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15 de fev. de 2016

Por que algumas pessoas ficam carecas?


  • 14 fevereiro 2016
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Image captionOs cientistas japoneses descobriram a causa, mas ainda não há cura para a calvície
A situação é conhecida por muitos: a quantidade de cabelos que fica na escova ou no pente começa a ficar maior do que a que está na cabeça e aí a pessoa começa a temer a calvície.
Não há uma cura e talvez o mais injusto é que este é um sinal de envelhecimento que não atinge a todos.
Mas a ciência parece estar mais próxima de uma solução pois pela primeira vez foi detectado o mecanismo desencadeado pelo envelhecimento e que faz com que o cabelo fique mais fino e, com o passar do tempo, caia.
As pesquisas sugerem que as culpadas são as células-tronco dos folículos capilares. Quando estas células ficam danificadas devido ao envelhecimento, elas se transformam em pele.
Com o tempo cada vez mais células-tronco se transformam até que os folículos capilares se encolhem e desaparecem.
Ao contrário das células-tronco de outras partes do corpo, as do cabelo se regeneram em ciclos: uma fase de crescimento é seguida por uma latente, na qual deixam de produzir cabelo.

DNA e colágeno

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Image captionPesquisadores japoneses descobriram a causa nas células-tronco dos folículos capilares
A descoberta foi feita por Emi Nishimura e sua equipe na Faculdade de Medicina da Universidade de Tóquio, no Japão.
De acordo com o estudo o DNA danificado pela idade desencadeia a destruição da proteína colágeno 17A1 o que, por sua vez, gera a transformação das células em queratinócitos, células predominantes na pele.
Para chegar a estes resultados, publicados na revista especializada Science, os cientistas primeiro estudaram o comportamento do cabelo em ratos e depois em humanos de idades entre 22 e 70 anos.
Os pesquisadores descobriram que os folículos das pessoas com mais de 55 anos de idade eram menores e tinham menos colágeno 17A1.
"Assumimos que estes processos e mecanismo explicam a perda de cabelo em humanos pelo envelhecimento", disse Nishimura.
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Image captionAntes da calvície vem o enfraquecimento do cabelo
A especialista acrescenta que o colágeno 17A1 pode ser usado para desenvolver tratamentos contra a calvície. Mas também afirmou que a transformação das células-tronco pode ser apenas um dos fatores que leva uma pessoa a ficar careca.
O estudo se concentrou na calvície que ocorre com o envelhecimento. Mas existem outras razões para a perda dos cabelos como infecções no couro cabeludo, traumas ou doenças autoimunes.
Comentando a pesquisa japonesa, o biólogo Maksim Plikus, da Universidade da Califórnia, afirmou na revista Science que os resultados do trabalho são "interessantes" pois mostram como estas células danificadas "mudam seu destino" ao invés de serem destruídas.

Entidade diz ter sido mal interpretada e nega ligação entre microcefalia e larvicida


  • Há 8 horas
(Foto: Percio Campos/EPA)Image copyrightEPA
Image captionLarvicida citado em nota técnica mal-interpretada não é usado em água potável no Recife
A ideia de que o uso de um larvicida na água para o combate ao Aedes aegypti estaria por trás da epidemia de microcefalia no país ganhou as redes sociais nos últimos dias. Mas teve origem em um mal-entendido, segundo a Associação Brasileira de Saúde Coletiva (Abrasco).
No final da semana passada, reportagens em inglês de blogs ambientalistas atribuíam a "médicos argentinos e brasileiros" a afirmação de que a substância pyriproxifen, aprovada pela Anvisa, teria sido a causadora da má-formação em bebês – que vem sendo associada ao zika vírus.
Os compartilhamentos nas redes sociais levaram a reportagens citando o "estudo argentino", na verdade um relatório da Rede Universitária de Ambiente e Saúde (Reduas) – uma associação de médicos e professores universitários contra agrotóxicos – que citava de maneira incorreta uma nota técnica da Abrasco sobre os métodos de combate ao mosquito que transmite o zika.
Em nota à BBC Brasil, a associação esclareceu que "em momento nenhum afirmou que os pesticidas, larvicidas ou outro produto químico sejam responsáveis pelo aumento do número de casos de microcefalia no Brasil". O que a nota da entidade dizia é que ela considera perigoso que o controle do mosquito seja feito principalmente com larvicidas.
"É sabido que um cenário de incerteza como este provoca insegurança na população e é terreno fértil para a disseminação de inverdades e de conteúdos sem qualquer (ou suficiente) embasamento científico. A Abrasco repudia tal comportamento, que desrespeita a angústia e o sofrimento das pessoas em situação mais vulnerável, e solicita prudência aos pesquisadores e à imprensa neste grave momento, pois todas as hipóteses devem ser investigadas antes de negá-las ou de confirmá-las", afirma o comunicado.
A repercussão do mal-entendido fez com que o governo do Rio Grande do Sul suspendesse oficialmente o uso do larvicida na água potável. Na noite de domingo, uma alteração no verbete sobre o produto na enciclopédia virtual Wikipedia já afirmava que ele era apontado como uma das causas das malformações registradas recentemente no país.
Em nota, o Ministério da Saúde afirmou que "não existe nenhum estudo epidemiológico que comprove a associação do uso de pyriproxifen e a microcefalia" e que a substância foi aprovada para o uso pela OMS (Organização Mundial de Saúde) e pela Anvisa.
Entenda os principais pontos da controvérsia.
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Sem provas

A nota técnica divulgada pela Abrasco em seu site criticava o investimento do Ministério da Saúde em larvicidas potentes no combate ao Aedes aegypti e afirmava que eles podem comprometer a potabilidade da água armazenada pela população brasileira, especialmente a de baixa renda.
Entre eles, está o pyriproxifen, que pode causar más-formações no mosquito e impedir que ele passe à fase adulta. Desde 2014, o uso do larvicida é recomendado "em situações especiais, onde há necessidade de armazenamento de água e os depósitos não podem ser protegidos fisicamente", segundo o Ministério da Saúde.
No entanto, não há artigos científicos que comprovem que o pyriproxifen possa causar malformações em humanos, nem em outros animais, segundo o diretor de Controle de Doenças e Agravos da Secretaria de Saúde de Pernambuco, George Dimech.
Em entrevista à BBC Brasil, por telefone, ele afirmou ainda que Recife – a cidade com o maior número de casos notificados e confirmados do Estado – não usa o pyriproxifen e, sim, um larvicida biológico, o BTI.
"Há lugares onde se usa o pyriproxifen e não há casos de microcefalia. E também lugares em que não se usa esse larvicida, mas há muitos casos, como Recife", explica.
"Essa falta de correlação espacial enfraquece a ideia de que o larvicida causaria o problema."
Pesquisadores à frente das investigações sobre a epidemia em Pernambuco também ressaltam que não há comprovação clínica, até o momento, de que algum tipo de envenenamento ambiental seria a causa do problema.
"Clinicamente, as alterações que vemos nas tomografias dos bebês sugerem que as lesões foram provocadas por infecção congênita e não por larvicida, drogas ou vacina", disse à BBC Brasil a neuropediatra Vanessa van der Linden.
À BBC Brasil, o secretário de Saúde do Rio Grande do Sul, João Gabbardo dos Reis, disse que por precaução o Estado continuará proibindo o uso do pyriproxifen em água potável – ele ainda poderá ser usado na água para outros fins.
"Optamos em mudar a estratégia porque existem outros mecanismos para a segurança da água potável que não seja o uso desses elementos químicos. No Rio Grande do Sul isso é possível porque o número de residências em que não há distribuição de água tratada é pequeno, então podemos fazer com que essas residências façam mecanicamente este controle. Por que usaríamos um larvicida?", disse.
Em seu comunicado, a Abrasco disse que "apoia decisões pautadas pelo princípio da precaução, como a suspensão do uso do larvicida pyriproxyfen, e reafirma que as ações de combate ao vetor nas últimas décadas têm se mostrado inefetivas, posto o contínuo crescimento do número de casos das doenças transmitidas pelo mosquito".

Outros países

O relatório da associação argentina Reduas, citado em reportagens e artigos de blogs, diz que o zika vírus não causou más-formações em outros países onde ocorreram epidemias.
Na verdade, a Polinésia Francesa, que teve um surto do vírus em 2013 e 2014,registrou um aumento no número de casos de microcefalia e também da síndrome de Guillain-Barré, que vem sendo associada ao vírus no Brasil e em outros países latino-americanos.
A nota da Reduas também afirma que "não há microcefalia na Colômbia", que já notificou mais de 3 mil mulheres grávidas com sintomas do zika vírus, mas nenhum caso da deformidade.
Mas o médico pernambucano Carlos Brito – pesquisador da Fiocruz de Pernambuco e o primeiro a chamar a atenção para uma possível associação entre zika e microcefalia – diz que é cedo para afirmar que o país vizinho não terá bebês afetados.
"Ainda não dá pra dizer que não há microcefalia na Colômbia. É preciso avaliar os dados. Estou indo para a Colômbia em missão para acompanhar a situação", afirma.
"O surgimento da microcefalia depende do momento da epidemia e não só da entrada do vírus num local. O vírus chegou à Paraíba e a Pernambuco em dezembro e só virou epidemia mais ou menos em abril. É nesse momento que as gestantes se expõem."
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Image captionFalta de respostas definitivas sobre os novos casos de microcefalia abre espaço para teorias de pouca comprovação científica

Investigação científica x incertezas

A falta de respostas definitivas sobre a natureza dos novos casos de microcefalia no Brasil dá espaço para que teorias com pouca comprovação se espalhem com a ajuda das redes sociais, segundo Brito.
Mas o pesquisador ressalta que uma investigação científica rigorosa sobre o problema está em curso no Brasil desde que foi detectado o aumento de notificações da má-formação em Pernambuco, em setembro de 2015.
Atualmente, a investigação conta com a participação da OMS e da Agência de Controle e Prevenção de Doenças dos Estados Unidos (CDC). Até agora, as principais descobertas foram:
  • Em novembro, a Fiocruz encontrou o zika vírus no líquido amniótico de duas grávidas cujos bebês tinham microcefalia diagnosticada ainda no útero. No mesmo mês, exames em um bebê microcéfalo que nasceu morto no Ceará revelaram a presença do vírus no tecido cerebral.
  • Em janeiro, o CDC afirmou ter encontrado o vírus também no cérebro de mais dois bebês nascidos mortos no Rio Grande do Norte e na placenta de duas mulheres que tiveram abortos espontâneos de fetos com microcefalia. Um estudo realizado na Eslovênia encontrou também o zika no cérebro de um feto cuja mãe engravidou no Brasil e optou por interromper a gestação no país, após o diagnóstico da má-formação.
  • E no início de fevereiro, a Fiocruz em Pernambuco comprovou que os 12 primeiros bebês examinados no início da epidemia de microcefalia tinham anticorpos para o zika vírus no líquor, o líquido que circula em seu sistema nervoso central.
"Encontramos os anticorpos IGM, que não são passados da mãe para a criança. Isso quer dizer que eles foram produzidos no cérebro da criança infectada pelo vírus. Essa é uma prova inequívoca de que as crianças foram infectadas", afirma Carlos Brito.
A OMS afirma que ainda não é possível afirmar sem sombra de dúvidas a relação de causalidade entre o vírus e a má-formação, mas, para o pesquisador, a associação já é "uma página virada".
"Ninguém está inventado a roda, não. Claro que ter mais casos ajuda na comprovação, mas estamos usando o mesmo modelo que usamos para associar a toxoplasmose, o citomegalovírus e a rubéola com a microcefalia", afirma.
Ele admite, no entanto, que ainda faltam muitas respostas sobre como exatamente o vírus agiria nos bebês. Especialistas em medicina baseada em evidência apontam para a possibilidade de que um "terceiro fator" tenha sido importante para a ocorrência da microcefalia.
"De fato, já vimos que não depende só de ter o vírus. Pode-se ter o vírus e não obrigatoriamente ter a microcefalia, é o que acontece com grande parte das mães. Agora precisamos saber: será que tem a ver com a fase da gestação? É a defesa do indivíduo que faz com que algumas mães tenham e outras não? Seria um fator socioeconômico, talvez o estado nutricional das mães?", diz Brito.
Segundo ele, a possibilidade de interação do vírus com outros fatores tem sido objeto de estudos, mas é preciso ter cuidado com afirmações sem embasamento.
"Uma organização científica de qualquer lugar tem que ter responsabilidade. A comunidade científica está precisando ler um pouco mais", diz.
"Especialmente por causa da população. Tenho mães que me mandam (mensagens de) WhatsApp em polvorosa toda vez que aparece algo assim."

Estudo relaciona homossexualidade com alteração na divisão celular

Estudo relaciona homossexualidade com alteração na divisão celular

Área da biologia chamada epigenética pode ter papel nesse processo.
Cientistas americanos criaram modelo matemático e biológico para análise.

Possíveis fatores que determinam que uma pessoa seja homossexual têm sido alvo de inúmeros estudos científicos, e uma nova pesquisa americana aponta que uma área da biologia chamada epigenética pode estar envolvida nesse processo.A epigenética é diferente da genética, que abrange os genes e a hereditariedade. No primeiro caso, o ambiente favorece mudanças nas divisões celulares, mas que não interferem na sequência de DNA – ou seja, as alterações geralmente ficam apenas com o próprio indivíduo e são produzidas de novo a cada geração.
Segundo o trabalho do Instituto Nacional de Matemática e Síntese Biológica (NIMBioS) dos EUA, publicado online no periódico "The Quarterly Review of Biology", interruptores sexuais temporários, que normalmente não são transmitidos e simplesmente se "apagam" entre as gerações, podem levar à homossexualidade quando escapam de serem deletados e acabam passados do pai para a filha ou da mãe para o filho.
Membros da comunidade filipina de Lésbicas, Gays, Bissexuais, Travestis, Transexuais e Transgêneros (LGBT) lutam pela sua aceitação e direitos iguais no país (Foto: Cheryl Ravelo/Reuters)Membros da comunidade filipina de Lésbicas, Gays, Bissexuais, Travestis, Transexuais e Transgêneros (LGBT) lutam pela aceitação e direitos iguais no país (Foto: Cheryl Ravelo/Reuters)
Do ponto de vista evolutivo, a homossexualidade é uma característica que não seria esperada para se desenvolver e persistir diante da teoria de seleção natural de Darwin. Estudos anteriores mostram que a atração pelo mesmo sexo pode se repetir em uma mesma família, levando pesquisadores a presumir que haja um embasamento genético para a preferência sexual. Apesar dos numerosos trabalhos que buscam uma ligação genética, porém, nenhum gene importante ligado à homossexualidade já foi encontrado.
Na atual pesquisa, a equipe do Grupo de Trabalho sobre Conflitos Intragenômicos do NIMBioS criou um modelo matemático e biológico para delimitar o papel da epigenética na homossexualidade. Os cientistas juntaram a teoria da evolução darwiniana com recentes avanços no entendimento da regulação molecular por meio da expressão de genes e do desenvolvimento sexual ligado a andrógenos – substâncias que estimulam e controlam as características masculinas em uma pessoa.
Alguns "marcadores epigenéticos" produzidos no início do desenvolvimento fetal protegem cada sexo de uma variação substancial de testosterona que ocorre mais tarde. Em meninas, esses marcadores impedem que elas se masculinizem demais – e, nos meninos, de menos. Alguns interferem nos órgãos genitais, outros na identidade sexual, e outros na preferência por um parceiro.
Quando esses marcadores são transmitidos de uma geração para outra, de acordo com o estudo, eles podem causar efeitos inversos, como a feminização de alguns traços em meninos – por exemplo, a orientação sexual – e a masculinização parcial das meninas.
"A transmissão de marcadores epigenéticos sexualmente antagônicos entre as gerações é o mecanismo evolutivo mais plausível para o fenômeno da homossexualidade humana", disse o coautor do estudo Sergey Gavrilets, diretor associado do NIMBioS e professor da Universidade do Tennessee, em Knoxville
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Slides - Reino Plantae

Queridos alunos do terceirão, CONTEMPORÃNEO,  aqui estão os slides de Botânica que utilizaremos nas próximas aulas.Bons estudos!! Forte abraço, Katia Queiroz.


http://pt.slideshare.net/profkatiaqueiroz/reinodasplantas-130731180649phpapp01-45243838

13 de fev. de 2016

O que é falso e o que é verdadeiro nos boatos sobre zika

 

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Image caption Diversos boatos associam zika a vacinas vencidas
Nas últimas semanas, mensagens escritas e em áudio nas redes sociais – especialmente no WhatsApp – têm criado alarme na população ao narrar cenários catastróficos sobre o surto de zika vírus e sua relação com a epidemia de microcefalia no país.
Até o dia 30 de janeiro, foram notificados, segundo o Ministério da Saúde, 4.783 casos suspeitos de microcefalia, má-formação que prejudica o desenvolvimento do cérebro do bebê.
Destes, 404 casos de microcefalia foram confirmados - 17 têm ligação confirmada com o zika vírus, os outros estão sendo investigados. Outros 709 foram descartados e 3.670 continuam sob investigação.
O Ministério da Saúde, a Fiocruz e especialistas consultados pela BBC Brasil explicam o que é falso, o que é verdadeiro e o que ainda não está totalmente confirmado entre as afirmações dessas mensagens.
 

Falso: Vacinas contra sarampo e coqueluche causaram microcefalia

Diversos boatos circulam nas redes sociais dizendo que vacinas estragadas contra rubéola e sarampo dadas a grávidas teriam causado microcefalia.
Esta informação é falsa. Primeiro, grávidas não recebem esta vacina. Segundo especialistas e o Ministério da Saúde, as vacinas distribuídas pela pasta são seguras e passam por controle de qualidade.
Também há uma outra teoria, que partiu de um suposto estudo conduzido por um pesquisador independente chamado Plínio Bezerra dos Santos Filho, dizendo que o problema foi a oferta da mesma vacina - não estragada, dentro do prazo de validade - para mulheres em período fértil - e não para grávidas, como diz o outro boato.
O Ministério da Saúde afirma que "as vacinas dupla (rubéola e sarampo) e tríplice viral (rubéola, sarampo e caxumba) são usadas mundialmente, e não haveria condições de isso (más-formações) ocorrer apenas no Brasil" se a culpa fosse da imunização em período fértil.
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Image caption Para Ministério da Saúde, 'não há até o momento nenhuma evidência científica nacional ou internacional que relacione microcefalia à administração da vacina dTpa (anticoqueluche) ou qualquer vacina que faça parte do calendário nacional de imunização'
Além disso, esse "estudo" diz que a vacina contra coqueluche (dTpa, contra coqueluche, difteria e tétano) aplicada no último trimestre de gestação, também teria influenciado no aumento dos casos.
Mas, segundo especialistas e o Ministério da Saúde, estas informações também não se confirmam.
O ministério diz que aplica em gestantes uma vacina contra coqueluche recomendada pela OMS e diz que ela, na verdade, "é comprovadamente uma estratégia importante na prevenção de adoecimento e morte de crianças pequenas".
"Não há até o momento nenhuma evidência científica nacional ou internacional que relacione o aparecimento da microcefalia à administração da vacina dTpa ou qualquer vacina que faça parte do calendário nacional de imunização", afirma o órgão.
De acordo com Pedro Tauil, infectologista da UnB, a vacina contra rubéola tem o vírus atenuado e, se ficassem no organismo seria apenas pelo período em que a própria doença fica, ou seja, cerca de uma semana - e não um ano, como diz o boato.
A vacina contra a coqueluche, segundo ele, também é segura e recomendada pela Organização Mundial de Saúde.
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Não há confirmação: Há aumento expressivo de casos de síndromes neurológicas associadas à zika

Ao menos seis Estados do Nordeste registraram, em 2015, aumento no número de casos registrados de Síndrome de Guillain-Barré, uma rara doença neurológica autoimune que pode ser provocada por diversos vírus e bactérias, incluindo o zika vírus, a dengue e a chikungunya.
A doença, que tem tratamento, provoca paralisia muscular e, em casos graves, pode atingir os músculos do tórax e impedir a respiração.
A OMS diz que pesquisadores estão estudando "uma relação potencial - mas não comprovada - entre surtos de Guillain-Barré e infecções pelo vírus da zika".
Segundo a organização, sete países reportaram um aumento na incidência de casos de microcefalia e síndrome de Guillain-Barré desde o surgimento de surtos de zika.
No Brasil, a síndrome passou a ser registrada com mais frequência depois que foi confirmado que o vírus da zika poderia causá-la. Normalmente, os serviços de saúde não são obrigados a notificar ocorrências da doença para as secretarias estaduais.
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Image caption Melhor forma de se prevenir continua sendo evitar contato com mosquito 'Aedes aegypti'
O governo monitora a situação pelos registros de internações e atendimentos ambulatoriais relacionados à doença, que revelaram aumento nos casos no ano passado em relação a 2014.
Houve, por exemplo, 29,8% mais internações (1.868 em 2015 ante 1.439 em 2014) e 8,1% mais atendimentos ambulatoriais (69.703 ante 64.422). A alta foi puxada pelos Estados de Alagoas, Rio Grande do Norte, Piauí, Bahia, Espírito Santo e Rio de Janeiro.
O governo do Rio de Janeiro anunciou que tornará obrigatória a notificação de casos, após registrar 17 ocorrências de junho a janeiro passado.
No entanto, segundo o ministério da Saúde, não é possível estabelecer se esses casos foram causados pela infecção por zika, e a ocorrência de Guillain-Barré relacionada ao vírus continua sob investigação.
"Temos visto um aumento dos casos de Síndrome de Guillain-Barré sim, o que faz sentido, já que temos um surto de dengue, zika e chikungunya", diz a médica pernambucana Maria Angela Rocha, chefe do serviço de infectologia do Hospital Oswaldo Cruz, em Recife, e parte do grupo de pesquisa sobre o zika vírus e a microcefalia em Pernambuco.
"Mas não é nada como o aumento de casos de microcefalia que tivemos, que é muito fora do padrão."
De acordo com o vice-diretor do Instituto de Microbiologista da UFRJ Davis Fernandes Ferreira, a Polinésia Francesa registrou 20 vezes mais casos de Síndrome de Guillain-Barré após o surto de zika em 2014.
"Nós estamos vivendo possivelmente um dos maiores surtos documentados de zika vírus. Ainda estamos coletando os dados e tentando entender a relação entre ele e a síndrome."
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Falso: Crianças de 1 a 7 anos e idosos estão apresentando 'sequelas neurológicas graves' após zika

Segundo as autoridades de saúde, não está havendo nenhuma mudança significativa nos padrões de casos de danos neurológicos graves em crianças - além do que, estes podem ser provocados por vários fatores, e não necessariamente pelo vírus da zika.
Foto: ABrImage copyright ABr
Image caption Médicos ainda investigam se leite materno pode transmitir zika vírus, mas não recomendam parar amamentação
"O vírus da zika e outros, como varicela, herpes vírus, enterovírus e até dengue, podem causar outros danos neurológicos – encefalites, cerebelites e neurites (inflamações no sistema nervoso) –, mas no cenário atual não está havendo grande aumento desses casos em crianças. Isso acontece talvez em 1% dos casos totais e geralmente em pacientes com baixa imunidade", diz a neuropediatra Maria Durce Carvalho, que acompanha casos de microcefalia e outras infecções no Hospital Oswaldo Cruz, em Recife.
"Não sei de onde vem essa informação de que crianças de até sete anos seriam mais suscetíveis, mas não é bem assim", afirma.
Um dos áudios que circulam no WhatsApp diz que há crianças "chegando aos hospitais já em coma" em Pernambuco. Mas em nota sobre os boatos, a Secretaria de Saúde do Estado diz que "não está sendo observada, em qualquer idade, mudança no padrão de ocorrência dos casos de encefalite relacionados ao vírus da zika ou qualquer outro vírus".
"As crianças ou adultos podem apresentar diversos sintomas neurológicos, sendo que estas complicações têm ocorrido numa frequência muito baixa", afirma o comunicado.
O Ministério da Saúde, por sua vez, diz que "entre pessoas infectadas pelo vírus da zika, cerca de 80% não desenvolvem sintomas, sejam adultos ou crianças. Entre essas pessoas, apenas uma pequena parcela pode vir a desenvolver algum tipo de complicação, que deverá ser avaliada pelos médicos, uma vez que o zika é uma doença nova e suas complicações ainda não foram descritas".
Clique abaixo para ouvir trechos de um dos boatos do WhatsApp:
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Em estudo: Zika pode ser transmitida por fluidos corporais (sêmen, saliva, urina, leite materno, etc.)

Alguns trabalhos científicos internacionais identificaram a presença do vírus da zika no sêmen e no leite materno, mas os cientistas ainda pesquisam se a doença realmente pode ser transmitida por eles.
Na última sexta-feira, a Fiocruz constatou a presença do vírus zika ativo - com potencial de provocar infecção - na saliva e na urina, o que abriria a possibilidade de transmissão pela via oral, ainda sendo investigada. Por enquanto, ainda não é possível afirmar com certeza que o vírus é contagioso dessa forma.
Ainda assim, a entidade sugere a grávidas que evitem aglomerações, não compartilhem talheres ou copos ou beijem pessoas com suspeita de zika.
No caso da transmissão sexual, "(ela) seria possível, porque já há publicação e relato de pessoas com quem isso aconteceu. Mas é uma situação única, porque a pessoa tem que estar infectada, doente e ter relação exatamente nessa época. Não seria uma forma principal de infecção, mas é importante se prevenir", diz o microbiólogo Davis Ferreira.
Também na sexta-feira, o Centro de Controle de Doenças dos EUA (CDC na sigla em inglês) emitiu comunicado sugerindo que gestantes em áreas da epidemia da zika - ou cujo parceiro viajou para áreas de risco - abstenham-se de relações sexuais desprotegidas.
Em 2011, um estudo divulgado na publicação científica Emerging Infectious Diseases registrou o caso de um cientista americano que, ao voltar do Senegal, que passava por um surto de zika, teve os sintomas da infecção em casa. Sua mulher, que não havia saído dos Estados Unidos, foi infectada pelo vírus, o que levou à interpretação de que ela teria sido infectada pelo sêmen do marido.
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Image caption Zika vírus pode, assim como outros vírus e bactérias, causar inflamações no sistema nervoso em pessoas de todas as idades, segundo autoridades de saúde
Na última terça-feira, o CDC informou que "o laboratório do CDC confirmou o primeiro caso de zika vírus em um não viajante." Como a pessoa infectada não havia saído do país e estava em uma área que não tem presença de Aedes aegypti, o centro acredita que a transmissão tenha ocorrido por contato sexual.
O vírus também foi encontrado em amostras de leite materno de duas mães na Polinésia Francesa. No entanto, o vírus encontrado não era do tipo replicante, que transmite a doença.
Para Ferreira, é difícil que o vírus no leite cause infecção no bebê, já que o zika não é adaptado para a transmissão por via oral. "Transmitido pelo leite, ele teria que passar pelo estômago do bebê, e o suco gástrico (que ajuda a digerir os alimentos) é muito hostil", diz.
Segundo a Secretaria de Saúde de Pernambuco, ainda não existem provas suficientes de que o vírus possa ser transmitido pelo leite materno para que se recomende interromper a amamentação. Além da nutrição do bebê, o leite materno é importante para protegê-lo de doenças.
Além disso, os especialistas esclarecem que, ainda que infectado pelo vírus, o bebê recém-nascido não desenvolveria microcefalia, porque seu cérebro já está praticamente formado.

Verdade: A melhor proteção contra a zika é combater o mosquito Aedes aegypti

Até o momento, não há vacina contra o zika vírus no mundo. E o processo de desenvolvimento e aprovação de uma pode levar até 10 anos, segundo o Ministério da Saúde.
Além disso, atualmente é difícil até mesmo diagnosticar a doença e diferenciá-la com certeza da dengue e da febre chikungunya.
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Image caption Governo engajou Exército no combate ao mosquito
Portanto, a melhor forma de se prevenir continua sendo evitar o contato com o mosquito Aedes aegypti, que transmite todas elas.
Além de evitar manter água parada em reservatórios sem tampa ou em utensílios domésticos, é essencial usar repelente tanto em adultos quanto em crianças após os seis meses de idade.
Para gestantes e recém-nascidos, recomenda-se também usar roupas longas, que deixem menos partes do corpo expostas.
Algumas mensagens no WhatsApp recomendam o uso de repelentes caseiros, mas, segundo os médicos, não há comprovação de que eles sejam eficientes.
Nas farmácias, há repelentes à base de substâncias como DEET, EBAAP e Icaridina, em concentrações diferentes. Todos eles podem ser usados por gestantes e por crianças a partir dos 2 anos. Para as crianças, no entanto, são recomendados repelentes menos concentrados.
Os médicos recomendam passar o produto na pele e por cima das roupas, especialmente nos horários que os mosquitos mais atacam, à noite e no início da manhã.
  • Esta reportagem foi publicada originalmente em 10 de dezembro e atualizada com novos "rumores" de grande circulação nas redes sociais.
  • Colaboraram Marina Wentzel, da Basileia (Suíça), Luciani Gomes, do Rio, e Luiza Bandeira, de Londres.

Quais são os riscos e sintomas da síndrome de Guillain-Barré, outra doença associada ao zika

 

   
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Image caption A síndrome de Guillain-Barré é uma reação rara a agentes infecciosos, como vírus e bactérias, e causa fraqueza muscular e paralisia dos músculos
A OMS (Organização Mundial de Saúde) declarou emergência de saúde pública internacional pelos casos de microcefalia em áreas com surto do zika vírus, mas o órgão também reconhece que há "indícios consistentes" do aumento de casos da síndrome de Guillain-Barré em regiões afetadas pelo vírus.
A síndrome de Guillain-Barré é uma doença do sistema nervoso de caráter autoimune, ou seja, ocorre quando as defesas do organismo são mais intensas do que o necessário e passam a atacar partes do corpo. Pode afetar pessoas de qualquer idade, especialmente adultos mais velhos, e o risco de morte associado à doença é inferior a 10%.
Trata-se de uma reação rara a agentes infecciosos como vírus (que pode ser o zika) e bactérias. Os principais sintomas são fraqueza muscular e paralisia dos músculos. Pode apresentar graus diferentes de agressividade - de fraqueza muscular leve à paralisia total dos membros.
A doença afeta os nervos periféricos, que conectam o cérebro à medula espinhal, responsáveis por enviar comandos de movimento para o resto do corpo - daí os sintomas musculares.
Manifesta-se quando o sistema imunológico começa a produzir anticorpos contra a bainha de mielina, revestimento isolante que garante o funcionamento dos nervos. Danos a essa estrutura comprometem a capacidade de movimentação e a sensibilidade diante do calor, dor, texturas e outras sensações.
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Image caption Países afetados pelo zika, como Brasil e El Salvador, na América Central (foto), registraram aumento nos atendimentos e internações por Guillain-Barré.
"Esse problema começa com um formigamento, uma fraqueza das pernas que vai subindo. Pode até ser grave, pode inclusive dar paralisia dos músculos respiratórios. Por isso, é importante procurar atendimento", afirmou o diretor de Vigilância de Doenças Transmissíveis do Ministério da Saúde, Cláudio Maierovitch, em vídeo divulgado pela pasta.

Guillain-Barré e zika

A OMS reconhece a coincidência "espaço-temporal" entre surtos de zika a incidência da síndrome, mas diante da escassez de dados ainda não estabelece um vínculo direto entre as doenças.
  •  
A recomendação por enquanto aos países afetados pelo zika é o aumento da vigilância a essa e outras síndromes neurológicas, como encefalite, meningite e síndrome de Fisher.
A relação entre a síndrome a a infecção por zika foi detectada pela primeira vez na Polinésia Francesa, durante o surto do vírus entre 2013 e 2014.
Naquela ocasião, 74 pacientes com zika apresentaram também sintomas neurológicos ou autoimunes, e 42 (56,7% do total) foram classificados como Guillain-Barré.
No Brasil, a relação entre Guillain-Barré e zika foi confirmada no ano passado após investigações em Pernambuco, que como outros Estados do Nordeste apresentou aumento atípico de casos da síndrome.
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Image caption Na maioria dos casos, o vírus zika é transmitido pela picada do mosquito Aedes aegypti
A Guillain-Barré não é uma doença de notificação compulsória no Brasil, então não há dados nacionais sobre a ocorrência da síndrome.
O governo monitora a situação pelos registros de internações e atendimentos ambulatoriais relacionados à doença, que revelaram aumento nos casos no ano passado em relação a 2014.
Houve, por exemplo, 29,8% mais internações (1.868 em 2015 ante 1.439 em 2014) e 8,1% mais atendimentos ambulatoriais (69.703 ante 64.422). A alta foi puxada pelos Estados de Alagoas, Rio Grande do Norte, Piauí, Bahia, Espírito Santo e Rio de Janeiro.
No entanto, segundo o ministério, não é possível estabelecer se esses casos foram causados pela infecção por zika, e a ocorrência de Guillain-Barré relacionada ao vírus continua sob investigação.
Estados vem adotando diferentes estratégias para investigar a síndrome - o Rio de Janeiro, por exemplo, anunciou que tornará obrigatória a notificação de casos, após registrar 15 casos em janeiro, número três vezes acima da média histórica.

Extensão e tratamento

A OMS estima que a incidência anual média de Guillain-Barré no mundo seja de 0,4 a 4 casos por 100 mil habitantes.
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A doença não tem uma cura específica, e os tramentos são voltados a reduzir a gravidade dos sintomas.
Procedimentos usados na fase mais aguda da doença são a imunoterapia com troca de plasma - para bloquear os anticorpos que atacam as células nervosas - e a admisitração de imunoglobulina, um anticorpo.
A maior parte das pessoas sobrevive e se recupera por completo. Esse processo, contudo, pode levar semanas ou meses, e a síndrome pode provocar deficiências que demandam reabilitação.

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