calcula em 48 milhões o número de mulheres que, anualmente, dão à luz sem auxílio adequado, aumentando os riscos de morte tanto da mãe quanto do recém-nascido.

O Brasil não é citado pelo relatório.

Afeganistão

O Afeganistão é apontado como o pior país do mundo para se ter um bebê, segundo a ONG britânica. Ali, a taxa de mortalidade infantil é de 52 a cada mil nascimentos vivos (no Brasil, essa taxa é de 19,88), e 20% das crianças morrem antes de completar cinco anos.

Muitas dessas mortes são ocasionadas por práticas tribais, como colocar recém-nascidos no chão – o que traz risco de infecções – para espantar maus espíritos.

Mas, ao mesmo tempo, o correspondente da BBC em Cabul Paul Wood relata algumas pequenas melhorias no país, como o treinamento de 2,4 mil parteiras desde 2002 e o aumento no número de partos assistidos nas zonas rurais.

Um exemplo tanto dos flagelos quanto dos avanços do país é Rogul, 35, uma afegã da província de Cabul que disse à BBC que já passou por oito partos prematuros e perdeu todos os bebês.

Sua nona gravidez foi até o fim, mas a criança morreu um dia depois de nascer. Desde então, ela fez um curso para se tornar uma parteira e, agora, além de ter conseguido ter filhos, ensina práticas de saúde e higiene para outras afegãs.

11 de abr. de 2011

Casais homossexuais agora têm direito a inseminação artificial, segundo CFM


A ciência deu um passo importante para milhares de casais que sonham ter um filho, mas têm dificuldade. Agora, homens, mulheres e homossexuais casados, ou não, já podem fazer o tratamento de inseminação artificial.

O Conselho Federal de Medicina mudou as regras e incluiu novas famílias. É mais esperança, mas são as regras ficaram mais rigorosas. O acesso foi ampliado. Quem quiser ter um filho – solteiro, casado, separado ou homossexual – poderão, agora, ter acesso a essas técnicas, antes limitadas a casais heterossexuais. Agora, o acesso foi ampliado, mas os médicos e os especialistas vão ter de seguir regras bem mais rígidas.

Esse desejo também poderá ser realizado por casais homossexuais e por pessoas solteiras, o que antes não era permitido. A novidade é uma das regras definidas pelo Conselho Federal de Medicina para a reprodução assistida. Um tratamento em que o óvulo da mulher é coletado e fertilizado pelo espermatozóide fora do corpo, em laboratório. Os embriões gerados são implantados no útero da mulher.

Para aumentar as chances de sucesso, os médicos colocam mais de um embrião no útero ao mesmo tempo. Só que agora vai ter um limite: quatro embriões. O objetivo é evitar uma gestação com vários bebês e diminuir os riscos para a mãe e para os filhos.

O número de embriões vai variar de acordo com a idade da mãe que faz o tratamento: até 36 anos, são no máximo dois embriões. As que têm entre 36 e 39 anos poderão receber até três embriões. O limite de quatro embriões vale para quem tem mais de 40 anos.

Se depois que os embriões forem gerados e congelados em laboratório, um dos pais morrer? As novas regras permitem continuar o processo, desde que o casal já tenha deixado essa autorização no papel. “Tem de estar escrito, assinado e registrado em cartório para que não tenha problema futuros com esse casal”, explica o relator José Hiran Gallo.

A punição para o profissional, o médico que não respeitar as novas regras, vai da advertência até a cassação. Depende da gravidade da conduta do médico.

http://www.anitamulher.com.br/anita/casais-homossexuais-agora-tem-direito-a-inseminacao-artificial-segundo-cfm/

6 de abr. de 2011

DOGMA CENTRAL DA BIOLOGIA


Dogma Central da Biologia Molecular Iniciando a saga de resumos de Biologia, temos a matéria de genética molecular, do Fadul, que inclui Duplicação (ou replicação) de DNA, Transcrição de RNA e Tradução de proteínas (juntando tudo temos o Dogma Central da Biologia Molecular). Duplicação: é o processo semiconservativo de produção de novas fitas de DNA através de uma dupla-fita molde (é semiconservativo pois metade das fitas novas de DNA formadas é constituído de fitas antigas). O processo pode ser descrito em fases (não precisa decorar as proteínas): Quebra das ligações de hidrogênio que mantêm a dupla-fita molde unida. A proteína Helicase é responsável por essa quebra. Marcação dos locais de início de leitura das fitas anti-paralelas. A proteína RNA primase coloca os PRIMERS (pedaços de RNA) nas extremidades 3'OH. Leitura e produção de fitas complementares (anti-paralelas) através das fitas moldes. A proteína DNA Polimerase III lê e adiciona aminoácidos de acordo com a fita molde (na direção 3' > 5'). Retirada dos Primers, que são trocados por pedaços de DNA pela enzima DNA Polimerase I. União dos fragmentos de Okasaki (pedaços DNA na fita 5' > 3', lida e complementada de maneira descontínua). A enzima responsável por ligar os fragmentos é a Ligase. Verificação e correção de possíveis erros no processo replicativo. A enzima DNA Polimerase II faz uma lida rápida atentando para possíveis imprecisões, corrigindo-as. Agora, a transcrição. Transcrição: de certa forma similar à replicação, a transcrição é um processo que se utiliza de uma fita molde (um pedaço) de DNA para a formação de uma fita simples de RNA. O processo ocorre no núcleo celular (ou no citoplasma dos procariotos) e pode ser descrito através das seguintes etapas: A enzima RNA Polimerase quebra a dupla-fita na altura para a transcrição, produzindo uma fita anti-paralela (ou seja, lê uma das fitas de DNA no sentido 3' > 5', produzindo a fita de RNA no sentido 5' > 3'). As bases nitrogenadas dos nucleotídeos do RNA são: adenina, uracila ("substitui" a timina), guanina e citosina (A com U, G com C). A fita formada (chamada transcrito primário), é marcada em sua extremidade inicial 5' por uma guanina modificada ("CAP") que comanda a adição de 100 a 200 bases adenina. A essa extremidade, que confere estabilidade à fita de RNA, damos o nome de Cauda Poli A. O transcrito primário passa por um processo de "purificação", digamos assim, no qual são retiradas as partes que não serão utilizadas na sintetização de proteínas: os íntrons (INúteis = ÍNtrons). Os íntrons são retirados por um complexo de proteínas e nucleotídeos chamado spliciossomo, que se liga às pontas dos íntrons, se unem e se destacam do transcrito. As partes úteis (os éxons) são mantidas, formando o transcrito maduro. O transcrito maduro passa para o citoplasma da célula, onde poderá participar do processo de síntese protéica. Observações: Como os procariotos não apresentam núcleo, não ocorre splicing - o RNA primário é utilizado na síntese de proteínas, sem ser "amadurecido" (isso também ocorre devido ao fato de o RNA dos procariotos ser quase 100% útil na tradução). O slicing pode ocorrer de maneira alternativa, ou seja, podem haver combinações diferentes entre os éxons formados, gerando transcritos maduros diversos - tal processo de splicing alternativo aumenta a variabilidade protéica. Agora que vimos como o RNA é transcrito e vai para o citoplasma, vejamos a sua função no citoplasma. O RNA pode formar os ribossomos (RNAr - ribossômico), pode formar o RNA transportador (RNAt - responsável pelo transporte de aminoácidos) e a própria fita que carrega as informações do DNA, o RNA mensageiro (RNAm). Todos esses elementos são fundamentais para o processo que veremos agora: a tradução de proteínas (detalhe: proteínas são formadas por aminoácidos - cadeias carbônicas compostas por um grupo Amina e um grupo Ácido Carboxílico). Tradução: é o processo de sintetização (formação) de proteínas através da fita de RNA mensageiro, que vem do núcleo depois de transcrito. As estruturas participantes do processo são: o RNA mensageiro, o RNA transportador e o ribossomo (formado por RNA ribossômico. O ribossomo é dividido em duas subunidades - maior (contém os sítios de ligação entre RNA mensageiro e RNA transportador) e menor (se liga ao RNA mensageiro, possibilitando sua leitura e a montagem do ribossomo como um todo). A tradução, então, ocorre na seguinte ordem:O RNA mensageiro vai para o citoplasma, aonde é ligado à subunidade menor do ribossomo. O RNA transportador se liga ao RNA mensageiro, iniciando o processo de tradução. A ligação é feita entre trios de nucleotídeos: as sequências de 3 nucleotídeos no RNA são chamadas de códons. Cada códon se liga a uma sequência específica de 3 outros nucleotídeos presentes no RNAt, que é chamada de anticódon. Como cada RNA transportador carrega um aminoácido específico, cada códon comanda a adição de um aminoácido específico. Observação: existe um códon - AUG, adiciona o aminoácido metionina - que determina o início da tradução; assim como existem códons chamados de STOP CODONs, que não adicionam aminoácido - eles determinam o final da tradução. Ao final da tradução, a metionina inicial geralmente é retirada. Nas ligações entre os aminoácidos, que formarão a proteína, o grupo Amina de um se liga ao grupo Ácido do outro, numa ligação chamada Peptídica. Cada ligação peptídica gera, como produto, uma molécula de água. OH do ácido e H da amina se unem - H2O. O exercício pode pedir número de ligações peptídicas, de moléculas de água formadas, de nucleotídeos, de códons, de aminoácidos adicionados... É só usar as seguintes relações: Nº de Códons = número de nucleotídeos do RNAm dividido por 3 Nº de Aminoácidos adicionados = número de códons - 1 (stop códon) Nº de ligações peptídicas = número de aminoácidos - 1 (assim como entre 5 dedos há 4 espaços, entre 5 aminoácidos há 4 ligações) Nº de moléculas de H2O formadas = número de ligações peptídicas Isso vale para cada proteína, ou seja, se ele disser que o mesmo RNAm gerou X proteínas, o número de nucleotídeos (e consequentemente o de códons) é constante; o restante é só multiplicar por X. O código genético Código genético é o conjunto de todos os códons que podem ser formados através das combinações entre os nucleotídeos U, A, C e G (64 códons no total), além de definir quais são os respectivos aminoácidos adicionados pelos códons formados. Diz-se que o código genético é universal pois qualquer ser vivo (algumas bactérias fazem a exceção) produz os mesmos aminoácidos a partir dos mesmos nucleotídeos. Além disso, ele é degenerado. (Eca, Fadul! Degene-quem??) Ele ser degenerado significa que existem aminoácidos que podem ser adicionados por mais de um tipo de códon (no total são apenas 20 tipos de aminoácidos para 64 códons - existem 3 stop códons, por exemplo). Cuidado! Existem aminoácidos definidos por diferentes códons, mas cada códon só define um tipo de aminoácido (é degenerado, mas não é ambíguo!). http://resumosgalois.blogspot.com/2009/05/dogma-central-da-biologia-molecular.html

BULIMIA


Bulimia, também chamada de bulimia nervosa, é um distúrbio alimentar no qual o indivíduo tem uma preocupação exagerada com o próprio peso. Pessoas com bulimia comem uma grande quantidade de alimentos em um curto espaço de tempo. Depois de comer, elas tentam se livrar do alimento através do vômito forçado ou uso de laxantes. A diferença da anorexia é que pessoas que têm anorexia comem tão pouco que se tornam extremamente magras. Já as pessoas que têm bulimia podem ter o peso normal ou até estar um pouca acima dele. Bulimia Causas A causa exata da bulimia ainda é desconhecida. Cientistas acreditam que a insatisfação com o próprio corpo e extrema preocupação com a forma física seja uma das principais causas. Além disso, histórico familiar, fatores sociais, e traços de personalidade também contribuem. Geralmente os indivíduos que sofrem de bulimia têm baixa auto-estima, sentimentos de desamparo e medo de ficar gordo . Mulheres jovens com uma irmã biológica ou mãe com um distúrbio alimentar estão em maior risco. Bulimia Sintomas O principal sintoma da bulimia é comer descontroladamente e logo depois tentar se livrar do alimento ingerido. Além desses sintomas, uma pessoa bulímica pode apresentar: Problemas nos dentes e gengivas. Desidratação. Fadiga. Ressecamento da pele. Arritimia cardíaca. Irregularidade ou perda da menstruação. Constipação. Depressão ou oscilações de humor. Como saber se uma pessoa tem bulimia. Para reconhecer se um parente ou conhecido pode estar sofrendo de bulimia, procure pelos sinais da doença apresentados abaixo. Se desconfiar de algo, busque ajuda profissional: Ir para o banheiro logo após as refeições. Evita comer perto de outras pessoas. Usa laxantes e diuréticos com frequência. Come em excesso, mas não engorda. Marcas de dentes na parte de trás das mãos devido à prática de provocar vômitos. Fala constantemente sobre dieta. Faz exercício durante horas. Preocupação excessiva com o próprio peso. Bulimia Tratamento Bulimia tem cura e o tratamento normalmente envolve aconselhamento e terapia comportamental. Terapia de grupo, em que as pessoas com a mesma doença se reunem e compartilham suas experiências é bastante eficaz no tratamento de pessoas com bulimia. Muitas vezes, o aconselhamento é combinado com o uso de medicação antidepressiva. Algumas pesquisas sugerem que os antidepressivos podem reduzir alguns sintomas psicológicos da bulimia. Casos severos de bulimia podem exigir internação hospitalar.

ANABOLIZANTES


Neste Artigo: - Introdução - O que são Esteróides Anabolizantes - Consequências do Uso Abusivo de Anabolizantes - Caminho sem Volta "Cresce o número de pessoas que adere ao uso de esteróides anabolizantes para moldar o corpo e ganhar força, resistência e velocidade. Sem qualquer controle, o medicamento, apesar de ser proibido, é oferecido principalmente em academias de ginástica. Os danos causados por seu uso, entretanto, podem ser irreversíveis. O problema já está sendo visto como um caso de saúde pública". Introdução A busca de corpos esculpidos à base de remédio está levando jovens de aparência saudável a um vício muitas vezes sem volta. O motivo é o uso dos chamados esteróides anabolizantes. Apesar de não haver estatísticas, sabe-se que vem crescendo o número de consumidores da droga. E não são apenas os atletas em busca de mais força, velocidade, e resistência dos músculos os únicos a usá-lo. Homens, jovens e mulheres que querem apenas ganhar massa corporal em pouco tempo também se deixam seduzir pelos efeitos da droga. O abuso desse medicamento não é novidade. O maior problema, atualmente, segundo especialistas, é a adesão às drogas nas academias convencionais. "Muitas vezes, é o próprio instrutor quem chega para o aluno e diz que seu desenvolvimento chegou ao limite. Aí vem a sedução pelos anabolizantes", explica Fernando Vítor Lima, professor da Universidade Federal de Minas Gerais e mestre em Treinamento Esportivo. Nas lojas de suplementos nutricionais, a situação não é diferente: "O charlatanismo é muito grande nesse meio. As pessoas receitam o produto como se soubessem tudo sobre ele. Quem compra, na verdade está pagando pelo sonho de um corpo perfeito, na verdade, de uma ilusão, porque os problemas ocasionados são muitos", orienta. Nos Estados Unidos, os anabolizantes já são considerados uma droga proibida, que só pode ser vendida com receita médica. Na Suécia, existem serviços que encaminham os usuários para tratamento, como se ele fosse um viciado em droga. No Brasil, segundo o professor, apesar da proibição de venda, a Vigilância Sanitária é falha e os esteróides continuam sendo consumidos em larga escala. O uso indiscriminado desses esteróides teve início em 1930, com alguns fisiculturistas e atletas que buscavam desenvolvimento muscular rápido e melhora de performance. Com o passar dos anos, o uso se estendeu para esportistas amadores, frequentadores de academias e adolescentes. O que são Esteróides Anabolizantes Os anabolizantes são substâncias sintéticas similares aos hormônios sexuais masculinos e promovem, portanto, um aumento da massa muscular (efeito anabolizante) e o desenvolvimento de caracteres masculinizantes. A massa corporal aumenta porque eles aumentam a capacidade do corpo de absorver proteína, além de reter líquido provocando o inchaço dos músculos. Geralmente, os anabolizantes, ou "bombas", como também são chamados, são tomados oralmente em cápsulas/tabletes, ou injetados no músculo. Muitas vezes, as drogas são usadas em associação de até três tipos diferentes e em doses 100 vezes maiores que as preconizadas por tratamento médico. Anadrol, Oxadrin e Durabolin são alguns exemplos de esteróides. Embora muita gente não saiba, o anabolizante tem uso na medicina, para casos de osteoporose, deficiência de crescimento, problemas hormonais masculinos, como o hipogonadismo. Entretanto, só é ministrado em doses terapêuticas e necessitam sempre de prescrição médica para serem adquiridos. "Os médicos receitam doses de, no máximo, 15 mg enquanto que os fisiculturistas chegam a tomar até 300 mg", diz Fernando. Consequências do uso de Anabolizantes O efeito de um corpo saudável com os anabolizantes é apenas aparente. Está provado que seu uso só gera danos à saúde. Os efeitos colaterais das superdosagens são muitos. A pessoa pode desenvolver problemas no fígado, inclusive câncer, redução da função sexual, derrame cerebral, alterações de comportamento com aumento da agressividade e nervosismo, aparecimento de acne. Ao todo, 69 efeitos colaterais já foram documentados. Em garotos e homens existe a diminuição da produção de esperma, retração dos testículos, impotência sexual, dificuldade ou dor ao urinar, calvície, desenvolvimento irreversível de mamas. Em adolescentes de ambos os sexos, também pode ocorrer parada prematura do crescimento, tornado-os mais baixos que outros, não usuários de anabolizantes. A parada brusca do uso de anabolizantes também pode produzir sintomas como depressão, fadiga, insônia, diminuição da libido, dores de cabeça, dores musculares e desejo de tomar mais anabolizantes. O uso compartilhado de esteróides por seringas e agulhas não esterilizadas é comum e pode expor o indivíduo a doenças como Aids, hepatites B e C e endocardite bacteriana. Caminho sem Volta Segundo o professor Fernando, não se sabe até que ponto os problemas ocasionados pelo uso das "bombas" são reversíveis. "Os casos têm que ser analisados de forma isolada porque cada organismo reage de um jeito ao uso do esteróide. Em muitos casos, o nível de comprometimento das funções é tão grande que não há opção de cura. Várias pessoas já morreram por causa do uso indiscriminado dos anabolizantes", adverte. Por tantos riscos e inconvenientes, o uso indiscriminado de anabolizantes deve ser desencorajado, banido do meio esportivo. Para Fernando, a grande arma capaz de resolver esse problema são as campanhas educativas. " O uso de esteróides já se tornou um caso de saúde pública. O governo tem que tomar providências", completa.



http://boasaude.uol.com.br/lib/ShowDoc.cfm?LibDocID=4019&ReturnCatID=1796

VIGOREXIA


Raphael Prado, especial para Terra Magazine A anorexia esteve recentemente na capa das principais revistas, era pauta nos jornais, virou assunto nas rodas de bar. A morte da modelo brasileira Ana Carolina Reston Macan, no último dia 14 de novembro, também teve atenção da mídia internacional e reacendeu o debate sobre o transtorno alimentar em todo o mundo. As agências estudaram exigir atestado médico para modelos iniciantes, mas deixaram de tocar no ponto principal do assunto: não seria o padrão de beleza imposto à sociedade a causa do transtorno? Essa mesma dúvida surge para a análise de um outro distúrbio pouco tratado - até porque pouco reconhecido - do nosso tempo, a vigorexia. Da mesma 'família' da anorexia, o transtorno afeta sobretudo os homens viciados em academia e que cultuam o corpo. Mesmo quando já estão fortes, eles ainda se vêem magros, aumentam a carga de exercícios e algumas vezes passam a usar esteróides anabolizantes para aumentar a massa muscular. A vigorexia, também é conhecida como Síndrome de Adônis ou overtraining, ainda não é catalogada como uma doença. O grande risco, na verdade, além das lesões musculares que pode causar, é a associação a outros distúrbios. "Esses pacientes, de tão isolados que ficam, acabam tendo outros problemas psíquicos, como a depressão", explica o professor Niraldo de Oliveira Santos, da divisão de Psicologia do Hospital das Clínicas de São Paulo. Ele ainda faz outro alerta sobre o problema, dizendo que muitas pessoas recorrem a cirurgias plásticas, sem a menor necessidade, para complementarem a busca pelo corpo "ideal". "Elas querem fazer uma cirurgia de nariz, um implante de cabelo... teoricamente, o cirurgião deveria perceber (que se trata de vigorexia), mas vai depender do profissional e da competência dele", afirma. Como é um problema diretamente ligado à auto-estima da pessoa, o reconhecimento do transtorno nem sempre é fácil. O psicólogo relata o caso de quando o HC ofereceu um programa de tratamento gratuito para a vigorexia. Ele conta que a divulgação foi ampla, em mais de 20 meios de comunicação - incluindo a abrangente TV Globo. "Se inscreveram 6 casos; desses, 4 foram ligações de familiares inscrevendo filhos, que não compareceram", lamenta. E dos dois que foram, um não estava tão preocupado com o problema. Ele queria, na verdade, saber como poderia continuar usando os anabolizantes que tomava e manter o resultado deles, mesmo indo para a balada de final de semana e consumindo ecstasy nessas situações. Prevenção Os profissionais diretamente ligados ao treinamento físico nas academias - os professores de Educação Física ou personal trainers - deveriam perceber a situação de exagero na prática e conversar com o aluno. Segundo Marcelo Costa, membro do Conselho Federal de Educação Física e vice-presidente do Conselho Regional do Rio de Janeiro, "em qualquer área nós temos maus profissionais. E na educação física não é diferente". Ele justifica, no entanto, que são poucos os professores que indicam o uso de anabolizantes e que eles são apenas maus exemplos. Para ele, reconhecer os casos de overtraining é muito complicado. "Nem um psicólogo vai saber identificar isso, a não ser no momento em que o cara atingir uma massa muscular expressiva". Quem tem vigorexia normalmente não compartilha o problema nem com amigos. O isolamento em que se coloca é tão grande que é muito difícil falar do assunto - como prova o número de participantes no programa gratuito do HC. É preciso que, além do professor, a própria família esteja atenta aos hábitos da pessoa suspeita de vigorexia. Em caso de constatação ou dúvida, um profissional da psicologia deve ser procurado. Solução É difícil apontar uma solução para esse problema, assim como o da anorexia. Culpar apenas o modelo cultural de "corpo perfeito" que a sociedade possui não é suficiente, segundo o professor Niraldo. "Não dá para esperar que a sociedade ou os meios de propagação mudem essa 'ditadura'. O que dá pra mudar são outros valores, como por exemplo atividades que incluem rituais coletivos, família, escola, igreja... eles enfraqueceram muito na atualidade". O professor Marcelo, do Conselho Regional do Rio, concorda. "A ausência de perspectiva faz com que o jovem só consiga se destacar na estética, na beleza. Emprego está cada vez mais difícil, família dividida, e no grupo de amigos a aceitação passa pela questão da beleza, da força física". Ele vê com pouco otimismo a mudança dessa realidade. "Não vai parar de uma hora pra outra se não intervirmos num processo com a família", conclui.

ALIMENTAÇÃO ECONÔMICA

Alimentação Saudável O seu Guia de Nutrição HomeGuia Nutricional de AlimentosAlimentação Saudável na VidaNutrição DesportivaTranstornos AlimentaresReceitas SaudáveisOs NutrientesArtigosNotíciasLinks Úteis Receitas Saudáveis Últimas Notícias sobre Nutrição Alimentação Económica Como se alimentar de forma saudável durante a crise financeira É possível seguir algumas directrizes e continuar a comprar alimentos saudáveis, ao invés de passar, devido à crise, para uma dieta de batatas fritas, queijo e massas, ou hambúrguer e cachorro quente. Faça o seu próprio café em casa, compre fruta e legumes da estação, e ocasionalmente, substitua a carne por fontes de proteínas alternativas, como ovos e feijão, e, mesmo que pareça uma solução fácil, barata e muito tentadora, mantenha-se afastado das cadeias de Fast-Food. A fotografia bonita não compensa a falta de nutrição. “Os tempos de crise financeira, como a que atravessamos de momento devido ao preço do petróleo, não significa que tenhamos de nos alimentar de forma pouco saudável”, diz Aleitor Mendes, um conhecido nutricionista de São Paulo, Brasil. “Ao planear com tempo, comprar nas feiras e mercados e aproveitar os produtos de marca própria dos hipermercados podemos poupar muito dinheiro e ao mesmo tempo fornecer alimentos ricos e saudáveis para toda a família.” Fruta e Vegetais “Comprar alimentos frescos é demasiado caro”. Errado. De facto, comprar fruta e legumes da estação é bastante económico. Aproveite para comprar alguns alimentos em maior quantidade, poderá também poupar sobre o “desconto de quantidade” Se não estiverem na estação, poderá adquirir fruta ou legumes enlatados a preços muito acessíveis. Aproveite e confira as marcas próprias dos hipermercados, já que a qualidade é assegurada e a preços muito inferiores. Estes alimentos são enlatados ainda muito frescos, pelo que a qualidade nutricional se mantém praticamente na íntegra. Uma das melhores formas de conseguir vegetais e frutos frescos é cultivá-los você mesmo, caso possua um quintal ou um pequeno jardim com espaço suficiente para o fazer. Caso não tenha espaço, poderá sempre plantar ervas frescas num vaso dentro de casa. Proteínas Conseguir proteínas pode ser algo complicado com um orçamento reduzido. Filet mignon, bife do lombo ou lagosta fresca é apenas uma miragem para carteiras apertadas, mas poderá ainda encontrar boas peças de carne a preços baixos. Em primeiro lugar, é preferível comprar peças de carne “não preparadas”. Poderá marinar ou rechear a carne você mesmo, não precisa que o talho ou loja faça isso e cobre pelo serviço. Poupa dinheiro, e poderá ter um maior controlo sobre o teor nutricional e o nível de sal dos temperos. Comprar galinha inteira com os ossos custa bastante menos, e poderá retirá-los facilmente para preparar uns saborosos peitos de galinha. As carnes menos nobres da vaca ou do porco são bastante mais baratas, contudo, apresentam muitas vezes uma rigidez ou gorduras que se podem tornar bastantes desagradáveis. Ao estufar estas carnes, o tempo de cozedura vai fazer a carne amolecer e devido ao tempo da confecção vai obter um saboroso prato. E a carne não é a única opção. Considere substituir a carne por alternativas proteicas duas ou três vezes por semana. O feijão, ovos ou manteiga de amendoim são apenas exemplos de excelentes fontes de proteínas que ajudam a manter bons níveis de nutrição em tempos de crise. Cereais Tal como no caso das fontes de proteínas, comprar produtos menos processados é preferível. Prefira arroz (integral) às misturas que muitas vezes são apenas engenhosos truques de marketing que nada beneficiam a sua nutrição e saúde. É também uma boa ideia comprar pão, bolo-pão ou tortillas quando estão a preços mais acessíveis e congelá-los para comer mais tarde. O valor nutricional mantém-se praticamente inalterado por bastante tempo. Bebidas Uma excelente solução para poupar mais é comprar um filtro de água em vez de comprar água engarrafada. Se preferir os sumos, opte por concentrados em vez de refrigerantes. Beba o café da manhã em casa. Acrescentar umas gotas de leite ou natas (magras) dará ao café da manhã um toque especial, e muito mais barato do que sair todas as manhãs para tomar o pequeno almoço na rua. Snacks Os snacks (batatas fritas de pacote, tiras de milho de pacote, etc) são normalmente produtos de pobre nutrição e pouco saudáveis. Evite este tipo de produtos, mas se não conseguir viver sem eles, opte por pacotes familiares e faça você mesmo os pacotes individuais. Poupará cerca de 50%. Dicas Gerais - Compre produtos de marca própria do hipermercado (ou marca branca) - Compre produtos familiares e em pacotes grandes para poupar dinheiro e faça depois em casa pacotes individuais. - Compre produtos em saldo ou em promoção e congele para consumir mais tarde. - Não caia nas armadilhas dos hipermercados. Junto às caixas para pagar estão colocadas várias “ilhas” de produtos como pastilhas elásticas, gomas, doces, bolos, biscoitos, entre outros, que as pessoas são tentadas a comprar enquanto esperam na fila para pagar. Concentre-se na secção dos legumes e frutas frescos. - Use coupons de descontos. Mas apenas para aqueles produtos que já consome normalmente, e não para produtos ricos em gorduras ou açúcares. - Cozinhe em casa e evite sair para jantar. - Mas se decidir sair para jantar fora, não se envergonhe e caso sobre muita comida, diga ao empregado para guardar e leve para casa. - Substitua a carne por outras fontes proteicas de custo reduzido duas a três vezes por semana.

ALIMENTAÇÃO - AIDS

Cuidados Alimentares e Nutrição para a AIDS As pessoas com Aids, Síndrome da Imunodeficiência Adquirida, podem ter uma esperança de vida prolongada e de forma mais independente, devido a cuidados de nutrição e alimentação que protegem o sistema imunitário. O Que é o HIV e a AIDS? O HIV é um vírus, o Vírus da Imunodeficiência Humana. Causa danos ao sistema imunitário e conduz a uma condição denominada AIDS, Síndrome da Imunodeficiência Adquirida. Um sistema imunitário pouco saudável implica que as pessoas que vivem com AIDS tenham um risco muito superior de contrair infecções e condições que normalmente o sistema imunitário consegue combater. Até 1996, um diagnóstico de AIDS conduzia à morte em 3-4 anos. Em 1996, a investigação médica levou à introdução de uma combinação de terapias medicamentais, o que significou uma melhor saúde para as pessoas que viviam com HIV e com Aids. A partir de 1996, a taxa de mortalidade decresceu bastante em todo o mundo. Continua a verificar-se, contudo, um grupo de pessoas para quem os efeitos secundários da medicação são muito debilitantes, ou para quem as drogas simplesmente não funcionam. Este grupo de pessoas correm o risco de serem postas de parte e descriminadas, mesmo dentro da comunidade de pessoas afectadas com Aids. São também estas pessoas que mais necessitam de cuidados especiais com a alimentação e ter em atenção as necessidades de nutrição de uma doença como a Aids. Os efeitos secundários dos medicamentos para a aids e os efeitos do HIV no organismo podem causar uma série de sintomas debilitantes, que incluem náuseas, diarreia, mobilidade limitada (causada por neuropatia periférica) e inflamação dos nervos, especialmente nas mãos e nos pés. Como o HIV é transmitido? O HIV é transmitido através de sémen, fluidos vaginais ou sangue transferido de uma pessoa infectada com HIV. Ninguém apanha aids através de contacto casual, cozinhar ou tocar em alguém infectado com HIV. Desde a epidemia de aids, no inicio dos anos 80, não houve casos de transmissão de HIV casual. Os poucos casos relacionados com trabalho são na sequência de ferimentos com seringas, principalmente nos hospitais. É hoje amplamente reconhecido que a utilização de normas comuns de segurança ao lidar com derramamentos de sangue ou fluidos é uma forma eficaz de impedir a transmissão de aids. Aids e a Nutrição Uma boa nutrição e cuidados com a alimentação são condições essenciais para um sistema imunológico saudável. No entanto, uma pessoas com HIV / Aids pode ter dificuldades em conseguir assegurar uma boa nutrição por um conjunto de razões. Tanto o próprio vírus HIV como os medicamentos utilizados para o combater podem causar uma multiplicidade de problemas que em última instância afectam a saúde nutricional do doente. Náuseas crónicas, alteração do paladar, perda de apetite, dificuldades em mastigar ou engolir ou a falta de dinheiro para comprar alimentos, são factores que podem levar a que as necessidades nutricionais não sejam cumpridas. Mesmo quando o doente é capaz de comer e beber, pode haver uma diminuição das quantidades de nutrientes absorvidos devido a diarreias. A diarreia é um dos mais comuns efeitos secundários da medicação para a aids. Uma infecção de HIV descontrolada pode também aumentar a taxa metabólica, resultando em necessidades de energia muito mais elevadas. Todos estes problemas de má absorção e do aumento das necessidades de energia, e por consequência, de nutrientes, pode levar a uma rápida perda de peso. Esta perda de peso, sobretudo de proteínas musculares, provoca um elevado cansaço, tornando-se ainda mais difícil comprar alimentos, cozinhar, ou mesmo comer. A perda de peso também reduz a capacidade do sistema imunológico de combater outras infecções e doenças. Devido à natureza mutável do vírus HIV e regimes de tratamentos, os sintomas e necessidades dietéticas podem variar muito de mês para mês, ou mesmo de semana para semana. Por exemplo, um doente com aids pode sentir-se bem num mês e logo no mês seguinte apresentar sintomas de diarreia e náuseas intensas. Seguem-se algumas indicações de alimentação para a aliviar os sintomas de aids: a) Perda de Peso É muito importante para doentes de aids com desperdício ou perda de peso tentar reconquistá-lo. É importante nestes casos seguir uma alimentação mais rica nos sectores da energia e da proteína. Os alimentos ricos em proteínas, como carnes, peixe ou frango, alimentos lácteos, frutos secos e leguminosas ajuda a reconstruir os músculos e estimular o sistema imunológico, enfraquecido pelo HIV. A energia de fontes de gorduras saudáveis (gorduras polinsaturadas e monoinsaturadas) promove também o ganho de peso. Contudo, uma dieta rica alimentos energéticos não é recomendada caso o doente tenha diarreia severa causada pela aids. Poderá também consumir snacks rápidos de elevado valor energético. As sugestões incluem queijo, biscoitos, bolos, frutos secos, azeitonas, leite e iogurte. b) Perda do Apetite As náuseas e as mudanças causadas pela medicação da aids podem causar um decréscimo ou mesmo perda do apetite. Neste caso, importa nutrir o corpo com alimentos líquidos ou liquefeitos, como sopas ou batidos. É também preferível tomar refeições pequenas, mas mais frequentes ao longo do dia, em vez de duas ou três grandes refeições, uma vez que o organismo consegue tolerar melhor esta forma de alimentação. Para evitar os cheiros fortes dos alimentos, que muitas vezes causa náuseas, poderá optar por alimentos frios, como sandes, saladas, sobremesas frias, frutas, etc. c) Diarreia A diarreia pode ser causada por infecções ou alguns tipos de medicação. Nestes casos, o melhor tipo de alimentação é uma dieta com poucas fibras, já que as fibras insolúveis podem agravar a diarreia e são encontradas no pão, arroz integral, frutas e legumes com casca e sementes (as frutas e legumes sem casca devem ser encorajadas). Deve beber muitos líquidos. A diarreia pode causar desidratação grave, pelo que a ingestão de fluidos é essencial. Alimentos ricos em gorduras, fritos, bolos, salsichas, enchidos, molhos, etc, podem agravar a diarreia. Deve-se ter um especial cuidado para alimentos lácteos, já que a lactose é o açúcar encontrado no leite de vaca ou cabra e pode também agravar a diarreia. Consuma leite de soja ou leite com redução de lactose como alternativa. O iogurte e queijo, geralmente não causam problemas. Segurança Alimentar Geralmente, o corpo humano está bem equipado para lidar com a intoxicação alimentar. No entanto, as pessoas com aids e com sistema imunitário enfraquecido têm um risco acrescido de contrair uma doença de origem alimentar. Por isso, e em especial em casos de doentes com aids, é importante seguir directrizes básicas de precaução e segurança alimentar, tais como: - Lavar as mãos antes de uma refeição - Descongelar os alimentos congelados no frigorífico ou num forno microondas, e não à temperatura ambiente - Não deixe alimentos perecíveis, como leite, queijo, ovos ou restos de carne, à temperatura ambiente por um período superior a duas horas .

http://www.alimentacaosaudavel.org/Artigo-alimentacao-hiv-aids.html

ORTOREXIA

Ortorexia Quando a maioria das pessoas pensa em transtornos alimentares, imaginam raparigas esqueléticas que se matam à fome ou que forçam vómitos; estas são imagens típicas dos habituais tipos de transtornos alimentares, mas os especialistas descobriram agora que as pessoas estão a sofrer de outro tipo de transtorno alimentar e atribuíram-lhe um novo termo: ortorexia. O que é a Ortorexia? A ortorexia é um transtorno alimentar recentemente diagnosticado, que surge quando a pessoa se torna obsessiva quanto aos padrões daquilo que come. Ao contrário da anorexia ou bulimia, a pessoa permite-se comer, mas fica tão obcecada com o que come que todos os seus pensamentos ficam ocupados com a dieta. Permitem-se apenas alimentos saudáveis e escrutinam o conteúdo nutricional de cada elemento que ingerem. Calorias, vitaminas e nutrientes tornam-se o ponto focal da comida e qualquer coisa que contenha o mínimo vestígio do que está na lista do “não é permitido” não é consumido. Embora todos possamos beneficiar ao adoptar esta atitude de forma mais habitual, estes “mártires” levam a obsessão com o conteúdo dos seus alimentos ao extremo, e não se permitem, em circunstância alguma, um desvio do seu programa de tipos de alimentos autorizados. Sinais de Ortorexia: ● Examina cada pormenor do que se encontra em cada alimento? ● Só se permite alimentos saudáveis? ● Consegue comer uma refeição preparada por outra pessoa? ● Observa e comenta a maneira como outras pessoas preparam a comida? ● Dá consigo a pensar em conteúdo nutricional durante o dia? ● Preocupa-se ao comer qualquer coisa que possa não ser “boa” para si? ● Perdeu muito peso recentemente sem seguir conscientemente uma dieta Efeitos da Ortorexia Os ortoréxicos podem ficar seriamente afectados e a comunicação em casa pode sofrer com isso. A pessoa pode começar a isolar-se dos seus semelhantes e tornar-se distante à medida que se vai fixando cada vez mais nas suas regras dietéticas. Para alguns, a capacidade de desempenhar trabalhos ou de estudar pode começar a declinar, à medida que a sua mente se ocupa cada vez mais com a sua dieta e com os alimentos que são permitidos, como articulá-los no seu dia-a-dia, quantas vezes se devem mastigar e por aí fora. Há tantos factores que envolvem estes transtornos alimentares que os pensamentos podem ficar totalmente ocupados por eles, deixando pouco espaço para outros rumos de ideias e a concentração e a motivação acabam por ficar na retaguarda. Obter ajuda e Tratamento Como muitos transtornos alimentares, a ajuda de um profissional é normalmente requerida, assim como os tópicos envolvendo o desenvolvimento da desordem precisarão tanto de tratamento como o bem-estar nutricional da pessoa. O seu médico poderá indicar-lhe onde encontrar ajuda especializada; outra alternativa será ligar para uma das muitas linhas de ajuda e falar com alguém altamente treinado e familiarizado com todos os diferentes assuntos referentes a transtornos alimentares. Embora a doença não seja tão conhecida como outros tipos de transtorno alimentar, pode ter o potencial de ser igualmente séria para a saúde e está envolta de problemas semelhantes de controlo de comportamento em relação aos outros transtornos alimentares, e a pessoa irá precisar indubitavelmente de alguma intervenção profissional para ultrapassar o problema. http://www.alimentacaosaudavel.org/Ortorexia.html

Desnutrição


Andrea Luiza Mendes Sales - XXXVIª turma de Medicina Junho de 2001 Conceitos Gerais A desnutrição infantil, apesar da redução mundial da sua prevalência, é atualmente o problema de saúde pública mais importante dos países em desenvolvimento. Mais de 50% das mortes de crianças menores de 5 anos, que ocorrem nestes países, é influenciada pela desnutrição em alguma de suas formas. A mortalidade das crianças desnutridas graves, tratadas em hospital, tem se mantido inalterada nas últimas cinco décadas. Na América Latina, sua incidência é bastante elevada: existe desnutrição de alguma intensidade em cerca de 65% das crianças menores de cinco anos. De acordo com o índice peso/altura, considera-se nutrida a criança que, independentemente da idade, apresenta peso condizente para sua altura e sexo. O conceito de desnutrição de acordo com o índice de baixo p/a aponta, portanto, apenas desnutrição aguda (crianças visivelmente magras). A desnutrição aguda está associada a fenômenos de curto prazo e reversíveis, indicando que a incidência de desnutrição por baixo peso/altura poderia, portanto, ser eliminada por programas nutricionais de emergência. Sendo assim, desnutrição pode ser entendida como o déficit de nutrientes no organismo. Segundo a OMS/FAO, o termo desnutrição energético-protéica define-se como uma gama de condições patológicas com deficiência simultânea de proteínas e calorias em variadas proporções, que acomete potencialmente crianças de baixa idade, comumente associadas com infecções. Classificação Quanto ao tipo de deficiência que origina a desnutrição, esta pode ser: 1. Específica: quando falta um nutriente bem determinado, caracterizando síndromes específicas. (Exemplo: anemia por deficiência de ferro; escorbuto por deficiência de vitamina C; etc...) 2. Global: quando faltam vários nutrientes, inespecificamente. Exemplo clássico constitui a desnutrição calórico-proteica. Quanto à etiopatogenia, pode ser: 1. Primária: quando há oferta inadequada de alimentos 2. Secundária: quando o aproveitamento inadequado dos alimentos ocorre por fatores independentes da oferta, a qual é feita de forma correta. Quanto à intensidade da DPC, podemos dividi-la em graus (Classificação de Gomez): 1º grau ou leve: déficit de peso de mais de 10% até 25% 2º grau ou moderada: déficit de peso de mais de 25% até 40% 3º grau ou grave: déficit de peso superior a 40%. A desnutrição grave pode ainda ser subdividida em tipos, de acordo com a diversidade de quadros clínicos: - Kwashiorkor – desnutrição proteica, que leva a edema e apresenta quadro de pobreza extrema - Marasmo – desnutrição seca, com depleção energética, mesmo com adequada oferta de nutrientes. - Formas intermediárias – apresentam características mistas das duas formas anteriores. Quando levamos em conta os parâmetros peso e altura em associação, de acordo com a idade, temos um perfil mais fiel do tempo de ocorrência do processo: E/I P/E >90% <90% >95% Eutrofia Desnutrição aguda (emagrecimento) <95% Desnutrição pregressa (parada de crecimento) Desnutrição Crônica Sendo E/I= estatura encontrada x 100 Estatura ideal P/E= peso encontrado x 100 Peso ideal para a estatura observada Esta classificação foi estudada por Waterlow em 1976, para tentar fundamentar mais os conceitos de desnutrição, procurando afastar as interferências constitucionais de cada indivíduo. Etiopatogenia e Fisiopatologia da Desnutrição Os fatores etiológicos mais importantes são o baixo nível sócio-ecnômico (pobreza-privação nutricional) e seus acompanhantes intrínsecos: más condições ambientais, que freqüentemente levam a infecções e hospitalização, e baixo nível educacional e cultural, que muitas vezes leva à negligência infantil. A desnutrição é manifestação de pobreza e decorre de três fatores : alimentar (déficit de nutrientes), infeccioso (diarréias e infecções respiratórias repetidas) e psicológico (falta de estimulação e de apoio afetivo). A baixa ingestão calórica condiciona uma correspondente diminuição da atividade física, sendo esta a primeira adaptação decorrente do processo de depleção. A segunda adaptação é a parada de crescimento (falta de ganho de peso e altura). A desnutrição energético-proteica (DEP) provoca uma série de respostas clínicas adaptativas. Somente mais tarde, pela persistência das condições adversas nos seus mais variados graus, a adaptação se transforma em má adaptação, pondo em evidência as manifestações clínicas decorrentes. Vários mecanismos fisiopatológicos são instalados, determinando adaptações metabólicas de variadas intensidades, desencadeados e mantidos por controles hormonais. O organismo passa a lançar mão de vários mecanismos para sobreviver: gliconeogênese, glicogenólise e lipólise, passando a ser consumidas gradativamente a musculatura esquelética (reservatório protéico) e a gordura corporal, às custas da manutenção da homeostase. Em resposta às baixas concentrações de glicose e aminoácidos, os níveis de insulina diminuem. Em contrapartida, ou por um stress infeccioso ou pela própria restrição calórico-proteica, a adrenal cortical passa a secretar quantidades aumentadas de cortisol, com conseqüente liberação de aminoácidos pelo consumo muscular, a fim de serem usados por órgãos nobres como fígado, pâncreas e intestino. Essa integridade visceral às custas desse consumo é característica do marasmo. Quando há insuficiência da adrenal e da utilização do músculo, ocorre quebra do mecanismo de adaptação, condicionando o kwashiorkor. Há elevação da secreção do hormônio de crescimento e de epinefrina, condicionando a lipólise, que libera ácidos graxos e corpos cetônicos como combustíveis para o metabolismo cerebral As anormalidades bioquímicas e manifestações clínicas começam a se intensificar e predominar no quadro clínico-laboratorial da desnutrição após a falência do processo adaptativo. Somente a partir deste estádio é que surgem as formas graves da desnutrição. O marasmo se origina das categorias moderadas da desnutrição (subnutrição) que continuaram sofrendo uma deficiência global de energia. Acomete crianças geralmente abaixo dos 12 meses. O kwashiorkor origina-se de formas leves e moderadas que sofreram deficiência de proteína com adequada ingestão de energia em qualquer idade. A forma seca pode se transformar na edematosa e vice-versa em certas condições: aumento de perdas protéicas fecais, ocorrência de doenças infecciosas. Alterações microscópicas Todas as vísceras se apresentam com déficit de peso quando comparadas com o peso dos mesmos órgãos em crianças não desnutridas da mesma idade. No pâncreas, há inicialmente atrofia das células acinosas e a seguir há degeneração hialina, os canalículos intra-lobulares se dilatam e se inicia esclerose periacinosa intra e perilobular. As ilhotas de Langerhans estão conservadas em número. Funcionalmente, há diminuição da amilase, lipase, tripsina e qimiotripsina. No fígado, pode-se observar esteatose, que consiste na infiltração gordurosa do fígado, que é tanto mais intensa quanto maior o grau de desnutrição, sendo mais freqüente e intensa no kwashiorkor do que no marasmo. Quando a desnutrição se corrige, a esteatose desaparece e as células passam a apresentar aspecto de depleção protéica temporariamente. Podem ser vistos também infiltrado celular linfocitário e fibrose. Há diminuição da síntese de sais biliares e de sua conjugação por causa dessas alterações. nt-size:10.0pt'>As glândulas salivares apresentam lesões de atrofia, mais intensas e freqüentes nas parótidas. Em estágios mais avançados, ocorre infiltrado celular, aumento do depósito de gordura e mesmo fibrose em torno dos ácinos atrofiados e freqüentemente dilatados. Há prejuízo da mastigação e deglutição. No intestino delgado, todas as camadas são atingidas por progressivo processo de atrofia e conseqüente redução das respectivas espessuras, com intensidade crescente no sentido duodeno-ileal. O relevo da mucosa intestinal desaparece por completo em algumas áreas. Há supercrescimento bacteriano levando à desconjugação de ácidos biliares, redução dos sais biliares conjugados, com prejuízo da digestão das gorduras e aumento dos ácidos biliares livres, que são lesivos à mucosa intestinal. Há redução das dissacaridases, particularmente da lactase. Na pele, a epiderme tem todas as suas camadas comprometidas. A camada córnea sofre hiperqueratose em zonas, permanecendo trechos da pele com aspecto normal; a hiperqueratose leva à posterior descamação. Os capilares mostram-se ingurgitados e cheios de leucócitos, podendo sofrer roturas e pequenas hemorragias. Na hipoderme, o tecido gorduroso em geral está ausente. No sistema imune, o componente mais comprometido é o celular. Os níveis de imunoglobulina estão normais ou aumentados, às custas de infecções repetidas. Os fatoes humorais responsáveis pela fagocitose estão diminuídos. A produção de IgA em lágrimas, secreção nasofaríngea e intestinal está diminuída. Quadro Clínico Uma vez instalada a desnutrição grave, podem ocorrer os diferentes tipos clínicos, cada um cursando com quadro clínico peculiar. Marasmo É DPC de 3º grau caracterizada por desaparecimento do tecido subcutâneo, ausência de lesões de pele, de cabelo e de esteatose hepática. O aspecto físico é de quem consumiu todas ou quase todas as suas reservas musculares e de gordura (emagrecimento “seco”). É uma criança com baixa atividade, pequena para a idade, com membros delgados, costelas proeminentes, pele solta e enrugada na região das nádegas. Comumente está irritada, com choro forte e contínuo, além do apetite variável, pois passa a apresentar anorexia e prostração. Ocorre em lactentes (1º ano) que receberam uma dieta inadequada e globalmente deficiente. As proteínas séricas (albumina), as enzimas hepáticas e os minerais são normais. Kwashiorkor É DPC de 3º grau caracterizada por edema clínico, lesões de pele e cabelo, esteatose hepática, hipoalbuminemia, tecido celular subcutâneo ainda presente, freqüentemente diarréia. O aspecto clínico inclui: - Apatia mental: a criança nunca sorri, choraminga, raramente responde a estímulos dolorosos ou prazerosos. - Posição preferencial: encolhido, coberto (frio) e na obscuridade (fotofobia) - Grande emagrecimento do tórax e segmentos proximais dos membros, com edema frio, mole, não doloroso à pressão nos seguimentos distais. - alterações de pele (lesões hipocrômicas alternadas com lesões hipercrômicas) dos membros inferiores, que podem ser secas e frias; tipo xerose – secas, ásperas e sem brilho -; lesões pelagrosas, com eritema, despigmentação das bordas e descamação; tipo queratose folicular; fissuras lineares e flexurais; acrocianose; escaras; piodermite secundária; púrpuras de mau prognóstico. - alterações de cabelos (finos, secos, quebradiços e facilmente destacáveis – alopécia). Pode aparecer o sinal da bandeira nas desnutrições muito prolongadas, quando o cabelo apresenta faixas de coloração escura e clara. - Alterações das unhas: finas, quebradiças, sem brilho e pequeno crescimento. - Mucosas: língua careca ou com hipertrofia de papilas, retração das gengivas, lábios rachados, sangrantes, lesões comissurais. - Olhos: alterações de conjuntiva, córnea com manchas, queratomalácia, úlceras, xeroftalmia, podendo levar à cegueira. - Ossos: osteoporose com linhas de parada de crescimento; idade óssea retardada. - Sistema Nervoso: retardo neuropsicomotor, atrofia cortical e/ou subcortical, timidez, retraimento, irritabilidade - Hepatomegalia pela esteatose hepática presente. - Área perineal sempre com dermatite e escoriações, devido à diarréia. - Déficit importante de estatura e massa muscular seriamente consumida, mas tecido subcutâneo e gorduroso conservados. - Baixas concentrações séricas de proteína e albumina. Kwashiorkor-Marasmático Apresenta as características clínicas dos 2 tipos de DPC. Há uma variada gama dessa forma intermediária, considerando o marasmo e o kwashiorkor como pólos extremos. Diagnóstico Para compor o diagnóstico de desnutrição, deve-se dispor dentro do raciocínio médico, dos seguintes componetes: 1) Anamnese: devem ser enfatizadas as condições sócio-econômicas do paciente, seus antecedentes alimentares, como é o apetite dessa criança e se há história de diarréia prolongada. 2) Exame Físico: devem ser analisados peso (principalmente para classificação da intensidade da desnutrição), estatura, circunferência do braço, alterações da pele, subcutâneo, cabelos, unhas, mucosas da boca, dentes, olhos, fígado. Pesquisar ainda sistema nervoso e psiquismo. 3) Alterações laboratoriais: apesar de não específicas, aparecem em graus mais avançados de desnutrição, sendo úteis o proteinograma, a eletroforese de proteínas, colesterol, glicemia, hemograma e urina tipo I. Baseados no conjunto desses dados, passa-se então a classificar o processo em leve, moderado ou grave, de acordo com o déficit de peso. Quando a desnutrição for de 3º grau, cabe ainda discriminá-la segundo seu quadro clínico mais carcterístico. Conduta terapêutica O tratamento da desnutrição pode ser feito em nível ambulatorial, quando esta ainda apresenta-se nas formas leves e moderadas. Deve ser orientada a terapêutica dietética correta, de acordo com a idade da criança, sendo incentivado o aleitamento materno exclusivo até os seis meses de idade (tentando supressão de mamadeira e a relactação sempre que possível), e desta idade em diante preconizar o uso de alimentos de bom valor, fácil acesso e baixo custo nutritivo (arroz, feijão, fubá); refeições em pequenos volumes e mais freqüentes; e adição de 5 a 8% de óleo (equivalente a uma colher de sobremesa/100g) à refeição láctea ou de sal. O acompanhamento seriado deve ser seguido à risca, para que se possa ter condições de avaliar se houve elevação satisfatória de peso, indicando retorno progressivo à curva pôndero-estatural. DPC Grave O tratamento deste grau de desnutrição se divide em três fases. A primeira é a fase de urgência e o seu objetivo é corrigir os distúrbios hidroeletrolíticos, acidobásicos e metabólicos (hipoglicemias), além de tratar as infecções associadas. Apresenta duração de três a cinco dias. A primeira preocupação é a avaliação clínica da intensidade da desidratação, uma vez que os sinais cutâneos da desnutrição podem mascarar os da desidratação: falta de gordura subcutânea para avaliar o turgor da pele, diminuição da atividade física, diurese presente, etc... sendo os únicos índices confiáveis a pressão arterial e a tensão da fontanela. Para reidratar e combater a hipovolemia, infundir soro glicosado a 5% e soro fisiológico em partes iguais ou ringer lactato a 2/3, em volume de 150 ml/kg, numa velocidade de 20ml/kg/hora, com duração de 6 a 8 horas. Para realizar a manutenção posterior, quando os sinais de choque desaparecerem, usa-se no marasmo: 100-120ml/kg/24 horas de volume 2,5-3,0mEq/kg/24 horas de sódio 3,0-5,0mEq/kg/24 horas de potássio No kwashiorkor: 80ml/kg/24 horas de volume 1,5mEq/kg/24 horas de sódio 3,0-5,0mEq/kg/24 horas de potássio 0,5-1,0mEq/kg/24 horas de magnésio Por fim, existe a fase de reposição, para suprir as perdas volume a volume: solução de soro glicosado a 5% e soro fisiológico em partes iguais. Em caso de diarréia grave (>70ml/kg/dia) dar soro fisiológico puro. Ainda na fase de urgência, deve-se controlar as infecções, que são muito freqüentes e sempre graves. O quadro clínico é atípico e empobrece o diagnóstico precoce. Exames bacteriológicos devem ser realizados sempre que possível. A antibioticoterapia deve ser escolhida criteriosamente, aplicada sempre em dose máxima e com duração controlada. Outro item importante a ser tratado nesta fase é a hipoglicemia, que caracteriza-se por palidez acinzentada e crises de apnéia, hipotermia e coma. A conduta é a infusão imediata de glicose EV hipertônica. A segunda fase consiste na dietoterapia e tem por objetivo diminuir as perdas diarréicas, adaptando-se uma dieta que seja tolerante às alterações intestinais presentes. Duração em torno de uma a duas semanas. O leite é o alimento ideal na dieta de recuperação do desnutrido, pois constitui-se uma proteína de alto valor biológico, boa digestibilidade, fácil ingestão, que apresenta também gordura e hidratos de carbono. O único problema é que a maioria das crianças com desnutrição grave e diarréia apresenta intolerância a lactose. Uma fórmula sem lactose e contendo outros hidratos de carbono é ideal neste caso. Em situações extremas de diarréia protraída, a má absorção de glicose pode ocorrer. Para suprir as necessidades calóricas, concomitantemente, deve ser instalada uma nutrição parenteral periférica. Uma dieta elementar deve ser estabelecida até que a via entérica esteja bem estabelecida. Na última fase, chamada de manutenção, deve-se fornecer dietas hipercalóricas para repor o peso da criança, promovendo adequado crescimento. Deve-se aumentar gradualmente a ingestão de energia até se alcançar 100-150cal/kg/dia. Após três semanas de tratamento, pode-se substituir o leite sem lactose pelo leite de vaca integral. Não se pode esquecer da complementação vitamínica. Uma dose única de 5000UI de vitamina A deve ser dada logo no início; também devem ser administradas vitaminas C e D; o ferro deve ser suplementado na dose de 4,5mg/kg/dia de ferro elementar, acrescentando ácido fólico 1mg/dia. Nas crianças edemaciadas é útil ainda a reposição de potássio via oral 4mEqs/kg, por 2 dias, reduzindo progressivamente nos dias seguintes. Tratamento de condições associadas Edema: geralmente não precisa cuidados especiais. Quando muito intenso, pondo a vida em risco, administrar albumina humana EV (1g/kg) e complementar com potássio. Anemia grave: papa de hemácias 10mg/kg Lesões de pele: banhos com permanganato de potássio a 1:20.000; pincelar com violeta de genciana a 2%, e em lesões extensas usar cremes com nistatina. Seqüelas da desnutrição grave Alguns autores acreditam que, em condições adequadas de recuperação nutricional, há reversibilidade total do déficit estatural. As más condições ambientais em que vivem os desnutridos primários, após a alta hospitalar, é que seriam o fator mais importante do retardo de crescimento, diminuindo a estatura final desses indivíduos. Outros afirmam, entretanto, que quando a estatura foi comprometida, não há normalização total da mesma, o que vai prejudicar especialmente as moças nas gestações e partos futuros. Quando há desnutrição intra-útero, há grande possibilidade de haver lesão grave e permanente do sistema nervoso central. As que ocorrem no período pós-natal podem ocasionar lesões permanentes de acordo com o grau da desnutrição, que são responsáveis pelo retardo de desenvolvimento neuropsicomotor. No entanto, este retardo pode ser reversível, quando a recuperação nutricional se faz em condições sócio-culturais favoráveis, com estimulação psicomotora da criança. Evolução A evolução da desnutrição está na dependência dos seguintes fatores: - Etiopatogenia: se primária, a correção da dieta bastará para que se obtenha a cura; se secundária, a evolução passa a depender da doença que a ocasionou, nem sempre de fácil controle. - Manifestações agregadas: dependem da doença primária que provocou a desnutrição, das complicações desta e principalmente das infecções intercorrentes e distúrbios hidroeletrolíticos, que agravam sobremaneira o prognóstico. - Tratamento: este deve permitir ao organismo reparar os danos já causados durante os diversos estádios patogênicos, além de ser devidamente prolongado para a recuperação. Nos casos de boa evolução, até o fim da 1ª semana, o edemaciado perde peso, para daí em diante começar a recuperação. Sob o ponto de vista psicopatológico, o desnutrido passa por 4 etapas: apatia intensa (1ª semana), receptividade passiva (2ª e 3ª semanas), receptividade ativa (3ª a 7ª semana) e recuperação franca (7ª a 12ª semana). A mortalidade global de desnutrição grave é cerca de 28 % sem predominância de sexo. São fatores indicativos de mau prognóstico: baixa idade, intensidade da desnutrição, hipoalbuminemia, leucopenia, hipotermia, púrpura e presença de distúrbio hidroeletrolítico e infecção agregados. Síndrome de Recuperação Nutricional Caracteriza-se pelo conjunto de modificações clínicas, bioquímicas e histológicas que ocorrem no decorrer de um tratamento bem sucedido do organismo desnutrido. Inicia-se mais ou menos após 20 a 40 dias do início do tratamento e regride cerca de 2 a 3 meses depois. O quadro clínico é variável e se desenvolve tanto nos portadores de marasmo (sendo mais tardia e menos intensa) quanto no kwashiorkor. Constitui-se por: - hepatomegalia: principalmente de lobo esquerdo, com palpação de fígado mole, de bordas lisas e geralmente indolor. Início na 3ª semana e pico máximo por volta da 5ª semana. - Distensão abdominal com rede venosa colateral: abdome globoso com paredes flácidas, não timpânico, semelhante ao batráquio quando a criança está em decúbito dorsal. A rede venosa é ascendente. ize:10.0pt;font-family:"Times New Roman"'>- Ascite: provavelmente por dificuldade circulatória portal, disproteinemia e fator antidiurético formado pelo fígado em sofrimento - Fácies de “lua cheia”: em casos mais intensos - Alteração de pele e fâneros: sudorese abundante, principalmente em segmento cefálico e que aumenta durante o sono; hipertricose, principalmente em fronte, região parotídea, dorso e membros inferiores, com pico em torno da 8ª semana; recuperação da coloração dos cabelos, dando ao conjunto aspecto de pêlo de rato (pontas mais claras que a parte proximal) - Teleangectasias em face - Alterações bioquímicas: hipergamaglobulinemia, eosinofilia e aumento da volemia - Alterações histológicas: esteatose hepática desaparece gradualmente, dando lugar ao quadro de depleção protéica – aumento do volume da célula e reduzido número de grânulos intracitoplasmáticos, dando a impressão de células insufladas. Curva de peso e manifestações clínicas principais da síndrome de recuperação nutriconal (segundo Ramos Galvan & cols. – Fonte: Marcondes)

5 de abr. de 2011

Embriologia


Logo após a fecundação de um gameta feminino (óvulo) por um gameta masculino (espermatozóide), forma-se o ovo ou zigoto. Tipos de ovos Os ovos dos animais possuem um material nutritivo denominado vitelo, cuja concentração e distribuição diferem conforme a espécie. Podemos classificar os ovos em isolécitos, mesolécitos, megalécitos e centrolécitos. Isolécitos ou oligolécitos são ovos que contêm pequena quantidade de vitelo uniformemente distribuído pelo citoplasma. São característicos de poríferos, equinodermos, protocordados e mamíferos (nestes são chamados de alécitos). Mesolécitos ou heterolécitos são ovos que apresentam cerca da metade do volume citoplasmático (pólo vegetativo) ocupado pelo vitelo; o núcleo situa-se no pólo oposto (pólo animal). São característicos dos platelmintos, anelídeos, moluscos, anfíbios e algumas espécies de peixes. Megalécitos ou telolécitos são ovos nos quais a quantidade de vitelo é tão grande que ocupa quase todo o citoplasma (pólo vegetativo), enquanto que o núcleo ocupa um espaço mínimo na periferia (pólo animal ou disco germinativo). São característicos de aves, répteis e algumas espécies de peixes. Centrolécitos são ovos nos quais o núcleo é central, envolvido pelo citoplasma. São característicos dos artrópodes. Clivagem ou Segmentação Após a fecundação, a célula-ovo, ovo ou zigoto recém formado inicia um processo de sucessivas divisões mitóticas, a que chamamos de clivagem ou segmentação, para formar o embrião, que passa por uma série de modificações até que se forma um organismo completamente constituído. As primeiras células que se originam das divisões mitóticas do ovo, denominam-se blastômeros. A quantidade e a distribuição do vitelo nos diferentes tipos de ovos condiciona a existência de diferentes tipos de segmentação. Total ou holoblástica: Igual – ovos isolécitos Desigual – ovos mesolécitos Parcial ou meroblástica: Discoidal – ovos megalécitos Superficial – ovos centrolécitos A clivagem é holoblástica quando o ovo se segmenta completamente. Quando os blastômeros formados são todos do mesmo tamanho é chamada de igual. Quando se originam blastômeros menores (micrômeros) e blastômeros maiores (macrômeros) é chamada de desigual . A clivagem é meroblástica quando o ovo se segmenta parcialmente. É discoidal quando ocorre somente no pólo animal ou disco germinativo. É superficial quando ocorre na região periférica do ovo. As Etapas da Segmentação Após a fecundação, o ovo começa a se dividir. As divisões prosseguem até formar-se um aglomerado maciço de células denominado mórula (64 células). Apesar do maior número de células, a mórula tem um volume quase igual ao do zigoto que a originou. Em seguida, as células da mórula vão-se posicionando na porção periférica enquanto secretam um líquido que se instala no centro, ocupando uma cavidade. O estágio embrionário nessa fase denomina-se blástula. É nesse estágio de desenvolvimento que, nos seres humanos, o ovo chega à cavidade uterina. Geralmente por volta do sexto dia após a fecundação. A seguir ocorre a gastrulação ou formação da gástrula. Um dos pólos se dobra para dentro formando duas camadas de células: o ectoderma e o endoderma. Nos espongiários e celenterados esse é o final do estágio embrionário. Nos seres mais evoluídos, a gástrula evolui para um novo estágio. Surge um terceiro folheto embrionário, o mesoderma. Nos animais vertebrados, ocorre a neurulação ou formação da nêurula, onde se formará o tubo neural e a notocorda que darão origem ao sistema nervoso central e à coluna vertebral, respectivamente. Histogênese A histogênese é o processo de formação dos tecidos. Inicialmente, no embrião, as células são todas iguais. A partir da gástrula tridérmica, com o aparecimento dos três folhetos embrionários básicos, começa a haver a diferenciação celular. Cada um dos três folhetos deve originar novas células já com certa especialização de formas e funções. Alguns grupos celulares estimulam a diferenciação de outras células, surgindo assim os tecidos que depois se agrupam para constituir os órgãos e sistemas (organogênese). Em síntese, são os seguintes os destinos dos três folhetos embrionários: Ectoderma: epiderme e seus anexos: pêlos, cabelos, unhas, cascos, cornos, etc. mucosas da boca, nariz e ânus, bem como o esmalte dos dentes. tubo neural: que vai originar o encéfalo (cérebro, cerebelo, protuberância e bulbo), a glândula epífise, a hipófise e a medula espinhal. Mesoderma: celoma ou cavidade geral. serosas como o peritônio, pleura e pericárdio. derme: um dos constituintes da pele. mesênquima: espécie de tecido conjuntivo embrionário que vai originar, por sucessivas diferenciações, os tecidos cartilaginosos, ósseos, musculares e conjuntivos definitivos; os vasos sangüíneos e linfáticos e o sangue. Endoderma: todo o tubo digestivo, exceto as mucosas oral e anal. as glândulas anexas ao sistema digestivo: fígado e pâncreas. todas as demais mucosas do organismo. notocorda, que poderá ou não ser substituída pela coluna vertebral. Os Anexos Embrionários dos Vertebrados





O embrião dos animais vertebrados possui certos anexos necessários ao seu desenvolvimento e para a sua proteção. São eles: saco vitelino, âmnio, córion, alantóide, placenta e cordão umbilical. O saco vitelino ou vesícula vitelínica é bem desenvolvido nos animais ovíparos (aves e répteis), reduzindo-se muito nos mamíferos. Contém grande quantidade de material nutritivo (vitelo). Sua função é de nutrir o embrião durante o seu desenvolvimento. O âmnio forma uma cavidade (bolsa d’água) preenchida por um líquido (líquido amniótico). Tanto o âmnio como o córion envolvem o embrião e têm como função protegê-lo contra choques mecânicos e contra a desidratação. Não são encontrados em peixes nem anfíbios. O alantóide forma-se a partir do intestino. É encontrado em répteis, aves e mamíferos, sendo extremamente desenvolvido nas aves. Tem a função de realizar as trocas gasosas e armazenar as excreções do embrião. A placenta é exclusiva dos mamíferos. Origina-se a partir do córion e do endométrio (parede interna do útero). É através dela que o embrião se nutre, respira e elimina suas excreções. Também produz hormônios e transmite ao feto anticorpos maternos. Nos mamíferos, o córion e o alantóide originam um maciço celular bem vascularizado que vai constituir o cordão umbilical, que estabelece a troca de substâncias entre a mãe e o feto. Em seu interior há duas artérias e uma veia. Não existe comunicação entre a circulação fetal e a materna. Os primeiros vertebrados a ocupar o ambiente terrestre foram os anfíbios que ainda necessitam retornar à água para a reprodução. A independência da água foi conseguida posteriormente pelos répteis através de novidades evolutivas, como as relacionadas ao ovo. Córion, Âmnio e Alantóide são as estruturas que permitiram aos primeiros vertebrados a conquista do ambiente terrestre

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