Tecnologia do Blogger.

27 de set. de 2010

Físicos querem criar geladeira baseada em partículas quânticas
Somente alguns objetos quânticos podem formar a base de uma máquina de refrigeração autossustentada
por John Matson

Modelo teórico de uma geladeira é formado apenas por duas ou três partículas quânticas
Podem chamá-lo de “pequeno congelador”. Um grupo de físicos teóricos propôs a estrutura física para o que poderá vir a ser a menor geladeira que se pode imaginar. Para obter o resfriamento cada aparelho seria formado por apenas um bit quântico, ou qubit, e seriam necessárias somente uma ou duas partículas quânticas adicionais para realizar a tarefa.

Os físicos teóricos Noah Linden e Sandu Popescu, juntamente com o aluno de pós-graduação Paul Skrzypczyk, da University of Bristol na Inglaterra, descreveram esse conceito num artigo a ser publicado no Physical Review Letters. Se puder ser implementado, o trabalho poderá ser aplicado no preparo de qubits ─ geralmente átomos simples usados em sistemas de informação quântica ─, desde que inicializados em um estado quântico conhecido.

Em princípio, o modelo é simplesmente uma versão em escala reduzida das geladeiras robustas encontradas na cozinha de praticamente todas as casas do mundo, com um motor qubit para controlar o processo de refrigeração e uma bobina qubit de troca de calor para dissipar o calor retirado do interior da geladeira (qubit a ser resfriado) para o ambiente externo.

Exatamente como no caso dos bits clássicos em dispositivos eletrônicos de uso diário, cada qubit pode ser 0 ou 1, de acordo com o nível de energia representado por cada qubit. (Graças às peculiaridades fundamentais da mecânica quântica, um qubit também pode estar num estado de superposição, existindo simultaneamente como 0 e 1.) Cada qubit requer uma certa quantidade de energia ─ conhecida como espaçamento entre os níveis de energia ─ para passar de 0 para 1. (Um conceito de geladeira ainda menor concentra o motor e a bobina em uma única partícula com três níveis de energia, conhecidos como qutrit).

Na descrição teórica do grupo de Bristol, crucialmente o espaçamento do nível de energia do qubit a ser resfriado e do qubit do motor da geladeira se juntam para criar exatamente o espaçamento do nível de energia da “bobina de troca de calor” da geladeira. Em outras palavras, para excitar (aquecer) o motor e o interior da geladeira é necessária exatamente a mesma energia que para excitar somente a bobina. Devido a essa condição, os dois estados ─ bobina ou motor e interior excitados ─ podem se alternar facilmente, tornando um cenário tão provável quanto o outro, mantendo-se todo o restante igual.

Mas o que acontece se o restante não for igual? Colocar cada um dos qubits em seu próprio ambiente térmico, cada um a uma temperatura diferente, desequilibra o sistema. “Pode ocorrer uma transição para um lado ou para outro, mas pode-se impor um viés à transição, colocando os qubits em diferentes temperaturas”, comenta Popescu. Colocar o qubit do motor num ambiente quente aumenta a probabilidade de que esse qubit permaneça no seu estado excitado. Isso aumenta a probabilidade de que todo o sistema atinja o estado com o motor e o interior da geladeira excitados, que o estado somente com a bobina excitada.

Descobertas revelam detalhes sobre o T. rex
Fósseis permitem estudos sobre crescimento ósseo, biomecânica e neurologia
por Katherine Harmon

O novo fóssil: gênero Tyrannossaurus é o mais conhecido dos dinossauros
O temível Tyrannosaurus rex foi descrito pela primeira vez por cientistas há mais de um século. Depois disso, foram descobertos outros parentes dele, que eram bem lentos na superfície, possibilitando obter mais informações importantes sobre esse desconhecido grupo.

Só no ano passado meia dúzia de novas espécies de tiranossauros foi descrita e durante a última década a diversidade conhecida deles mais do que duplicou. Esses achados ajudam a entender muitos detalhes sobre o surgimento do gênero ao longo do tempo evolutivo, incluindo T-rex, carnívoro por excelência.

“Um desses novos fósseis tem qualidades que permitiram enfoque de pesquisa em questões que não são normalmente estudadas, como crescimento ósseo, biomecânica e neurologia", disse Mark Norell, paleontólogo do Museu Americano de História Natural, em Nova York e coautor do novo estudo.

“Sabemos mais sobre os tiranossauros do que qualquer outro grupo de dinossauros e até mais do que alguns grupos de organismos vivos", disse Stephen Brusatte, pesquisador de pós-graduação do museu e coautor do estudo. E a grande quantidade de novas descobertas e ferramentas de análise avançadas tem permitido aos pesquisadores "compreender a árvore genealógica dos tiranossauros em detalhes sem precedentes”.

Um novo artigo de revisão, publicado on-line o dia 16 de setembro pela revista Science, reúne dados sobre as 20 espécies conhecidas do gênero Tyrannossaurus, algumas com cerca de um centésimo do tamanho do T. rex e outras que viveram 100 milhões de anos antes e possibilitaram os estudos sobre a evolução e a biologia do grande Tyrannosaurus rex.

"O T. rex é realmente apenas a ponta do iceberg da diversidade do tiranossauro", observou Brusatte.

Descobertas revelam detalhes sobre o T. rex
Fósseis permitem estudos sobre crescimento ósseo, biomecânica e neurologia
por Katherine Harmon

O novo fóssil: gênero Tyrannossaurus é o mais conhecido dos dinossauros
O temível Tyrannosaurus rex foi descrito pela primeira vez por cientistas há mais de um século. Depois disso, foram descobertos outros parentes dele, que eram bem lentos na superfície, possibilitando obter mais informações importantes sobre esse desconhecido grupo.

Só no ano passado meia dúzia de novas espécies de tiranossauros foi descrita e durante a última década a diversidade conhecida deles mais do que duplicou. Esses achados ajudam a entender muitos detalhes sobre o surgimento do gênero ao longo do tempo evolutivo, incluindo T-rex, carnívoro por excelência.

“Um desses novos fósseis tem qualidades que permitiram enfoque de pesquisa em questões que não são normalmente estudadas, como crescimento ósseo, biomecânica e neurologia", disse Mark Norell, paleontólogo do Museu Americano de História Natural, em Nova York e coautor do novo estudo.

“Sabemos mais sobre os tiranossauros do que qualquer outro grupo de dinossauros e até mais do que alguns grupos de organismos vivos", disse Stephen Brusatte, pesquisador de pós-graduação do museu e coautor do estudo. E a grande quantidade de novas descobertas e ferramentas de análise avançadas tem permitido aos pesquisadores "compreender a árvore genealógica dos tiranossauros em detalhes sem precedentes”.

Um novo artigo de revisão, publicado on-line o dia 16 de setembro pela revista Science, reúne dados sobre as 20 espécies conhecidas do gênero Tyrannossaurus, algumas com cerca de um centésimo do tamanho do T. rex e outras que viveram 100 milhões de anos antes e possibilitaram os estudos sobre a evolução e a biologia do grande Tyrannosaurus rex.

"O T. rex é realmente apenas a ponta do iceberg da diversidade do tiranossauro", observou Brusatte.

21 de set. de 2010

Uso de dopamina pode reverter estados vegetativos


Estudo visa determinar se a apomorfina poderia acelerar a recuperação de certos tipos de traumas cerebrais
por Jessé Emspak
iStockphoto

Irrigar cérebro comprometido com apomorfina pode reparar as conexões danificadas

Uma droga que se liga aos receptores de dopamina pode ser capaz de estimular um cérebro comprometido, permitindo que certos pacientes em estado vegetativo, ou de mínima consciência, possam se recuperar mais rápido.

Esteban Fridman do Hospital Fleni, em Buenos Aires, acredita que o cerne do problema desses pacientes resida na conecção neural. Nesses casos, os axônios estão tão danificados que dificultam o transporte de sinais químicos (neurotransmissão) de neurônio para neurônio. Os axônios são interrompidos quando sofrem pressões como impactos cranianos (quando um lutador é atingido na cabeça ou um motorista bate a cabeça em um acidente de carro).

Como possível tratamento para esses danos, Fridman centrou-se sobre a apomorfina, que se liga aos receptores de dopamina no cérebro. A dopamina é um neurotransmissor conhecido por seu papel na doença de Parkinson e faz parte do mecanismo de controle comportamental da excitação e motivação, mas também desempenha um papel em distúrbios de consciência.

Fridman supôs que a apomorfina pode agir no lugar de dopamina, irrigando um cérebro comprometido com um produto químico que possa estimulá-lo o suficiente para reparar as conexões e permitir que pacientes voltem ao estado de consciência. Ele observa que a droga não iria funcionar nos casos em que o cérebro tenha sido privado de oxigênio ou de sangue, pois os danos seriam mais profundos. Terri Schiavo, moradora da Flórida cujo caso gerou uma polêmica nacional que atingiu o pico em 2005 (quando faleceu), estava em um estado vegetativo desde 1990 causado por esse mesmo tipo de lesão.
Fridman escolheu a apomorfina porque ela atinge diretamente os receptores de dopamina no cérebro, mesmo que a capacidade do próprio corpo para fazer a neurotransmissão esteja danificada. A apomorfina também se liga a vários tipos de receptores de dopamina. Algumas outras drogas, como a levodopa (L-dopa), são convertidas em dopamina pelo organismo (em vez de agirem diretamente sobre os receptores). Por isso, esse mecanismo de conversão faz com que essas drogas sejam menos úteis. Outras drogas, como a amantadina, aumentam a produção celular de dopamina, mas se essas células forem danificadas ou se tornarem menos ativas, só poderão ser produzidas até certo momento. Algumas outras se ligam apenas aos receptores determinados de dopamina.

Em 2004, Fridman tentou usar apomorfina em um paciente que estava em um estado de consciência mínima há 104 dias. Depois que a droga foi utilizada, a mãe do paciente telefonou para Fridman para lhe dizer que seu filho tinha acordado apenas 24 horas depois do uso da droga.

Ao longo dos anos, Fridman e seu colega Ben Zion Krimchansky, do Centro de Reabilitação do Hospital Loewenstein, em Israel, testaram a droga em oito pacientes. Sete recuperaram a consciência (um deles morreu posteriormente de um problema não relacionado). Segundo Fridman, um dos efeitos positivos foi que os pacientes não regrediram após o tratamento ser interrompido. Cinco deles melhoraram e já conseguem caminhar, um já consegue até mesmo dirigir sozinho. Fridman publicou alguns desses resultados no Neurotherapeutics em 2007, e também observações sobre um dos pacientes no Brain Injury, em 2009.

Mas pelo fato de que essas observações clínicas não foram estudos duplo-cegos, em que nem os médicos nem os pacientes sabem se os resultados foram obtidos devido a algum placebo ou se realmente a droga teve efeito, Fridman atualmente está iniciando um estudo clínico formal com um total de 76 pacientes. A apomorfina será ministrada entre um e quatro meses após uma lesão cerebral traumática, e as doses serão distribuídas ao longo de várias semanas, entre períodos de 12 horas. Alguns pacientes receberão medicamentos e outros serão controle.

O estudo está sendo patrocinado pela Neurohealing Pharmaceuticals, baseada em Boston, com um financiamento inicial da FDA por meio de um fundo para “droga-órfã” (produto farmacêutico desenvolvido para alguma condição rara). A conclusão está prevista para ainda este ano, embora seja mais provável que seja concluída apenas em 2011, segundo o presidente do Neurohealing, Daniel Katzman.

A apomorfina deixou de ser utilizada no tratamento de Parkinson, pois a droga deve ser injetada, o que tornava menos prático para as pessoas com tremores. Além disso, pode causar náuseas. Mas Fridman diz que esses problemas não implicam em nada com pacientes em estado vegetativo e de mínima consciência. É também mais fácil dar-lhes doses controladas durante muitas horas.

Essa não é a única droga a ser pesquisada dessa forma. Existem alguns estudos em curso com amantadina, originalmente desenvolvida para o tratamento da gripe. No entanto, Fridman escolheu apomorfina, pois seu primeiro grupo de pacientes não responderam a amantadina, levodopa ou outros medicamentos que atuam sobre o sistema de dopamina

Radiação de celulares protege nossa memória?


Exposição a ondas impediu a doença de Alzheimer em ratos de laboratório
por Allison Bond
iStockphoto

Conclusões não foram ainda testadas em seres humanos

Depois de anos lutando contra alegações de que o uso frequente de um telefone celular causar tumores cerebrais, os representantes das indústrias de telefonia celular podem receber boas notícias. Um novo estudo sugere que a radiação desses aparelhos pode realmente ter um efeito benéfico biológico contra a doença de Alzheimer em camundongos expostos à radiação durante duas horas diárias.

Cientistas da University of South Florida realizaram os testes com ratos que geneticamente predispostos a desenvolver a doença e os problemas de memória decorrentes. Com base em pesquisas anteriores, os pesquisadores puderam supor que a radiação dos telefones aceleraria a progressão da doença, pois outros tipos de radiação causam danos com os radicais livres. A equipe usou uma antena para expor alguns ratos a ondas eletromagnéticas, equivalentes a duas horas de uso diário de celular. Para surpresa dos cientistas, os ratos que receberam as doses da radiação não sofreram perda de memória quando envelheceram ─ ao contrário dos outros tipos de radiação. Ratos expostos a ondas de telefone celular mantiveram a capacidade da juventude para percorrer um labirinto já conhecido e após um tempo em outros labirintos diferentes.

Pesquisadores acreditam que a radiação impediu o acúmulo de placas amiloides, agregados de proteínas que são encontrados em cérebros de pessoas com Alzheimer. Sugerem que esse estudo pode levar a um tratamento que bloquearia o processo da doença.

Estudos com camundongos são sempre preliminares: muitas possibilidades de tratamento que parecem ser promissoras em roedores não funcionam em seres humanos. Mas o estudo também levanta dúvidas sobre a alegação da indústria de telefonia celular de que as emissões de seus produtos são fracas demais para causar qualquer efeito biológico. Embora a relação com tumores cerebrais ainda seja questionável, o novo trabalho sugere que celulares podem de fato mexer com nossas mentes.

Sucesso alheio faz mulheres (e homens gays) quererem emagrecer

Reclamar da magreza das modelos nas passarelas e da cinturinha fina das moças nas capas de revistas (e encorajá-las a engordar) pode não ser o suficiente para evitar a influência que as imagens da mídia têm sobre os índices de bulimia e anorexia por aí. Um estudo norte-americano mostrou que, no fim das contas, ver pessoas bem-sucedidas, independentemente do quão magras elas são, acende em alguns de nós o desejo de emagrecer.

O psicólogo Norman Li, da Singapore Management University, em Cingapura, junto com quatro colegas de universidades dos EUA, mostrou fotos de modelos, acompanhadas de pequenas descrições de personalidade de cada uma (tudo fictício), a 841 voluntários na cidade de Austin, no Texas (EUA).

Em entrevistas posteriores, notaram que as mulheres heterossexuais se diziam menos felizes com os próprios corpos e mais propensas a comer menos depois de ver fotos de mulheres bem-sucedidas e competitivas – descritas no textinho como tendo um superemprego ou como “jogando para ganhar”, por exemplo. E isso apesar de as moças das fotos não serem especialmente magras e serem todas, mais ou menos, do mesmo peso.

Entre os homens heterossexuais, não houve efeito algum. Mas entre os gays, a história se repetiu: a exposição a homens competitivos e bem-sucedidos os levou a comer menos nos dias seguintes. Já entre as mulheres homossexuais, novamente, não houve qualquer efeito.

Segundo o líder do estudo, esse comportamento tem origem evolucionária. Ele sugere que, como as pessoas tendem a ganhar peso conforme envelhecem, passamos a identificar magreza com juventude e atratividade – e, consequentemente, com vantagens competitivas em geral. Mas o porquê disso não afetar os indivíduos atraídos por mulheres… ainda é um mistério.

Passarinho tem metade do cérebro macho e outra, fêmea


Estudo quer provar que cromossomos sexuais desempenham papel importante no desenvolvimento do gênero
por Laura Wright
Cortesia Academia Nacional das Ciências (EUA)

Taeniopygia guttata, o Mandarim: aparência de macho, características de fêmea

No útero, os hormônios sexuais ditam qual será o sexo do feto, se masculino ou feminino. Durante as últimas décadas, cientistas acreditavam que os órgãos sexuais – que controlam esses hormônios – são os únicos responsáveis pelas diferenças resultantes entre os cérebros de um macho e de uma fêmea. Agora, o estudo do cérebro de uma ave incomum promete contestar essa ideia. Pesquisadores descobriram que essa espécie desenvolveu duas metades sexuais geneticamente diferentes em seu cérebro, fornecendo evidências convincentes de que os cromossomos sexuais podem desempenhar um papel importante no desenvolvimento das diferenças de gênero no cérebro.

Uma equipe de cientistas liderada por Arthur Arnold, da University of California em Los Angeles, estudou um passarinho conhecido como mandarim (Taeniopygia guttata) que era ginandromorfo, o equivalente a um hermafrodita em seres humanos. Aparentemente a ave era do sexo masculino, mostrando claramente o dimorfismo sexual da espécie, pois possuía penas vermelhas ao redor dos olhos e listras em preto e branco, caracterizando-a como macho. A ave tinha tanto gônadas masculinas quanto femininas, com as masculinas atuando também no canto, além da plumagem.

A equipe examinou fatias do cérebro do animal morto com uma sonda de RNA capaz de detectar a presença de cromossomos sexuais no interior das células neurais. (Em aves, os cromossomos sexuais são conhecidos como W e Z. Machos normais têm dois cromossomos Z e as fêmeas têm um W e um Z).

Os cientistas descobriram que a metade direita do cérebro não continha quase nenhum cromossomo W, enquanto que a metade esquerda estava repleta deles e com pouquíssimos Z, indicando metades geneticamente masculinas e femininas do cérebro. "Isso me surpreendeu", diz Arnold. Os dois lados do cérebro foram expostos à mesma combinação de hormônios durante o desenvolvimento, o circuito do canto estava lado masculino do cérebro do individuo. A descoberta, publicada on-line pela Proceedings of National Academy of Sciences, fornece a evidência mais forte até agora de apoio a noção de que os cromossomos sexuais atuam em células individuais e desempenham um papel nas diferenças entre cérebros masculinos e femininos.

Esses resultados podem ajudar a determinar se o sexo genético de uma célula influencia em sua susceptibilidade à doença, explica Arnold. Certas condições afetam um sexo mais do que os outros, diz ele. "Se a genética de uma célula afeta o progresso de uma doença, pode sugerir causas ou tratamentos específicos para a doença".

Criação por humanos modificou o cérebro canino


Criação por humanos modificou o cérebro canino
Reprodução seletiva teria alterado a posição cerebral em cães com crânios curtos, diminuindo a capacidade olfativa
por Ferris Jabr
Pomakis Keith/ Wikimedia Commons

Bulbos olfativos mudam de posição em certas raças

Compare o pequeno chihuahua com o assustador dogue alemão, ou com o ágil greyhound. Muitos cientistas concordam que isso mostra a variação morfológica do cão doméstico mais do que qualquer outra espécie conhecida, graças à criação seletiva dos seres humanos. Mas as raças dos cães diferem em mais do que suas aparências. Um novo estudo sugere que as preferências humanas alteraram dramaticamente a estrutura e função do cérebro de certas raças, modificando o sentido do olfato e do comportamento.

Em um estudo publicado em PLoS ONE, o neurocientista Michael Valenzuela, da University of New South Wales na Austrália, investigou um aspecto da anatomia canina que não tem recebido muita atenção em pesquisas anteriores: a posição do cérebro dentro do crânio. Todos os cães, não importa a raça, pertencem à mesma subespécie (Canis lupus familiaris) do lobo cinzento (Canis lupus), do qual foram domesticados. Os lobos cinzentos têm crânios relativamente longos. Em contraste, os crânios de cães domésticos variam de um extremo ao outro: do pastor alemão ou um husky siberiano para um terrier ou um bulldog. Valenzuela e seus colegas queriam determinar se as diferenças artificialmente selecionadas no comprimento do crânio entre as raças dos cães também reorganizaram o cérebro canino.

Os pesquisadores usaram a ressonância magnética para mapear o cérebro de 11 cães. O grupo era constituído por um akita, um maltês, um bullterrier, um shih tzu, um galgo, um Jack Russell terrier, um pit Bull e entre outros. Uma vez que eles adquiriram as imagens cerebrais, os pesquisadores analisaram a posição global do cérebro no crânio e estimaram qual o volume relativo do bulbo olfatório – tecido neural responsável pelo processamento de aromas, que no lobo é aproximadamente 40 vezes maior que nos seres humanos em relação ao tamanho total do cérebro. Os pesquisadores também calcularam o índice cefálico (IC), dividindo a largura do crânio pelo comprimento e multiplicando por 100. Quanto maior o IC, menor o comprimento do crânio e vice-versa.

Os cães com o menor crânio, como o pit bull, akita e shih tzu , demonstraram uma reorganização cerebral significativa. Nos cães de focinho curto, os bulbos olfativos tinham mudado de posição em direção à base do crânio. Em outras palavras, os resultados implicam que, quando a reprodução seletiva por seres humanos determina as raças do cão, também transforma seus cérebros. A criação seletiva pode ter “tirado” dos cães de focinho curto seu sentido olfativo apurado.

A surpreendente inteligência dos tubarões


Evolução desses animais vem ocorrendo significativamente nos últimos anos
por John Pavlus
TOPP

Câmera de vídeo identifica tubarões brancos pelas cicatrizes em seu corpo

Durante 400 milhões de anos os tubarões evoluíram pouco e segundo alguns cientistas a evolução vem ocorrendo significativamente apenas nas últimas décadas. Em 1987, quando a famosa série do Discovery Channel “Shark Week” estreou, os pesquisadores tinham poucos meios de estudar os animais além de gaiolas subaquáticas. Quase um quarto de século depois, biólogos marinhos estudam os elasmobrânquios (subclasse de peixes cartilagíneos como tubarões e raias) com localização por satélite, análise genética e câmeras de alta definição.

A pesquisa está revelando, entre outras coisas, que os tubarões são inteligentes e curiosos com habilidades antes atribuídas a uns poucos animais, entre eles os golfinhos. "Tubarões têm boa capacidade de aprendizagem, uma das formas de se medir o nível de inteligência", avalia Samuel Gruber, biólogo marinho da University of Miami´s Rosenstiel. Ele descobriu em 1975 que os tubarões-limão podem aprender tarefas de condicionamento clássico 80 vezes mais rápido que um gato ou coelho. "Fiquei chocado ao descobrir que eles poderiam aprender tão rapidamente", confessa Gruber.

Mas a maior mudança na pesquisa com tubarões tem sido o abastecimento de dados para os esforços da conservação. O primeiro estudo em grande escala para documentar populações de tubarões no Oceano Atlântico revelou, em 2003, que os tubarões-touro e os tubarões-martelo caíram até 99% nas últimas três décadas. Os tubarões-baleia (o maior peixe do mundo, inofensivo para os seres humanos) estão particularmente em risco. Mais de 80 outras espécies estão listadas como vulneráveis ou ameaçadas na lista vermelha de espécies ameaçadas da União Internacional para Conservação da Natureza e Recursos Naturais. Já os grandes tubarões-brancos podem ser mais raros que tigres, com menos de 3.500 na natureza de acordo com dados divulgados por uma equipe de pesquisa da Stanford University no começo desse ano.

A sobrepesca, resultado da pressão do mercado asiático para a sopa de barbatana, é a principal ameaça para as populações em escala global. Consumidores dessa sopa tendem a achar que para conseguir as barbatanas os tubarões são apenas feridos e depois de algum tempo suas nadadeiras voltam a crescer.

Hawking e a evidência de Deus

O novo livro do físico inglês Stephen Hawking (The Grand Design) tem tudo para dar sequência a uma discussão sem sentido e que, por isso mesmo, tende a levar a lugar algum: a idéia de que a criação do Universo dispensa a necessidade de Deus, ou de um deus, qualquer que seja ele.

Devidamente considerada, a idéia da existência ou não de Deus, sempre intrigou os humanos e, fundamentalmente, os dividiu em dois blocos: os que acreditam e os que não acreditam Nele.

Na sociedade de massas em que vivemos neste início do século 21, no entanto, uma discussão como essa é mais aborrecida que propaganda eleitoral, com seu sonolento desfile de lugares-comuns.

Com alguma frequencia as pessoas querem saber se acreditamos em Deus.

Qual o significado de uma pergunta como esta?

O que o interlocutor imagina que seja Deus? Um velhote vestindo bata-branca, de barbas longas, sentado em um trono tendo ao lado seu indefectível cajado?

Essa é uma idéia possível de Deus?

Aparentemente sim, para boa parte das pessoas.

Evidentemente que se trata de uma imagem infantil ou infantilizada, capaz de revelar conteúdos de natureza psicanalítica, mas incapaz de trazer qualquer contribuição a uma discussão que exige, acima de tudo, refinamento intelectual.

E isso tanto para aceitar quanto negar a existência de uma divindade máxima.

Acreditar que cientistas sejam capazes de resolver questões dessa magnitude é, antes de tudo, falta de informação sobre a natureza da ciência.

A ciência existe para, fundamentalmente, diminuir o sofrimento humano. A ciência é capaz de construir um relato inteligível sobre a natureza das coisas, incluindo a origem do Universo e da nossa surpreendente presença nele.

Mas isso não tem qualquer relação com afirmar ou negar, por exemplo, a existência de Deus. Ainda que uma confusão primária neste caso induza a equívocos como dar sequência a uma conversa sem fim e sem finalidade alguma.

Cientistas, de modo geral, conhecem profundamente (até o ponto que se possa considerar profundo) seus campos específicos de pesquisa. Mas costumam ser igualmente ignorante em outros.

Não muitos homens da ciência transcenderam o conhecimento a ponto de articular considerações promissoras numa ponte capaz de conduzir a conexões com um território tão possivelmente surpreende quanto ao de divindades.

Ou o equivalente disso.

Gênios como Erwin Schrödinger (1887-1961), físico austríaco, foi um deles. Seus escritos relacionados à transcendência de um cotidiano restrito, na direção de planos mais refinados de consciência e possibilidades, são, acima de tudo, experiências de profunda satisfação intelectual.

Mas, aqui, as considerações são de natureza incomparável ao que pensa, entre outros, o biólogo inglês Richard Dawkins (no livro, Deus, um Delírio) vítima do que um psicanalista diagnosticaria como “mania de grandeza”.

A batalha a que Dawkins se entregou, no passado recente, não é outra senão a de acuar e destruir o que ele chama de “Deus”.

Assim, entre homens como Schrödinger e Dawkins, para comparar dois cientistas, há uma separação de bilhões de anos luz.

A exploração da pretensa existência de Deus (seja lá o que isso signifique nos mais diferentes contextos considerados) produziu e continua produzindo, torturas, guerras e destruição ceifando vidas de homens, mulheres, velhos e crianças ao longo de milênios de história.

E a descarada exploração da fé por farsantes que deveriam ser processados com base em leis que caracterizam o estelionato, torna tudo isso pior a cada dia.

A TV está repleta de bispos, pastores e outros impostores de todos os credos baseados numa pretensa e razoável concepção de liberdade religiosa.

Mas fundamentalismo científico não é nem um pouco melhor que tudo isso.

O que dá consistência a uma das frases de efeito de G. K. Chesterton (1874-1934), escritor e poeta inglês para quem, “quando deixamos de acreditar em Deus, passamos a acreditar em qualquer besteira”.

Claro que isso não significa tentar provar o que quer que seja.

Esta é apenas uma frase inteligente.

Conteúdo que sempre falta neste tipo de discussão.

Sequenciado o genoma do cacau


A versão pública do genoma está 92% concluída e já identificou cerca de 35 mil genes
por Katherine Harmon
Wikimedia Commons

Cacau: um dos dez maiores cultivos do mundo

Os fabricantes do M&Ms decodificaram uma receita para alguns dos seus produtos mais populares: o genoma da árvore do cacau (Theobroma cacao).

A sequência, publicada on-line no dia 15 de setembro e disponível gratuitamente para o público, foi montada pela Mars Inc. em parceria com o Departamento de Agricultura dos EUA.

A árvore de cacau (cujas sementes são usadas para fazer o chocolate) se une a outras culturas amplamente consumidas, como milho, trigo e arroz, que já tiveram seu genoma sequenciado. Muitos países produtores de cacau são relativamente pobres e não dispõem dos recursos necessários para o estudo genético avançado. A cultura está entre as 10 colheitas mais negociadas no mundo. A planta do cacau é cultivada em cerca de 17 milhões de hectares em todo o globo e o maior produtor, a Costa do Marfim, exportou cerca de 1,3 milhão de toneladas de sementes de cacau em 2005.

Os pesquisadores estão refinando os dados antes de submetê-los à revisão por colegas. Mas a versão on-line é "plenamente funcional", segundo Howard-Yana Shapiro, botânico da Mars e professor-adjunto na University of California. A versão pública do genoma está 92% concluída e já identificou cerca de 35 mil genes, segundo pesquisadores que trabalham no projeto.

Os cientistas admitem que o mapeamento do genoma do cacau realizado pela Mars "era de nosso interesse", diz Juan Carlos Motamayor, pesquisador e geneticista. Mas, observa ele, os dados também poderiam ajudar a impulsionar a subsistência dos trabalhadores que cultivam cacau e do processo, muitos dos quais vivem na pobreza e trabalham em pequenas propriedades.

Os criadores de cacau poderão começar a utilizar os dados da sequência para selecionar características, como produtividade e resistência, bem como melhorar defesas das plantas contra pragas, dizem os pesquisadores. Os cacaueiros levam vários anos para amadurecer e podem produzir os frutos por décadas. Com esperança de que a nova informação irá eventualmente ajudar os produtores a dobrar ou triplicar seus rendimentos, o genoma pode percorrer um longo caminho para a criação de "um modelo econômico que seja sustentável", observa Shapiro.

Mais resistentes, as culturas com melhor produção também poderiam “adoçar” os preços dos chocolates.

Por que não vivemos para sempre?


Ao envelhecer, as células começam a nos trair. Desvendando os segredos do envelhecimento, cientistas podem tornar a vida mais longa e saudável
por Thomas Kirkwood
SE VOCÊ PUDESSE PLANEJAR como sua vida terminará – suas últimas semanas, dias, horas e minutos –, o que escolheria? Iria, por exemplo, fi car em boa forma até o último momento, para então ir rapidamente? Muitas pessoas dizem que escolheriam essa opção, mas vejo um detalhe importante. Se você se sente bem em um momento, a última coisa que deseja é cair morto na sequência. E para sua família e seus amigos, que sofreriam a perda, sua morte seria um golpe cruel. Mas lidar com uma doença terminal longa e arrastada também não é muito bom, assim como o pesadelo de perder um ente querido na escuridão da demência.

Preferimos evitar pensar sobre o fi m da vida. Mesmo assim, é saudável fazer essas perguntas, ao menos de vez em quando, e defi nir corretamente os objetivos da política e pesquisa médicas. Também é importante perguntar até onde a ciência pode ajudar os esforços para enganar a morte.

Costuma-se dizer que nossos ancestrais lidavam melhor com a morte, ao menos porque a viam com muito mais frequência. Há 100 anos, a expectativa de vida no Ocidente era 25 anos mais curta que hoje, resultado de muitas crianças e jovens adultos morrerem prematuramente por várias causas. Um quarto das crianças morria de infecções antes do quinto aniversário; mulheres jovens sucumbiam às complicações do parto; e mesmo um jovem jardineiro, ferindo a mão em um espinho, poderia ser vítima de envenenamento.

Durante o último século, o saneamento e a medicina reduziram as taxas de mortalidade nos primeiros anos da vida tão drasticamente que a maior parte das pessoas está morrendo muito mais tarde, e a população como um todo é mais velha que antes. A expectativa de vida está aumentando em todo o mundo. Nos países mais ricos, cresce cinco horas ou mais por dia e, em muitos países em desenvolvimento que estão se livrando do atraso, aumenta ainda mais. A principal causa de morte hoje é o processo de envelhecimento e os vários desastres que ele provoca: o câncer, que leva as células a proliferar fora de controle, ou a doença de Alzheimer, no polo oposto, pela morte prematura dos neurônios.

Até a década de 90, demógrafos previam com confi ança que a tendência histórica de aumento da expectativa de vida logo cessaria. Muitos pesquisadores acreditavam que o envelhecimento era prefi xado – um processo programado em nossa biologia que resultava em um momento predeterminado para morrer.

17 de set. de 2010

Drogas psicodélicas para pacientes terminais?

or David Biello
iStockphoto.com © / Laurie Knight

Pode o princípio ativo dos "cogumelos mágicos" ajudar pessoas com câncer em estado terminal a enfrentar seu destino? Essa foi a pergunta de pesquisadores, que publicaram os resultados em 6 de setembro no Archives of General Psychiatry.

Nossa sociedade gasta tanto esforço evitando a morte que pode ser quase impossível lidar com essa realidade. Para tentar solucionar o problema, o psiquiatra Charles Grob, da UCLA, acompanhou 12 pacientes com câncer, dos quais 11 eram mulheres, entre junho de 2004 e maio de 2008. Todos sofriam de câncer fatal, de tipos que iam de mama a mieloma múltiplo, assim como transtornos de estresse agudo e de ansiedade generalizada por causa da proximidade da morte. Todos concordaram em tomar uma dose moderada (0,2 miligramas por quilo de peso corporal) de psilocibina para constatar se drogas psicodélicas poderiam oferecer algum alívio do medo da morte e da doença.

A decisão incomum do pacientes de aceitar essa terapia deve-se – segundo os autores – à morte iminente. Os pacientes foram levados ao hospital, conectados a um monitor cardíaco em uma sala decorada com cortinas de tecido e flores frescas. Alto-falantes tocavam músicas de sua escolha. Às 10 horas, no dia do tratamento, cada um dos 12 pacientes do estudo tomou a dose adequada de psilocibina por pílula. Os pesquisadores mediram então o funcionamento de vários órgãos vitais, até após a experiência psicodélica acabar, que durou cerca de seis horas.

Apesar de a frequência cardíaca e a pressão arterial subirem por causa da substância, nenhum paciente relatou uma "viagem ruim" e vários constataram redução "significativa" da ansiedade.

Os pacientes geralmente relataram que a substância ajudou-os a examinar as suas vidas e determinar "como dar uma resposta à expectativa de vida limitada". Infelizmente, a partir de publicação da pesquisa, 10 dos 12 indivíduos morreram. Mas ela sugere que o uso de drogas psicodélicas como a psilocibina pode ajudar a aliviar a ansiedade e o desespero existencial para os quais a medicina moderna, em grande parte, não encontrou outra maneira de tratar.

Menor cavalo-marinho do mundo está ameaçado de extinção


O vazamento de petróleo em um poço da BP ocorrido este ano no Golfo do México pode levar o menor cavalo-marinho do mundo à extinção, alerta a Sociedade Zoológica de Londres e a organização de conservação marinha chamada Project Seahorse.

O cavalo-marinho (Hippocampus zosterae), de no máximo 2,5 cm, pode ser encontrado apenas nas águas do oceano da costa do golfo. "Todas as populações de cavalo-marinho da região estão ou serão afetadas, mas o cavalo-marinho-anão tem o maior risco de extinção, pois grande parte do seu hábitat tem sido devastado pelo desastre", conta Amanda Vincent diretora do Project Seahorse.

De acordo com o Project Seahorse, o cavalo-marinho-anão é particularmente vulnerável, devido ao seu pequeno tamanho, hábitat limitado, dificuldade para migrar grandes distâncias e baixa taxa de natalidade.

Esses peixes ficam com seus companheiros durante a vida inteira, por isso mesmo a perda de um pai é duplamente perigosa para a saúde das espécies no longo prazo reprodutivo. E o derrame de petróleo em águas profundas ocorreu durante o tempo reprodutivo desses cavalos-marinhos.

Outro problema é que o cavalo-marinho-anão, ao contrário de outros, muitas vezes vive perto da superfície do oceano em tapetes flutuantes de algas marinhas. Além de o petróleo ter acumulado nesses tapetes, a BP queimou muitos deles para impedir que o óleo chegasse as praias. De acordo com o Project Seahorse, "a queima das esteiras já matou muitos animais marinhos, enquanto privam outros de seu hábitat e os expõe à toxicidade. A ‘grama’ do mar é vital para a saúde em longo prazo dos ecossistemas costeiros, abrigando animais marinhos como um viveiro de peixes, melhorando a qualidade da água”.

Os cavalos-marinhos-anões, também conhecidos como "duendes", são aquisições caras para os aquaristas. Um site os vende por US$ 75 cada e avisa aos clientes que são "muito delicados" e "só para especialistas."

13 de set. de 2010

Vermes marinhos compartilham gene cerebral com humanos

Algumas estruturas cerebrais de anelídeos marinhos se desenvolveram a partir de um ancestral comum
por Katherine Harmon
Cortesia do EMBL / R. Tomer
Imagem do cérebro do verme com da expressão do gene mapeado
Vermes marinhos podem parecer criaturas de raciocínio lento. O mapeamento genético dessas criaturas, porém, mostra que podemos compartilhar um gene cerebral com eles.

A cognição humana é amplamente enraizada no córtex cerebral, parte do cérebro que permite a consciência, linguagem e outras funções de nível superior. Partilhamos fundamentos básicos evolutivos de nosso grande cérebro com outros vertebrados que possuem uma estrutura conhecida como pálio.

A equipe examinou padrões de expressão genética no cérebro desses vermes nos primeiros dias do desenvolvimento larval, usando uma nova técnica chamada de “Perfis de registro de imagens” (PrImR).

"Comparando as impressões digitais moleculares dos órgãos desses poliquetas, ficou claro que são muito semelhantes aos nossos", Detlev Arendt, da Unidade de Biologia do Desenvolvimento no Laboratório de Biologia Molecular em Heidelberg e co-autor do novo estudo.

Baseados na comparação “gene-por-gene”, os pesquisadores descobriram que algumas estruturas cerebrais dos vermes se desenvolveram a partir de um ancestral comum nosso. A sobreposição de fatores de transcrição compartilhada também apoiam a conclusão de que essas estruturas "devem compartilhar um precursor evolutivo comum", conclui Arendt.

Embora esses vermes não sejam nenhum Einstein, o ancestral comum provavelmente foi capaz de usar sua estrutura cerebral basal para integrar a maioria dos sinais sensoriais, provavelmente para encontrar comida.

Total de visualizações de página

 
Desenvolvido por Othon Fagundes