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12 de out. de 2010




Evolução é o processo através no qual ocorrem as mudanças ou transformações nos seres vivos ao longo do tempo, dando origem a espécies novas.
2. Evidências da evolução
A evolução tem suas bases fortemente corroboradas pelo estudo comparativo dos organismos, sejam fósseis ou atuais. Os tópicos mais importantes desse estudo serão apresentados de forma resumida.

2.1 Homologia e analogia
Por homologia entende-se semelhança entre estruturas de diferentes organismos, devida unicamente a uma mesma origem embriológica. As estruturas homólogicas podem exercer ou não a mesma função.O braço do homem, a pata do cavalo, a asa do morcego e a nadadeira da baleia são estruturas homólogicas entre si, pois todas têm a mesma origem embriológica. Nesses casos, não há similaridade funcional.Ao analisar, entretanto, a asa do morcego e a asa da ave, verifica-se que ambas têm a mesma origem embriológica e estão, ainda associadas á mesma função.A homologia entre estruturas de 2 organismos diferentes sugere que eles se originaram de um grupo ancestral comum, embora não indique um grau de proximidade comum, partem várias linhas evolutivas que originaram várias espécies diferentes, fala-se em irradiação adaptativa.

Homologia: mesma origem embriológica de estruturas de diferentes organismos, sendo que essas estruturas podem ter ou não a mesma função. As estruturas homólogas sugerem ancestralidade comum.
A analogia refere-se à semelhança morfológica entre estruturas, em função de adaptação à execução da mesma função.As asas dos insetos e das aves são estruturas diferentes quanto à origem embriológica, mas ambas estão adaptadas à execução de uma mesma função: o vôo. São , portanto, estruturas análogas.

As estruturas análogas não refletem por si sós qualquer grau de parentesco. Elas fornecem indícios da adaptação de estruturas de diferentes organismos a uma mesma variável ecológica. Quando organismos não intimamente aparentados apresentam estruturas semelhantes exercendo a mesma função, dizemos que eles sofreram evolução convergente.
Ao contrário da irradiação adaptativa ( caracterizada pela diferenciação de organismos a partir de um ancestral comum. dando origem a vários grupos diferentes adaptados a explorar ambientes diferentes.) a evolução convergente ou convergência evolutiva é caracterizada pela adaptação de diferentes organismos a uma condição ecológica igual. assim, as formas do corpo do golfinho, dos peixes, especialmente tubarões, e de um réptil fóssil chamado ictiossauro são bastante semelhantes, adaptadas à natação. Neste caso, a semelhança não é sinal de parentesco, mas resultado da adaptação desses organismos ao ambiente aquático.

Analogia: semelhança entre estruturas de diferentes organismos, devida unicamente à adaptação a uma mesma função. São consideradas resultado da evolução convergente.
2.2 Órgãos vestigiais
Órgãos vestigiais são aqueles que, em alguns organismos, encontram-se com tamanho reduzido e geralmente sem função, mas em outros organismos são maiores e exercem função definitiva. A importância evolutiva desses órgãos vestiginais é a indicação de uma ancestralidade comum.Um exemplo bem conhecido de órgão vestigial no homem é o apêndice vermiforme , estrutura pequena e sem função que parte do ceco ( estrutura localizada no ponto onde o intestino delgado liga-se ao grosso).Nos mamíferos roedores, o ceco é uma estrutura bem desenvolvida, na qual o alimento parcialmente digerido á armazenado e a celulose, abundante nos vegetais ingeridos, é degradada pela ação de bactérias especializadas. Em alguns desses animais o ceco é uma bolsa contínua e em outros, como o coelho, apresenta extremidade final mais estreita, denominada apêndice. que corresponde ao apêndice vermiforme humano.

Órgãos vestigiais : órgãos reduzidos em tamanho e geralmente sem função, que correspondem a órgãos maiores e funcionais em outros organismos. Indicam ancestralidade comum.
2.3 Embriologia comparada.
O estudo comparado da embriologia de diversos vertebrados mostra a grande semelhança de padrão de desenvolvimento inicial. À medida que o embrião se desenvolve, surgem características individualizantes e as semelhanças diminuem. Essa semelhança também foi verificada no desenvolvimento embrionário de todos animais metazoários. Nesse caso, entretanto, quando mais diferentes são os organismos, menor é o período embrionário comum entre eles.

2.4 Estudo dos fósseis

É considerado fóssil qualquer indício da presença de organismos que viveram em tempos remotos da Terra. As partes duras do corpo dos organismos são aquelas mais freqüentemente conservadas nos processos de fossilização, mas existem casos em que a parte mole do corpo também é preservada. Dentre estes podemos citar os fosseis congelados, como, por exemplo, o mamute encontrado na Sibéria do norte e os fosseis de insetos encontrados em âmbar. Neste último caso, os insetos que penetravam na resina pegajosa, eliminada pelos pinheiros, morriam, A resina endurecia, transformando-se em âmbar. , e o inseto aí contido era preservado nos detalhes de sua estrutura.Também são consideradas fósseis impressões deixadas por organismos que viveram em eras passadas , como , por exemplo, pegadas de animais extintos e impressões de folhas, de penas de aves extintas e da superfície da pele dos dinossauros.
A importância do estudo dos fósseis para a evolução está na possibilidade de conhecermos organismos que viveram na Terra em tempos remotos, sob condições ambientais distintas das encontradas atualmente, e que podem fornecer indícios de parentesco com as espécies atuais. Por isso, os fósseis são considerados importantes testemunhos da evolução.
3. As Teorias evolutivas
Várias teorias evolutivas surgiram, destacando-se , entre elas, as teorias de Lamarck e de Darwin. Atualmente, foi formulada a Teoria sintética da evolução, também denominada Neodarwinismo, que incorpora os conceitos modernos da genética ás idéias essenciais de Darwin sobre seleção natural.
3.1 A teoria de Lamarck
Jean-Baptiste Lamarck ( 1744-1829 ), naturalista francês, foi o primeiro cientista a propor uma teoria sistemática da evolução. Sua teoria foi publicada em 1809, em um livro denominado Filosofia zoológica.Segundo Lamarck, o principio evolutivo estaria baseado em duas Leis fundamentais:
Lei do uso ou desuso: o uso de determinadas partes do corpo do organismo faz com que estas se desenvolvam, e o desuso faz com que se atrofiem.
Lei da transmissão dos caracteres adquiridos : alterações provocadas em determinadas características do organismo, pelo uso e desuso, são transmitidas aos descendentes.
Lamarck utilizou vários exemplos para explicar sua teoria. Segundo ele, as aves aquáticas tornaram-se pernaltas devido ao esforço que faziam no sentido de esticar as pernas para evitarem molhar as penas durante a locomoção na água. A cada geração, esse esforço produzia aves com pernas mais altas, que transmitiam essa característica à geração seguinte. Após várias gerações, teriam sido originadas as atuais aves pernaltas.A teoria de Lamarck não é aceita atualmente, pois suas idéias apresentam um erro básico: as características adquiridas não são hereditárias.Verificou-se que as alterações em células somáticas dos indivíduos não alteram as informações genéticas contida nas células germinativas, não sendo, dessa forma, hereditárias.
3.2 A teoria de Darwin
Charles Darwin ( 1809-1882 ), naturalista inglês, desenvolveu uma teoria evolutiva que é a base da moderna teoria sintética: a teoria da seleção natural. Segundo Darwin, os organismos mais bem adaptados ao meio têm maiores chances de sobrevivência do que os menos adaptados, deixando um número maior de descendentes. Os organismos mais bem adaptados são, portanto, selecionados para aquele ambiente.Os princípios básicos das idéias de Darwin podem ser resumidos no seguinte modo:
· Os indivíduos de uma mesma espécie apresentam variações em todos os caracteres, não sendo, portanto, indenticos entre si.
· Todo organismo tem grande capacidade de reprodução, produzindo muitos descendentes. Entretanto, apenas alguns dos descendentes chegam à idade adulta.
· O número de indivíduos de uma espécie é mantido mais ou menos constante ao longo das gerações.
· Assim, há grande "luta" pela vida entre os descendentes, pois apesar de nascerem muitos indivíduos poucos atingem a maturalidade, o que mantém constante o número de indivíduos na espécie.
· Na "luta" pela vida, organismos com variações favoráveis ás condições do ambiente onde vivem têm maiores chances de sobreviver, quando comparados aos organismos com variações menos favoráveis.
· Os organismos com essas variações vantajosas têm maiores chances de deixar descendentes. Como há transmissão de caracteres de pais para filhos, estes apresentam essas variações vantajosas.
· Assim , ao longo das gerações, a atuação da seleção natural sobre os indivíduos mantém ou melhora o grau de adaptação destes ao meio.
A abordagem de Darwin sobre a evolução era bastante distinta daquela de Lamarck, como pode ser visto no esquema a seguir:

3.3 A teoria sintética da evolução
A Teoria sintética da evolução ou Neodarwinismo foi formulada por vários pesquisadores durante anos de estudos, tomando como essência as noções de Darwin sobre a seleção natural e incorporando noções atuais de genética. A mais importante contribuição individual da Genética, extraída dos trabalhos de Mendel, substituiu o conceito antigo de herança através da mistura de sangue pelo conceito de herança através de partículas: os genes.A teoria sintética considera, conforme Darwin já havia feito, a população como unidade evolutiva. A população pode ser definida como grupamento de indivíduos de uma mesma espécie que ocorrem em uma mesma área geográfica, em um mesmo intervalo de tempo.Para melhor compreender esta definição , é importante conhecer o conceito biológico de espécie: agrupamento de populações naturais, real ou potencialmente intercruzantes e reprodutivamente isolados de outros grupos de organismos.Quando, nesta definição, se diz potencialmente intercruzantes, significa que uma espécie pode ter populações que não cruzem naturalmente por estarem geograficamente separadas. Entretanto, colocadas artificialmente em contato, haverá cruzamento entre os indivíduos, com descendentes férteis. Por isso, são potencialmente intercruzantes.A definição biológica de espécie só é valida para organismos com reprodução sexuada, já que, no caso dos organismos com reprodução sexuada, já que, no caso dos organismos com reprodução assexuada, as semelhanças entre características morfológicas é que definem os agrupamentos em espécies.Observando as diferentes populações de indivíduos com reprodução sexuada, pode-se notar que não existe um indivíduo igual ao outro. Execeções a essa regra poderiam ser os gêmeos univitelínicos, mas mesmo eles não são absolutamente idênticos, apesar de o patrimônio genético inicial ser o mesmo. Isso porque podem ocorrer alterações somáticas devidas á ação do meio.A enorme diversidade de fenótipos em uma população é indicadora da variabilidade genética dessa população, podendo-se notar que esta é geralmente muito ampla.A compeensão da variabilidade genética e fenotípica dos indivíduos de uma população é fundamental para o estudo dos fenômenos evolutivos, uma vez que a evolução é, na realidade, a transformação estatística de populações ao longo do tempo, ou ainda, alterações na freqüência dos genes dessa população. Os fatores que determinam alterações na freqüência dos genes são denominados fatores evolutivos. Cada população apresenta um conjunto gênico, que sujeito a fatores evolutivos , pode ser alterado. O conjunto gênico de uma população é o conjunto de todos os genes presentes nessa população. Assim , quanto maior é a variabilidade genética.Os fatores evolutivos que atuam sobre o conjunto gênico da população podem ser reunidos duas categorias
Fatores que tendem a aumentar a variabilidade genética da população: mutação gênica, mutação cromossônica , recombinação;
Fatores que atuam sobre a variabilidade genética jás estabelecida : seleção natural, migração e oscilação genética.
A integração desses fatores associada ao isolamento geográfico pode levar, ao longo do tempo, ao desenvolvimento de mecanismos de isolamento reprodutivo, quando, então, surgem novas espécies. Nos capítulos seguintes , esses tópicos serão abordados com maiores detalhes.
SURGIMENTO DAS ESPÉCIES
Nos capítulos anteriores, foram estudados os fatores evolutivos que promovem a variabilidade genética e os que atuam sobre a variabilidade já estabelecida .Foi visto. Também que se pode considerar natural atuando sobre a variabilidade genética. Assim populações de uma mesma espécie podem desenvolver características novas em função de alterações na relação organismo – ambiente . Neste capítulo , discutiremos como a interação de todos esses fatores pode originar espécies novas.
2. A origem das espécies.
Mecanismos de especiação são aqueles que determinam a formação de espécies novas. O mecanismo de especiação mais conhecido é o da especiação geográfica.Este mecanismo pode de ser simplificadamente explicado, tomando-se como exemplo uma população com conjunto gênico grande, que vive em determinada área geográfica em um dado momento .Suponhamos que o ambiente onde essa população ocorre sofra alterações bruscas, tais como modificações climáticas ou eventos geológicos (terremotos , formações de montanhas etc.). Essas alterações podem determinar o surgimento de faixas de território em que a existência dos indivíduos da população torna-se impossível. Quando essas faixas desfavoráveis separam áreas que ainda reúnem condições favoráveis à sobrevivência dos indivíduos que formavam a população inicial elas são denominadas barreiras ecológicas ou barreiras geográficas .As barreiras ecológicas impedem a troca de genes entre os indivíduos das populações por elas separadas, fazendo com que variabilidades genéticas novas surgidas em uma população , não sejam transmitidas para outra. Além disso , as condições do ambiente , nas áreas separadas pela barreira, dificilmente são exatamente as mesmas , o que determina diferente pressões seletivas. Então as populações assim separadas vão acumulando ao longo do tempo, podendo chegar a desenvolver mecanismos de isolamento reprodutivo. Quando isto ocorre , considera-se que essas populações pertencem a espécies distintas.As espécies são portanto, como já vimos, populações de indivíduos potencialmente intercruzantes e reprodutivamente isolados de outras populações.

3. Os mecanismos de isolamento reprodutivo.
O desenvolvimento de mecanismos que determinam o isolamento reprodutivo é fundamental para a origem das espécies. Populações reprodutivamente isoladas de outras passarão a Ter história evolutiva própria e independente de outras populações . Não havendo troca de genes com populações de outras espécies , todos os fatores evolutivos que atuam sobre populações de uma espécie terão uma resposta própria . Dessa forma, o isolamento reprodutivo explica não a penas a origem das espécies , nas também a enorme diversidade do mundo biológico.É importante esclarecer que os mecanismos de isolamento reprodutivo não se referem apenas á esterilidade , pois isolamento reprodutivo não é sinônimo de esterilidade. Duas espécies podem estar reprodutivamente isoladas devido a fatores etológicos ou ecológicos que impendem o fluxo gênico, e não devido á esterilidade.Um exemplo pode ser dado por duas espécies de patos de água doce, Anas platyrhinchos e Anas acuta, as quais , apesar de nidificarem lado a lado , não trocam genes , pois respondem a estímulos sensoriais diferentes . A cópulas entre machos e fêmeas de uma espécie é desencadeada por certos estímulos sensoriais que não têm efeito sobre machos e fêmeas da outra espécie . Com isso , é muito raro haver cópula entre indivíduos das duas espécies.No entanto , se essas duas espécies forem criadas em cativeiro, elas poderão se reproduzir, originando descendentes férteis .Neste caso, não é a esterilidade o fator de isolamento reprodutivo e sim o fator etológico (compartamental).
Os mecanismos de isoloamento reprodutivo podem ser classificados do seguinte modo:
Os mecanismos pré-copulatórios : impedem a cópula.– Isolamento estacional : diferenças nas épocas reprodutivas.– Isolamento de hábitat ou ecológico: ocupação diferencial de hábitats.– Isolamento etológico: o termo etológico refere-se a padrões de comportamento. Para os animais, este é o principal mecanismo pré-copulatório. Neste grupo estão incluídos os mecanismos de isolamento devidos à incompatibilidade de comportamento baseado na produção e recepção de estímulos que levam machos e fêmeas à cópula. Esses estímulos são específicos para cada espécie. Dois exemplos desse tipo de incompatibilidade comportamental levando ao isolamento reprodutivo são os sinais luminosos, emitidos por vaga-lumes machos, que apresentam variação dependendo da espécie. Eses sinais variam na freqüência, na duração da emisão e na cor (desde braco, azulado, esverdeado, amarelo, laranja até vermelho). A fêmea só responde ao sinal emitido pelo macho de sua própria espécie. O outro exemplo é o canto das aves: as fêmeas são atraídas para o território dos machos de sua espécie em função do canto, que é específico.– Isolamento mecânico: diferenças nos órgãos reprodutores, impedindo a cópula.
Mecanismos pós-copulatórios: Mesmo que a cópula ocorra, estes mecanismos impedem ou reduzem seu sucesso.– Mortalidade gamética: fenômenos fisiológicos que impedem a sobrevivência de gametas masculinos de uma espécie no sistema reprodutor feminino de outra espécie.– Mortalidade do zigoto: se ocorrer a fecundação entre gametas de espécies diferentes, o zogoto poderá ser pouco viável, morrendo devido ao desenvolvimento embrionário irregular.– Inviabilidade do híbrido : indivíduos resultantes do cruzamento entre indivíduos de duas espécies são chamados híbridos interespecíficos. Embora possam ser férteis, são inviáveis devido à menor eficiência para a reprodução.– Esterilidade do híbrido : a esterilidade do híbrido pode ocorrer devido à presença de gônadas anormais ou a problemas de meiose anômala.
O isolamento reprodutivo total entre duas espécies deve-se, em geral, a vários fatores, dentre os quais um pode ser mais efetivo do que os outros.

11 de out. de 2010

LEUCEMIA


leucemia é uma doença maligna dos glóbulos brancos (leucócitos) de causa não conhecida. Ela tem como principal característica o acúmulo de células na medula óssea. A medula é o local de formação das células sangüíneas, ocupa a cavidade dos ossos e é conhecida popularmente por tutano. Nela são encontradas as células mães ou precursoras que originam os elementos figurados do sangue (glóbulos brancos, glóbulos vermelhos (hemácias ou eritrócitos e plaquetas). Os principais sintomas de leucemia decorrem do acúmulo dessas células na medula óssea, prejudicando ou impedindo a produção dos glóbulos vermelhos (causando anemia), glóbulos brancos (causando infecções) e plaquetas (causando hemorragias e manchas roxas). Depois de instalada, a doença progride rapidamente, exigindo início de tratamento rápido.



Os dois tipos de leucemia mais freqüentes em crianças são a leucemia linfóide aguda (ou linfoblástica) e a leucemia mielóide aguda. Esta última tem vários subtipos: mieloblástica, promielocítica, mielomonocítica e monocítica.



Diagnóstico



As manifestações clínicas das leucemias são secundárias à proliferação excessiva de células imaturas da linhagem branca do sangue, que se infiltram pelos vários tecidos do organismo, como amígdalas, linfonodos (ínguas) , baço, rins, sistema nervoso central e outros. A fadiga, palidez e anemia aparecem pela redução na produção dos eritrócitos pela medula óssea. Febre e infecções são causadas pela redução, imaturidade e insuficiência dos leucócitos e pela redução do número de glanulócitos, sendo uma das principais complicações e causa de óbitos de crianças com leucemia. Verifica-se a tendência de sangramentos, pela diminuição na produção de plaquetas e pelo seqüestro de plaquetas causado pelo aumento do baço.

Outras manifestações clínicas são dores nos ossos e articulações causadas pela infiltração leucêmica dos ossos, dores de cabeça, náuseas e vômitos, visão dupla e desorientação, valores sangüíneos alterados, contagem de plaquetas baixa e aumento do nível sangüíneo do ácido úrico.

A suspeita de diagnóstico é reforçada pelo exame físico, que pode alertar para a possibilidade da doença quando a criança apresenta palidez, febre e presença de petéquias (pequenas manchas avermelhadas) . O hemograma pode revelar anemia e a contagem leucocitária pode estar baixa, normal ou elevada. Porém, o diagnóstico final baseia-se no exame de medula óssea.



Tratamento



Como não se conhece a causa da leucemia, o tratamento tem o objetivo de destruir as células leucêmicas. As pesquisas indicam que o tratamento não destrói a totalidade das células leucêmicas. As defesas do organismo se encarregariam de destruir as restantes. Não há um medicamento que isoladamente cure a leucemia. O grande progresso para obter sua cura foi conseguido com a associação de medicamentos (poliquimoterapia), controle das complicações infecciosas e hemorrágicas e prevenção ou combate à doença no sistema nervoso central (cérebro e medula espinhal). Para alguns casos é indicado o transplante de medula óssea.



O tratamento é feito em várias fases. A primeira tem a finalidade de atingir a remissão completa, ou seja, um estado de aparente normalidade que se obtém após a poliquimioterapia. Esse resultado é conseguido entre 1 e 2 meses após o início do tratamento, quando os exames não mais evidenciam células da doença. Isso ocorre quando os exame de medula óssea e sangue e o exame físico não demonstram qualquer anormalidade.

Entretanto, as pesquisas comprovam que ainda restam no organismo muitas células leucêmicas, o que obriga a continuação do tratamento para não haver recaída. Nas fases seguintes, o tratamento também varia de acordo com o tipo de leucemia (linfóide ou mielóide), podendo durar mais de dois anos nas linfóides e menos de um ano nas mielóides. São três etapas: consolidação (tratamento intensivo com substâncias não empregadas anteriormente); reindução (repetição dos medicamentos usados na fase de indução da remissão) e manutenção (o tratamento é mais brando e contínuo por vários meses). Por ser um tratamento mais agressivo, pode ser necessária a internação do paciente por curto período, quando ele apresentar infecção decorrente da queda dos glóbulos brancos.



Principais Procedimentos Médicos no Tratamento da Leucemia



Para Diagnóstico

1. Mielograma:

É um exame de grande importância para o diagnóstico e para a avaliação da resposta ao tratamento, indicando se não são mais encontradas células leucêmicas na medula óssea (remissão completa medular). Esse exame é feito sob anestesia local e consiste na aspiração da medula óssea seguida da confecção de esfregaços em lâminas de vidro, para exame ao microscópio. Os locais preferidos para a aspiração são a parte posterior do osso ilíaco (bacia) e o esterno (parte superior do peito). Durante o tratamento são feitos vários mielogramas.



Para Avaliação

2 - Punção lombar:

A medula espinhal é parte do sistema nervoso que tem a forma de cordão e por isso é chamada de cordão espinhal. A medula é forrada pelas meninges (três membranas). Entre as meninges circula um líquido claro denominado líquor. A punção lombar consiste na aspiração do líquor para exame e também é feita para injeção de medicamento com a finalidade de impedir o aparecimento de células leucêmicas no sistema nervoso ou para destruí-las quando existir doença nesse local. É feita na maioria das vezes com anestesia local e poucas vezes com anestesia geral. Nesse último caso, indica-se quando crianças de pouca idade são muito agitadas e não cooperam com o médico.



Para Tratamento

3 - Implantação de cateter para evitar a punção de veias (Cateter Venoso Central):

Como o tratamento da leucemia aguda é demorado, podendo alcançar até três anos de duração, e requer também repetidas transfusões e internações, recomenda-se a implantação de um cateter em uma veia profunda, para facilitar a aplicação de medicamentos e derivados sanguíneos e a retirada de sangue para exames, e agredir menos a criança com punções venosas repetidas.



4 - Transfusões

Durante o tratamento, principalmente na fase inicial, os pacientes recebem várias transfusões de glóbulos vermelhos e de plaquetas, que diminuem intensamente devido à parada ou diminuição da produção provocada pela doença e também pela quimioterapia.

6 de out. de 2010

Estudo associa depressão na gravidez a problemas de comportamento do filho

Crianças e adolescentes cujas mães sofreram de depressão durante a gestação são mais propensos a apresentar comportamento antissocial, segundo estudo britânico publicado na revista especializada Child Development. De acordo com os pesquisadores, mulheres agressivas e perturbadoras na juventude têm mais chances de terem depressão na gravidez; assim, o histórico da mãe pode indicar o comportamento de seu filho. Avaliando 120 adolescentes britânicos e seus pais - entrevistados durante a gestação, após o parto, e quando os filhos estavam com quatro, 11 e 16 anos -, os pesquisadores observaram que as mães que apresentavam depressão durante a gravidez eram quatro vezes mais propensas do que as outras a ter filhos - homens ou mulheres - com um comportamento mais violento aos 16 anos de idade. E os resultados ocorriam independentemente do ambiente familiar, da exposição tardia da criança à depressão materna, dos hábitos da mãe de fumar e beber na gestação e do comportamento antissocial dos pais. "Tem-se dado muita atenção aos efeitos da depressão pós-natal sobre crianças jovens" destacou o pesquisador Dale Hay na publicação. "Mas a depressão durante a gestação pode também afetar o feto", complementou o pesquisador, destacando a importância de um acompanhamento médico das gestantes com depressão para minimizar os efeitos de longo prazo em seu filho

Instituto Butantan desenvolve soro para Moçambique



Projeto prevê instalação de serpentário, criação de laboratório de artrópodes, treinamento de pessoal e desenvolvimento de soro







© Pradeep Kumar /Istockphoto















O Instituto Butantan, órgão vinculado à Secretaria de Estado da Saúde de São Paulo, acaba de produzir os primeiros lotes de soro contra veneno de serpentes de Moçambique. A iniciativa faz parte de projeto de cooperação internacional iniciado em 2006, chamado Pró-África, e financiado pelo Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico, que deverá contribuir para o grave problema de ofidismo no país.







O objetivo é produzir soro para três gêneros de serpentes: Bitis (três espécies), a Naja (duas espécies) e Dendroaspis (mambas/duas espécies). Na primeira etapa, deverá ser produzido o soro para uso humano e eventualmente em animais de interesse econômico.







Foram investidos cerca de R$ 200 mil até agora, além da contrapartida do Instituto Butantan de cerca de 30% deste valor. Todo soro produzido será doado ao governo de Moçambique, pois o país não dispõe de infra-estrutura para produção de soros antiofídicos, nem recursos para adquiri-lo no mercado privado. Como existem várias espécies de serpentes no país, o número de acidentados é alto, com ocorrência frequente de óbitos. O Butantan já capacitou três pesquisadores da Universidade Eduardo Mondlan, em Maputo, e deverá aumentar o intercâmbio com profissionais do país para ajudar Moçambique a atingir autossuficiência na produção de soros para as serpentes locais.







Para Wilmar Dias da Silva, médico veterinário responsável pelo projeto, a iniciativa permitirá ao Butantan exportar seu modelo de pesquisa, produção e difusão científica para a África. "Vamos construir um serpentário e colaborar na instalação de um laboratório de artrópodos no Museu de História Natural local, o que permitirá, além de novas pesquisas, uma apropriação pela comunidade local de conceitos científicos importantes", avalia o pesquisador.







A iniciativa conta ainda com o apoio de todo governo de Moçambique, em particular do Ministro de Ciência e Tecnologia, Laudemiro Francisco, do Ministério de Ciência e Tecnologia brasileiro e de todo corpo diplomático do Brasil na África.

Animais estranhos e raros







É um anfíbio cego muito comum em águas subterrâneas de cavernas no sul da Europa. Vive exclusivamente em lugares sem luz, é também conhecido pelos habitantes da região como peixe humano por causa da cor de sua pele. Apesar dos olhos atrofiados, seu olfato e audição são muito desenvolvidos.

5 de out. de 2010

Quem dorme até tarde não é vagabundo, diz ciência



Alvo de críticas de familiares e amigos, quem gosta de ficar na cama até a hora do almoço pode ter um motivo científico para a "vagabundagem": o distúrbio do sono atrasado. O assunto foi um dos temas abordados no 6º Congresso Brasileiro do Cérebro, Comportamento e Emoções, que aconteceu recentemente em Gramado.



O organismo humano tem um ciclo diário, de modo que os níveis hormonais e a temperatura do corpo se alteram ao longo do dia e da noite. Depois do almoço, por exemplo, o corpo trabalha para fazer a digestão e, conseqüentemente, a temperatura sobe, o que pode causar sonolência.



Quando dormimos, a temperatura do corpo diminui e começamos a produzir hormônios de crescimento. Se dormirmos durante a noite, no escuro, produzimos também um hormônio específico chamado melatonina, responsável por comandar o ciclo do sono e fazer com que sua qualidade seja melhor, que seja mais profundo.



Pessoas vespertinas, que têm o hábito de ir para a cama durante a madrugada e dormir até o meio dia, por exemplo, só irão começar a produzir seus hormônios por volta das 5 da manhã. Isso fará com que tenham dificuldade de ir para a cama mais cedo no outro dia e, consequentemente, de acordar mais cedo. É um hábito que só tende a piorar, porque a pessoa vai procurar fazer suas atividades durante o final da tarde e a noite, quando tem mais energia.



O pesquisador Luciano Ribeiro Jr. da Universidade Federal de São Paulo (Unifesp), especialista em sono, explica que esse distúrbio pode ser genético: "Pessoas com o gene da ‘vespertilidade’ têm predisposição para serem vespertinas. É claro que fator social e educação também podem favorecer”. Mas não se sabe ainda até que ponto o comportamento social pode influenciar o problema.



A questão, na verdade, é que o vespertino não se encaixa na rotina que consideramos normal e acaba prejudicado em muitos aspectos. O problema surge na infância. A criança prefere estudar durante a tarde e não consegue praticar muitas atividades de manhã. Na adolescência, a doença é acentuada, uma vez que os jovens tendem a sair à noite e dormir até tarde com mais frequência.



A característica vira um problema quando persiste na fase adulta. “O vespertino é aquele que já saiu da adolescência. Pessoas acima de 20 anos de idade que não conseguem se acostumar ao ritmo de vida que a maioria está acostumada”, diz Luciano. Segundo ele, cerca de 5% da população sofre do transtorno da fase atrasada do sono em diferentes graus e apenas uma pequena parcela acaba se adaptando à rotina contemporânea.



O pesquisador conta também que, além do preconceito sofrido pelos pais, professores e, mais tarde, pelos colegas de trabalho, o vespertino sofre de problemas psiquiátricos com maior frequência: depressão, bipolaridade, hiperatividade, déficit de atenção são os mais comuns. Além disso, a privação do sono profundo, quando sonhamos, faz com que a pessoa tenha maior susceptibilidade a vários problemas de saúde: no sistema nervoso, endócrino, renal, cardiovascular, imunológico, digestivo, além do comportamento sexual.



O tratamento não envolve apenas remédios indutores do sono, como se fosse uma insônia comum. É necessária uma terapia comportamental complexa, numa tentativa de mudar o hábito, procurando antecipar o horário do sono. Envolve estímulo de luz, atividades físicas durante a manhã e principalmente um trabalho de reeducação.



E as pessoas que têm o hábito de acordar às 4 ou 5 horas da manhã? “O lado oposto do vespertino é o que a gente chama de avanço de fase. Só que esse não tem o problema maior no sentido social. Ele está mais adaptado aos ritmos sociais e profissionais. Os meus pacientes deste tipo têm orgulho, já ouvi mais de uma vez eles dizendo ‘Deus ajuda quem cedo madruga’”, diz o neurologista.



Homem adquiriu parasita da malária de chipanzés


É o que revelam dados de recentes pesquisas sobre variedade surpreendente do Plasmodium
por Lynne Peeple

O maior suspeito: O parasita da malária humana mais comum e mortífero provavelmente veio dos chipanzés

De onde veio a malária humana: de frangos ou chimpanzés? Essa questão tem sido debatida nos últimos 50 anos: qual a origem do parasita da malária humana mais comum, o Plasmodium falciparum, que provoca a morte de no mínimo 1 milhão de pessoas anualmente. Uma nova pesquisa aponta para nossos parentes, os primatas.

“Esse é um dos extraordinários desafios médicos da humanidade”, observa Nathan Wolfe, diretor do Programa Global de Previsão Viral, com sede em São Francisco, Califórnia, e coautor do trabalho publicado recentemente on-line no Proceedings of the National Academy of Sciences. “Estamos diante talvez da mais devastadora doença da humanidade, mas sua origem permanece desconhecida.”

Alguns investigadores teorizam que o P. falciparum seja uma variante de um parasita encontrado em frangos, mas a maioria argumenta que as malárias de humanos e símios coevoluíram de um ancestral comum há vários milhões de anos.

Isso tudo aconteceu antes de Wolfe e sua equipe descobrirem a variedade surpreendente do parasita Plasmodium que infecta chimpanzés, chamado P. reichenowi, cuja variedade genética é muito maior que da espécie que ataca humanos. Como os parasitas mais antigos tiveram mais tempo para desenvolver variantes, a forma humana, menos diversificada, parece ser bem mais jovem que a dos chimpanzés.

Essa precocidade relativa foi confirmada quando pesquisadores dissecaram os detalhes do genoma da espécie. “O parasita da malária humana veio dos chimpanzés”, destaca Stephen Rich, coautor do trabalho e geneticista da University of Massachusetts, em Amherst. De fato, os dados genéticos sugerem que o P. falciparum é uma forma mutante do P. reichenowi. “Quando observamos os padrões de ramificação, verificamos que humanos e chimpanzés tinham um ancestral comum há cerca de 5 a 7 milhões de anos. No entanto, não havia um exemplo em que a malária humana estivesse mais fortemente relacionada com pássaros ou frangos que com a malária dos chimpanzés”.

A teoria decorrente supõe que um mosquito picou um chimpanzé e depois um humano, introduzindo o parasita na nossa linhagem há cerca de 10 mil anos, explica Rich.

Pesquisas recentes indicam que a malária é menos virulenta em seus hospedeiros chimpanzés. Essa observação também é consistente com a descoberta de que a versão simiana já existe há mais tempo. “Parasitas geralmente evoluem no sentido de obter uma associação vantajosa com seus hospedeiros”, observa Rich. “Tendo tempo suficiente, parasitas e hospedeiros equilibram suas armas de forma a viverem em paz”. Os chimpanzés e sua forma de malária tiveram, portanto, bastante tempo para chegar a bom termo.

Essa conclusão “é compatível com o que se sabe sobre a evolução do vetor da malária”, avalia Greg Lanzaro, diretor do Laboratório de Genética de Vetores da University of California, em Davis. “Mas é preciso juntar todas as peças para se entender o que acontece: a genética humana, a biologia dos mosquitos vetores que fazem a transmissão, e, certamente, o próprio parasita”. A descoberta é mais uma peça do quebra-cabeças.

Rich e seus colegas continuam coletando dados e sequenciando genomas na esperança de entender melhor como a malária afeta os chimpanzés e determinar quando ela se transferiu para os humanos. Enquanto isso, sua descoberta já tem repercussão na pesquisa médica. Sarah Tishkoff, geneticista da Escola de Medicina da University of Pennsylvania, acredita que as diferenças entre a suscetibilidade de humanos e primatas “pode fornecer pistas importantes para o desenvolvimento de vacinas e tratamentos mais eficazes”. Wolfe concorda e acrescenta que a descoberta “não se restringe apenas aos registros históricos”.

Células T podem ajudar a aprendizagem


Embora não presentes do cérebro, elas melhoraram cognição de ratos em laboratório
por Katherine Harmon
Wikimedia Commons

Imagem das camadas de meninges que envolvem o cérebro

As células do sistema imunológico se esforçam bastante para combater infecções. Entretanto, novos estudos revelam que essas células têm um importante papel em nossa cognição. Um estudo publicado no dia 3 de maio no Journal of Experimental Medicine tenta revelar como as células T ─ não presentes no cérebro ─ auxiliam no processo de aprendizagem e memorização.

Pesquisadores descobriram que o acúmulo de outras células do sistema imune ─ relacionadas a inflamações ─ em regiões próximas ao cérebro pode causar declínio da capacidade cognitiva em pacientes que apresentam, por exemplo, esclerose múltipla ou demência. “Inesperadamente, as células T foram detectadas nos processos de aprendizagem e memorização, mas o mecanismo de atuação ainda permanece desconhecido”, segundo autores do estudo liderado por Noël Derecki, do departamento de Neurociência da University of Virginia, em Charlottesville.

Para entender tais mecanismos, Dereki e seus colegas procuraram determinar por que camundongos deficientes em células T não foram bem nos testes de memória em labirintos, já que essas células não estão presentes no cérebro, e sim em reações inflamatórias.

A resposta para essa questão pode estar em uma série de interações entre as meninges. As células T se aglomeraram nessas regiões logo após a formação da memória dos ratos a respeito dos labirintos.

O maior foco dos pesquisadores são as células T que produzem a proteína IL-4, uma citocina inibidora dos compostos causadores dos inchaços. Quando células T foram injetadas nos cérebros dos camundongos, havia células mieloides acumuladas que parecem estimular a inflamação e prejudicar a aprendizagem.

Com o intuito de testar o papel dessa proteína e conhecer sua capacidade na ajuda no processo de aprendizagem e memorização, os pesquisadores desenvolveram ratos sem a proteína IL-4 e realizaram testes de labirinto, comparando-os com ratos comuns. Os camundongos sem a citocina tiveram um aumento de inflamação nas células mieloides nas meninges e “exibiram um fenótipo surpreendentemente grave na função cognitiva”, segundo observaram os pesquisadores. No entanto, quando os camundongos deficientes receberam doses de células T melhoraram muito seu desempenho. Esse fato pode ter ocorrido devido à produção da proteína IL-4, que eliminou a inflamação no sistema nervoso.

“Esses resultados são de grande importância na mudança de um paradigma na compreensão do papel das células, ou linfócitos T, na manutenção do delicado equilíbrio entre o pró e o anti-inflamatório na área circundante do sistema nervoso central”, segundo o grupo de pesquisa.

Fungo mortal já ameaça nove espécies de morcegos americanos


Taxas de mortalidade variam de 75% até a 100%
por John Platt
Al Hicks/US Fish and Wildlife Service

Morcegos exibindo sinais da síndrome do nariz branco

Uma infecção fúngica mortal que aflige os Quirópteros, conhecida como síndrome do nariz branco (WNS), foi relatada em uma nova espécie de morcego nos Estados Unidos. Esta é a nona espécie em que foi observado esse tipo de infecção. De acordo com o Center for Biological Diversity, a WNS já infectou 20% das espécies de morcegos de toda a América do Norte.

A última vítima é o Myotis austroriparius, que vive na planície aluvial do Mississipi. O morcego infectado foi encontrado no Parque Estadual Pocahontas, na Virgínia. Ele morreu logo depois de ser capturado pelo Departamento de Pesca local.

O fungo que causa a WNS vive na pele facial dos morcegos e nas membranas de vôo, possivelmente levando-os a morrer de fome. Nas cavernas onde os morcegos são encontrados foram realizadas pesquisas que confirmam taxas de mortalidade variando de 75% a 100%. Essa infecção já matou pelo menos 1 milhão de morcegos espalhados por todos os Estados Unidos desde que o fungo foi observado pela primeira vez no Estado de Nova York em 2006.

A WNS também foi descoberta recentemente em Ontário e Quebec. Cavernas em muitos estados foram fechadas para evitar a presença de seres humanos, possivelmente os responsáveis pela propagação do fungo. Os cientistas ainda não sabem qual o sistema de propagação desse fungo e nem como prevenir ou curar.

Arroz branco aumenta risco de diabetes tipo 2


Arroz branco aumenta risco de diabetes tipo 2
Pesquisa de Harvard registra notável diferença nas taxas da doença entre quem comia arroz branco e os que consumiam o integral
por Katherine Harmon
iStockphoto / Elenathewise



O arroz branco é o novo integrante da lista crescente de carboidratos refinados com risco de causar diabetes, segundo um novo estudo que verificou grande probabilidade no aumento do risco de diabetes tipo 2 para consumidores de arroz branco.

O processo de “limpeza” do arroz, que o transforma de integral para branco, aumenta o índice glicêmico do grão (medida da capacidade de um carboidrato de elevar a quantidade de açúcar no sangue). “As novas descobertas têm implicações na saúde publica, pois mais de 70% do arroz consumido é branco”, observou Qi Sun, líder do estudo do Departamento de Nutrição da Harvard School of Public Health. Os resultados foram publicados no dia 14 de junho na Archives of Internal Medicine.

Avaliando a saúde, os hábitos alimentares e o estilo de vida de 197.228 adultos, os pesquisadores encontraram uma notável diferença nas taxas de diabetes tipo 2 entre aqueles que comiam arroz branco e os que consumiam arroz integral.

Aqueles que consumiam, pelo menos, cinco porções (150 gramas cada) de arroz branco por semana tinham risco de 17% de ter diabetes do tipo 2 do que aqueles que quase não comiam arroz branco. E as pessoas que comiam pelo menos duas porções de arroz por semana tinham risco de 11% de contrair a doença. Os autores calcularam que a substituição de arroz branco por integral reduziria as chances de diabetes tipo 2 em 16%.

O arroz integral, no entanto, não parece ser o grão mais eficaz para prevenção de diabetes. Os pesquisadores descobriram que a substituição de cerca de 50 gramas por outros grãos integrais (como trigo ou cevada) pode reduzir o risco de diabetes em até 36%.

Em algumas partes do mundo, como o Japão, o arroz pode ser responsável por quase 30% do consumo energético diário, disse Sun. No entanto, os pesquisadores concluíram em seu estudo, "de um ponto de vista da saúde pública, a substituição de grãos refinados, como o arroz branco, por grãos integrais, incluindo o próprio arroz, deve ser recomendada para ajudar a prevenir diabetes tipo 2”.

Alternativa a células-tronco embrionárias causa polêmica


Células-tronco de pele adulta podem gerar dilemas éticos tão grandes quanto as do tipo embrionário
por Sally Lehrman
iStockphoto

Células iPS talvez não sejam a melhor alternativa, discutem os cientistas

Quando pesquisadores demonstraram pela primeira vez, em 2007, que células da pele humana poderiam ser reprogramadas para se comportar como células-tronco – que podem se diferenciar completamente em outros tipos de células – tanto cientistas quanto políticos exultaram. Todo o potencial das células-tronco embrionárias poderia ser aproveitado com as novas técnicas – sem a controvérsia política e moral associada à destruição de óvulos fertilizados.

Esse otimismo, entretanto, pode ser precipitado. Essas células transformadas, conhecidas como células-tronco pluripotentes induzidas ou células iPS (do inglês induced pluripotent stem cells), na verdade apresentam dilemas éticos igualmente preocupantes, de acordo com bioeticistas presentes no encontro anual da Sociedade Internacional para Pesquisa de Células-Tronco. Não apenas permanecem muitos dos desafios éticos apresentados pelas células-tronco embrionárias, mas a relativa facilidade e baixos custos das técnicas de células iPS, combinados com a acessibilidade das mesmas, tornam premente a necessidade de se abordar possibilidades com ares futurísticos como a criação de gametas para reprodução. Cientistas já relataram progressos na produção de células precursoras de óvulos e espermatozoides tanto de linhagens de células-tronco iPS quanto embrionárias.

Embora aperfeiçoar o processo possa demorar mais uma década, “devemos começar a pensar cuidadosamente sobre isso agora”, observa Kazuto Kato, bioeticista da Universidade de Quioto, no Japão. Para se assegurar que os gametas funcionem normalmente, por exemplo, pesquisadores necessitarão produzir embriões e depois destruí-los, prática moralmente questionável com proibições e políticas diferentes ao redor do mundo. Espermatozoides e óvulos de células da pele poderiam, por fim, ser usados para fins reprodutivos, possibilitando a procriação em qualquer idade e utilizando-se tecidos tanto de pessoas vivas quanto mortas. Em clínicas de fertilidade as células iPS permitiriam aos futuros pais escolher embriões com as características desejadas mais facilmente do que conseguem com a tecnologia convencional de reprodução assistida. As possibilidades levantam uma questão radical sobre o status moral das células humanas, observa Jan Helge Solbakk, chefe de pesquisa do Centro para Ética Médica da Universidade de Oslo, na Noruega, e presidente do comitê de ética e política pública da Sociedade.

Embora Kato considere a clonagem humana reprodutiva direta de linhagens de células iPS “muito hipotética”, ele aponta o progresso nesse sentido quando observa que três equipes já produziram ratos clonados de células iPS. Menos dispendioso e mais eficiente que o processo que produziu a ovelha Dolly, a abordagem iPS também evitaria o vocabulário utilizado em muitas proibições atuais de clonagem humana reprodutiva. Alguns bioeticistas já solicitaram uma nova proibição internacional que claramente impeça a criação de um clone humano em parte por conta das tentadoras possibilidades de uso em pesquisa de embriões em estágios iniciais.

Preocupações mais imediatas estão relacionadas com o controle da doação de tecidos cultivados a partir de células iPS. “Biobancos” no mundo todo já armazenam material biológico e dados relativos a ele para pesquisa, e muitos não solicitam consentimento para uso futuro desde que o material não possa mais ser relacionado ao doador. O potencial de longo alcance da pesquisa com iPS, combinado com a possibilidade das linhagens de células permanecerem ligadas a um único doador (e ao histórico de saúde desse doador), reforçam a necessidade de um consenso sobre a questão, observa Timothy Caulfield, diretor de pesquisa do Instituto de Direito Sanitário da University of Alberta, em Edmonton.

Tal consenso, entretanto, pode ser difícil de obter. Em uma pesquisa sobre atitudes, Caulfield notou uma tendência: pesquisadores clínicos, pacientes participantes, especialistas em privacidade e o público em geral discordam sobre se o consentimento seria necessário para cada novo uso do tecido doado ou se bastaria um consentimento geral. E como um doador de células arrependido faria para desistir caso linhagens de células iPS tivessem sido distribuídas para o mundo todo? As normas internacionais básicas de consentimento e desistência para pesquisas podem não se aplicar mais. “Temos de reconhecer todas as questões complicadas que a pesquisa de iPS está acarretando e ter uma noção de como as políticas e leis existentes funcionam”, acrescenta Caulfield.

Alguns eticistas sugerem que doadores de tecido merecem participar do tremendo potencial comercial das linhagens de células iPS que servem como modelos de doenças, plataformas de testes de medicamentos e tratamentos. Novas parcerias poderiam considerar as contribuições dos doadores e dos laboratórios que cultivam e mantêm as linhagens de células iPS. Solbakk sugere que os doadores possam receber alguma compensação monetária e ter o direito de excluir determinados usos para as células iPS, como a criação de gametas ou espécies mestiças, ou então ter voz ativa no curso geral da pesquisa.

O comitê de ética da Sociedade de Células-Tronco está trabalhando em um documento a der divulgado até o final do ano no qual discorre sobre os direitos dos doadores de tecido e faz recomendações. Solbakk também espera realizar mais fóruns públicos para esclarecer os avanços na pesquisa e ao mesmo tempo estimular a reflexão sobre os aspectos éticos. Ele declarou que a Sociedade continuará com seus esforços para evitar excessos nesse campo, como disponibilizar um novo website no intuito de ajudar pacientes a avaliar declarações de clínicas que ofereçam tratamentos de células-tronco e até mesmo indicar uma clínica para avaliação por parte da Sociedade. Acrescenta que “o recurso mais vulnerável é a confiança”.

Vetado novo medicamento antiobesidade


Comissão consultiva da FDA vê riscos maiores que benefícios
por Katherine Harmon
iStockphoto



O caminho problemático de drogas para dietas continua polêmico, especialmente depois de um parecer para a Food and Drug Administration (FDA) que recomenda à agência não aprovar um novo medicamento antiobesidade.

A nova droga, chamada lorcaserin, age sobre o cérebro pela serotonina, um neurotransmissor envolvido no apetite, digestão, humor e outras funções. A serotonina desempenha também papel no sistema cardiovascular. A dieta com as drogas fen-phen (fenfluramina e fentermina) foi retirada do mercado na década de 1990 após ter sido relacionada a problemas nas válvulas do coração. Quando administrado em doses elevadas, o novo medicamento também desenvolveu muitos tumores nos ratos (embora testes em seres humanos não tenham sido associados a aumento do risco de câncer). "Em minha opinião, os riscos do medicamento superam os benefícios potenciais", disse Heidi Connolly, membro da comissão da FDA e professora de medicina da Mayo Clinic, à Bloomberg News.

Outros membros da comissão, no entanto, destacaram mais o nível questionável de eficácia do que preocupações sobre a segurança, durante a votação final, que terminou com nove votos contrários a cinco favoráveis. "Realmente não vejo problemas com o risco", disse Eric Felner, endocrinologista pediatra da Emory University, a The New York Times.

Qnexa, outra droga para dieta, foi rejeitada pela comissão em julho. E ainda há uma reunião marcada para avaliar uma nova droga chamada Contrave – último dos três possíveis novos tratamentos. Embora a FDA não seja obrigada a seguir as sugestões da comissão consultiva, muitas vezes decide sob suas decisões. A empresa que fabrica a lorcaserin, Arena Pharmaceuticals, prosseguirá tentando a aprovação da FDA.

Muitos pesquisadores do campo das drogas para dieta continuam céticos sobre o surgimento de uma panacéia farmacêutica para combater a epidemia crescente da obesidade, apesar de grandes incentivos para desenvolver uma droga eficiente. Outro possível revés para o campo é a Meridia (sibutramina), medicamento que já está no mercado e pode ser retirado das prateleiras dos Estados Unidos. A sua utilização tem sido associada ao acidente vascular cerebral e ataques cardíacos, e a FDA abrirá votação para impedir sua venda.

Como evitar a extinção dos vaga-lumes?


Museu de Boston lança programa para avaliar situação desse inseto
por John Platt
Wikipedia

Vaga-lume (Photuris lucicrescens): observações diminuem a cada ano

Os pirilampos estão desaparecendo? Ninguém sabe ao certo, mas com base em evidências empíricas as populações parecem estar desaparecendo, com menos observações a cada verão do hemisfério norte. Infelizmente, os insetos bioluminescentes sempre foram tão onipresentes em pátios e parques por tanto tempo que quase ninguém se preocupou em estudá-los. Agora, o Museu de Ciência em Boston quer ajudar a descobrir se alguma das dezenas de espécies norte-americanas de vaga-lumes dos Estados Unidos e do Canadá estão em perigo.

O museu, juntamente com pesquisadores da Tufts University, estão executando o Firefly Watch, projeto de 10 anos (atualmente em seu terceiro ano), em que voluntários podem observar vaga-lumes em seus quintais e enviar os dados para um site onde os cientistas podem usá-los para a pesquisa de tendências da população [os leitores brasileiros também podem participar].

O projeto já tem alguns resultados surpreendentes, como vaga-lumes vistos a oeste das Montanhas Rochosas, bem fora do seu hábitat natural. "O que significa isso?"

A temporada de vaga-lumes na América do Norte é muito longa (geralmente vai de maio a agosto) e, para participar, os voluntários precisam gastar apenas 10 minutos por semana para a coleta de dados, como a temperatura externa, o número de vaga-lumes observados (mesmo que esse número seja zero), as condições de iluminação local (poluição luminosa é uma possível causa de declínios das espécies), e o tempo da observação.

O site Firefly.org tem algumas dicas sobre como fazer seu quintal mais hospitaleiro para vaga-lumes, incluindo a adição de uma pequena lagoa, desligar as luzes de fora, evitar pesticidas, cortar com menor frequência seu gramado e adicionar minhocas no solo como fonte de alimento para larvas de vaga-lumes.

4 de out. de 2010

Plano para salvar o pica-pau pode chegar tarde demaispécie considerada extinta foi avistada há cinco anos, mas esperança é mínima por Rex Dalton pé

espécie considerada extinta foi avistada há cinco anos, mas esperança é mínima
por Rex Dalton
Wikipedia
Já foram gastos US$ 14 milhões na preservação do pássaro
Cinco anos após ornitólogos se emocionarem ao conseguir gravar o evasivo pica-pau-bico-de-marfim, considerado extinto, o US Fish and Wildlife Service (FWS) está prestes a aprovar um plano de recuperação para gerenciar as espécies desse pássaro. O plano vai traçar uma estratégia de conservação, incluindo preservação do hábitat.

Em 2005, uma equipe de filmagem avistou um pica-pau-bico-de-marfim (Campephilus principalis) em Arkansas, no que parecia ser a primeira aparição documentada de uma criatura que pensou extinta há pelo menos 50 anos.

Porém, após cinco anos de buscas infrutíferas, a esperança de salvar as espécies é quase nula. "Não acreditamos que uma população recuperável de pica-pau-bico-de-marfim exista", diz Ron Rohrbaugh, biólogo conservacionista da Cornell University em Ithaca, Nova York, que liderou a equipe de pesquisa original.

O FWS gastou US$ 14 milhões tentando documentar e preservar esse pica-pau em todo o sudeste dos Estados Unidos, incluindo US$ 8 milhões para a preservação do hábitat e US$ 2 milhões para os custos de pesquisa associados. A busca foi suspensa em outubro do ano passado depois de esgotada a verba.

Laurie Fenwood, coordenadora do projeto, diz que os novos planos de recuperação são necessários para recolher melhor o conhecimento científico sobre as espécies - ainda não está claro se já estão extintas.

Ao longo do caminho, houve falsas esperanças. No primeiro semestre, uma pesquisadora recebeu uma foto supostamente de um Campephilus principalis no rio Cache, no sul de Illinois. Porém, a pessoa responsável pela foto confessou que a falsificara. Steve Sheridan, artista gráfico de Lexington, Kentucky, diz que viu um pica-pau na região e forjou as fotos para incentivar a conservação da área. "Respondemos a ele que o efeito pode ser exatamente o oposto, atrasando a recuperação por anos", disseram os pesquisadores

Descoberta de traços genéticos da hepatite B melhora o conhecimento sobre a evolução viral
por Katherine Harmon
I
Rastro genético do vírus está oculto no genoma dos pássaros modernos
Vírus são organismos que podem se adaptar rapidamente para ultrapassar as barreiras à infecção. Pesquisas recentes têm encontrado vestígios antigos de alguns vírus no genoma de determinados animais.

Um novo estudo descreve a evidência de um hepadnavírus (grupo de vírus que inclui hepatite B, que infecta os seres humanos, bem como outros mamíferos e algumas aves) oculto no genoma dos pássaros modernos. Os pesquisadores responsáveis pelo novo trabalho dizem que a estimativa pode ser de pelo menos 19 milhões de anos.

Esses fósseis, chamados virais, não são relíquias mineralizadas, mas sim pedaços de códigos genéticos lidos ao longo do genoma de um organismo hospedeiro. Um estudo realizado em julho descreve dezenas de exemplos de códigos virais no genoma dos vertebrados, muitos dos quais provavelmente existiram há cerca de 40 milhões de anos.

"Esses vírus são ‘fósseis’ de DNA e podemos colocar todos juntos novamente e ressuscitar espécies extintas", dizem os pesquisadores. "Sabemos que isso soa muito assustador, como ficção científica", acrescentam, "mas isso realmente pode responder as perguntas em termos da biologia do vírus".

Os pesquisadores podem quebrar a cabeça com os ossos fossilizados e discutir indefinidamente sobre se um hominídeo caminhava ereto ou não. Mas com o material genético de um vírus extinto na frente deles, eles podem recriá-lo em laboratório. O processo (feito em um cenário altamente protegido) poderá, eventualmente, revelar como essas “máquinas” foram capazes de sobreviver e prosperar com essas inserções.

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