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26 de mar. de 2010

Sementes turbinam a saúde e a dieta

Se há alguma cartilha dos principais mandamentos da dieta, um deles certamente é não ficar longos intervalos do dia sem comer. O ideal é fazer pequenos lanchinhos de três em três horas, além das refeições principais, para ajudar o metabolismo acelerar e queimar mais calorias. Uma ótima alternativa para esses intervalos é investir no consumo de sementes oleoginosas, como as de girassol, abóbora, linhaça e gergelim.

A razão para apostar nessas turma, que tem cara de comida de passarinho, é simples. Além de tapear a fome, elas trazem um bem enorme ao organismo. "Elas são ricas em ácidos graxos monoinsaturados que auxiliam o controle dos triglicérides, do colesterol total, do colesterol ruim (LDL), diminuindo o risco de desenvolvimento de doenças do coração", explica a nutricionista Patrícia Bertolucci, de São Paulo.

A presença de poderosos antioxidantes, como vitamina E, selênio e manganês, que varrem os radicais livres produzidos pelos organismos relaciona a atividade das sementes oleoginosas ao menor risco de desenvolver doenças crônico-degenerativas, como o Mal de Alzheimer.

As sementes também são ricas em magnésio, que participa de inúmeros processos em nosso organismo, como a absorção adequada de cálcio nos ossos, contração muscular, ação anti-inflamatória e regulação da pressão arterial. Confira a seguir como fazer o melhor uso delas:

Gergelim combate o intestino preso
A semente é boa fonte de manganês, cálcio, cobre, magnésio, ferro, fósforo, vitamina B1, zinco, proteínas, vitaminas A e E e fibras ricas em lignanas, que previnem o aumento de colesterol.
Cerca de 50% de sua composição é de gordura, do tipo insaturada, entre elas, a lecitina, que alguns estudos já mostram ter efeitos benéficos na regulação dos níveis de colesterol e triglicérides no sangue. Além dessa gordura também auxiliar na lubrificação do intestino, que junto com as fibras vão deixar a prisão de ventre bem longe.

"Todo esse conjunto auxilia na saúde cardiovascular e intestinal e na prevenção do câncer e envelhecimento precoce, dentre outras doenças", explica a nutricionista Patrícia Davidson, do Rio de Janeiro.

Suas fibras insolúveis também são ótimas para controlar as taxas de glicemia, o açúcar do sangue, afastando males como a diabetes. E ainda proporciona maior duração da saciedade, o que vai fazer com que a pessoa sinta menos fome. O ideal é consumir de 1 a 2 colheres de sobremesa por dia que vão girar em torno de 80 calorias cada uma e sem prejudicar a dieta.

"As sementes podem ser utilizadas diretamente de alimentos que contenham gergelim como pães integrais, bolacha e bolos. Também podem ser torradas ou polvilhadas sobre os alimentos como arroz, iogurte, suco e salada. O óleo de gergelim, que como a semente é ótima fonte de gordura insaturada e vitaminas, pode regar os alimentos", acrescenta Patrícia.

Girassol contra a pressão alta
Tem uma quantidade boa de proteínas, gordura monoinsaturada - que é de ótima qualidade para o organismo, vitamina E, fibras e de arginina, um aminoácido importante porque é substrato para o óxido nítrico, substância que relaxa os vasos sanguíneos, evitando a elevação da pressão sanguinea.

"O consumo de girassol auxilia no controle da tensão pré-mentrual, favorece a recuperação de processos inflamatórios, auxilia na mobilização do ferro para a síntese da hemoglobina, adrenalina e a formação dos tecidos conjuntivos", aponta a nutricionista Fernanda Pisciolaro, membro da Associação Brasileira para o Estudo da Obesidade e da Síndrome Metabólica (Abeso).

É uma semente que pode ser consumida assada, onde seu sabor será acentuado. Ou pode ser consumida em forma de farinha. "Mas não asse por muito tempo, nem em temperatura elevada para que suas propriedades sejam perdidas", recomenda Patrícia Davidson. A ingestão pode ficar em 2 colheres de sopa, mas não existe uma recomendação específica de consumo. Cada 100 gramas leva 584 calorias.

Linhaça protege o coração
Contém lignana, que é um composto fitoquímico que pode atuar na prevenção do câncer de mama e, por apresentar uma estrutura química similar ao estrógeno, pode ajudar a prevenir os sintomas da menopausa.

Traz os ácidos graxos ômega 3 e ômega 6, gorduras que se destaca como um protetor do coração, já que é um antioxidante com potente ação contra a formação de placas nas artérias, além de reforçar o sistema imunológico, reduzir inflamações, atuar na redução do colesterol total e triglicérides e ainda retardar a coagulação sanguínea.

"A linhaça está carregada de fibras solúveis e insolúveis que além de regular o trânsito intestinal prevenindo o câncer de cólon, se destacam por controlar a absorção de glicose e colesterol no intestino", diz Patrícia Bertolucci. A semente também apresenta diversas vitaminas e minerais: B1, B2, C, E; caroteno e os minerais ferro, zinco, potássio, magnésio, fósforo e cálcio.

Todos os benefícios da linhaça se potencializam quando a semente é moída ou triturada, pois como a casca da semente é muito dura, sua digestão é comprometida podendo passar direto pelo trato gastrointestinal, reduzindo a absorção de seus nutrientes. Após moída, a semente deve ser mantida sob refrigeração e longe da luz, para evitar a oxidação das gorduras. Pode ser utilizada no complemento de inúmeras preparações: pães, bolos, biscoitos, cereais e bebidas, e até adicionadas a sucos, saladas, sobremesas, iogurtes e sopas.

Semente de abóbora afasta o colesterol
É uma semente cheia de potássio - mineral capaz de auxiliar no controle da pressão arterial. É rica em fibra, que funciona bem contra a prisão de ventre, e vitamina A, boa para os olhos por prevenir doenças como degeneração macular.

Além disso, apresenta alto teor de ácidos graxos essenciais, zinco e fitoesterol, que é uma importante substância no combate ao colesterol. "O que acontece é que ele substitui o colesterol no local de absorção e esse colesterol vai ser excretado e seus níveis circulantes diminuirão no organismo", diz a nutricionista Patrícia Davidson.

Além de ser opção de petisco de fim de tarde, uma outra maneira de aproveitar as qualidades da semente é triturá-la, adicionando-a na forma de farinha em diversas preparações. Experimente salpicá-la na salada de frutas, batê-la com sucos naturais e incorporá-la em saladas de folhas ou em massas de tortas.


A história da prevenção das doenças transmissíveis

INTRODUÇÃO
As doenças constituem uma terrível ameaça para todo ser humano. Algumas são brandas, mas outras podem chegar mesmo a matar milhões de pessoas - como já ocorreu - espalhando-se por grandes regiões do mundo. Durante muitos séculos, não se sabia o que produzia as pestes e as grandes epidemias: um castigo divino? uma conjunção astrológica? uma mudança de clima? Foi preciso um longo caminho para que se pudesse compreender a causa das enfermidades transmissíveis e como se prevenir contra elas.

Hoje em dia, todos sabemos que certas doenças podem passar de uma pessoa para outra. Desde uma gripe banal, até diversas doenças muito graves, como cólera e aids, podem ser transmitidas de uma pessoa doente para outra sadia. Isso ocorre quando a doença é causada por microorganismos, como as bactérias ou vírus. Esses seres invisíveis, que são responsáveis por muitas doenças, multiplicam-se nos indivíduos doentes e podem passar deles para outras pessoas através de muitos caminhos: pela respiração, por excreções, pela picada de um inseto, etc. Há outros tipos de doenças que não são causadas por microorganismos; mas não iremos tratar delas, neste livro.

Quando se conhece o tipo de microorganismo causador de uma doença e o seu modo de transmissão, pode-se evitar que ele passe às pessoas sadias - através de várias medidas sanitárias e de higiene. Em certos casos, pode-se também produzir vacinas, que protegem as pessoas, mesmo se ficarem em contato com doentes. Por fim, em muitos outros casos, podem ser desenvolvidos remédios (como os antibióticos) que combatem esses microorganismos quando eles já se estabeleceram em um organismo, de tal forma a destrui-los.

O conhecimento de que muitas doenças são produzidas por microorganismos é, hoje, uma coisa banal. No entanto, esse é um conhecimento médico relativamente recente - com pouco mais de um século de idade. Foi apenas durante a segunda metade do século XIX que se estabeleceu a teoria microbiana das doenças. Durante centenas de anos, os médicos ignoraram a causa das enfermidades transmissíveis, que eram explicadas de modos que atualmente nos parecem absurdos. Os modos de prevenção e cura dessas doenças eram também, obviamente, muito diferentes dos de hoje.

Como se chegou a esse conhecimento atual? Por que fases passou a Medicina, em sua tentativa de compreender as epidemias e o contágio? Como surgiram as vacinas? Esses são alguns dos pontos que serão tratados nas páginas seguintes.

Este livro não irá abranger todos os aspectos da história da Medicina. Isso exigiria uma obra muitas vezes maior do que esta. Mesmo o assunto aqui tratado - as doenças transmissíveis e sua prevenção - é excessivamente amplo para ser estudado em detalhe em um trabalho como este. Será necessário deixar de lado vários aspectos, focalizando apenas alguns episódios mais importantes.

Iremos percorrer uma longa história, de mais de dois mil anos, para descobrir como diversos povos, em diferentes épocas, concebiam o processo de contágio. Ao longo dessa história, veremos uma grande mistura de superstições, de experimentos, de teorias diversas, e a luta contínua da humanidade contra doenças terríveis.

Por meio do estudo dessa história, será possível compreender como se desenvolve a evolução do pensamento humano, através de uma série de palpites, tentativas, erros e acertos. Veremos como algumas "certezas" causaram a morte e o sofrimento de milhões de pessoas. Por fim, estudando o surgimento da moderna teoria microbiana, veremos como foi gradualmente introduzido um maior rigor na pesquisa médica, resultado em importantes avanços. Pelo conhecimento desse caminho histórico, será possível perceber a enorme importância das medidas sanitárias e de higiene, capazes de evitar horríveis doenças - medidas simples mas que, infelizmente, continuam a ser ignoradas ou deixadas de lado, até hoje, no Brasil e em outros lugares.

CAPÍTULO 1 - AS GRANDES PESTES
A MORTE RONDA
O que é uma grande epidemia? Que efeitos podem produzir as enfermidades transmissíveis, quando atingem muitas pessoas? Quem nunca viveu pessoalmente a experiência dessas doenças, nem pode avaliar o que elas significam. Por isso, é conveniente começar com a descrição de um caso histórico importante.

Daniel Defoe foi um importante escritor que viveu nos séculos XVII e XVIII. É o autor de um livro de aventuras bem conhecido: Robinson Crusoe. Ele escreveu em 1722 um outro livro menos famoso, o "Diário do ano da peste", em que descreve uma grave epidemia ocorrida em Londres, em 1665.

De tempos em tempos - como depois veremos - a Europa era varrida por grandes pestes, que matavam milhões de pessoas. Em 1663, uma dessas epidemias, originada na Itália ou vinda do oriente, atingiu a Holanda. Não existiam televisores, nem rádios, nem mesmo jornais para transmitir notícias. No entanto, através de cartas e pelos comentários de pessoa para pessoa, ficavase sabendo rapidamente o que acontecia. Nos outros países próximos, temia-se que a doença também surgisse.

Em 1664, o aparecimento de um cometa nos céus levou a muitas predições pessimistas. Segundo Defoe, os astrólogos de Londres anunciaram que a peste logo iria atingir a cidade. O pavor tomou muitas pessoas. Os mais impressionáveis começaram a ter sonhos em que viam um grande número de mortos. Pessoas alucinadas corriam pelas ruas, gritando e profetizando desgraças. Londres se encheu de magos, adivinhos, astrólogos, curandeiros e diversos tipos de charlatães, que davam conselhos, previam os acontecimentos futuros, indicavam antídotos infalíveis contra qualquer tipo de doença, vendiam talismãs mágicos para proteger da peste e, de muitas formas, lucravam com o temor do povo.

Nada aconteceu, no entanto, até o final de 1664. No fim de novembro ou início de dezembro, dois estrangeiros morreram, nos arredores de Londres, com os sintomas da peste bubônica. Como eram dois casos isolados, isso não produziu muita preocupação. Mas poucas semanas depois, uma outra pessoa morreu, na mesma casa onde esses dois primeiros haviam falecido, também com sinais da peste. Evitava-se falar sobre o assunto.

Nas duas regiões próximas, Saint Giles e Saint Andrews, a mortalidade normal era de 12 a 19 pessoas por semana. Logo, os números se elevaram um pouco, ultrapassando 20 por semana, no início de 1665. O número total de enterros em Londres, que era de 240 a 300 por semana, subiu a mais de 400, em janeiro. Mas as mortes não eram ainda atribuídas à peste. Um ou outro caso tinha sinais semelhantes ao dessa enfermidade; mas a maioria das mortes era atribuída a causas comuns.

Durante algumas semanas, há um frio rigoroso (é época de inverno, no hemisfério norte) e as mortes diminuem. Mas no fim de abril e início de maio surgem mais casos indubitáveis de peste, em Saint Giles e outros locais. No final de maio, as autoridades reconhecem que já morreram algumas dezenas de pessoas dessa doença.

que era essa enfermidade? Era algo que já se conhecia muito bem, na Europa, embora não tivesse atingido Londres antes. Produzia grandes inchações, onde se formava pus, em certas partes do corpo - principalmente nas axilas e virilhas - que eram chamadas de "bubões", vindo daí o nome da doença (peste bubônica). Quem adoecia, em geral, morria, depois de poucos dias, com grandes dores.

Mas como se adquiria a enfermidade? Era evidente que alguma coisa passava dos doentes para as pessoas sadias, pois a doença ia se espalhando aos poucos de uma região para outra próxima, atacando principalmente quem morava com os doentes, próximo deles ou tinha contato com eles. Defoe assim explicava a transmissão:

"Parece-me fora de dúvida que esta calamidade se espalha pelo contágio; quer dizer, por certos vapores ou fumaças, que os médicos chamam de eflúvios; pela respiração ou transpiração; pelas exalações das feridas dos doentes; ou por outras vias, talvez fora do alcance dos próprios médicos. Esses eflúvios afetam os homens sãos que se aproximam a uma certa distância dos doentes, e penetram imediatamente em suas partes vitais, colocando seu sangue subitamente em fermentação e agitando os seus espíritos (...)."

UMA CIDADE EM FUGA

Cena da peste de 1665, em Londres: Multidões fugindo da cidade e carretas cheias de mortos para serem enterrados.

Como se vê, havia muitas hipóteses sobre o modo de transmissão da enfermidade, mas não se sabia nada com certeza. Os bubões dos doentes exalavam um cheiro fétido, e muitos pensavam que era através desses odores que a doença passava de uma pessoa para outra.

No início de junho, a doença aumenta assustadoramente em Londres. Apenas em Saint Giles, morrem 100 pessoas em uma única semana. Nos bairros próximos, a mortalidade também é elevada, mas muitas pessoas escondem a causa real.

As pessoas ricas começam a fugir da cidade, para não serem atingidas pela doença. Vão para outras cidades ou para o campo, levando objetos de valor, roupas, móveis, acompanhados de seus criados. As ruas da cidade se enchem de carroças e cavalos que transportam pessoas e seus bens para longe da peste. Muitas pessoas que não dispunham de cavalos fugiam a pé, levando tendas para acampar fora da cidade. Da população total, que era de 400.000 habitantes, cerca de 100.000 deixam Londres.

No fim de junho, morrem 700 pessoas por semana, da peste. Na primeira semana de julho, o número chega a mais de 1.200. Na semana seguinte, 1.700 mortos.

O pânico se espalha, diante da catástrofe que se acelera. Ouvem-se gritos, choros e lamentações vindos de muitas casas. Com medo do contágio, as pessoas que permanecem em Londres evitam sair à rua. Quando precisam sair de suas residências, caminham pelo meio das ruas, longe das casas, por medo de encontrar algum doente ou para evitar receber os odores e emanações das moradias infectadas.

Não era possível saber quem estava livre da enfermidade. Algumas vezes, pessoas que aparentemente estavam normais caíam na rua e morriam. Lá ficavam, caidas no chão, até que seus corpos fossem recolhidos, à noite.

As autoridades começam a tomar algumas medidas. O rei ordena que os professores de medicina se reúnam e divulguem ao público quais os melhores remédios contra a doença, distribuindo-os gratuitamente à população. Recomendavam-se perfumes e substâncias aromáticas para impedir que a peste penetrasse nas casas. Mas nenhum remédio era realmente capaz de impedir ou de curar a enfermidade e os médicos morriam tanto quanto seus pacientes.

Os magistrados tomam medidas graves: toda casa em que surgir algum caso de peste, deve ser trancada, com todos os seus moradores, e dois guardas devem se revezar à porta, para que ninguém entre ou saia - exceto os cadáveres dos mortos - para que a doença não se espalhe. Apenas depois de 28 dias da morte de um morador os demais são liberados, se não mostrarem sinais da doença. Durante todo o tempo, essas casas ficam marcadas na porta, com uma grande cruz vermelha e a inscrição: "Senhor, tende piedade de nós".

Qual a causa da peste? Ninguém sabia. Teria sido o cometa? Teria sido a cólera de Deus, que estava castigando os pecadores? Muitos achavam que eram as duas coisas: Deus havia resolvido castigar as pessoas e havia enviado, como mensageiro, o cometa fatídico. Em meio à peste, o pavor fazia com que muitas pessoas confessassem publicamente seus pecados, no meio da rua, a altos brados, com a esperança de serem perdoados por Deus e escaparem da doença. Assim se tornaram conhecidos muitos crimes, roubos, adultérios... Mas muitas vezes o pecador confesso e aqueles que ouviram sua confissão morreram, pois a enfermidade não tinha critérios morais para fazer as suas escolhas.


Desde a idade média, quando havia epidemias, as casas das pessoas doentes eram marcadas com uma cruz, para que todos soubessem que deviam evitá-las. A ilustração retrata esse costume durante uma epidemia de cólera, no século XIX.

O número de mortos tornou necessário simplificar os enterros. As autoridades proibiram que fossem feitas cerimônias públicas, cortejos e acompanhamentos. Os enterros deviam ser rápidos, imediatos, para que não se espalhasse a doença.

Todas as reuniões e diversões públicas - até mesmo os combates de ursos, que eram populares na época - são proibidas, para evitar o contato entre as pessoas. As autoridades mandam varrer as ruas e retirar todo tipo de detrito. São tomados cuidados especiais de vigilância dos alimentos, para que não se vendam carnes e outros produtos podres. Enfim, várias medidas de bom senso, embora não se soubesse exatamente o que causava a doença ou como ela se espalhava.

Evitava-se encostar em objetos que tivessem sido tocados pelos doentes. Como qualquer pessoa podia estar com a peste, os comerciantes já não pegavam no dinheiro: os compradores deviam pagar suas compras com moedas no valor exato da venda, e colocar seu dinheiro dentro de vasilhas com vinagre, para purificá-lo. Só depois de algum tempo os comerciantes recolhiam esse dinheiro.

Imaginando que os animais também poderiam carregar a doença de um lado para o outro, são proibidos os porcos, cães, gatos, coelhos, pombos e outros animais domésticos em Londres. Calcula-se que foram mortos 40.000 cães e cerca de 200.000 gatos na cidade, nessa época. Também se tentou exterminar os ratos, com veneno, matando-se uma grande quantidade deles.

Atualmente, sabemos que a peste bubônica é transmitida pelas pulgas dos ratos da cidade. Ela não passa diretamente de uma pessoa para outra pela respiração, nem pelo contato físico. Assim, os cuidados que eram tomados não ajudavam a impedir que a peste se espalhasse.

O número de mortos aumentava cada vez mais. Em agosto, passam de mil mortos por dia. Já não é possível mais fazer caixões, nem mesmo covas individuais para os mortos. À noite e durante toda a madrugada, passam pelas ruas de Londres, constantemente, as carroças de coleta de cadáveres, com seus condutores gritando: "Tragam os seus mortos! Tragam os seus mortos!" Os corpos são empilhados nas carroças, vestidos ou despidos, carregados até o cemitério, onde são despejados em grandes valas.

O clima de horror era indescritível. Acostumando-se à morte, as pessoas já não lamentavam e choravam mais seus parentes. Os doentes eram abandonados. A morte parecia inevitável para todos.

No final de agosto e início de setembro, as estatísticas oficiais indicaram 7.000 a 8.000 mortos por semana. Os números verdadeiros podem ter sido duas ou três vezes maiores, pois os dados oficiais talvez fossem forjados - para não assustar demais a população.

A partir de outubro, as mortes diminuem. Em novembro, o número cai a apenas 900 falecimentos por semana e embora a peste não tivesse desaparecidos, todos sentem que a enfermidade está sumindo. Os habitantes que haviam fugido começam a retornar.

Durante o ano de 1665, a peste matou cerca de 100.000 habitantes de Londres, de uma população total de 400.000. Famílias inteiras pereceram. A doença desapareceu como havia aparecido: sem que ninguém a entendesse, sem que ninguém soubesse como se prevenir ou curar a peste. Uma enorme tragédia, diante da qual todos estavam impotentes.

Nenhum de nós conheceu pessoalmente uma situação semelhante a essa - e esperamos nunca presenciá-la. Muitos devem pensar que tudo isso é coisa de um passado distante, que jamais se repetirá. Será verdade?

No início do século XX, apesar de todo o conhecimento que já se tinha, uma epidemia mundial de gripe matou milhões de pessoas. Em pleno final do século XX, doenças que já pareciam coisa do passado - como cólera e dengue - reaparecem e causam a morte de muitas pessoas no Brasil.

A medicina evoluiu muito e sabemos como controlar um grande número de doenças. Mas o controle exige dinheiro e decisões políticas que nem sempre são tomadas. Por outro lado, existem enfermidades que ainda estão fora do controle da medicina, como a aids. Para que não se repitam episódios como o da peste de Londres de 1665, é necessário que todos saibam o significado das grandes epidemias e conheçam os meios de evitá-las. É para proporcionar essa base científica que este livro foi escrito.

INFLUENZA AVIÁRIA

INFLUENZA AVIÁRIA
Introdução
A gripe aviária é uma doença viral, causada pelo vírus Influenza do tipo A, que acomete os tratos respiratórios, digestivo e sistema nervoso de várias espécies de aves. A doença pode ocorrer em muitas espécies de aves domésticas e silvestres.

Até recentemente não se considerava possível a transmissão direta do vírus totalmente aviário ao homem. Sua primeira associação ocorreu em Hong Kong em 1997, durante uma epidemia em aves domésticas causada pelo subtipo viral H5N1. Nesta epidemia 18 trabalhadores de mercado de aves adoeceram e 6 deles evoluíram para óbito. Após este ocorrido verificou-se que o H5N1 havia ultrapassado a barreira entre as espécies sem que fosse necessária a recombinação genética com o vírus humano.

Em 2003 foi notificado uma epidemia pelo Influenza A (H5N1), que atingiu a Coréia do Sul, ocorrendo o óbito de 19.000 galinhas, tendo rápida disseminação para os demais países asiáticos. Em 2004 no Vietnã, foram descritos os primeiros casos de doença humana, e estudos confirmaram tratar-se de uma cepa de H5N1 diferente da identificada em 1997 e 2003. Confirmou-se assim a emergência de uma nova cepa e consequentemente o risco potencial para o surgimento de uma pandemia.

Taxonomia
Família: Orthomyxoviridae.
Ordem: Orthomyxiovirus.
Gênero: Influenzavirus.
Tipo A: acomete humanos, eqüinos, suínos e aves.
Tipo B: somente humanos.
Tipo C: somente humanos.

O nome de estirpes do vírus da Influenza Aviária (IA) deve incluir: tipo do vírus (A, B ou C), o hospedeiro, origem geográfica, número de registro, ano de isolamento e descrição antigênica entre parênteses.

Exemplo: A/turkey/1/68 (H8N4).

Etiologia
Os vírus influenza são RNA vírus de cadeia simples. O RNA está contido em oito segmentos individuais que codificam dez proteínas diferentes. Os vírus são geralmente esféricos podendo atingir 200nm. As partículas virais possuem envelopes de onde saem glicoproteínas, hemaglutinina (HÁ) e neuroaminidase (NA) que determinam os subtipos e são responsáveis pela antigenicidade e virulência do vírus. Os tipos A, B e C são determinados pela proteína de membrana M e pela proteína do núcleo PN.

Até o momento foram registrados 16 diferentes proteínas HÁ e 9 diferentes proteínas NA. A HÁ é a responsável pela ligação do vírus ao receptor da célula do hospedeiro pela penetração do vírus na membrana citoplasmática e também pela capacidade hemaglutinante do vírus. A NA é a responsável pela liberação de novos vírus das células do hospedeiro por meio de sua ação sobre o ácido neuramínico na célula.

A HÁ do vírus aviário liga-se aos receptores a-2,3 ácido siálico. Já o vírus humano liga-se a receptores a-2,6 ácido siálico das células epiteliais do trato respiratório.

O vírus Influenza pode acumular mutações pontuais, chamadas de antigenic drift. Profundas alterações genéticas ocorrem quando há recombinação genética entre cepas virais diferentes chamadas de antigenic shif. Para que ocorra esta recombinação genética é necessária a existência de um hospedeiro intermediário que permita a infecção de cepas virais diferentes numa mesma célula. Até agora, acredita-se que o porco deva ser o principal hospedeiro para o surgimento dessas recombinações, já que, apresentam ambos receptores.

Resistência
As cepas virais supracitadas apresentam as seguintes resistências:

• Temperatura: Inativado a 56ºC por 3 horas, ou 60ºC por 30 minutos

• pH: Inativado em pH ácido

• Químicos: Inativado por agentes oxidantes, dodecil sulfato sódico, solventes lipídicos e ß-propiolactona

• Desinfetantes: Inativado por compostos à base de formol e iodo.

• Sobrevivência: Permanece viável por longos períodos em tecidos, fezes e na água; também viável por longos períodos a temperatura de refrigeração, e o congelamento conserva o vírion por período inderteminado.

Hospedeiros
Os vírus da IA estão presentes em muitas áreas de criação avícola, infectando diversas espécies de aves, entre elas: galinhas domésticas, perus, patos, codornas, avestruzes e emas. Aves silvestres e, sobretudo, aves aquáticas migratórias são consideradas importantes reservatórios dos vírus da IA, sendo na maior parte dos casos responsáveis pelo início dos surtos da doença em todo o mundo.

Transmissão
A transmissão, de ave para ave, ocorre pelo contato com as secreções das aves infectadas (fezes e oronasais) ou fômites contaminados. Os ovos quebrados que estiverem contaminados podem infectar os pintos no incubatório. As aves aquáticas e marinhas contaminadas podem infectar outras aves suscetíveis mesmo sem apresentar sinais clínicos.

Os mecanismos de transmissão direta do vírus aviário ao homem são pouco conhecidos. O contato com aves e superfícies contaminadas com suas secreções parece ser a principal via de infecção. Porém poderá ocorrer também por via respiratória através da inalação de aerossóis.

Patogenia
A patogenia da IA ainda não está completamente elucidada, mas a doença humana com infecções fatais pelo H5 é provavelmente resultante do desequilíbrio das citocinas, com produção excessiva de citocinas pró-inflamatórias (principalmente IL-6, G-CSF, MIP-1 e MIP-2). O TGF-ß é um potente imunomodulador que está relacionado a apoptose das células infectadas pelo vírus Influenza.

Ao penetrar no hospedeiro, geralmente por via respiratória, o vírus é adsorvido pela superfície das células que contém os receptores de sialoglicoproteínas (a-2,3 ácido siálico, a-2,6 ácido siálico) e sofre endocitose. O capsídeo migra para o núcleo da célula infectada, onde haverá replicação do RNA viral.

Apresentação Clínica
O período de incubação é curto, em média de 2 a 4 dias, com alta concentração de vírus nas secreções respiraórias durante a fase inicial da doença.

Na maior parte dos casos a clínica da IA é semelhante aos outros subtipos de Influenza. Pode apresentar-se como: forma subclínica, resfriado comum, faringites, traqueobronquites, bronquiolites (em crianças).

As formas graves caracterizam-se por quadro de vias aéreas superiores e pneumonite hemorrágica com infiltração mononuclear.

Na epidemia de 2004 os primeiros relatos dos casos humanos evidenciavam febre, dispnéia e tosse, associados à diarréia em 70% dos casos. Todos foram hospitalizados nos primeiros seis dias após o aparecimento dos sintomas, com evolução para óbito em 80% após nove dias do início dos sintomas.

Diagnóstico
O diagnóstico é baseado na apresentação clínica e epidemiológica, sobretudo em casos de epidemias. Outras doenças respiratórias como por RSV, adenovírus, parainfluenza e hantavírus constituem importantes diagnósticos diferenciais. Indivíduos com sintomas respiratórios, febre e história de viagens recentes às regiões de transmissão devem ser investigados.

O isolamento viral ou detecção do antígeno viral por meio de microscopia eletrônica ou cultura celular são importantes não só para o diagnóstico como também para a caracterização genética do vírus, determinação de seu perfil de sensibilidade e produção de vacinas específicas.

O vírus Influenza é detectado mais facilmente através de aspirado nasofaríngeo obtido nos três primeiros dias do início dos sintomas (swab nosofaríngeo também pode ser utilizado).

Os métodos de detecção rápida incluem:

Detecção direta por meio de técnica de imunofluorecência
Detecção direta através de PCR
Exames sorológicos de fixação de complemento ou hemoglutinação apresentam limitações na sua aplicabilidade clínica, contudo podem ser valiosos nas investigações epidemiológicas.
Tratamento
O tratamento não específico compõe-se da utilização de AINES, paracetamol como antipirético, antitussígenos e ventilação assistida nos casos graves.

O tratamento específico incluem antivirais inibidores de HA (Rimantadina e Amantadina) e inibidores de NA (Zanamivir e Oseltamavir).

O vírus Influenza H5N1 da epidemia de 2004 apresenta resistência natural aos inibidores da HA, sendo por isso utilizado somente os inibidores da NA.

Os inibidores da NA são também indicados como profilaxia se instituídos nas primeiras 48 horas após o contato. Estudos recomendam a quimioprofilaxia para profissionais de saúde, em contato com os doentes, pessoas vivendo em instituições e profissionais de granjas e avícolas.

É importante ressaltar que os antivirais são úteis na redução da severidade dos casos e na disseminação da infecção, mas não há dados clínicos que determine sua real eficácia no tratamento.

Prevenção
No âmbito hospitalar as medidas de controle são semelhantes às indicadas para patógenos de transmissão respiratórias: máscara N95, luvas, gorro, avental, óculos e proteção de sapatos. A lavagem das mãos também constitui uma importante e eficaz medida de controle da doença.

Na infecção entre os animais deve ser realizada rápida eliminação de aves infectadas ou expostas, descarte apropriado das carcaças, quarentena, desinfecção das fazendas bem como restrição do mercado avicultor.

Vacinação
Não existe ainda vacinação eficaz para a IA em seres humanos, contudo recomenda-se a utilização da vacinação de Influenza disponível para indivíduos expostos ao vírus aviário durante epidemias. O objetivo é reduzir o risco de co-infecção do vírus humano e aviário e favorecer o aparecimento de novas cepas virais.

Vacinas preparadas com a amostra H5N1 para aves domésticas são de alto custo pelo número de animais que se deve imunizar e a dificuldade logística de se realizar a operação. As vacinas contra influenza são preparadas em ovos embrionados (inativadas), os quais devem ser livres de agentes patogênicos; a par disso, o processo de preparação da vacina apresenta relativo baixo rendimento, o que encarece o produto final e limita muito as quantidades disponíveis, bem abaixo das demandas necessárias a uma vacinação em larga escala, em caso de epidemias e epizootias.

As vacinas disponíveis para as aves são:

Vacinas inativadas
Vacina viva recombinante
Vacina de DNA.
Estudos estão sendo feitos para suprir a necessidade da vacinação humana, porém teme-se que na vigência de uma pandemia não haja tempo hábil para a produção da mesma.

Karina Koppe
Bárbara Pontini
Beatriz Ávila
Graziela Pelegrino
Juliana Almeida
Kenio Magalhães

BIBLIOGRAFIA
Saúde Aviária e Doenças/ Andreatti Filho, Raphael Lúcio/ 1ª Edição – 2007/ Editora Roca
Doenças das Aves/ Berchieri Júnior, Ângelo/ 2000/ Editora Facta
Tratado de Infectologia/ Veronesi, Ricardo; Focaccia, Roberto/ 3ª Edição – 2005/ Editora Atheneu
www.fiocruz.br

Fonte: MEDICINA – UNIGRANRIO

LABIRINTITE

A labirintite é o comprometimento da estrutura interna do ouvido, chamada de labirinto, responsável pelo equilíbrio.

São várias as causas das doenças labirínticas e algumas vezes, as vertigens podem ser o primeiro sinal.

A tontura é sentida porque o cérebro recebe informações erradas a respeito da posição no espaço.

Essa sensação de tontura pode dar a falsa idéia de que a pessoa está "rodando" (vertigem), caindo (desequilíbrio), sendo empurrada ou flutuando (falta de firmeza nos passos).

Principais fatores desencadeantes da labirintite:
Alterações bruscas da pressão atmosférica (mergulho, avião, subidas de serras e montanhas);
Doenças pré-existentes: diabetes, hipertensão e reumatismo, hábitos como excesso de cafeína, álcool e tabagismo;
Traumatismos na cabeça;
Traumas sonoros por excesso contínuo de ruído.


O zumbido é freqüentemente descrito como "um barulho nos ouvidos" e esse barulho varia sensivelmente de pessoa para pessoa. Em alguns parecem "apitos", para os outros, chiados.

Até o momento não se tem certeza absoluta de nenhuma causa específica para este distúrbio. No entanto, a má circulação, infecções e acúmulo de cera nos ouvidos, alguns tipos de alergias, a ansiedade, depressão e estresse podem desencadear e até piorar o zumbido no ouvido.

Fonte: www.herbarium.net

LABIRINTITE




É preciso ficar atento antes de dizer "eu tenho labirintite". Para fazer esta afirmação é necessário ter recebido um diagnóstico preciso de um médico confiável. Ao contrário do que muita gente pensa, não basta apresentar tonturas para se auto declarar uma pessoa com labirintite. Segundo a otorrinolaringologista Karina Lunz, " mais de 40 % dos adultos relatam ter apresentado tonteira em alguma época da vida, nem por isso podem dizer que tiveram labirintite".

A tonteira não pode servir como referência para a labirintite principalmente porque muitas outras enfermidades apresentam o mesmo sintoma, como hipertensão arterial e doenças neurológicas.

Um outro mito que gira em torno da labirintite é a questão de ter ou não cura. Muitas pessoas dizem que a doença é incurável, afirmação que também é inverídica. Se o paciente procurar um especialista e tomar medicamento com orientação, um bom tratamento vai ser indicado e ele poderá levar uma vida normal.

Não existem medicamentos específicos para a labirintite, então além dos remédios que devem ser tomados para alívio das tonteiras, "é preciso tomar alguns cuidados com alimentação e praticar exercícios fisioterápicos específicos para o labirinto" afirma a médica. O labirinto faz parte do sistema de equilíbrio das pessoas.

O principal sintoma da labirintite é a tonteira que pode vir repentinamente e durar alguns segundos, minutos, horas ou dias. Geralmente vem acompanhada de sintomas como as náuseas, vômitos, sudorese e palidez. Pode se apresentar em crises periódicas com intervalos variáveis ou se tornar crônica. Por haver relação íntima entre o labirinto e o sistema auditivo, o paciente com labirintite pode apresentar diminuição da audição em um dos ouvidos ou em ambos, dificuldade de entender o que as pessoas dizem, zumbidos ou sensação de pressão.

E se você tem ou conhece alguém que apresenta esses sintomas, procure um médico, porque os pacientes com labirintite precisam de muitos cuidados. "O paciente que tem labirintite necessita de grande atenção, pois existe uma insegurança muito grande, ansiedade e depressão que costuma associar-se a medo de cair ou medo de sair sozinha, gerando um grande impacto na qualidade de vida do paciente".

Alguns cuidados que melhoram a qualidade de vida do paciente com labirintite :
Evite ficar mais do que três horas, durante o dia, sem ingerir algum alimento.
Evite o uso de açúcar refinado, mascavo, cristal ou mel. Use adoçantes e dietéticos, se necessários.
Aumente a ingestão de água. Beba de quatro a seis copos de água por dia.
Evite chá-mate e café.
Evite sucos de frutas industrializados.
Evite o excesso de corantes e conservantes.
Legumes e verduras devem constituir a maior parte da alimentação.
Evite bebida alcoólica.
Evite o repouso excessivo. Caminhe pelo menos trinta minutos por dia .
Evite travesseiros altos.
Fonte: msn.minhavida.com.br

LABIRINTITE




Labirintite é um termo com significado popular que, geralmente, se refere aos distúrbios relacionados ao equilíbrio e à audição. Sendo assim, popularmente e em sentido amplo, Labirintite pode significar tontura, vertigem, zumbido, desequilíbrio e varias outras formas de mal estar.

Na verdade, o termo correto a ser usado seria Labirintopatia, que significa "doença do labirinto".
Milhões de pessoas sofrem de Zumbido e grande parte da população experimenta Zumbido alguma vez na vida.

O Zumbido é a percepção de um som mesmo não havendo nenhum ruído presente. Apesar da sua ocorrência ser comum, a maioria das pessoas não o conhece pelo nome e o efeito que causa é muito variável, para alguns é apenas um incômodo, para outros é um estado estressante.

Fonte: gballone.sites.uol.com.br

Clamídia


Causador

Clamidia trachomatis

O que é Clamídia?
Clamídia é uma infecção bacteriana transmitida através de contato físico durante uma relação sexual. Pode ser transmitida também através de sexo vaginal, anal ou oral.

Quais são os sintomas da Clamídia?
Os sintomas aparecem de 1 a 3 semanas após a infecção. Muitos homens e mulheres, no entanto, não os desenvolvem. Os sintomas são:

Homens
ardor e dor ao urinar.
secreção branca, "aguada" do pênis.
Mulheres
secreção vaginal.
ardor e dor ao urinar.
urinar com muita freqüência.
dor nas costas e cólicas abdominais.
sangramento após relação sexual
Quais são os exames para se diagnosticar Clamídia?
O exame é feito em laboratório com o material coletado da uretra (homens) ou da cérvice uterina (mulheres).

A Clamídia é curável?
O tratamento é feito com antibióticos e o paciente fica curado. É importante tratar o parceiro também, para que não ocorra nova transmissão.

O que ocorre se a Clamídia não for tratada?
Se não for tratada, a Clamídia pode se espalhar para a cavidade e órgãos pélvicos, causando doença inflamatória pélvica. Esta doença pode causar danos irreparáveis aos órgãos pélvicos e infertilidade tanto em homens quanto em mulheres.

Como se previne a transmissão da Clamídia?
Pessoas com apenas um parceiro sexual têm menos chances de adquirir Clamídia. É muito importante o uso de camisinha e espermicidas. A camisinha é uma barreira entre o organismo e a bactéria. Os espermicidas ajudam a eliminar qualquer micro-organismo que entre em contato com eles.

Fonte: med.fm.usp.br

Vacina Contra Tríplice Viral


Moraten e Edmonston Zagreb), da caxumba (cepas Jeryl Lynn, L-3 Zagreb e Urabe AM9) e da rubéola (cepa Wistar RA27/3). Existem três combinações vacinais de diferentes cepas de sarampo e caxumba com o vírus da rubéola. Esta vacina é indicada no Brasil para crianças a partir dos 12 meses de idade, idealmente aplicada aos 15 meses, devendo receber uma dose única de 0,5 ml pela via subcutânea na região do deltóide. Os profissionais da saúde podem receber uma dose única desta vacina com o objetivo de prevenir as três doenças. Todos os três componentes desta vacina são altamente imunogênicos e eficazes, dando imunidade duradoura por praticamente toda a vida. A proteção inicia-se cerca de duas semanas após a vacinação e a soroconversão é em torno de 95%.

As vacinas com vírus vivos atenuados não devem ser aplicadas em crianças com deficiência adquirida ou congênita, exceto os pacientes HIV positivos que poderão ser vacinados. As mulheres vacinadas deverão evitar a gravidez durante três meses, embora as gestantes quando vacinadas não deverão considerar a interrupção da gravidez. As crianças com neoplasias malígnas e sob efeito de corticosteróides, imunossupressores e/ou radioterapia só devem ser vacinadas após três meses da suspensão da terapêutica. Está contra-indicada a vacina para os indivíduos alérgicos ao ovo de galinha, à neomicina e à kanamicina.

Deve-se adiar a vacinação quando o paciente apresentar doença febril aguda grave, quando estiver sob uso de corticosteróides, imunossupressores e/ou radioterapia (adia-se a vacinação por três meses). A vacina só deve ser aplicada duas semanas antes ou cerca de três meses após o uso de derivados do sangue (plasma, imunoglobulinas, sangue total).

Entre as manifestações locais da vacina salienta-se ardência no local da injeção, eritema, hiperestesia, enduração, linfadenopatia regional. O tratamento deve ser feito com analgésicos e compressas frias ou quentes. Não há contra-indicação de se aplicar as doses subseqüentes da vacina.

Entre as manifestações sistêmicas gerais observam-se de 0,5 a 4% de aumento de temperatura corporal, irritabilidade, conjuntivite e sintomas catarrais (5 a 12 dias após). Cinco a 12% desenvolvem febre acima de 39,5º C. Neste caso pode ocorrer convulsões. O exantema está presente em cerca de 5% dos casos (7 a 10 dias após) e a linfadenopatia em menos de 1% e aparece entre 7 e 21 dias após a aplicação. O tratamento deve ser feito com analgésicos e compressas frias ou quentes. Não há contra-indicação de doses subseqüentes da vacina.

Entre as manifestações relativas ao sistema nervoso central salienta-se a meningite, a encefalite e a pan-encefalite esclerosante subaguda. A meningite em geral é causada pelo vírus da caxumba em geral da cepa Urabe AM9. A encefalite pode ser causada tanto pelo vírus da caxumba, quanto pelo do sarampo. A pan-encefalite esclerosante subaguda está relacionada com o vírus selvagem do sarampo, embora a vacina não esteja totalmente isenta deste efeito colateral. Outras manifestações nervosas tais como ataxia cerebelar, mielite transversa, meningite asséptica, síndrome de Reye, síndrome de Guillain-Barré, surdez e retinopatia raramente têm sido relatadas. A avaliação clínica por especialista (neurologista, pediatra ou infectologista) deve sempre ser indicada. Nestes casos há contra-indicação de doses subseqüentes da vacina.

Além disso, tem sido relatado púrpura trombocitopênica (causada pela cepa do vírus do sarampo), orquite, parotidite e pancreatite (vírus da caxumba - em geral cepa Urabe). As reações articulares tais como artrite e artralgias são causadas pela cepa viral da rubéola (Wistar RA27/3).

Apesar dos eventos adversos relatados, trata-se de uma vacina bastante segura e deve ser preconizada para todas as crianças a partir dos 12 meses de idade.

Fonte: vacinas.org.br

MENINGITES BACTERIANAS

MENINGITES BACTERIANAS

1. O que é meningite?
Meningite indica processo inflamatório e/ou infeccioso das membranas que envolvem o cérebro, provocando reação purulenta detectável no líquor, que é o líquido que banha o órgão. As meningites podem ser bacterianas (ou purulentas), virais e granulomatosas (tuberculosas e fúngicas).

2. Qual a importância das meningites bacterianas?
As meningites bacterianas têm sua causa relacionada com a faixa etária e a provável porta de entrada do agente infeccioso. Constituem-se numa doença infecto-contagiosa com alta prevalência na faixa etária pediátrica, principalmente crianças na faixa etária de menor responsividade imunológica (recém-nascidos e menores de 2 anos), acarretando perdas motoras, neurossensoriais e suas conseqüências (surdez, retardamento mental, paralisia motora, etc.), além de alta mortalidade. É um sério problema de saúde pública, principalmente nos países em desenvolvimento, com um alto ônus social. Por estes motivos é muito importante a prevenção através da vacinação.

3. Quais as principais bactérias causadoras destas meningites?
No Brasil são três os principais agentes causadores de meningite bacteriana : haemophilus influenza do tipo b, meningoco e pneumococo.
Já praticamente não se registram casos de infecção pelo haemophilus influenza do tipo b, visto a vacinação em massa disponível para todos os menores de 5 anos nos postos de saúde.
A meningite meningocócica é a mais comum em nosso meio. Atinge principalmente as crianças menores de 2 anos de idade (faixa em que ocorre a maioria dos óbitos), mas pode atingir também adolescentes e adultos.
A segunda causa mais comum de meningite bacteriana é a infecção pneumocócica que, como a meningocócica, atinge principalmente os menores de 2 anos.

4. Como diagnosticar meningite?
A suspeita diagnóstica das meningites deve ser sempre conduzida pelo médico, que se baseia em dados clínicos. Exames laboratoriais confirmam o diagnóstico e o tipo de bactéria envolvida.
No recém-nascido e no lactente, pela imaturidade do sistema nervoso, os sinais são pouco característicos, tornando o diagnóstico mais difícil, sendo preciso observar sinais de alarme: febre alta ou hipotermia, apatia, recusa alimentar, vômitos seguidos, sem relação com a alimentação ou náuseas; alterações no ritmo respiratório, fontanela (moleira) abaulada e tensa, convulsões.
Na criança maior, no adolescente e no adulto, os sinais clínicos já são característicos, tornando a suspeita clínica mais fácil: febre ou hipotermia, anorexia, apatia e sinais indiretos de infecção, sinais neurológicos específicos de irritação do sistema nervoso central, como rigidez de nuca, cefaléia intensa, vômitos, e alterações ao exame do fundo de olho.

5. Como se contrai meningite bacteriana?
A transmissão se pela transmissão das bactérias através da s gotículas de salica elimindas por indivíduos chamados portadores sãos. Nessas pessoas, as bactérias colonizam a orofaringe sem causar doença. Estima-se que cerca de 30-60% da população seja portadora sã da bactéria.
Como é doença de incubação muito rápida e muito grave, não adianta vacinar depois de um contato íntimo com um paciente, a melhor maneira de evitar o contágio é estar previamente vacinado.

6. Como é o tratamento?
O tratamento deve ser rápido, na tentativa de se evitar seqüelas. Antibióticos e outras medidas de suporte devem ser instituídos precocemente, em regime de internação hospitalar, geralmente em unidades de terapia intensiva, até que se estabilize o paciente e o risco de morte esteja afastado.

7. Qual é o prognóstico?
O prognóstico depende da faixa etária, do diagnóstico precoce, da forma clínica da doença.
Todas as meningites bacterianas têm letalidade alta, cerca de 20% dos doentes vão ao óbito. Quanto mais cedo iniciado o tratamento, maior a probabilidade de curar a doença e evitar as seqüelas.
Apesar das importantes melhorias no diagnóstico e no tratamento, a meningite ainda se mantém como uma das doenças mais preocupantes em nosso meio, pois mesmo os indivíduos que sobrevivem ainda podem apresentar seqüelas, que vão desde leves dificuldades escolares até a paralisia cerebral, passando por várias formas de defeitos físicos e intelectuais, incluindo a surdez parcial ou completa.

8. Como evitar meningites bacterianas?
A melhor maneira de evitar é prevenindo antes que um contato com a doença ocorra e hoje existem algumas vacinas disponíveis, mas com diferenças importantes entre elas.
A vacina conjugada contra o Haemophilus influenzae do tipo b faz parte do calendário básico de vacinação, estando disponível em postos de saúde, na vacina TETRA que é aplicada a partir dos dois meses de idade, com grande proteção (tornou-se uma doença rara atualmente, graças à vacinação em massa). Na rede privada, essa vacina encontra-se em combinação nas vacinas HEXA, PENTA e TETRA acelulares. Crianças com mais de cinco anos de idade em geral não necessitam tomar esta vacina. No entanto, adultos e crianças mais velhas com problemas de saúde especiais devem ser vacinados.
Contra a doença meningocócica, existem três tipos de vacina, muito diferentes entre si.
As vacinas meningocócicas polissacarídicas Combinada A+C e Combinada B+C conferem proteção por tempo limitado (cerca de três anos), não induzem memória imunológica, e não são eficazes em crianças abaixo de 2 anos (faixa etária onde a incidência da doença é maior). Além disso, o uso repetido dessa vacina acarreta uma tolerância imunológica, isto é, a cada dose aplicada, diminui ainda mais eficácia da vacina.
Mais recentemente, foi desenvolvida uma vacina conjugada contra a meningite meningocócica C, com elevada eficácia (inclusive em menores de um ano), que confere proteção prolongada (possivelmente por toda a vida). Alguns países desenvolvidos, como a Inglaterra, já adotaram esta vacina de forma rotineira no calendário vacinal infantil.
Contra a doença pneumocócica, existem as vacinas conjugadas pneumocócicas 7 e 10 valentes, que são recomendadas para todas as crianças a partir dos dois meses de idade, principalmente aquelas sob alto risco para desenvolver doença grave ou com outras situações de risco associadas.
Outra vacina disponível contra a doença pneumocócica é a vacina pneumocócica polissacarídica 23-valente que, da mesma forma que a vacina polissacarídica contra o meningococo, não pode ser aplicada antes dos dois anos de idade (época de maior risco para doença invasiva), não tem proteção prolongada e induz à tolerância imunológica. Tem indicações mais específicas, para indivíduos de alto risco e somente pode ser usada a partir dos dois anos de idade. Crianças sob alto risco devem receber a vacina conjugada e também a vacina 23-valente. Esta última é também recomendada para todas as pessoas idosas.

9. Em que situações essas vacinas estão indicadas?
A vacina contra a varicela não deve ser aplicada em:
Haemophilus Influenza B conjugada: todas as crianças, a partir de 2 meses de idade e indivíduos sob alto risco para desenvolver doença grave ou com outras situações de risco associadas, em situações em que há diminuição da resposta imunitária (anemia falciforme, pessoas sem baço, alcoolismo, transplante de medula óssea, traumatismos cranianos e endocardite bacteriana). Esta vacina é aplicada em vacinas combinadas ( na “Tetra”, na “Penta”e na “Hexa”).

Meningocócica C conjugada: todas as crianças a partir de dois meses de idade. Adolescentes e adultos também devem ser vacinados.

Meningocócica A+C e B+C: em situações de surtos ou epidemias de meningite, o Ministério da Saúde pode dispor desta vacina para conter a disseminação na comunidade. Os viajantes que se dirigem para áreas hiperendêmicas de doença meningocócica, como o “cinturão da meningite na África”, Arábia Saudita, e outras regiões, devem ser vacinados pelo menos 14 dias antes de viajar com a vacina A+C.

Pneumocócica 7-valente e pneumocócica 10-valente: todas as crianças, a partir de 2 meses e até 2 anos de idade.

Pneumocócica 23-valente: Idosos e indivíduos com alto risco para doença pneumocócica (pneumopatas, diabéticos, cardiopatas, doentes crônicos, pacientes imunodeficientes). Crianças com doenças pulmonares devem receber as duas vacinas, iniciando com a 7-valente aos 2 meses e depois recebendo a 23-valente, em data a ser determinada pelo médico assistente.

10. Vacinando contra meningite estou livre dessa doença?
Não. Meningite pode ser causada por muitos agentes, como vírus, tuberculose, fungos e outras bactérias.
A vacina BCG protege contra as formas graves de tuberculose, como a meningite tuberculosa, e sua eficácia mostra-se variável de acordo com os estudos realizados.
As vacinas pneumocócicas 7 e 10 valente protegem contra os 7 ou 10 principais tipos de pneumococos causadores de doença invasiva, mas existem mais tipos que não estão cobertos pela vacina.Embora menos importantes do ponto de vista da freqüência e da gravidade das doenças que são capazes de causar, em determinadas situações podem ser responsáveis por quadros de meningite.
A vacina meningocócica C conjugada protege contra a meningite causada pelo meningococo tipo C, que está se tornando o tipo mais prevalente em nosso país, mas ainda é importante o meningococo tipo B, contra o qual ainda não existe uma vacina eficaz.
A vacina contra Haemophilus b é tão eficaz que atualmente quase não encontramos este tipo de meningite, principalmente porque a vacinação está sendo feita em massa, estando disponível para todas as crianças.
Além disso, toda vacina apresenta uma eficácia que pode chegar perto de 98% e isso depende da resposta individual de cada pessoa. Desse modo, é possível que ocorra doença mesmo em vacinados, obviamente num percentual muito insignificante.
Muitos vírus acometem o sistema nervoso e causam meningite, não existindo vacina contra eles. O mesmo ocorre com fungos, que apresentam predileção por pacientes imunodeprimidos.

11. Corre-se o risco de contrair meningite com essas vacinas?
Não, pois nenhuma destas vacinas é feita com microrganismos vivos, apenas com parte ou fragmentos deles, capazes de desencadear a resposta imunológica com produção de anticorpos, mas incapazes de provocar doença.


12. Quais os efeitos colaterais dessas vacinas?
Os eventos adversos destas vacinas costumam ser leves, como febre e manifestações no local da aplicação (dor, edema e vermelhidão).


13. Em que situações essas vacinas estão contra-indicadas?
Como a maioria das vacinas, estão contra-indicadas em caso de reação anafilática a componentes da vacina. As doenças agudas e graves contra-indicam a vacinação naquele momento, devendo ser adiada até melhora do quadro.


14. As vacinas polissacarídicas são mais baratas, porque, então, usar uma vacina mais cara?
Por que as vacinas polissacarídicas (meningocócica A+C, meningocócica B+C e pneumocócica 23 valente) produzem menos anticorpos, não podem ser usadas em crianças abaixo de 2 anos (fase de maior risco para meningite), o nível de anticorpos cai em pouco tempo (em média 3 anos), a cada reforço os eventos adversos são mais intensos e a resposta imunológica é menor e, finalmente, não induzem a memória imunológica (se a criança entra em contato com a bactéria, o organismo não “lembra” do agente, não reagindo com a produção de anticorpos).


15. Porque é melhor vacinar antes de 1 ano de idade?
Porque este é o período em que as meningites são mais freqüentes, mais graves e apresentam maiores riscos de seqüelas ou mesmo morte.


16. Quais os esquemas de dose para cada faixa etária? Vacina contra Hemophilus b: três doses a partir de 2 meses de idade, com intervalo de 2 meses entre elas e um reforço entre 15 e 18 meses;

Vacina Meningicócica C Conjugada: duas doses, o mais precocemente possível a partir de 2 meses de idade, com intervalo de 2 meses entre as doses e um reforço entre 15 e 18 meses. Se infelizmente a criança não pode ser vacinada no primeiro ano de vida, é indicada apenas uma dose, depois de completado um ano de vida;

Vacina polissacarídica contra meningite A+C: dose única, só a partir de 2 anos de idade;

Vacinas Pneumocócicas 7 e 10-valente: três doses, o mais precocemente possível a partir dos 2 meses de idade, com intervalo de 2 meses entre as doses e um reforço aos 15 meses. Se infelizmente a aplicação não tiver iniciado aos dois meses, o esquema varia conforme a idade da primeira dose: entre 7 e 11 meses são duas doses com intervalo de dois meses e terceira dose aos 15 meses; entre 12 e 23 meses são só duas doses com intervalo de dois meses.


17. Onde encontro as vacinas contra meningites bacterianas?

Vacinas meningocócicas
No Brasil, as vacinas polissacarídicas (BC e AC) estão disponíveis na Rede Pública para situações de surto e epidemias.
Ainda na rede púbica, a vacina Conjugada C está disponível nos Centros de Referência para Imunobiológicos Especiais (CRIE) exclusivamente para pessoas a partir dos 2 meses de idade e adultos, dependendo da situação epidemiológica, que tenham doenças ou condições de base que impliquem em um maior risco de doença meningocócica (ausência de baço congênita ou adquirida, deficiências de imunidade, anemia falciforme e talassemia).
Na rede privada, podem ser encontradas todas as vacinas meningocócicas.

Vacinas pneumocócicas
A vacina pneumocócica 7-valente está disponível nos CRIEs para crianças de 2 meses até 5 anos em situações de risco para doença pneumocócica. Já a vacina 23-valente está disponível a partir de 2 anos de idade e também para adultos de risco para a doença.
Segundo alguns autores o uso de vacina conjugada 7-valente previamente à polissacarídica 23-valente resulta em melhor resposta imunológica a esta última. Assim, o CRIE indica, para crianças de risco de dois até cinco anos de idade, aplicação de ambas as vacinas, com o seguinte esquema: crianças que fizeram anteriormente o esquema de vacinação com a 7-valente devem ser vacinadas com a 23-valente pelo menos 6 a 8 semanas após a última dose de 7-valente e uma segunda dose 5 anos após a primeira. As crianças desta faixa etária com esquema incompleto ou sem vacinação com a 7-valente devem ser vacinadas com duas doses de 7-valente, com intervalo de oito semanas entre elas, uma dose de 23-valente oito semanas após última dose de 7-valente e um reforço com 23-valente cinco anos após. Segundo as normas do CRIE, a revacinação com a vacina 23-valente é indicada uma única vez.
Na rede privada, podem ser encontradas todas as vacinas pneumocócicas.

Vacinas contra o Haemophilus influenza do tipo b
As clínicas da rede privada dispõem da vacina contra o Haemophilus b combinada com vacinas contra outras doenças: vacinas “Tetra”, “Penta” e “Hexa”.
Esta vacina faz parte do Calendário Básico do Programa Nacional de Imunizações, compondo a vacina combinada tetravalente dos Postos de Saúde.
Está também disponível nos CRIEs, com apresentação simples, isolada, com indicação restrita a situações especiais: adultos com mais de 19 anos imunodeprimidos e transplantados. Nos menores de 19 anos e não vacinados, nas seguintes situações: imunodeprimidos, pacientes com ausência ou não funcionamento do baço, diabéticos, doentes renais, pulmonares e cardíacos crônicos, algumas doenças genéticas, asmáticos moderados a graves,algumas outras doenças crônicas.

Vacina Contra Haemophilus influenzae Tipo B

A vacina contra Haemophilus influenzae do tipo B é uma vacina indicada para a imunização de rotina, de crianças entre 2 meses e 5 anos de idade, contra as doenças causadas por esta bactérias. A vacina é preparada com o polissacarídeo capsular purificado do Haemophilus influenzae tipo b, ou seja, um polímero de ribose, ribitol e fosfato poliribosil, conjugado com a proteína tetânica (PRP-T). Esta bactéria é revestida com uma cápsula polissacarídica que a torna resistente ao ataque dos leucócitos. Neste caso a vacina estimula a produção de anticorpos anti-capsulares, promovendo uma imunidade ativa contra a bactéria. A aplicação deve ser feita pela via subcutânea ou intramuscular na dose de 0,5 ml de acordo com as especificações do fabricante.

Está indicada para imunização de rotina em crianças de 2 meses a 5 anos de idade, contra doenças invasivas causadas por Haemophilus influenzae tipo b (meningite, epiglotite, septicemia, celulite, artrite, pneumonia).

A posologia para crianças acima de 2 meses de idade é a seguinte:

Crianças com idade entre 2 e 6 meses: 3 injeções com intervalo de 1 ou 2 meses, seguidos de um reforço 1 ano após a terceira dose. Pode ser aplicada aos 2, 4 e 6 meses, juntamente com a vacina tríplice bacteriana (DPT).

Crianças com idade entre 6 e 12 meses: 2 injeções com intervalo de 1 ou 2 meses seguidos de um reforço 1 ano após a segunda dose.
Crianças de 1 a 5 anos de idade: dose única.

A administração da vacina deve ser feita por via subcutânea ou intramuscular na região ântero-local da coxa ou região glútea. Em crianças acima de 2 anos, deve-se administrar a vacina na região deltóide.

A vacina está contra-indicada para crianças abaixo de 2 meses de idade, gestantes, indivíduos com hipersensibilidade a qualquer componente da vacina, especialmente à proteína tetânica e estado febril e infecção aguda, uma vez que estes sintomas podem ser confundidos com eventuais efeitos colaterais da vacina.

Entre os eventos adversos salienta-se que a trombocitopenia transitória e a ocorrência de convulsões ou reação anafilática são raras. Como ocorre com qualquer vacina, podem ocorrer reações adversas leves do tipo anorexia, febre de até 39ºC, eritema e dor no local da injeção. A irritabilidade e a letargia também foram relatados. Com incidência menos freqüente observam-se febre acima de 39ºC (com resolução num período de 48 horas), vômitos, diarréia, enduração, edema ou sensação de calor no local da injeção, urticária, erupção na pele e choro incomum.

Fonte: vacinas.org.br

Vacina Tríplice Bateriana

A vacina tríplice (DPT) é constituída de antígenos protetores contra a difteria, a coqueluche e o tétano. Os antígenos incluem suspensão de 32.000.000 de Bordetella pertussis (4UI), 30UI (unidades internacionais) de toxóide diftérico e 10 a 20 UI de toxóide tetânico. Os toxóides possuem elevado poder imunogênico, principalmente quando associados aos adjuvantes minerais, entre eles o hidróxido de alumínio. O desempenho imunogênico da vacina anti-pertussis não é tão eficiente quando o dos toxóides, porém sua eficácia é bem estabelecida, diminuindo a freqüência e a gravidade da coqueluche em proporções consideráveis.

A aplicação da vacina deve ser feita pela via intramuscular, nas dosagens de 0,5 a 1,0ml, de acordo com a procedência do produto. A aplicação intramuscular deve ser profunda, na região glútea ou no músculo vasto lateral da coxa. Em crianças acima de dois anos, pode ser usada a região deltóide.

A vacinação básica consiste na aplicação de três doses, a partir dos dois meses de idade, com intervalos de dois meses entre as doses. O primeiro reforço deve ser aplicado 12 meses após a última dose da vacinação básica e o segundo reforço após 18 meses do primeiro reforço.

A vacina deve ser conservada em geladeira (entre +2 e +8°C) e deve-se tomar cuidado especial na aplicação. Assim sendo, aspirar a vacina para a seringa com uma agulha e expelir o ar. Trocar agulha, tomando cuidado para o conteúdo não penetrar na mesma, pois o adjuvante hidróxido de alumínio, se depositado na derme , pode causar reação local intensa. Salienta-se que o congelamento da vacina (zero grau) inativa os seus componentes. Os frascos multi-doses devem ser mantidos em geladeira, em temperatura adequada, tomando-se os cuidados de evitar-se possíveis contaminações.

As reações vacinais podem ocorrer, sendo as principais o eritema local, exulceração, nódulo e abscesso. Sintomas gerais, como febre de intensidade variável, sonolência, irritabilidade, mal estar e vômito, podem ocorrer.

Doses eventuais de reforço devem ser feitas nas seguintes situações:

Difteria
quando houver contato com doente de difteria a criança (com menos de 7 anos de idade) pode receber uma dose de reforço da vacina tríplice (DPT) ou dupla infantil (DT). Se tiver mais de 7 anos de idade, o reforço deve ser feito com a vacina dupla do tipo adulto (dT).

Ferimentos
Sempre que houver ferimento suspeito, seguir as normas estabelecidas para a profilaxia do tétano após ferimentos. De acordo com a idade indicar-se-á a vacina tríplice (DPT), dupla infantil (dT) ou vacina isolada contra o tétano (TT).

As complicações, principalmente devido à fração pertussis, tais como estado de choque, temperatura elevada (acima de 40ºC), convulsões (com ou sem febre), encefalopatia (com ou sem convulsões) e alterações neurológicas focais, podem ocorrer. Tais complicações contra-indicam a continuação da vacina tríplice e deve-se substituí-la pela vacina dupla infantil.

Fonte: vacinas.org.br

Hepatite A

Infecção provocada pelo vírus da Hepatite A (VHA) que entra no organismo através do aparelho digestivo e multiplica-se no fígado, causando neste órgão a inflamação denominada hepatite A. A descoberta do vírus ocorreu em 1975, todavia, na Antiguidade, já se registavam surtos da doença, na altura chamada «icterícia infecciosa», e eram frequentes as epidemias em períodos de guerra e de cataclismos.

A hepatite A transmite-se de pessoa para pessoa quando os alimentos ou a água estão contaminados por dejectos contendo o vírus, daí que seja mais frequente em países menos desenvolvidos, devido à precariedade do saneamento básico, e incida, principalmente, em crianças e adolescentes (50 por cento dos casos acontece antes dos 30 anos).

Nos países ocidentais, com a melhoria das condições de higiene, somos expostos cada vez mais tarde a esta doença considerada aguda, mas que se cura rapidamente na maioria dos casos (ao fim de cerca de três semanas) sem necessitar de internamento hospitalar ou de um tratamento específico e sem deixar vestígios: após a cura, o vírus desaparece do organismo e surgem anticorpos protectores que impedem uma nova infecção, por isso, não existem portadores crónicos.

Raramente esta doença é fatal, embora em adultos afectados por uma doença hepática crónica - originada por outro vírus ou pelo consumo excessivo de álcool - a infecção pelo VHA possa provocar a falência hepática, conhecida por hepatite fulminante; de outro modo, o risco é muito baixo, da ordem de um para mil ou mesmo para dez mil.

O Vírus
A sua denominação é VHA - Vírus da Hepatite A - tem uma dimensão de 27 nm, é da família dos picornavírus, tal como o vírus da poliomielite.

O seu genoma é constituído por ARN, positivo e monocatenário. Encontra-se por todo o mundo, especialmente em lugares onde as condições de higiene são escassas. Espalha-se através do contacto directo ou indirecto com material fecal e encontra-se nas fezes da pessoa infectada (foi por essa via que acabou por ser identificado, pela primeira vez, em 1975) duas a três semanas antes de os sintomas se declararem e durante os primeiros oito dias em que a doença permanece activa.

Este vírus é muito infeccioso e é a causa mais frequente de hepatite aguda (mais de 50 por cento dos casos), apesar da sua presença no sangue ser diminuta e de curta duração. Uma pessoa que não tenha anticorpos, adquiridos quando teve a hepatite A ou através da vacina, pode ser infectada e transmitir a doença a outros, mas o risco é pequeno no contacto ocasional.

O chamado período de incubação, que é maior nas crianças do que nos adultos, dura entre 20 a 40 dias, espaço de tempo em que não se revelam quaisquer sintomas. A infecção pode durar seis meses, mas a maioria dos doentes recupera ao fim de três semanas.

Quais são os sintomas?
Náuseas, febre, falta de apetite, fadiga, diarreia e icterícia são os sintomas mais comuns que, consoante a reacção do organismo, podem manifestar-se durante um mês. Os sintomas também variam consoante a idade em que há contacto com o VHA: apenas cinco a dez por cento das crianças infectadas apresentam sintomas, nas pessoas idosas a doença pode tomar formas mais graves. Mas 90 por cento dos casos de hepatite A aguda são assintomáticos.

De início, a doença pode ser confundida com uma gripe, uma vez que esta também provoca febre alta, dores musculares e articulares, dores de cabeça e inflamação dos olhos mas, normalmente, as dúvidas desfazem-se quando a pele e os olhos ficam amarelados, sinal de que o fígado não consegue remover a bilirrubina e esta entra na corrente sanguínea, ou seja, o órgão inflamado não consegue retirar a bilirrubina do sangue. Inicialmente, pode confundir-se com qualquer outra hepatite provocada por vírus, se bem que o número de casos em que a icterícia não se manifesta seja maior.

Outros sintomas possíveis, após a primeira manifestação da doença que se traduz na falta de apetite, vómitos, febre e num mal-estar geral, são o aparecimento de pigmentos biliares na urina, a falta de secreção biliar, dor na barriga, aumento do volume do fígado e, nalguns casos, o baço pode também aumentar de volume.

Este tipo de hepatite definido pela letra A deixa o indivíduo extremamente fraco e debilitado; por vezes, a icterícia pode demorar mais tempo a desaparecer, prolongando-se durante dois ou mais meses. Podem também ocorrer de recaídas: um a três meses após o desaparecimento dos sintomas, estes reaparecem e, concomitantemente, os resultados das análises agravam-se podendo este quadro clínico e laboratorial persistir até seis meses. Contudo, a cura acaba por ocorrer em todos os casos.

Diagnóstico
Baseia-se na detecção, através de análises sanguíneas, de anticorpos anti-VHA do tipo IgM que são gerados pelo sistema imunitário, para combater o vírus, logo após o aparecimento dos primeiros sintomas da doença. Estes anticorpos mantêm-se no organismo durante três a seis meses e desaparecem quando o doente se cura, dando lugar aos anticorpos anti-VHA do tipo IgG cujo aparecimento significa que o organismo foi infectado e reagiu, protegendo-se contra uma nova infecção com o vírus da hepatite A.

Antes do teste serológico que permite o diagnóstico do tipo de hepatite são realizadas análises de sangue para avaliar os parâmetros hepáticos, como as transaminases e a bilirrubina. No caso da hepatite A aguda as transaminases apresentam-se muito elevadas e a bilirrubina também está aumentada no sangue.

Nesta doença, não é necessário fazer uma biopsia, mas normalmente faz-se uma ecografia ao fígado para que se possam excluir do diagnóstico outras doenças que causam icterícia.

Transmissão
Em quase metade dos casos de hepatite provocados pelo VHA, não se consegue identificar a origem do contágio, mas esta doença transmite-se, geralmente, através da ingestão de alimentos ou de água contaminados por matérias fecais contendo o vírus.

O marisco, por exemplo, pode representar um perigo se a sua proveniência for um viveiro contaminado por água de esgotos, pois, as ostras, os mexilhões e as amêijoas concentram o vírus existente no seu habitat, transmitindo assim esta hepatite.

As frutas, os vegetais e as saladas, ou outros alimentos que estejam crus, se manipulados por uma pessoa infectada ou lavados com água imprópria para consumo podem ser contaminados e, consequentemente, contagiar aqueles que os ingerem.

A taxa de transmissão entre os membros da mesma família é de 20 por cento nos adultos e 45 nas crianças. As crianças são, muitas vezes, um veículo transmissor inesperado, já que transmitem o vírus sem se suspeitar que estão doentes por não apresentarem, na maioria das situações, quaisquer sintomas. São raros os casos de contágio por transfusão de sangue ou por via sexual.

As pessoas infectadas podem contagiar outras durante o tempo em que o vírus está a ser expelido do organismo juntamente com as fezes; com efeito, o risco de contágio é maior no período de incubação e na primeira semana em que se revelam os sintomas. Uma viagem a um país onde as condições sanitárias são deficientes ou a doença é endémica também pode contribuir para a ingestão do vírus. Durante a gravidez, o feto não corre quaisquer perigos se a mãe estiver infectada com o VHA.

Nos países desenvolvidos as epidemias de hepatite A são raras, embora possam acontecer, numa pequena dimensão, em creches, escolas, quartéis ou outro tipo de colectividade. As pessoas contaminadas recuperam por completo, de uma maneira geral, ao fim de cerca de três semanas.

Como prevenir?
Em Portugal, contrair hepatite A já não é muito comum, contudo, como diz o povo, mais vale prevenir do que remediar, o que neste caso significa, em termos individuais, manter hábitos de higiene elementares e, em termos colectivos, a continuação da aposta na melhoria das condições sanitárias e na educação. De qualquer modo, segundo os especialistas, face a uma suspeita de infecção devem lavar-se muito bem as mãos depois de usar a casa de banho e de mudar fraldas, e antes de cozinhar ou comer, e deve-se evitar beber água ou gelo de origem duvidosa.

Quando o risco é grande, a prevenção ganha ainda maior importância, portanto, numa viagem por países da Ásia, África ou da América Central e do Sul os cuidados devem ser redobrados: beber água, só se esta for potável (o engarrafamento é, em princípio, uma garantia de qualidade), caso haja dúvidas, a fervura a 98ºC, durante um minuto, é suficiente para tornar o vírus inactivo; comer, só alimentos cozinhados, os crus podem estar contaminados, em especial, nos países onde a doença é endémica, mas se a vontade for grande deve ser o próprio a descascar a fruta, por exemplo, ou, então, optar apenas por produtos embalados. E, claro, deve-se evitar o marisco, uma vez que a sua origem pode ser difícil de determinar e a cozedura em vapor não neutraliza o vírus.

O contacto com pessoas infectadas é também um factor de risco, obviamente, por isso, nestes casos, é necessário redobrar os cuidados durante o período infeccioso e lavar a louça a altas temperaturas (na máquina, de preferência), não utilizar a mesma sanita, não partilhar a mesma cama e ponderar os contactos sexuais, evitando o sexo oro-anal e usando preservativo no caso da penetração anal.

Por outro lado, é aconselhável aos familiares ou aos parceiros sexuais da pessoa infectada a realização de análises para apurar se têm ou não anticorpos. Nos casos em que estes anticorpos não sejam detectados, os contactos devem ser tratadas com injecções de imunoglobulina, que permitem uma protecção rápida (menos de uma semana), embora apenas durante três a seis meses, e são eficazes em 80 a 90 por cento dos casos. A vacina é igualmente uma boa medida, todavia, o processo de imunização é demorado (cerca de um mês) mas é mais eficaz do que a imunoglobulina (praticamente 100 por cento) e assegura uma protecção durante dez ou mais anos.

No caso das crianças, segundo a «Advisory Commitee on Imunization Practice», as injecções de imunoglobulina estão recomendadas em menores de dois anos que viajem para países onde a doença é comum entre a população ou se tiverem sido expostas ao vírus. Se forem mais velhas e não estiverem vacinadas, e se for previsível um contacto com a doença num espaço de duas semanas, podem tomar a vacina juntamente com a imunoglobulina.

Vacinação
A vacina contra a hepatite A foi obtida a partir do vírus inactivo, é considerada bastante eficaz e não tem quaisquer contra-indicações. Os efeitos secundários são raros e, caso se façam sentir, são ligeiros, prendem-se com a própria toma, ou seja: dor, vermelhidão e inchaço no local da picada. Em alguns casos, verificam-se sintomas semelhantes aos da gripe (febre, dor de cabeça, arrepios, dores nos músculos e articulações) mas, normalmente, duram um dia. Mais raros ainda são os casos em que origina diarreia ou urticária.

Em Portugal, existe uma vacina que previne a infecção causada pelo VHA e outra, conhecida por combinada, que protege igualmente contra a hepatite B. Ambas são administradas por via intramuscular, mas para as crianças é suficiente metade da dose ministrada ao adulto.

A vacina da Hepatite A é, em princípio, tomada em duas doses, sendo feito um reforço seis a 12 meses após a primeira dose, no entanto, há quem questione a necessidade de uma segunda dose, já que a primeira garante 82 por cento de protecção. A vacina combinada é dada em três doses: a segunda um mês após a primeira e a última cinco meses depois.

Tratamento
Não existem medicamentos específicos para tratar esta doença. Este tipo de hepatite trata-se, essencialmente, com repouso, durante a fase aguda, até que os valores das análises hepáticas voltem ao normal e a maioria das pessoas restabelece-se completamente em cinco semanas. Quando se aconselha repouso isso não significa que se permaneça na cama mas sim que devem ser evitados grandes esforços físicos.

Também não se recomenda qualquer dieta especial; a alimentação deve ser equilibrada como, aliás, o bom senso indica em todas as ocasiões: rica em proteínas e com baixo teor de gorduras. Nos casos em que surjam diarreia e vómitos, para evitar a desidratação, devem beber-se muitos líquidos, entre os quais não se inclui o álcool, já que este, mesmo em pequena quantidade, agrava a lesão do fígado. As náuseas e a falta de apetite fazem-se sentir com maior intensidade no final do dia e, por essa razão, a refeição mais completa deve ser tomada durante a manhã.

E como o fígado inflamado perde a capacidade de transformar os medicamentos e por isso alguns tornam-se tóxicos e agravam a doença. Alguns fármacos, especialmente narcóticos, analgésicos, tranquilizantes ou produtos de ervanária, não se devem tomar a não ser que o médico os recomende.

Também não é muito aconselhável realizar uma cirurgia durante o período de tempo em que se está doente.

Grupos de risco
Familiares ou parceiros sexuais de pessoas infectadas

Pessoas que não estejam vacinadas ou que não tenham os anticorpos necessários

Médicos e paramédicos que trabalhem em hospitais

Viajantes para países menos desenvolvidos onde a doença é endémica

Toxicodependentes que usam agulhas não esterilizadas

Tratadores de macacos

Pessoas que trabalham na recolha e processamento de lixo e nos esgotos

Homossexuais masculinos

Frequentadores e pessoal que trabalha em instituições comunitárias, nomeadamente infantários, escolas, refeitórios, entre outras

Fonte: www.roche.pt

Hepatite A




Agente Etiológico: o vírus da hepatite tipo A é um hepatovírus (hepa-RNA vírus), constituído de ácido ribonucléico, pertencente à família Picornaviridae.

Reservatório: homem e alguns primatas não humanos, inclusive os chimpanzés. Questiona-se a possibilidade desses animais funcionarem como reservatório no estado silvestre.

Modo de Transmissão: fecal-oral, de uma pessoa a outra (direta e indiretamente), por veiculação hídrica, alimentos contaminados, etc.

Período de Incubação: de 15 a 45 dias (média de 30 dias).

Período de Transmissibilidade: a partir da segunda semana antes do início dos sintomas até o final da segunda semana da doença, na maioria das pessoas.

Suscetibilidade e Imunidade: geral. Há imunidade homóloga provavelmente pelo resto da vida

Distribuição, Mortalidade e Letalidade: mundial. Apresenta-se de forma esporádica e epidêmica. É freqüente nos países com saneamento básico deficiente, em instituições fechadas, como berçários e creches. Dependendo das condições sócio-econômicas do país, a faixa etária da população acometida pode ser diferente.

Assim, nos países subdesenvolvidos, são as crianças e adultos jovens; já nos países desenvolvidos, esse vírus infecta preferencialmente adultos (menos de 10% dos pacientes são crianças). Nos países muito desenvolvidos, como os situados no nordeste da Europa, EUA e Japão, a soroprevalência positiva para o vírus da hepatite tipo A é pequena na população com idade inferior aos 40 anos. A letalidade é baixa e tende a aumentar com a idade. A mortalidade também é baixa.

Aspectos Clínicos
As manifestações clínicas variam da ausência ou poucos sintomas a, raramente, formas fulminantes, como nas outras infecções pelos vírus das hepatites. Apresentam como aspectos importantes: a manifestação sintomática, dependente da idade; o baixo índice de doença fulminante (0,1 - 0,2% dos casos); e a ausência de evidência de doença crônica.

Descrição
A maior parte dos casos são anictéricos (70%), apresentando sintomas semelhantes a uma síndrome gripal, ou mesmo assintomáticos, principalmente quando ocorrem abaixo dos 6 anos de idade. Observe-se que nos casos assintomáticos e ou anictéricos há elevação das transaminases. Nas hepatites virais sintomáticas, independente da etiologia, as manifestações clínicas são bastante semelhantes.

Didaticamente distingue-se quatro períodos: o de incubação, prodrômico, de hepatite clínica e de convalescência. O primeiro depende da etiologia (vide aspectos epidemiológicos).

O segundo período, que em média dura sete dias, caracteriza-se pelo surgimento de sintomas sugestivos de infecção inespecífica, de intensidade variável (mal-estar, cefaléia, febre baixa, anorexia, astenia, fadigabilidade intensa, artralgia, náuseas e vômitos). A dor abdominal geralmente é constante e discreta, localizada no hipocôndrio direito ou na metade direita do hipogástrio. Um outro achado freqüente é a aversão pela fumaça de cigarro.

O período de hepatite clínica, que no adulto dura em média de 4 a 6 semanas, inicia-se com o aparecimento de icterícia. Esta surge quando a febre desaparece e, geralmente, é precedida, 24 a 48 horas, por colúria.

As fezes ficam descoradas ou até acólicas. Geralmente há melhoria dos sintomas do período prodrômico.

Ao exame físico, 70% dos pacientes apresentam hepatomegalia dolorosa, que raramente é acentuada, e 20% esplenomegalia. Na convalescença, observa-se crescente sensação de bem-estar, desaparece gradativamente a icterícia e a colúria, a dor abdominal e a sensação de fadiga, e o apetite é recuperado.

Em aproximadamente 5% dos pacientes é descrita a forma colestática, na qual além das manifestações antes referidas, observa-se prurido cutâneo, em conseqüência da icterícia intensa. Quanto a seu prognóstico, este é bom. Na hepatite

A ainda pode apresentar uma outra forma mais rara com evolução "prolongada ou recorrente". Nessas formas, os pacientes podem apresentar persistência das aminotransferases por vários meses, ou até ultrapassar 1 ano. Outras vezes, após normalização clínica e laboratorial, em alguns doentes podem ser observadas alterações bioquímicas das provas de função hepática, como também, resurgimento da sintomatologia. Estes pacientes tendem à cura espontânea com bom prognóstico.

A forma fulminante, que ocorre em 0,1 - 0,2% dos casos agudos, em conseqüência da necrose maciça ou submaciça do fígado, pode tomar um curso rapidamente progressivo, terminando em menos de 10 dias, embora possa persistir por 30 dias. Essa forma apresenta uma elevada taxa de letalidade (superior a 80%). A toxemia, sonolência, confusão mental (coma hepático), podem ser acompanhadas de manifestações hemorrágicas.

Marcadores Sorológicos das Hepatites Virais: a definição do agente infeccioso responsável pela hepatite (diagnóstico etiológico) é dada através da investigação dos marcadores sorológicos. Existem várias técnicas para investigação desses marcadores sorológicos, porém a mais utilizada na atualidade é a imunoenzimática.

A infecção aguda pelo vírus tipo A confirma-se pela presença do marcador anti-HAV IgM, a partir do início do quadro clínico, podendo persistir por cerca de 6 meses, sendo mais freqüente sua permanência por 60 a 90 dias. O marcador sorológico utilizado para investigar infecção passada ou imunidade contra o vírus da hepatite A é Anti-HAV, detectado uma semana após o início dos sintomas dos casos agudos.

Histológico
Em relação à biópsia hepática, não há indicação para se submeter os pacientes a esse procedimento invasivo nas hepatites virais agudas, particularmente na hepatite A, uma vez que a evolução das mesmas é quase sempre favorável e seus diagnósticos, na maioria das vezes, são obtidos através de exame clínico-laboratorial.

Vigilância Epidemiológica
Diante da falta de inquéritos soro-epidemiológicos de abrangência nacional ou de outras fontes oficiais de informação que possibilitem a comparação entre dados necessários para conhecer a magnitude da infecção pelos diferentes vírus das hepatites, suas tendências e problemas decorrentes da existência dos disseminadores assintomáticos dos diferentes vírus que causam hepatite na população, é indispensável a implantação de um sistema de vigilância epidemiológica que contribua efetivamente para a tomada de decisão na área governamental.

Nosso sistema de vigilância epidemiológica garante a comparabilidade dos dados obtidos de diversos grupos, em diferentes momentos, pela utilização de procedimentos de laboratório e definições operacionais padronizados, bem como, recursos humanos qualificados de forma semelhante em todos os serviços de vigilância epidemiológica no país.

O propósito inicial é conhecer a magnitude e tendências das hepatites virais, sua distribuição na população por faixa etária e região geográfica, fatores de risco associados aos principais vírus relacionados a este agravo; avaliar o impacto da utilização de vacina na população susceptível; detectar oportunamente a ocorrência de surtos das hepatites virais; conhecer melhor as possíveis estratégias de controle e obter experiência operacional para, no futuro próximo, implementar ações relacionadas à vigilância epidemiológica.

Notificação
Todos os casos suspeitos e ou confirmados devem ser notificados pelo nível local ao órgão responsável pela vigilância epidemiológica (municipal/estadual) que acionará os serviços de vigilância epidemiológica e sanitária, quando couber. Os casos confirmados e óbitos por hepatite viral devem ser informados ao nível nacional pelos respectivos serviços de Vigilância Epidemiológica.

O fluxo do sistema de notificação terá origem, destino e retroalimentação, de forma que a informação possa ser analisada em todos os níveis de abrangência, municipal/estadual/nacional, a qualquer momento desejado. Isso significa que os notificadores devem ser informados dos resultados e avaliações. O fluxo desse sistema de notificação dentro do município e estado deverá seguir o desenho utilizado para outras doenças de notificação compulsória. Em casos de surtos, deve-se informar imediatamente ao nível estadual, e esse, ao nível nacional, por telefone, fax ou telex. Todos os casos notificados que estejam relacionados com o vírus da hepatite tipo A deverão ser investigados para permitir a definição das medidas cabíveis.

Investigação Epidemiológica: consiste na obtenção detalhada de dados de cada caso para análise e interpretação das características da doença e o acompanhamento de sua tendência. Os dados que compõem a ficha de investigação epidemiológica englobam os principais tipos virais das hepatites. Isto permitirá que se estude o comportamento desses vírus. Os dados são obtidos onde o doente procurou assistência médica, isto é, nos ambulatórios de clínica médica, pediatria, doenças sexualmente transmissíveis, gastroenterologia ou hepatologia, prontos socorros, hospitais, bancos de sangue da rede pública (hemocentros) e ou conveniados com o Sistema Único de Saúde (SUS). Para o bom funcionamento do sistema de vigilância epidemiológica, é de suma importância que exista um bom entendimento entre o investigador e o médico assistente.

O sistema prevê a verificação, junto ao laboratório onde atendeu-se o doente, se foi separado o soro do paciente para proceder a investigação dos marcadores sorológicos dos vírus da hepatite. Também deve ser feita a identificação dos comunicantes domiciliares visando a interrupção da cadeia epidemiológica. A investigação epidemiológica dos casos, por etiologia, envolverá os serviços de saúde das redes pública (incluem-se também aquelas instituições contratadas e ou conveniadas), e privada. Observe-se que este procedimento, sempre que possível, deverá fornecer os dados complementares para esclarecer a fonte e o mecanismo de transmissão do agente etiológico. Para o sucesso da investigação, é fundamental garantir a privacidade e sigilo dos dados fornecidos.

Definição de Caso
Suspeito Sintomático: indivíduo com uma ou mais manifestações clínicas agudas, isto é, paciente com febre, icterícia, mal-estar geral, fadiga intensa, anorexia, náuseas, vômitos, dor abdominal (predominantemente no hipocôndrio direito), fezes de cor esbranquiçada, urina de cor marrom escura. E que, laboratorialmente, apresente dosagens de transaminases maior ou igual a três vezes o valor normal do método utilizado.

Suspeito Assintomático
Indivíduo assintomático e sem história clínica sugestiva de hepatite viral, que apresente dosagem de transaminases elevadas, em qualquer valor.

Agudo Confirmado: paciente que, na investigação sorológica, apresente o marcador sorológico para hepatite A, de fase aguda, isto é, Anti- HAV Ig M positivo.

Contato: pessoas que manipulam e/ou foram acidentadas com material biológico contaminado; pessoa que convive no mesmo local ou domicílio de um paciente diagnosticado.

Portador: esta condição não existe para o vírus da hepatite A.
Suscetível: indivíduo que não possui anticorpos contra o vírus da hepatite do tipo A capaz de protegê-lo da infecção, caso venha a entrar em contato com o agente etiológico.

Nota: a suscetibilidade é específica para cada uma das etiologias, podendo um indivíduo ser suscetível ao vírus tipo A e não ser para o vírus tipo B.

Fluxograma de Atendimento Médico
Para os casos sintomáticos, basicamente o sistema de notificação vale-se de duas formas de fluxo para atendimento médico e definição etiológica para cada caso: as unidades de assistência médica que não dispõem de laboratório local, e outras que dispõem desse recurso. Nas unidades de assistência médica que não dispõem de laboratório local: o indivíduo com sinais e sintomas de hepatite será atendido pelo médico, que preenche a ficha de investigação para hepatites virais, campos 8, 24 e de 34 a 40, em duas vias.

Após a consulta médica, o pedido de exames laboratoriais será encaminhado ao Laboratório Central de Saúde Pública (LACEN) para dosagem das aminotransferases e bilirrubinas, sempre com uma via da ficha já mencionada. O laboratório fornecerá o resultado ao paciente, que, por sua vez, entrega-lo-á ao médico. Nesse momento, para fins de vigilância epidemiológica, ao confirmar sua suspeita clínica, o médico preenche os campos 41 e 42 da ficha individual e notifica ao serviço de vigilância epidemiológica.

Se o paciente apresentar aminotransferases com valores maiores ou iguais a três vezes o valor normal, pelo método utilizado, o LACEN fará pesquisa dos marcadores sorológicos (HBsAg, Anti-HBc IgM e Anti-HAV IgM) para definir a etiologia da infecção. Para isso, todos os soros encaminhados serão estocados a -20oC, até a realização dos exames.

Os soros deverão vir acompanhados de suas respectivas cópias das fichas de investigação. Naquelas unidades de assistência médica que dispõem de laboratório local, o indivíduo com sinais e sintomas sugestivos de hepatite será atendido pelo médico, que preenche a ficha de investigação para hepatites virais, campos 8, 24 e de 34 a 40, em duas vias.

Após exame clínico, o paciente é encaminhado para o laboratório de análises clínicas da unidade local, de posse de uma via da ficha individual de investigação; o bioquímico ou técnico responsável pela unidade local, preenche os campos 41 e 42 da referida ficha individual e, se o valor das transaminases for igual ou maior que três vezes o valor normal do método utilizado, encaminhará o resultado ao médico solicitante e o soro, com a respectiva data da coleta acompanhado da ficha ao LACEN, que definirá a etiologia da infecção. O médico, de posse dos resultados laboratoriais, encaminha as fichas dos casos suspeitos de hepatite viral aguda/crônica, via protocolo da unidade, para o serviço de vigilância epidemiológica a fim de serem analisadas e classificadas.

Medidas a serem adotadas frente a um caso
notificar o caso; realizar a investigação epidemiológica; acionar o serviço de vigilância sanitária para realizar o trabalho em conjunto com o serviço de vigilância epidemiológica; após confirmação diagnóstica do caso, aconselhar ao paciente a fazer acompanhamento ambulatorial na rede de assistência médica e realizar as ações pertinentes à saúde pública pelos órgãos competentes; orientar o paciente para evitar disseminação do vírus adotando medidas simples, tais como: lavar as mãos após o uso do vaso sanitário, higiene adequada do vaso sanitário valendo-se do uso de desinfetante à base de solução de hipoclorito de sódio (comercial), após uso de água e sabão.

Conduta frente a um surto ou epidemia
Notificar imediatamente ao nível municipal, estadual e nacional.

Realizar rapidamente a investigação epidemiológica, com objetivo de: identificar o caso índice, seus contatos e comunicantes, o modo e a fonte de infecção e transmissão; a população de maior risco; o número de casos, etc.

Dispondo-se de informações, é importante comparar a incidência atual com a de períodos similares, uma vez que não existe uma definição precisa quanto à magnitude das cifras ou índices que indicam um surto; aconselhar aos pacientes para fazer um acompanhamento ambulatorial na rede de assistência médica; aplicar medidas de controle: esclarecer a comunidade quanto aos aspectos epidemiológicos fundamentais do surto ou epidemia; visitar as residências das famílias onde houve casos de doença ou óbitos; coletar amostras de sangue das pessoas de convívio domiciliar, com o objetivo de investigar a presença de marcadores sorológicos para hepatites virais; orientar os pacientes para evitar disseminação do vírus, adotando medidas simples, tais como: lavar as mãos após o uso do vaso sanitário, higiene adequada do vaso sanitário, valendo-se do uso de desinfetantes à base de solução de hipoclorito de sódio (comercial), após lavagem com água e sabão.

Análise de Dados
É uma das etapas mais importantes da vigilância epidemiológica, e diz respeito ao processamento dos dados para transformá-los em informação, de modo a permitir o acompanhamento da tendência dos principais vírus que causam hepatite.

Os principais aspectos que devem ser apreciados na análise dos dados são:
Distribuição temporal dos casos e óbitos de hepatites virais por grupo etiológico, sexo, faixa etária e área geográfica

Letalidade por áreas geográficas e grupos etários

Percentual de casos notificados que foram investigados

Coeficiente de detecção anual de casos novos

Número anual de casos

Investigação de comunicantes

Percentual de casos

Percentual de instituições que notificam regularmente (ambulatórios, hospitais, hemocentros, etc.)

Coeficientes de morbimortalidade por áreas geográficas, grupos etários

Proporção de casos atendidos pelo SUS

Correlação entre o número de casos notificados pelo sistema de vigilância epidemiológica, o número de atestados de óbito e o número de internações hospitalares (sistema AIH)

Tempo de permanência no hospital

Custo da permanência no hospital, do tratamento

Medidas de Controle
É importante ressaltar que, além das medidas de controle específicas, é necessário o esclarecimento da comunidade quanto às formas de transmissão, tratamento e prevenção das hepatites virais, cujo desconhecimento, eventualmente, leva à adoção de atitudes extremas e inadequadas, como queima de casas e objetos de uso pessoal, nos locais onde ocorreram casos de hepatites.

Em Relação à Fonte de Infecção
Fonte de água para consumo humano: a disponibilidade de água potável em quantidade suficiente nos domicílios é a medida mais eficaz para o controle das doenças de veiculação hídrica, como as hepatites por vírus tipo A. Nos lugares onde não existe saneamento básico e sistema público de abastecimento de água potável, deve-se procurar, inicialmente, uma solução junto à comunidade para o uso e o acondicionamento da água em depósitos limpos e tampados. Deve-se orientar a população quanto à utilização de produtos à base de cloro, à fervura da água, às medidas de desinfecção domiciliar, tais como: a limpeza e desinfecção da caixa de água domiciliar, a intervalos de 6 meses, ou de acordo com a necessidade. Uma vez conseguido o controle sistemático da qualidade da água para consumo humano, uma outra medida importante na prevenção depende da existência de um sistema destinado ao escoamento e depósito de dejetos de origem humana, através da adoção de fossas, adequadamente construídas e localizadas, ou de enterramento, conforme as instruções contidas no "Manual de Saneamento", da Fundação Nacional de Saúde. É fundamental que se faça, concomitantemente, um trabalho educativo na comunidade, no sentido de valorizar o saneamento básico e o consumo de água de boa qualidade para prevenção de doenças de veiculação hídrica.

Indivíduos infectados: os profissionais da área da saúde, ao manipular pacientes infectados, durante exame clínico, procedimentos invasivos, exames diversos de líquidos e secreções corporais, devem obedecer as recomendações universais de biossegurança: lavar as mãos após exame de cada paciente; usar luvas de látex e óculos de proteção durante procedimentos em que haja contato com secreções e líquidos corporais de pacientes infectados; desinfectar/esterilizar, após uso em pacientes, todo instrumental e máquinas utilizadas.

Os pacientes com manifestações clínicas de hepatite viral aguda: devem ser orientados para fazer acompanhamento na rede de assistência médica.

Vacinação: internacionalmente, com o surgimento de uma vacina contra o vírus da hepatite tipo A, criou-se expectativa concreta para o controle desse vírus hepatotrófico. A vacina tem indicação nas área de baixa e média endemicidade, como nos países desenvolvidos, para proteger os indivíduos pertencentes aos grupos de maior risco a adquirir esse vírus (indivíduos jovens e idosos).

Imunoglobulina Humana Anti-Vírus da Hepatite Tipo A as principais indicações são:
Os contatos de pessoas sintomáticas com infecção aguda;

As pessoas que tiveram acidentes com material biológico sabidamente contaminados pelo vírus da hepatite tipo A.

Fonte: www.pgr.mpf.gov.br

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