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24 de jan. de 2012

Ateus são vistos como menos confiáveis

As pessoas tendem a achar que quem é religioso se comporta melhor, por acreditar que está sendo observado por Deus
por Daisy Grewal


Nos Estados Unidos, os ateus são um dos grupos menos queridos: apenas 45% dos americanos dizem que votariam em um candidato à presidência que se declarasse ateu. Além disso, a falta de crenças religiosas faz com que essas pessoas não sejam consideradas, geralmente, um genro ou uma nora em potencial.

Will Gervais, da University of British Columbia , publicou recentemente estudos que analisam por que os ateus são tão mal-vistos. De acordo com essas pesquisas, o motivo, essencialmente, é confiança. Durante os experimentos, Gervais e seus colegas apresentaram a voluntários uma história sobre um motorista que, acidentalmente, bate em um carro estacionado e não deixa informações para que o outro motorista possa acionar o seguro. Em seguida, os participantes foram convidados a escolher a probabilidade de que o personagem em questão fosse cristão, muçulmano, estuprador ou ateu. Os voluntários julgaram igualmente provável que o culpado fosse ateu ou estuprador e improvável que fosse muçulmano ou cristão.

Em um estudo distinto, Gervais examinou como o ateísmo influencia na contratação de funcionários. Durante a pesquisa, alguns voluntários precisavam “empregar” dois funcionários, um ateu e um religioso, em duas vagas distintas: uma para um cargo que exigia alto grau de confiança e outra baixo. Para o posto de alta confiança, em uma creche, os participantes se revelaram mais propensas a preferir o candidato religioso. Para a vaga de garçonete, no entanto, os ateus se saíram muito melhor.

Não foram apenas os voluntários extremamente religiosos que expressaram desconfiança em relação aos ateus. Pessoas que declararam não ter afiliação religiosa manifestaram opiniões semelhantes. Gervais e seus colegas descobriram que ateus não costumam confiar em quem também não tem crenças religiosas por julgar que as pessoas se comportam melhor quando acreditam que Deus as está observando. Essa convicção pode conter alguma verdade: Gervais e seu colega Ara perceberam que lembrar as pessoas sobre a presença de Deus tem o mesmo efeito que dizer que elas estão sendo observadas por alguém. Isso intensifica sentimentos de autoconsciência e as leva a se comportarem de maneiras socialmente mais aceitáveis.

O que se passa na mente de um campeão

Cientistas cognitivos observam jogadores de StarCraft 2 para saber como os seres humanos desempenham tarefas múltiplas
por Sandra Upson
Alamy
Se há uma regra geral sobre as limitações da mente humana, é que somos terríveis em tarefas múltiplas. Quando nos dedicamos a uma única função, o cérebro se destaca; quando vários objetivos dividem o foco, os erros tornam-se inevitáveis.


Ainda assim, exceções óbvias desafiam a regra geral. Durante décadas o xadrez tem mantido a posição elevada de “Drosophila da ciência cognitiva”, o organismo modelo que os cientistas poderiam investigar para saber o que faz os especialistas serem melhores que o resto de nós. StarCraft 2, um dos jogos de computador mais populares do mundo, porém, pode estar desbancando o xadrez: sua incrível complexidade talvez confunda os pesquisadores inicialmente, mas as respostas podem acabar sendo mais reveladoras. Nesse jogo de estratégia em tempo real, os jogadores exercem um papel de controle sobre um grupo de criaturas, levando-as a desenvolver sua economia e preparando-as para um pequeno conflito com uma sociedade vizinha. O vencedor, em geral, é a pessoa que faz mais movimentos, até seis ações por segundo.


Para os cientistas, o apelo encontra-se nos dados que cada jogo gera. Quando dois jogadores se enfrentam, cada computador produz um registro das ações empreendidas. Esses registros refletem o que um jogador estava pensando a cada fase. “Não consigo pensar em um processo cognitivo que não esteja envolvido em StarCraft”, explica Mark Blair, cientista cognitivo na Simon Fraser University. “É a memória em operação. É a tomada de decisão. Trata-se de habilidades motoras precisas. Tudo é importante e tudo precisa funcionar em conjunto”. Milhares desses jogadores agora contribuem para um projeto aos cuidados de Blair, chamado SkillCraft, para saber o que separa os novatos dos especialistas quando se trata de atenção, de multitarefa e de aprendizagem. Ao comparar as técnicas e os atributos de jogadores principiantes com os de outros “profissionais”, os pesquisadores podem começar a discernir como as aptidões se desenvolvem e, talvez, em longo prazo, identificar o regime de treinamento mais eficiente. Blair vê paralelos entre o jogo e sistemas de gestão de emergência. Numa situação de crise de muito estresse, os encarregados por coordenar uma resposta podem se encontrar diante de demandas concorrentes: alarmes de incêndio, um motim, contaminação da água potável. A tarefa mental de se manter calmos e distribuir a atenção entre as atividades igualmente urgentes pode se assemelhar ao principal desafio de StarCraft 2.

Restabelecimento do Bem-Estar Social

Para melhorar a saúde é preciso melhorar a educação, ter mais acesso a alimentos nutritivos e mais oportunidades econômicas

por Deborah Franklin


Como prefeito da cidade de Kansas, Joe Reardon orgulha-se, e com razão, do Centro Médico da University of Kansas, que formou várias gerações de médicos e enfermeiros por mais de 100 anos. De acordo com uma avaliação popular de instituições de saúde, finalmente o centro médico vem sendo considerado o melhor centro hospitalar e de tratamento do estado do Kansas. Por isso, quando o prefeito Reardon – que dirige a administração da cidade e do município de Wyandotte, onde está sediado – se inteirou de que Wyandotte ocupava o último lugar entre os municípios do estado de acordo com uma análise rigorosa de medidas de saúde realizada em 2009, ficou chocado. “Temos acesso a uma assistência médica excelente, num estado onde alguns municípios praticamente não dispõem de nenhuma dessas unidades”, destaca o prefeito. “E ficamos em último lugar numa lista de 105 municípios?” Sua primeira reação foi: “como isso é possível?”.

Ele descobriu a resposta quando analisou as estatísticas que deram origem à reclamação. A proximidade de bons hospitais e médicos de primeira linha é somente um dos fatores – nem sempre o mais importante – que determinam a expectativa de vida da população e sua vulnerabilidade a doenças graves. Evidências coleta coletadas por especialistas em saúde pública ao longo das últimas décadas mostraram que razões menos óbvias, incluindo alimentação e exercícios adequados, níveis mais altos de escolaridade, bons empregos, maior segurança nos subúrbios e apoio constante das famílias e amigos, produziam uma melhoria considerável, mas nem sempre valorizada, na saúde e bem-estar da população. Estudos demonstram que um caso adverso que apareça em qualquer dessas áreas pode comprometer a saúde das pessoas, como indivíduos ou como comunidades – mesmo com acesso a assistência médica de qualidade.

A meta do projeto de Avaliação da Saúde do Município – que resultou na baixa avaliação da saúde em Wyandotte, mas em grandes elogios pelo seu comprometimento em promover mudanças – foi trazer à tona esses fatores subliminares da saúde e assim ajudar políticos, líderes civis e grupos comunitários a realizar ações concretas que possam melhorar a saúde da população local. A iniciativa partiu da University of Wisconsin, em Madison, que avaliou apenas esse estado em 2003. Um projeto similar foi implantado no Kansas em 2009, e em 2010 a Fundação Robert Wood Johnson, em Princeton, Nova Jersey, forneceu a verba necessária para que a University of Wisconsin pudesse ampliar as investigações e comparar municípios entre estados de toda a federação.

Entre os maiores problemas identificados na Prefeitura de Wyandotte, por exemplo, estavam o número muito acima da média de fumantes e obesos, número abaixo da média de alunos matriculados em universidades, porcentagem assustadora de bebês nascidos com desnutrição e uma relativa escassez de frutas e verduras frescas em mercados em comparação com o resto do estado. O prefeito Reardon acredita que essas medidas já transformaram sua abordagem das prioridades orçamentárias. As mudanças incluem destinar verbas para incluir programas de acompanhamento escolar de alunos do ensino médio, novos parques e calçadões e abertura de mais e melhores supermercados e jardins comunitários em bairros mais pobres. E esse é só o começo, garante o prefeito. “A medida do sucesso da nossa cidade não se baseia apenas no número de empregos criados, mas também na saúde dos cidadãos.”

Estudo liga exercícios físicos regulares a salários maiores

As pessoas que praticam exercícios regulares ganham salários entre 6% e 9% maiores do que aqueles que não praticam exercícios, segundo uma pesquisa recém-publicada.
O autor do estudo, o economista Vasilios Kosteas, da Universidade Estadual de Cleveland, em Ohio, nos Estados Unidos, analisou questionários de 12 mil pessoas com perguntas sobre salários e sobre a quantidade de exercícios que elas praticavam.Mulher se exercita em academia
Mesmo para aqueles que se exercitavam com menos frequencia, entre uma e três vezes ao mês, a pesquisa indicou uma diferença de 5% na média dos salários.

Produtividade e bem-estar

O estudo, publicado na revista científica Journal of Labor Research, avalia que os exercícios regulares podem ter um impacto sobre a produtividade e o bem-estar do empregado.
“É amplamente sabido que o exercício regular tem um impacto positivo no bem-estar. Além dos impactos positivos sobre a saúde cardíaca, sobre o peso e uma variedade de outras questões médicas, estudos na literatura médica mostram que os exercícios levam a uma melhor função mental, condição psicológica e maior nível de energia”, observa Kosteas no estudo.
“Todos esses três traços podem ser traduzidos em maiores ganhos ao aumentar a produtividade. Além do efeito direto, o exercício pode ter um impacto sobre o mercado de trabalho ao servir de sinal a potenciais empregadores de que o indivíduo é dedicado e disciplinado”, complementa.
Em sua conclusão, o economista comenta que muitos estudos já foram feitos sobre as causas e efeitos econômicos da obesidade ou da prática de exercícios, mas pouco se estudou os efeitos dos exercícios sobre o mercado de trabalho.
“Estabelecer se essa ligação existe é uma parte importante na compreensão dos efeitos mais amplos da atividade física regular”, conclui.
BBC

Pesquisa abre caminho para produção industrial de vasos sanguíneos

Músculo liso (Foto: Wikimedia Commons)
Pesquisadores da Universidade de Cambridge, na Grã-Bretanha, construíram em laboratório os três tipos principais de células que formam os vasos sanguíneos, abrindo caminho para a produção industrial deste tipo de estrutura.
A fabricação de vasos pode ser uma alternativa menos arriscada do que alguns procedimentos cirúrgicos envolvendo o sistema circulatório, como as pontes de safena.
Os resultados fazem parte de um estudo divulgado nesta segunda-feira na revista científica Nature Biology.
"Esta pesquisa representa um importante passo para a geração do tipo correto de músculo liso para a construção de novos vasos sanguíneos", afirma o cientista que liderou o estudo, Sanjay Sinha.
Os músculos lisos são localizados nas paredes de órgãos ocos, como os vasos sanguíneos.
"Entre outros pacientes que podem se beneficiar destes novos vasos sanguíneos, estão aqueles com insuficiência renal que necessitem de enxertos vasculares para a diálise", disse o cientista.

Pureza

Na pesquisa, os cientistas usaram tanto células-tronco embrionárias quanto outras retiradas de amostras da pele de pacientes, capazes de formar qualquer tipo de célula presente no corpo humano.
Com elas, foi encontrado um meio para criar músculos lisos vasculares de alto grau de pureza.
Os cientistas concluíram ainda que as origens distintas destes músculos lisos - que se originam de tecidos distintos ainda nos primeiros estágios do embrião - podem levar a doenças vasculares comuns, como aneurismas da artéria aorta e arteriosclerose.
"Podemos começar a entender como a origem dos músculos lisos afetam o desenvolvimento de doenças vasculares, e por que algumas partes do sistema circulatório são protegidas de doenças", disse Sinha.
BBC

Internet tem efeito similar ao de drogas ou álcool no cérebro, diz pesquisa

Viciados em internet têm alterações similares no cérebro àqueles que usam drogas e álcool em excesso, de acordo com uma pesquisa chinesa.
Cientistas estudaram os cérebros de 17 jovens viciados em internet e descobriram diferenças na massa branca - parte do cérebro que contém fibras nervosas - dos viciados na rede em comparação a pessoas não-viciadas.
A análise de exames de ressonância magnética revelou alterações nas partes do cérebro relacionadas a emoções, tomada de decisão e autocontrole.
"Os resultados também indicam que o vício em internet pode partilhar mecanismos psicológicos e neurológicos com outros tipos de vício e distúrbios de controle de impulso", disse o líder do estudo Hao Lei, da Academia de Ciências da China.

Computadores

A pesquisa analisou o cérebro de 35 homens e mulheres entre 14 e 21 anos. Entre eles, 17 foram classificados como tendo Desordem de Dependência da Internet, após responder perguntas como "Você fez repetidas tentativas mal-sucedidas de controlar, diminuir ou suspender o uso da internet?"
Os resultados então descritos na publicação científica Plos One, que poderiam levar a novos tratamentos para vícios, foram similares aos encontrados em estudos com viciados em jogos eletrônicos.
"Pela primeira vez, dois estudos mostram mudanças nas conexões neurais entre áreas do cérebro, assim como mudanças na função cerebral, de pessoas que usam a internet ou jogos eletrônicos com frequência", disse Gunter Schumann, do Instituto de Psiquiatria do King's College, em Londres.
O estudo chinês também foi classificado de "revolucionário" pela professora de psiquiatria do Imperial College London Henrietta Bowden-Jones.
"Finalmente ouvimos o que os médicos já suspeitavam havia algum tempo, que anormalidade na massa branca no córtex orbitofrontal e outras áreas importantes do cérebro está presente não apenas em vícios nas quais substâncias estão envolvidas, mas também nos comportamentais, como a dependência de internet."

Grã-Bretanha debate fertilização envolvendo DNA de três pessoas

O governo britânico decidiu promover uma consulta pública a respeito de uma polêmica técnica de fertilização, que envolve material genético de três pessoas e cujo objetivo é prevenir que doenças sejam transmitidas de mãe para filho.
A técnica substitui material genético defeituoso no óvulo para eliminar doenças raras presentes na mitocôndria (componente celular que tem a presença de material genético), como síndromes que podem causar a morte prematura de crianças.
Só depois da consulta pública sobre a "fertilização in vitro de três pessoas" - com o material de fertilização de duas mulheres e um homem -, o governo da Grã-Bretanha decidirá se o método, atualmente usado apenas em pesquisas, poderá sr aplicado em pacientes.
Um centro de pesquisa da Universidade Newcastle também investigará se a técnica é segura.

Defeitos hereditários

A mitocôndria pode ser encontrada em quase todas as células humanas, provendo a energia que essas células precisam para funcionar.
Como os núcleos da célula, a mitocôndria contém DNA, ainda que em pequenas quantidades.
Em média, um em cada 5 mil bebês nasce com problemas hereditários em seu DNA mitocondrial, cujos efeitos podem ser graves ou até mesmo fatais, dependendo de quais células são afetadas por eles.
Cientistas acreditam ter encontrado uma forma de substituir a mitocôndria defeituosa e, assim, eventualmente prevenir o feto de desenvolver uma doença.
A técnica consiste no uso de dois óvulos - um da mãe do feto, e outro de uma doadora. O núcleo do óvulo doado é então removido e substituído pelo núcleo do óvulo da mãe.
O embrião resultante tem, dessa forma, uma mitocôndria em tese saudável e ativa vinda da doadora.
O procedimento pode ser comparado a uma troca de bateria. Não tem, portanto, impacto no DNA do feto nem na determinação de fatores como a aparência da criança.

'Manipulação genética'

No entanto, ainda que o procedimento conte apenas com uma limitada contribuição genética da terceira pessoa - a doadora -, a técnica é criticada por alguns grupos, que defendem que tais manipulações genéticas trazem riscos.
Atualmente, seria necessária uma mudança legal na Grã-Bretanha para que o procedimento possa ser oferecido a pacientes.
Ao anunciar a consulta pública, o ministro britânico para Universidades e Ciência, David Willetts, disse que "cientistas fizeram uma descoberta importante e potencialmente salvadora de vidas ao conseguir prevenir doenças mitocondriais". Mas ele faz a ressalva de que, "com todos os avanços da ciência moderna, é vital que escutemos a opinião do público antes de considerar qualquer mudança".
A consulta deve durar até o final deste ano.
A ONG Wellcome Trust, que vai financiar as pesquisas da Universidade Newcastle, defende que a técnica em discussão pode ser útil na prevenção de doenças incuráveis.
"Saudamos a oportunidade de discutir com o público o porquê de acharmos que esse procedimento é essencial para darmos às famílias afetadas (por doenças mitocondriais) a chance de ter filhos saudáveis", afirmou.
Segundo Douf Turnbull, professor da Newcastle, a universidade recebe anualmente "centenas de pacientes cujas vidas são seriamente afetadas" por essas doenças.

Adolescente com doença rara não come nada há 18 anos

Cientistas em Londres estão investigando o caso de um menino que tem uma doença rara que faz com que ele não consiga comer.
O jovem Muhammad Miah, de 18 anos, não consegue nem mesmo beber água da torneira.
"A água precisa ser fervida ou mineral, caso contrário meu estômago não aprova. Meu estômago é muito sensível", diz ele.
Desde a infância, ele é obrigado a se alimentar de forma artificial. Durante o dia, ele toma um líquido acrescido de proteínas, carboidratos, gordura, água, minerais e vitaminas.
À noite, um aparelho especial bombeia nutrientes diretamente em seu estômago através de um tubo especial.
Antigamente, ele era alimentado usando métodos intravenosos, com os nutrientes entrando direto na corrente sanguínea, sem passar pelos processos normais de digestão.
Um episódio, no entanto, marcou Muhammad.
"Meu estômago parou de funcionar totalmente. Eu não conseguia nem mesmo ser alimentado por nutrientes líquidos ou água. Isso durou por vários meses", afirma o jovem.

Doença rara

Muhammad sofre de uma condição rara chamada pseudo-obstrução intestinal, que afeta apenas entre 12 e 15 crianças em toda a Grã-Bretanha. O intestino perde toda a capacidade de fazer a comida passar pelo aparelho digestivo.
Os médicos no hospital Great Ormond Street, em Londres, onde Muhammad está sendo tratado, acreditam que no caso do jovem a doença foi provocada por uma falha nos nervos do músculo do intestino.
Muhammad ainda consegue ver o lado positivo na sua doença.
"Às vezes eu acho que sou mais saudável do que as outras pessoas. Quando você pensa em todos os tipos de porcarias que as pessoas estão comendo... pelo menos eu não vou engordar."
Ele conta também que nunca chega a sentir fome.
"Minhas refeições são tão bem cronometradas agora, que eu sinto fome de verdade, para ser sincero. E quando eu estou passando muito mal, eu não sinto fome. É algo normal para mim."
Apesar da atitude positiva, ele enfrenta muitos problemas no seu cotidiano. Muhammad está estudando para entrar na universidade. Devido à sua doença, há dias em que ele fica tão sem energia que mal consegue sair da cama.
O especialista em pediatria e problemas intestinais Nikhil Tharpar, do Instituto de Saúde Infantil da University College London, afirma que há urgência na medicina em se compreender melhor como o estômago funciona.
"Nós só conseguimos controlar os sintomas no momento. O tratamento é só permitir que pacientes como Muhammad sobrevivam. Nós não vamos oferecer nenhuma cura", diz o médico.
"Mas nós queremos entender como esses defeitos de nascença surgem, e fazer um pouco de pesquisa com células-tronco para desenvolver alguns dos nervos que não existem [no paciente]."
Tharpar diz que crianças com pseudo-obstrução intestinal levam o defeito consigo a vida toda.
"Essas crianças são muito corajosas, apesar de tudo. Ela vivem com uma péssima qualidade de vida, estão sempre entrando e saindo do hospital todas as semanas e sofrem de constipação crônica. Elas vivem no limite", afirma o médico.
BBC

10 de jan. de 2012

Pesquisadores conseguem produzir esperma em laboratório

Pesquisadores na Alemanha e em Israel conseguiram produzir sêmem de rato em laboratório, abrindo o caminho para a produção artificial de esperma humano, o que pode revolucionar os tratamentos de fertilidade.
O estudo, publicado na revista Nature, detalha o cultivo de células germinativas, que dão origem aos espermatozóides masculinos e aos óvulos femininos.
As células foram colocadas em uma substância gelatinosa, similar à encontrada nos testículos.
A substância gelatinosa, chamada Soft Agar Culture System, já era usada em outras pesquisas envolvendo reprodução celular.
O professor Mahmoud Huleihel, da Universidade Ben-Gurion, da cidade israelense de Negev, celebrou a descoberta.
"O estudo deve abrir novas estratégias terapêuticas para homens inférteis que não conseguem produzir esperma ou pré-adolescentes com câncer, que correm o risco de ficarem inférteis por causa do agressivo tratamento com quimio e radioterapia", diz.
'Morfologia normal'
O estudo foi feito em parceria com o professor Eitan Lunenfeld, da Universidade de Soroka, em Beer-Sheva, Israel, e o professor Stefan Schlatt, da Universidade de Münster, na Alemanha.
Segundo o artigo da Nature, os esperma produzido em laboratório tinha "morfologia normal".
O experimento também conseguiu reproduzir com sucesso a acrossoma, a parte dianteira do espermatozóide.
O artigo diz que a substância gelatinosa usada no experimento "poder ser utilizada em tubos de laboratórios para a maturação de células germinativas de ratos pré-mitóticas ao estágio pós-mitose".

Cérebro 'começa a declinar aos 45 anos', diz estudo

Um estudo realizado pela University College de Londres (UCL) indicou que as funções do cérebro podem começar a se deteriorar já aos 45 anos de idade.
Entre mulheres e homens com idades entre 45 e 49 anos, os cientistas perceberam um declínio no raciocínio mental de 3,6%.
As conclusões contradizem pesquisas anteriores sugerindo que o declínio cognitivo só começaria depois dos 60.
O estudo, publicado na revista científica British Medical Journal, foi conduzido ao longo de dez anos, entre 1997 e 2007.
Os cientistas avaliaram a memória, o vocabulário e as habilidades cognitivas – de percepção ou de compreensão – de quase 5,2 mil homens e 2,2 mil mulheres entre 45 e 70 anos, todos, funcionários públicos britânicos.
Os resultados demonstraram uma piora em memória e cognição visual e auditiva, mas não em vocabulário – com um declínio mais acentuado nas pessoas mais velhas.
Entre os indivíduos entre 65 e 70 anos, eles perceberam um declínio mental foi de 9,6% entre homens e 7,4% entre mulheres da mesma idade.
Para os cientistas, isso quer dizer que a demência não é um problema exclusivo da velhice, e sim um processo que se desenrola ao longo de duas ou três décadas.
"É importante identificar os riscos cedo. Se a doença começou em um indivíduo nos seus 50 que só começa a ser tratado nos 60, como fazemos para separar causa e efeito?", questiona o professor Archana Singh-Manoux, do Centro de Pesquisas em Epidemiologia e Saúde da População, na França, que conduziu a pesquisa na instituição londrina.
"O que precisamos agora é analisar aqueles que experimentam um declínio cognitivo mais rápido que a média e saber como parar o declínio. Algum nível de prevenção definitivamente é possível", afirma.

Crise de meia-idade

Singh-Manoux argumenta que as taxas de demência devem aumentar na sociedade na medida em que as funções cognitivas estão conectadas a hábitos e estilo de vida, através de fatores como o fumo o nível de exercício físico.
Para a Sociedade contra o Alzheimer, uma organização de pesquisa e lobby no combate à demência, o estudo mostra a necessidade de mais conhecimento das mudanças no cérebro que sinalizam o problema.
"O estudo não diz se qualquer dessas pessoas chegou a desenvolver demência, nem quão viável seria para o seu médico detectar essas primeiras mudanças", afirmou a gerente de Pesquisas da Alzheimer Society, Anne Corbett.
"São necessários mais estudos para estabelecer as mudanças mensuráveis no cérebro que possam nos ajudar a melhorar o diagnóstico da demência."
O diretor de Pesquisas na organização, Simon Ridley, reforçou a necessidade de conscientizar a população sobre os benefícios de ter hábitos saudáveis.
"Embora não tenhamos uma maneira infalível de prevenir a demência, sabemos que mudanças simples de hábitos – adotar uma dieta saudável, não fumar, manter o colesterol e a pressão do sangue sob controle – reduzem o risco de demência", afirmou.
"Pesquisas anteriores indicaram que a saúde na meia-idade afeta o risco de demência durante o envelhecimento, e estas conclusões nos dão mais razões para cumprir as resoluções de Ano Novo."

1 de jan. de 2012

Britânicos fazem transplante de córnea pioneiro em bebê de 2 semanas

Uma bebê cega, agora com quatro meses de idade, se tornou na paciente mais jovem da Grã-Bretanha a receber um transplante de córneas, de acordo com médicos britânicos.
Eva Joyce nasceu com um problema que tornava sua córnea opaca.
As córneas de doadores foram colocadas nos olhos de Eva em duas operações realizadas no Birmingham Children's Hospital.
Na primeira operação, realizada quando Eva tinha apenas duas semanas e meia de vida, ela teve a córnea do olho direito retirada e trocada pela córnea de um doador.
Aos quatro meses, ela fez a mesma operação no outro olho.
O bebê deverá receber remédios para evitar a rejeição das córneas todos os dias nos próximos anos e a equipe do hospital vai monitorar a visão de Eva até que ela complete 16 anos.
"Estamos muito satisfeitos, Eva está muito bem e todos esperamos que a visão se desenvolva normalmente", disse o oftalmologista Manoj Parulekar.
"Queremos ver ela crescendo e fazendo todas as coisas que a irmã mais velha faz", acrescentou.

'Sortudos'

A mãe de Eva, Harriet Joyce, de 33 anos, disse que a família percebeu algo diferente nos olhos do bebê, mas não deu tanta importância.
"Quando Eva nasceu e abriu os olhos, nós percebemos que as córneas eram opacas."
"Não ficamos muito preocupados e, apenas quando fomos encaminhados para um hospital em Sheffield na semana seguinte para fazer os exames nos olhos de Eva, percebemos que ela não tinha nenhuma visão. Ela era cega", disse Harriet.
"Nas 24 horas seguintes, pensamos que ela nunca iria ver. Fomos encaminhados para o Hospital Infantil de Birmingham e eles nos disseram que poderiam fazer alguma coisa."
"Nos sentimos incrivelmente sortudos que alguém tenha tomado, provavelmente em circunstâncias difíceis, a decisão de doar órgãos para ajudar pessoas como Eva", acrescentou a mãe do bebê.

28 de dez. de 2011

Grávida passa três meses em cama inclinada para salvar bebê

Uma britânica foi forçada a passar três meses de cama, com seus pés a um nível acima da cabeça, para evitar um aborto espontâneo.
O procedimento foi adotado por Donna Kelly, de 29 anos, depois que exames mostraram que ela corria o risco de sofrer um terceiro aborto.
Uma especialista do Hospital Universitário de Coventry (região central da Grã-Bretanha) a aconselhou a usar a força da gravidade para reduzir esse risco, sugerindo que ela ficasse deitada em uma cama inclinada.
"No início, me sentia enjoada e com constantes dores de cabeça", diz Kelly.
Mas o sacrifício valeu a pena: após cerca de oito meses e meio de gravidez, nasceu a pequena Amelia, que já recebeu alta do hospital.

Condição rara

Kelly despertou a preocupação dos médicos quando um exame, na 20ª semana de gravidez, apontou que ela corria o risco de sofrer um aborto tardio - a jovem já havia tido o mesmo problema duas vezes desde 2007, quando nasceu seu primogênito, Joshua.
Donna Kelly (Foto: University Hospitals Coventry and Warwickshire)
Donna (centro), com a família e sua médica (Foto: University Hospitals Coventry and Warwickshire)
A professora Siobhan Quenby, especialista em abortos recorrentes do Hospital Universitário de Coventry, aconselhou Kelly a deitar-se na cama, com seus pés inclinados para cima durante três meses, durante as 24 horas de cada dia. Ela só se levantava para ir ao banheiro.
"Donna tinha uma condição rara. O tratamento, ainda que pareça estranho, é muito eficiente", disse a médica.
Para Kelly, o mais difícil foi "passar tanto tempo longe de Joshua".
"Mas três meses longe dele valeram a pena para dar-lhe uma irmã", afirmou.

BBC

O Natal, O Papai Noel e a Coca-Cola

Com o passar do tempo o verdadeiro espírito do natal, apesar de ninguém saber explicar o que realmente significa (e quem pode culpar-nos?), foi ofuscado pela figura do Papai Noel que, por sua vez, foi ofuscada por um refrigerante e, mais tarde, por ursos polares. A mídia tem tanto poder que é capaz de mudar conceitos e driblar propósitos. É o que evidentemente acontece, há anos, com o natal.

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Na minha família, o natal sempre foi celebrado à velha moda cristã. Um tanto previsível, porquanto íamos à igreja orar, celebrar o nascimento de Jesus Cristo, assistir à cantata de natal, abraçar os amigos. Depois voltávamos para casa, que nos esperava com um reconfortante clima acolhedor e festivo. Era o natal em seu lugar-comum, mas exatamente como aprendemos que deveria ser.

Havia um sentimento de cumplicidade em partilhar do “espírito natalino”, como dizem, seja lá o que isso for. Talvez uma sensação mútua de contentamento, religiosamente acalentada. E ainda apetece-me ter a família reunida com essa porção de pormenores típicos do natal: sorrisos estampados nos rostos, abraços apertados, gentilezas trocadas, toalha de mesa endireitada, comida e estórias partilhadas.

Mas o tempo passa e a cada dia o natal é cada vez mais uma fúria consumista absolutamente impiedosa. Antes se ouvia a música metálica dos sinos, hoje se ouve o som frenético das máquinas de cartão de crédito. Sai de cena o Cristo, entra o senhor bonachão de calças vermelhas. Se o filho de Deus não mais é lembrado, de Papai Noel muito se fala.

Mas não de maneira a fazer justiça ao personagem - inspirado originalmente em um homem simples, com uma vida e uma estória simples, nada tendo a ver com o sistema capitalista que o transformou em símbolo e que, por sua vez, transformou o natal em um evento elitista.


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A lenda do Papai Noel (Pai Natal em Portugal) é inspirada no arcebispo São Nicolau Taumaturgo, que viveu na Turquia no século IV. Ele tinha o costume de ajudar os necessitados depositando um pequeno saco com moedas de ouro, entrando nas casas pela lareira. Durante o inverno, resgatava crianças pobres de rua dando-lhes roupa e alimento. Famoso pela generosidade, a ele foram atribuídos diversos atos considerados milagrosos.

Seus fiéis, então, passaram a imitá-lo, principalmente em época de frio. Daí o surgimento da figura do Papai Noel e a explicação para muitas pessoas serem tomadas por um ímpeto de solidariedade em véspera do natal.

Entrementes, o sentimento que inspirou a estória, que mostra o melhor do ser humano, desapareceu quase por completo e o que prevaleceu foi uma sede de consumo e um sentimento de obrigatoriedade para saciar essa sede. E esse bom velhinho, inspirado em generosidade e doação, virou a insígnia do capitalismo.


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Antigamente não havia uma imagem unânime do Papai Noel. Ele era ilustrado de muitas maneiras, com traços e estilos variados. Algumas figuras eram de um homem magro, muito mais reservado do que este sorridente Noel que conhecemos. Em alguns países era retratado com vestes episcopais, geralmente na cor verde, combinando com tons sóbrios.

Por volta de 1886, um famoso cartunista alemão, Thomas Nast, desenhou o Papai Noel com uma roupagem de inverno na cor vermelha, tal como o conhecemos hoje. A ilustração foi feita para a revista norte-americana Harper’s Weeklys. Ao contrário do que muitos pensam, as cores da roupa do papai Noel nada têm a ver com a marca Coca-Cola. Aliás, a Coca-Cola nunca foi detentora do Papai Noel, muito menos o criou. Mas tem um poderoso mérito no processo de concretização da figura natalina, tal como a conhecemos hoje.

Aconteceu que durante muito tempo a Coca-Cola viu as vendas da bebida diminuírem consideravelmente durante o inverno, causando grande prejuízo para a marca. Já em 1931, a empresa decidiu reverter esse quadro, executando uma das mais famosas e impactantes campanhas publicitárias até hoje conhecidas. Com esse objetivo, o ilustrador Haddon Sundblom foi contratado pela empresa para uma releitura do personagem natalino. “Uma pausa refrescante” seria o slogan. E deu certo. A campanha, que propôs o Papai Noel bebendo o refrigerante, alavancou as vendas da Coca-Cola durante o inverno e perpetuou a imagem do bom velhinho.


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Esse novo visual mais encorpado do Papai Noel, um senhor rechonchudo e bonachão, do jeito que conhecemos, foi curiosamente inspirado no vizinho aposentado de Sundblom. A nova imagem espalhou-se rapidamente mundo afora, fazendo imenso sucesso.

Sundblom foi responsável pela propaganda natalina da Coca-Cola até o ano de 1964. Ele morreu em 1976 – e confessou à revista Rolling Stone que nunca gostou do sabor do famoso refrigerante.

Antes da Coca-Cola, no entanto, a figura do Papai Noel já era usada para algumas propagandas, mas foi a referida campanha da marca, em 1931 – com Sundblom – que deu a largada para que o Papai Noel fosse, de fato, transformado do generoso bom velhinho para um senhor efusivo que promove não o espírito de natal, mas sim o de consumo. Mas quem pode culpar o velhinho? E Papai Noel continua rindo de tudo isso. E ri com tanto entusiasmo que parece saber que não haveria mesmo jeito nenhum de acertar as coisas por aqui.


natal papai noel coca-cola pai-natal



Fontes das imagens: 1, 2, 3, 4, 5.





21 de dez. de 2011

Estudo vincula consumo de chocolate a redução de 30% em doenças cardíacas

O consumo de chocolate em grandes quantidades pode estar associado a uma redução de um terço nos riscos de desenvolvimento de certas doenças cardíacas, segundo um estudo britânico.
O estudo, publicado na revista científica British Medical Journal, confirma resultados de investigações anteriores sobre o assunto que, de maneira geral, encontraram evidências de um possível vínculo entre o consumo de chocolate e a saúde do coração.
Os autores enfatizam, no entanto, que é preciso fazer mais testes para saber se o chocolate realmente causa essa redução ou se ela poderia ser explicada por algum outro fator.
A equipe da Universidade de Cambridge, na Inglaterra, apresentou seu trabalho no congresso da European Society of Cardiology, nesta segunda-feira, em Paris.
Investigação
Vários estudos recentes indicam que comer chocolate teria uma influência positiva sobre a saúde humana devido às propriedades antioxidantes e anti-inflamatórias do alimento. Segundo esses estudos, o chocolate teria o poder de reduzir a pressão sanguínea e melhorar a sensibilidade do organismo à insulina (o que ajudaria a evitar a diabetes).
Entretanto, ainda não está claro de que forma o chocolate afetaria o coração.
Em uma tentativa de esclarecer a questão, o pesquisador Oscar Franco e seus colegas da Universidade de Cambridge fizeram uma revisão em grande escala de sete estudos sobre o assunto envolvendo cem mil pessoas, com e sem problemas no coração.
Os especialistas estavam particularmente interessados em avaliar os efeitos do consumo de chocolate sobre ataques cardíacos e acidentes vasculares (ou derrames).
Em cada estudo, a equipe comparou o grupo de participantes que comia a maior quantidade de chocolate ao resultado do grupo que comia a menor quantidade do alimento. Para evitar distorções, a equipe levou em conta diferenças de metodologia e qualidade dos estudos.
Chocolate
Estudos não especificaram se o chocolate ingerido era meio-amargo ou ao leite
Cinco estudos encontraram uma associação positiva entre índices mais altos de consumo de chocolate e um menor risco de problemas cardiovasculares.
"Os índices mais altos de consumo de chocolate foram associados a uma redução de 37% em doenças cardiovasculares e uma redução de 29% na incidência de derrames em comparação aos índices mais baixos (de consumo)", os autores escreveram.
Não foram encontradas evidências significativas de redução em casos de falência cardíaca.
Os estudos não especificaram se o chocolate ingerido era meio-amargo ou ao leite. Entre os alimentos consumidos pelos participantes estavam barras de chocolate, bebidas, biscoitos e sobremesas contendo chocolate.
Segundo a equipe britânica, as conclusões do estudo precisam ser interpretadas com cautela, porque o chocolate vendido comercialmente é altamente calórico (contendo cerca de 500 calorias por cada cem gramas) e sua ingestão em grandes quantidades poderia resultar em ganho de peso, o que aumentaria os riscos de diabetes e doenças cardíacas.
Entretanto, os especialistas recomendam que, dados os benefícios do chocolate para a saúde, iniciativas para reduzir a quantidade de gordura e açúcar nos produtos deveriam ser exploradas.

Exercícios em excesso podem danificar o coração, dizem especialistas

A prática excessiva de exercícios pode danificar o coração, indica um pequeno estudo feito por especialistas australianos.
Exames de ressonância magnética de 40 atletas que se preparavam para participar de eventos esportivos extremos, como triatlos ou competições de ciclismo em montanha, revelaram que a maioria apresentava distensões no músculo cardíaco.
A maior parte se recuperou completamente depois de uma semana, mas cinco dos atletas, que vinham treinando há mais tempo, apresentaram cicatrizes - possivelmente um indício de danos permanentes.
A equipe da Universidade de Melbourne disse à revista científica European Heart Journal que as alterações encontradas poderiam, no futuro, provocar problemas cardíacos como a arritmia.
Mas eles enfatizaram que não se deve concluir, com base nesse estudo, que esportes extremos sejam ruins para a saúde.
Para a maioria dos atletas, uma combinação de treinamento sensato e recuperação adequada deve trazer melhorias na função do músculo cardíaco, os pesquisadores disseram.
A equipe disse que são necessários mais estudos.

Treinamento extremo

O diretor médico da Maratona de Londres, Sanjay Sharma, disse que os resultados convidam à reflexão, mas concordou que é preciso fazer mais pesquisas.
"Minha opinião é de que exercícios extremos provavelmente causam danos ao coração em alguns atletas. Não acredito que o corpo humano seja desenhado para (suportar) exercícios durante até 11 horas por dia, então danos ao coração não são implausíveis."
Shama disse, no entanto, que era cedo para dizer se a prática de esportes radicais causa danos a longo prazo.
Doireann Maddock, representante da British Heart Foundation, disse que as pessoas não devem deixar de fazer exercícios com base no novo estudo.
"É importante lembrar que os benefícios da atividade física para a saúde estão bem estabelecidos. Os atletas altamente treinados envolvidos nesse estudo estavam competindo em eventos de longa distância e treinavam mais de dez horas por semana", afirmou.
"Mais pesquisas de longo prazo serão necessárias para determinar se os exercícios extremos podem causar danos ao ventrículo direito em alguns dos atletas."

Formato alterado

"É importante lembrar que os benefícios da atividade física para a saúde são bem estabelecidos. Os atletas altamente treinados envolvidos nesse estudo estavam competindo em eventos de longa distância e treinavam mais de dez horas por semana. Mais pesquisas de longo prazo serão necessárias para determinar se os exercícios extremos podem causar danos ao ventrículo direito em alguns dos atletas"
Doireann Maddock, da British Heart Foundation
Como parte do estudo, os cientistas avaliaram os atletas duas semanas antes das competições, imediatamente após os eventos e cerca de uma semana depois.
Logo após a competição, os corações dos atletas tinham o formato alterado. O ventrículo direito do órgão - uma das quatro câmaras do coração envolvidas em bombear o sangue pelo corpo - parecia dilatado e não funcionava tão bem como nas semanas que antecederam a competição.
Níveis de uma substância química chamada BNP (Peptídeo Natriurético tipo B), que é fabricada pelo coração em resposta a distensões extremas, haviam aumentado.
Uma semana mais tarde, os corações dos atletas haviam voltado à condição em que estavam antes da competição.
Nos cinco atletas que vinham treinando e competindo há mais tempo, os exames revelaram indícios de cicatrizes no tecido cardíaco. Além disso, a função do ventrículo direito nesses atletas continuava diminuída em comparação com os resultados anteriores ao evento.

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